A Sardinha no século XX: Capturas e esforço de pesca (PDF ... - INRB
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O gradual <strong>de</strong>saparecimento das “artes antigas”, como as armações fixas, mais comuns na<br />
costa sul <strong>de</strong> Portugal, origi<strong>no</strong>u a perda <strong>de</strong> importância dos <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> sardinha na costa<br />
Sudoeste e do Algarve, relativamente ao total nacional <strong>de</strong>sembarcado. Com o aumento do<br />
número <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> cerco, a costa <strong>no</strong>rte <strong>de</strong> Portugal continental torna-se a mais<br />
importante na captura <strong>de</strong>sta espécie.<br />
Através da compilação do número <strong>de</strong> cercos que operaram ao longo do <strong>século</strong> <strong>XX</strong>, que se<br />
efectuou neste trabalho, po<strong>de</strong>-se observar que o número <strong>de</strong> cercos aumentou<br />
progressivamente até finais dos a<strong>no</strong>s setenta. Entre os a<strong>no</strong>s quarenta e setenta, ocorre um<br />
ligeiro abrandamento <strong>no</strong> ritmo <strong>de</strong> crescimento do número <strong>de</strong> embarcações. É precisamente<br />
neste período, que se dão as maiores alterações na frota <strong>de</strong> cerco, com a substituição das<br />
antigas embarcações a vapor por traineiras com motores a gasóleo, a introdução da sonda e<br />
posteriormente a implementação do alador (Pestana, 1989; Marchena, 1951). A partir dos<br />
a<strong>no</strong>s setenta, observa-se um <strong>de</strong>clínio da frota <strong>de</strong> cerco, consequência segundo GEPP (1987 in<br />
Pestana, 1989) “da falta <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido ao aumento sensível dos factores <strong>de</strong><br />
produção, às flutuações <strong>de</strong> preço e dificulda<strong>de</strong>s periódicas <strong>de</strong> escoamento <strong>no</strong> mercado”.<br />
Ao longo <strong>de</strong> todo o <strong>século</strong> <strong>XX</strong>, os <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> sardinha sofreram constantes oscilações.<br />
As gran<strong>de</strong>s flutuações na abundância da população <strong>de</strong> sardinha são comuns aos peque<strong>no</strong>s<br />
peixes pelágicos e, <strong>no</strong> geral, consi<strong>de</strong>ra-se que são induzidas por factores ambientais<br />
favoráveis ou <strong>de</strong>sfavoráveis ao sucesso da reprodução anual (Kawasaki et al., 1991). Durante<br />
as décadas <strong>de</strong> 1980 e 1990, observou-se um <strong>de</strong>créscimo acentuado da população <strong>de</strong> sardinha e<br />
<strong>de</strong> carapau nas costas <strong>de</strong> Portugal continental, que alguns autores como Dickson et al. (1988),<br />
Santos et al., (2001) e Borges et al. (2003), i<strong>de</strong>ntificaram como resultante <strong>de</strong> um processo<br />
físico <strong>de</strong> afloramento <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong> provocado pelo aumento dos ventos <strong>de</strong> <strong>no</strong>rte, com<br />
consequência negativas na produtivida<strong>de</strong> primária e sobrevivência dos juvenis.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Este trabalho foi realizado <strong>no</strong> âmbito do programa PELAGICOS – “Reforço da Capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Investigação <strong>no</strong> Domínio <strong>de</strong> Ocea<strong>no</strong>grafia e Biologia das Pescas Aplicada à Gestão dos<br />
Recursos Marinhos Pelágicos” financiado pela Fundação para a Ciência e Tec<strong>no</strong>logia.