14.05.2013 Views

Mais Desporto - Diário de Notícias da Madeira

Mais Desporto - Diário de Notícias da Madeira

Mais Desporto - Diário de Notícias da Madeira

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

4<br />

10 a 16 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009<br />

‘O Liceu’ está refém<br />

<strong>de</strong> uma direcção<br />

Clube Escola<br />

<strong>da</strong> Jaime<br />

Moniz não <strong>de</strong>u<br />

o salto no<br />

tempo e<br />

mantém-se<br />

apenas fiel<br />

à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

educativa<br />

DESPORTO NA ESCOLA<br />

A orientação é a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> que mais dinâmica ‘oferece’ a ‘O Liceu’. FOTOS DR<br />

FILIPE SOUSA<br />

Fun<strong>da</strong>do a7<strong>de</strong>Fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2006, o Clube Escola ‘O<br />

Liceu’ conta hoje com<br />

pouco mais <strong>de</strong> 40 praticantes.<br />

Nunca se aventurou pelo<br />

<strong>de</strong>sporto escolar ou pela prática fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

e mantém-se ‘fiel’ aos professores,<br />

funcionários e alunos <strong>da</strong> ‘Jaime<br />

Moniz’.<br />

A orientação, fruto <strong>da</strong> ‘vocação’ <strong>de</strong><br />

Ricardo e Adriana La<strong>de</strong>ira, professores<br />

no referido estabelecimento<br />

<strong>de</strong> ensino - também eles praticantes<br />

-, é a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> que mais ‘alimenta’<br />

o clube, apesar <strong>de</strong> existirem outras<br />

práticas, casos <strong>da</strong> ginástica localiza<strong>da</strong>,<br />

natação, hidroginástica, bem<br />

como mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> natureza radical,<br />

sobretudo canoagem, BTT e<br />

escala<strong>da</strong>.<br />

Mas apesar <strong>da</strong> oferta, o clube nun-<br />

ca <strong>de</strong>u o salto necessário e continua<br />

refém <strong>de</strong> uma direcção, cujos sócios<br />

que constituíam a Comissão Instaladora<br />

sentem que é fun<strong>da</strong>mental.<br />

Odílio Freitas é um dos onze sócios<br />

fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ao<br />

DIÁRIO explicou a origem e ambição<br />

<strong>de</strong>ste clube, cujo “pai”, como fez<br />

questão <strong>de</strong> referir, é “Elmano Santos”,<br />

principal responsável pela criação<br />

<strong>da</strong> instituição. “Nascemos numa<br />

lógica diferente, isto é, <strong>de</strong> ir ao encontro<br />

dos alunos, perguntandolhes<br />

que mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s gostariam <strong>de</strong><br />

praticar e em vez <strong>de</strong> impingir aquilo<br />

que queríamos”, explicou Odílio<br />

Freitas.<br />

O clube tinha e tem como alvo “a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> educativa <strong>da</strong> escola”,<br />

mas há o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> alargar as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

“a ex-alunos, ex-funcionários<br />

e ex-professores”. “Não queremos<br />

um clube estranho à própria escola,<br />

não queremos praticantes que não<br />

Sócios<br />

Comissão Instaladora<br />

Jorge Moreira<br />

Elmano Santos<br />

Odílio Freitas<br />

Duarte Neves<br />

Isabel Brazão Santos<br />

Nélio Moura<br />

Maria José Barros<br />

Fernan<strong>da</strong> Martins<br />

Luís Freitas<br />

Marisa Freitas<br />

se i<strong>de</strong>ntificam com a nossa cultura.<br />

É por isso que o público alvo é limitado<br />

e circunscrito. No futuro isso<br />

po<strong>de</strong>rá ser alterado, caso os sócios<br />

assim o enten<strong>da</strong>m, apesar <strong>de</strong>, em<br />

minha opinião, pensar que essa medi<strong>da</strong><br />

po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>scaracterizar o clube”,<br />

opinou.<br />

Vonta<strong>de</strong> para crescer existe, mas<br />

‘O Liceu’ está parado no tempo.<br />

Apostar em acções <strong>de</strong> formação<br />

Para Odílio Freitas a “evolução do clube passa pela eleição <strong>de</strong> uma direcção”. “Nesta<br />

fase estamos a elaborar um regulamento interno, que requer algum cui<strong>da</strong>do. Não se<br />

po<strong>de</strong> fazer isto <strong>de</strong> forma amadora, tem <strong>de</strong> haver calma, experiência e pon<strong>de</strong>ração”,<br />

referiu, <strong>de</strong>sejando também que horários para a prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s proporciona<strong>da</strong>s<br />

pelo clube mais a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> futuro. “Temos um dos melhores parques <strong>de</strong>sportivos do<br />

País, que é muito solicitado e tem muita ocupação. Ora a gran<strong>de</strong> ocupação <strong>da</strong>s<br />

instalações torna, por vezes, extremamente difícil a prática <strong>da</strong>s nossas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Gerir<br />

esta situação não é fácil, somos obrigados a fazer a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> do clube escola à hora do<br />

almoço. Não temos gran<strong>de</strong>s alternativas”, disse.<br />

Odílio Freitas frisou ain<strong>da</strong> que é necessário rentabilizar mais o clube, ‘agarrando’ uma área<br />

ain<strong>da</strong> pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>: as acções <strong>de</strong> formação. “É uma <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> que, em<br />

vez ser vali<strong>da</strong><strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>riam ser credita<strong>da</strong>s. Se lançarmos este tipo <strong>de</strong> produto e criarmos um<br />

<strong>de</strong>partamento que se preocupe com acções <strong>de</strong> formação po<strong>de</strong>remos ter sucesso”, finalizou.<br />

“Este processo <strong>de</strong>senvolve-se há<br />

quatro anos, mas nós nunca fomos<br />

capazes <strong>de</strong> fazer a passagem <strong>de</strong> uma<br />

Comissão Instaladora para uma direcção.<br />

Houve várias razões que<br />

atrasaram o processo evolutivo e<br />

que acabaram por arrefecer a gran<strong>de</strong><br />

chama e a força. O que nós queríamos<br />

era organizar activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

não nos preocuparmos com aspectos<br />

burocráticos, como a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter uma contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> organiza<strong>da</strong>.<br />

A dinâmica do clube não é<br />

gran<strong>de</strong> e está limita<strong>da</strong> em função do<br />

dinheiro. Todo o dinheiro para os livros<br />

recibos, carimbo, foram pagos<br />

pelo sócios. Vivemos <strong>da</strong> carolice, dos<br />

conhecimentos”, contou.<br />

A orientação foi a única mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que surgiu em força e o clube<br />

passou a po<strong>de</strong>r contar com apoios<br />

públicos do IDRAM e erário público.<br />

“Mas na prática nunca recebemos<br />

um tostão”, disse o docente.<br />

Os obstáculos têm sido gran<strong>de</strong>s.<br />

“Há pessoas que fazem disto a sua<br />

casa, <strong>de</strong>dicam-se à causa, chegando<br />

mesmo a investir dinheiro próprio<br />

bolso para as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas <strong>de</strong>pois<br />

acabam por sentir-se sozinhas,<br />

não recebendo qualquer tipo <strong>de</strong> retorno”,<br />

elucidou Odílio Freitas.<br />

O facto <strong>de</strong> também não haver legislação<br />

própria para os clubes escolas<br />

é outro dos entraves à evolução.<br />

“Temos sentido falta <strong>de</strong> apoio. A escola<br />

às vezes quer apoiar, mas não<br />

tem meios para o fazer. Este pai, que<br />

é a escola, não nos po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r porque<br />

não existe um enquadramento<br />

que nos integre na lei. É fun<strong>da</strong>mental<br />

termos legislação própria. A nossa<br />

gestão é feita com base numa lei<br />

geral dos clubes. E se <strong>da</strong> mesma forma<br />

aquilo que é amador e fe<strong>de</strong>rado<br />

tem contexto diferente, o clube escola<br />

também terá <strong>de</strong> ter outra formali<strong>da</strong><strong>de</strong>”,<br />

consi<strong>de</strong>rou.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!