Mais Desporto - Diário de Notícias da Madeira

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10 a 16 de Julho de 2009
Dirigentes voluntários
com poucos seguidores
Renovação do
dirigismo
aponta para a
profissional
ização dos
cargos de
presidentes
associativos
Futebol / Rui Marote
Motociclismo / Rui Zacarias
Patinagem / Miguel Rodrigues
Badminton / Horácio Bento Gouveia
Pesca Desportiva / Carlos Jorge
Ténis / João Santos
Atletismo / Policarpo Gouveia
Karaté / Ismael Fernandes
Canoagem / Viriato Timóteo
Ginástica / João Correia
Andebol / Emanuel Alves
Bridge / Miguel Teixeira
Voleibol / Gastão Jardim
ASSOCIATIVISMO
DEODATO RODRIGUES C/
HERBERTO PEREIRA
A maioria
dos presidentes
das associações de
modalidade em actividade
na região cumpre
mais de um mandato, renovando
os compromissos iniciais e mantendo
nas suas equipas a generalidade
dos elementos que os
acompanham nos primeiros actos
eleitorais. A dificuldade de recrutamento
de novos dirigentes
aparenta ser a causa principal
desta situação.
Entretanto, o regime jurídico das
federações desportivas veio estabelecer
que ninguém pode exercer
mais do que três mandatos seguidos
num mesmo órgão de uma federação
desportiva, salvo se, na data da
entrada em vigor daquele normativo,
tiverem cumprido ou estiverem a
cumprir, pelo menos, o terceiro
mandato consecutivo, circunstância
em que podem ser eleitos para mais
um mandato consecutivo.
Se esta determinação se reper-
cutir no plano associativo boa parte
dos actuais dirigentes associativos
madeirenses terão de ser substituídos
ou entrarão no derradeiro
mandato.
Explicações
À primeira vista, essa longa permanência
em cargos directivos intriga,
pois está em contradição com o
proclamado mar de dificuldades
com que se debate o movimento
associativo desportivo.
São variadas as explicações para
esta situação. A mais comuméada
‘experiência’. Outraéaapreciação
positiva dos mandatos. É neste
contexto mais geral que se dimensionam
ainda as afectividades -
‘amor’ pela modalidadeeo‘gosto’
pela actividade, fundamentam
também o prolongamento das lideranças.
Não menos importante são
os sonhos por concretizar e que,
muitas vezes, passam de mandato
emmandato, por razões alheias à
vontade e esforços pessoais.
Novas tendências
O clima de consenso reinante na
PRESIDÊNCIAS COM DOIS OU MAIS MANDATOS
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
Mandato realizado Mandato a realizar
1998
1999
2000
2001
2002
2003
‘Tempo e estabilidade’
área do dirigismo associativo madeirense
não esconde, porém, a necessidade
de renovação de boa
parte dos líderes, muitos dos quais
admitem já terem dado o suficiente
e ter chegado a altura de passarem
o testemunho.
O problema é encontrarem-se
novos elementos disponíveis. São
claros os indícios de que as gerações
mais novas não estão muito
vocacionadas para o dirigismo desportivo
voluntário e benévolo.
Assim, entre uma parte significativa
de presidentes ‘eternizados’ no
cargo e a chegada de novos elementos
ao topo das hierarquias associativas,
adivinha-se a profissionalização
dos cargos. Atletismo, Basquetebol,
Ténis de Mesa e Triatlo são exemplos
actuais dessa tendência.
Passar-se-á, a breve trecho, do
‘carola’, com muitos anos de experiência,
para o técnico com habilitação
académica, que fará da actividade
dirigente um espaço de intervenção
profissional? Tudo indica
que o futuro, para o bem e para o
mal, será menos ‘voluntário’ e mais
‘profissional’.
2004
2005
2006
2007
10 mandatos
mais curtos
10 presidentes iniciariam mandatos
há cinco ou menos anos:
Avelino Silva (VooLivre), António
Figueiredo (Vela), Victor
Rodrigues (Triatlo), Juan Gonçalves
(Ténis de Mesa ), André
Barreto (Natação), Guilherme
Sousa (Bilhar), Álvaro Leão
Castilho (Judo), Odete Dias
(Jetski e Motonáutica), Alfred
Heinz (A. Desportos) e Sandra
Rebolo (Basquetebol). Todavia,
em três casos (Basquetebol, Ténis
de Mesa e A. Desportos), os
actuais presidentes estavam
vinculados à estrutura associativa
há mais dez anos.
Jovens com
formação adiada
O projecto de realização de um
curso de formação destinado a
jovens potencialmente recrutáveis
para funções dirigentes
tem algum tempo e tem sido
ponderado entre a Associação
de Dirigentes Desportivos, o
Instituto do Desporto eoDepartamento
de Educação Física
e Desporto da UMa. Ainiciativa
continua por concretizar,
adiando, de algum, modo tanto
a possibilidade de clubes e associações
identificarem possíveis
candidatos para assumirem
responsabilidades directivas e
iniciarem a unanimemente desejada
renovação.
Juan Gonçalves, presidente da Associação de Ténis de Mesa, concorda que, em alguns casos, possam existir dificuldades em renovar
a presidência das associações. Todavia, contrapõe parecer-llhe que ‘a implementação de um projecto de desenvolvimento
desportivo, seja ele qual for, requer algum tempo e estabilidade’. Uma ideia que completa com a declaração de que ‘não fará muito
sentido que este tipo de instituições sejam geridas por pessoas que estejam apenas de passagem’.
Por outro lado, refere-se à legitimidade de sucessivos mandatos considerando que ‘alguma falta de rotatividade acontece
também pela própria influência dos associados que, satisfeitos com o trabalho produzido, mantêm a confiança nessas pessoas e
nos projectos’.
Em seu entender, o que tem de acontecer, para evitar “vazios directivos”, é que ao longo dos mandatos ‘haja uma constante
preocupação em preparar uma forte equipa de trabalho, assim como possíveis sucessores’.
O surgimento de dirigentes associativos a tempo inteiro é, no entender de Juan Gonçalves, uma consequência das exigências
sobre o desempenho dos dirigentes. ‘Aliás, ‘se actualmente existem alguns destacados a assumir esses cargos, também é verdade
que ao longo dos tempos as organizações começam a apresentar nos seus quadros, para além dos funcionários administrativos,
outros recursos humanos qualificados (gestores desportivos), realçou.
2008
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