14.05.2013 Views

Teatro Oi Casa Grande e Noviça Rebelde: um espetáculo - Backstage

Teatro Oi Casa Grande e Noviça Rebelde: um espetáculo - Backstage

Teatro Oi Casa Grande e Noviça Rebelde: um espetáculo - Backstage

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

Um Espetáculo<br />

82 www.backstage.com.br<br />

<strong>Teatro</strong><br />

<strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong><br />

e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>:<br />

Oteatro, que foi ponto de encontro obrigatório<br />

de artistas, intelectuais e políticos e local<br />

de apresentação de <strong>espetáculo</strong>s inesquecíveis,<br />

hoje possui infra-estrutura comparável aos espaços<br />

mais modernos do Brasil. A iniciativa foi de<br />

Max Haus e Moysés Ajhaenblat (que faziam parte<br />

da formação original do <strong>Teatro</strong>) e outros novos sócios:<br />

Aniela Jordan, David Zylbersztajn, Gustavo<br />

Aichenblat, Leonardo Haus, Luis Calainho e Silvia<br />

Haus, tendo a <strong>Oi</strong> como a patrocinadora máster<br />

do espaço. A inauguração do <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> coincidiu<br />

com a estréia da superprodução “A <strong>Noviça</strong><br />

<strong>Rebelde</strong>”, musical dirigido pela dupla Charles<br />

Möeller e Cláudio Botelho, responsáveis pela con-<br />

Danielle Kiffer<br />

danielle@backstage.com.br<br />

Assim como a Fênix, ave mitológica que ressurge das cinzas, o<br />

<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> foi totalmente reconstruído e<br />

remodelado e renasceu trazendo a força do seu passado<br />

histórico e a modernidade do design e tecnologia de ponta que<br />

remetem ao futuro. Sua reinauguração, tão especial quanto o<br />

projeto, culminou com a estréia da superprodução musical<br />

“<strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>”<br />

sagração de musicais produzidos no Brasil e criadores<br />

de <strong>espetáculo</strong>s que marcaram época.<br />

O <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> disponibiliza, distribuídos em<br />

mais de três mil metros quadrados, 950 lugares<br />

para os espectadores (platéia e balcão), 12 camarins,<br />

fosso para orquestra, palco com urdimento<br />

de 20 metros de altura e 13 metros de boca de<br />

cena além de tratamento acústico impecável.<br />

Tudo sob a coordenação técnica do premiado cenógrafo<br />

carioca José Dias. O <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong>,<br />

único espaço na zona sul carioca com estas dimensões,<br />

é, definitivamente, <strong>um</strong> local de extrema<br />

versatilidade. Seu espaço foi projetado pela<br />

Kreimer Engenharia para aproveitamento total.


Foto: Robert Schwenck / Divulgação<br />

Itens como boca<br />

cênica variável, varas<br />

de sustentação<br />

móveis e a possibilidade<br />

de isolar o<br />

balcão da platéia<br />

viabilizam tanto<br />

pequenas conferências<br />

ou palestras<br />

de <strong>um</strong>a única<br />

pessoa até produções<br />

teatrais e musicais<br />

de grande porte. Durante as montagens, o<br />

teatro transforma-se em <strong>um</strong>a imensa caixa preta,<br />

sem reflexos, priorizando o <strong>espetáculo</strong>. O projeto<br />

do espaço também garante excelente visão e audição<br />

do <strong>espetáculo</strong> em qualquer ponto da platéia.<br />

O sistema de mecanismo cênico prevê variadas<br />

possibilidades de utilização do espaço. Principalmente<br />

pela capacidade de carga das 33 varas de<br />

sustentação – cada <strong>um</strong>a sustenta até <strong>um</strong>a tonelada<br />

– e por sua versatilidade. Além de móveis, as<br />

varas podem servir tanto à il<strong>um</strong>inação quanto<br />

aos cenários. No palco, as peças de piso removíveis<br />

– em sistema de quarteladas – também per-<br />

mitem <strong>um</strong>a maior<br />

diversidade cênica,<br />

como o surgimento<br />

de cenários<br />

e personagens que<br />

podem “emergir”<br />

do chão. Ainda inédito<br />

na cidade, <strong>um</strong><br />

robô automatizado<br />

é o responsável<br />

pela elevação de<br />

carga para montagens<br />

dos cenários dos grandes musicais. O equipamento<br />

pode elevar cargas correspondentes ao<br />

peso de <strong>um</strong> carro a até três metros de altura.<br />

INOVAÇÃO NO SOM<br />

No quesito som, a maior inovação é que o <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong><br />

<strong>Grande</strong> já foi projetado para ter som surround.<br />

Além da configuração tradicional dos teatros,<br />

existem 20 caixas acústicas apenas para o sistema<br />

surround, dando a sensação mais realista do som,<br />

como nos cinemas. Cada <strong>um</strong>a das caixas tem controle<br />

independente, via computador, possibilitando<br />

<strong>um</strong>a ampla variedade de efeitos. Tudo foi<br />

Foto: Paulo Jabur / Divulgação<br />

www.backstage.com.br 83


<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

Corte do posicionamento das caixas segundo o projeto de sonorização Simulação da cobertura acústica realizada no software Map On Line<br />

pensado para proporcionar a melhor sensação<br />

auditiva ao público.<br />

Marcelo Claret, além de ter feito o sound design<br />

do <strong>espetáculo</strong> “<strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>”, também participou<br />

dos projetos de infra-estrutura para sonorização<br />

do teatro com as determinações dos pontos<br />

ideais para posicionamentos das caixas, pontos<br />

de intercom, sonorização ambiente de todas as<br />

áreas comuns incluindo os camarins, vídeo-projeção,<br />

elétrica para o áudio e equipotencialização<br />

84 www.backstage.com.br<br />

Mesas de som:<br />

· 2 M7CL sendo <strong>um</strong>a com slot de expansão de saídas<br />

MY4-DA ou MY8-AT para conexão com ADA8000<br />

·1 DM 2000 para gerenciamento de efeitos e surround<br />

Sistema de gerenciamento do PA:<br />

· 2 Galileo/Compass<br />

Sistema de transmissão e recepção para mics sem fio:<br />

· 8 Transmissores UHF modelo SMa da Lectrosonics<br />

· 8 Receptores UHF para os modelos SMa da Lectrosonics<br />

· 32 Transmissores UHF de 50mW<br />

· 32 Receptores UHF True Diversity<br />

· Sistema de distribuição e amplificação de antenas<br />

externas para todos os sistemas<br />

· Sistema de gerenciamento de RF, sinal e bateria para<br />

todos os sistemas<br />

· Scaner de RF para os dias de montagem e ensaio<br />

Microfones das Vozes:<br />

· 50 Microfones modelo MKE-2 GOLD Sennheiser, sendo<br />

10 reservas.<br />

Caixas de som PA:<br />

· 6 UPA-1P da Meyer Sound<br />

· 16 CQ1 da Meyer Sound<br />

· 17 UPM-1P da Meyer Sound<br />

· 18 UPJ da Meyer Sound (Surround)<br />

· 9 Subwoofers modelo 650P da Meyer Sound<br />

Caixas de som Monitor de Orquestra e Palco (elenco):<br />

· 16 UPM-1P Meyer Sound<br />

· 2 CQ1 da Meyer Sound<br />

· 2 UPA-1P da Meyer Sound<br />

· 2 Vias de fones de ouvido com canais independentes<br />

Equipamentos de áudio<br />

do teatro, com a colaboração do engenheiro Joel<br />

Brito nestes últimos itens.<br />

“A infra-estrutura do <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> para<br />

sonorização é,talvez, inédita no Brasil. Normalmente,<br />

quando vamos fazer shows ou <strong>espetáculo</strong>s<br />

em teatros, nunca há <strong>um</strong>a boa estrutura para<br />

sonorização. Não há, por exemplo, pontos de fixação<br />

para as caixas de PA com a carga necessária<br />

e nos locais ideais, a posição de mixagem é sempre<br />

<strong>um</strong> improviso e <strong>um</strong> grande problema para todos;<br />

Sistema de intercom:<br />

· 4 Canais independentes, sendo <strong>um</strong> canal sem fio<br />

· 8 Fones com fio<br />

· 4 Fones para o sistema sem fio<br />

Equipamentos periféricos:<br />

· 1 Sistema de House Clock com cabos de 75 ohms e<br />

conectores BNC para conexão de Word Clock de todos<br />

os equipamentos digitais;<br />

· 1 Computador Apple Core2 Duo, com Pro Tools LE<br />

versão 7.1 ou superior com interface Digi 002 rack,<br />

com Plug in Neyrinck 51 instalado, para os efeitos<br />

em surround;<br />

· 2 Conversores ADDA modelo ADA8000<br />

· 1 Slot de saída analógica para mesa digital modelo<br />

MY4 DA ou MY8-AT para saídas no formato ADAT<br />

· 2 Reverber externos para vozes e orquestra: TC<br />

Eletronics e/ou Lexicon ou Eventide;<br />

· 2 CDs player<br />

· 2 MDs player<br />

Microfones e DI para a orquestra:<br />

· 2 AKG C-414;<br />

· 2 AKG 451;<br />

· 4 MD 421 Sennheiser;<br />

· 8 KM 184 Ne<strong>um</strong>ann;<br />

· 2 ME 604 Sennheiser;<br />

· 2 RE 20 Electro-Voice;<br />

· 2 TLM 103 Ne<strong>um</strong>ann;<br />

· 2 AKG C5900;<br />

· 1 SM58 sem fio;<br />

· 7 DI BOX Ativos;


<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

não há quadros de<br />

energia específicos<br />

para o som, não há<br />

passarela técnica<br />

para o áudio, entre<br />

outros. No <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong><br />

<strong>Grande</strong> tudo isso<br />

foi pensado na<br />

etapa de projeto e<br />

executado depois.<br />

Há 17 canais para<br />

captação em sur- Luiz Pardal<br />

round com multicabo<br />

passado até a posição da house mix com<br />

spliter para a sala de controle para gravação ao<br />

vivo, por exemplo. Por isso tudo é muito bom trabalhar<br />

nesse teatro”, afirma o sound designer.<br />

Ainda de acordo com Marcelo, <strong>um</strong> dos destaques<br />

do projeto do <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> são painéis com<br />

energia elétrica e sinais de entrada e saída para<br />

caixas de delay no fundo da platéia e under<br />

balcony. “Além disso, há pontos de intercom espalhados<br />

por todo o teatro com cabeamento passado,<br />

prontos para serem usados. Quantos teatros<br />

têm isso para que <strong>um</strong> <strong>espetáculo</strong> seja realizado?”,<br />

ressalta Marcelo.<br />

O ÁUDIO DO ESPETÁCULO<br />

“Este é o musical da minha vida. Você tem que se<br />

superar”. Esta foi a resposta de Charles Möeller<br />

ao questionamento de Claret sobre as demandas<br />

específicas do trabalho. “E foi com esse objetivo<br />

que eu trabalhei durante todo o processo – que<br />

durou quase <strong>um</strong> ano até a estréia – afinal, <strong>um</strong><br />

musical tão famoso e com o título original (The<br />

86 www.backstage.com.br<br />

Foto: Ernani Mattos / Divulgação<br />

A infra-estrutura do <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> para<br />

sonorização é, talvez, inédita no Brasil.<br />

Normalmente, quando vamos fazer shows ou<br />

<strong>espetáculo</strong>s em teatros, nunca há <strong>um</strong>a boa<br />

estrutura para sonorização<br />

Sound of Music)<br />

que enfatiza o áudio,<br />

o som precisava<br />

ser perfeito e<br />

surpreendente”, revela<br />

Claret. Para a<br />

definição dos equipamentos<br />

utilizados<br />

na peça, foram consideradas<br />

a planta<br />

do teatro e suas característicasaliadas<br />

à concepção artística<br />

do teatro. “<strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>” é o sexto<br />

trabalho que Marcelo Claret realiza junto com<br />

Charles Möeller e Cláudio Botelho. Os anteriores<br />

foram “Suburbano Coração”, “Candide”,<br />

“Sweet Charity”, “7, o Musical” e “Beatles n<strong>um</strong><br />

Céu de Diamantes” – que está em cartaz no <strong>Teatro</strong><br />

Leblon com grande sucesso. Depois de<br />

tantos trabalhos, Claret emite sua opinião sobre<br />

a tão renomada dupla: “Na minha opinião<br />

eles são extremamente competentes, sabem dividir<br />

o trabalho e as responsabilidades, respeitam<br />

muito os profissionais que os cercam e dão<br />

liberdade para o trabalho de criação. Obviamente,<br />

aliado a isso tudo está a cobrança de resultados,<br />

na mesma medida das responsabilidades<br />

de cada <strong>um</strong>”.<br />

Marcelo Claret montou o projeto de sonorização<br />

da peça com a ajuda do software Map on Line, da<br />

Meyer Sound. “Com ele é possível simularmos o<br />

que irá acontecer antes da instalação do sistema<br />

com <strong>um</strong>a margem de erro menor que 5%. É realmente<br />

muito preciso”. Para o trabalho de criação<br />

do sistema de sonorização de <strong>um</strong>a peça, segundo<br />

Claret, é indispensável <strong>um</strong>a conversa inicial com<br />

a direção para que se tenha <strong>um</strong>a idéia de como<br />

será a montagem do <strong>espetáculo</strong> do ponto de vista<br />

técnico e artístico, pois só assim o profissional de<br />

sound design poderá pensar nas necessidades e<br />

soluções para aquele musical. “Eu gosto de ir à<br />

primeira leitura da peça para ter <strong>um</strong>a idéia geral<br />

do elenco, dos registros de voz de cada <strong>um</strong>, das<br />

personagens que serão construídas. É fundamen-


Foto: Paulo Jabur / Divulgação<br />

Foto: Ernani Mattos / Divulgação<br />

tal também saber<br />

com grande antecedência<br />

a arregimentação<br />

da orquestra<br />

para saber<br />

quais as necessidades<br />

para a sonorização.<br />

É claro que esse<br />

trabalho muda<br />

a todo instante,<br />

no mesmo ritmo<br />

da evolução dos ensaios,<br />

mas essa primeira<br />

impressão é muito importante para nortear a<br />

evolução dos trabalhos. A partir daí o sound<br />

designer precisa da planta do local onde será realizado<br />

o <strong>espetáculo</strong> para poder projetar com precisão<br />

o sistema de sonorização e simular os resultados<br />

antes mesmo de sua instalação. Assim, se<br />

houver alg<strong>um</strong>a necessidade de mudança ainda há<br />

tempo. É claro que na prática alg<strong>um</strong>as mudanças<br />

ocorrerão durante a montagem, mas isso também<br />

faz parte do processo”, diz Claret.<br />

Para os atores e cantores da peça, Marcelo utilizou<br />

microfones de lapela omnidirecionais com o<br />

objetivo de amplificar a voz e o canto e poder<br />

mixar com o som da orquestra, também microfonada<br />

em sua maioria com equipamentos do<br />

tipo condensador para <strong>um</strong>a melhor fidelidade da<br />

captação. “O maestro pediu que os músicos da<br />

orquestra não utilizassem fones de ouvido para<br />

que tivessem mais contato acústico entre si. Foi<br />

difícil em função<br />

do espaço no fosso<br />

e das possibilidades<br />

de realimentação,<br />

mas no final<br />

acabamos conseguindo<br />

<strong>um</strong> excelente<br />

resultado”.<br />

Marcelo deu preferência<br />

aos microfonesomnidirecionais,<br />

pois com os<br />

cardióides há muitos<br />

problemas de puff e perda de inteligibilidade da<br />

voz quando o ator interpreta ou no momento em<br />

que se vira e fala na direção oposta à captação do<br />

microfone, por exemplo.<br />

SOM SURROUND<br />

Para o áudio da peça, Marcelo Claret desenvolveu<br />

<strong>um</strong> surround em 9.1. “Há 12 caixas na horizontal<br />

fazendo LCR nas duas laterais e mais duas<br />

fazendo fundo, na platéia principal e no mezanino.<br />

Na vertical fiz também <strong>um</strong> sistema de<br />

surround com 3 caixas que fazem alguns efeitos específicos<br />

como o som do sino do convento e a saída dos<br />

nazistas. Tudo isso é controlado pela mesa digital<br />

DM2000 da Yamaha, que recebe os sinais das duas<br />

mesas (<strong>um</strong>a que mixa as vozes e a outra a orquestra),<br />

além dos dois players que disparam os efeitos<br />

sonoros. Dependendo do momento da peça, a<br />

programação da mesa faz com que o efeito saia em<br />

www.backstage.com.br 87


<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

<strong>um</strong> determinado<br />

grupo de caixas, simulando<br />

a reverberação<br />

do convento<br />

ou a reflexão dos<br />

trovões nos Alpes<br />

Austríacos. Eu também<br />

uso <strong>um</strong> sistema<br />

de distribuição<br />

matricial com 2 Galileo<br />

da Meyer Sound.<br />

Cada <strong>um</strong> deles tem<br />

seis entradas e 16<br />

saídas. Assim, é possível controlar a mixagem de<br />

vozes, orquestra e efeitos em cada caixa com<br />

equalização, delay e intensidades diferentes para<br />

cada <strong>um</strong>a delas”.<br />

Os operadores de áudio Flávio Neto, Carlos<br />

Esteves e Marcus Santos e os responsáveis pelo<br />

suporte técnico Luiz Pardal e Luiz Feliso, ambos<br />

da filial carioca da Gabisom, (que também forneceu<br />

os equipamentos de áudio para o teatro), auxiliam<br />

Marcelo Claret no <strong>espetáculo</strong>. De acordo<br />

com Luiz Pardal, o áudio da peça possui <strong>um</strong> sistema<br />

complexo: “São utilizadas caixas acústicas da<br />

Meyer Sound amplificadas, gerenciadas por 2<br />

Galileo que distribuem de forma perfeita o som<br />

pelo ambiente da sala. Cada Galileo está conectado<br />

a <strong>um</strong> computador por onde é possível alterar<br />

desde o delay à equalização individual de cada<br />

caixa. Falando nas caixas, são 6 UPA, 4 CQ-1, 8<br />

CQ-2 e 16 UPM-1P distribuídas entre PA e delay<br />

mais 9 sub 650 HP alinhados junto ao teto do teatro.<br />

O som chega a essas caixas através de Snakes<br />

Digitais S-1608 e S-0816 da Roland”. “Para o sistema<br />

de surround foram utilizadas 12 UPJ entre o<br />

nível da platéia e o mezzanino, mas acho que a<br />

grande sacada do Claret foi incluir <strong>um</strong> surround<br />

vertical composto de mais 1 CQ-1, 1 UPJ e 1<br />

UPM-1P. Para comandar este sistema foram utilizadas<br />

2 mesas M7CL (1 para a orquestra e 1 para<br />

as vozes ) e 1 DM2000 que controla os surrounds<br />

horizontal e vertical. Todas da Yamaha. O sistema<br />

também conta com 2 CQ-2 e 2 UPA para retorno<br />

no palco e mais 16 UPM-1P para retorno no fosso<br />

88 www.backstage.com.br<br />

Foto: Murilo Tinoco / Divulgação<br />

Moysés Ajhaenblat, Luis Calainho, Aniela Jordan, Max Haus e David Zylbersztajn<br />

da orquestra”, complementa<br />

Pardal.<br />

“O <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong><br />

possui 4 passarelas<br />

sobre a platéia<br />

que proporcionaram<br />

o correto posicionamento<br />

das<br />

caixas acústicas ao<br />

longo do teatro. Pontos<br />

previamente colocados<br />

para fixação<br />

das caixas restantes<br />

resolveram as demais necessidades, além de<br />

toda <strong>um</strong>a estrutura interna de cabeamento de sinal<br />

e energia elétrica. O teatro foi construído pensando<br />

especificamente em <strong>espetáculo</strong>s sonorizados,<br />

proporcionando <strong>um</strong>a acústica correta e satisfatória<br />

para qualquer tipo de evento em que se utilizem sistemas<br />

sonoros. Dito isso posso afirmar que nunca trabalhei<br />

em <strong>um</strong> teatro onde fosse tão simples instalar e alinhar<br />

<strong>um</strong> sistema de sonorização”, finaliza o técnico.<br />

ILUMINAÇÃO<br />

Na estrutura moderna e inovadora do teatro <strong>Oi</strong><br />

<strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> não poderiam faltar os LEDs, que<br />

representam grande economia de energia e duram<br />

cerca de 20 vezes mais do que as lâmpadas comuns,<br />

além de possibilitarem <strong>um</strong> trabalho artístico<br />

mais amplo, já que existem na forma de mínimos<br />

spots até imensos projetores. Paulo Cesar<br />

Medeiros, lighting designer do <strong>espetáculo</strong>, que<br />

também já trabalhou outras diversas vezes com os<br />

diretores da peça, entre elas nos <strong>espetáculo</strong>s<br />

“Ópera do Malandro”, “7, O Musical” e “Beatles<br />

n<strong>um</strong> Céu de Diamantes”, destaca, entre os equi-<br />

Equipamentos de il<strong>um</strong>inação<br />

28 PARs 64 foco 1; 68 PARs 64 foco 2;<br />

50 PARs 64 foco 5; 8 PARs 56 (locolite);<br />

4 PARs 36 (pean beam); 13 elipsodais ETC de 19°;<br />

32 elipsodais ETC de 50°; 7 elipsodais ETC de 26°;<br />

10 elipsodais ETC de 36°; 48 set lights;<br />

8 set lights de LEDs RGB; 6 moving lights MAC 500;<br />

4 canhões Satellite 575 HMI; 8 ribaltas dicróicas;<br />

Mesas Avolites Pearl 2004


<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

pamentos que utilizou<br />

em “<strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>”,<br />

os set lights de<br />

LEDs RGB: “Acho<br />

que a atual revolução<br />

técnica e de comportamento<br />

social da<br />

moderna il<strong>um</strong>inação<br />

passa pelos LEDs,<br />

eles têm baixíssimo<br />

cons<strong>um</strong>o, provocam<br />

muito pouco<br />

calor e são extremamente<br />

versáteis, pois com apenas as 3 cores<br />

básicas, podemos fazer todas as outras. É o futuro<br />

já à nossa disposição”. Em relação ao seu trabalho<br />

com os diretores, Paulo Cesar afirma: “Cláudio e<br />

Charles são homens de teatro completos, entendem<br />

profundamente de suas especialidades e sabem<br />

se comunicar com todas as outras áreas (da produção<br />

à contra-regragem) com igual eficiência. Uma<br />

das maiores características do trabalho deles é a clareza<br />

com que se estabelecem as relações de comando<br />

e de confiança. A partir das primeiras conversas e<br />

trocas de impressão, eles nos deixam absolutamente<br />

à vontade para criar e propor idéias”.<br />

A complexidade da peça não facilitou a criação<br />

do design de il<strong>um</strong>inação. “O <strong>espetáculo</strong> tem cerca<br />

de 10 combinações diferentes de cenário. Isso,<br />

à primeira vista, cria <strong>um</strong>a imposição, pois é preciso<br />

saber que a luz deve conhecer e se adaptar ao<br />

espaço que sobra. No entanto, <strong>um</strong> pouco de negociação<br />

com o cenógrafo criou <strong>um</strong>a nova lógica<br />

para ocupação das varas e tudo correu com facilidade.<br />

Este é <strong>um</strong> <strong>espetáculo</strong> realista. Além de ser<br />

baseada em fatos reais, a montagem obedece a<br />

<strong>um</strong>a linguagem e <strong>um</strong>a busca constante por <strong>um</strong><br />

realismo poético. Essa é outra questão fundamental<br />

para a luz. É necessário manter <strong>um</strong>a lógica visual<br />

que remeta ao real e nos transfira de maneira<br />

delicada para os momentos mais introspectivos e<br />

sublimes. Usei as montanhas como base para essas<br />

transformações como se elas ‘sentissem’ o que<br />

os Von Trapp estavam passando, e aí me permiti<br />

criar cores e combinações das mais diversas para<br />

90 www.backstage.com.br<br />

Foto: Ernani Mattos / Divulgação<br />

il<strong>um</strong>iná-las”, diz<br />

Paulo Cesar. Para a<br />

il<strong>um</strong>inação, o lighting<br />

designer também<br />

considerou a<br />

idéia original da peça.<br />

“Os autores de<br />

‘<strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>’<br />

têm como principal<br />

característica a<br />

idéia de que a música<br />

é usada dramaturgicamente,<br />

ou<br />

seja, o que se canta poderia estar sendo dito, a ação<br />

não pára para ser ilustrada pela música. Isso é <strong>um</strong> fator<br />

fundamental para que todas as áreas se preocupem<br />

em encontrar mecanismos de tornar as passagens<br />

entre o canto e as partes faladas mais naturais e<br />

delicadas. Na luz isso se dá muito pelo tempo com<br />

que são executadas as trocas de luz. Quanto mais<br />

sutis e imperceptíveis, melhor”.<br />

Na estrutura do teatro, foram instalados 12 kits de 12<br />

placas de painéis PH-40 da Proled, importados e distribuídos<br />

no Brasil pela Proshows e vendidos ao teatro<br />

pela empresa Big System, sendo seis em cada parede<br />

lateral do <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e controlados por <strong>um</strong><br />

software dedicado que envia sinais independentes<br />

para cada kit e formam juntos <strong>um</strong>a só imagem. De<br />

acordo com Emerson Duarte, especialista técnico de<br />

produtos da Proshows, o PH-40 é <strong>um</strong> painel com distância<br />

de 40mm entre pixels, perfeito para utilização<br />

em fundo de palcos e visualização de efeitos, possui<br />

<strong>um</strong>a transparência de 70%, ângulo de visualização de<br />

120° e permite, mesmo aos espectadores nas extremas<br />

laterais, <strong>um</strong>a ótima visão do <strong>espetáculo</strong>. A configuração<br />

de seus pixels é de 2R 1G 1B, tem 256 pixels<br />

por módulo (16x16) e <strong>um</strong> cons<strong>um</strong>o médio de 40W<br />

por módulo. Segundo Nilzo Giglio, diretor técnico da<br />

Big System, o PH-40 de instalação fixa indoor hoje<br />

representa <strong>um</strong> equipamento de excelente relação<br />

custo-benefício no mercado. “Os 60 metros quadrados<br />

de painel foram montados em 12 mini painéis de<br />

4x3 placas (0,64 cm cada placa), que interligadas fazem<br />

a imagem correr pelas paredes do teatro, proporcionando<br />

<strong>um</strong> visual bem diferente e agradável”.


<strong>Teatro</strong> <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> e <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong><br />

Considerações de <strong>um</strong> especialista<br />

David H. Bosboom<br />

Conheci Max Haus há mais de<br />

<strong>um</strong> ano e meio em <strong>um</strong> recém<br />

construído shopping no Leblon.<br />

Fui lá para ver de perto em primeira<br />

mão a obra do seu novo teatro.<br />

Entramos em <strong>um</strong>a área de construção<br />

cercada pelo shopping.<br />

Não havia assentos, luzes e o piso<br />

de palco era basicamente <strong>um</strong>a caixa<br />

de concreto. Porém Max sabia<br />

o que ele queria construir mesmo<br />

sem ter planos definitivos ou verba<br />

para completar seu sonho. Caminhando<br />

através do seu futuro<br />

teatro, ele pediu minha opinião<br />

sincera sobre o que eu faria com o<br />

espaço se fosse meu. Discutimos<br />

diversas idéias entre elas a de<br />

como colocar o cenário no palco e<br />

como usar o espaço dos bastidores<br />

de forma mais eficiente<br />

possível. Dezoito<br />

meses depois Max<br />

tem seu teatro <strong>Casa</strong><br />

<strong>Grande</strong> novamente.<br />

Tem também seu primeiro<br />

hit, pois “A <strong>Noviça</strong><br />

<strong>Rebelde</strong>” é <strong>um</strong>a<br />

produção de sucesso,<br />

recebendo tanto a aclamação<br />

crítica como<br />

aprovação pública. Estou<br />

também feliz de<br />

reportar que muitas<br />

das minhas sugestões<br />

sobre a área dos bastidores<br />

foram leva-<br />

92 www.backstage.com.br<br />

das a sério. Faz mais de <strong>um</strong>a década<br />

que o <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> de Max Haus e<br />

Moysés Ajhaenblat queimou por<br />

completo na Rua Afrânio de Mello<br />

Franco, 290 no Leblon. Se não fosse<br />

pela sua determinação de reconstruir<br />

o teatro, a propriedade<br />

inteira seria <strong>um</strong> shopping. Mas<br />

agora, por sua causa, é muito mais<br />

que isso. Seu público tem <strong>um</strong> lugar<br />

para ir antes e depois dos shows e o<br />

shopping beneficia-se das pessoas<br />

que vêm assistir a cada performance.<br />

Claro que para conseguir a<br />

verba e construir seu sonho, ele<br />

primeiro precisou encontrar <strong>um</strong> ou<br />

dois sócios a mais. E assim o fez.<br />

Por meio deles encontrou o dinheiro<br />

necessário para completar<br />

o lobby, auditório, palco e bastido-<br />

David Bosboom, Lilian Bosboom (sua esposa) e Max Haus<br />

res do teatro hoje “<strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong><br />

<strong>Grande</strong>”. E o resto, como se diz,<br />

é história. Ou pelo menos será<br />

alg<strong>um</strong> dia.<br />

Já vi muitos teatros sendo derrubados<br />

através dos anos para a<br />

construção de modernos hotéis<br />

ou prédios comerciais em Nova<br />

York. Então, para mim, salvar <strong>um</strong><br />

teatro é miraculoso, independente<br />

de onde isso aconteça, pois não<br />

há nada mais emocionante do que<br />

<strong>um</strong> show ao vivo. Na noite que<br />

assisti “A <strong>Noviça</strong> <strong>Rebelde</strong>”, todos,<br />

desde os donos do teatro<br />

(Max Haus, Moysés Ajhaenblat,<br />

Aniela Jordan, David Zylbersztajn,<br />

Gustavo Aichenblat, Leonardo<br />

Haus, Luis Calainho e Silvia<br />

Haus) até a companhia de produção/direção<br />

(Charles<br />

Möeller e Cláudio Botelho),<br />

elenco e funcionários<br />

ficaram verdadeiramenteorgulhosos<br />

do trabalho<br />

que realizaram criando<br />

este novo nível de<br />

teatro musical no Rio<br />

de Janeiro. E eles deveriam<br />

ficar orgulhosos,<br />

já que não há outro<br />

teatro em funcionamento<br />

no Rio que<br />

possa usufruir a tecnologia<br />

e o talento<br />

que se encontram em


<strong>um</strong> só local. A produção do show,<br />

por exemplo, está usando andaimes<br />

elétricos e hidráulicos embaixo<br />

do palco e LEDs para o ciclorama<br />

sobre o palco. O teatro também<br />

tem <strong>um</strong> moderno e completo<br />

sistema de contrapeso, com pesos<br />

mais do que suficientes para movimentar<br />

seguramente cenário e instr<strong>um</strong>entos<br />

de il<strong>um</strong>inação pendurados<br />

sobre a cabeça do elenco<br />

e funcionários. Tem nos bastidores<br />

múltiplos monitores de tela<br />

plana para que os atores vejam o<br />

maestro e estejam em tempo com<br />

a música. Estes são apenas alguns<br />

dos valores tecnológicos de que o<br />

show se utiliza.<br />

<strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong> pode dar seu show de<br />

tecnologia também fora do palco. Os<br />

lobbies têm diversos monitores de tela<br />

plana para mostrar a performance da<br />

hora em que a cortina sobe até o momento<br />

final do show. Tem touchscreens<br />

interativos e divertidos de se<br />

utilizar e painéis oferecendo informação<br />

histórica sobre o teatro. <strong>Oi</strong> <strong>Casa</strong><br />

<strong>Grande</strong> também possui Wi-Fi grátis<br />

disponível para espectadores e empregados<br />

e tem <strong>um</strong> dos maiores espaços<br />

para orquestras da cidade. Acredito<br />

que apenas o <strong>Teatro</strong> Municipal<br />

possui <strong>um</strong> maior. Mas o brinquedo<br />

tecnológico maior que eles têm são<br />

dois sets de painéis LED em ambos<br />

os lados das paredes do auditório.<br />

Estes impressionam o público em<br />

<strong>um</strong> pré-show de formas, símbolos<br />

e anúncios enquanto logo acima<br />

na platéia duas varandas seguram<br />

luzes de frente de palco e<br />

canhões para o <strong>espetáculo</strong>. Do<br />

meu ponto de vista, parece que o<br />

teatro musical tem <strong>um</strong>a nova<br />

casa no Rio de Janeiro onde tecnologia<br />

e conforto estão dando<br />

ao carioca algo para falar, o <strong>Oi</strong><br />

<strong>Casa</strong> <strong>Grande</strong>.<br />

* David H. Bosboom é colunista de il<strong>um</strong>inação da<br />

revista <strong>Backstage</strong>, diretor de produção, diretor<br />

técnico, diretor de il<strong>um</strong>inação, designer e consultor<br />

de projetos. Possui 23 anos de experiência em<br />

<strong>espetáculo</strong>s de teatro na Broadway, além de já ter<br />

atuado em programas de canais de televisão<br />

aberto e a cabo. Especialista em turnês de circuito<br />

nacional e internacional.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!