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Som nas igrejas - Backstage

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98 www.backstage.com.br<br />

SOM NAS IGREJAS<br />

Paróquia<br />

de São Francisco de Assis, em Queimados<br />

A paróquia de São Francisco de Assis, em Queimados, na Baixada<br />

Fluminense (RJ), é um exemplo de como a Igreja Católica começa a ficar<br />

mais atenta para o áudio em suas <strong>igrejas</strong>. O objetivo é trazer<br />

inteligibilidade para a mensagem, com prioridade para uma cobertura<br />

sonora bem distribuída.<br />

De uns tempos para cá, também os<br />

templos da Igreja católica começam<br />

a dar mais importância para o<br />

áudio. Afinal de contas, é preciso que os<br />

fiéis consigam ouvir o sermão do padre,<br />

além das bandas, com participação cada<br />

vez mais ativa <strong>nas</strong> missas, como explica o<br />

pároco Matteo Vivalda, de origem italiana,<br />

em Queimados desde 2003. “No Brasil,<br />

a música tem um espaço privilegiado<br />

dentro da celebração litúrgica. De vez em<br />

quando, recebemos visitas de colegas e<br />

amigos (de fora do país) que ficam realmente<br />

impressionados pela participação<br />

do povo na liturgia, sobretudo no canto”.<br />

Visto isso, o padre achou importante que,<br />

ao construir a nova igreja da paróquia, em<br />

A igreja, do fundo para a frente, com as caixas de delay e a monitoração no palco<br />

Miguel Sá<br />

miguel@backstage.com.br<br />

2003, o som também estivesse entre as prioridades.<br />

“É claro que um som bom é importante.<br />

A comunicação é essencial. É<br />

preciso que a mensagem chegue aos fiéis<br />

limpa e de maneira eficiente”, diz Matteo.<br />

Durante o período de pesquisas, duas<br />

empresas chegaram a fazer o orçamento.<br />

Mas o consultor e projetista Marcos Viní<br />

cius é que foi contratado, com a ajuda do<br />

freqüentador da igreja Waltecyr. Ele encontrou<br />

Marcos Vinícius com a intermediação<br />

de uma loja de equipamentos de<br />

Nova Iguaçu, outro município da Baixada<br />

Fluminense. Marcos foi chamado para<br />

fazer o projeto de sonorização da igreja<br />

dentro de parâmetros bem definidos de<br />

custo-benefício. A escolha dos equipa-<br />

mentos e a configuração deles na igreja<br />

teve a participação dos integrantes da paróquia<br />

mais envolvidos com o áudio. O<br />

padre, por exemplo, teve participação ativa<br />

na escolha do tipo de microfone que<br />

seria usado.<br />

A sonorização<br />

A igreja mede 33 metros de largura por<br />

15 de comprimento. A construção é simples<br />

e não foi feito um projeto acústico específico<br />

para o local, o que tornou o trabalho<br />

de Marcos um pouco mais complexo. A<br />

idéia é que houvesse uma cobertura boa do<br />

local sem que fosse necessário o uso de um<br />

volume alto. A inteligibilidade da mensagem<br />

e o conforto dos freqüentadores da<br />

Fotos: Miguel Sá / Divulgação


P.A. com caixas de duas vias<br />

igreja eram as prioridades que o projeto devia<br />

seguir. Marcos procurou então equipamentos<br />

nacionais que considerasse confiáveis.<br />

“A idéia é que fossem confiáveis e de<br />

fácil acesso”, comenta o projetista.<br />

As caixas escolhidas para a sonorização<br />

da igreja foram gabinetes da Taw 112 TI,<br />

com tweeter e falantes de 12 polegadas de<br />

titânio. Na monitoração em sidefill do placo<br />

e do mezzanino na parte traseira da igreja,<br />

onde eventualmente um coral canta, foram<br />

usadas caixas de monitor da Frahm RF1000,<br />

de duas vias, com falante de 12 polegadas e<br />

via para médias e altas com cornetas CHM<br />

1725. No rack de amplificação, um amplificador<br />

Ciclotron Wattsom DBK 2000 , dois<br />

DBK 3000 para as caixas de delay e um<br />

DBK 4000. Como não há tratamento acústico,<br />

ainda há um set de equalização gráfica<br />

da Ciclotron para filtrar as freqüências que<br />

sobram e um multigate da Behringer, principalmente<br />

para proteção dos microfones<br />

condensadores da TSI e evitar as realimen-<br />

O padre Matteo Vivalda lembra que a<br />

Igreja Católica tem uma tradição musical<br />

muito antiga, apesar de hoje ser considerada<br />

um tanto defasada na questão da<br />

música e do som. “Nós acreditamos na importância<br />

do som, seja pela voz ou pelos<br />

instrumentos, como um complemento das<br />

celebrações. Mas se olharmos a história da<br />

Igreja Católica, basta lembrar do canto<br />

gregoriano. Eu me lembro quando era cri-<br />

SOM NAS IGREJAS<br />

A Igreja Católica e a música<br />

tações que podem acontecer nos médios da<br />

região da voz. Um dos equalizadores gráficos<br />

é um CGE 2312 S, usado para as caixas<br />

de P.A. e delay mais dois CGE 2151 para os<br />

monitores. A mesa de som é uma Ciclotron<br />

CSM 24.4 IS C, de 24 canais. Não há<br />

monitoração específica para os instrumentos,<br />

ape<strong>nas</strong> as caixas em sidefill para o padre<br />

e o coral. Os microfones utilizados são, em<br />

sua maioria, osTSI C3. O padre usa um sistema<br />

sem fio, também da TSI. Há também<br />

ança, na Itália, todas as <strong>igrejas</strong>, até as simples,<br />

tinham órgão. A igreja onde trabalhei<br />

quatro anos atrás tinha um órgão de 1600.<br />

Uma coisa belíssima, e tinha cantoria”. Segundo<br />

o padre, a situação começou a mudar<br />

com as modificações na liturgia feitas<br />

na década de 60. “Houve uma espécie de<br />

crise da música e estamos custando a nos<br />

adaptar, mas a tradição musical da Igreja<br />

é muito antiga”, comenta Vivalda.


100 www.backstage.com.br<br />

SOM NAS IGREJAS<br />

Mesa de som com 24 canais ape<strong>nas</strong> para P.A. Microfones ligados em conexões no chão No rack, equalizadores e limiters<br />

um kit de bateria da Superlux com seis peças:<br />

dois overall, um para bumbo (modelo<br />

PRA 218) e três para tons e caixa (modelo<br />

PRA 228).<br />

O conceito<br />

Para resolver a questão do volume, o<br />

projetista definiu três pontos de emissão em<br />

cada lado da igreja: foram usados dois de<br />

cada lado do palco, quatro de cada lado na<br />

parte central da igreja e dois na parte de<br />

trás. Desta forma, ele conseguiu diminuir a<br />

distância entre as fontes sonoras e os<br />

freqüentadores. “Em um templo como<br />

este, de pé direito alto, tivemos de aproximar<br />

as caixas dos membros da igreja e<br />

colocá-las de maneira que não precisasse<br />

ter um nível de decibéis muito alto, para<br />

que a mensagem não se desvirtuasse”, ressalva<br />

o projetista. “Em todo o espaço do<br />

templo a mensagem pode ser entendida<br />

sem nenhum tipo de realimentação. A pessoa<br />

que não entende de som sente-se mais<br />

à vontade e retorna ao templo”, completa.<br />

Os equalizadores e o Multigate têm<br />

um papel importante na sonorização.<br />

Lista de Equipamentos<br />

- Oito caixas Taw 112 TI, com tweeter e<br />

falantes de 12 polegadas de titânio<br />

- Quatro monitores Frahm RF1000<br />

- Amplificadores Ciclotron Wattsom<br />

DBK 2000, dois DBK3000 e DBK4000<br />

- Dois equalizadores gráficos Ciclotron<br />

CGE 2151<br />

- Um equalizador gráfico CGE 2312<br />

- Mesa Ciclotron CSM 24.4 IS C, de 24 canais<br />

“Tem de haver uma atenuação no equalizador,<br />

que deve ser preciso para que seja<br />

feita ape<strong>nas</strong> uma filtragem de realimentação”,<br />

comenta Marcos Vinícius, ressaltando<br />

o cuidado para que o som da igreja não<br />

fique descaracterizado. Foram feitos diversos<br />

testes para que não houvesse buracos<br />

na cobertura e verificar as freqüências<br />

que ressoavam na sala para que fossem<br />

atenuadas nos equalizadores gráficos.<br />

Do ponto de vista da operação, não há<br />

muito trabalho para o técnico, como explica<br />

Leonardo Nascimento, um dos responsáveis<br />

pelo áudio, com Waltercy e André<br />

Luís. “Faz um ano e meio que entrei na<br />

equipe. Não precisa mexer muito (no<br />

som), só no microfone do leitor e do comentarista,<br />

porque são pessoas diferentes<br />

que vão ler. Nos microfones de corais não<br />

precisa mexer muito, e temos dois microfones<br />

para padre, porque são dois padres na<br />

igreja”, comenta o técnico. Como não<br />

pode deixar de ser, foi feito um sistema de<br />

aterramento para o equipamento de áudio<br />

da igreja. “Essa parte de alimentação do<br />

som tem proteção própria, derivação pró-<br />

pria para todo o sistema ter independência<br />

no aterramento”, explica Marcos. Um bom<br />

exemplo de como isso pode ser importante<br />

é que o equipamento não sofreu danos<br />

com um raio que caiu na região e trouxe<br />

diversos problemas para as pessoas que moram<br />

na localidade.<br />

Conhecimento<br />

Não adianta ter o equipamento se ele<br />

não pode ser operado de forma correta.<br />

Além da questão técnica, de uma montagem<br />

correta, a forma como o equipamento<br />

é tratado influencia muito no desempenho<br />

dele. Marcos Vinícius destaca<br />

a importância do preparo dos operadores<br />

para que o equipamento tenha uma vida<br />

útil longa. “Você pode ter um sistema<br />

que dure um tempo indefinido ou que<br />

acabe rápido se não tiver gente disciplinada,<br />

que queira realmente evoluir. O<br />

Brasil abriu as portas da tecnologia e hoje<br />

só não aprende quem não quer. Tem<br />

Internet e bastante acesso à informação”<br />

ressalta o projetista, destacando o desempenho<br />

da equipe da igreja.<br />

Léo é um dos três técnicos da equipe de som da igreja O Padre Mateo e Marcos Vinícius

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