Luciano Freitas - Backstage
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INSTRUMENTOS<br />
Me diga como ouves<br />
que te direi quem és<br />
Com a proximidade do<br />
final do ano, muitos<br />
encontram nessa<br />
época um ótimo<br />
momento para fazer<br />
um upgrade em seu<br />
velho companheiro de<br />
guerra em busca de<br />
novos timbres que<br />
motivem cada vez<br />
mais sua inspiração<br />
musical. A evolução<br />
tecnológica dispõe a<br />
cada ano de um<br />
melhor custo efetivo<br />
de peças, criando<br />
teclados que<br />
ofereçam os recursos<br />
desejados sem<br />
estourarem o<br />
orçamento.<br />
<strong>Luciano</strong> <strong>Freitas</strong> é profissional de áudio, fez<br />
curso de piano erudito, Full Masterering no<br />
Füller Studios (Miami). É técnico em áudio na<br />
Pro Studio Americana e foi professor de teclado<br />
no Conservatório Musical Joelson Vieira.<br />
24 www.backstage.com.br<br />
Cpossua<br />
tecnologia suficiente para criar<br />
om os recursos de amostragens digitais<br />
existentes no momento, é<br />
difícil falar que uma empresa não<br />
um teclado com timbres decentes. A responsabilidade<br />
geralmente cai sobre o<br />
sound designer (profissional responsável<br />
pela criação dos timbres para o teclado)<br />
que utiliza todo seu conhecimento e experiência<br />
para criar algo que supere as<br />
expectativas dos usuários.<br />
Horas e mais horas para gravar, editar,<br />
processar e armazenar esses timbres para<br />
depois você conectá-lo naquele velho e ultrapassado<br />
sistema de amplificação? Creio<br />
que esse não é o desejo desses profissionais.<br />
Usar aquele sistema 3 em 1 da época da<br />
sua avó para amplificar seu teclado certamente<br />
não reproduzirá a resposta de freqüências<br />
utilizada nos laboratórios das empresas<br />
que criaram os timbres.<br />
Para solucionar essa lacuna do mercado,<br />
muitas empresas, sejam elas produtoras<br />
de teclados ou não, investem na pesquisa<br />
de sistemas dedicados de amplificação<br />
para teclados que<br />
permitam um dueto<br />
bem mais saudável.<br />
O sistema mais simples<br />
encontrado para<br />
músicos de palco<br />
são os amplificadores<br />
do tipo “combo”, que<br />
agregam em um mesmo<br />
equipamento um<br />
sistema de alto-falantes<br />
(transdutores),<br />
um amplificador e<br />
um pequeno mixer<br />
para não limitar o músico à utilização de<br />
um único instrumento conciliado a uma<br />
boa relação custo-benefício. A grande<br />
vantagem desses equipamentos é a praticidade<br />
do “ligou, funcionou”, sem perda<br />
de tempo para conectar vários cabos.<br />
Vejamos agora quais são os principais<br />
ícones dessa categoria de equipamentos<br />
que o mercado nos fornece hoje:<br />
Roland KC 550 - Combo dotado de<br />
mixer com quatro canais, sendo um para<br />
microfone e um canal auxiliar, todos com<br />
controles de volumes individuais mais um<br />
equalizador de três bandas para a seção<br />
master. Seu amplificador fornece 180 watts<br />
RMS através de um transdutor para graves<br />
(15 polegadas) mais um tweeter. Sua seção<br />
de saídas fornece, além de uma dedicada<br />
para subwoofer (propriamente para o modelo<br />
KCW-1), saídas servo- balanceadas<br />
para gravação ou para direcionamento do<br />
áudio para um P.A., link para se comunicar<br />
com outro KC 550 para uso em estéreo<br />
(com controle de volume através do KC<br />
master) e uma saída para headphones. Para<br />
facilitar sua locomoção,<br />
possui rodas<br />
ao invés de pés de<br />
borracha.<br />
Alesis Sumo 300<br />
- Oferecendo 300<br />
watts RMS em uma<br />
embalagem de preço<br />
bem atrativo, esse<br />
combo, além de oferecer<br />
quatro canais<br />
estéreos (com equalizador<br />
de graves e<br />
agudos por canal),
ainda possui uma entrada dedicada para<br />
microfone (a qual pode também utilizar o<br />
multiefeitos estéreo interno com 15 presets<br />
trazendo reverbs, chorus, flagers, delays e<br />
efeitos de alto-falantes rotativos, muito<br />
utilizado para simular as caixas<br />
Leslie). Sua saída de headphones silencia<br />
seus alto-falantes (15 polegadas<br />
+ tweeter) para permitir ao usuário<br />
utilizá-lo apenas para monitoração.<br />
Possui ainda equalizador de três<br />
bandas para a saída master, saída Link para<br />
utilização em estéreo com outro Sumo 300<br />
e rodas para transporte.<br />
Traynor Keymaster K4 - A grande<br />
jogada dessa empresa foi criar um combo<br />
estéreo onde o áudio, após ser dividido<br />
por um crossover interno, fosse direcionado<br />
para um transdutor de graves de<br />
12 polegadas com 200 watts RMS (que<br />
apresenta a soma do grave dos dois canais<br />
para um único alto-falante), dois<br />
transdutores de médios<br />
de 4.5 polegadas com 30 watts RMS<br />
e mais dois transdutores de compressão<br />
com 2.5 polegadas para agudos de 20<br />
watts RMS. Para criar diferentes sonoridades,<br />
o K4 possui no primeiro dos seus<br />
quatro canais de entradas duas válvulas<br />
12AX7, permitindo ao usuário resgatar o<br />
som dos antigos mas veneráveis amplificadores,<br />
controlando um pouco dos har-<br />
INSTRUMENTOS<br />
mônicos estridentes de muitos teclados<br />
digitais e adicionando um pouco<br />
da compressão natural ao áudio<br />
que apenas as válvulas podem nos<br />
proporcionar. Com o auxílio do<br />
pedal de controle AFS-1, o usuário<br />
pode controlar a distorção da<br />
válvula escolhendo entre Lead<br />
ou Overdrive, permitindo a emulação<br />
da sonoridade características<br />
do Hammond do Deep Purple, ainda<br />
tendo o auxílio de um equalizador de<br />
três bandas e cinco presets com formatos<br />
diferentes de interação do som da válvula<br />
com o equalizador (voicing presets). Já<br />
o quarto canal possui uma entrada extra<br />
que não passa pelo controle master e<br />
também não é enviada para suas saídas<br />
de linha (balanceadas) permitindo ao<br />
usuário monitoração de uma fonte sonora<br />
que não se deseja enviar ao P.A. (por<br />
exemplo, um gerador de click).
INSTRUMENTOS<br />
Groove Tubes SFX 100 - Sendo o<br />
primeiro produto dedicado a teclados da<br />
empresa, que tem como principais produtos<br />
os microfones, o pequeno e inovador<br />
produto promete dispersão sonora de<br />
300 graus utilizando um alto-falante<br />
coaxial de 8 polegadas na frente da caixa<br />
em conjunto com um tweeter de 1 polegada<br />
e outro alto-falante de 6.5 polegadas<br />
especialmente desenvolvido e montado<br />
na lateral da caixa 90 graus fora do<br />
centro dos falantes frontais, ambos alimentados<br />
por dois amplificadores classe<br />
D de 100 watts RMS cada um. A suposta<br />
“Mágica Estereofônica” é conseguida<br />
através do processo SFX (desenvolvido<br />
pela Groove Tubes em conjunto com a<br />
Fender), onde ambos os sinais, do lado<br />
esquerdo e direito, são codificados ainda<br />
no mixer de entrada e são apenas decodificados<br />
nos amplificadores de cada canal.<br />
Possui também entrada dedicada<br />
para microfone (dotada de phantom<br />
power) e controle para otimizar a dispersão<br />
sonora em conformidade com a acústica<br />
do local onde será montada.<br />
Motion Sound KeyPro 200S - Combo<br />
estéreo que possui forma de pentágono<br />
para otimizar sua dispersão sonora. Mesmo<br />
sendo estéreo, seus canais (direito e esquerdo,<br />
cada um com 100 watts RMS e<br />
transdutores de 10 e 3.5 polegadas) são independentes<br />
e podem ser usados como<br />
duas unidades separadas, cada um com<br />
dois canais de entrada individuais que podem<br />
ser uti-<br />
26 www.backstage.com.br<br />
lizados em conjunto.<br />
Possui entrada<br />
de microfone, saídas<br />
de linha (balanceadas)<br />
e dedicada<br />
para subwoofer.<br />
Hartke KM 200<br />
- A famosa marca<br />
dos alto-falantes com<br />
cone de alumínio criou<br />
um combo de 200<br />
watts RMS para os<br />
tecladistas com angulação<br />
para facilitar a monitoração nos<br />
palcos. Pensando nas vezes em que o<br />
tecladista fica sem retorno no palco (geralmente<br />
pelo fato de seu instrumento<br />
ser enviado diretamente ao P.A., deixando<br />
o músico imune ao volume dos amplificadores<br />
dos guitarristas e baixistas), a<br />
empresa separou o controle de volume<br />
geral da saída de linha que geralmente é<br />
a que vai para o P.A. (independentemente<br />
das mudanças no volume geral,<br />
na saída de linha o controle será o volume<br />
de cada um dos quatro canais). Possui<br />
um equalizador master de sete bandas<br />
para melhor controle do seu campo<br />
de freqüências que vai de 56Hz a 20kHz<br />
(graças aos transdutores de 15 polegadas<br />
e titanium de 1 polegada).<br />
Para as pessoas que desejam um sistema<br />
um pouco mais elaborado, boa escolha<br />
são as caixas tipo “light PA” trabalhando<br />
em conjunto com um pequeno mixer. Esses<br />
sistemas, comparados aos combos do<br />
mesmo tamanho e peso, oferecem maior<br />
poder sonoro e menos coloração do áudio<br />
graças ao sistema bi-amplificado, melhorando<br />
o alinhamento da fase (amplificadores<br />
separados para os transdutores de<br />
graves e agudos). Hoje também existem<br />
vários modelos de diversas marcas desse<br />
tipo de produto, mas os modelos mais comentados<br />
e utilizados, segundo os fóruns<br />
de tecladistas, são o JBL Eon15 G2 e o<br />
Mackie SRM 450. Ambos possuem carac-<br />
terísticas bem parecidas<br />
(embora o JBL<br />
possua transdutor de<br />
graves de 15 polegadas<br />
e o Mackie de 12<br />
polegadas). Ambos<br />
produzem 300 watts<br />
no transdutor de graves<br />
e 100 watts no<br />
transdutor de agudos,<br />
mas, devido ao<br />
tamanho do woofer<br />
da JBL, sua resposta<br />
de freqüência se inicia em 42Hz contra os<br />
55Hz do Mackie. Outro recurso que a JBL<br />
também superou foi a quantidade de entradas,<br />
tendo três balanceadas (uma para<br />
microfone) contra apenas uma da Mackie.<br />
Qualidade sonora? Muito boa nos dois<br />
equipamentos, apenas poderia dizer que<br />
seria comparar uma Mercedes Benz com<br />
uma BMW.<br />
Para quem deseja apenas usar o teclado<br />
em casa, a tacada certa seria a aquisição<br />
de um bom par de monitores. Também<br />
nesse caso a diversidade de modelos<br />
é gigantesca. Genelec, Dynaudio, B&W<br />
e Tannoy são algumas das marcas mais<br />
conhecidas, mas hoje já existem bons<br />
monitores de outras marcas com preços<br />
bem atrativos. Caso seu teclado possua saída<br />
de áudio em algum formato digital,<br />
procure algum modelo de monitor que<br />
lhe ofereça essas entradas, evitando assim<br />
perda de qualidade de áudio com conversões<br />
desnecessárias. Esses produtos serão<br />
comentados em um futuro próximo em<br />
nossa coluna.<br />
Quando o orçamento não permitir a<br />
compra do melhor ou desejado equipamento<br />
pense que, às vezes, é melhor ter um<br />
bom fone de ouvido de algum marca respeitada<br />
do que ter que ouvir seu trabalho em<br />
uma caixa utilizada para apicultura.<br />
e-mail para esta coluna:<br />
luciuspro@ig.com.br