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Maturação de pescada - INRB

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DISCUSSÃO<br />

9<br />

As discrepâncias entre e intra amostradores reflectem principalmente uma fraca <strong>de</strong>scrição do<br />

estado <strong>de</strong> maturação da escala consi<strong>de</strong>rada, do que o <strong>de</strong>sconhecimento do ciclo reprodutivo da<br />

espécie. Os erros <strong>de</strong>tectados na validação ocorreram na distinção entre o “<strong>de</strong>senvolvimento” e<br />

a “pós-<strong>de</strong>sova” <strong>de</strong>vido ao aspecto macroscópico semelhante que as gónadas apresentam<br />

nestes dois estados. Sendo a <strong>pescada</strong> uma espécie que apresenta <strong>de</strong>sovas contínuas ao longo<br />

do tempo (BIOSDEF, 1998), a flaci<strong>de</strong>z das gónadas, que nas escalas aparece como<br />

característica <strong>de</strong>terminante, não é fundamental para a atribuição macroscópica <strong>de</strong> “pós<strong>de</strong>sova”,<br />

principalmente no final da época <strong>de</strong> postura. A presença <strong>de</strong> folículos pósovulatórios,<br />

factor indicador da ocorrência <strong>de</strong> postura, apenas é observada<br />

microscopicamente.<br />

A existência <strong>de</strong> espaços no interior da gónada observada com o corte da membrana não é<br />

diagnosticante <strong>de</strong> pós-<strong>de</strong>sova, porque <strong>de</strong> acordo com a validação histológica algumas gónadas<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento também apresentavam espaços. Estas situações <strong>de</strong>vem correspon<strong>de</strong>r a<br />

gónadas em <strong>de</strong>senvolvimento que recentemente se encontravam em pós-<strong>de</strong>sova, já que uma<br />

gónada após a <strong>de</strong>sova recupera para o <strong>de</strong>senvolvimento iniciando, um novo ciclo. É<br />

importante salientar que o processo <strong>de</strong> maturação é um processo contínuo e a aplicação <strong>de</strong><br />

uma escala <strong>de</strong> maturação discretiza este processo. Este erro (entre a atribuição do<br />

“<strong>de</strong>senvolvimento” e da “pós-<strong>de</strong>sova”) não provoca efeitos na estimação da biomassa<br />

<strong>de</strong>sovante dado que para o cálculo da ogiva <strong>de</strong> maturação ambos os estados são consi<strong>de</strong>rados<br />

como maduros.<br />

As escalas <strong>de</strong> maturação da <strong>pescada</strong> propostas por Lúcio et al. (2000) e Gonçalves et al.<br />

(2004) não separam os imaturos dos adultos em repouso (inactivos), pelo facto <strong>de</strong> não se<br />

conseguir distingui-los macroscopicamente, o que po<strong>de</strong> provocar uma subestimação da<br />

biomassa <strong>de</strong>sovante. Uma <strong>pescada</strong> adulta que participou no início da época <strong>de</strong> reprodução, e<br />

que, no final <strong>de</strong>sta se encontra em repouso (estado que macroscopicamente é semelhante aos<br />

imaturos), não é consi<strong>de</strong>rada na biomassa <strong>de</strong>sovante, quando efectivamente contribuiu para o<br />

potencial reprodutivo <strong>de</strong>sse ano. Se durante o pico da época <strong>de</strong> reprodução não se verificar a<br />

presença <strong>de</strong> indivíduos em repouso este facto <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> constituir um problema para a<br />

estimação da ogiva <strong>de</strong> maturação. Num trabalho <strong>de</strong>senvolvido posteriormente, em Fevereiro<br />

(pico da época <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> <strong>pescada</strong>) <strong>de</strong> 2006, foram validados histologicamente 30

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