Dualismo no Semi-Árido: combate a seca versus convivência - Ufersa
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agir com o meio em que se vive. Não se trata de acabar com a <strong>seca</strong>, mas<br />
adaptar-se ao ambiente de forma inteligente.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Com base <strong>no</strong> desenvolvimento deste texto, percebe-se que as primeiras<br />
tentativas de desenvolvimento do semi-árido, de <strong>combate</strong> a <strong>seca</strong>, só beneficiou<br />
poucas pessoas, a elite dominante da época, por isso que estas práticas se<br />
mostraram tão presente <strong>no</strong> contexto de todos estes a<strong>no</strong>s nesta região.<br />
A <strong>seca</strong> foi um grande negócio das oligarquias para obter recursos e se<br />
beneficiar deles, além do mais foi considerada como principal vilã das<br />
calamidades e misérias que assolava população, mas na verdade, apenas<br />
mascarava a concentração de riqueza, terra e poder existente, os seus<br />
principais causadores.<br />
Em outra perspectiva, vem a Convivência com o semi-árido que consiste<br />
em conhecer as peculiaridades da região, e conhecendo-a adequar-se a ela,<br />
desenvolvendo práticas apropriadas ao meio ambiente, e que proporcione uma<br />
melhoria na qualidade de vida de todos.<br />
A <strong>convivência</strong> implica numa prática constante, não se tratando apenas de<br />
programas emergenciais e de ações de <strong>combate</strong> à pobreza, como foi<br />
desenvolvido. Requer políticas públicas permanentes e apropriadas, sendo<br />
necessário romper com as estruturas de concentração da terra, da água, do<br />
poder e do acesso aos serviços sociais básicos.<br />
Baseado nisto, se convive com este dualismo, <strong>combate</strong> a <strong>seca</strong> e<br />
<strong>convivência</strong> com o semi-árido, tendo em vista que, ainda hoje, se prevalecem<br />
os interesses políticos e financeiros dos que estão <strong>no</strong> poder, <strong>no</strong> sentido que a<br />
ausência das práticas de <strong>combate</strong> não traria os recursos que são obtidos com<br />
elas, ao mesmo tempo em que, a <strong>convivência</strong> traria mais benefícios a todos,<br />
gerando mais auto<strong>no</strong>mia a população. Neste caso, os interesses particulares<br />
pesam mais do que os interesses coletivos.