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roteiro de estudo – iii etapa língua portuguesa – 5.º ano/ef

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SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA<br />

MANTENEDORA DA PUC Minas E DO<br />

COLÉGIO SANTA MARIA<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

ROTEIRO DE ESTUDO <strong>–</strong> III ETAPA<br />

LÍNGUA PORTUGUESA <strong>–</strong> <strong>5.º</strong> ANO/EF <strong>–</strong> 2012<br />

É tempo <strong>de</strong> conferir os conteúdos estudados na III Etapa, suas dúvidas e possíveis<br />

dificulda<strong>de</strong>s. Com o <strong>estudo</strong> diário, o esclarecimento junto à sua Professora e a realização <strong>de</strong> outros<br />

exercícios, você po<strong>de</strong>rá avançar nos seus conhecimentos em Língua Portuguesa.<br />

Preparamos para você uma série <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que, juntamente com seu livro-texto e os<br />

trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos em sala <strong>de</strong> aula, po<strong>de</strong>rão ajudá-lo(a) a se preparar para a Avaliação <strong>de</strong><br />

Recuperação.<br />

I <strong>–</strong> CONTEÚDO<br />

PRÁTICA DE LEITURA:<br />

textos <strong>de</strong> linguagens verbais, não verbais ou mistas <strong>de</strong> diferentes gêneros.<br />

CAPACIDADES BÁSICAS DE LINGUAGEM A DESENVOLVER:<br />

1<br />

Bons <strong>estudo</strong>s!<br />

NARRAR, RELATAR, EXPOR, ARGUMENTAR e ESCREVER através <strong>de</strong> gêneros orais e escritos:<br />

conto maravilhoso; narrativa ficcional, entrevista, sketch, história em quadrinhos, texto<br />

jornalístico (títulos, sli<strong>de</strong>s, notícias, cartum, reportagem, classificados, etc.), texto <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>, obras artísticas, ilustrações e fotografias, biografia, e-mail, carta, entrevista.<br />

CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS:<br />

Variações ortográficas. Emprego <strong>de</strong> isse, ice, sc, sç, xç, ó, ô, mas / mais, meio / meia. Regra<br />

básica <strong>de</strong> acentuação das PAROXÍTONAS. Pontuação. Paragrafação.<br />

Adjetivo, pronome, verbos irregulares (emprego em frases), artigo (i<strong>de</strong>ntificação e emprego em<br />

frases, períodos e textos). Termos essenciais da oração.


II <strong>–</strong> ATIVIDADES<br />

Eu tinha sete <strong>ano</strong>s quando ganhei <strong>de</strong> presente um livro do Monteiro Lobato<br />

chamado Reinações <strong>de</strong> Narizinho. Um livro grosso assim. Só <strong>de</strong> olhar para ele eu<br />

me senti exausta. Dei um dos muito obrigada mais sem convicção da minha<br />

vida, sumi com o livro num canto do armário e voltei para as minhas histórias em<br />

quadrinhos.<br />

Eu estava superfresquinha <strong>de</strong> recém ter aprendido a ler, e andava às voltas<br />

com histórias em quadrinhos. Era um pessoal legal, eu gostava <strong>de</strong>les, mas, sei lá!<br />

Era uma gente tão diferente da gente! Eles moravam nuns lugares que eu nunca<br />

tinha ouvido falar, eles tinham cada nome estranho, eram divertidos.<br />

Comecei a achar que aquela história <strong>de</strong> ler não era uma coisa<br />

<strong>de</strong>scomplicada feito <strong>de</strong>scascar uma laranja, pular uma amarelinha, cantar junto<br />

a música que tocava no rádio.<br />

E se em vez <strong>de</strong> ler, liam pra mim, aí mesmo é que a coisa não se<br />

<strong>de</strong>scomplicava. O meu pai e a minha mãe liam história para mim numa coleção<br />

<strong>de</strong> livrinhos para criança que tinha lá em casa, tudo impresso em Portugal e<br />

cheio <strong>de</strong> palavras que eu não conhecia, porque eram falados só naquele país.<br />

Eu achava tão esquisito!<br />

Bom, mas então esse negócio <strong>de</strong> ler era um troço bem chato, não era não?<br />

E aí o meu tio, que tinha me dado Reinações <strong>de</strong> Narizinho (e que era um tio que<br />

eu adorava), chegou lá em casa e quis saber. Então? Gostou do livro? Eu fiz uma<br />

cara meio vaga.<br />

Passados alguns dias, ele me cobrou outra vez. Como é? Já leu? Não tinha<br />

outro jeito, tirei o livro do armário, tirei a poeira do livro, tirei a coragem não sei <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong>, e comecei a ler: “Numa casinha branca, lá no sítio do Picapau Amarelo...”<br />

E quando cheguei no fim do livro eu comecei tudo <strong>de</strong> novo, numa casinha<br />

branca lá no sítio do Picapau Amarelo e fui indo toda a vida outra vez, voltando<br />

atrás num capítulo, revisitando outro, lendo <strong>de</strong> trás pra frente, e aquela gente<br />

toda do sítio do Picapau Amarelo começou a virar a minha gente. Muito<br />

especialmente uma boneca <strong>de</strong> p<strong>ano</strong> chamada Emília, que fazia e dizia tudo<br />

que vinha na cabeça <strong>de</strong>la.<br />

<strong>de</strong> amor.<br />

Mas estava longe <strong>de</strong> imaginar que eu estava vivendo o meu primeiro caso<br />

Lá em casa eles me viam tão entregue a esse livro, tão quietinha num<br />

canto, só eu e o livro, que eles me <strong>de</strong>ram, correndo, uma porção <strong>de</strong> Lobatos. E li;<br />

eu experimentei eles todos; eu curti. Esse livro sacudiu a minha imaginação.<br />

BOJUNGA, Lygia. Eu te lendo. São Paulo: IBBY. 2010. Adaptado.<br />

2


01. Observe as palavras em <strong>de</strong>staque no trecho e risque, nos quadros abaixo, o melhor<br />

significado para cada uma <strong>de</strong>las.<br />

Mas eu estava longe <strong>de</strong> imaginar que era meu primeiro caso <strong>de</strong> amor. Me <strong>de</strong>ram uma<br />

porção <strong>de</strong>les. Eu li todos, eu curti.<br />

02.<br />

03.<br />

Imaginar Porção Curtir<br />

Fantasiar, inventar;<br />

Fazer i<strong>de</strong>ia;<br />

Relembrar, recordar.<br />

Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma<br />

coisa;<br />

Dose, medida;<br />

Parte <strong>de</strong> alguma<br />

coisa, fração.<br />

Queimar, enrijecer;<br />

Apreciar, <strong>de</strong>liciar;<br />

Preparação <strong>de</strong> couro<br />

para diversos usos.<br />

“Eu estava superfresquinha <strong>de</strong> recém ter aprendido a ler.”<br />

Assinale com um X o melhor singificado do trecho acima.<br />

( ) A autora ainda não sabia ler. ( ) A autora acabara <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a ler.<br />

( ) A autora já sabia ler há muito tempo. ( ) A autora conhecia todas as palavras<br />

faladas em Portugal.<br />

Aos sete <strong>ano</strong>s a personagem do texto ganhou <strong>de</strong> presente o livro “Reinações <strong>de</strong><br />

Narizinho” <strong>de</strong> Monteiro Lobato.<br />

Inicialmente, ela <strong>de</strong>monstrou interesse pelo presente?<br />

Que atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>la confirma a sua reposta?<br />

O que fez com que ela agisse <strong>de</strong>ssa forma?<br />

04. A personagem compara as dificulda<strong>de</strong>s da leitura com as ativida<strong>de</strong>s que<br />

consi<strong>de</strong>rava fáceis <strong>de</strong> serem realizadas.<br />

Explique, com dois exemplos, essa forma <strong>de</strong> pensar da personagem.<br />

3


05. Meu tio chegou lá em casa e quis saber: gostou do livro? Eu fiz uma cara<br />

meio vaga.<br />

O que significa uma “cara meio vaga”?<br />

Por que a personagem teve essa atitu<strong>de</strong>?<br />

06. a) O livro dado <strong>de</strong> presente à personagem do texto, pelo tio, fez com que ela<br />

07.<br />

mudasse <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia sobre leitura.<br />

De acordo com o texto, essa informação é verda<strong>de</strong>ira? Justifique a sua resposta.<br />

b) “Lá em casa eles me viam tão entregue a esse livro, tão quietinha num canto,<br />

só eu e o livro...”<br />

A personagem resolveu escrever para o tio para agra<strong>de</strong>cer-lhe pelo presente e dizer da<br />

importância <strong>de</strong>sse presente para ela. Imagine e escreva o que ela disse para o tio.<br />

“... eles me <strong>de</strong>ram correndo uma porção <strong>de</strong> Lobatos.”<br />

a) O que significa a expressão sublinhada na frase?<br />

b) Circule, no texto, a parte que mostra a intimida<strong>de</strong> adquirida pela personagem com os<br />

personagens do Sítio do Picapau Amarelo.<br />

08. “... sumi com o livro num canto do armário, e voltei para minhas histórias<br />

em quadrinhos.”<br />

Escreva uma diferença entre o livro e a história em quadrinhos que, provavelmente, fez a<br />

personagem pr<strong>ef</strong>erir os quadrinhos.<br />

4


09. Leia o texto abaixo e faça o que se pe<strong>de</strong>.<br />

Brasileiro não tem acesso ao livro<br />

O brasileiro só não lê porque não tem acesso ao livro. Isso acontece<br />

porque ganha mal e por <strong>de</strong>sconhecimento da obra que está no mercado.<br />

Somam-se a esses fatores a falta <strong>de</strong> costume, <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> do<br />

leitor se dirigir às estantes <strong>de</strong> uma biblioteca e apanhar um livro que estará<br />

à sua disposição.<br />

A conclusão é <strong>de</strong> Felipe Lindoso, diretor <strong>de</strong> Relações Institucionais da<br />

Câmara Brasileira do Livro. (...)<br />

Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2008.<br />

a) Existe relação entre o texto acima e o texto “Eu te lendo”? Justifique.<br />

b) O texto mostra que há fatores que impe<strong>de</strong>m o brasileiro <strong>de</strong> ler, mas se ele tiver boa<br />

vonta<strong>de</strong> e quiser, ele po<strong>de</strong>rá ler muito. O que ele po<strong>de</strong>rá fazer para que isso aconteça?<br />

10. Observe o cartum. Qual i<strong>de</strong>ia ele nos transmite?<br />

5


Caio, o colecionador<br />

Caio adorava colecionar coisas. Uma parte do seu guardaroupa<br />

era para vários objetos: álbuns <strong>de</strong> figurinhas, selos,<br />

chaveiros, pedras, moedas, a<strong>de</strong>sivos.<br />

Nem tudo era completo porque ele às vezes mudava <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong>. Teve uma época em que estava ligado em guardar botões<br />

<strong>de</strong> camisas: o pessoal da casa teve que se cuidar.<br />

Outra vez, foi a fase <strong>de</strong> colecionar insetos: pernilongos,<br />

muriçocas, besouros, pulga e até a barata Felismina, que era a sua<br />

pr<strong>ef</strong>erida. Com uma minicesta <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong> caçar borboleta, pegava<br />

bichinhos vivos e guardava num aquário vazio que tinha no seu<br />

quarto, com cuidado <strong>de</strong> tampar a parte <strong>de</strong> cima para nenhum sair.<br />

Caio tinha um carinho especial por essa coleção em particular. Não <strong>de</strong>ixava ninguém<br />

colocar a mão.<br />

O pessoal <strong>de</strong> sua casa encrencava:<br />

“On<strong>de</strong> você vai parar <strong>de</strong>sse jeito colecionando esses troços esquisitos?”<br />

“Por que não vai brincar com os outros meninos da sua ida<strong>de</strong>?”<br />

Mas ele não ligava e continuava com suas caçadas domésticas. Até que, certo dia,<br />

teve um sonho esquisito pra burro, colorido e com legenda. Nele, a barata Felismina dizia:<br />

- Por que você não coleciona <strong>de</strong>sejos? É bem mais interessante que figurinhas.<br />

- Que coleção mais doida!... On<strong>de</strong> vou por tudo isso?<br />

- Nesses potinhos <strong>de</strong> fermento em pó que eu trouxe. E enfileirou vinte potinhos<br />

vazios na mesa.<br />

- Se os <strong>de</strong>sejos ficarem guardados em potinhos <strong>de</strong> fermento, eles crescerão mais<br />

<strong>de</strong>pressa! <strong>–</strong> disse uma voz, a da barata Felismina.<br />

Caio acordou tão impressionado com o sonho que nem acen<strong>de</strong>u a luz. Trocou <strong>de</strong> roupa<br />

no escuro e foi escovar os <strong>de</strong>ntes. Quando estava tomando café, a faxineira foi para o<br />

corredor e perguntou para ele:<br />

- Caio, o que eu faço com esses potinhos que estão na sua mesa?<br />

- Deixa eles no mesmo lugar <strong>–</strong> disse ele fazendo cara natural.<br />

Na escola, só pensava nos potinhos mágicos. Não via a hora <strong>de</strong> voltar pra casa e<br />

cuidar <strong>de</strong>les.<br />

Na hora do recreio foi conversar com Edu.<br />

- Edu, quais são seus <strong>de</strong>sejos?<br />

- Como assim? <strong>–</strong> perguntou Edu dando uma mordida no cachorro-quente.<br />

- As suas vonta<strong>de</strong>s... O que gostaria <strong>de</strong> ser ou <strong>de</strong> fazer...<br />

- Ah! Muitas coisas... Quero ser marinheiro quando crescer, ganhar o campeonato <strong>de</strong><br />

futebol, namorar a Gabriela...<br />

- Você me empresta?<br />

- Emprestar o quê?<br />

- Uma <strong>de</strong>ssas coisas que você acabou <strong>de</strong> falar.<br />

- Ah! Eu não <strong>–</strong> disse o outro <strong>–</strong> eu é que quero e você é que fica?<br />

- Só por um tempinho... É pra minha coleção... Depois eu <strong>de</strong>volvo...<br />

- Até que é uma brinca<strong>de</strong>ira divertida! <strong>–</strong> disse o outro.<br />

Em seguida foi conversar com a Renata. Ela era a menina mais<br />

chata da classe. Caio foi chegando <strong>de</strong>vagar:<br />

- Renatinha, queridinha, você quer ser aeromoça?<br />

6


- Eu quero, ora, todo mundo sabe disso! <strong>–</strong> disse ela dando um laço na maria-chiquinha.<br />

- Você também quer ser bailarina, não é?<br />

- Claro! Confirmou ela mais uma vez <strong>–</strong> mas por que você quer saber tudo isso?<br />

- Por que eu quero emprestada uma <strong>de</strong>ssas vonta<strong>de</strong>s.<br />

- Ah, é? E o que eu recebo em troca?<br />

- Eu posso <strong>de</strong>ixar você com a minha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser cachorro.<br />

- Você quer ser bicho?<br />

- Por um dia. Adoro cães. Daria um minuto da minha vida para ser um pastor-alemão.<br />

- Você está gozando da minha cara, é? <strong>–</strong> ela berrou. Eu nem sei o que estou fazendo<br />

com um menino biruta feito você. Vá embora, seu colecionador <strong>de</strong> sonho!<br />

Caio ia caçando as vonta<strong>de</strong>s por atacado. Quando chegou o fim do dia, sua pasta<br />

estava entupida <strong>de</strong> sonhos dos outros.<br />

Os pais continuavam reclamando, mas ele não dava bola. A sua coleção já estava<br />

famosa na turma...<br />

01. Dê o significado das palavras sublinhadas.<br />

FLORA, Anna. Caio, o colecionador. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Salamandra, 1990 (Adaptação)<br />

a) O pessoal da casa <strong>de</strong> Caio encrencava com as coleções <strong>de</strong>le.<br />

b) Um menino biruta feito você!<br />

c) Renata confirmou mais uma vez que seria bailarina.<br />

d) No fim do dia, sua pasta estava entupida <strong>de</strong> sonhos.<br />

02. Observe alguns significados do verbo: ligar.<br />

a) Na frase abaixo, qual é o melhor significado do verbo ligar? Risque-o no quadro acima.<br />

03. Leia e responda.<br />

atar, unir prestar atenção combinar, soldar interessar-se, fortemente<br />

CERTA ÉPOCA CAIO ESTAVA LIGADO EM GUARDAR BOTÕES DE CAMISAS.<br />

a) Que coleção era essa?<br />

b) Por que o pessoal <strong>de</strong> sua casa encrencava com ele?<br />

04. Leia e faça o que se pe<strong>de</strong>:<br />

a) Que ativida<strong>de</strong>s eram sugeridas a Caio?<br />

Caio tinha um carinho especial por essa coleção em particular.<br />

O pessoal da casa <strong>de</strong> Caio, inconformado com a sua mania <strong>de</strong> colecionador, sugeria-lhe outras<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

b) Ele seguiu os conselhos <strong>de</strong> sua família? Sublinhe no texto a resposta correta.<br />

7


05. Leia e responda:<br />

06.<br />

“Na escola, Caio só pensava nos potinhos mágicos. Não via a hora <strong>de</strong> voltar pra casa e cuidar <strong>de</strong>les.”<br />

a) O que havia <strong>de</strong>ntro dos potinhos mágicos?<br />

b) Por que Caio <strong>de</strong>sejava cuidar tanto <strong>de</strong>les?<br />

Às vezes, Caio tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> colecionar outras coisas. Teve uma época em que o pessoal da<br />

casa <strong>de</strong>le precisou se cuidar.<br />

a) Por que todos da casa precisavam se cuidar?<br />

b) Na sua opinião, que cuidados <strong>de</strong>veriam ser tomados?<br />

07. Imagine que você pu<strong>de</strong>sse colecionar <strong>de</strong>sejos e vonta<strong>de</strong>s das pessoas. Cite dois <strong>de</strong>sejos que<br />

você colecionaria:<br />

dos seus colegas <strong>de</strong> escola:<br />

dos habitantes <strong>de</strong> Belo Horizonte:<br />

dos governantes do Brasil:<br />

8


08. Leia a história em quadrinhos e faça o que se pe<strong>de</strong>.<br />

Ziraldo. Curta o Menino Maluquinho. São Paulo, Globo 2006, p. 6<br />

b) Dê sua opinião sobre a coleção que o Menino Maluquinho fez.<br />

9<br />

a) Qual é a relação entre o texto:<br />

“Caio, o colecionador” e a<br />

história em quadrinhos “O<br />

Colecionador”? Justifique.<br />

c) O que você faz para ter uma coleção <strong>de</strong> amigos? Como você os trata? Escreva um<br />

pequeno texto.


Tem dias que a gente se sente<br />

Cansado.<br />

Cansado <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa, <strong>de</strong> tomar conta dos<br />

meus irmãos pra ajudar a mamãe, <strong>de</strong> jogar bola a tar<strong>de</strong><br />

inteira <strong>de</strong> sábado, <strong>de</strong> brincar com a turma até a hora do<br />

banho pra dormir. Cansado, mas feliz.<br />

Feliz porque é um cansaço gostoso, cansaço <strong>de</strong> estar vivo,<br />

com saú<strong>de</strong> e sendo criança como sou. Só que tem criança<br />

muito mais cansada que eu. E nem um pouquinho feliz...<br />

Estão cansadas <strong>de</strong> dar duro, como se fossem gente gran<strong>de</strong>,<br />

como quem não tem tempo pra ser criança, mesmo sendo.<br />

Todos os dias, eu acordo cedo, vou para a escola e encontro os meus amigos. Mas,<br />

não nos esquecemos <strong>de</strong> que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, no armazém, M<strong>ano</strong>lito já carrega caixas e<br />

Diogo ven<strong>de</strong> limões na calçada. Nenhum dos dois vai à escola como nós.<br />

Muitos pais não enten<strong>de</strong>m que a escola é o melhor caminho pra seus filhos<br />

apren<strong>de</strong>rem que po<strong>de</strong>m crescer felizes e sair <strong>de</strong>ssa pobreza tão gran<strong>de</strong> que há por todo<br />

lado. Também não enten<strong>de</strong>m que, brincando, a criança não está per<strong>de</strong>ndo tempo,<br />

mas apren<strong>de</strong>ndo a ser gente!<br />

Puxa, como tem menino ven<strong>de</strong>ndo balas nos sinais, limpando para-brisas! Menino <strong>de</strong> pés<br />

<strong>de</strong>scalços, engraxando sapatos!<br />

E haja criança ven<strong>de</strong>ndo jornal. E haja criança que <strong>de</strong>veria é estar empinando<br />

pipa e não trabalhando.<br />

Tem criança trabalhando <strong>de</strong> babá, quando precisava mesmo é que alguém<br />

tomasse conta <strong>de</strong>la, pra crescer feliz e saudável, como <strong>de</strong>via ser.<br />

Nesses dias, até eu fico mais cansado. E volto da escola pra casa não cansado <strong>de</strong><br />

estudar, mas <strong>de</strong> ver tanta criança fazendo o que não <strong>de</strong>veria fazer. Aí me dá uma<br />

vonta<strong>de</strong> doida <strong>de</strong> fazer alguma coisa.<br />

É quando encontro minha mãe que vem me dizer que, a partir <strong>de</strong> hoje, faz parte<br />

<strong>de</strong> um grupo que vai alfabetizar crianças carentes. Fico feliz.<br />

E, então, eu <strong>de</strong>scubro que algumas pessoas já estão trabalhando pra mudar essa situação.<br />

Que já enten<strong>de</strong>ram que é preciso educar as crianças e as famílias. Todo mundo precisa enten<strong>de</strong>r<br />

que a gente, pra crescer direitinho, precisa <strong>de</strong> escola e precisa <strong>de</strong> brincar.<br />

Quando todos enten<strong>de</strong>rem o valor <strong>de</strong> uma infância saudável, as coisas<br />

começarão a melhorar.<br />

E eu faço a minha parte. E sei que vou crescer e continuar fazendo tudo que<br />

pu<strong>de</strong>r pra mudar a história <strong>de</strong>ssas crianças.<br />

GOUVEIA, Luis Augusto. Tem dias que a gente se sente. Salvador: Fala Menino! Produções, 1999. (Adaptação).<br />

01. Qual é o melhor significado do verbo <strong>de</strong>scobrir na frase abaixo? Risque-o no quadro.<br />

“E, então eu <strong>de</strong>scubro que algumas pessoas já estão trabalhando para mudar essa situação.”<br />

DESCOBRIR<br />

Tirar a cobertura Notar, perceber Alcançar com a vista, avistar<br />

10


02. Escreva o significado da expressão em <strong>de</strong>staque.<br />

a) Tem criança cansada <strong>de</strong> dar duro como se fosse gente gran<strong>de</strong>.<br />

b) E haja criança que <strong>de</strong>veria é estar empinando pipa e não trabalhando.<br />

03. Responda.<br />

a) Qual é o assunto principal do texto?<br />

b) O narrador fala <strong>de</strong> outras crianças. Quem são as outras crianças?<br />

Que opinião o narrador tem sobre a vida que elas levam? Como ele justifica essa opinião?<br />

04. a) Descreva o personagem-narrador do texto: como ele é, com quem ele vive, como ele<br />

vive.<br />

b) Quando souberem o valor <strong>de</strong> uma infância saudável, as coisas começarão a<br />

melhorar.<br />

Como <strong>de</strong>ve ser uma infância saudável?<br />

De acordo com o personagem do texto, <strong>de</strong> que uma criança precisa para “crescer<br />

direitinho”?<br />

05. a) Segundo o narrador, a escola e as brinca<strong>de</strong>iras têm que fazer parte da vida <strong>de</strong> uma<br />

criança. Como ele justifica essa necessida<strong>de</strong>?<br />

11


) Leia o trecho e responda:<br />

É quando encontro minha mãe que vem me dizer que, a partir <strong>de</strong> hoje, faz parte <strong>de</strong><br />

um grupo que vai alfabetizar crianças carentes. Fico feliz.<br />

Como o narrador<strong>–</strong>personagem acredita que esse trabalho possibilitará mudança na vida<br />

das crianças carentes? Explique.<br />

06. Leia essa reportagem sobre crianças que trabalham em um lixão no município São Paulo e<br />

responda.<br />

a) Qual é o assunto principal <strong>de</strong>ssa reportagem?<br />

b) Ricardo usa bota. Por que ele precisou tomar esse cuidado?<br />

c) Que perigos e doenças po<strong>de</strong>m sofrer crianças e pessoas que vivem ou trabalham em<br />

lixões?<br />

12


d) Em 1959, a UNICEF, um órgão da ONU, proclamou uma Declaração dos Direitos da<br />

Criança, contendo 10 princípios <strong>de</strong> proteção à criança. Veja um <strong>de</strong>les.<br />

Direito a ser protegido contra o abandono e exploração no trabalho.<br />

No texto lido, esse direito é garantido a Ricardo e Reinaldo? Justifique.<br />

07. Observe o cartaz<br />

a) Crie um texto para explicá-lo.<br />

b) Leia os <strong>de</strong>poimentos. O que eles nos informam? Assinale, com X as opções corretas.<br />

Revista Época. São Paulo, Globo, 1998.<br />

c) Criança <strong>de</strong>ve brincar, ir à escola e <strong>de</strong>ve também ter <strong>de</strong>veres.<br />

13<br />

( ) criança e adolescente<br />

estão fora<br />

da escola, por<br />

necessida<strong>de</strong>.<br />

( ) crianças começam<br />

a trabalhar muito<br />

tempo antes do<br />

que <strong>de</strong>veriam.<br />

( ) adolescentes têm<br />

seus direitos assegurados.<br />

Você concorda com essa afirmativa? Escreva a sua resposta apresentando argumentos que<br />

fundamentem a sua opinião.<br />

3


TEXTO I<br />

Eu tenho que achar um lugar para escon<strong>de</strong>r as minhas vonta<strong>de</strong>s. Não digo vonta<strong>de</strong><br />

magra, pequenininha: tomar sorvete a toda hora, comprar um sapato novo que eu não aguento<br />

mais o meu. Vonta<strong>de</strong> assim todo mundo po<strong>de</strong> ver, não tô ligando a mínima. Mas as outras <strong>–</strong> as<br />

três que <strong>de</strong> repente vão crescendo e engordando toda a vida <strong>–</strong> ah, essas eu não quero mostrar.<br />

De jeito nenhum.<br />

Nem sei qual das três eu quero mais. Às vezes, acho que é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescer <strong>de</strong> uma<br />

vez e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser criança. Outra acho que é ter<br />

nascido garoto em vez <strong>de</strong> menina. Mas hoje estou<br />

achando que é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever. Já fiz tudo<br />

para me livrar <strong>de</strong>las. Hmm! Não adiantou.<br />

No mês passado, a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever <strong>de</strong>u<br />

para crescer também. A coisa começou assim:<br />

Um dia fiquei pensando o que é que eu ia<br />

ser mais tar<strong>de</strong>. Resolvi que ia ser escritora. Então<br />

já fui fingindo que era. Só para treinar. Comecei<br />

escrevendo esta carta:<br />

Dá. André.<br />

No outro dia quando fui botar um sapato, achei lá <strong>de</strong>ntro a<br />

resposta:<br />

Parecia até telegrama, que a gente escreve bem curtinho pra não custar muito caro. Mas não<br />

liguei. Escrevi <strong>de</strong> novo [...]<br />

E eu estava tão ligada na carta do André que nem vi meu irmão atrás <strong>de</strong> mim lendo<br />

também.<br />

Ele arrancou a carta, da minha mão, quis saber quem era o André. Seu namorado?<br />

— É o seguinte: eu resolvi ser escritora, sabe? E escritora tem que viver inventando gente,<br />

en<strong>de</strong>reço, tel<strong>ef</strong>one, casa. Então eu inventei o André. Pra já ir treinando.<br />

— Guarda essas i<strong>de</strong>ias pra mais tar<strong>de</strong> tá bem? Em vez <strong>de</strong> gastar tempo com tanta<br />

bobagem, aproveita para estudar melhor. Ah! E olha: não quero pegar outra carta para o<br />

André.<br />

NUNES, Lygia Bojunga. A bolsa amarela. Agir, RJ.1972.p.17 (Adaptação)<br />

14<br />

Prezado André,<br />

Ando querendo bater um papo. Mas<br />

ninguém tá a fim. Aqui eles dizem que não<br />

têm tempo. Mas ficam vendo televisão.<br />

Queria te contar minha vida. Dá pé?<br />

Um abraço da Raquel<br />

Oi André!<br />

O pessoal aqui em casa até que se vira: meu pai e minha mãe trabalham, meu irmão tá tirando<br />

faculda<strong>de</strong>, minha irmã mais velha também trabalha, só vejo eles <strong>de</strong> noite. Mas minha irmã mais moça nem<br />

trabalha nem estuda, então toda hora a gente esbarra uma na outra. Sabe o que é que ela diz? Que é ela que<br />

manda em mim, vê se po<strong>de</strong>. Não posso nunca ir na casa <strong>de</strong> ninguém: ela sai, passa a chave na porta e eu fico<br />

aqui trancada. Bem que eu queria pular a janela, mas nem isso dá pé: sexto andar. Essa irmã que tô falando é<br />

bonita pra burro. Mas nem sei se ela é bonita ou mascarada. Imagine que outro dia ela disse: “Eu sou tão<br />

bonita que não preciso trabalhar nem estudar.”<br />

Escuta aqui, André, você me faz um favor? Pára com essa mania <strong>de</strong> telegrama e me escreva.<br />

POR FAVOR, sim?


01. Circule, nos quadros, o melhor significado das palavras sublinhadas nas frases.<br />

“E eu estava tão ligada na carta <strong>de</strong> André, que nem vi meu irmão atrás <strong>de</strong> mim.”<br />

“Ele arrancou a carta <strong>de</strong> minha mão e quis saber quem era o André.”<br />

02. Escreva o significado da expressão e da palavra sublinhada das frases.<br />

“Essa irmã que eu tô falando, é bonita pra burro.”<br />

“Bem que eu queria pular a janela, mas nem sei se isso dá pé: sexto andar.”<br />

03. Responda.<br />

a) Quais vonta<strong>de</strong>s Raquel consi<strong>de</strong>ra “magras”?<br />

b) Você concorda com a personagem que essas vonta<strong>de</strong>s precisam ser escondidas?<br />

Justifique.<br />

04. a) Quais vonta<strong>de</strong>s Raquel classifica como “gordas”? Qual <strong>de</strong>las ela conseguiu realizar?<br />

b)<br />

LIGADA<br />

que se ligou, pregada;<br />

que é executada sem interrupções;<br />

concentrada, atenta.<br />

Escreva qual foi a intenção <strong>de</strong> Raquel ao escrever “POR FAVOR”, <strong>de</strong>ssa forma.<br />

15<br />

ARRANCOU<br />

tirou com mais ou menos força ou<br />

violência;<br />

<strong>de</strong>spren<strong>de</strong>u da terra, <strong>de</strong>senraizou;<br />

separou, afastou.<br />

Escuta aqui, André, você me faz um favor? Pára com essa mania <strong>de</strong><br />

telegrama e me escreva. POR FAVOR, sim?


05.<br />

De acordo com o texto, essa afirmativa é verda<strong>de</strong>ira? Justifique sua resposta com informação<br />

do texto.<br />

06. a) Releia a primeira carta <strong>de</strong> Raquel a André e complete:<br />

Como ela justifica estar escrevendo para ele?<br />

b)<br />

c)<br />

Leia a palavra sublinhada. A quem Raquel se r<strong>ef</strong>ere?<br />

O que Raquel queria saber ao fazer essa pergunta?<br />

07. A irmã <strong>de</strong> Raquel diz:<br />

André, o amigo para quem Raquel escreve, é real.<br />

Eles dizem que não têm tempo. Mas ficam vendo televisão.<br />

“Queria te contar a minha vida. Dá pé”?<br />

“Eu sou tão bonita que não preciso trabalhar nem estudar.”<br />

Escreva à irmã <strong>de</strong> Raquel dando a sua opinião sobre isso, justificando-a. (Crie um nome para<br />

ela.)<br />

16


08. Como Raquel <strong>de</strong>fine a família <strong>de</strong>la para André? Coloque-se no lugar <strong>de</strong>la e escreva o texto.<br />

Leia o texto e resolva às questões 09 e 10.<br />

TEXTO II<br />

Minha família é assim...<br />

09. Existe relação entre os TEXTOS I e II? Justifique.<br />

10. a) No TEXTO II, segundo Ana Maria, <strong>de</strong> que ela precisava para se tornar um anjo?<br />

b) Leia a fala <strong>de</strong> Ana Maria sublinhada no TEXTO II, dê a sua opinião e justifique-a.<br />

Ana Maria conseguirá voar?<br />

17<br />

Raquel<br />

Ana Maria só queria uma coisa na vida; queria ser anjo. Anjo, sim, anjo. Anjo<br />

daqueles <strong>de</strong> folhinhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos, <strong>de</strong> cartões. Anjo, bom, admirado. Anjo.<br />

Tanto insistiu que a mãe comprou as asas. E fez um vestido comprido e largo.<br />

Pronto! Era o necessário. Parecia um anjo!<br />

Subiu numa ca<strong>de</strong>ira, pronta para voar. Pulou no chão. Não voou.<br />

Mexeu os braços, tentou mais um pouco. Nada!<br />

“Quem sabe preciso <strong>de</strong> um impulso do vento?”<br />

CARRASCO, Walcyr Rodrigues. A menina que queria ser anjo. Ed. Nacional, São Paulo, 2005. p.p.3-5.


Téo, o menino azul<br />

Aconteceu há alguns <strong>ano</strong>s, em uma cida<strong>de</strong>zinha chamada Fraterna, um fato muito interessante<br />

com o garoto Teo.<br />

Certa manhã, ele <strong>de</strong>spertou animado, gritando, para todo mundo ouvir, que havia tido um<br />

sonho e que <strong>de</strong>scobrira qual a solução para os problemas dos homens.<br />

Dizia ele que os problemas existiam porque os homens eram nervosos, e, por isso, não<br />

conseguiam resolver as questões mais comuns.<br />

A solução <strong>de</strong> todos os conflitos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria da calma dos homens.<br />

Teo usava uma regra simples para manter a serenida<strong>de</strong>; sempre que se exaltava um pouco,<br />

olhava para o céu e fitava todo aquele azul (azul-claro, é claro!) e logo sua paz voltava.<br />

Daquela manhã em diante, procurou convencer todo mundo <strong>de</strong> que, se tudo fosse pintado <strong>de</strong><br />

azul (azul-claro, é claro!), os homens não mais brigariam, pois estariam sempre tranquilos.<br />

E, para implantar sua i<strong>de</strong>ia por toda a terra habitada, Teo resolveu escrever uma carta para<br />

cada ch<strong>ef</strong>e das nações que ele consi<strong>de</strong>rava as mais po<strong>de</strong>rosas.<br />

O menino pensou: se leis aceitassem meu pl<strong>ano</strong> <strong>de</strong> pintar tudo <strong>de</strong> azul (azul-claro, é claro!)<br />

todos os outros países, sem dúvida, irão seguir esse exemplo. A paz, certamente, voltará ao mundo!<br />

Teo esperou, esperou, e nada <strong>de</strong> resposta às suas cartas.<br />

Então pensou: talvez seja mais fácil convencer o presi<strong>de</strong>nte do nosso país... Afinal <strong>de</strong> contas,<br />

falamos a mesma <strong>língua</strong>... Ele me dará atenção.<br />

Escreveu, portanto, nova carta, recomendando que fosse feita uma lei<br />

<strong>de</strong>terminando que tudo no nosso país fosse pintado <strong>de</strong> azul (azul-claro, é claro!):<br />

“Nosso país será exemplo para os países mais po<strong>de</strong>rosos do mundo, e<br />

eles serão exemplos para o mundo todo. A paz reinará na Terra”.<br />

Teo, esperou, esperou, e nada <strong>de</strong> resposta à sua carta. Mas Teo não <strong>de</strong>sistiu!<br />

Decidiu escrever para o governador do nosso estado, dizendo a mesma coisa e terminou assim:<br />

“A paz estará garantida para todos os homens”.<br />

Teo esperou, esperou, e nada <strong>de</strong> resposta à sua carta.<br />

Resolveu tentar a última vez e escreveu para o pr<strong>ef</strong>eito da cida<strong>de</strong>. A carta terminava assim:<br />

“Existirá paz, afinal!”.<br />

Teo esperou, esperou, e nada <strong>de</strong> resposta do pr<strong>ef</strong>eito.<br />

Desanimado por ninguém dar atenção a um assunto tão importante como a paz no mundo, Teo<br />

sentou-se à sombra da frondosa árvore <strong>de</strong>fronte da sua casa, abraçou fortemente os joelhos, abaixou a<br />

cabeça e começou a chorar. Adormeceu assim. Vez por outra, soluçava.<br />

Quando acordou, Teo olhou para sua casa. Que surpresa! Por incrível que pareça só agora se<br />

dava conta <strong>de</strong> que ela era amarela, e já bem <strong>de</strong>sbotada. Levantou-se num pulo e gritou:<br />

— Isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> mim, <strong>de</strong> mais ninguém! Ela vai ser azul (azul-claro, é claro!).<br />

Teo pintou e pintou. Dentro <strong>de</strong> poucos dias, a casinha já parecia outra.<br />

Estava renovada, remoçada, linda! Estava toda azul (azul-claro, é claro!).<br />

Teo havia feito aquilo que dizia para os outros fazerem. Estava<br />

realmente feliz. Estava feliz consigo mesmo! Tinha dado início ao pl<strong>ano</strong> <strong>de</strong><br />

tornar o mundo azul (azul-claro, é claro!).<br />

Sem que ninguém se <strong>de</strong>sse conta e sem que Teo percebesse, ele estava<br />

interferindo <strong>de</strong> uma forma muito positiva no mundo todo.<br />

Sim, em todo o nosso planeta, pois todos aqueles que por ali passavam paravam, olhavam e se<br />

admiravam. Se passassem sisudos, dali partiam sorrindo.<br />

Muitas e muitas pessoas gostaram tanto da cor, que também suas casas pintaram <strong>de</strong> azul (azulclaro,<br />

é claro!).<br />

Teo percebeu, afinal, que o mundo seria melhor se cada um fizesse tudo o que estivesse ao seu<br />

alcance, sem nenhuma imposição.<br />

Sua i<strong>de</strong>ia, sem <strong>de</strong>mora, se espalhou pelo mundo, e se tornou tão real que, quando vão para a<br />

Lua, os astronautas atestam que <strong>de</strong> lá se vê o planeta Terra como uma linda esfera azul.<br />

Um azul da cor do céu. Um azul da cor da paz. Um azul...azul. Azul-claro, é claro!<br />

COSTA, Paulo Riani. Teo, o Menino Azul. São Paulo: Ed. Salesiana. 2006.<br />

18


GLOSSÁRIO:<br />

Exaltava: ficava irritado Convencer: fazer alguém acreditar em você Sisudos: muito sérios<br />

01. Complete o quadro abaixo, com palavras do texto.<br />

Serenida<strong>de</strong><br />

Problemas<br />

Despertou<br />

Decidiu<br />

Animado<br />

Palavra Sinônimo Antônimo<br />

PROBLEMAS TODO MUNDO TEM!<br />

NUM SONHO, TEO DIZIA TER DESCOBERTO A SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS DOS HOMENS.<br />

02. Responda com atenção.<br />

a) Segundo Teo, por que os homens tinham problemas?<br />

b) Para os homens solucionarem seus problemas, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria?<br />

c) Teo sabia o que fazer para manter sua calma. E por esse motivo tentou convencer as<br />

pessoas <strong>de</strong> sua verda<strong>de</strong>.<br />

O que elas <strong>de</strong>veriam fazer para estarem sempre tranquilas?<br />

d) Desanimado por ninguém dar atenção às suas cartas e quase <strong>de</strong>sistindo do seu sonho, Teo<br />

teve uma surpresa.<br />

Qual foi a sua surpresa? Qual providência tomou logo em seguida?<br />

03. Relacione as afirmativas da coluna da esquerda com as da coluna da direita.<br />

Atenção, uma completa a outra!<br />

1<br />

2<br />

3<br />

Isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> mim, <strong>de</strong> mais<br />

ninguém!<br />

Teo resolveu escrever uma carta<br />

para cada ch<strong>ef</strong>e das nações ...<br />

Sem que ninguém se <strong>de</strong>sse conta e<br />

sem que Teo percebesse...<br />

19<br />

Se tudo fosse pintado <strong>de</strong> azul (azulclaro,<br />

é claro!) os homens não<br />

mais<br />

Ele interferiu <strong>de</strong> uma forma muito<br />

positiva no mundo todo.<br />

Teo percebeu que o mundo seria<br />

melhor se cada um fizesse tudo o<br />

que estivesse ao seu alcance, sem<br />

nenhuma imposição.


04. Faça as ativida<strong>de</strong>s.<br />

a) Teo tinha feito aquilo que dizia para os outros fazerem. Estava realmente muito feliz.<br />

Escreva dois motivos que comprovam a felicida<strong>de</strong> encontrada por Teo.<br />

<br />

<br />

b) Qual era realmente a maior preocupação <strong>de</strong> Teo?<br />

05. Escreva um pequeno texto, afirmando ou negando se você vê alguma relação entre a história<br />

<strong>de</strong> Teo e a história <strong>de</strong> Tistu. Justifique sua opinião.<br />

06. Leia o anúncio ao lado e faça o que se pe<strong>de</strong>:<br />

Você toma banho. Você escova os <strong>de</strong>ntes.<br />

Você penteia o cabelo. Você corta as unhas.<br />

Não está na hora <strong>de</strong> você criar novos hábitos?<br />

Estado <strong>de</strong> Minas, 26 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2008.<br />

20<br />

a) O anúncio te faz um convite!<br />

Qual é o convite e qual é o seu<br />

objetivo?<br />

b) O anúncio apresenta soluções para evitar o problema. Escreva três <strong>de</strong>les.<br />

c) Quais são os órgãos organizadores da campanha?<br />

07. Leia um trecho <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> opinião publicado no suplemento Folha Equilíbrio do jornal<br />

Folha <strong>de</strong> São Paulo em 5 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2004.<br />

Escola é lugar para levar celular? Não é preciso pensar muito para concluir que não. É mais ou menos<br />

a mesma coisa que a criança ou o jovem levar livros para uma danceteria, por exemplo. Caso isso<br />

ocorresse, seria bem difícil que ele, em um intervalo da música ou da conversa, aproveitasse para dar<br />

um lida rápida, certo?<br />

Copie as palavras grifadas no trecho acima e justifique a sua acentuação.


TEXTO I<br />

Pedro Malasarte, certo dia, largou a casa do pai, indo correr mundo. Logo no primeiro dia<br />

encontrou um urubu com uma asa quebrada, batendo-se no meio da estrada. Agarrou o urubu<br />

e meteu-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um saco, seguindo caminho.<br />

Ao <strong>ano</strong>itecer, estava diante <strong>de</strong> uma casa gran<strong>de</strong> e bonita, alpendrada. Pela janela reparou<br />

que uma mulher guardava vários pratos <strong>de</strong> comidas saborosas e garrafas <strong>de</strong> vinho. Observou<br />

atentamente tudo o que a mulher guardava e on<strong>de</strong> guardava. Bateu e pediu abrigo, mas a<br />

mulher recusou, dizendo que o marido não estava em casa e ficava feio ter um homem <strong>de</strong><br />

portas a <strong>de</strong>ntro.<br />

Malasarte então foi para <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> uma árvore disposto a esperar. De repente apareceu o<br />

marido montado num cavalo alazão. Malasarte pensou: É agora! Vou me <strong>de</strong>liciar. A mulher,<br />

rapidamente, fez com que a comida <strong>de</strong>saparecesse <strong>de</strong>ntro dos armários e foi receber o marido.<br />

Pedro Malasarte ficou sem enten<strong>de</strong>r, mas tinha um pl<strong>ano</strong>.<br />

Malasarte esperou que o dono da casa mudasse os trajes e tornou a bater e pedir abrigo. O<br />

dono apareceu, mandou-o entrar, lavar as mãos e convidou-o para jantar com ele.<br />

A comida que apareceu era outra, bem pobre e malfeita. Malasarte, sempre com o urubu<br />

<strong>de</strong>ntro do saco, chutou-lhe, fazendo-o roncar, e começou a falar baixinho, como se estivesse<br />

discutindo com ele.<br />

— Com quem está falando? — perguntou o dono da casa.<br />

— Com esse urubu. Sim senhor, falando e adivinhando. Esse urubu é ensinado adivinhar.<br />

— Um urubu que fala? Impossível! Mas... se esse aí resolveu falar, diga-me: o que ele está<br />

adivinhando agora?<br />

— Está me dizendo que naquele armário há um peru assado, arroz <strong>de</strong> forno, bolo <strong>de</strong><br />

milho e três garrafas <strong>de</strong> vinho.<br />

— Não me diga ... Procura aí, mulher!<br />

A mulher procurou e, fingindo-se assombrada pela surpresa, encontrou tudo quanto<br />

anunciara “o urubu” e trouxe os pratos e os vinhos para a mesa. Comeram fartamente e o dono<br />

quis porque quis comprar o urubu. Pela manhã Malasarte, muito contrariado, aceitou o dinheiro<br />

alto e foi embora, <strong>de</strong>ixando o urubu que nunca mais adivinhou coisa alguma.<br />

Disponível em: . (adaptado).<br />

01. Pinte nos quadros abaixo o melhor significado dos verbos sublinhados nas frases.<br />

a) Pela janela reparou que uma mulher guardava vários pratos <strong>de</strong> comidas saborosas.<br />

b) A mulher encontrou tudo quanto anunciara “o urubu” e trouxe os pratos e os vinhos<br />

para a mesa.<br />

REPARAR ANUNCIAR<br />

consertar alguma coisa;<br />

noticiar, dar a conhecer;<br />

perceber, notar;<br />

dar importância, ligar.<br />

21<br />

indicar;<br />

comunicar a chegada <strong>de</strong>.


02. O dono da casa quis comprar o urubu.<br />

a) Por que o dono da casa quis tanto comprar o Urubu?<br />

b) Como Malasarte fez com que um urubu <strong>de</strong> asa quebrada se tornasse tão valioso?<br />

c) Pela manhã, Malasarte muito contrariado aceitou o dinheiro alto pela venda do urubu e<br />

foi embora. Será que ele ficou realmente contrariado por ven<strong>de</strong>r o urubu? Explique.<br />

03. Malasarte foi embora <strong>de</strong>ixando o urubu que nunca mais adivinhou mais nada.<br />

Por que o urubu não adivinhou mais nada, <strong>de</strong>pois que Malasarte foi embora?<br />

Assinale com um X a opção correta.<br />

( ) O urubu nunca mais adivinhou nada pois sentia falta <strong>de</strong> Pedro Malasarte.<br />

( ) O urubu parou <strong>de</strong> adivinhar pois ficou muito doente.<br />

( ) Na verda<strong>de</strong> o urubu não parou <strong>de</strong> adivinhar, ele nunca havia adivinhado nada.<br />

( ) A mulher tratava muito mal o urubu, por isso ele não adivinhava mais nada.<br />

04. Escreva duas características do personagem Pedro Malasarte<br />

<br />

<br />

22


TEXTO II<br />

Resgate <strong>de</strong> urubu na Lagoa mobiliza 16 bombeiros<br />

Publicada em 11/10/2006 às 23h05m<br />

O Globo Online e Eduardo Maia - O Globo<br />

RIO <strong>–</strong> O resgate <strong>de</strong> um urubu que ficou preso entre uma gra<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contenção e uma encosta, na Lagoa Rodrigo <strong>de</strong> Freitas,<br />

mobilizou cinco carros e 16 bombeiros na manhã <strong>de</strong>sta quartafeira,<br />

como mostra reportagem do jornal "O Globo" <strong>de</strong>sta<br />

quinta-feira. A ave, apelidada <strong>de</strong> Obina, estava presa há 11 dias<br />

atrás do edifício Rhapsody, na Avenida Epitácio Pessoa,<br />

conforme foi mostrado na coluna <strong>de</strong> Ancelmo Gois no Globo.<br />

A operação durou uma hora e meia e foi feita por dois bombeiros que <strong>de</strong>sceram 50 metros da<br />

encosta <strong>de</strong> rapel. Eles precisaram abrir um buraco na tela <strong>de</strong> contenção para alcançar o urubu. —<br />

Tudo foi feito com muita calma com a intenção <strong>de</strong> não ferir o animal — contou o comandante do<br />

Grupamento <strong>de</strong> Busca e Salvamento, coronel Djalma <strong>de</strong> Souza Filho, um dos coor<strong>de</strong>nadores da<br />

operação.<br />

Enfraquecido, o animal foi levado para o Zoológico <strong>de</strong> Niterói, on<strong>de</strong> foi constatado que ele não<br />

apresentava ferimentos e que seu abatimento era causado por fome e se<strong>de</strong>. Após alguns dias <strong>de</strong><br />

observação, Obina será solto. Há uma semana bombeiros estiveram no local, mas não pu<strong>de</strong>ram<br />

implementar a missão <strong>de</strong> resgate por conta das condições climáticas.<br />

Fonte: . Acesso em: 04 set. 2011.<br />

05. Assinale com um X a opção que completa a frase.<br />

O texto acima é...<br />

( ) Um conto ( ) Um conto maravilhoso ( ) Uma reportagem<br />

06. Baseado no TEXTO II responda:<br />

a) Em que dia, mês e <strong>ano</strong> o urubu foi resgatado?<br />

b) Quem salvou a vida do Urubu?<br />

c) Em que cida<strong>de</strong> esse fato aconteceu?<br />

d) Após ser resgatado, para on<strong>de</strong> o animal foi levado?<br />

07. Responda.<br />

a) Obina mostrava-se bastante abatido? Que motivo o <strong>de</strong>ixou assim?<br />

b) Po<strong>de</strong>mos dizer que o urubu encontrado por Pedro Malasarte e pelos bombeiros na Lagoa<br />

Rodrigo <strong>de</strong> Freitas tiveram a mesma sorte? Explique.<br />

23


08. Malasarte nem precisou <strong>de</strong> muito esforço para conseguir ven<strong>de</strong>r o urubu.<br />

ZICS/gmf<br />

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