Revista Santa Cruz Ano 74 - 2010 - outubro/dezembro

matemática, mas eu não sabia
matemática. Combinamos então
que eu daria latim, português,
francês e história.
Em 1962, fui para Pirapora. Foi
um período de muita angústia.
Eu atendia a comunidade de
Buritizeiro, do outro lado do Rio das
Velhas. O pároco, frei Oswaldo, era
uma pessoa difícil. De 31 de maio
a 30 de junho, fi z uma desobriga,
percorrendo vários lugarejos onde
não havia padres. Cheguei até São
Romão. Foi uma experiência boa,
mas acabei pegando malária, o que
me acompanhou por vários anos,
me fragilizando muito. Apanhei
schistosa (esquistossomose) dentre
outras doenças. Passei dez anos em
tratamento e cheguei a pesar 53
quilos.
Fui nomeado então para Teófi lo
Otoni, visto que não podia fi car
em Pirapora. Acabei não indo e
fi quei perto de Papagaio (1963
a setembro de 1965), nas roças,
enquanto tratava da doença, e
em Cachoeira dos Macacos onde,
inclusive, ajudei a fundar o ginásio,
e Inhaúma, até 1965.
Em 1965, fui para Cavalcante,
no Rio de Janeiro, junto com frei
Daniel Navarro. Eu só celebrava
missas e dava catequese nas
escolas. A paróquia era muito
desorganizada. Ali também tive
uma crise vocacional.
Fui então o primeiro vigário da
paróquia Santa Cruz do Senhor,
muito pobre, além de capelão das
Oblatas do Ssmo. Redentor, no
hospital Nossa Senhora das Dores.
Neste período, minhas duas irmãs
se mudaram para o Rio de Janeiro
e estavam com grande difi culdade
fi nanceira. Eu as ajudava com o que
recebia no hospital. Fiquei no Rio
de Janeiro de 1965 a 1977.
RSC: Como foi sua experiência de
Comissário da Terra Santa?
Frei Leto: Foi boa, mas também
muito cansativa, pois tinha de
viajar muito. Ao mesmo tempo,
ajudava em jubileus e outras
festas, principalmente na região de
Barbacena e Cipotânia. Em 1978, fui
vigário em Papagaio, a pedido de
dom Daniel, bispo de Sete Lagoas.
Em 1972, fui vigário em Glaura,
com mais sete capelas perto de
Cachoeira do Campo, a pedido de
dom Luciano Mendes. Fiquei na
Terra Santa durante quinze anos.
Em 1992, fui para São João del-
Rei, onde fi quei por quatro anos
e dez meses e pude conviver com
frei Jordano Noordermeer, um
frade espetacular que, inclusive
teve um velório apoteótico, com
todo merecimento. Ele faleceu em
outubro de 1998, e fui para Pará de
Minas no ano seguinte. Entre 23 de
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