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Estudo de materiais locais para utilização nas obras geoambientais

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gEOTECNIA AMBIENTAL<br />

ESTUDO DE MATERIAIS<br />

LOCAIS PARA UTILIzAÇÃO NAS<br />

• FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS<br />

OBRAS gEOAMBIENTAIS<br />

a geotecnia ambiental, uma área relativamente nova da geotecnia, está<br />

em franco <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minimizar os impactos<br />

causados ao meio ambiente pelas <strong>obras</strong> geotécnicas e à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

contribuir <strong>para</strong> a sustentabilida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s industriais.<br />

aterro – Battre salvador aterro – rio Gran<strong>de</strong> ambiental<br />

Fotos: Vega engenharia Ambiental Fotos: Vega engenharia Ambiental<br />

Fotos: Thiago Marcel oshiro Campi Fotos: Thiago Marcel oshiro Campi<br />

Cobertura Flutuante lagoa<br />

Chorume<br />

Não obstante o objetivo principal <strong>de</strong> aplicação prática, a<br />

área <strong>de</strong> Geotecnia Ambiental é propícia também à pesquisa.<br />

Novos <strong>de</strong>safios vão sendo continuamente colocados<br />

à medida que os conhecimentos sobre o meio ambiente<br />

avançam e as exigências <strong>de</strong> preservação ambiental se tornam<br />

mais prementes.<br />

A Geotecnia Ambiental po<strong>de</strong> ser entendida como o ramo<br />

da geotecnia que trata da proteção do meio ambiente<br />

contra impactos antrópicos ou da recuperação do meio<br />

ambiente após tais impactos. Trata-se da <strong>utilização</strong> do<br />

conhecimento geotécnico tradicional e <strong>de</strong> novos conhecimentos<br />

específicos com o objetivo <strong>de</strong> manter ou aumentar<br />

a qualida<strong>de</strong> ambiental (estando englobados neste<br />

conceito os efeitos à saú<strong>de</strong> humana), valendo-se da associação<br />

com outras áreas do saber.<br />

evaporador <strong>de</strong> percolado terreno em itapevi drenagem superficial – itapevi<br />

breve histórico<br />

A Geotecnia Ambiental foi pela primeira vez tema <strong>de</strong> sessão<br />

técnica em 1977, no IX Congresso Internacional da então<br />

ISSMFe e atual ISSMGe (International Society for Soil Mechanics<br />

and Geotechnical Engineering). em 1992 foram criados<br />

na ISSMGe os comitês técnicos TC5 (Environmental Geotechnics)<br />

e TC7 (Tailings Dams). em 1994 ocorreu no Canadá<br />

o I International Congress on Environmental Geotechnics. Seguiram-se<br />

os ICeGs realizados em 1996, 1998, 2002, 2006 e<br />

2010 <strong>nas</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> osaka, lisboa, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Cardiff e<br />

New Delhi, respectivamente.<br />

No Brasil, foi apresentado um relato com o estado-da-arte<br />

da geotecnia ambiental em 1986, no VIII CoBRAMSeF. em<br />

1987 ocorreu o Simpósio sobre Barragens <strong>de</strong> Rejeitos e Disposição<br />

<strong>de</strong> Resíduos Industriais e <strong>de</strong> Mineração - ReGeo’87,<br />

Fotos: Vega engenharia Ambiental


organizado pela ABMS e ABGe. Seguiram-se<br />

os ReGeos <strong>de</strong> 1991, 1995, 1999,<br />

2003 e 2007, respectivamente, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, ouro Preto, São José dos<br />

Campos, Porto Alegre e Recife. Des<strong>de</strong><br />

2003, o evento é realizado em conjunto<br />

com o Simpósio Brasileiro <strong>de</strong> Geossintéticos,<br />

organizado pela IGS-Brasil,<br />

dada a extensa interface entre os assuntos.<br />

Têm ocorrido no país também<br />

diversos eventos <strong>para</strong>lelos com temas<br />

gerais ou específicos da geotecnia ambiental,<br />

<strong>de</strong> alcance regional, nacional<br />

ou mesmo internacional.<br />

em 1994, foi criado na ABMS o comitê<br />

técnico <strong>de</strong> Geotecnia Ambiental. em<br />

2007 separou-se um dos temas da<br />

geotecnia ambiental em um novo comitê<br />

técnico, Aterros <strong>de</strong> Resíduos.<br />

Ao longo <strong>de</strong> quase três décadas, o<br />

escopo da geotecnia ambiental vem<br />

aumentando, pois sua evolução acarreta<br />

novas questões e exige conhecimentos<br />

mais abrangentes.<br />

Camapum <strong>de</strong> Carvalho et al. (2009)<br />

ressaltam que as <strong>obras</strong> geotécnicas<br />

são muitas vezes causadoras <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s impactos e mesmo danos<br />

ambientais, <strong>de</strong>stacando-se as <strong>obras</strong><br />

rodoviárias, as barragens e as <strong>obras</strong><br />

em meio urbano, como as escavações<br />

e fundações. A esse rol po<strong>de</strong>mse<br />

acrescentar os aterros sanitários,<br />

os aterros <strong>de</strong> resíduos industriais e as<br />

barragens <strong>de</strong> rejeitos. Coerentemente,<br />

o campo <strong>de</strong> atuação inicial da geotecnia<br />

foi a prevenção e a mitigação<br />

<strong>de</strong>sses impactos, sendo inequívoco o<br />

avanço já alcançado.<br />

A contribuição <strong>para</strong> a sustentabilida<strong>de</strong><br />

das ativida<strong>de</strong>s econômicas, principalmente<br />

das industriais, vem sendo<br />

o principal mote das pesquisas atuais.<br />

o <strong>de</strong>staque está no reuso <strong>de</strong> resíduos<br />

agrícolas, industriais e <strong>de</strong> construção,<br />

<strong>de</strong> lodos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água<br />

e esgoto, <strong>de</strong> rejeitos <strong>de</strong> mineração<br />

e <strong>de</strong> diversos outros resíduos como<br />

garrafas plásticas e pneus. Cabe lembrar<br />

que a viabilida<strong>de</strong> econômica da<br />

aplicação <strong>de</strong> resíduos como aditivos<br />

ao solo ou como material geotécnico<br />

<strong>de</strong> uso específico (material drenante,<br />

por exemplo) tem enfoque diferente<br />

do tradicional: em vez <strong>de</strong> objetivo<br />

óbvio <strong>de</strong> melhorar as proprieda<strong>de</strong>s<br />

mecânicas e hidráulicas dos solos<br />

com redução <strong>de</strong> custos, o alvo po<strong>de</strong><br />

ser a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar a<br />

<strong>obras</strong> civis, sem redução <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

<strong>materiais</strong> que teriam alto custo <strong>de</strong><br />

disposição (em termos econômicos,<br />

ambientais e/ou sociais), avaliando o<br />

ganho econômico em um contexto<br />

maior <strong>de</strong> gestão dos resíduos.<br />

os temas atuais mais estudados são:<br />

<strong>locais</strong> <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos,<br />

como aterros sanitários (incluindo<br />

comportamento geomecânico <strong>de</strong> resíduos<br />

sólidos urbanos, <strong>de</strong>sempenho<br />

dos sistemas <strong>de</strong> impermeabilização e<br />

drenagem, estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> talu<strong>de</strong>s,<br />

aproveitamento <strong>de</strong> biogás e <strong>utilização</strong><br />

dos <strong>locais</strong> pós-fechamento), lagoas<br />

<strong>de</strong> efluentes e lodos, barragens <strong>de</strong><br />

rejeito; remediação; reuso <strong>de</strong> resíduos;<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento e/ou aplicação<br />

<strong>de</strong> <strong>materiais</strong>, tais como <strong>materiais</strong> <strong>locais</strong>,<br />

geossintéticos e novos <strong>materiais</strong>.<br />

Dentro <strong>de</strong>sses temas há ainda muito<br />

a progredir, tanto do ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento científico como<br />

<strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong><br />

pesquisas na prática da engenharia.<br />

novas tecnologias<br />

Como exemplo <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> novas tecnologias<br />

na geotecnia ambiental,<br />

cita-se o trabalho <strong>de</strong> Reddy (2010)<br />

sobre a aplicação <strong>de</strong> nanotecnologia<br />

em remediação <strong>de</strong> solos contaminados.<br />

Já é bastante utilizado o ferro <strong>de</strong><br />

valência nula <strong>para</strong> <strong>de</strong>gradar poluentes<br />

orgânicos halogenados (que têm<br />

em sua ca<strong>de</strong>ia, além <strong>de</strong> carbono e<br />

hidrogênio, elementos do grupo dos<br />

halogênios, como o cloro) em solos<br />

e águas subterrâneas. o ferro captura<br />

átomos <strong>de</strong> cloro formando FeCl3<br />

e compostos orgânicos com menor<br />

porcentagem <strong>de</strong> cloro. Assim, o pentacloroetileno<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>gradar <strong>para</strong><br />

tricloroetileno, dicloroetileno, cloreto<br />

<strong>de</strong> vinila, eteno e finalmente etano.<br />

Flare - Battre salvador<br />

técnico realizando medição <strong>de</strong> biogás<br />

ensaio <strong>de</strong> laboratório <strong>para</strong> estudo<br />

<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> poluentes<br />

FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS •<br />

Foto: Vega engenharia Ambiental<br />

Foto: Vega engenharia Ambiental<br />

Foto: Arquivo Pessoal


esse tratamento normalmente é feito por meio <strong>de</strong> barreiras<br />

reativas, isto é, barreiras verticais permeáveis escavadas<br />

no terreno contaminado que interceptam o fluxo <strong>de</strong> água<br />

subterrânea. os compostos presentes na água reagem com<br />

o material da barreira ao atravessá-la, ocorrendo uma remediação<br />

in situ passiva. o processo tem a <strong>de</strong>svantagem<br />

<strong>de</strong> ser lento, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> do fluxo <strong>de</strong> água<br />

subterrâneo.<br />

A <strong>utilização</strong> da nanotecnologia po<strong>de</strong> acelerar a remediação:<br />

nanopartículas <strong>de</strong> ferro (NPF) são introduzidas diretamente<br />

na zona contaminada. As NPF são mais reativas <strong>de</strong>vido à<br />

maior superfície específica, aumentando não só a velocida<strong>de</strong><br />

como também a eficiência do processo.<br />

Foram pesquisadas também condições <strong>para</strong> facilitar a mobilida<strong>de</strong><br />

das NPF em subsuperfície: dispersantes <strong>para</strong> estabilizar<br />

as suspensões injetadas, uma vez que as NPF ten<strong>de</strong>m<br />

a se aglomerar e <strong>de</strong>positar; e sistemas pressurizados<br />

e eletrocinéticos <strong>para</strong> facilitar a percolação das suspensões<br />

em solos <strong>de</strong> diferentes coeficientes <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong>.<br />

Há campos <strong>de</strong> aplicação <strong>para</strong> os quais os engenheiros geotécnicos<br />

ainda não <strong>de</strong>spertaram: segundo Jefferis (2010),<br />

engenheiros e cientistas <strong>geoambientais</strong> têm o treinamento e<br />

a competência <strong>para</strong> tratar questões relativas a energia, suprimento<br />

<strong>de</strong> alimentos e mudanças climáticas, mas estão subrepresentados<br />

nessas áreas e po<strong>de</strong>m estar per<strong>de</strong>ndo oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Dentre as questões relativas a essas três áreas <strong>de</strong><br />

priorida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se citar como exemplo a redução <strong>de</strong> emissão<br />

<strong>de</strong> carbono na construção civil pelo menos em dois aspectos:<br />

as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> obtenção, processamento e transporte dos<br />

<strong>materiais</strong> naturais ou manufaturados utilizados, e o gasto <strong>de</strong><br />

energia durante a construção e toda a vida útil da obra.<br />

estudo <strong>de</strong> Materiais <strong>locais</strong><br />

<strong>para</strong> <strong>utilização</strong> <strong>nas</strong> <strong>obras</strong><br />

geoaMbientais<br />

Dentre a significativa contribuição brasileira à geotecnia<br />

ambiental na maioria dos temas mencionados, será aqui<br />

Figura 1a<br />

Figura 1 – Curvas <strong>de</strong> compactação: (a) solos lateríticos (Bernucci 1995); (b) solos saprolíticos (Godoy 1997)<br />

• FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS<br />

<strong>de</strong>stacado o estudo <strong>de</strong> <strong>materiais</strong> <strong>locais</strong> <strong>para</strong> <strong>utilização</strong> em<br />

<strong>obras</strong> <strong>geoambientais</strong>.<br />

os solos lateríticos têm sido muito utilizados como material<br />

<strong>de</strong> empréstimo <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> camadas impermeabilizantes<br />

(liners) em <strong>locais</strong> <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos,<br />

como revestimento <strong>de</strong> fundo ou cobertura, e foram muito<br />

pesquisados na última década com este propósito. Por outro<br />

lado, há pouca prática no uso <strong>de</strong> solos saprolíticos em<br />

liners; o interesse vem aumentando <strong>de</strong>vido à sua disponibilida<strong>de</strong><br />

e a premência <strong>de</strong> utilizar solos <strong>locais</strong>. A<strong>de</strong>mais, solos<br />

lateríticos e saprolíticos são fundação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte dos<br />

<strong>locais</strong> <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> resíduos.<br />

No último congresso internacional <strong>de</strong> geotecnia ambiental<br />

da ISSMGe (6 ICeG), muitos artigos nacionais trataram diretamente<br />

<strong>de</strong>sse tema, principalmente focando a compatibilida<strong>de</strong><br />

e o transporte <strong>de</strong> poluentes por solos tropicais (Boscov<br />

et al., 2010; Braga et al., 2010; Cunha et al., 2010; Ferrari<br />

et al., 2010; luz et al., 2010; Machado et al., 2010; Morandini<br />

e leite, 2010; Soares et al., 2010;Teixeira et al., 2010; Thomé<br />

et al., 2010), enquanto alguns dos <strong>de</strong>mais artigos nacionais<br />

trataram-no indiretamente.<br />

A keynote lecture sobre a experiência brasileira em aplicações<br />

<strong>geoambientais</strong> <strong>de</strong> solos tropicais (Boscov, 2010) procurou<br />

apresentar alguns resultados <strong>de</strong> pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas<br />

em todo o país sobre o comportamento <strong>de</strong>sses solos<br />

relativo à migração e retenção <strong>de</strong> poluentes. Não foi relatado<br />

o estado-da-arte, ape<strong>nas</strong> foram selecionadas algumas<br />

das muitas pesquisas em <strong>de</strong>senvolvimento ou já concluídas<br />

<strong>para</strong> ilustrar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta área no Brasil.<br />

Inicialmente foram <strong>de</strong>scritas as características físicas, químicas<br />

e mineralógicas dos solos lateríticos e saprolíticos<br />

que acarretam suas proprieda<strong>de</strong>s geomecânicas e <strong>geoambientais</strong><br />

peculiares. Destaca-se a curva <strong>de</strong> compactação assimétrica<br />

e bem <strong>de</strong>finida dos solos lateríticos, com o ramo<br />

seco <strong>de</strong> elevada <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> mesmo <strong>para</strong> <strong>materiais</strong> argilosos,<br />

em contraposição às curvas mais achatadas, ou seja,<br />

menos influenciadas por variações no teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

compactação, dos solos saprolíticos (veja figura 1).<br />

Figura 1b


A influência do teor <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compactação no coeficiente<br />

<strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> do solo compactado é coerente<br />

com a sua influência no peso específico aparente seco: enquanto<br />

o coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas argilas<br />

lateríticas aumenta em mais <strong>de</strong> 100 vezes em relação ao<br />

ponto ótimo <strong>para</strong> <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> -2%, esta variação<br />

po<strong>de</strong> ser inferior a 10 vezes <strong>para</strong> solos saprolíticos <strong>de</strong><br />

igual classificação geotécnica ou rodoviária.<br />

em relação à expansão e contração, solos lateríticos apresentam<br />

baixa expansão quando compactados no ponto<br />

ótimo, mesmo se submersos em água, e a expansão não é<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da sobrecarga. Por outro lado, contraem muito<br />

ao per<strong>de</strong>r umida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo trincas <strong>de</strong> secagem.<br />

Alguns solos saprolíticos argilosos expan<strong>de</strong>m e contraem,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> e natureza da fração argila, <strong>de</strong><br />

acordo com a mecânica dos solos clássica. Solos saprolíticos<br />

compostos <strong>de</strong> mica e caulinita são altamente expansivos<br />

e ape<strong>nas</strong> ligeiramente contráteis.<br />

Solos lateríticos apresentam teor <strong>de</strong> matéria orgânica (Mo),<br />

pH e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca catiônica (CTC) baixos. Solos saprolíticos<br />

geralmente apresentam baixos Mo e pH, enquanto<br />

a CTC <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da mineralogia. Fadigas et al. (2002),<br />

analisando 162 solos argilosos brasileiros, observaram que<br />

Mo≤20 g.kg-1 (2%) <strong>para</strong> 91% das amostras <strong>de</strong> solo; 89% tinham<br />

pH≤6 e 60%, pH≤5; a CTC era menor do que 10 e 20<br />

cmol .kg c -1 <strong>para</strong> 79% e 96% dos solos, respectivamente.<br />

A baixa CTC resulta da predominância do argilo-mineral<br />

caulinita e da cimentação <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> argila. Por outro<br />

lado, os solos lateríticos apresentam carga variável <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

do pH, a qual po<strong>de</strong> ser positiva, negativa ou nula. os<br />

minerais responsáveis pelas cargas variáveis são os óxidos<br />

e hidróxidos <strong>de</strong> ferro e alumínio e as bordas das partículas<br />

<strong>de</strong> caulinita (a matéria orgânica, que também po<strong>de</strong> apresentar<br />

carga variável, é baixa em solos lateríticos).<br />

os principais resultados das pesquisas levantadas foram os<br />

apresentados a seguir.<br />

1. os solos tropicais retêm poluentes mais intensamente do<br />

que previsto com base em sua mineralogia e capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> troca catiônica. Po<strong>de</strong>-se afirmar que a CTC não é um<br />

bom indicativo da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> poluentes<br />

em solos tropicais, apesar <strong>de</strong> toda evidência contrária no<br />

caso dos solos <strong>de</strong> climas frios e temperados.<br />

2. É importante a contribuição das cargas elétricas variáveis<br />

nos solos tropicais, as quais po<strong>de</strong>m aumentar a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> cátions ou ocasionar significativa<br />

retenção <strong>de</strong> ânions.<br />

3. É relevante a ocorrência <strong>de</strong> adsorção específica <strong>de</strong> algumas<br />

espécies químicas nos grãos do solo, isto é, reações<br />

com maior energia <strong>de</strong> ligação do que as relativas à adsorção<br />

não específica.<br />

4. A duração do contato entre solo e poluente tem gran<strong>de</strong><br />

influência sobre o total adsorvido; portanto, a adsorção<br />

5.<br />

6.<br />

po<strong>de</strong> ser aumentada por velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fluxo baixas<br />

em solos compactados.<br />

Reações biológicas po<strong>de</strong>m também ser relevantes <strong>para</strong><br />

a atenuação <strong>de</strong> poluentes.<br />

Óxidos <strong>de</strong> ferro e alumínio no solo po<strong>de</strong>m ser dissolvidos<br />

pela percolação <strong>de</strong> soluções ácidas, tornando ainda mais<br />

complexas as interações entre o solo e o fluido intersticial.<br />

exeMplos relativos à retenção<br />

<strong>de</strong> cátions e ânions<br />

Alguns exemplos relativos à retenção <strong>de</strong> cátions e ânions serão<br />

brevemente mencionados a seguir.<br />

Pesquisou-se o transporte e a retenção <strong>de</strong> urânio e rádio por<br />

uma argila laterítica da Bahia <strong>para</strong> estimar o <strong>de</strong>sempenho do<br />

revestimento <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> solo local compactado a ser construído<br />

nos reservatórios <strong>de</strong> efluentes do beneficiamento <strong>de</strong><br />

urânio. o perfil típico da região consiste <strong>de</strong> solo saprolítico<br />

<strong>de</strong> granito coberto por uma camada superficial <strong>de</strong> solo coluvial<br />

laterizado <strong>de</strong> 1,5 m a 6 m <strong>de</strong> espessura sobrejacente a<br />

uma camada <strong>de</strong> solo laterítico residual <strong>de</strong> 2 m <strong>de</strong> espessura.<br />

o solo residual laterítico apresenta <strong>de</strong> 30 a 60% <strong>de</strong> finos, limite<br />

<strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> 34% e índice <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 9%. A permeabilida<strong>de</strong><br />

in situ <strong>de</strong> 10-5 m/s é reduzida a 1,5x10-9 m/s no<br />

ponto ótimo da energia normal. os minerais predominantes<br />

são quartzo, caulinita, ilmenita e gibbsita.<br />

ensaios <strong>de</strong> difusão <strong>de</strong> urânio 238u foram realizados com soluções<br />

<strong>de</strong> concentração variando entre 0,5 mg/l e 15 mg/l em<br />

pH 1 (condição adversa <strong>para</strong> fenômenos <strong>de</strong> sorção). os resultados<br />

mostraram que pelo menos 90% da massa <strong>de</strong> urânio em<br />

solução foi retida pelos grãos <strong>de</strong> solo (Boscov et al. 1999). ensaios<br />

<strong>de</strong> difusão com amostras in<strong>de</strong>formadas e compactadas<br />

submetidas a um efluente sintético produzido em uma indústria<br />

piloto e a uma solução <strong>de</strong> rádio 226Ra <strong>de</strong> alta ativida<strong>de</strong> (2.5<br />

nCurie) indicaram que 99,7% do rádio que migrou por difusão<br />

da solução <strong>para</strong> o solo foi retida no centímetro superior da<br />

amostra <strong>de</strong> solo e só 0,3% da massa total <strong>de</strong> rádio migrou <strong>para</strong><br />

as camadas subjacentes (Boscov et al. 2001).<br />

os solos residuais arenosos lateríticos originados <strong>de</strong> arenitos<br />

e basaltos da Formação Botucatu geralmente apresentam 20<br />

a 25% <strong>de</strong> finos <strong>de</strong> baixa plasticida<strong>de</strong> (IP≤15%), compostos <strong>de</strong><br />

caulinita, gibbsita, quartzo e anatásio. Visando à sua <strong>utilização</strong><br />

em liners, investigaram-se a redução da permeabilida<strong>de</strong> e o<br />

aumento da CTC <strong>de</strong>sses solos por meio da adição <strong>de</strong> solos <strong>locais</strong><br />

argilosos da Formação Serra Geral (argilas lateríticas com<br />

aproximadamente 90% <strong>de</strong> finos compostos <strong>de</strong> caulinita, gibbsita,<br />

anatásio, quartzo, hematita, goethita e magnetita).<br />

Misturas resultando em <strong>materiais</strong> com 50% <strong>de</strong> areia e 50% <strong>de</strong><br />

finos apresentaram CTC <strong>de</strong> 18 a 20 cmolc.kg -1 , e pH entre 5,7 e<br />

6,1. A tabela 1 mostra os resultados <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> K + , Cd2+ e<br />

Cl- obtidos <strong>para</strong> uma mistura compactada <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> solo Serra<br />

Geral com 60% <strong>de</strong> solo Botucatu em ensaio <strong>de</strong> coluna com<br />

permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>10-9 m/s. o coeficiente <strong>de</strong> adsorção K é <strong>de</strong>-<br />

d<br />

FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS •


* Concentração, b Coeficiente <strong>de</strong> adsorção (distribuição), c Coeficiente <strong>de</strong> dispersão hidrodinâmica<br />

tabela 1 – resultados <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> K + , Cd 2+ e Cl - a partir <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> coluna (Basso 2004)<br />

* Concentração, b Fator <strong>de</strong> retardamento, c Coeficiente <strong>de</strong> difusão efetivo<br />

tabela 2 – retenção <strong>de</strong> K + , Cl- 3- e Po por ensaios <strong>de</strong> difusão e “batch” (Mendonça 2000)<br />

4<br />

finido como a razão entre a massa <strong>de</strong><br />

soluto retido por massa seca <strong>de</strong> solo<br />

e a concentração da solução intersticial<br />

no equilíbrio. observa-se que os<br />

coeficientes <strong>de</strong> adsorção <strong>de</strong> potássio<br />

e <strong>de</strong> cloreto neste material são muito<br />

semelhantes.<br />

um solo saprolítico silto-arenoso <strong>de</strong><br />

gnaisse com 58% <strong>de</strong> finos, limite <strong>de</strong> liqui<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> 57%, índice <strong>de</strong> plasticida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 29% e permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 8,8x10-9 m/s no ponto ótimo <strong>de</strong> compactação<br />

foi investigado em relação à retenção<br />

<strong>de</strong> íons. os valores <strong>de</strong> CTC, pH e oM<br />

são, respectivamente, 62 cmolc.kg-1 ,<br />

4,0 e 0,3%. os minerais predominantes<br />

são quartzo, caulinita, goethita e<br />

hidromica. A Tabela 2 mostra que a<br />

retenção <strong>de</strong> anions não é <strong>de</strong>sprezível,<br />

particularmente quando com<strong>para</strong>da<br />

à <strong>de</strong> potássio. o fator <strong>de</strong> retardamento<br />

relaciona a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> percolação<br />

do fluido intersticial com a velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento do soluto.<br />

É unitário quando não ocorre sorção<br />

(i.e., o soluto e as moléculas <strong>de</strong> água<br />

se movem com a mesma velocida<strong>de</strong><br />

média), e aumenta com o aumento<br />

do coeficiente <strong>de</strong> adsorção (i.e., o soluto<br />

<strong>de</strong>mora mais a avançar por ficar<br />

retido pelos grãos do solo).<br />

0 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS<br />

coMentários finais<br />

Assim como se exemplificou a afirmação<br />

<strong>de</strong> que solos tropicais retêm cátions<br />

mais intensivamente do que suposto<br />

e também retêm ânions significativamente,<br />

há pesquisas <strong>para</strong> alicerçar<br />

todas as outras conclusões listadas no<br />

item anterior sobre o comportamento<br />

geoambiental <strong>de</strong> solos tropicais.<br />

este artigo preten<strong>de</strong> mostrar que a<br />

pesquisa está formando uma estrutura<br />

<strong>de</strong> conhecimento a respeito do comportamento<br />

<strong>de</strong> retenção e migração<br />

<strong>de</strong> poluentes em solos tropicais, a qual<br />

<strong>de</strong>ve ainda ser expandida <strong>para</strong> abarcar<br />

todos os principais tipos <strong>de</strong> solos do<br />

território nacional. esse conhecimento<br />

po<strong>de</strong> fundamentar a sustentabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> empreendimentos necessários ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do país.<br />

o <strong>de</strong>safio ainda está em incorporar esses<br />

conhecimentos ao projeto, construção,<br />

monitoramento e fiscalização<br />

das <strong>obras</strong> geotécnicas. A interação<br />

com a prática da engenharia é necessária<br />

<strong>para</strong> que o país se beneficie efetivamente<br />

das pesquisas realizadas.<br />

outro cuidado necessário é resgatar o<br />

controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> construtivo já<br />

estabelecido em outras áreas da geotecnia<br />

e torná-lo prática obrigatória<br />

<strong>nas</strong> <strong>obras</strong> <strong>geoambientais</strong>. este aspecto<br />

<strong>de</strong>ve ser incansavelmente enfatizado,<br />

<strong>para</strong> que os resultados <strong>de</strong> investigações<br />

realizadas em laboratórios ou<br />

em áreas experimentais possam ser<br />

utilizados com segurança no campo.<br />

leituras<br />

coMpleMentares<br />

Basso, J. B. (2004). Transporte e retenção <strong>de</strong> K+,<br />

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Volume 1, pp. 815-821, New Delhi, India.<br />

autora<br />

Dra. Maria eugenia Gimenez Boscov é<br />

engenheira Civil, doutora em engenharia<br />

<strong>de</strong> Solos e livre docente em <strong>obras</strong><br />

<strong>de</strong> Terra e Geotecnia Ambiental pela<br />

universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. especialista<br />

em engenharia <strong>de</strong> Solos pela universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Zurique, faz parte da<br />

International Society for Soil Mechanics<br />

and Geotechnical engineering, da<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Mecânica <strong>de</strong><br />

Solos e engenharia Geotécnica e da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> limpeza Pública.<br />

Atualmente é professora associada da<br />

universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, ministrando<br />

discipli<strong>nas</strong> na graduação e pós-graduação<br />

em engenharia Civil e na graduação<br />

em engenharia Ambiental.<br />

FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS •

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