11.06.2013 Views

O planejamento de Micro e Pequenas Empresas comerciais - FLF

O planejamento de Micro e Pequenas Empresas comerciais - FLF

O planejamento de Micro e Pequenas Empresas comerciais - FLF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

FACULDADE LOURENÇO FILHO<br />

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS<br />

ELIS MARIA CARNEIRO CAVALCANTE<br />

O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS<br />

EMPRESAS COMERCIAIS POR MEIO DA ATUAÇÃO<br />

DA CONTROLADORIA<br />

FORTALEZA<br />

2010


ELIS MARIA CARNEIRO CAVALCANTE<br />

O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS<br />

EMPRESAS COMERCIAIS POR MEIO DA ATUAÇÃO<br />

DA CONTROLADORIA<br />

Monografia apresentada como requisito<br />

parcial para a obtenção do Grau <strong>de</strong> Bacharel<br />

em Ciências Contábeis da Faculda<strong>de</strong><br />

Lourenço Filho.<br />

FORTALEZA<br />

2010<br />

Orientador<br />

Prof. Ms. Rafael Heliton Pereira Vilela<br />

1


Elis Maria Carneiro Cavalcante<br />

O PLANEJAMENTO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS POR<br />

MEIO DA ATUAÇÃO DA CONTROLADORIA<br />

Monografia apresentada à Faculda<strong>de</strong> Lourenço Filho, como requisito parcial<br />

necessário à obtenção <strong>de</strong> grau <strong>de</strong> Bacharel em Ciências Contábeis.<br />

Banca Examinadora<br />

_______________________________________<br />

Prof. Ms. Rafael Heliton Pereira Vilela<br />

(ORIENTADOR)<br />

________________________________________<br />

Profa. Ms. Suelene Silva Oliveira<br />

________________________________________<br />

Profa. Esp. Christiane Sousa Ramos<br />

Fortaleza, 29 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2010<br />

2


A minha mãe, exemplo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação, coragem e confiança.<br />

Ao Wallison, pelo amor, apoio nos momentos<br />

necessários e pela motivação <strong>de</strong>sse projeto.<br />

3


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, fonte <strong>de</strong> luz e sabedoria por ter sempre iluminado meu caminho para que eu<br />

pu<strong>de</strong>sse concluir mais essa etapa na minha vida pessoal e profissional.<br />

A minha mãe e companheira do dia-a-dia, pelo apoio e sua crença que sempre<br />

expressam, na minha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> vencer, garra e discernimento. Ao meu pai que<br />

mesmo distante, representa segurança e comforto, meu porto seguro;<br />

A minha avó materna, Josefa Maria <strong>de</strong> Jesus em memória que muito feliz <strong>de</strong>ve estar<br />

on<strong>de</strong> quer que esteja.<br />

A minha família, por todo suporte, confiança <strong>de</strong>positada, amor e carinho<br />

<strong>de</strong>monstrados em todos os anos <strong>de</strong> minha vida.<br />

Aos colegas da <strong>FLF</strong> e os companheiros <strong>de</strong> disciplina pela convivência e ambiente<br />

saudável proporcionados.<br />

A minha amiga Paula Luciana, pela amiza<strong>de</strong> e força pelo carinho.<br />

A SME, meu primeiro emprego e fonte <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> aprendizado que servirá<br />

durante toda a minha vida profissional.<br />

Ao professor Rafael Vilela, pela orientação, pelo apoio, e profissionalismo, pelos<br />

ensinamentos fundamentais e pela amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrada nestes anos <strong>de</strong> convivência<br />

Ao Wallison, por estar sempre ao meu lado e que muito me incentivou para a<br />

conclusão <strong>de</strong>sse projeto.<br />

Enfim, meu muito obrigado a todos!<br />

4


RESUMO<br />

As micro e pequenas empresas <strong>comerciais</strong> representam 99% da malha empresarial<br />

nacional. Com as constantes mudanças e aumentos na competitivida<strong>de</strong> entre essas<br />

empresas, é cada vez mais necessária uma política especializada <strong>de</strong> gestão. E é por<br />

conseqüência <strong>de</strong>ssas mudanças que surgiu a controladoria, representada pela figura<br />

do controller, que vem a cada dia crescendo e ganhando mercado. Muitos <strong>de</strong>sses<br />

empresários não são preparados para isto, <strong>de</strong>ssa forma, o contador passa a ser o<br />

mais procurado e tem <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as questões e auxiliar cada vez mais estes<br />

empresários. A Controladoria se torna relevante por ser um órgão <strong>de</strong>ntro da<br />

organização responsável pelas informações que apóia o processo <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> e<br />

controle da gestão no intuito <strong>de</strong> otimizar o resultado e o <strong>de</strong>sempenho organizacional.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é analisar a aplicabilida<strong>de</strong> dos conhecimentos da<br />

controladoria para micro e pequenas empresas <strong>comerciais</strong>. A metodologia utilizada<br />

inclui pesquisas bibliográficas, documental, <strong>de</strong>scritiva e o estudo <strong>de</strong> caso. Após a<br />

análise do estudo <strong>de</strong> caso, verificou-se a sua efetiva contribuição para melhor apoiar<br />

as gestões <strong>de</strong> micro e pequenas empresas <strong>de</strong> modo a consecução dos objetivos seja<br />

atingida por meio <strong>de</strong> melhores meios para seu <strong>de</strong>sempenho organizacional.<br />

Palavras-chave: Controladoria, Planejamento, <strong>Micro</strong> e Pequena <strong>Empresas</strong>.<br />

5


LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS<br />

Figura 1 - Sistema <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> estratégico <strong>de</strong> uma empresa ou<br />

área...................................................................................................... 18<br />

Figura 2 - Ciclo <strong>de</strong> aprimoramento contínuo........................................................ 27<br />

Figura 3 - Diagrama <strong>de</strong> um sistema aberto......................................................... 33<br />

Figura 4 - Organograma da Companhia do Lar Móveis e Eletros 47<br />

Quadro1- Componentes do Perfil Empreen<strong>de</strong>dor................................................ 42<br />

Tabela 1 - Classificação das micro e pequenas empresas <strong>de</strong> acordo com o<br />

número <strong>de</strong> empregados....................................................................... 38<br />

6


LISTA DE ABRAVIATURAS E SIGLAS<br />

PME – Pequena Média Empresa<br />

SEBRAE – Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às <strong>Micro</strong>s e <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong><br />

IBGE - Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatísticas<br />

7


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 09<br />

1 PLANEJAMENTO................................................................................................ 14<br />

1.1 Consi<strong>de</strong>rações Iniciais.................................................................................... 14<br />

1.2 Conceito............................................................................................................ 14<br />

1.3 Objetivos do Planejamento............................................................................. 16<br />

1.4 Características do Planejamento.................................................................... 16<br />

1.5 Tipos <strong>de</strong> Planejamento.................................................................................... 17<br />

1.5.1 Planejamento Estratégico................................................................................ 17<br />

1.5.2 Planejamento Tático (Gerencial)...................................................................... 19<br />

1.5.3 Planejamento Operacional .............................................................................. 19<br />

1.6 Implementação do Planejamento.................................................................... 20<br />

1.6.1 Orçamento....................................................................................................... 20<br />

1.6.2 Execução......................................................................................................... 20<br />

1.6.3 Controle........................................................................................................... 22<br />

2 CONTROLADORIA............................................................................................... 23<br />

2.1 Conceitos........................................................................................................... 23<br />

2.2 Evolução da Contabilida<strong>de</strong> a Controladoria................................................... 23<br />

2.3 Função da Controladoria.................................................................................. 25<br />

2.4 O Perfil e Funções do Controller.................................................................... 28<br />

2.5 Subsistemas Empresarias............................................................................... 32<br />

2.5.1 Subsistema no Cumprimento da Missão Empresarial..................................... 34<br />

2.5.2 Subsistema Institucional.................................................................................. 34<br />

2.5.3 Subsistema Físico............................................................................................ 35<br />

2.5.4 Subsistema Social........................................................................................... 35<br />

2.5.5 Subsistema Organizacional............................................................................. 35<br />

2.5.6 Subsistema <strong>de</strong> Gestão.................................................................................... 36<br />

2.5.7 Subsistema <strong>de</strong> Informação.............................................................................. 36<br />

3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS..................................................................... 37<br />

3.1 Características das <strong>Empresas</strong> <strong>de</strong> Pequeno Porte......................................... 37<br />

3.2 Vantagens e Desvantagens das <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong>.................................. 40<br />

3.3 Perfil do Pequeno Empreen<strong>de</strong>dor Mo<strong>de</strong>rno................................................... 41<br />

3.4 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão das <strong>Micro</strong> e <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong>.................................... 43<br />

3.5 O Contador nas <strong>Micro</strong> e <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong> Comerciais........................... 44<br />

4 ESTUDO DE CASO............................................................................................... 45<br />

4.1 Histórico............................................................................................................. 45<br />

4.1.2 Produtos......................................................................................................... 45<br />

4.1.3 Subsistemas Empresariais........................................................................... 45<br />

4.1.3.1 Subsistema Institucional............................................................................... 46<br />

4.1.3.2 Subsistema Fisico........................................................................................ 46<br />

4.1.3.3 Subsistema Social........................................................................................ 46<br />

4.1.3.4 Subsistema <strong>de</strong> Gestão................................................................................. 46<br />

4.1.3.5 Subsistema Organizacional.......................................................................... 47<br />

4.1.3.6 Subsistema <strong>de</strong> Informação.......................................................................... 47<br />

4.2 Ambiente externo................................................................................................ 47<br />

8


5APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO E FUNÇÕES DA<br />

CONTROLADORIA NO ESTUDO DE CASO.......................................................... 49<br />

5.1 Proposição <strong>de</strong> um <strong>planejamento</strong>........................................................................ 49<br />

5.2 Proposição da Implementação das Funções da Controladoria.......................... 51<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 54<br />

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 56<br />

9


INTRODUÇÃO<br />

A cada dia o fluxo <strong>de</strong> informações <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa fica maior e mais<br />

complexo, exigindo cada vez mais um número maior <strong>de</strong> dados para auxiliar a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. E essa complexa malha organizacional exige uma <strong>de</strong>manda cada vez<br />

maior <strong>de</strong> profissionais que consigam ter uma visão ampla.<br />

A Controladoria proporciona ao profissional atuar na área econômica e financeira<br />

através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> informações gerenciais que<br />

proporcione essa visão ampla, com base <strong>de</strong> dados da contabilida<strong>de</strong>, que facilite o<br />

posicionamento dos executivos numa empresa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o aspecto operacional até o<br />

estratégico.<br />

No Brasil, nove em cada <strong>de</strong>z empresas são classificadas como micro ou<br />

pequena empresa <strong>de</strong> acordo com o Sebrae (Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às <strong>Micro</strong> e<br />

<strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong>), as quais absorvem maior contingente <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra em<br />

relação as gran<strong>de</strong>s.<br />

O problema é que muitas <strong>de</strong>ssas empresas não suportam as pressões normais<br />

do cotidiano e acabam encerrando suas ativida<strong>de</strong>s com pouco tempo <strong>de</strong> vida. Cerca<br />

<strong>de</strong> 70% das micros e pequenas empresas <strong>comerciais</strong> abertas anualmente no Brasil<br />

fecham antes <strong>de</strong> completar cinco anos, <strong>de</strong> acordo com dados do Sebrae.<br />

Muitos empresários <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que o principal motivo para o fechamento <strong>de</strong> suas<br />

empresas seria a instabilida<strong>de</strong> econômica; dificulda<strong>de</strong> para aquisição <strong>de</strong><br />

financiamentos, juros altos, queda do po<strong>de</strong>r aquisitivo, etc.<br />

Sendo assim, po<strong>de</strong>remos nos utilizar dos conhecimentos da Controladoria como<br />

ferramenta para solucionar este problema. Ela servirá como fonte teórica para a<br />

realização <strong>de</strong>sse <strong>planejamento</strong>. Na Controladoria, trabalham-se dados e informações<br />

fornecidas pela contabilida<strong>de</strong> e pela administração, visando sempre mostrar aos<br />

administradores, através da figura do controller, os pontos fracos presentes e futuros<br />

que po<strong>de</strong>m colocar em risco ou reduzirem a rentabilida<strong>de</strong> da empresa.<br />

10


A tarefa da Controladoria requer aplicação <strong>de</strong> princípios sadios, os quais<br />

abrangem todas as ativida<strong>de</strong>s empresarias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o <strong>planejamento</strong> inicial até a<br />

obtenção do resultado final.<br />

Sendo assim, veremos como po<strong>de</strong>m ser aplicados ao <strong>planejamento</strong> os<br />

conhecimentos da Controladoria e como o controller po<strong>de</strong> contribuir para tal.<br />

De acordo com dados estatísticos do SEBRAE, nove em cada <strong>de</strong>z empresas se<br />

qualificam como micro ou pequena empresa e estas absorvem um maior contigente<br />

<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra em relações às <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. A cada ano, sete em cada <strong>de</strong>z<br />

empresas abertas acabam por encerrar suas ativida<strong>de</strong>s com menos <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong><br />

existência.<br />

Existe esse gran<strong>de</strong> problema porque os administradores muita vezes não<br />

administram bem suas empresas e isso acarreta dificulda<strong>de</strong>s e sofrem pressões do<br />

cotidiano e isso acaba por encerrandos suas ativida<strong>de</strong>s.São postos <strong>de</strong> serviços<br />

fechados, produtos ou serviços que <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser oferecidos à socieda<strong>de</strong>, enfim um<br />

verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>sperdício dos recursos que compõem as organizações.<br />

Muitos empresários <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a instabilida<strong>de</strong> econômica seria a maior razão<br />

para o fechamentos <strong>de</strong> suas empresas; dificulda<strong>de</strong>s para a aquisição <strong>de</strong><br />

financiamentos, juros altos, queda do po<strong>de</strong>r aquisitivo, etc. Realmente estes fatores<br />

ocorrem e têm gran<strong>de</strong> peso na administração das micros empresas, mas são os<br />

principais fatores causadores <strong>de</strong> tantos problemas.<br />

Segundo Catelli (2007), atualmente muitas empresas e organizações privadas e<br />

públicas já se utilizam <strong>de</strong> um setor <strong>de</strong> Controladoria para solução <strong>de</strong> problemas<br />

relacionados a: a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão à gestão por resultados; adaptação<br />

do processo <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> e controle à nova realida<strong>de</strong> empresarial; implantação <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> informações gerenciais (Orçamento, custo e contabilida<strong>de</strong>); implantação<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> transações (mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão); avaliação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio e; formação <strong>de</strong> preços e mensuração dos<br />

ativos.<br />

11


Nesse sentido, o presente estudo preten<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao seguinte<br />

questionamento: <strong>de</strong> que forma o <strong>planejamento</strong> com a atuação da Controladoria auxilia<br />

o processo <strong>de</strong> gestão e avaliação <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> micro e pequenas empresas<br />

<strong>comerciais</strong>?<br />

O presente trabalho tem como objetivo do ponto <strong>de</strong> vista teórico evi<strong>de</strong>nciar o<br />

<strong>planejamento</strong>, tanto em âmbito estratégico como no operacional utilizando a<br />

Controladoria como indutora <strong>de</strong>sse processo no contexto das micro e pequenas<br />

empresas <strong>comerciais</strong>.<br />

Como objetivos específicos este trabalho busca:<br />

• Analisar o arcabouço teórico do <strong>planejamento</strong> para as micro e pequenas<br />

empresas <strong>comerciais</strong>.<br />

• Avaliar a implementação das funções da Controladoria das gran<strong>de</strong>s<br />

empresas para o contexto das micros e pequenas empresas <strong>comerciais</strong>.<br />

• Demonstrar a aplicabilida<strong>de</strong> do <strong>planejamento</strong> com a atuação da<br />

Controladoria nas micros e pequenas empresas <strong>comerciais</strong>.<br />

O <strong>planejamento</strong> com indução da Controladoria auxilia o processo <strong>de</strong> gestão e<br />

avaliação <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> micro e pequenas empresas <strong>comerciais</strong>.<br />

A presente pesquisa foi realizada através <strong>de</strong> metodologia bibliográfica,<br />

documental, <strong>de</strong>scritiva e o estudo <strong>de</strong> caso.<br />

A metodologia bibliográfica foi feita através <strong>de</strong> pesquisas em livros e textos, pelo<br />

qual obtive fontes <strong>de</strong> dados importantes em relação a empresa para assim exercer o<br />

que está sendo abordado.<br />

A característica da pesquisa documental é que a fonte <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados está<br />

restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> fontes<br />

primárias, estas po<strong>de</strong>m ser realizadas no momento em que o fato ou fenômeno<br />

ocorre, ou <strong>de</strong>pois.<br />

12


Na análise <strong>de</strong>scritiva o ambiente natural é a própria fonte para a coleta <strong>de</strong> dados<br />

e o pesquisador é o instrumento chave, on<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a analisar os dados<br />

indutivamente.<br />

O estudo <strong>de</strong> caso, no qual se <strong>de</strong>senvolveu a proposta <strong>de</strong> configuração da<br />

controladoria para dar suporte ao processo <strong>de</strong> gestão para uma empresa <strong>de</strong> móvies e<br />

eletrodomésticos, foi realizado na empresa Companhia do Lar Móveis e Eletros,<br />

localizada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, estado do Ceará.<br />

A metodologia utilizada na elaboração <strong>de</strong>sse trabalho foi baseada em pesquisas<br />

bibliográficas, em artigos eletrônicos via Internet, e principalmente em problemas<br />

constatados em uma micro empresa, através <strong>de</strong> pequisas e observações realizadas<br />

durante a elaboração do trabalho.<br />

Como solução ao problema, será realizado um trabalho convergente entre<br />

teoarias já existentes e práticas voltadas como auxílio ao administrador <strong>de</strong>ssa<br />

empresa.<br />

A primeira seção é a introdução que <strong>de</strong>monstrará a relevância do tema,<br />

problematização, objetivos da pesquisa, pressupostos, metodologia, assim como a<br />

organização do trabalho.<br />

Além da introdução, a monografia está composta do segundo capítulo, que<br />

discorre sobre os conceitos <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>, seus objetivos, e caracteristicas<br />

juntamente com cada tipo <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>.<br />

No terceiro capítulo, <strong>de</strong>screve a controladoria, suas características, sua área <strong>de</strong><br />

atuação, ativida<strong>de</strong>s e funções.<br />

O quarto capítulo, aborda os aspectos relacionados às micro e pequenas<br />

empresas, suas características, vantangens, <strong>de</strong>svantagens, perfil do empreen<strong>de</strong>dor<br />

entre outros aspectos.<br />

13


O quinto estuda uma empresa comercial varejista no ramo <strong>de</strong> móveis e eletros<br />

suas características e seus processos internos. Enquanto o sexto estuda um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> atuação da controladoria para loja <strong>de</strong> móveis e eletrodomésticos <strong>de</strong> pequeno<br />

porte, fundamentado pelo arcabouço teórico.<br />

E, por fim, na conclusão se verifica o atendimento à questão do problema da<br />

pesquisa e a análise do alcance dos objetivos propostos, <strong>de</strong>stacando-se a<br />

abrangência, as limitações e as sugestões, seguindo-lhe a relação <strong>de</strong> obras e autores<br />

que assinam empírica e teoricamente o estudo.<br />

14


1 PLANEJAMENTO<br />

1.1 Consi<strong>de</strong>rações Iniciais<br />

Este capítulo discorre sobre os aspectos conceituais do Planejamento, seus<br />

objetivos, características, tipos e o funcionamento auxiliando no processo <strong>de</strong> gestão<br />

para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma organização.<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejar surgiu, no início dos anos 60, em resposta à<br />

ansieda<strong>de</strong> das empresas em saber em que nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> e atuação<br />

perante seus competidores no mercado elas se posicionavam. Isso gerou<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir objetivos organizacionais, acreditando que com isso se<br />

facilitaria a avaliação final. (KWASNICKA, 2007).<br />

Apesar <strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão econômica trabalhar com a terminologia<br />

clássica <strong>de</strong> administração, usando termos como <strong>planejamento</strong> estratégico,<br />

<strong>planejamento</strong> operacional, execução e controle, esses elementos causam<br />

conformações específicas, sendo também notáveis a não-adoção do termo<br />

“<strong>planejamento</strong> tático” e o papel <strong>de</strong> extrema relevância ganho pela simulação.<br />

Esse é um mo<strong>de</strong>lo eminentemente prático, on<strong>de</strong> a realida<strong>de</strong> da gestão<br />

empresarial é trabalhada <strong>de</strong> forma pragmática, buscando-se as máximas eficiências e<br />

eficácia na consecução dos objetivos organizacionais.<br />

1.2 O Conceito <strong>de</strong> Planejamento<br />

O <strong>planejamento</strong> consiste em estabelecer com antecedências as ações<br />

executadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cenários e condições preestabelecidas, estimando os recursos<br />

a serem utilizados e atribuindo as responsabilida<strong>de</strong>s, para atingir os objetivos fixados.<br />

Os objetivos fixados po<strong>de</strong>rão ser atingidos somente com um sistema <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong><br />

a<strong>de</strong>quadamente estruturado. (HOJI, 2006)<br />

De acordo com a literatura administrativa (TERENCE, 2002) <strong>de</strong>finem as<br />

seguintes características que formam o conceito <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>:<br />

a) é a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um futuro <strong>de</strong>sejado e <strong>de</strong> meios eficazes para alcançá-los;<br />

b) significa o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um programa para realização <strong>de</strong> objetivos e<br />

metas organizacionais, envolvendo a escolha <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> ação, a<br />

15


<strong>de</strong>cisão antecipada do que <strong>de</strong>ve ser feito e a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> quando e<br />

como a ação <strong>de</strong>ve ser realizada;<br />

c) é o processo <strong>de</strong> estabelecer objetivos e linhas <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ve ser realizada.<br />

O conceito <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> apresenta dois aspectos bastante <strong>de</strong>stacados na<br />

administração: eficácia e eficiência. A eficácia diz respeito à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter o<br />

sucesso com o qual os objetivos são alcançados; já eficiência é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

obter bons produtos utilizando a menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos. (CATELLI, 2007).<br />

De acordo com Kwasnicka ( 2007), a função planejar é <strong>de</strong>finida como análise <strong>de</strong><br />

informações relevantes do presente e do passado e a avaliação dos prováveis<br />

<strong>de</strong>sdobramentos futuros, permitindo que seja traçado um curso <strong>de</strong> ação que leve a<br />

organização a alcançar bom termo em relação a sua estratégia competitiva e obter<br />

vantagem competitiva perante seus concorrentes.<br />

Segundo Ackof (1980, p. 45), <strong>planejamento</strong> po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o “projeto <strong>de</strong><br />

um estado futuro <strong>de</strong>sejado e os meios efetivos para torná-los realida<strong>de</strong>.”<br />

Planejamento não é o seu produto, ou seja, o plano, mas o processo envolvido, nesse<br />

sentido, o papel do responsável do <strong>planejamento</strong> não é simplesmente elaborá-lo, mas<br />

facilitar o processo <strong>de</strong> sua elaboração pela própria empresa e <strong>de</strong>ve ser realizado<br />

pelas áreas pertinentes ao processo.<br />

O <strong>planejamento</strong> é a mais básica <strong>de</strong> todas as funções administrativas, e<br />

a habilida<strong>de</strong> pela qual essa função é <strong>de</strong>sempenhada <strong>de</strong>terminada o sucesso<br />

<strong>de</strong> todas as operações. Planejar po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como o processo <strong>de</strong><br />

pensamento que se prece<strong>de</strong> a ação e está direcionado para que se tomem<br />

<strong>de</strong>cisões no momento presente com o futuro em vista. (CATELLI, 2007).1.3<br />

Objetivos<br />

Os objetivos do <strong>planejamento</strong> po<strong>de</strong>m ser englobados em dois: <strong>de</strong>terminar objetivos<br />

a<strong>de</strong>quados e preparar para mudanças adaptadas e inovativas. Produzindo estado<br />

futuro <strong>de</strong>sejado e os caminhos para atingi-lo.<br />

16


Os objetivos são alvos que direcionam a especificação das ativida<strong>de</strong>s e os<br />

esforços das pessoas; sem eles há <strong>de</strong>sperdício e as reais chances <strong>de</strong> ineficácia nas<br />

ações empreendidas (CERTO, 1995).<br />

Segundo Maximiano (2008), objetivos são resultados <strong>de</strong>sejados, que orientam o<br />

intelecto e a ação. São fins, propósitos, intenções ou estados futuros que as pessoas<br />

e as organizações preten<strong>de</strong>m alcançar, por meio da aplicação <strong>de</strong> esforços e recursos.<br />

Stoner e Freeman (1999) <strong>de</strong>stacam que os objetivos precisam ser específicos,<br />

mensuráveis, realistas e claros.<br />

1.4 Características do Planejamento<br />

Algumas características do <strong>planejamento</strong> são abordadas a seguir, <strong>de</strong> acordo<br />

com os autores Mosimann e Fish (1999):<br />

a) O <strong>planejamento</strong> antece<strong>de</strong> as operações. Essas <strong>de</strong>vem ser compatíveis com o<br />

que foi estabelecida no <strong>planejamento</strong>.<br />

b) O <strong>planejamento</strong> sempre existe em uma empresa, embora muitas vezes não<br />

esteja expresso ou difundido. Quando informal, estará contido, no mínimo, no<br />

cérebro do dirigente.<br />

C) O <strong>planejamento</strong> <strong>de</strong>ve ser um processo dinâmico, associado ao controle<br />

permanente, para po<strong>de</strong>r se adaptar às mudanças ambientais. Quando não há<br />

<strong>planejamento</strong>, não po<strong>de</strong> haver controle.<br />

d) Os riscos envolvidos no processo <strong>de</strong>cisório, aumentando a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alcance dos objetivos estabelecidos para a empresa.<br />

e) O <strong>planejamento</strong> <strong>de</strong>ve interagir permanentemente com o controle, para que<br />

possa saber se está sendo eficaz, isto é alcançando seus objetivos, pois<br />

<strong>planejamento</strong> sem controle não tem eficácia.<br />

f) Associado ao controle, o <strong>planejamento</strong> serve para a avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

da empresa e das áreas.<br />

17


1.5 Tipos <strong>de</strong> Planejamento<br />

De acordo com Mosimann e Fish (1999), a amplitu<strong>de</strong> ou nível <strong>de</strong> atuação do<br />

<strong>planejamento</strong> po<strong>de</strong> classificá-los em três tipos:<br />

1) Planejamento Estratégico;<br />

2) Planejamento Tático (gerencial) e;<br />

3) Planejamento Operacional.<br />

O <strong>planejamento</strong> estratégico e operacional, tendo em vista que o <strong>planejamento</strong><br />

tático é enfocado aqui como sendo o <strong>planejamento</strong> estratégico <strong>de</strong> cada área.<br />

Confun<strong>de</strong>-se, pois, com o próprio <strong>planejamento</strong> estratégico da empresa como um<br />

todo se tratarmos cada área da empresa como outra empresa, inserida num cenário<br />

ambiental que é a empresa maior.<br />

1.5.1 Planejamento estratégico<br />

Planejamento estratégico é o processo <strong>de</strong> estruturar e esclarecer os cursos <strong>de</strong><br />

ações da empresa e os objetivos que <strong>de</strong>vem alcançar. Há diversos componentes<br />

nesse processo intelectual, principalmente:<br />

• A missão, que é a razão do ser da organização, on<strong>de</strong> reflete seus valores,<br />

sua vocação e suas competências;<br />

• O <strong>de</strong>sempenho da organização;<br />

• Os <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s do ambiente;<br />

• Os pontos fortes e fracos dos sistemas internos da organização;<br />

• As competências dos planejadores em termos <strong>de</strong> conhecimentos, <strong>de</strong><br />

técnicas, suas atitu<strong>de</strong>s em relação ao futuro e seu interesse em planejar.<br />

Segundo Drucker (2003), o <strong>planejamento</strong> estratégico não envolve <strong>de</strong>cisões<br />

futuras e sim a futurida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>cisões atuais. O que interessa ao administrador são<br />

efeitos que sua <strong>de</strong>cisão, hoje terá no futuro previsível. As conseqüências e efeitos<br />

futuros <strong>de</strong>sejados são as molas propulsoras do ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir agora.<br />

18


A finalida<strong>de</strong> do <strong>planejamento</strong> estratégico é estabelecer quais serão os caminhos<br />

a serem percorridos para se atingir a situação <strong>de</strong>sejada. É a arte <strong>de</strong> passagem do<br />

estágio on<strong>de</strong> estou para on<strong>de</strong> quero ir.<br />

Po<strong>de</strong>-se conceituar, então, <strong>planejamento</strong> estratégico como aquele <strong>planejamento</strong><br />

que, centrado na interação da empresa com seu ambiente externo, focalizando as<br />

ameaças e oportunida<strong>de</strong>s ambientais e seus reflexos na própria empresa,<br />

evi<strong>de</strong>nciando seus pontos fortes e fracos, <strong>de</strong>fine as diretrizes estratégicas.<br />

Enten<strong>de</strong>-se que o <strong>planejamento</strong> estratégico <strong>de</strong>va <strong>de</strong>tectar em sua fase <strong>de</strong><br />

processamento o grau <strong>de</strong> resistência que encontrará para que seja implementado o<br />

que <strong>de</strong>verá ser feito para eliminar a resistência.<br />

VARIAVEIS<br />

VARIÁVEIS AMBIENTAIS<br />

AMBIENTAIS<br />

MISSÃO<br />

MISSÃO<br />

CRENÇAS<br />

CRENÇAS<br />

E<br />

VALORES<br />

VALORES<br />

MODELO DE GESTÃO<br />

RESPONSABILIDADE<br />

SITUAÇÃO ATUAL<br />

SITUAÇÃO DESEJADA<br />

Figura 1 - Sistema <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> estratégico <strong>de</strong> uma empresa ou área.Fonte: Mosimann e<br />

Fisch (1999, p. 49)<br />

1.5.2 Planejamento Tático (gerencial)<br />

PLANEJAMENT<br />

O<br />

ESTRATÉGICO<br />

-projeção <strong>de</strong><br />

cenários<br />

- avaliações<br />

das ameaças<br />

e<br />

oportunida<strong>de</strong>s<br />

ambientais.<br />

- <strong>de</strong>tecção dos<br />

pontos fortes e<br />

fracos da<br />

empresa<br />

SISTEMA DE INFORMAÇÃO<br />

PLANO<br />

ESTRATÉGIC<br />

O<br />

Diretrizes<br />

estratégicas<br />

- políticas<br />

- objetivos<br />

- princípios<br />

Planos funcionais (também chamados estratégias ou planos administrativos,<br />

<strong>de</strong>partamentais ou táticos são elaborados para possibilitar a realização dos planos<br />

19


estratégicos. Abrangem áreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s especializadas da empresa (marketing,<br />

operações, recursos humanos, finanças, novos produtos).<br />

1.5.3 Planejamento operacional<br />

De acordo com Nascimento e Reginato (2009), o <strong>planejamento</strong> operacional tem<br />

por origem fixar parâmetros e direcionar a execução das <strong>de</strong>cisões. De forma mais<br />

específica, ele é a representação quantitativa das diretrizes originadas do<br />

<strong>planejamento</strong> estratégico.<br />

Ao mesmo tempo o <strong>planejamento</strong> operacional passa a ser a base <strong>de</strong> controle e<br />

avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, visto ser o parâmetro para qualificar a eficácia atingida<br />

pela execução das operações realizadas. Assim é o <strong>planejamento</strong> operacional que irá<br />

viabilizar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Maximiano (2008), relata que o <strong>planejamento</strong> operacional é o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir<br />

meios para a realização <strong>de</strong> objetivos, como ativida<strong>de</strong>s e recursos. Os planos<br />

operacionais, também chamados estratégias operacionais, especificam ativida<strong>de</strong>s e<br />

recursos que são necessários para a realização <strong>de</strong> qualquer espécie e objetivo.<br />

O <strong>planejamento</strong> operacional consiste na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas e metas<br />

operacionais da empresa, consubstanciadas em planos para <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong><br />

tempo, em consonância com as diretrizes estratégicas estabelecidas.<br />

Da mesma forma, como no <strong>planejamento</strong> estratégico, a missão, as crenças, os<br />

valores, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão e a responsabilida<strong>de</strong> social da empresa fazem parte do<br />

input do <strong>planejamento</strong> operacional.<br />

Informações a respeito da situação atual, objetivo que se quer atingir (situação<br />

<strong>de</strong>sejada) e mais as diretrizes estratégicas, resultantes do <strong>planejamento</strong> estratégico,<br />

também perfazem as entradas do sistema <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> operacional.<br />

20


1.6 Implementação do Planejamento<br />

1.6.1 Orçamento<br />

O orçamento é um plano <strong>de</strong>talhado da aquisição e do uso dos recursos<br />

financeiros ou <strong>de</strong> outra natureza, durante um período especificado. Ele representa um<br />

plano para o futuro, expresso em termos quantitativos.<br />

O orçamento geral é um resumo dos planos da empresa, e estabelece metas<br />

específicas das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda, produção, distribuição, financeira, etc. e, que<br />

geralmente, é representado por um orçamento <strong>de</strong> caixa, uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />

resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.<br />

Entre as muitas vantagens que temos em possuir um orçamento bem elaborado,<br />

po<strong>de</strong>mos citar:<br />

1.6.2 Execução<br />

• Fornecer um meio <strong>de</strong> transmitir os planos da administração a toda a<br />

organização;<br />

• Forçar os administradores a pensar no futuro e planejá-lo;<br />

• Revelar os potenciais gargalos ou problemas que a empresa po<strong>de</strong> vir a<br />

encontrar antes que eles ocorram; e<br />

• Definir metas que servirão <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> referência para a subseqüente<br />

avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />

Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37):<br />

A execução é a fase do processo <strong>de</strong> gestão na qual as coisas<br />

acontecem, as ações emergem. Essas ações <strong>de</strong>vem estar em consonância<br />

com o que anteriormente foi planejando. Dessa forma, o <strong>planejamento</strong><br />

antece<strong>de</strong> as ações <strong>de</strong> execução. É por meio das ações (do fazer) que surgem<br />

os resultados.<br />

Compreen<strong>de</strong> a fase em que os planos são adotados, as ações se<br />

concretizam e as transações ocorrem. Neste momento, é possível que ajustes ainda<br />

sejam requeridos para uma a<strong>de</strong>quada implementação do <strong>planejamento</strong> operacional,<br />

tais como mudanças na programação e a conseqüente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> novas alternativas para a<strong>de</strong>quar-se às mudanças procedidas.<br />

21


A execução das ativida<strong>de</strong>s se reveste <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nas empresas, pois<br />

é nessa fase que os recursos são consumidos e os produtos gerados, o que vale<br />

dizer que é nessa etapa que ocorrem as mais significativas variações patrimoniais<br />

relacionadas às operações físico-operacionais <strong>de</strong> uma organização.<br />

A execução não está restrita somente aos processos manufatureiros <strong>de</strong> bens,<br />

mas também a produção <strong>de</strong> serviços, tais como escritórios, hospitais, escolas,<br />

estúdios <strong>de</strong> criação intelectual, etc. Os serviços auxiliares <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens e<br />

serviços, tais como contabilida<strong>de</strong>, xerox, vendas, etc., têm a etapa <strong>de</strong> execução, pois<br />

processam insumos para transformá-los em serviços.<br />

Cada etapa do <strong>planejamento</strong> na empresa vai ter a sua fase <strong>de</strong> execução. Isso<br />

acontece <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando o <strong>planejamento</strong> está sendo elaborado realmente. Segundo<br />

Mosimann e Fisch (1999, p. 37), assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que existe:<br />

a) “o <strong>planejamento</strong>, a execução e o controle do <strong>planejamento</strong>;<br />

b) o <strong>planejamento</strong>, a execução e o controle da execução; e<br />

c) o <strong>planejamento</strong>, a execução e o controle do próprio controle.”<br />

A gestão operacional, exposta anteriormente, preocupa-se com a execução <strong>de</strong><br />

cada etapa do processo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> cada área da empresa e da empresa como um<br />

todo.<br />

Todas as etapas do processo <strong>de</strong> gestão são suportadas pelo sistema <strong>de</strong><br />

informações, para fins <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> e controle. Durante a etapa <strong>de</strong> execução, é<br />

quando são armazenados os dados referentes ao <strong>de</strong>sempenho realizado para<br />

posterior análise e elaboração dos relatórios para a comparação com os planos<br />

(planejados).<br />

22


1.6.3 Controle<br />

A última etapa do processo <strong>de</strong>cisório, <strong>de</strong> acordo com Mosimann e Fish (1999),<br />

<strong>de</strong>nominada controle, na realida<strong>de</strong> não ocorre por último. Por que esta está associada<br />

a todas as fases do processo. Ocorre no <strong>planejamento</strong>, na execução e em si própria.<br />

Não há como dissociá-la das fases do processo <strong>de</strong>cisório, razão pela qual se<br />

po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar as <strong>de</strong>mais fases, juntamente com o controle, como um gran<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> controle.<br />

Não faz sentido planejar se o que foi planejado não se constituir em uma diretriz<br />

para a execução, e, da mesma forma, não se <strong>de</strong>ve planejar sem haver controle dos<br />

<strong>de</strong>svios em relação ao <strong>planejamento</strong> e as causas <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>svios e<br />

conseqüentemente tomada <strong>de</strong> ações corretivas.<br />

De outro modo, o controle <strong>de</strong>ve incidir sobre o próprio processo <strong>de</strong> controle, para<br />

<strong>de</strong>tectar se a forma como se está sendo empregado está sendo eficaz.<br />

Nem sempre a busca da maximização dos resultados <strong>de</strong> um setor, tomada <strong>de</strong><br />

forma isolada, significa que esta área estará contribuindo para a maximização dos<br />

resultados da empresa como um todo.<br />

Muitas vezes a maximização do resultado <strong>de</strong> um setor, tomada isoladamente,<br />

po<strong>de</strong> reduzir o resultado <strong>de</strong> outra, com repercussões negativas no resultado global da<br />

empresa.<br />

O próximo capítulo abordará aspectos relacionados à Controladoria, seus<br />

conceitos, evolução, função e perfil do controller bem como os subsistemas<br />

empresarias.<br />

23


2 CONTROLADORIA<br />

2.1 Conceitos<br />

Para Catelli (2007) e os autores Mosimann e Fisch (1999), a controladoria<br />

consiste em um corpo <strong>de</strong> doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica.<br />

Po<strong>de</strong> ser visualizada sob dois enfoques:<br />

1. Como um órgão administrativo com uma missão, funções e<br />

princípios norteadores do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão e sistema empresa e;<br />

2. Como uma área do conhecimento humano com fundamentos,<br />

conceitos, princípios e métodos oriundos <strong>de</strong> outras ciências.<br />

Para Mosimann e Fisch (1999), a Controladoria po<strong>de</strong> ser conceituada como um<br />

conjunto <strong>de</strong> princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da<br />

Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilida<strong>de</strong>,<br />

que se ocupa da gestão econômica das empresas, com o fim <strong>de</strong> orientá-las para a<br />

eficácia.<br />

Padoveze (2003), por sua vez, conceitua Controladoria como <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong>ntro da organização, responsável pelo sistema <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> toda a empresa,<br />

sendo ao mesmo tempo coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>partamentos, buscando<br />

alcançar os objetivos da empresa e maximização dos resultados. Tem como principal<br />

função dar apoio aos gestores na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Oliveira, Perez Jr. e Silva (2007) enten<strong>de</strong>m Controladoria como o <strong>de</strong>partamento<br />

responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema<br />

integrado <strong>de</strong> informações operacionais, financeiras e contábeis <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

entida<strong>de</strong>, com ou sem fins lucrativos, sendo consi<strong>de</strong>rada por muitos autores como<br />

estágio evolutivo da Contabilida<strong>de</strong>.<br />

2.2 Evolução da Contabilida<strong>de</strong> a Controladoria<br />

Atualmente, vive-se em ambiente caracterizado por constantes mudanças<br />

(globalização, competição, avanço tecnológico, qualida<strong>de</strong>, baixo custo, flexibilida<strong>de</strong> e<br />

novo mercado mundial). Por esta razão, o exercício da gestão, nas organizações, e<br />

as necessida<strong>de</strong>s empresarias são cada vez maiores, no que tange as informações<br />

24


mais seguras que respaldam as tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Amaral e Rodrigues (2006)<br />

afirmam que tais mudanças constituem oportunida<strong>de</strong>s, mas também po<strong>de</strong>m em<br />

ameaças à sobrevivência das empresas, exigindo respostas eficazes que conduzam<br />

as firmas ao alcance <strong>de</strong> seus proprietários.<br />

p. 149),<br />

Para Chandler (1962), Mambrini, Beuren e Colauto (2002 apud SANTOS 2004,<br />

Nas gran<strong>de</strong>s organizações norte-americanas, a Controladoria surgiu<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar o controle centralizado <strong>de</strong> todos os negócios da<br />

empresa, envolvendo suas filiais, subsidiarias divisões etc. Nessa fase, essa<br />

função era exercida por profissionais da área financeira ou contabilida<strong>de</strong> por<br />

cauda das suas exigências para lidar com informações econômicas<br />

financeira, além da ampla visão sistêmica da dinâmica empresarial.<br />

Segundo Oliveira e Ponte (2006), a Controladoria chegou às organizações para<br />

suprir a <strong>de</strong>ficiência da Contabilida<strong>de</strong> no suprimento <strong>de</strong> informações gerenciais que<br />

visem à eficácia empresarial.<br />

Sendo assim os contadores perceberam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporar<br />

conhecimentos <strong>de</strong> gestão empresarial, flexibilizar o mo<strong>de</strong>lo contábil existente e<br />

<strong>de</strong>senvolver novas ferramentas <strong>de</strong> pesquisas e avaliação, como forma <strong>de</strong><br />

participarem do processo <strong>de</strong> gestão, afastando, <strong>de</strong>sse modo, as críticas que apontam<br />

sua função como meramente direcionada a aten<strong>de</strong>r as exigências societárias.<br />

Em virtu<strong>de</strong> disso, o profissional da Contabilida<strong>de</strong> juntamente com sua profissão<br />

passou por diversas modificações, instando, ambos a alterarem suas habilida<strong>de</strong>s e<br />

competências. (PELEIAS E BRUSSOLO, 2003). Ainda segundo Peleias e Brussolo<br />

(2003, p. 1) na atualida<strong>de</strong>, em função das mudanças no mercado <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong><br />

uma maior especialização requerida, este profissional po<strong>de</strong> crescer rapidamente<br />

<strong>de</strong>ntro das organizações, ocupando cargo como Gerente <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

Custos, Orçamentos, Administrativo-Financeiro e Controller.<br />

Martin (2002, p. 25) afirma que as transformações da Contabilida<strong>de</strong> Gerencial<br />

estão ocorrendo no mundo inteiro; então colocá-la em sintonia com as transformações<br />

recentes no panorama mundial dos negócios; uma vez que essas mudanças são<br />

impositivo ás organizações.<br />

25


É, pois, <strong>de</strong> vital importância para as empresas, incorporarem ao seu processo <strong>de</strong><br />

gestão um sistema <strong>de</strong> controle que lhes permita maior segurança em suas ações, no<br />

atual contexto <strong>de</strong> globalização.<br />

Martin (2002) discorre afirmando que a Controladoria se apresenta como uma<br />

evolução natural e alternativa à Contabilida<strong>de</strong> Gerencial, isto é, integra-se por meio do<br />

mo<strong>de</strong>lo básico da Contabilida<strong>de</strong> Gerencial, com a i<strong>de</strong>ntificação e a avaliação <strong>de</strong><br />

variáveis que tem gran<strong>de</strong> impacto nos resultados da organização. Porém a base<br />

conceitual para mo<strong>de</strong>lar as informações <strong>de</strong>stinadas aos gestores é ina<strong>de</strong>quado visto<br />

está voltada à realização <strong>de</strong> eventos passados. (CATELLI, 2007; MARTIN, 2002;<br />

ANTUNES, 2006).<br />

Segundo Padoveze (2004), po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r, então, que a Controladoria,<br />

através da Contabilida<strong>de</strong> Gerencial, que trabalha com os conceitos <strong>de</strong> lucro<br />

econômico, fornece as condições necessárias para que a organização possa avaliar<br />

todo o processo <strong>de</strong> gestão com eficiência e eficácia, agregando, assim, valor para a<br />

empresa.<br />

2.3 Funções da Controladoria<br />

As empresas têm uma divisão funcional do trabalho, cujo divisor <strong>de</strong> águas é a<br />

vinculação, <strong>de</strong>stas funções, as suas características operacionais, que são <strong>de</strong>finidas<br />

em função do produto e/ou serviço produzido. Uma área <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> quantas ativida<strong>de</strong>s a compõe, <strong>de</strong>sempenha uma ou um<br />

conjunto <strong>de</strong> funções. No caso da Controladoria, estas funções estão ligadas a um<br />

conjunto <strong>de</strong> objetivos e, quando <strong>de</strong>sempenhadas, viabilizam o processo <strong>de</strong> gestão<br />

econômica (CATELLI, 2007).<br />

Oliveira (1998, p.19), na tentativa <strong>de</strong> fazê-lo, diz que “po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r<br />

Controladoria como <strong>de</strong>partamento responsável pelo projeto, elaboração,<br />

implementação e manutenção do sistema integrado <strong>de</strong> informações operacionais”<br />

Segundo Oliveira, Perez Jr. e Silva (2007), a Controladoria serve como órgão <strong>de</strong><br />

observação e controle da cúpula administrativa, preocupando-se com a constante<br />

avaliação da eficácia e eficiência dos vários <strong>de</strong>partamentos no exercício <strong>de</strong> suas<br />

ativida<strong>de</strong>s. É ela que fornece os dados e as informações, que planeja e pesquisa,<br />

26


visando sempre mostrar a essas mesma cúpula os pontos <strong>de</strong> estrangulamento<br />

presentes e futuros que põem em perigo ou reduzem a rentabilida<strong>de</strong> da empresa.<br />

De acordo com o Financial Executive Institute, as principais atribuições da<br />

Controladoria, compreen<strong>de</strong>m:<br />

• Estabelecer, coor<strong>de</strong>nar e manter um plano integrado para o controle das<br />

operações;<br />

• Medir a performace entre os planos operacionais aprovados e os padrões,<br />

reportar e interpretar os resultados das operações dos diversos níveis<br />

gerenciais;<br />

• Prover proteção para os ativos da empresa. Isso inclui a<strong>de</strong>quados<br />

controles internos e cobertura <strong>de</strong> seguros;<br />

• Analisar a eficiência dos sistemas operacionais;<br />

• Sugerir melhorias para a redução <strong>de</strong> custos;<br />

• Verificar sistematicamente o cumprimento dos planos e objetivos traçados<br />

pela organização;<br />

• Analisar as causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios e sugerir correção <strong>de</strong>sses planos ou dos<br />

instrumentos e sistemas <strong>de</strong> controle;<br />

• Analisar a a<strong>de</strong>quação na utilização dos recursos materiais e humanos da<br />

organização;<br />

Em suma, revisar e analisar os objetivos e métodos <strong>de</strong> todas as áreas da<br />

organização, sem exceção.<br />

Kanitz, (1977 apud OLIVEIRA; PEREZ JR.; SILVA, 2007) por sua vez, enten<strong>de</strong><br />

que as funções da Controladoria po<strong>de</strong>m ser resumidas como segue:<br />

• Informação: compreen<strong>de</strong> os sistemas contábil-financeiro-gerenciais;<br />

• Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas <strong>de</strong> controle sobre<br />

comportamento;<br />

27


• Coor<strong>de</strong>nação: visa centralizar informações com vista na aceitação <strong>de</strong><br />

planos. O controller toma conhecimento <strong>de</strong> eventuais inconsistências<br />

<strong>de</strong>ntro da empresa e assessora a direção, sugerindo soluções;<br />

• Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os<br />

resultados por área <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, por processos, por ativida<strong>de</strong>s<br />

etc.<br />

• Acompanhamento: verifica e controla a evolução e o <strong>de</strong>sempenho dos<br />

planos traçados a fim <strong>de</strong> corrigir falhas ou <strong>de</strong> revisar tais planos.<br />

Após a análise do entendimento <strong>de</strong> Kanitz, citado por Oliveira, Perez Jr. e<br />

Silva (2007), os autores resumem que a Controladoria <strong>de</strong>ve prestar-se para a<br />

contínua assessoria, no sentido <strong>de</strong> contribuir para o aprimoramento da empresa, por<br />

meio <strong>de</strong> críticas construtivas e inteligentes, conforme Ilustração 2 a seguir.<br />

Figura 2 – Ciclo <strong>de</strong> aprimoramento contínuo<br />

Fonte: Oliveira, Perez Jr. e Silva (2007, p. 18).<br />

Heckert e Wilson apud MOSIMANN e Fish estabelecem como funções da<br />

Controladoria:<br />

a. A função <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>, que inclui o estabelecimento e a manutenção<br />

<strong>de</strong> um plano operacional integrado;<br />

b. A função <strong>de</strong> controle, que inclui o <strong>de</strong>senvolvimento, o teste e a revisão por<br />

meios a<strong>de</strong>quados dos padrões satisfatórios contra os quais <strong>de</strong>ve-se medir<br />

o <strong>de</strong>sempenho real, e a assistência à administração no incentivo à<br />

conformida<strong>de</strong> dos resultados reais com os padrões;<br />

c. A função <strong>de</strong> relatar, que inclui preparação, análise e interpretação dos<br />

fatos financeiros, envolve avaliação <strong>de</strong>sses dados em relação aos<br />

objetivos e métodos da área e da empresa como um todo;<br />

28


d. A função contábil, que contábil o estabelecimento e a manutenção das<br />

operações da contabilida<strong>de</strong> geral e da contabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos das<br />

fábricas, da divisão das empresas como um todo;<br />

2.4 Perfil e funções do controller<br />

Segundo Horngren (1985), a palavra controller não existe em nosso vocabulário,<br />

foi recentemente incorporada à linguagem comercial e administrativa das empresas<br />

no Brasil, através <strong>de</strong> prática dos países industrializados como os Estados Unidos, e<br />

Inglaterra, etc.<br />

Figueredo e Cacciano (2009), relatam que o controller é o gestor encarregado do<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Controladoria; seu papel é, por meio do gerenciamento <strong>de</strong> um<br />

eficiente sistema <strong>de</strong> informação, zelar pela continuida<strong>de</strong> da empresa. O controller tem<br />

como tarefa manter o executivo principal da companhia informado sobre os rumos<br />

que ela <strong>de</strong>ve tomar, aon<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ir e quais os caminhos que <strong>de</strong>vem ser seguidos.<br />

Kanitz (1976), p. 53) afirma que:<br />

Os controladores foram inicialmente recrutados entre os indivíduos das áreas<br />

<strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> e finanças das empresas, por possuírem, em função do<br />

cargo que ocupam, uma visão ampla da empresa que os habilita a enxergar<br />

as dificulda<strong>de</strong>s como um todo e propor soluções gerais. Além disso, as<br />

informações que chegam ao controller são predominantemente <strong>de</strong> natureza<br />

quantitativa, física, monetárias, ou ambas.<br />

Os mo<strong>de</strong>rnos conceitos <strong>de</strong> Controladoria indicam que o controller <strong>de</strong>sempenha<br />

sua função <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> maneira muito especial, isto é, ao organizar e reportar<br />

dados relevantes exerce uma força ou influência que induz os gerentes a tomarem<br />

<strong>de</strong>cisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa. Para tanto,<br />

geralmente o controller acaba tornando-se o responsável pelo projeto, implementação<br />

e manutenção <strong>de</strong> um sistema integrado <strong>de</strong> informações, que operacionaliza o<br />

conceito <strong>de</strong> que a contabilida<strong>de</strong>, como principal instrumento para <strong>de</strong>monstrar a<br />

quitação <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>correm da accountability da empresa e seus<br />

gestores, é suportada pelas teorias da <strong>de</strong>cisão, mensuração e informação.<br />

29


É ao controller, mais do que qualquer outro profissional, que os gestores se<br />

dirigem para obter orientações quanto à direção e ao controle das ativida<strong>de</strong>s<br />

empresariais, visto ser ele o responsável pelo sistema <strong>de</strong> informações da empresa.<br />

No entanto, não é atribuição sua dirigir a organização, pois essa tarefa é dos<br />

gestores, mas é <strong>de</strong> sua competência mantê-los informados sobre os eventos<br />

passados, o <strong>de</strong>sempenho atual a os possíveis rumos da empresa.<br />

A essência da função <strong>de</strong> controller, segundo Heckert e Wilson (apud<br />

MOSIMANN et al, 1999), é uma visão proativa, permanentemente voltada para o<br />

futuro. “Essencial para a compreensão apropriada da função <strong>de</strong> controladoria é uma<br />

atitu<strong>de</strong> mental que energiza e vitaliza os dados financeiros por aplicá-los ao futuro das<br />

ativida<strong>de</strong>s da companhia. É um enfoque analiticamente treinado, que traz balanço<br />

entre o <strong>planejamento</strong> administrativo e o sistema <strong>de</strong> controle”<br />

Segundo os mesmos autores (p. 13-17), são as seguintes funções do controller:<br />

• a função <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>;<br />

• a função <strong>de</strong> controle;<br />

• a função <strong>de</strong> reporte;<br />

• a função contábil.<br />

Horngren et al. (1994, p.14) enten<strong>de</strong>m que as funções do controller incluem:<br />

• <strong>planejamento</strong> e controle;<br />

• relatórios internos;<br />

• avaliação e consultoria;<br />

• relatórios externos<br />

• proteção dos ativos;<br />

• avaliação econômica.<br />

Peleias (2003 p. 45), procura resumir as funções do controller:<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que hoje é a Controladoria a gran<strong>de</strong> responsável pela<br />

coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> esforços com vista à otimização da gestão <strong>de</strong> negócios das<br />

30


empresas e pela criação, implantação, operação e manutenção <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> informação que dêem suporte ao processo <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> e controle.<br />

Constata-se que para bem <strong>de</strong>sempenhar suas funções, como qualquer outro<br />

executivo, o controller <strong>de</strong>ve ter suas tarefas perfeitamente <strong>de</strong>finidas. Qualquer<br />

duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> ou ambigüida<strong>de</strong> dificultará o exercício das mesmas. Por<br />

outro lado é indispensável ao controller possuir certas qualida<strong>de</strong>s.<br />

Os estudos <strong>de</strong> J.B.Heckert e J.D.Wilson (apud Padoveze,2003) apresentam as<br />

seguintes características do controller.<br />

• Ser capaz <strong>de</strong> prever problemas que possam surgir e <strong>de</strong> coletar as<br />

informações necessárias para se tomarem <strong>de</strong>cisões;<br />

• Traduzir os fatos e estatísticas em gráficos <strong>de</strong> tendências e índices;<br />

• Fornecer as informações na linguagem do executivo que as recebe;<br />

• Ser capaz <strong>de</strong> ter sempre os olhos voltados para o futuro<br />

• Dar informações e fornecer informações quando solicitados;<br />

• Assumir a posição <strong>de</strong> conselheiro e não <strong>de</strong> crítico;<br />

• Ser imparcial;<br />

• Ser capaz <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r suas idéias aos <strong>de</strong>mais executivos da empresa;<br />

• Ser capaz <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r que a contribuição <strong>de</strong> suas funções para<br />

outras áreas sofre limitações.<br />

• Entendimento geral do setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica que a empresa faz<br />

parte;<br />

• Conhecimento amplo <strong>de</strong> sua própria empresa, história, cultura, políticas e<br />

suas operações;<br />

• Entendimento básico dos problemas <strong>de</strong> produção, distribuição, finanças e<br />

pessoal;<br />

• Habilida<strong>de</strong> para analisar e interpretar dados contábeis e estatísticos;<br />

• Conhecimento amplo <strong>de</strong> princípios e procedimentos contábeis.<br />

31


O controller em função das diversas tarefas que lhe foram atribuídas <strong>de</strong>ve<br />

possuir, segundo Heckert e Wilson (apud PELEIAS 2003), as seguintes qualificações:<br />

• Entendimento geral do setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas do qual sua<br />

empresa faz parte, e das forças políticas, econômicas e sociais<br />

diretamente relacionadas;<br />

• Conhecimento amplo <strong>de</strong> sua própria empresa, sua história, suas políticas,<br />

seu programa, sua organização e, até certo ponto, <strong>de</strong> suas operações;<br />

• Entendimento dos problemas básicos <strong>de</strong> administração da produção, da<br />

distribuição, <strong>de</strong> finanças e <strong>de</strong> pessoal;<br />

• Habilida<strong>de</strong> para analisar e interpretar dados contábeis e estatísticos <strong>de</strong> tal<br />

forma que se tornem a base para a ação;<br />

• Habilida<strong>de</strong> para expressar idéias claras por escrito, isto é, na linguagem<br />

a<strong>de</strong>quada e;<br />

• Conhecimento amplo <strong>de</strong> princípios e procedimentos contábeis e<br />

habilida<strong>de</strong> para dirigir pesquisas estatísticas.<br />

Ainda, segundo os autores, alguns princípios <strong>de</strong>vem nortear o trabalho <strong>de</strong> um<br />

controller para o <strong>de</strong>sempenho eficaz das tarefas a seu cargo, tais como:<br />

• Iniciativa<br />

• Visão econômica<br />

• Comunicação racional<br />

• Síntese<br />

• Visão para o futuro<br />

• Oportunida<strong>de</strong><br />

• Persistência<br />

32


• Cooperação<br />

• Imparcialida<strong>de</strong><br />

• Persuasão<br />

• Consciência das limitações<br />

• Cultura geral<br />

• Li<strong>de</strong>rança<br />

• Ética<br />

Na análise das funções, características, qualificações princípios norteadores,<br />

percebe-se o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> congregar em único profissional, tal perfil para que o mesmo<br />

<strong>de</strong>senvolver seu papel <strong>de</strong> forma eficiente e eficaz, na busca da otimização do<br />

<strong>de</strong>sempenho e resultado da empresa.<br />

2.5 Subsistemas Empresariais<br />

Serão abordados os conceitos <strong>de</strong> sistemas e subsistemas empresariais,<br />

subsistemas <strong>de</strong> informação, análise dos subsistemas empresariais e a adaptação <strong>de</strong><br />

um sistema. Obviamente, eles variam entre empresas, pois a estrutura <strong>de</strong> cada<br />

organização é diferente, também há diferenças no <strong>planejamento</strong> operacional e<br />

institucional <strong>de</strong>las, que po<strong>de</strong> ocorrer das mais diversas maneiras possíveis.<br />

Colaborando com uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sistemas Esteves (2009) afirma que os<br />

sistemas abertos são unida<strong>de</strong>s inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com o meio que possuem uma<br />

entrada, realizam um processamento e liberam uma saída (Figura 3). Os sistemas<br />

fechados não serão estudados neste trabalho, pois as organizações não trabalham <strong>de</strong><br />

uma maneira in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do ambiente externo. Mesmo na Engenharia e nas<br />

Ciências Exatas, os sistemas abertos são os mais comuns<br />

Figura 3 – Diagrama <strong>de</strong> um sistema aberto<br />

Fonte: Silva, (2006).<br />

33


Para Silva (2006), os sistemas abertos po<strong>de</strong>m ser classificados genericamente<br />

da seguinte maneira: subsistemas <strong>de</strong> apoio, complementares e principais. Como<br />

exemplos <strong>de</strong> subsistemas <strong>de</strong> apoios po<strong>de</strong>mos citar: informática, organização e<br />

métodos e jurídico. Exemplos <strong>de</strong> subsistemas complementares: contábil, financeiro e<br />

recursos humanos. Os subsistemas principais mais comuns são: técnico <strong>de</strong> produção<br />

e mercadológico.<br />

Há subsistemas que congregam a maior parte das informações <strong>de</strong> uma<br />

organização são chamados <strong>de</strong> subsistemas <strong>de</strong> informação empresariais – SIE, os<br />

principais são:<br />

• Produção ou serviço;<br />

• Comercial/vendas;<br />

• Materiais/estoque;<br />

• Financeiros/contábil;<br />

• Jurídico/obrigações;<br />

• Recursos humanos;<br />

• Recrutamento <strong>de</strong> pessoal;<br />

• Folha <strong>de</strong> pagamento;<br />

• Encargos e salários.<br />

Os SIE processam os dados da empresa da seguinte maneira:<br />

Entrada: são os dados buscados e coletados que são inseridos nestes<br />

subsistemas para serem processados.<br />

Processamento: é on<strong>de</strong> são organizadas as tarefas, operações, aplicadas<br />

or<strong>de</strong>ns, cálculos e outros procedimentos com o intuito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as funções que são<br />

requeridas pela organização conforme suas tarefas e objetivos pré-<strong>de</strong>terminados ou<br />

em elaboração.<br />

Saída: dá origem às informações, produtos ou serviços. É nessa etapa em que<br />

são emitidos relatórios, conciliados os dados e outras informações.<br />

34


2.5.1 Subsistemas no Cumprimento da Missão Empresarial<br />

São seis os subsistemas componentes do sistema empresa, que interagem no<br />

sentido do cumprimento <strong>de</strong> sua missão: institucional, físico, social, organizacional, <strong>de</strong><br />

gestão e <strong>de</strong> informações.<br />

2.5.2 Subsistema Institucional<br />

É formado por um conjunto <strong>de</strong> crenças, valores e expectativas dos sócios da<br />

empresa. Ele aparece nas <strong>de</strong>cisões relacionadas a manutenção da empresa no<br />

mercado e crescimento.<br />

Essas crenças, valores e expectativas se convertem em diretrizes que orientam<br />

todos os <strong>de</strong>mais componentes do sistema empresa aos resultados <strong>de</strong>sejados e se<br />

referem aos princípios que norteiam o comportamento diante <strong>de</strong> seus clientes,<br />

fornecedores, empregados, comunida<strong>de</strong>, governo, segmento, tais como: ética,<br />

imagem no ambiente externo, credibilida<strong>de</strong>, confiança em seus produtos e outros<br />

fatores.<br />

Esse subsistema relaciona-se aos propósitos do sistema empresa e à filosofia<br />

que orienta sua atuação em geral. Engloba o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão da empresa, que se<br />

refere ao conjunto <strong>de</strong> crenças e valores especificamente relacionados à forma <strong>de</strong><br />

administrar o negócio, tais como: grau <strong>de</strong> participação e autonomia dos gestores,<br />

critérios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, postura gerencial, <strong>de</strong>ntre outros elementos.<br />

Sua importância ocorre, pois influencia todos os subsistemas da empresa e<br />

condiciona a interação da empresa com os <strong>de</strong>mais sistemas que compõem seu<br />

ambiente externo.<br />

2.5.3 Subsistema Físico<br />

Abrange todos os elementos materiais do sistema empresa, tais como: imóveis,<br />

instalações, máquinas, veículos, estoques etc., e os processos físicos das operações,<br />

que se materializam nas diversas ativida<strong>de</strong>s que utilizam recursos para a geração <strong>de</strong><br />

produtos e serviços.<br />

35


Não inclui o elemento humano, que compõe o subsistema social, mas sim todos<br />

os recursos físicos que as pessoas utilizam para <strong>de</strong>sempenhar suas funções na<br />

empresa.<br />

2.5.4 Subsistema Social<br />

É o conjunto dos elementos humanos na organização, bem como às<br />

características próprias dos indivíduos, tais como: necessida<strong>de</strong>s, criativida<strong>de</strong>,<br />

objetivos pessoais, motivação, li<strong>de</strong>rança e outros pontos. O nível <strong>de</strong> motivação e<br />

satisfação das pessoas reflete-se diretamente no <strong>de</strong>sempenho da empresa por meio<br />

<strong>de</strong> absenteísmo, rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoal, paralisações e reclamações trabalhistas.<br />

Da mesma forma, o nível <strong>de</strong> capacitação técnica e competência gerencial<br />

<strong>de</strong>termina a qualida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>cisões, requerendo <strong>de</strong>senvolvimento e treinamento <strong>de</strong><br />

pessoal.<br />

2.5.5 Subsistema Organizacional<br />

Trata da organização formal da empresa, ou seja, da forma como são agrupadas<br />

suas diversas ativida<strong>de</strong>s em <strong>de</strong>partamentos e setores, dos níveis hierárquicos, das<br />

<strong>de</strong>finições <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong>, do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização das<br />

<strong>de</strong>cisões e da <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />

2.5.6 Subsistema <strong>de</strong> Gestão<br />

São os processos que orientam a realização das ativida<strong>de</strong>s da empresa a seus<br />

propósitos, ou seja, é responsável pela dinâmica do sistema. Justifica-se pela<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong>, execução e controle das ativida<strong>de</strong>s empresariais, para<br />

que a empresa alcance seus propósitos. Requer um conhecimento a<strong>de</strong>quado da<br />

realida<strong>de</strong>, obtido por meio das informações geradas pelo subsistema <strong>de</strong> informação.<br />

36


2.5.7 Subsistema <strong>de</strong> Informação<br />

É constituído <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> obtenção, processamento e geração <strong>de</strong><br />

informações necessárias à execução e gestão das ativida<strong>de</strong>s da empresa, incluindo<br />

informações ambientais, operacionais e econômico-financeiros.<br />

O capítulo seguinte apresentará os aspectos das micros empresas <strong>comerciais</strong><br />

brasileiras, tratando <strong>de</strong> suas característica, suas vantagens e <strong>de</strong>svantagens e do perfil<br />

do pequenos empreen<strong>de</strong>dor mo<strong>de</strong>rno.<br />

37


3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS<br />

3.1 Características das <strong>Empresas</strong> <strong>de</strong> Pequeno Porte<br />

O propósito <strong>de</strong>ste capítulo é apresentar as especificida<strong>de</strong>s da pequena empresa<br />

por meio <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> concepção organizacional que evi<strong>de</strong>ncie os diversos que<br />

compõem e envolvem uma organização.<br />

As mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos e a globalização das<br />

ativida<strong>de</strong>s socioeconômicas, juntamente com a terceirização, o crescimento no setor<br />

<strong>de</strong> serviços e o alto índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, impulsionaram o surgimento <strong>de</strong> novos<br />

negócios.<br />

As micro e pequenas empresas (MPEs) são as maiores geradoras <strong>de</strong> emprego e<br />

renda e contribuem para o <strong>de</strong>senvolvimento das regiões menos <strong>de</strong>senvolvidas. Dai a<br />

sua importância para o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social <strong>de</strong> um país.<br />

Atualmente, há duas leis fe<strong>de</strong>rais que <strong>de</strong>finem microempresa e empresa <strong>de</strong><br />

pequeno porte, a saber:<br />

O Estatuto da <strong>Micro</strong>empresa e da Empresa <strong>de</strong> Pequeno Porte (Lei nº 9.841/99),<br />

que estabelece incentivo através da simplificação <strong>de</strong> suas obrigações administrativas,<br />

previ<strong>de</strong>nciárias e creditícias e pela eliminação ou redução <strong>de</strong>stas por meio <strong>de</strong> lei,<br />

assim as <strong>de</strong>fine:<br />

• <strong>Micro</strong>empresa é a pessoa jurídica com receita bruta anual igual ou<br />

inferior a R$ 433.755,14<br />

• Empresa <strong>de</strong> pequeno porte é <strong>de</strong> R$ 433.755,15 a R$ 2.133.222,00.<br />

A Lei do Simples Fe<strong>de</strong>ral (Lei nº 9.317/96), que dá benefícios do ponto <strong>de</strong> vista<br />

tributário e fiscal, as <strong>de</strong>fine <strong>de</strong>sta forma:<br />

• <strong>Micro</strong>empresa, aquela que tem faturamento anual <strong>de</strong> até R$ 240.000,00.<br />

• Empresa <strong>de</strong> pequeno porte a que fatura até R$ 2.400.000,00.<br />

Segundo o SEBRAE-SP, no Brasil existem 5,1 milhões <strong>de</strong> empresas. Desse<br />

total, 98% é micro e pequenas empresas (MPEs). Os pequenos negócios (formais e<br />

38


informais) respon<strong>de</strong>m por mais <strong>de</strong> dois terços das ocupações do setor privado.<br />

As micro e pequenas empresas po<strong>de</strong>m ser classificadas <strong>de</strong> acordo com o<br />

número <strong>de</strong> empregados e com o faturamento bruto anual.<br />

Porte/Setor Indústria Comércio e Serviços<br />

<strong>Micro</strong>empresas Até 19 Até 9 empregados<br />

<strong>Empresas</strong> <strong>de</strong> Pequeno<br />

Porte<br />

De 20 a 99 De 10 a 49<br />

Médias De 100 a 499 De 50 a 99<br />

Gran<strong>de</strong>s 500 ou mais 100 ou mais<br />

Tabela 1 - Classificação das micro e pequenas empresas <strong>de</strong> acordo com o número<br />

<strong>de</strong> empregados.<br />

Fonte: www.sebraesp.com.br. Acesso em: 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />

As micro e pequenas empresas assumem características próprias <strong>de</strong> gestão,<br />

competitivida<strong>de</strong> e inserção no mercado. Segundo Gonçalves (1994) em países como<br />

o Brasil on<strong>de</strong> há alto <strong>de</strong>sequilíbrio regional, micro e pequenas empresas po<strong>de</strong>m<br />

apresentar um importante papel para a <strong>de</strong>scentralização industrial.<br />

Em adição, as MPE constituem uma alternativa <strong>de</strong> ocupação para uma pequena<br />

parcela que tem condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seu próprio negocio e uma alternativa <strong>de</strong><br />

emprego formal ou informal, para uma gran<strong>de</strong> parcela da força <strong>de</strong> trabalho exce<strong>de</strong>nte,<br />

em geral, com pouca qualificação que não encontram emprego nas empresas <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> porte (IBGE, 2003).<br />

O Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatísticas <strong>de</strong>senvolveram em 2003 um<br />

amplo estudo sobre as principais características <strong>de</strong> gestão das MPE brasileiras, entre<br />

os principais achados estão:<br />

• Baixo volume <strong>de</strong> capital empregado;<br />

• Altas taxas <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong>;<br />

• Presença significativa <strong>de</strong> proprietários, sócios e funcionários com laços<br />

familiares;<br />

39


• Gran<strong>de</strong> centralização do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório;<br />

• Não distinção da pessoa física do proprietário com a pessoa jurídica,<br />

inclusive em balanços contábeis;<br />

• Registros contábeis pouco a<strong>de</strong>quados;<br />

• Contratação direta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra;<br />

• Baixo nível <strong>de</strong> terceirização;<br />

• Baixo emprego <strong>de</strong> tecnologias sofisticadas;<br />

• Baixo investimento em inovação tecnológica;<br />

• Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a financiamento <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> giro;<br />

• Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição dos custos fixos;<br />

• Alto índice <strong>de</strong> sonegação fiscal;<br />

• Contratação direta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra;<br />

• Utilização intensa <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra não qualificada ou sem qualificação.<br />

Oliveira (2004) menciona que as micro e pequenas empresas possuem<br />

características próprias e exclusivas que são: contribuição na geração do produto<br />

nacional, absorção <strong>de</strong> mão - <strong>de</strong>- obra,geração <strong>de</strong> renda, flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> localização e<br />

composição do capital <strong>de</strong> forma predominantemente nacional.<br />

Umas das características marcantes é que as empresas geralmente possuem<br />

gerencia e administração ligadas aos seus proprietários, sendo representadas<br />

individualmente ou por um grupo pequeno <strong>de</strong> pessoas. Sua área <strong>de</strong> atuação é local,<br />

contando com um sistema <strong>de</strong> produção e administração <strong>de</strong> estrutura reduzida e<br />

geralmente no mesmo ambiente físico.<br />

De acordo com os dados <strong>de</strong> empresa formais registradas no Brasil, po<strong>de</strong>-se<br />

afirmar que as micro e pequenas empresas, em 2005,representavam 99,2% do total<br />

<strong>de</strong> empresas empregando 57,2% do total <strong>de</strong> pessoas no ano <strong>de</strong> 2002 (SEBRAE,<br />

2005). Há quem questione o fato <strong>de</strong> uma maior abertura <strong>de</strong> micro e pequenas<br />

empresas auxiliar na geração <strong>de</strong> empregos, já que 30,7% do total <strong>de</strong> micro empresas<br />

e 13,1% das pequenas empresas criadas no ano anterior fecharam no primeiro ano,<br />

enquanto nas gran<strong>de</strong>s empresas, esse percentual atinge somente 6,8%.<br />

40


Quanto à questão <strong>de</strong> altas taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> das pequenas empresas,<br />

diversos autores mencionam que as principais causas são: falta <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong><br />

prévio, gestão empresarial precária, a própria economia, falta <strong>de</strong> políticas publicas<br />

mais específica e direcionada aos pequenos empresas – como, por exemplo, o<br />

microcrédito, e dificulda<strong>de</strong>s no processo <strong>de</strong> cooperação – entre eles: tributária,<br />

trabalhista e crédito.<br />

3.2 Vantagens e Desvantagens das <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong><br />

A realida<strong>de</strong> que as empresas, <strong>de</strong> forma geral enfrentam com o mercado<br />

globalizado <strong>de</strong>termina que suas estratégias sejam traçadas para a manutenção da<br />

capacida<strong>de</strong> competitiva e isso exige que se assumam riscos e atendam as<br />

necessida<strong>de</strong>s dos seus clientes, sejam consumidores finais ou empresas que<br />

necessitam do produto para dar continuida<strong>de</strong> em um processo. As PMEs estão<br />

inseridas nessa realida<strong>de</strong> e precisa <strong>de</strong>finir o seu campo <strong>de</strong> atuação, o caminho que<br />

quer seguir, aon<strong>de</strong> que chegar, para a sua própria sobrevivência. Com isso as PMEs<br />

precisam <strong>de</strong>senvolver novas tecnologias para aten<strong>de</strong>r as diferentes realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

seus clientes.<br />

Outra vantagem das PMEs é a maior flexibilida<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r clientes que<br />

necessitam <strong>de</strong> produtos em menor quantida<strong>de</strong>, ou seja, po<strong>de</strong> realizar a produção e,<br />

baixa escala. Essa flexibilida<strong>de</strong> permite que se possa respon<strong>de</strong>r prontamente às<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> seu mercado, mediante a adaptação <strong>de</strong> seus produtos às mudanças<br />

empreendidas por seus clientes e ainda, seus equipamentos sendo produtos às<br />

mudanças empreendidas por seus clientes e ainda, seus equipamentos sendo menos<br />

especializados permitem que seja introduzidas alterações e adaptações com mais<br />

facilida<strong>de</strong>.<br />

Outra característica a ser consi<strong>de</strong>rada é que quando a PME está inserida numa<br />

ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> empresa, ela tem uma papel essencial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa empresa e até mesmo <strong>de</strong> seu País, pois a partir do momento<br />

que obtiver uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos ou serviços e preços mais<br />

competitivos ela terá contribuído para que as gran<strong>de</strong>s empresas possam participar do<br />

mercado globalizado.<br />

41


Além disso, os serviços prestados pelas PMEs são mais ativos e rápidos, têm<br />

maior proximida<strong>de</strong> com os clientes e a eficiência é maior em função dos baixos custos<br />

indiretos. As PMEs po<strong>de</strong>m excluir mais facilmente os <strong>de</strong>sperdícios, reduzir as<br />

ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor, <strong>de</strong>senvolver um bom clima na organização e<br />

capacitar os recursos humanos. E quando programam essas estratégicas, trazem<br />

resultados financeiros, conseqüentemente estão realizando inovações tecnológicas<br />

no processo produtivo.<br />

As principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas pelas PMEs estão relacionadas com as<br />

áreas <strong>de</strong> marketing, P&D e exportação. As duas primeiras, em função dos custos,<br />

tornam as gran<strong>de</strong>s empresas mais, reconhecidas e estáveis para oferecer os<br />

produtos ou serviços aos clientes, por essa razão, ao <strong>de</strong>cidir <strong>de</strong> quem comprar, os<br />

clientes acabam optando pelas gran<strong>de</strong>s empresas. Em relação à exportação as PMEs<br />

precisam <strong>de</strong> intermediários para colocar seus produtos no exterior, tonando-os mais<br />

caros e menos competitivos.<br />

Além disso, outro fato importante é que as PMEs evitam entrar em áreas que<br />

exigem recursos consi<strong>de</strong>ráveis para P&D, pois a produção em baixa escala não<br />

propicia custear as pesquisas e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos ou processos.<br />

3.3 Perfil do Pequeno Empreen<strong>de</strong>dor Mo<strong>de</strong>rno<br />

O perfil do empreen<strong>de</strong>dor configura a imagem da empresa, os valores e o<br />

comportamento social da firma. Em face da varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos, que envolve a<br />

figura do empreen<strong>de</strong>dor, e sua relação com a empresa, po<strong>de</strong>-se afirmar que não<br />

existe um protótipo <strong>de</strong> “empreen<strong>de</strong>dor”, ou <strong>de</strong> “personalida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora”.<br />

Assim, o empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>ve sempre estar atento os <strong>de</strong>safios que sua própria<br />

empresa lhe impõe, e apren<strong>de</strong>r a molda suas individualida<strong>de</strong>s com as necessida<strong>de</strong>s<br />

do mercado (SEBRAE, 1998).<br />

Os autores Olivo & Mello (1998), SEBRAE (1998), i<strong>de</strong>ntificam o perfil<br />

empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong>screvendo suas características como: motivação para a realização<br />

pessoal, habilida<strong>de</strong>s e conhecimentos para utilizar as capacida<strong>de</strong>s físicas e<br />

42


intelectuais, requisitos e qualida<strong>de</strong>s necessários para produzir certo produto/serviço, e<br />

pela existência <strong>de</strong> um clima organizacional, favorável à colaboração <strong>de</strong> todos.<br />

A habilida<strong>de</strong> do empreen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> sucesso está ligada à: i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s; valoração <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e pensamento criativo; comunicação<br />

persuasiva; negociação; aquisição <strong>de</strong> informações; resolução <strong>de</strong> problemas. Uma<br />

visão voltada aos negócios on<strong>de</strong> consiste em estar com a atenção voltada as<br />

necessida<strong>de</strong>s dos clientes e sua satisfação, visão administrativa orientada na busca<br />

da melhor maneira <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões gerenciais no sentido <strong>de</strong> garantir os<br />

melhores resultados dos objetivos.<br />

Ter noção dos processos industriais existentes, contribuir, efetivamente, na<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> alternativas viáveis para aumentar a produtivida<strong>de</strong>, e manter um alto<br />

nível <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> pessoal e profissional.<br />

VARIÁVEIS FATORES<br />

1. NECESSIDADES PESSOAIS Atualização, Buscar novos <strong>de</strong>safios;Pioneirismo<br />

2. HABILIDADES<br />

CONHECIMENTOS<br />

2.1 Negócios<br />

2.2 Gerenciais<br />

2.3 Técnicos<br />

Quadro 1 - Componente do Perfil Empreen<strong>de</strong>dor<br />

Fonte: www.sebraesp.com.br. Acesso em: 15 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010.<br />

Sendo assim, a característica empreen<strong>de</strong>dora na pequena empresa mostra<br />

do pequeno empreen<strong>de</strong>dor a influência da baixa escolarida<strong>de</strong>; pouco contanto com as<br />

novas tecnologias e teorias administrativas; pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos;<br />

administração familiar; cultura <strong>de</strong> “investimentos no patrimônio”, <strong>de</strong>stinando seus<br />

lucros na acumulação <strong>de</strong> capital físico.<br />

Logo, o perfil empreen<strong>de</strong>dor é caracterizado por:<br />

a) utilização <strong>de</strong> tecnologia apropriada;<br />

Perseverança;Sensibilida<strong>de</strong> empresarial;Visão<br />

ampliada do negocio.<br />

43<br />

Autodisciplina; Bom senso;Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Adaptação.<br />

I<strong>de</strong>ntificação com o Trabalho; Bom Senso.<br />

3 RELACIONAMENTO interpessoal Administração participativa;Integrida<strong>de</strong>; Li<strong>de</strong>rança<br />

.


) conhecimento empírico do empreendimento;<br />

c) prática <strong>de</strong> como fazer;<br />

d) habilida<strong>de</strong> no relacionamento pessoal;<br />

e) <strong>de</strong>terminação.<br />

3.4 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> <strong>Micro</strong> e pequenas empresas<br />

A atenção com os parâmetros e paradigmas organizacionais intensifica-se com a<br />

crescente exigência dos consumidores, com a integração dos mercados e com a<br />

globalização da economia. Essas mudanças fazem com que os conceitos ou mo<strong>de</strong>los<br />

administrativos tradicionais, até então utilizados pelas organizações, sejam<br />

questionados, e novos padrões estabelecidos (MOTTA, 2000).<br />

Por isso, a busca por maior competitivida<strong>de</strong> tem como base a maior qualida<strong>de</strong>,<br />

melhor aproveitamento dos recursos e maior produtivida<strong>de</strong>. Nesse caso, a qualida<strong>de</strong><br />

não é só um item a “mais” a ser oferecido, mais sim um fator fundamental para manter<br />

a empresa em ativida<strong>de</strong>, sendo que, nesse contexto o mais importante é qualida<strong>de</strong><br />

empresarial, ou seja, a qualida<strong>de</strong> da organização como um todo, e não só aquela<br />

inserida nos processo <strong>de</strong> produção.<br />

A preocupação com a qualida<strong>de</strong> é um ato permanente na vida das empresas,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Revolução Industrial. No século XX já se aplicavam mo<strong>de</strong>los T <strong>de</strong> Henri Ford,<br />

nos Princípios <strong>de</strong> Administração Cientifica <strong>de</strong> Taylor.<br />

A gestão estratégica da qualida<strong>de</strong> torna-se, portanto, um compromisso, da<br />

organização da gerencia e do quadro funcional <strong>de</strong> observar a relação da qualida<strong>de</strong><br />

com os objetivos básicos organizacionais e a estratégia da empresa Sendo assim, é<br />

necessário que haja investimentos em treinamentos, formação, pesquisa <strong>de</strong> mercado,<br />

análise <strong>de</strong> produtos, e concorrentes, investimentos em tecnologia da informação,<br />

incorporação <strong>de</strong> elementos, técnicas e metodologias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Nesse contexto, um dos aspectos a ser consi<strong>de</strong>rados é a investigação e<br />

avaliação dos procedimentos adotados pelas empresas em busca da qualida<strong>de</strong> que<br />

com isso criou mecanismos para garantir que produtos e serviços sejam realmente <strong>de</strong><br />

44


“qualida<strong>de</strong>”. Através <strong>de</strong>sses meios surgiram as Certificações, mais conhecidas como<br />

as séries ISO.<br />

3.5 O Contador nas <strong>Micro</strong> e <strong>Pequenas</strong> <strong>Empresas</strong> Comerciais<br />

contador:<br />

O Decreto-Lei n° 9.295/46 <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1946, que <strong>de</strong>fine as atribuições do<br />

Das atribuições profissionais:<br />

Art.25. São consi<strong>de</strong>rados trabalhos técnicos da contabilida<strong>de</strong>:<br />

a) Organização e execução <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> em geral;<br />

b) Escrituração dos livros contábeis obrigatórios, bem como <strong>de</strong> todos os<br />

necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos<br />

respectivos balanços e <strong>de</strong>monstrações;<br />

c) Pericia judiciais e extrajudiciais revisão <strong>de</strong> balanços, e <strong>de</strong> contas em geral,<br />

verificação <strong>de</strong> haveres, revisão permanente e periódica <strong>de</strong> escritas,<br />

regulações judiciais e extrajudiciais <strong>de</strong> avarias grossas e comuns,<br />

assistências aos conselhos fiscais das socieda<strong>de</strong>s anônimas e quaisquer<br />

outras atribuições <strong>de</strong> natureza técnica conferidas por lei aos profissionais da<br />

contabilida<strong>de</strong><br />

d) No <strong>de</strong>correr das interações do dia-a-dia o Contador acaba atuando em várias<br />

ativida<strong>de</strong>s para aten<strong>de</strong>r seus clientes, ora atua como assessor <strong>de</strong><br />

<strong>planejamento</strong>, como conselheiro, ora como psicólogo, <strong>de</strong>spachante, preposto,<br />

representante. Tudo isso sem falar nos pontos <strong>de</strong> um dos pontos mais<br />

básicos e fundamentais: ele é chamado a dar aval profissional às ações da<br />

empresa, perante bancos, fornecedores, acionistas e o Governo<br />

evi<strong>de</strong>ntemente.<br />

Uma empresa sem contabilida<strong>de</strong> é uma empresa sem histórico, sem i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

e sem as mínimas condições <strong>de</strong> sobreviver ou <strong>de</strong> planejar seu crescimento. Sendo<br />

assim, as funções <strong>de</strong> um contador não se limitam apenas em apurar os impostos e<br />

manter a contabilida<strong>de</strong> em dia, o contador <strong>de</strong>ve contribuir com todas as ferramentas<br />

necessárias para a preservação do seu patrimônio e a gestão dos negócios.<br />

O quarto capítulo abordará o estudo <strong>de</strong> caso tendo como exemplo uma empresa<br />

comercial no ramo <strong>de</strong> móveis e eletros. Abordando seu histórico, produtos e<br />

subsistemas.<br />

45


4 ESTUDO DE CASO<br />

4.1 Histórico<br />

A empresa Companhia do Lar é uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo <strong>de</strong> móveis e<br />

eletrodomésticos com visão mo<strong>de</strong>rna e diferenciada. Em 2005, iniciou sua trajetória e<br />

hoje possui seis novas lojas localizadas nos principais centros dos bairros <strong>de</strong><br />

Fortaleza.<br />

Nossa equipe <strong>de</strong> funcionários é composta atualmente por 20 pessoas entre elas<br />

<strong>de</strong>stacam-se ven<strong>de</strong>dores, montadores, motoristas, ajudantes <strong>de</strong> entregas que<br />

<strong>de</strong>senvolvem um trabalho sério e profissional para que a nossa empresa encare os<br />

obstáculos como <strong>de</strong>safios para continuar crescendo ainda mais.<br />

O diferencial ofertado aos clientes é o cumprimento dos prazos <strong>de</strong> entrega e<br />

montagem e buscamos a cada dia melhoria na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço. Com intuito <strong>de</strong><br />

fi<strong>de</strong>lizar nossos clientes foi lançado o cartão Companhia do Lar em parceria com a<br />

financeira <strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> crédito Fort Brasil.<br />

4.1.2 Produtos<br />

Os produtos comercializados inicialmente foram móveis populares e<br />

eletrodomésticos como: ventiladores, ferros, sanduícheiras entre outros. Em seguida<br />

por solicitação <strong>de</strong> nossos clientes vimos à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversificar apostando em<br />

novos produtos: estofados, colchões, eletroeletrônicos, salas <strong>de</strong> jantar, móveis em<br />

geral, buscando atendê-los em suas necessida<strong>de</strong>s, dando-lhes comodida<strong>de</strong> e<br />

permitindo a expansão da Companhia do Lar.<br />

4.1.3 Subsistemas Empresariais<br />

Os subsistemas da Companhia do Lar congregam maior parte <strong>de</strong> suas<br />

informações empresarias e são: institucional, físico, social, organizacional, <strong>de</strong> gestão<br />

e <strong>de</strong> informação.<br />

46


4.1.3.1Subsistema Institucional<br />

Cultuando as crenças e valores que norteiam os <strong>de</strong>mais componentes, a<br />

Companhia do Lar é <strong>de</strong>lineada na valorização dos seus Recursos Humanos,<br />

estimulando a auto-estima, a serieda<strong>de</strong>, competência, compromisso, a dignida<strong>de</strong> pelo<br />

trabalho e o companheirismo. Busca-se formar uma empresa participativa, capaz <strong>de</strong><br />

alcançar seus objetivos e satisfazer todos que com ela se relacionam.<br />

4.1.3.2 Subsistema Físico<br />

É o conjunto dos materiais disponíveis utilizados para a geração <strong>de</strong> serviços<br />

nesse caso: veículos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, estoque variado e outros, bem como instalações<br />

físicas e produto final necessário.<br />

4.1.3.3 Subsistema social<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos seus colaboradores reflete no <strong>de</strong>sempenho<br />

das ativida<strong>de</strong>s, assim, proporciona-se cursos <strong>de</strong> capacitação nas áreas <strong>de</strong> técnicas<br />

vendas, qualida<strong>de</strong> ao atendimento e outros que sejam oportunos.<br />

4.1.3.4 Subsistemas <strong>de</strong> Gestão<br />

Nesse subsistema, visa-se orientar para diversos setores do comércio: como<br />

vendas, compras e financeiro. Busca-se o melhor <strong>planejamento</strong> na execução e<br />

controle da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção a entrega do produto ao cliente.<br />

47


4.1.3.5 Subsistema Organizacional<br />

A figura mostra o organograma da empresa explicitando seus setores e hierarquia.<br />

CONTAS A<br />

PAGAR<br />

GERÊNCIA FINANCEIRA<br />

Figura 4 – Organograma da Companhia do Lar Móveis e Eletros<br />

4.1.3.6 Subsistema <strong>de</strong> Informação<br />

É composto basicamente das informações necessárias a gestão das ativida<strong>de</strong>s<br />

operacionais, buscando aperfeiçoar os meios, bem como, novas técnicas <strong>de</strong><br />

comercialização.<br />

CONTAS A<br />

RECEBER<br />

Além <strong>de</strong> informações econômicas e financeiras necessárias para elaboração <strong>de</strong><br />

planilhas para a formação <strong>de</strong> preços, custos, controles e <strong>de</strong>sperdícios visando a<br />

estabilida<strong>de</strong> e crescimento da empresa.<br />

4.2 Ambiente externo<br />

O setor <strong>de</strong> móveis apresenta dinamismo e inovação constante, nesse processo<br />

a Companhia do Lar possui mais <strong>de</strong> vinte fornecedores em várias cida<strong>de</strong>s brasileiras,<br />

<strong>de</strong>ntre eles: Kits Paraná, Fogões Atlas, Fogões Braslar, Cozimax, D’doro Móveis,<br />

Caemun, HB Móveis entre outros.<br />

GERÊNCIA GERAL<br />

GERÊNCIA COMERCIAL<br />

SUPERVISÃO<br />

TESOURARIA COMPRAS VENDAS<br />

48


Os concorrentes são constantes avaliados para fazer a<strong>de</strong>quação dos preços,<br />

buscarem maior eficiência competitiva. Entres os competidores mais expressivos,<br />

estão: VM Móveis, Casas Xavier, Hiper Crédito, Credlar entre outros.<br />

Após a prospecção <strong>de</strong> informações sobre concorrentes e fornecedores,<br />

trabalhamos hoje para satisfazer o cliente mantendo uma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bons serviços,<br />

explicitando que o prazo <strong>de</strong> entrega é um diferencial competitivo da Companhia do<br />

Lar, pois com gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estoque a pronta entrega isso facilita nosso<br />

relacionamento com cliente e empresa, sendo que este ponto é um gran<strong>de</strong> gargalo<br />

dos concorrentes.<br />

Além disso, apresentam-se como diferencias competitivos: a não cobrança <strong>de</strong><br />

taxas <strong>de</strong> entrega e montagem do produto, prazo <strong>de</strong> pagamento, entrada e zelo pelo<br />

bom relacionamento com sua clientela. Hoje, a Companhia do Lar faz entrega em<br />

vários bairros <strong>de</strong> Fortaleza e algumas cida<strong>de</strong>s do interior.<br />

O próximo capítulo mostrará a aplicabilida<strong>de</strong> do <strong>planejamento</strong> e das funções da<br />

Controladoria bem como seus subsistemas.<br />

49


5 APLICABILIDADE DO PLANEJAMENTO E FUNÇÕES DA CONTROLADORIA NO<br />

ESTUDO DE CASO<br />

5.1 Proposição <strong>de</strong> um Planejamento<br />

A análise ambiental rastrear mudanças que po<strong>de</strong>m afetar mudanças (internas ou<br />

externas) que po<strong>de</strong>m afetar os mercados. Tais como o ambiente econômico,<br />

ambiente natural e ambiente político-legal. Ambiente político-legal encontra-se as leis,<br />

as agências que regem o ambiente <strong>de</strong> atuação empresarial on<strong>de</strong> os principais fatores<br />

são: Leis trabalhistas, barreiras tarifárias. Ambiente econômico po<strong>de</strong>mos citar:<br />

distribuição <strong>de</strong> renda, níveis <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> inflação e variação na taxa <strong>de</strong> juros.No<br />

ambiente natural são mostrados os recursos naturais disponíveis para a organização<br />

ou por ela afetados, tais como oferta <strong>de</strong> matéria- prima, custo <strong>de</strong> energia e níveis <strong>de</strong><br />

produção.<br />

Comercializar móveis e eletrodomésticos buscando a melhoria contínua nos<br />

processos e superação das expectativas <strong>de</strong> nossos clientes trabalhando com<br />

empenho e satisfação para trazer o melhor preço e atendimento.<br />

Integrida<strong>de</strong>, simplicida<strong>de</strong>, e humilda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro do ambiente <strong>de</strong> trabalho. Respeito<br />

baseado no cumprimento das palavras e promessas tanto <strong>de</strong>ntro (ambiente<br />

interno empresarial) como fora (ambiente externo, exemplos: clientes e<br />

fornecedores) da empresa.<br />

VARIÁVEIS AMBIENTAIS<br />

MISSÃO<br />

CRENÇAS E VALORES<br />

50


A empresa atualmente apóia projetos sociais como creches que cuidam <strong>de</strong><br />

crianças carentes e também dando oportunida<strong>de</strong> aos jovens <strong>de</strong> ter o primeiro<br />

emprego participando <strong>de</strong> treinamentos <strong>de</strong>ntro da própria empresa.<br />

A empresa Companhia do Lar vem crescendo em ritmo acelerado, mais<br />

atualmente a mão-<strong>de</strong>-obra qualificada é a principal dificulda<strong>de</strong> encontrada pela<br />

empresa<br />

RESPONSABILIDADE<br />

SOCIAL<br />

SITUAÇÃO ATUAL<br />

SITUAÇÃO DESEJADA<br />

Continuar crescendo para que possa investir cada vez, mas em qualificação<br />

fazer para sua marca seja uma referência em se tratar <strong>de</strong> móveis e eletrodomésticos<br />

PLANEJAMENTO<br />

ESTRATÉGICO<br />

- projeção <strong>de</strong> cenários<br />

- avaliações das ameaças<br />

e oportunida<strong>de</strong>sambietais<br />

- <strong>de</strong>tecção dos pontos<br />

fortes e fracos da empresa<br />

A concorrência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s lojas tradicionais que atuam no mercado como<br />

varejista <strong>de</strong> móveis já conta com uma estrutura e mídia expansiva que o da empresa<br />

Companhia do Lar atraindo assim mais clientes, hoje está havendo mais uma<br />

divulgação já com o próprio carro <strong>de</strong> divulgação da empresa po<strong>de</strong> se montar um<br />

cronograma <strong>de</strong> divulgação para as lojas.<br />

51


Pontos fortes avaliados pela empresa seria a flexibilida<strong>de</strong> nas negociações dos<br />

clientes, boa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos expostos e quantida<strong>de</strong> estocada havendo um<br />

bom giro <strong>de</strong>ssas mercadorias entregam rápida. Pontos fracos que atrapalham um<br />

pouco o andamento da empresa seria atraso na equipe <strong>de</strong> montagem, e mão-<strong>de</strong>-obra<br />

qualificada.<br />

Seguir atuando no mercado moveleiro atualizando-se cada vez mais em novas<br />

tendências <strong>de</strong> mercado e organizando o sistema <strong>de</strong> trabalho para ampliar seu<br />

mercado.<br />

5.2 Proposição da Implementação das Funções da Controladoria<br />

As funções são <strong>de</strong>lineadas <strong>de</strong>ntro da empresa <strong>de</strong> acordo com suas<br />

vinculações operacionais, auxiliando os subsistemas e buscando os objetivos da<br />

empresa a serem alcançados <strong>de</strong>ntro do seu processo <strong>de</strong> gestão.<br />

5.2.1 Subsistema Institucional<br />

PLANEJAMENTO<br />

ESTRATÉGICO<br />

Diretrizes<br />

Estratégicas<br />

- politícas<br />

- objetivos<br />

- princípios<br />

A Companhia do Lar irá elaborar além da missão já <strong>de</strong>finida no <strong>planejamento</strong> a<br />

visão e valores. Após a elaboração da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> organizacional, a empresa irá<br />

divulgá-la aos clientes <strong>de</strong>ntro das lojas, <strong>de</strong>ixando espaço para a avaliação <strong>de</strong> seus<br />

clientes quanto a elogios, críticas e sugestões <strong>de</strong> melhoria.<br />

52


5.2.2 Subsistema Físico Operacional<br />

A Companhia do Lar irá elaborar os fluxogramas <strong>de</strong> atendimento aos clientes e<br />

fornecedores, buscando otimizar o fluxo como foco no cliente e melhorias no layout<br />

para uma melhor satisfação <strong>de</strong> seus clientes<br />

5.2.3 Subsistema Social<br />

A Companhia do Lar adotará uma pesquisa periódica <strong>de</strong> clima organizacional<br />

para seus colaboradores, bem como avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e levantamento da<br />

necessida<strong>de</strong> e metas individuais <strong>de</strong> vendas.<br />

5.2.4 Subsistema Organizacional<br />

Será elaborado manuais <strong>de</strong> procedimentos operacionais, visando uma<br />

padronização no atendimento e aprimoramento dos controles internos dos processos<br />

da empresa.<br />

5.2.5 Gestão<br />

Adoção periódica do <strong>planejamento</strong> estratégico da empresa, por meio da<br />

elaboração e acompanhamento orçamentário e criação <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> controle<br />

para um contínuo aprimoramento<br />

5.2.6 Subsistema <strong>de</strong> Informação<br />

Será adquirido um software integrado para análise <strong>de</strong> acompanhamentos <strong>de</strong><br />

vendas, estoques, custos, contas a pagar, contas a receber inadimplência, fluxo <strong>de</strong><br />

caixa, orçamento, perdas <strong>de</strong> inventário, cadastro <strong>de</strong> clientes e fornecedores. Essa<br />

ação tem o intuito <strong>de</strong> utilizar as informações do software para gerenciamento do<br />

negócio tendo em vista as funções <strong>de</strong> atuação da Controladoria.<br />

Essas inovações através das funções da Controladoria será implementada para<br />

um melhor auxílio na administração e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que o administrador irá<br />

53


ealizar. A gestão estratégica da qualida<strong>de</strong> torna-se, portanto, um compromisso, da<br />

organização da gerência e do quadro funcional <strong>de</strong> observar a relação da qualida<strong>de</strong><br />

com os objetivos básicos organizacionais e a estratégia da empresa Sendo assim, é<br />

necessário que haja investimentos em treinamentos, formação, pesquisa <strong>de</strong> mercado,<br />

análise <strong>de</strong> produtos, e concorrentes, investimentos em tecnologia da informação,<br />

incorporação <strong>de</strong> elementos, técnicas e metodologias <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

54


CONSIDERAÇÔES FINAIS<br />

Com a realização <strong>de</strong>sta pesquisa, evi<strong>de</strong>nciamos a problemática das micros e<br />

pequenas empresas do setor comercial em nosso país, as quais representam a<br />

gran<strong>de</strong> maioria das empresas nacionais e, conseqüentemente, maior<br />

representativida<strong>de</strong> em termos quantitativos <strong>de</strong> empregados.Concluímos que o<br />

principal problema enfrentado por estas empresas é a falta <strong>de</strong> <strong>planejamento</strong> no<br />

<strong>de</strong>correr da execução <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

Sendo assim, vimos que o contador po<strong>de</strong> contribuir para a mudança <strong>de</strong>sse<br />

quadro através da figura do controller, fundamentado em conhecimentos teóricos da<br />

controladoria, pois, esse profissional vive intensamente a realida<strong>de</strong> do mercado<br />

externo e tem o aporte teórico suficiente para interpretar <strong>de</strong>terminadas situações nas<br />

quais o empresário sozinho em muitas vezes não teria a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazê-lo<br />

Chegamos a conclusão <strong>de</strong> que são poucas as empresas que planejam um<br />

caminho a percorrer, no papel, fazendo anotações e cálculos, tentando prever o<br />

futuro e encontrar dificulda<strong>de</strong>s futuras.<br />

Os gestores po<strong>de</strong>rão planejar o futuro <strong>de</strong> suas empresas utilizando-se as<br />

ferramentas comuns aplicadas como fluxo <strong>de</strong> caixa e orçamento, fundamentados em<br />

informações geradas pela própria administração e contabilida<strong>de</strong> da empresa.<br />

Executar seus planos traçados e, eventualmente se encontrar alguma mudança no<br />

caminho, corrigi-lo durante o processo <strong>de</strong> execução. E finalmente, na fase do<br />

controle, realizar a comparação entre o traçado e o realizado, chegando assim ao<br />

resultado final.<br />

Uma contribuição para esse estudo resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> que será implantando o<br />

sistema organizacional através das funções da Controladoria e do Planejamento em<br />

micro empresa comercial tomando como base o sistema já existente nas gran<strong>de</strong>s<br />

empresas.<br />

Dessa forma, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> pequeno porte é influenciado<br />

por diversos fatores. Isso, por sua vez, impossibilita a relação direta com o<br />

55


<strong>planejamento</strong> e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>mais fatores tais como: a ação da<br />

concorrência, as fontes disponíveis <strong>de</strong> insumos, a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />

financeiros, as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mercado consumidor entre outros.<br />

Por isso, a busca por maior competitivida<strong>de</strong> tem como base a maior qualida<strong>de</strong>,<br />

melhor aproveitamento dos recursos e maior produtivida<strong>de</strong>. Nesse caso, a qualida<strong>de</strong><br />

não é só um item a “mais” a ser oferecido, mais sim um fator fundamental para manter<br />

a empresa em ativida<strong>de</strong>, sendo que, nesse contexto o mais importante é qualida<strong>de</strong><br />

empresarial, ou seja, a qualida<strong>de</strong> da organização como um todo, e não só aquela<br />

inserida nos processo <strong>de</strong> produção.<br />

56


REFERÊNCIAS<br />

ACKOFF, Russel. Planejamento Empresarial. Rio <strong>de</strong> Janeiro: LTC Atlas, 1980.<br />

AMARAL, Magda Siqueira do; RODRIGUES, Marcelo Sancini. O ensino da<br />

disciplina <strong>de</strong> Controladoria nos programas <strong>de</strong> pós-graduação em nível <strong>de</strong><br />

especialização em ciências contábeis e o profissional controller atuante no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho. Salvador: EnANPAD, 2006.<br />

ANTUNES, M.T.P. A Controladoria e o capital Intelectual: um estudo empírico sobre a<br />

gestão. Revista Contabilida<strong>de</strong> & Finanças – USP, São Paulo. n. 41, p. 21-37,<br />

maio/agosto, 2006.<br />

CERTO, Samuel C.; PETER, J.Paul. Admistração estratégica: <strong>planejamento</strong> e<br />

implantação da estratégica. São Paulo: Makron Books, 1995.<br />

CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem <strong>de</strong> gestão econômica-GECON.<br />

São Paulo. Atlas, 2007.<br />

DRUCKER, Peter. Administração na próxima socieda<strong>de</strong> A. São Paulo: Nobel,<br />

2003.<br />

ESTEVES, Saulo. Aplicações da Gestão da Qualida<strong>de</strong> em Instituições<br />

Educacionais. Fortaleza, 2009. 72p. Monografia (Graduação) – Centro <strong>de</strong> Ciências<br />

Tecnológicas, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza.<br />

FIGUEIREDO, Sandra; CACCIANO, Paulo Cesar. Controladoria. São Paulo: Atlas,<br />

2009.<br />

FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: <strong>planejamento</strong> e controle gerencial. São<br />

Paulo: Atlas, 2009.<br />

HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática. São Paulo:<br />

Atlas, 2006.<br />

HORNGREN, Charles T. Introdução à Contabilida<strong>de</strong> Gerencial. 5. Ed., São Paulo:<br />

Prentice Hall do Brasil, 1985.<br />

57


IBGE. Pesquisa industrial mensal. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso<br />

em: 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.<br />

KANITZ, Stephen C. Controladoria: Teoria e Estudo <strong>de</strong> Casos. São Paulo: Pioneira,<br />

1976.<br />

KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2007.<br />

MARTIN, Nilton Cano. Da Contabilida<strong>de</strong> à Controladoria: a evolução necessária.<br />

Revista Contabilida<strong>de</strong> & Finanças da FEA/USP, São Paulo, n.28, p.7-27, jan./abr.<br />

2002.<br />

MOREIRA, Auster Nascimento; REGINATO, Luciane. Controladoria: Um enfoque<br />

na eficácia organizacional. São Paulo: Altas,2009.<br />

MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na<br />

administração das empresas. São Paulo: Atlas, 1999.<br />

MOTTA,F.G. Fatores condicionantes na adoção <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> custeio em<br />

pequenas empresas.Dissertação (Mestrado) – Escola <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> São Carlos,<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo: São Paulo, 2000.<br />

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaral. Introdução à Administração. São Paulo. Atlas,<br />

2008.<br />

NASCIMENTO, Moreira Auster; REGINATO, Luciane.Controladoria: um enfoque na<br />

eficácia organizacional. São Paulo: Altas, 2009.<br />

OLIVEIRA, Liliam Rodrigues <strong>de</strong>; PONTE, Vera Maria Rodrigues. Papel da<br />

Controladoria nos fundos <strong>de</strong> pensão. RCC – Revista Contemporânea <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong>. São Paulo, pág. 50-55. 15 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2008.<br />

OLIVEIRA, Luiz Martins <strong>de</strong>; PEREZ JR., José Hernan<strong>de</strong>s; SILVA, Carlos Alberto dos<br />

Santos. Controladoria Estratégica. São Paulo: Atlas, 2007.<br />

OLIVIO, S.; MELLO. A. O perfil <strong>de</strong> um empreen<strong>de</strong>dor. Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento do Empreen<strong>de</strong>dorismo. São Paulo: Contemporânea, 1998.<br />

58


PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria Estratégica e Operacional: conceitos,<br />

estrutura, aplicação. São Paulo: Thomson, 2003.<br />

PELEIAS, Ivam Ricardo; BRUSSOLO, Fábio. A evolução hierárquica do<br />

profissional <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> nas organizações: uma visão do mercado <strong>de</strong><br />

trabalho e sua correlação com os estudos da Administração. Atibaia: En<br />

ANPAD,2003.<br />

SANTOS, Roberto V. Controladoria: Uma introdução ao sistema <strong>de</strong> gestão econômica<br />

Gecon. São Paulo: Saraiva 2004.<br />

SILVA, Lucinéia. Organizações e Métodos: Conhecendo os Subsistemas<br />

Empresariais. [online] Disponível na Internet via WWW. URL:<br />

http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes/som002.asp. Última atualização em<br />

25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

SEBRAE. Estudos da mortalida<strong>de</strong> das empresas paulistas. São Paulo, 1999.<br />

Disponivel em: Acesso em: 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2010.<br />

________. Jovens empreen<strong>de</strong>dores. São Paulo, 1998.<br />

Disponivel em: Acesso em: 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010.<br />

________. No Brasil as pequenas empresas sabem com quem contar. São Paulo:<br />

fol<strong>de</strong>r/. 1998.<br />

________. As micro e pequenas empresas brasileiras. São Paulo, 2005 Disponivel<br />

em Acesso em: 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2010.<br />

STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E.; Administração. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Atlas, 1999.<br />

TERENCE, A.C.F. Planejamento estratégico como ferramenta <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><br />

na pequena empresa. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado. São Carlos, EESC-USP.2002.<br />

59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!