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cersei - Comunidades

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homenagem, pai. De Castamere a Água Negra, atimentaste‐os bem. Aquela idéia agradou ao<br />

Lorde Tywin; o seu sorriso alargou‐se mais um pouco. Malditoinferno, ele está a sorrir como<br />

um noivo a caminho da cama.<br />

Aquilo era tão grotesco que fez Jaime rir alto.<br />

O som ecoou nos transeptos, criptas e capelas, como se os mortos sepultados nas paredes<br />

também estivessem a rir. E porque não? Isto é mais absurdo do que uma farsade saltimbanco,<br />

eu a montar vigília por um pai que ajudei a matar, e a enviar homenspara capturar o irmão que<br />

ajudei a libertar... Ordenara a Sor Addam Marbrand que passasse uma busca a Rua da Seda.<br />

— Procurai debaixo de cada cama, sabeis como o meu irmão gosta de bordéis. — Os homens<br />

de mantos dourados encontrariam mais coisas interessantes por baixo das saias das rameiras<br />

do que debaixo das suas camas. Perguntou a si mesmo quantos bastardos nasceriam daquela<br />

busca inútil.<br />

De moto próprio, os seus pensamentos dirigiram‐se a Brienne de Tarth. Estúpidarapariga<br />

teimosa e feia. Perguntou a si mesmo onde ela estaria. Pai, dai‐lhe forças.<br />

Quase uma prece... mas seria o deus que invocava, o Pai no Céu cujo alto retrato dourado<br />

cintilava a luz das velas do outro lado do septo? Ou estaria a rezar ao cadáver que jazia na sua<br />

frente? Será que importa? Nunca escutaram, nem um nem outro. O<br />

Guerreiro fora o deus de Jaime desde que tivera idade para segurar numa espada. Outros<br />

homens podiam ser pais, filhos, esposos, mas não Jaime Lannister, cuja espada era tão dourada<br />

como o cabelo. Ele era um guerreiro, e era só isso que alguma vez seria.<br />

Devia contar a verdade a Cersei, admitir que fui eu quem libertou o nosso irmãozinhoda cela.<br />

Afinal, a verdade servira tão magnificamente a Tyrion. Matei o teu abjeto filho,e agora vou<br />

também matar o teu pai. Jaime ouviu o Duende a rir nas sombras. Virou a cabeça para ver, mas<br />

o som era apenas o seu próprio riso a regressar aos seus ouvidos.<br />

Fechou os olhos, e no mesmo instante abriu‐os de repente. Não posso dormir. Se dormisse,<br />

podia sonhar. Oh, como Tyrion se ria a socapa... uma puta mentirosa... afoder Lancei e Osmund<br />

Kettleblack...<br />

a meia‐noite, as dobradiças das Portas do Pai soltaram um rangido quando várias centenas de<br />

septões encheram o templo para as suas orações. Alguns traziam as vestimentas de pano de<br />

prata e as grinaldas de cristal que identificavam os Mais Devotos; os seus irmãos mais humildes<br />

usavam os cristais em correias penduradas ao pescoço e trajavam vestes brancas cingidas com<br />

cintos de sete cordões, cada um entrelaçado com uma cor diferente. Pelas Portas da Mãe<br />

marcharam septãs brancas vindas do seu claustro, em filas de sete e cantando em voz baixa,<br />

enquanto as irmãs silenciosas chegavam em fila única pelas Escadas do Estranho. As criadas da<br />

morte vinham vestidas de um cinzento suave, com os rostos encapuzados e cobertos por xailes<br />

de modo que apenas os olhos se vissem. Uma hoste de irmãos também apareceu, com vestes<br />

de todos os tons de castanho e até de tecido grosseiro por tingir, atadas a cintura com bocados<br />

de corda de cânhamo. Alguns traziam o martelo de ferro do Ferreiro pendurado em volta do<br />

pescoço, ao passo que outros transportavam tigelas de pedintes.<br />

Nenhum dos devotos prestou a mínima atenção a Jaime. Percorreram um circuito no septo,<br />

rezando em cada um dos sete altares a fim de honrar os sete aspectos da divindade. A todos os

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