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cersei - Comunidades

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Crabb mostrou as suas verdadeiras cores no dia seguinte, quando pararam para dar água aos<br />

cavalos. Brienne teve de se esconder atrás de uns arbustos para esvaziar a bexiga.<br />

No momento em que se acocorava, ouviu Podrick dizer:<br />

— O que está fazendo? Saí daí. — Acabou o que tinha fazendo, puxou as calças para cima e<br />

quando regressou a estrada foi encontrar o Lesto Dick a limpar farinha dos dedos.<br />

— Não vai encontrar dragões nos alforges — disse‐lhe. — Transporto o ouro comigo.<br />

— Algum encontrava‐se na bolsa que trazia ao cinto, o resto estava escondido num par de<br />

bolsos cosidos no interior do vestuário. A gorda bolsa que tinha dentro do alforge estava cheia<br />

de cobres grandes e pequenos, dinheiros c meios‐dinheiros, pequenas moedas de prata e<br />

estrelas... e fina farinha branca, para a tornar ainda mais gorda.<br />

Comprara a farinha ao cozinheiro das Sete Espadas, na manhã em que partira de Valdocaso.<br />

— O Dick não tinha más intenções, senhora. — Torceu os seus dedos manchados de farinha<br />

para mostrar que não tinha armas. — Tava só estava vendo se tinha esses dragões que me<br />

prometeu. O mundo está cheio de mentirosos, prontos a aldrabar um homem honesto. Não<br />

que você seja um deles.<br />

Brienne esperava que ele fosse melhor guia do que era ladrão.<br />

— É melhor irmos andando. — Voltou a montar.<br />

Dick costumava cantar enquanto viajavam; nunca era uma canção inteira, só um bocado desta,<br />

um verso daquela. Brienne suspeitava que o homem pretendia seduzi‐la, para fazendo baixar a<br />

guarda. Por vezes tentava levá‐la e a Podrick a cantar com ele, mas sem sucesso. O rapaz era<br />

demasiado tímido e tinha a língua demasiado presa, e Brienne não cantava. Cantáveis para o<br />

seu pai?, perguntara‐lhe uma vez a Senhora Stark, em Correrrio. Cantáveis para Renly? Não o<br />

fizera, nunca, embora tivesse desejado. .. tinha‐o desejado...<br />

Quando não estava a cantar, o Lesto Dick falava, regalando‐os com histórias sobre a Ponta da<br />

Garra Rachada. Cada vale sombrio tinha o seu senhor, dizia ele, todos unidos apenas pela<br />

desconfiança que sentiam por forasteiros. Nas suas veias, o sangue dos Primeiros Homens<br />

corria escuro e forte.<br />

— Os ândalos tentaram tomar a Garra, mas sangrámos eles nos vales e os afogavamos nos<br />

pauis. Só que o que os filhos deles não conseguiram conquistar com as espadas, as lindas filhas<br />

conquistaram com beijos. Casaram com as casas que não conseguiam conquistar, ah pois foi.<br />

Os reis Darklyn de Valdocaso tinham procurado impor o seu domínio sobre a Ponta da Garra<br />

Rachada; os Mooton de Lagoa da Donzela também, e mais tarde fora a vez dos altivos Celtigar<br />

da Ilha dos Caranguejos. Mas os homens da Garra conheciam os seus pauis e florestas como<br />

nenhum forasteiro podia conhecer, e quando eram muito pressionados desapareciam nas<br />

cavernas que transformavam os seus montes em colmeias. Quando não lutavam com<br />

aspirantes a conquistadores, lutavam uns com os outros. As suas rixas de sangue eram tão<br />

profundas e escuras como os pauis entre os seus montes. De tempos a tempos, algum campeão<br />

trazia a paz a Ponta, mas nunca durava mais do que a sua vida. O Lorde Lúcifer Hardy, esse fora<br />

um dos grandes, e os Irmãos Brune também. O Velho Crackbones ainda mais, mas os Crabb

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