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O INSÓLITO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO. - Ifp-reich.com.br

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da existência de uma “energia” constituindo-o e atuando so<strong>br</strong>e ele ( e essa não e’ a única vez que o<<strong>br</strong> />

pensamento freudiano se apropria de uma noção da física) , a “libido”, concebida <strong>com</strong>o estando na<<strong>br</strong> />

interface da biologia e da psicologia. Por isso também a importância que a ‘sexualidade” ganha nesse<<strong>br</strong> />

pensamento, e a idéia de que as desordens conhecidas <strong>com</strong>o neuroses tem uma etiologia sexual. A<<strong>br</strong> />

terapêutica utilizada visava retirar o recalque( repressão) ao qual o desejo estaria submetido , tornando<<strong>br</strong> />

consciente o então conteúdo inconsciente. Mas o fato é que nem sempre as coisas se passavam assim.<<strong>br</strong> />

Interessado nas questões clínicas e em aumentar as possibilidades do método, cedo Reich desco<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

importância de que a análise, ao invés de passar <strong>com</strong>o um procedimento meramente intelectual, seja<<strong>br</strong> />

vivida e experenciada <strong>com</strong> os sentimentos correspondentes, <strong>com</strong>o se os afetos ao serem a<strong>br</strong>eagidos,<<strong>br</strong> />

“descarregassem “ uma certa quantidade de libido , tornando assim, o recalque, desnecessário. Não<<strong>br</strong> />

me aprofundarei aqui nos detalhe técnicos disso, mas e’ importante sublinhar a presença de um referencial<<strong>br</strong> />

“hidráulico já presente no pensamento Freudiano, e também a dimensão energético-econômica<<strong>br</strong> />

que Reich vai enfatizar.<<strong>br</strong> />

A presença maciça dos afetos na situação clínica leva, por sua vez, a uma descoberta de grande importância:<<strong>br</strong> />

a neurose tem uma contrapartida corporal, o ‘recalque” no psiquismo tem sua antítese<<strong>br</strong> />

em mecanismos corporais de contenção e detenção de impulsos e atividade motora, a “couraça muscular”,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o definiu Reich. Arranjos de grupos musculares e ritmos funcionais passam a informar<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e a personalidade, e técnicas e mano<strong>br</strong>as visando uma intervenção desta ordem são desenvolvidas<<strong>br</strong> />

e passam a fazer parte dos instrumentais da clínica. Agora, Reich não só já tem a possibilidade<<strong>br</strong> />

de afetar os funcionamentos “neuróticos” agindo so<strong>br</strong>e o corpo,( além do uso das técnicas verbais<<strong>br</strong> />

e da chamada “transferência)” mas também pode registrar e reconhecer fenômenos corporaisque se<<strong>br</strong> />

seguem ou a<strong>com</strong>panham experiências emocionais dadas pela elucidação de problemáticas significativas<<strong>br</strong> />

de um paciente(quando do uso da metodologia da análise do caráter, que passou a incluir , <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

objetivo clínico, a concentração de “ energia vegetativa, através da análise das resistências de caráter)<<strong>br</strong> />

Ao longo da transformação dos modos de trabalho, Reich primeiro percebe que este produz fortes<<strong>br</strong> />

experiências emocionais, depois, marcantes reações neuro –vegetativas. É <strong>com</strong>um pacientes narrarem<<strong>br</strong> />

a existência de sensações alternantes de frio e de calor, arrepios, sensações de “corrente”( <strong>com</strong>o no<<strong>br</strong> />

caso de Mesmer e Reichenbach) e surgem também clonismos musculares involuntários em partes<<strong>br</strong> />

do corpo, coisa que para alguns é muito assustadora. Esses clonismos tendem a um desenvolvimento<<strong>br</strong> />

que toma todo o corpo, numa expressão unitária, num movimento serpenteante que Reich denominou,<<strong>br</strong> />

pela obviedade do mesmo, “Reflexo Orgástico”.<<strong>br</strong> />

Se antes objetivo clínico era a retirada do recalque, agora isso passa a incluir a necessidade de se<<strong>br</strong> />

restituir ao organismo uma capacidade de auto-regulação, via capacidade orgástica. Resumidamente,<<strong>br</strong> />

a lógica que rege essa <strong>com</strong>preensão define que , uma vez instaurado um conflito psíquico , este<<strong>br</strong> />

determina uma alteração na fisiologia da vida emocional , e esta ,por sua vez, passa a alimentar<<strong>br</strong> />

e fornecer a energia do próprio “conflito”, numa espécie de circuito auto-alimentado. Igualmente,<<strong>br</strong> />

inaugura-se uma concepção so<strong>br</strong>e o mental que e’ ”mentecorporal”, ou onde o psiquismo e o soma<<strong>br</strong> />

guardam uma relação antitético-<strong>com</strong>plementar entre si.<<strong>br</strong> />

Como todo resumo este também deixa de fora muitos elementos que na verdade seria essencial <strong>com</strong>entar<<strong>br</strong> />

para um entendimento de fato, isso sem mencionar as incontáveis discussões que se dariam<<strong>br</strong> />

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