Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
a - Trabalhabilidade<br />
A trabalhabilidade do concreto está relacionada ao esforço para manipular uma quantidade de<br />
concreto com uma perda mínima de homogeneidade (MEHTA; MONTEIRO, 1994).<br />
Segundo Prudêncio Jr. (2005), a trabalhabilidade é a propriedade do concreto fresco que<br />
identifica sua maior ou menor aptidão para ser empregado com determinada <strong>final</strong>idade, sem<br />
perda de homogeneidade. Na abordagem da trabalhabilidade deve-se avaliar os fatores<br />
internos que caracterizam a reologia do concreto. Estes fatores são a consistência (oposto da<br />
fluidez) e coesão (oposto de segregação). A consistência é função da quantidade de água<br />
adicionada ao concreto, ou da presença de alguns tipos de aditivos (plastificantes e<br />
superplastificantes). A coesão é a propriedade que reflete a capacidade do concreto de manter<br />
sua homogeneidade durante o processo de adensamento, sendo função da quantidade de finos<br />
presente na mistura, da presença de alguns tipos de aditivos (promotores de viscosidade, por<br />
exemplo) bem como da granulometria dos agregados graúdo e miúdo e da proporção entre<br />
eles.<br />
Neville (1997), comenta que não existe um ensaio aceitável que determine diretamente a<br />
trabalhabilidade. Têm sido realizadas inúmeras tentativas para correlacionar a trabalhabilidade<br />
com alguma grandeza física, fácil de ser determinada. Entretanto, todas as tentativas têm<br />
limitações por não conseguir introduzir todas as variáveis no fenômeno embora possam<br />
proporcionar informações úteis.<br />
Assim, a maioria dos métodos conhecidos para medir a trabalhabilidade, na verdade<br />
restringem-se a medir a consistência e se baseiam na medida da deformação causada a uma<br />
massa de concreto fresco, pela aplicação de força ou energia determinada.<br />
No Brasil, a consistência do concreto fresco é usualmente avaliada pelo abatimento do tronco<br />
de cone (Slump Test) criado por Abrams e descrito pela NBR NM 67 (1998) da ABNT.<br />
O ensaio consiste em encher-se uma forma metálica tronco cônica de diâmetro superior de<br />
10cm, inferior de 20 cm e altura de 30 cm, com uma massa de concreto, em três camadas de<br />
alturas aproximadamente iguais, adensadas cada uma com 25 golpes com uma barra de 16mm<br />
de diâmetro. Logo após, retira-se lentamente o molde (5 a 10s), verticalmente, e determina-se<br />
a diferença entre a altura do molde e da massa de concreto, depois de assentada.<br />
Apesar de ser um método prático, rápido e de uso fácil tanto em canteiro quanto em<br />
laboratório, este método apresenta, segundo Neville (1997), restrições para concretos secos ou<br />
pobres. Além disso, este ensaio não avalia a facilidade de adensamento do concreto, não<br />
refletindo as condições da mistura quando está é submetida a condições dinâmicas (vibração,<br />
acabamento, bombeamento). Apesar destas restrições, este autor recomenda o uso em canteiro<br />
uma vez que este ensaio pode mostrar variações circunstanciais na mistura causadas, por<br />
exemplo, por variações de materiais ou na relação água/materiais secos. A figura 14 mostra<br />
algumas formas características de abatimento do concreto fresco em função do tipo de<br />
mistura.<br />
39