Morcegos em áreas urbanas e rurais - Governo do Estado do Pará
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111.2.2.7.<br />
Em outras regiões <strong>do</strong> planeta, vírus rábicos ou s<strong>em</strong>elhantes já foram registra<strong>do</strong>s <strong>em</strong> várias<br />
espécies de morcegos insetívoros (Al<strong>em</strong>anha, Polônia, Rússia, Iugoslávia, Turquia, Dinamarca e<br />
Holanda). Porém, a infecção rábica parece não ser amplamente distribuída nas populações de<br />
morcegos <strong>do</strong> Velho Mun<strong>do</strong>, onde não são considera<strong>do</strong>s transmissores importantes da <strong>do</strong>ença.<br />
Nos últimos trinta anos, dez mortes de seres humanos foram atribuídas, diretamente, a<br />
morcegos insetívoros na América <strong>do</strong> Norte (Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e Canadá). Vários destes c~os resultaram<br />
de mordeduras ocorridas durante a manipulação de um morcego moribun<strong>do</strong>. Um segun<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> de<br />
transmissão da raiva, resultan<strong>do</strong> <strong>em</strong> duas mortes de seres humanos no Texas (Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s), foi a<br />
exposição aos vírus suspensos no ar de uma caverna habitada por morcegos, pouco ventilada e<br />
densamente povoada. A baixa incidência registrada de transmissão humana por aerossóis sugere que o<br />
risco envolvi<strong>do</strong> neste mo<strong>do</strong> de transmissão é também baixo. Certamente, este último não parece<br />
representar um sério risco à saúde pública, exceto quan<strong>do</strong> uma enorme população de morcegos está<br />
concentrada numa área relativamente pequena. Situações de grandes concentrações (milhões) de<br />
morcegos parec<strong>em</strong> não ocorrer no Brasil e, por isso, não se acredita que a transmissão da raiva por<br />
aerossóis possa acontecer no território nacional. Desse mo<strong>do</strong>, a transmissão de raiva aos seres<br />
humanos, por morcegos não h<strong>em</strong>atófagos, depende principalmente <strong>do</strong> contato direto, via mordedura,<br />
com os animais infecta<strong>do</strong>s.<br />
Sintomatologia da Raiva <strong>em</strong> <strong>Morcegos</strong><br />
Em <strong>Morcegos</strong> H<strong>em</strong>atófagos<br />
A sintomatologia da raiva <strong>em</strong> morcegos h<strong>em</strong>atófagos, especificamente <strong>em</strong> D. rotundus, é<br />
relativamente b<strong>em</strong> conhecida. O comportamento e os sintomas mais freqüentes são: atividade<br />
alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tr<strong>em</strong>ores, falta de coordenação <strong>do</strong>s movimentos,<br />
contrações musculares e paralisia.<br />
No começo da enfermidade, os indivíduos <strong>do</strong>entes afastam-se da colônia, deixam de realizar<br />
asseio corporal (seus pêlos tomam-se desalinha<strong>do</strong>s e sujos). Tr<strong>em</strong>or generaliza<strong>do</strong> pode ser observa<strong>do</strong><br />
<strong>em</strong> vários deles. Feridas frescas são freqüentes e provocadas por agressões de seus companheiros<br />
sadios a cada tentativa de reintegração ao agrupamento, de onde são expulsos violentamente. O<br />
morcego enfermo perde a capacidade de voar e pode cair ao chão. A incapacidade de vôo é o primeiro<br />
sintoma motriz observa<strong>do</strong> nos morcegos raivosos (isto não os impede de caminhar pelo chão ou pelas<br />
paredes).<br />
De mo<strong>do</strong> geral, a hiperexcitabilidade à luz e aos sons agu<strong>do</strong>s é comum nesta fase da <strong>do</strong>ença.<br />
Pod<strong>em</strong> morder com força qualquer objeto ao seu re<strong>do</strong>r. As brigas entre os indivíduos são freqüentes e<br />
envolv<strong>em</strong> agressões mútuas com mordeduras. Esse comportamento agressivo é diferente daquele<br />
observa<strong>do</strong> nos Desmodus sadios, onde pre<strong>do</strong>minam atitudes intimidatórias e combates ritualiza<strong>do</strong>s.<br />
Num estágio mais avança<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença, os morcegos enfermos começam a ter mais<br />
dificuldades de caminhar e de sustentar seu corpo sobre os pés e polegares das asas. Sinais de<br />
desidratação são percebi<strong>do</strong>s. Há um aumento gradativo <strong>do</strong>s sintomas paralíticos, com maior<br />
intensidade nas asas <strong>do</strong> que nas extr<strong>em</strong>idades posteriores. A paralisia mandibular não t<strong>em</strong> si<strong>do</strong><br />
observada, possibilitan<strong>do</strong> aos morcegos a manutenção da sua capacidade de morder.<br />
A morte <strong>do</strong>s indivíduos raivosos pode ocorrer cerca de 48 horas após o aparecimento <strong>do</strong>s<br />
primeiros sintomas.<br />
Perío<strong>do</strong> de incubação: Em morcegos infecta<strong>do</strong>s experimentalmente, o perío<strong>do</strong> médio de<br />
incubação observa<strong>do</strong> t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> de 17,5 dias. Naqueles infecta<strong>do</strong>s naturalmente, esse perío<strong>do</strong> é mais<br />
longo: <strong>em</strong> média, 30 dias.<br />
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