tese mazola - pronta - UFRR - Universidade Federal de Roraima
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA<br />
COMPORTAMENTO IN VITRO E PATOGENICIDADE DE ISOLADOS DE<br />
Fusarium gutiforme EM ABACAXIZEIRO, ORIUNDOS DOS ESTADOS DA<br />
PARAÍBA, PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE<br />
OZIMAR DE LIMA COUTINHO<br />
AREIA – PB<br />
2010
OZIMAR DE LIMA COUTINHO<br />
COMPORTAMENTO IN VITRO E PATOGENICIDADE DE ISOLADOS DE<br />
Fusarium gutiforme EM ABACAXIZEIRO, ORIUNDOS DOS ESTADOS DA<br />
PARAÍBA, PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE<br />
Orientadora: Profª Drª Luciana Cor<strong>de</strong>iro do Nascimento<br />
Tese apresentada à <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da<br />
Paraíba, pelo Doutorando Ozimar <strong>de</strong> Lima<br />
Coutinho, como parte das exigências do<br />
Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Agronomia<br />
do Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, para a<br />
obtenção do título <strong>de</strong> Doutor em<br />
Agronomia.<br />
AREIA-PB<br />
2010<br />
ii
Ficha Catalográfica Elaborada na Seção <strong>de</strong> Processos Técnicos da<br />
Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.<br />
C871c Coutinho, Ozimar <strong>de</strong> Lima.<br />
Comportamento in vitro <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em<br />
abacaxizeiro, oriundos dos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Norte. / Ozimar <strong>de</strong> Lima Coutinho. - Areia: UFPB/CCA, 2010.<br />
51f. : il.<br />
Tese (Doutorado em Agronomia) - Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias. <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba, Areia, 2010.<br />
Bibliografia.<br />
Orientadora: Luciana Cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Nascimento.<br />
1. Fungos – Doenças <strong>de</strong> plantas 2.Fungos – crescimento<br />
micelial 3. Fungos – esporulação 5. Fungos – patogenicida<strong>de</strong> 5.<br />
Ananas comosus L. I. Nascimento, Luciana Cor<strong>de</strong>iro<br />
(Orientadora) II.Título.
À DEUS,<br />
Minha única fonte inesgotável <strong>de</strong> sabedoria e amor, sempre fiel aos meus anseios,<br />
apesar das minhas negligências.<br />
Aos meus pais,<br />
Odílio Coutinho da Silva e Maria Clese <strong>de</strong> Lima Coutinho “in memoriam” pela<br />
incansável luta que travaram para me educar, abrindo mão em muitas ocasiões <strong>de</strong> seus<br />
sonhos para a realização do meu sonho. A vocês, mesmo ausentes da vida terrena,<br />
minha eterna gratidão.<br />
À minha esposa,<br />
Sônia Maria Venâncio Coutinho, companheira fiel em todos os momentos e<br />
incentivadora <strong>de</strong> minha jornada <strong>de</strong> estudo.<br />
As minhas filhas,<br />
Rebeca Venâncio Coutinho e Raíssa Clese Venâncio Coutinho, presentes <strong>de</strong> DEUS e<br />
motivos do meu orgulho.<br />
DEDICO<br />
iv
AGRADECIMENTOS<br />
À DEUS, Presença viva em todos os momentos <strong>de</strong> minha vida. Sempre fiel.<br />
Às PIBs-RR/PB (Primeira Igreja Batista <strong>de</strong> <strong>Roraima</strong>/Paraíba) Pelas orações <strong>de</strong>stinadas<br />
ao sucesso <strong>de</strong>ste trabalho e ao meu crescimento espiritual. Minhas casas e refúgios <strong>de</strong><br />
orações.<br />
À minha Orientadora, Profª Drª Luciana Cor<strong>de</strong>iro do Nascimento, pelo papel<br />
fundamental no <strong>de</strong>senvolvimento do meu trabalho <strong>de</strong> Tese.<br />
À UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA E AO CENTRO DE CIÊNCIAS<br />
AGRÁRIAS, minha instituição e ambiente <strong>de</strong> trabalho, por tudo que conquistei<br />
profissionalmente.<br />
AO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA<br />
PARAÍBA, por me proporcionar e possibilitar cursar o Doutorado em Agronomia com<br />
área <strong>de</strong> concentração em Agricultura Tropical.<br />
Aos professores do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Agronomia: Dr. A<strong>de</strong>mar<br />
Pereira <strong>de</strong> Oliveira; Dr. Alberício Pereira <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>; Dr. Egberto Araújo; Dr.<br />
Ítalo Moreira Aquino; Dr. Jacinto <strong>de</strong> Luna Batista; Dr. Jacob Silva Souto; Drª<br />
Luciana Cor<strong>de</strong>iro do Nascimento; Dr. Napoleão Esberard Beltrão; Dr. Ricardo<br />
Elesbão Alves; Dr. Levi Moura Barros; Dr. Francisco Xavier <strong>de</strong> Souza; Drª<br />
Silvanda <strong>de</strong> Melo Silva; Drª Rizelane <strong>de</strong> Alcantara Bruno; Dr. Walter Esfrain<br />
Pereira, pelos ensinamentos, experiências e acima <strong>de</strong> tudo responsabilida<strong>de</strong> na<br />
transferência <strong>de</strong> conhecimentos.<br />
Ao senhor José Pedro Alves da Silva, proprietário do Sítio Jacoca em Itapororoca-<br />
PB, pela doação <strong>de</strong> mudas, folhas e frutos <strong>de</strong> abacaxi utilizadas neste trabalho.<br />
Aos amigos João Belo Soares e Fernando Antonio Tomaz <strong>de</strong> Oliveira,<br />
proprietários da Fabrica <strong>de</strong> Bebidas Avaí em Alagoinha-PB, que além da amiza<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> muitos anos, forneceram os tubetes para armazenamento dos fungos <strong>de</strong>ste trabalho<br />
<strong>de</strong> Tese.<br />
Aos funcionários, José Tomáz <strong>de</strong> Aquino (Tomáz), Cosmo Ribeiro Dantas<br />
(Cosminho), Severino João Numeriano <strong>de</strong> Souza (Nino), Francisco Soares <strong>de</strong> Brito<br />
(Chico Flor), Cícera Eliane <strong>de</strong> Araújo (Eliane), Jacob Soares Dias (Jacozão),<br />
Inaldo Gomes <strong>de</strong> Oliveira (Naum) e José Ribeiro Dantas Filho (Zezinho), amigos<br />
sem limites para ajudar o próximo.<br />
Aos meus colegas <strong>de</strong> turma do Doutorado em Agronomia, pelos bons momentos<br />
juntos (Os maus momentos já ficaram no esquecimento).<br />
v
Aos meus amigos particulares, Leandro Silva do Vale, Luciano Façanha Marques,<br />
Catarina <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Ban<strong>de</strong>ira, Ivanildo Cavalcante <strong>de</strong> Albuquerque, Maria<br />
Izabel Costa da Silva, Maria do Socorro Evangelista Coelho, Anne Evelyne Franco<br />
<strong>de</strong> Souza, Hemmannuella dos Santos Costa, Pedro Aguiar Neto, Antonia Barbosa<br />
<strong>de</strong> Lima, pela amiza<strong>de</strong> sincera no transcorrer <strong>de</strong> toda jornada <strong>de</strong> estudo.<br />
À Pedro Luciano Ferreira da Silva (Mais que cunhado, amigo) e Terezinha <strong>de</strong><br />
Lisieux Coutinho Ferreira (Mais que irmã, amiga).<br />
À CAPES/PRODOUTORAL. Pela bolsa <strong>de</strong> estudo durante o curso <strong>de</strong> doutorado,<br />
primordial para o bom andamento dos trabalhos.<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos especiais. (Anjos existem).<br />
Alexandra Estrela, por tudo que representou nesta jornada <strong>de</strong> trabalho, mesclando<br />
competência, serieda<strong>de</strong>, eficiência e acima <strong>de</strong> tudo amiza<strong>de</strong> sincera.<br />
Pr. José Venâncio Filho e Maria Isaura Venâncio (Sogros), pelos joelhos dobrados<br />
em orações por nossa família.<br />
Aos amigos Eginal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Filho e Amarildo <strong>de</strong> Paula Coutinho.<br />
À minha cida<strong>de</strong> Alagoinha. Berço e inicio <strong>de</strong> tudo que conseguí em minha vida.<br />
À todos, (Amigos para sempre) que direta ou indiretamente contribuíram para a<br />
realização <strong>de</strong>ste trabalho.<br />
vi
MENSAGEM<br />
Há cinco requisitos indispensáveis para o crescimento do homem:<br />
1- ALIMENTO. O alimento espiritual é a Palavra <strong>de</strong> DEUS (Bíblia). Você <strong>de</strong>ve<br />
ler, estudar, memorizar, pôr em prática e ouvir o ensino e a pregação da Palavra.<br />
2- RESPIRAÇÃO. A respiração espiritual é a oração. Dedique tempo cada dia<br />
falando com DEUS sobre tudo que você faz; fale sobre suas necessida<strong>de</strong>s e seus<br />
problemas, sobre sua família e seus amigos, e diga-LHE o quanto O ama e quão<br />
agra<strong>de</strong>cido está.<br />
3- EXERCÍCIO. O exercício espiritual é ajudar a outros, testificar, dar tempo e<br />
energia à obra <strong>de</strong> DEUS e ser um testemunho vivo ao mundo.<br />
4- DESCANSO. O <strong>de</strong>scanso espiritual é a adoração, tanto pública como privada.<br />
Descansar é esperar em DEUS e ter renovação física e espiritual.<br />
5- HUMILDADE. Sejais sempre humil<strong>de</strong> e manso <strong>de</strong> coração, porque tão<br />
glorioso quanta a espada, é o arado humil<strong>de</strong> que rasga a terra.<br />
“DEUS, FONTE INESGOTÁVEL DE SABEDORIA E AMOR”<br />
vii
SUMÁRIO<br />
Resumo Geral................................................................................................................... x<br />
General Abstract............................................................................................................ .xii<br />
Lista <strong>de</strong> Tabelas............................................................................................................. xiii<br />
Capitulo I - COMPORTAMENTO IN VITRO E PATOGENICIDADE DE<br />
ISOLADOS DE Fusarium gutiforme, EM ABACAXIZEIRO, ORIUNDOS DOS<br />
ESTADOS DA PARAÍBA, PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE.......... 1<br />
1. INTRODUÇÃO GERAL............................................................................................. 2<br />
2. Revisão <strong>de</strong> Literatura.................................................................................................... 5<br />
2.1 Aspectos Gerais e Importância da Cultura................................................................ 5<br />
2.1.1 O abacaxizeiro (Ananas comosus (L. Merril))........................................................ 5<br />
2.1.2 Fusariose do abacaxizeiro, causada por Fusarium gutiforme ................................. 6<br />
3. Referencias................................................................................................................... 8<br />
Capítulo II- COMPORTAMENTO IN VITRO DE Fusarium gutiforme EM<br />
DIFERENTES CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO..................................................... 14<br />
Resumo........................................................................................................................... 15<br />
Abstract .......................................................................................................................... 16<br />
1. Introdução................................................................................................................... 17<br />
2. Material e Métodos..................................................................................................... 19<br />
2.1. Localização dos experimentos.................................................................................19<br />
2.2. Crescimento micelial <strong>de</strong> Fusarium gutiforme in vitro............................................. 20<br />
2.3. Esporulação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme in vitro....................................................... 21 3.<br />
Resultados e Discussão................................................................................................... 22<br />
viii
3.1. Crescimento micelial dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme..................................... 22<br />
3.2. Esporulação dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme................................................... 25<br />
4. Conclusões.................................................................................................................. 28<br />
5. Referências................................................................................................................. 29<br />
Capítulo III- AVALIAÇÃO DE SINTOMAS CAUSADOS POR Fusarium gutiforme<br />
EM FOLHAS “D” E RAÍZES DE ABACAXIZEIROS<br />
PÉROLA............................33<br />
Resumo........................................................................................................................... 34<br />
Abstract....................................................................................................................... 35 1.<br />
Introdução................................................................................................................... 36 2.<br />
Material e Métodos.................................................................................................. 38 2.1.<br />
Inoculação <strong>de</strong> F. gutiforme em folhas “D” <strong>de</strong> abacaxizeiro a<strong>de</strong>ridas a planta mãe..38<br />
2.2. Inoculação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em folhas “D” <strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola................................................................................................. 39<br />
2.3. Inoculação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em raízes <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro ’Pérola’ em<br />
casa <strong>de</strong><br />
vegetação.........................................................................................................................40<br />
3. Resultados e Discussão............................................................................................. 42<br />
4. Conclusões................................................................................................................. 48<br />
5. Referências................................................................................................................ 49<br />
ix
COUTINHO, O. L. Comportamento in vitro e patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Fusarium<br />
gutiforme em abacaxizeiro, oriundos dos Estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Norte. Areia 2010. 51 f. Tese (Doutorado em Agronomia) Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias,<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba.<br />
RESUMO GERAL<br />
O presente trabalho objetivou testar a patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme utilizando<br />
diferentes isolados e métodos <strong>de</strong> inoculação em plantas <strong>de</strong> abacaxizeiro ‘Pérola’<br />
(Ananas comosus L.). Foram utilizados 20 isolados coletados <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> abacaxizeiro<br />
com sintomas típicos da fusariose em áreas produtoras nos estados da Paraíba, Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Norte e Pernambuco. O material foi isolado em meio <strong>de</strong> cultura batata-<br />
<strong>de</strong>xtrose-ágar (BDA) e incubado a temperatura <strong>de</strong> 25±2°C e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas<br />
durante sete dias. Para as avaliações in vitro do crescimento micelial e esporulação <strong>de</strong><br />
F. gutiforme, os isolados foram plaqueados em meios: BDA, ADA (Aveia-<strong>de</strong>xtrose-<br />
ágar), CDA (Cenoura-<strong>de</strong>xtrose-ágar) e AbDA (Abacaxi-<strong>de</strong>xtrose-ágar) em três regimes<br />
<strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> (Claro contínuo, Escuro contínuo, Alternância luminosa). O<br />
crescimento micelial foi avaliado durante sete dias através da medição das colônias em<br />
dois sentidos diametralmente opostos com auxílio <strong>de</strong> uma régua milimetrada. A<br />
contagem dos esporos foi feita através da adição <strong>de</strong> 20 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada esterilizada<br />
(ADE) na placa contendo o fungo, seguida <strong>de</strong> raspagem com escova <strong>de</strong> cerdas macias e<br />
filtragem em dupla camada <strong>de</strong> gaze estéril. A contagem <strong>de</strong> esporos foi realizada em<br />
hemacitômetro. O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o DIC com arranjo fatorial<br />
<strong>de</strong> 4X3, sendo quatro meios <strong>de</strong> cultura e três regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, aplicados a 20<br />
tratamentos, com quatro repetições. Os testes <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong>, em plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro ‘Pérola’ foram realizados em casa <strong>de</strong> vegetação através <strong>de</strong> inoculação em<br />
folhas D, a<strong>de</strong>ridas e <strong>de</strong>stacadas da planta mãe e em raízes. Para inoculação em folhas D<br />
a<strong>de</strong>rida a planta mãe, com auxílio <strong>de</strong> agulha estéril, foi realizada duas perfurações nas<br />
partes medianas e basais aclorofiladas com posterior pincelamento da suspensão <strong>de</strong><br />
conídios (10 7 conídios/mL) dos isolados <strong>de</strong> F. gutiforme. No método <strong>de</strong> inoculação pelo<br />
sistema radicular, foram realizados ferimentos com bisturi seguida da imersão das raízes<br />
na suspensão <strong>de</strong> esporos. Esse procedimento foi realizado após retirada das plantas <strong>de</strong><br />
seus respectivos vasos, sendo replantadas após a inoculação. Para controle, utilizaram-<br />
se plantas não inoculadas. No método <strong>de</strong> inoculação em folhas D <strong>de</strong>stacadas, as folhas<br />
foram retiradas das plantas, sendo <strong>de</strong>sinfestadas e o procedimento <strong>de</strong> inoculação<br />
x
semelhante ao <strong>de</strong> folhas a<strong>de</strong>ridas à planta mãe. As folhas foram acondicionadas em<br />
ban<strong>de</strong>jas, em condições <strong>de</strong> câmara úmida, fechadas com filme plástico, mantidas a<br />
temperatura <strong>de</strong> 25 ± 2 o C e fotoperiodo <strong>de</strong> 12 horas. Os dados médios foram<br />
submetidos a análise estatística pelo Programa Computacional SISVAR e a<strong>de</strong>quados a<br />
escala <strong>de</strong> notas que variou <strong>de</strong> zero a cinco. Os resultados <strong>de</strong>monstraram que,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do meio <strong>de</strong> cultura, regime <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> e método <strong>de</strong> inoculação, os<br />
isolados <strong>de</strong> F. gutiforme testados <strong>de</strong>monstraram patogenicida<strong>de</strong> às plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola, po<strong>de</strong>ndo ser utilizados em testes experimentais <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong><br />
severida<strong>de</strong>.<br />
Palavras chave: Ananas comosus. L., crescimento micelial, esporulação,<br />
patogenicida<strong>de</strong>.<br />
xi
COUTINHO, O. L. Behavior in vitro and isolated Pathogenicity of Fusarium gutiforme in<br />
pineapple plants, originating from Paraíba, Pernambuco and Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, Brazil.<br />
Areia, 2010. 51 f. Thesis (Doctorate in Agronomy) Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, <strong>Universida<strong>de</strong></strong><br />
<strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba.<br />
GENERAL ABSTRACT<br />
The present work had as objective to test Fusarium gutiforme pathogenicity using<br />
different isolates and inoculation methods in pineapple plants cultivar Pérola (Ananas<br />
comosus L.). It was used 20 isolates collected from pineapple plants with disease typical<br />
symptoms from production fields in Paraíba, Rio Gran<strong>de</strong> do Norte and Pernambuco,<br />
Brazil. The material was incubating in PDA medium at 25±2°C and photoperiod of 12<br />
hours during seven days. For in vitro evaluations of mycelia growth and sporulation of<br />
F. guttiforme, isolates were incubated on media PDA, ODA (Oat-<strong>de</strong>xtrose-agar), CDA<br />
(Carrot-<strong>de</strong>xtrose-agar) e AbDA (Pineapple-<strong>de</strong>xtrose-agar) in three light regimes<br />
(continuous light, continuous dark and alternance light). The mycelia growth was<br />
evaluated during seven days by colony growth measured with millimeter rule. The<br />
spores counting was done by addition of 20 mL of sterilized distilled water on Petri dish<br />
with fungus, and rasped with soft brush plus filtrate in double gauze layer. The spores<br />
counting were done with hemacytometer. The experimental <strong>de</strong>sign was completely<br />
randomized with factorial arrangement 4x3, with four culture media ant three light<br />
regimes, on 20 treatments with four replications. Pathogenicity tests were realized in<br />
greenroom by inoculation in D leafs, attached and separated to mother plant and in<br />
roots. For inoculation in leafs attached to mother plant was used needle sterilized, and<br />
was done two perfurations on media and basal clorofiled parts with posterior painting of<br />
conidia suspension (10 7 conidia/mL) of F. gutiforme isolates. In inoculation method on<br />
roots were realized wounds with needle and immersion in conidia suspension. This<br />
procedure was done after remove plants from vases, being replanted after inoculation.<br />
For control treatment it was used non inoculated plants. In inoculation of leafs <strong>de</strong>tached<br />
of mother plant, leafs were disinfested and inoculation method was similar leafs<br />
attached mother plant. Leafs were incubated in trays, in humid chamber conditions,<br />
closed with plastic film, and maintained at 25 ± 2 o C and photoperiod of 12 hours. The<br />
data were analysed by Compute Program SISVAR and measured by severity ín<strong>de</strong>x<br />
disease, varying in 0 to 5. The results <strong>de</strong>monstrated that, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt of culture media,<br />
light regime and inoculation method, all isolates of F. gutiforme showed mycelia<br />
growth, sporulation and pathogenicity on tested conditions in pineapple plants cultivar<br />
Pérola, being recommen<strong>de</strong>d for experimental tests for severity evaluations.<br />
xii
Key words: Ananas comosus L., mycelia growth, sporulation, pathogenicity.<br />
CAPÍTULO II<br />
LISTA DE TABELAS<br />
TABELA 1. Origem dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme obtidos <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro, cv. Pérola com seus respectivos pontos <strong>de</strong> coletas....................................19<br />
TABELA 2. Médias referentes a interação Isolados, Meios <strong>de</strong> culturas, Regimes <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong> para crescimento micelial <strong>de</strong> Fusarium gutiforme....................................23<br />
TABELA 3. Médias, referentes a interação Isolados, Meios <strong>de</strong> cultura, Regimes <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong> para esporulação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme..................................................26<br />
CAPÍTULO III<br />
TABELA 01. Origem dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme com suas respectivas<br />
localida<strong>de</strong>s e pontos <strong>de</strong> coletas........................................................................................38<br />
TABELA 02. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme inoculadas em folhas D <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola, a<strong>de</strong>ridas a planta mãe...............................................................43<br />
TABELA 03. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme inoculadas em folhas D<br />
<strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola.............................................................................44<br />
TABELA 04. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium. gutiforme inoculadas por imersão via<br />
radicular <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola................................................................46<br />
xiii
COMPORTAMENTO IN VITRO E PATOGENICIDADE DE ISOLADOS DE<br />
Fusarium gutiforme EM ABACAXIZEIRO, ORIUNDOS DOS ESTADOS DA<br />
PARAÍBA, PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE<br />
CAPÍTULO 1<br />
1
1. INTRODUÇÃO GERAL<br />
Originário da América Latina, mais precisamente Brasil e Paraguai, o<br />
abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merril) pertencente à família das Bromeliáceas,<br />
<strong>de</strong>staca-se economicamente por ser o mais importante representante do gênero Ananas.<br />
É classificado botanicamente como uma infrutescência, da classe das monocotiledôneas<br />
(MARIN et al., 2008). Estudos <strong>de</strong> distribuição do gênero indicam que o seu centro <strong>de</strong><br />
origem é a região Amazônica compreendida entre 10ºN e 10ºS <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> e entre 55ºL e<br />
75ºW <strong>de</strong> longitu<strong>de</strong>, por se encontrar o maior número <strong>de</strong> espécies reconhecidas até o<br />
momento. Assim, a região Norte do Brasil po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada um segundo centro <strong>de</strong><br />
diversificação <strong>de</strong>sse gênero (SOUZA, et al., 2002).<br />
No Brasil, a cultura do abacaxizeiro tem <strong>de</strong>sempenhado importante papel<br />
econômico e social como geradora <strong>de</strong> emprego e renda, além <strong>de</strong> contribuir para a<br />
manutenção do homem no campo, evitando assim, o êxodo rural para os gran<strong>de</strong>s centros<br />
urbanos (MATOS e REINHARDT, 2007).<br />
Esta frutífera encontra condições ecológicas favoráveis à sua exploração na<br />
maior parte do território nacional, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a região Norte, Nor<strong>de</strong>ste até a porção<br />
setentrional da região Sul, incluindo áreas <strong>de</strong> Santa Catarina, Paraná e Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul não sujeitas a geadas (LIMA et al, 2001).<br />
A FAO (2005) apontava o Brasil como terceiro maior produtor mundial <strong>de</strong><br />
frutas, com uma produção estimada <strong>de</strong> 43 milhões <strong>de</strong> toneladas, correspon<strong>de</strong>ndo a uma<br />
participação <strong>de</strong> 7,9% do total produzido no cenário mundial. Cunha et al., (2007)<br />
relataram o Brasil como maior produtor mundial <strong>de</strong> abacaxi, com 61.790 ha plantados,<br />
uma produção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> frutos e produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 27.329<br />
kg/ha. O Brasil participa timidamente do comércio internacional, apesar <strong>de</strong> ser o<br />
terceiro produtor mundial <strong>de</strong> frutas frescas (EMBRAPA , 2007).<br />
Em 2007 a abacaxicultura paraibana <strong>de</strong>stacava-se no cenário nacional não só por<br />
tratar <strong>de</strong> um fruto com gran<strong>de</strong>s qualida<strong>de</strong>s nutricionais e organolépticas, mas também<br />
por sua rentabilida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>. Apresentava uma área plantada <strong>de</strong> 11.466<br />
hectares com produção <strong>de</strong> 514.936 toneladas <strong>de</strong> frutos, sendo o segundo maior produtor<br />
<strong>de</strong> abacaxi no Brasil, per<strong>de</strong>ndo apenas para o estado do Pará (CUNHA et al., 2007).<br />
Oficialmente o município maior produtor <strong>de</strong> abacaxizeiro da Paraíba é Santa Rita com<br />
2
mais <strong>de</strong> três mil hectares <strong>de</strong> plantio, e uma produção esperada <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90 milhões <strong>de</strong><br />
frutos. (GOVERNO DA PARAÍBA, 2008).<br />
Segundo o IBGE (2008) o Brasil produziu 1.712.365 frutos <strong>de</strong> abacaxi em 2008.<br />
Deste total, 787.966 foram produzidos no Nor<strong>de</strong>ste, participando o estado da Paraíba<br />
com 45% <strong>de</strong>sta produção, em seguida os estados da Bahia e do Ceará, com 22,3% e<br />
13,2%, respectivamente. O Brasil, com uma produção superior a 1.700.000 toneladas<br />
<strong>de</strong>stacou-se como o maior produtor <strong>de</strong> abacaxi da América do Sul. A produção está<br />
distribuída principalmente nas regiões Nor<strong>de</strong>ste (40,2%) e Su<strong>de</strong>ste (28,92%).<br />
A cultivar Pérola é a mais plantada comercialmente no Brasil. Sendo este um<br />
fruto largamente produzido no estado da Paraíba e consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> pelos<br />
mercados do Sul e Su<strong>de</strong>ste do Brasil, mostrando-se também, com potencial <strong>de</strong><br />
exportação para países da América Latina. Por encontrar excelentes condições para seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e produção, vem sendo cultivada em quase todos os estados brasileiros<br />
(MARTINS et al., 2007).<br />
Para a Embrapa/Centro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Mandioca e Fruticultura (1991)<br />
na Paraíba o clima é fator favorável a produção <strong>de</strong> abacaxi <strong>de</strong> ótima qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido a<br />
fatores como temperatura (22 a 32ºC) durante todo o ano, insolação (2.500 a 3.000<br />
horas/ano), e umida<strong>de</strong> relativa do ar, com média anual, acima <strong>de</strong> 70%, com reduzidas<br />
oscilações.<br />
A colheita do abacaxi paraibano concentra-se ao longo <strong>de</strong> todo o ano, entretanto<br />
<strong>de</strong> Janeiro a Junho, a Paraíba colhe apenas 24,66% da sua produção, ficando os 75,34%<br />
restantes <strong>de</strong> sua colheita para os meses subseqüentes (CARVALHO et al., 2007).<br />
Dentre os principais problemas fitossanitários que acometem a cultura do<br />
abacaxizeiro, a fusariose é a doença que causa maiores prejuízos econômicos aos<br />
produtores, uma vez que as perdas po<strong>de</strong>m atingir até 100% da produção. Os sintomas<br />
mais característicos da doença são alterações morfológicas, bem como exsudação <strong>de</strong><br />
goma ou resina, daí a doença ser conhecida, inicialmente, por gomose (PISSARRA et<br />
al., 1979). O agente etiológico é o fungo Fusarium gutiforme Nirenberg & O'Donnell<br />
que apresenta especificida<strong>de</strong> para o abacaxizeiro (VENTURA et al., 1993a,b;<br />
VENTURA et al., 1994; VENTURA, 1996; LIMA et al, 2001; MATOS e<br />
REINHARDT, 2007; OLIVEIRA e NASCIMENTO, 2009).<br />
A fusariose foi relatada pela primeira vez por Kimati e Tokeshi (1964) no estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo em frutos da cultivar ‘Smooth Cayenne’, disseminando-se por todo o país<br />
e em alguns países da América Latina. No Brasil, as duas cultivares mais plantadas,<br />
3
Pérola e Smooth Cayenne são suscetíveis à doença, constituindo-se <strong>de</strong> uma base<br />
genética bastante estreita, dificultando os programas <strong>de</strong> melhoramento (SANTOS,<br />
2000). Para efetivo controle <strong>de</strong>ve-se eliminar os restos culturais da safra anterior<br />
(incorporação no solo ou queima); utilizar mudas sadias; durante o cultivo, i<strong>de</strong>ntificar<br />
plantas doentes, eliminá-las e pulverizar as inflorescências <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu aparecimento no<br />
olho da planta até o fechamento das últimas flores com fungicida à base <strong>de</strong><br />
benzimidazol (VENTURA e COSTA, 2006).<br />
Na fusariose, a i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>terminação das respostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa contra o F.<br />
gutiforme, é uma prática comum para enten<strong>de</strong>r a relação existente entre planta e o<br />
patógeno, viabilizando o estabelecimento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> controle, prevenindo assim<br />
perdas econômicas posteriores (ZORZAL, 2008).<br />
As mudas são infectadas, geralmente na fase inicial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, quando<br />
ainda estão a<strong>de</strong>ridas à planta-mãe que apresenta frutos doentes. É pouco perceptível nos<br />
estádios iniciais da doença, porém, como o fungo sobrevive em mudas e plantas, o<br />
conhecimento dos sintomas nas mesmas possibilita a eliminação <strong>de</strong> importantes fontes<br />
<strong>de</strong> inóculo (VENTURA e ZAMBOLIM, 2002; VENTURA e COSTA, 2006).<br />
Face ao exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o comportamento in<br />
vitro e a patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme em abacaxizeiro cv. Pérola,<br />
obtidos <strong>de</strong> materiais coletados em municípios dos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />
4
2. REVISÃO DE LITERATURA<br />
2.1. Aspectos gerais e importância da cultura<br />
2.1.1. O abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merril)<br />
O gênero Ananas é amplamente distribuído em regiões tropicais principalmente<br />
a espécie Ananas comosus (L.) Merril, que abrange todas as cultivares plantadas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro, constituindo-se em uma das fruteiras tropicais mais cultivadas no país. É<br />
uma planta terrestre, perene, monocotiledônea on<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> florescimento é<br />
<strong>de</strong>suniforme, comprometendo a regularida<strong>de</strong> da produção e po<strong>de</strong>ndo resultar em frutos<br />
não enquadrados no padrão comercial (VAILLANT et al., 2001).<br />
O abacaxizeiro é uma planta que apresenta folhas dispostas em espiral em torno<br />
<strong>de</strong> uma haste central, internamente apresentam a forma <strong>de</strong> calha, que propiciam a<br />
condução <strong>de</strong> água para a base, com ângulos que <strong>de</strong>finem o tipo da folha, como por<br />
exemplo, 45 graus, que <strong>de</strong>termina as folhas “D”. As folhas são revestidas por uma<br />
camada <strong>de</strong> cutícula e tricomas, os estômatos encontram-se na parte inferior, esses tem a<br />
função <strong>de</strong> absolver água e nutrientes, refletir luz e proteger as folhas contra a<br />
<strong>de</strong>sidratação causada pelas altas temperaturas. Na disposição foliar do abacaxizeiro<br />
<strong>de</strong>staca-se a folha D, por ser a principal folha <strong>de</strong>sta planta, com disposição em um<br />
ângulo <strong>de</strong> 45º do eixo central da planta (PY et al., 1984).<br />
O caule é matéria prima para a indústria <strong>de</strong> alimentos e para a obtenção <strong>de</strong> álcool<br />
etílico e gomas, além <strong>de</strong> propagarem vegetativamente mudas. O restante do<br />
abacaxizeiro po<strong>de</strong> ser usado na alimentação animal, como material fresco ou ensilado.<br />
(MEDINA et al., 1987). Sua haste quando <strong>de</strong> uma planta adulta pesa <strong>de</strong> 400 a 500<br />
gramas. O caule armazena os produtos elaborados pelas folhas, que po<strong>de</strong>m ser utilizadas<br />
a qualquer tempo, esta é dividida em internódios, com gemas localizadas nas cicatrizes<br />
<strong>de</strong>ixadas pelas folhas no seu ponto <strong>de</strong> inserção. Das gemas nascem os rebentos que<br />
garantem a perpetuação da espécie. As raízes são profundas, porém <strong>de</strong> pequena<br />
dimensão e pouco resistentes, encontrando-se a maioria na faixa <strong>de</strong> 15cm <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> (SIMÃO, 1998).<br />
O fruto é normalmente cilíndrico ou ligeiramente cônico, constituído por 100 a<br />
200 pequenas bagas ou frutilhos fundidos entre si sobre o eixo central ou coração que é<br />
5
a continuação do pedúnculo fibroso (VILAR, 2000). A polpa do fruto apresenta as cores<br />
branca, amarela ou laranja-avermelhada, sendo o peso médio dos frutos <strong>de</strong> um quilo,<br />
dos quais 25% são representados pela coroa. Este é consumido ao natural, ou na forma<br />
<strong>de</strong> sorvetes, doces, picolés, refrescos e sucos caseiros (GRANADA et al., 2004).<br />
As varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> abacaxi mais conhecidas foram classificadas em cinco grupos<br />
distintos: Cayenne, Spanish, Queen, Pérola e Perolera, <strong>de</strong> acordo com um conjunto <strong>de</strong><br />
caracteres comuns, relativos ao porte da planta, forma do fruto e características<br />
morfológicas das folhas (EPSTEIN, 1999). Estima-se que cerca <strong>de</strong> 70% da produção<br />
mundial <strong>de</strong> abacaxi provém <strong>de</strong> Smooth Cayenne. No Brasil e em outros países da<br />
América Latina, ocorrem diversas varieda<strong>de</strong>s locais e populações silvestres <strong>de</strong> abacaxi<br />
pertencentes ao gênero Ananas e alguns <strong>de</strong>sses materiais po<strong>de</strong>m ser recomendados<br />
diretamente como varieda<strong>de</strong>s ou utilizados em programas <strong>de</strong> melhoramento genético,<br />
uma vez caracterizados e avaliados a<strong>de</strong>quadamente (CABRAL et al., 2008).<br />
.<br />
2.1.2. Fusariose do Abacaxizeiro, causada por Fusarium gutiforme<br />
O abacaxizeiro tem sido infectado por vários patógenos que apresentam<br />
influência negativa na produtivida<strong>de</strong> e na qualida<strong>de</strong> dos frutos (SOUZA et al., 2002). A<br />
fusariose é o principal problema da cultura, infectando mudas, durante o crescimento,<br />
período <strong>de</strong> florescência, e até mesmo, durante o ciclo produtivo. As perdas são<br />
estimadas em 30 a 40% nos frutos e em até 20% nas mudas (CUNHA, 2007), po<strong>de</strong>ndo<br />
atingir até 100% da produção (VENTURA e ZAMBOLIM, 2002; VENTURA et al.,<br />
2007).<br />
O gênero Fusarium é bem heterogêneo, e apresenta uma ampla distribuição<br />
geográfica incluindo, assim, muitas espécies i<strong>de</strong>ntificadas pelas características<br />
morfológicas. F. gutiforme, antes <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> F. moniliforme Sheldon var.<br />
subglutinans, foi estabelecido como uma espécie in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte por apresentar<br />
características morfológicas estáveis e suficientes para tanto (MORAIS et al., 2003).<br />
Em meio batata-<strong>de</strong>xtrose-ágar, F. gutiforme apresenta inicialmente um micélio<br />
branco, que passa a róseo alaranjado, alcançando, algumas vezes, a coloração violeta.<br />
Dois tipos <strong>de</strong> esporos são produzidos: os microconídios e os macroconídios, entretanto<br />
as características principais <strong>de</strong>ste patógeno são a produção <strong>de</strong> microconídios em<br />
polifiáli<strong>de</strong>s, sempre em falsas cabeças e ausência <strong>de</strong> clamidósporos (MELLO, 2001).<br />
6
O patógeno incita lesões nos tecidos afetados, com exsudação <strong>de</strong> uma substância<br />
gomosa (FISHER et al., 2006). Alves (2006) esclarece que F. gutiforme por não<br />
produzir clamidósporos, apresenta baixa capacida<strong>de</strong> competitiva, não sobrevivendo no<br />
solo por longos períodos. Mudas infectadas e enterradas per<strong>de</strong>m a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> servir<br />
como fonte <strong>de</strong> inóculo, após quatro a seis semanas, contudo, o patógeno po<strong>de</strong><br />
sobreviver, como epífita, em folhas <strong>de</strong> plantas invasoras. Para Weber et al, (2003) as<br />
mudas constituem a principal fonte <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong>ssa doença.<br />
Segundo Geiser et al., (2004) inúmeros fatores, incluindo a perda da distinção das<br />
espécies através <strong>de</strong> características morfológicas, levam a conceitos que são amplos e<br />
justamente com a variação e mutação <strong>de</strong>ntro da cultura, tem conspirado para criar um<br />
sistema taxonômico que não reflete a diversida<strong>de</strong> das espécies. Isto tem gerado resultados<br />
contraditórios na aplicação <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> espécies para isolados patogênicos e toxogênicos.<br />
Devido a plasticida<strong>de</strong> e variações <strong>de</strong> características fenotípicas encontradas nestes fungos,<br />
a taxonomia baseada somente em conceitos morfológicos não é confiável (SUMMERELL<br />
e LESLIE, 2003).<br />
Oliveira e Costa, (2004) <strong>de</strong>stacam que o gênero ainda apresenta uma série <strong>de</strong><br />
variações <strong>de</strong> características morfológicas e patogênicas, resultando em uma classificação<br />
complexa dividida em seções, forma specialis e raças. O conceito forma specialis (f. sp.),<br />
foi aplicado por Sny<strong>de</strong>r e Hansen, (1953) para reconhecer isolados patogênicos que foram<br />
morfologicamente semelhantes à isolados saprofíticos da mesma espécie, mas que<br />
diferenciam em sua habilida<strong>de</strong> para parasitar hospe<strong>de</strong>iros específicos.<br />
7
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13
COMPORTAMENTO IN VITRO DE F. gutiforme EM DIFERENTES<br />
CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO<br />
CAPÍTULO 2<br />
14
COUTINHO, O. L. Comportamento in vitro <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em diferentes<br />
condições <strong>de</strong> incubação. 2 º capítulo, Areia 2010. 51 f. Tese (Doutorado em<br />
Agronomia) Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba.<br />
COMPORTAMENTO IN VITRO DE Fusarium gutiforme EM DIFERENTES<br />
CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO<br />
RESUMO<br />
Para a abacaxicultura, algumas doenças fúngicas po<strong>de</strong>m causar prejuízos <strong>de</strong> quase<br />
100% da produção e a fusariose causada por Fusarium gutiforme <strong>de</strong>staca-se por sua<br />
agressivida<strong>de</strong> e susceptibilida<strong>de</strong> nas varieda<strong>de</strong>s comerciais. Este trabalho objetivou<br />
avaliar in vitro o comportamento <strong>de</strong> 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme mediante avaliação do<br />
crescimento micelial e esporulação em placas <strong>de</strong> Petri, usando quatro diferentes meios<br />
<strong>de</strong> cultura: BDA (Batata-Dextrose-Ágar), CDA (Cenoura-<strong>de</strong>xtrose-ágar), AbDA<br />
(Abacaxi-<strong>de</strong>xtrose-ágar) e ADA (Aveia-<strong>de</strong>xtrose-ágar), sob três regimes <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong> (Claro contínuo, Escuro contínuo e Alternância luminosa). Em meio<br />
BDA, foi realizado o isolamento do fungo a partir <strong>de</strong> partes <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> abacaxizeiro<br />
com sintomatologia típica da fusariose. As placas foram mantidas durante sete dias a<br />
25±2°C e luminosida<strong>de</strong> natural. A avaliação do crescimento micelial foi realizada com<br />
régua milimetrada em dois sentidos diametralmente opostos. O <strong>de</strong>lineamento<br />
experimental utilizado foi o DIC com arranjo fatorial <strong>de</strong> 4X3, sendo quatro meios <strong>de</strong><br />
cultura e três regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, aplicados a 20 tratamentos, composto pelos<br />
isolados, com quatro repetições. Para avaliação <strong>de</strong> esporulação, após o sétimo dia <strong>de</strong><br />
crescimento, as colônias fúngicas foram removidas com escova <strong>de</strong> cerdas macias, após<br />
o acréscimo <strong>de</strong> 20mL <strong>de</strong> ADE e filtradas em dupla camada <strong>de</strong> gaze esterilizada<br />
obtendo-se uma suspensão <strong>de</strong> conídios mensurada em hemacitômetro para 10 7<br />
conídios/mL. Dos 20 isolados testados, po<strong>de</strong>-se afirmar que ocorreram diferenças<br />
significativas, em relação ao crescimento micelial, bem como, quanto à esporulação <strong>de</strong><br />
F. gutiforme. Os isolados 1SO05, 1SO07, 1SO08, 1SO15, 1SO16, 1SO18 e 1SO20<br />
apresentaram maior crescimento micelial na interação regime <strong>de</strong> luz e meio. Os 1SO12,<br />
1SO14 e 1SO19 apresentaram menores crescimentos para a referida interação. Os<br />
isolados 1SO07 e 1SO15 obtiveram maior esporulação na interação regime <strong>de</strong> luz e<br />
meio, enquanto 1SO19 e 1SO20 apresentaram menores crescimentos para a referida<br />
interação.<br />
Palavras chave: Fusariose, crescimento micelial, esporulação<br />
15
COUTINHO, O. L. In vitro Behavior of Fusarium gutiforme in different incubation<br />
conditions. Second chapter, Areia 2010. 51 f. Thesis (Doctorate in Agronomy) Centro<br />
<strong>de</strong> Ciências Agrárias. <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba.<br />
IN VITRO BEHAVIOR OF Fusarium. gutiforme UNDER DIFFERENT<br />
ABSTRACT<br />
INCUBATION CONDITIONS<br />
Some fungal diseases can cause near 100% loss on pineapple crop. Fusarium wilt<br />
caused by Fusarium gutiforme stands out for its aggressiveness and the susceptibility to<br />
this pathogen among commercial varieties. This study aimed to evaluate the in vitro<br />
behavior of 20 F. gutiforme isolates by measuring mycelial growth and sporulation in<br />
four different culture media: PDA (Potato Dextrose Agar), CDA (carrot-<strong>de</strong>xtrose agar),<br />
ABDA (Pineapple-<strong>de</strong>xtrose agar ), and ADA (Oats <strong>de</strong>xtrose agar), un<strong>de</strong>r three light<br />
conditions (continuous light, continuous dark, and alternating light), using Petri dishes.<br />
Fungal isolation was carried out on PDA from pineapple plant parts with symptoms<br />
typical of the disease. The plates were kept for seven days at 25 ± 2 ° C un<strong>de</strong>r natural<br />
light. Evaluation of mycelial growth was performed with a ruler on two diametrically<br />
opposite directions. The experimental <strong>de</strong>sign was a completely randomized with<br />
factorial arrangement of 4X3, with four media and three light regimes, applied to 20<br />
treatments, which consisted of fungal isolates and four replications. Fungal sporulation<br />
was accessed after the seventh day by removing the colonies with a soft brush. Twenty<br />
milliliters of ADE was ad<strong>de</strong>d to the preparation and filtered through a double layer of<br />
sterile gauze. The obtained conidia suspension was adjusted to a concentration of 10 7<br />
conidia/mL using a hemacytometer. Evaluation of the 20 isolates showed that there were<br />
significant differences in relation to mycelial growth, as well as on the sporulation of F.<br />
gutiforme. The isolates 1SO05, 1SO07, 1SO08, 1SO15, 1SO16, 1SO18, and 1SO20<br />
exhibited higher mycelial growth associated to the interaction between light and<br />
medium. Isolates 1SO12, 1SO14, and 1SO19 exhibited lower mycelial growth for the<br />
same interaction. Isolates 1SO07 and 1SO15 exhibited higher sporulation un<strong>de</strong>r the<br />
interaction light and medium, while isolates 1SO19 and 1SO20 showed lower rates for<br />
the same interaction.<br />
Key words: Fusariosis, mycelia growth, sporulation<br />
16
1. INTRODUÇÃO<br />
O fungo causador da fusariose ou gomose do abacaxizeiro, Fusarium gutiforme,<br />
é a principal limitação fitossanitária na produção <strong>de</strong> abacaxi no Brasil, pois causa<br />
perdas, antes da fase <strong>de</strong> frutificação, além <strong>de</strong> ser constatada em todos os Estados<br />
produtores <strong>de</strong> abacaxi do Brasil (RUGGIERO et al., 1994).<br />
A doença, relatada pela primeira vez por Kimati e Tokeshi (1964) no estado <strong>de</strong><br />
São Paulo, em frutos da cultivar Smooth Cayenne, encontra-se disseminada por todo o<br />
país e em alguns países da América Latina (PISSARRA et al., 1979). Este fungo<br />
pertence à família Tuberculariaceae, capaz <strong>de</strong> sobreviver por longos períodos <strong>de</strong> tempo<br />
no solo, em restos culturais e se disseminar através <strong>de</strong> propágulos (macro e<br />
microconídios), <strong>de</strong> vetores físicos (vento e água <strong>de</strong> irrigação) e <strong>de</strong> vetores biológicos<br />
(homem, insetos e mudas contaminadas) (BERGAMIN FILHO et al., 1995).<br />
Essa doença causa prejuízos <strong>de</strong>vido à infecção das mudas, morte do abacaxizeiro<br />
no campo, infecção das inflorescências e frutos, que per<strong>de</strong>m seu valor comercial,<br />
resultando perdas elevadas na produção. O principal sintoma da fusariose em plantas ou<br />
em mudas é a exsudação <strong>de</strong> goma a partir da região infectada, cuja lesão se localiza no<br />
caule, progredindo para a base da folha, ficando restrita à região aclorofilada da mesma<br />
(LIMA et al., 2001; SANTOS et al., 2002; FISHER et al., 2006).<br />
É importante enfatizar a importância <strong>de</strong> se verificar diferentes isolados e<br />
<strong>de</strong>terminar suas diferenças <strong>de</strong> comportamento quando cultivados in vitro, visto que a<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes po<strong>de</strong> mostrar-se diferenciada <strong>de</strong>vido à localização e influência<br />
ambiental, as quais as plantas coletadas estão submetidas, além <strong>de</strong> outros fatores como<br />
variação genética, utilização <strong>de</strong> diferentes métodos <strong>de</strong> inoculação e meios utilizados, pH<br />
e a temperatura, obviamente, o uso <strong>de</strong> diferentes concentrações po<strong>de</strong> interferir na<br />
variação <strong>de</strong> resultados obtidos em diferentes experimentos (RANGANATHAN e<br />
BALAJEE, 2000).<br />
O aumento ou diminuição no crescimento micelial in vitro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />
fungos fitopatogênicos po<strong>de</strong> ser resultado <strong>de</strong> mecanismos diretos ou indiretos da ação<br />
<strong>de</strong>stes, tais como produção e liberação <strong>de</strong> metabólitos secundários, agindo na<br />
disponibilida<strong>de</strong> e absorção ou na supressão <strong>de</strong> nutrientes (GOES e KIMATI, 1990;<br />
RUGIERO et al., 1994; JAGADEESH et al., 2006; EGAMBERDIEVA et al., 2008).<br />
Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho foi avaliar o comportamento<br />
in vitro para crescimento micelial e esporulação em diferentes condições <strong>de</strong> incubação,<br />
17
<strong>de</strong> 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme obtidos <strong>de</strong> abacaxizeiro, coletados em municípios dos<br />
estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />
18
2. MATERIAL E MÉTODOS<br />
2.1. Localização dos experimentos<br />
Os isolados <strong>de</strong> F. gutiforme foram obtidos <strong>de</strong> materiais coletados em diferentes<br />
campos <strong>de</strong> produção comercial nos Estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Norte (Tabela 01) a partir <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> abacaxizeiro com sintomas típicos da fusariose,<br />
caracterizados pela presença <strong>de</strong> áreas necrosadas e <strong>de</strong> resina em folhas, mudas e frutos.<br />
TABELA 01. Origem dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme obtidos <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro, cv. Pérola, com seus respectivos pontos <strong>de</strong> coleta<br />
ISOLADOS LOCAL PONTO DE COLETA<br />
1SO01 Guarabira-PB I Sitio Canafistula<br />
1SO02 Guarabira-PB II Sitio São Gonçalo<br />
1SO03 Itapororoca-PB I Sitio Jacoca<br />
1SO04 Itapororoca-PB II Sitio Refúgio<br />
1SO05 Rio Tinto-PB I Sitio Camparte<br />
ISO06 Rio Tinto-PB II Sitio Cacimbão<br />
1SO07 Pedras Fogo-PB I Sitio Açu<strong>de</strong> Novo<br />
1SO08 Pedras Fogo-PB II Sitio Taquari<br />
1SO09 Araçagí-PB Faz. Re<strong>de</strong>nção<br />
1SO10 Con<strong>de</strong>-PB Sitio Boa Água<br />
1SO11 Alhandra-PB Sitio Oh! Glória<br />
1SO12 Espirito Santo-PB Sitio Jurema<br />
1SO13 Santa Rita-PB Faz. Zé Queiroga<br />
1SO14 Mamanguape-PB Sitio Pitombeira<br />
1SO15 Juripiranga-PB Sitio Salgado<br />
1SO16 Itambé-PE Faz. Maringá<br />
1SO17 Pombos-PE Sitio Pombos<br />
1SO18 Touros-RN Faz. Potiguara<br />
1SO19 Sapé-PB Sitio Meu Destino<br />
1SO20 Marí-PB Faz. Unção<br />
O material coletado foi encaminhado ao Laboratório <strong>de</strong> Fitopatologia, do Centro<br />
<strong>de</strong> Ciências Agrárias, da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba, Campus II, Areia-PB. Para<br />
realizar procedimentos <strong>de</strong> pré-lavagem e <strong>de</strong>sinfestação, obe<strong>de</strong>cendo aos padrões <strong>de</strong><br />
assepsia.<br />
A i<strong>de</strong>ntificação do fungo realizou-se com auxilio <strong>de</strong> microscópio óptico e<br />
estereoscópico, através das observações <strong>de</strong> estruturas macro e micromorfológicas como<br />
micélio, conídios e esporos, confrontando-as com as <strong>de</strong>scrições da literatura micológica<br />
19
e fitopatológica especializada (BISBY et al., 2006; LESLIE et al., 2006; LIMA et al.,<br />
2001).<br />
2.2. Crescimento micelial <strong>de</strong> Fusarium gutiforme in vitro<br />
Em câmara <strong>de</strong> fluxo laminar, a partir <strong>de</strong> placas puras dos 20 isolados <strong>de</strong><br />
F.gutiforme, foram retirados individualmente, discos com 5mm <strong>de</strong> diâmetro, para<br />
inoculação nos meios BDA (batata-<strong>de</strong>xtrose-ágar); CDA (cenoura-<strong>de</strong>xtrose-ágar),<br />
AbDA (folhas <strong>de</strong> abacaxi-<strong>de</strong>xtrose-ágar), ADA (aveia-<strong>de</strong>xtrose-ágar). Cada meio foi<br />
composto por 200g <strong>de</strong> cada espécie vegetal, 17g <strong>de</strong> ágar, 20g <strong>de</strong> <strong>de</strong>xtrose e o volume<br />
completado para 1000 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada esterilizada (ADE), com pH ajustado para<br />
6,2 vertidos para placas <strong>de</strong> Petri, com diâmetro <strong>de</strong> 9cm, e incubados em três diferentes<br />
regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>: Claro contínuo, Escuro contínuo e Alternância luminosa.<br />
As placas contendo os discos permaneceram por oito dias em sala <strong>de</strong> incubação<br />
a 25±2°C e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas, para avaliação do crescimento micelial. A<br />
avaliação foi realizada no oitavo dia, mediante o uso <strong>de</strong> uma régua milimetrada, com<br />
mensurações diametralmente opostas, sendo aferida a média, para <strong>de</strong>terminação do<br />
crescimento.<br />
O <strong>de</strong>lineamento estatístico utilizado foi DIC (Delineamento Inteiramente<br />
Casualisado) com 20 tratamentos e quatro repetições (placas contendo o fungo) em<br />
arranjo fatorial 20 X 4 X 3 (vinte isolados, quatro meios <strong>de</strong> cultura BDA, CDA, AbDA,<br />
ADA e três regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>: Luz continua, Escuro continuo, Alternância<br />
luminosa) totalizando 240 tratamentos.<br />
Os dados obtidos foram submetidos à análise <strong>de</strong> variância e as médias<br />
comparadas pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott a 1% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> (FERREIRA, 2000;<br />
SISVAR 5.1 2007).<br />
2.3. Esporulação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme in vitro<br />
Para a quantificação do número <strong>de</strong> esporos produzidos pelos 20 isolados <strong>de</strong> F.<br />
gutiforme, foram utilizadas colônias puras do fungo em quatro diferentes meios <strong>de</strong><br />
culturas e três regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, à 25+ 2ºC.<br />
Aos oito dias da incubação foi avaliada a produção <strong>de</strong> conídios. A suspensão foi<br />
obtida pela adição <strong>de</strong> 20 mL <strong>de</strong> ADE às placas <strong>de</strong> petri e raspagem da colônia com<br />
20
escova <strong>de</strong> cerdas macias. A filtragem da suspensão <strong>de</strong>u-se por intermédio <strong>de</strong> uma<br />
camada dupla <strong>de</strong> gaze estéril, sendo <strong>de</strong>terminada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporos em<br />
hemacitômetro, executando-se uma média <strong>de</strong> cinco leituras para cada repetição dos<br />
tratamentos.<br />
O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o DIC em arranjo fatorial <strong>de</strong> 20 X 4<br />
X 3, com 20 isolados, quatro meios <strong>de</strong> culturas e três regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, com 4<br />
repetições para cada isolado do patógeno, totalizando 240 tratamentos.<br />
As médias foram comparadas pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott a 1% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />
(FERREIRA, 2000; SISVAR 5.1 2007).<br />
21
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
3.1. Crescimento micelial dos isolados<br />
Diante dos resultados obtidos neste trabalho e expressados na Tabela 02 po<strong>de</strong>-se<br />
afirmar que ocorreram variações significativas quanto a interação Isolados, Meios <strong>de</strong><br />
cultura e Regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> para crescimento micelial <strong>de</strong> Fusarium gutiforme.<br />
Os isolados 1SO05, 1SO07, 1SO08, 1SO15, 1SO16, 1SO18 e 1SO20 obtiveram<br />
maior crescimento micelial na interação regime <strong>de</strong> luz e meio; Os 1SO12, 1SO14 e<br />
1SO19 apresentaram menores crescimentos para a referida interação (Tabela 02).<br />
Observou-se o crescimento micelial semelhante nos meios <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> acordo<br />
com o regime <strong>de</strong> luz, sendo o regime claro contínuo e alternado no meio BDA que<br />
favoreceu maior diferenciação nos isolados. No meio CDA, maior variação ocorreu no<br />
regime <strong>de</strong> luz alternada, assim como no meio AbDA nos regimes <strong>de</strong> luz claro e<br />
alternado. Para meio ADA, a exceção do 1SO019, não houve diferença <strong>de</strong> crescimento<br />
micelial no regime <strong>de</strong> luz alternada (Tabela 02).<br />
No regime <strong>de</strong> luz claro contínuo não ocorreu interferência dos meios no<br />
crescimento dos isolados (1SO05, ISO6, 1SO07, 1SO08, 1SO15, 1SO16, 1SO18 e<br />
1SO20). Para escuro contínuo não observou-se interferência dos meios nos isolados<br />
ISO02, 1SO05, 1SO07, 1SO08, 1SO10, 1SO15, 1SO16, 1SO17, 1SO18, 1SO19 e<br />
1SO20 e sob regime <strong>de</strong> luz alternada nos isolados 1SO01, 1SO05, ISO6, 1SO07,<br />
1SO08, 1SO11, 1SO15, 1SO16, 1SO17, 1SO18 e 1SO20 (Tabela 02).<br />
22
Tabela 02. Médias referentes a regimes <strong>de</strong> luz/isolados/meios <strong>de</strong> culturas para o oitavo dia <strong>de</strong> crescimento micelial <strong>de</strong> Fusarium gutiforme in<br />
vitro<br />
Luz Claro Escuro Alternada<br />
Iso\Meio* BDA CDA AbDA ADA BDA CDA AbDA ADA BDA CDA AbDA ADA<br />
ISO01 8,05Bbα 8,45Baα 6,83Bcγ 8,63Aaα 8,14Bbα 8,88Aaα 8,05Bbβ 9,00Aaα 8,13Bbα 8,36Bbα 8,95Aaα 8,95Aaα<br />
ISO02 7,98Bbα 9,00Aaα 5,68Ccγ 8,53Aaα 8,34Bbα 9,00Aaα 7,85Bcα 8,60Baα 8,48Bbα 8,41Bbβ 7,03Dcβ 8,93Aaα<br />
ISO03 5,43Dcβ 7,29Cbβ 8,89Aaα 3,89Edβ 7,29Cbα 8,95Aaα 6,53Dcγ 3,85Ddβ 4,28Dcγ 4,69Ecγ 8,01Bbβ 9,00Aaα<br />
ISO04 8,18Bbβ 9,00Aaα 9,00Aaα 6,83Bcβ 9,00Aaα 9,00Aaα 7,25Cbβ 8,88Aaα 9,00Aaα 7,25Cbβ 8,55Aaα 9,00Aaα<br />
ISO05 9,00Aaα 8,95Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 8,95Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO06 9,00Aaα 8,18Bbα 9,00Aaα 9,00Aaα 7,95Bbβ 8,35Bbα 8,65Aaα 9,00Aaα 8,95Aaα 8,65Aaα 9,00Aaα 8,95Aaα<br />
ISO07 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 8,95Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aa α 9,00Aaα<br />
ISO08 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 8,78Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 8,90Aaα 9,00Aaα<br />
ISO09 5,08Dcγ 7,63Cbβ 9,00Aaα 4,98Ccβ 8,08Bbβ 8,95Aaα 5,90Ecγ 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 8,20Bbβ 9,00Aaα<br />
ISO10 8,28Bbβ 8,88Aaα 9,00Aaα 8,90Aaα 8,95Aaα 9,00Aaα 8,70Aaα 9,00Aaα 8,30Bbβ 8,85Aaα 9,00Aa α 8,93Aaα<br />
ISO11 8,98Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 6,68Bbβ 9,00Aaα 9,00Aaα 8,13Bbβ 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO12 3,98Ecβ 6,60Dbα 8,60Aaα 3,00Fdγ 4,85Fbα 6,98Caα 4,10Gcβ 4,00Dcβ 4,40Dcβ 4,40Ecβ 7,60Cbβ 8,91Aaα<br />
ISO13 7,80Bbα 9,00Aaα 9,00Aaα 6,45Bcβ 5,68Ebβ 8,13Baβ 5,15Fcβ 4,08Ddγ 3,68Ebγ 8,88Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO14 6,20Ccα 8,20Bbα 5,23Cdβ 8,80Aaα 6,65Dbα 7,13Cbγ 5,93Ecα 8,23Baβ 6,68Ccα 7,65Cbβ 5,95Edα 9,00Aaα<br />
ISO15 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO16 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO17 7,73Bbβ 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO18 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα 9,00Aaα<br />
ISO19 4,33Ebα 5,40Daα 5,68Caα 4,38Dbβ 4,53Fbα 5,15Daα 4,03Gcα 4,95Caα 4,38Dbα 5,45Daα 4,80Fbβ 5,26Baα<br />
ISO20 9,00Aaα 8,88Aaα 8,95Aaα 9,00Aaα 8,75Aaα 8,75Aaα 8,98Aaα 8,98Aaα 9,00Aaα 8,90Aaα 8,58Aaα 9,00Aaα<br />
CV (%) = 4,2<br />
Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra minúsculas na coluna em cada isolado, assim como seguidas <strong>de</strong> mesma letra maiúscula na linha em cada meio <strong>de</strong> cultura e gregas em cada regime <strong>de</strong> luz na linha não<br />
diferem a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott. *BDA= batata-<strong>de</strong>xtrose-ágar; ADA= aveia-<strong>de</strong>xtrose-ágar; CDA= cenoura-<strong>de</strong>xtrose-ágar; AbDA= abacaxi-<strong>de</strong>xtrose-ágar.<br />
23
Silva et al., (2009) avaliando crescimento micelial e esporulação <strong>de</strong> Myrothecium<br />
roridum testados em <strong>de</strong>z meios <strong>de</strong> cultura: BTDA (beterraba-<strong>de</strong>xtrose-ágar); RDA<br />
(rama <strong>de</strong> melão-<strong>de</strong>xtrose-ágar); PA10 (polpa <strong>de</strong> melão com °Brix=10 ágar); ETDA<br />
(extrato <strong>de</strong> tomate-<strong>de</strong>xtrose-ágar); CMDA (casca <strong>de</strong> melão-<strong>de</strong>xtrose-ágar); CA<br />
(cenoura-ágar); PA04 (polpa <strong>de</strong> melão com °Brix= 04 ágar); IDA (inhame-<strong>de</strong>xtrose-<br />
ágar); FMDA (folha <strong>de</strong> melão-<strong>de</strong>xtrose-ágar); e BDA (batata-<strong>de</strong>xtrose-ágar) como<br />
testemunha, não observou diferenças significativas em nenhum dos meios testados<br />
quanto ao crescimento micelial, diferentemente dos resultados obtidos no presente<br />
trabalho on<strong>de</strong> os meios <strong>de</strong> culturas e regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> exerceram influência<br />
entre os isolados quanto a crescimento micelial e esporulação.<br />
Costa et al., (2009) estudando o crescimento micelial <strong>de</strong> F. gutiforme em<br />
diferentes temperaturas e fotoperiodo <strong>de</strong> 12 horas, constatou que à medida em que se<br />
aumentava a temperatura, diminuía o índice médio <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>ste fungo, sendo a<br />
temperatura <strong>de</strong> 25°C a i<strong>de</strong>al para seu <strong>de</strong>senvolvimento, a mesma temperatura estudada<br />
no presente trabalho.<br />
Paludo et al., (2009) constataram que Cercospora beticola e Mycosphaerella<br />
fragariae sob claro contínuo e escuro, em meio <strong>de</strong> cultura BDA, o crescimento micelial<br />
não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos. Os resultados do presente<br />
trabalho mostraram-se diferentes uma vez que ocorreu formação <strong>de</strong> crescimento<br />
micelial semelhante nos meios <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> acordo com o regime <strong>de</strong> luz, sendo o<br />
regime claro contínuo e alternado no meio BDA que favoreceu maior diferenciação nos<br />
isolados.<br />
Moraes et al., (2003) verificando o efeito da luz sobre o crescimento micelial <strong>de</strong><br />
F. moniliforme em meio <strong>de</strong> cultura contendo fungicidas, po<strong>de</strong> constatar que dos regimes<br />
<strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> avaliados: escuro contínuo, luz branca e luz próxima da ultra violeta<br />
(12h <strong>de</strong> luz/12 <strong>de</strong> escuro), o crescimento do fungo ficou em torno <strong>de</strong> 63% mostrando<br />
uma média eficiência <strong>de</strong>ste fungo em relação aos regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, quando<br />
trabalhado em regime <strong>de</strong> luz branca.<br />
Todos os substratos utilizados neste trabalho favoreceram o crescimento micelial<br />
<strong>de</strong> F. gutiforme constatando-se variações <strong>de</strong> coloração nas colônias (variando do<br />
branco, alaranjado, violeta e marrom) <strong>de</strong> acordo com o meio <strong>de</strong> cultura e regime <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong>.<br />
24
Uma cultura <strong>de</strong> Fusarium po<strong>de</strong> mudar sua morfologia gradualmente ou ainda<br />
produzir repentinamente setores <strong>de</strong> crescimento radicalmente na aparência do parental.<br />
Essa variabilida<strong>de</strong> morfológica tem gerado controvérsias na taxonomia e classificação<br />
das espécies <strong>de</strong> Fusarium. (PUHALLA, 1981; OLIVEIRA e COSTA, 2002; GEISER,<br />
et al., 2004)<br />
Segundo Sanabria, et al., (2002); Geiser et al., (2004); Leslie, et al., (2006),<br />
inúmeros fatores incluindo a perda da clara distinção das espécies através <strong>de</strong><br />
características morfológicas, levando a conceitos que são amplos e juntamente com a<br />
variação e mutação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma cultura não reflete a diversida<strong>de</strong> das espécies.<br />
Muitos isolados <strong>de</strong> Fusarium estudados por taxonomistas e fitopatologistas foram<br />
i<strong>de</strong>ntificados incorretamente usando simplificados sistemas morfológicos. Espécies que<br />
a pouco tempo foram i<strong>de</strong>ntificadas usando métodos filogenéticos, certamente não<br />
seriam se fossem utilizados os métodos convencionais <strong>de</strong> características morfológicas.<br />
(AOKI, et al., 2003)<br />
3.2. Esporulação dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme<br />
A influência dos meios <strong>de</strong> cultura e regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>, quanto à<br />
esporulação são observados na Tabela 03, on<strong>de</strong> é <strong>de</strong>monstrada a variabilida<strong>de</strong> do<br />
comportamento dos isolados <strong>de</strong> F. gutiforme nessa interação.<br />
25
Tabela 03. Médias referentes a regimes <strong>de</strong> luz/Isolados/Meios <strong>de</strong> culturas para esporulação <strong>de</strong> F. gutiforme in vitro.<br />
Luz Claro Escuro Alternada<br />
Iso\Meio* BDA CDA AbDA ADA BDA CDA AbDA ADA BDA CDA AbDA ADA<br />
ISO01 222Aaα 135Acβ 135Abβ 135Abβ 20Baαβ 14Bhβ 17Chβ 28Bfα 16Bfγ 19Beβγ 38Beα 28Beαβ<br />
ISO02 30Bkγ 40Aiβ 36Bfβγ 110Adα 20Baαβ 29Bfδ 71Acβ 51Bdγ 36Bdα 37ABcα 23Ceβ 9Cfγ<br />
ISO03 14Clγ 87Afα 37Afβ 84Afα 20Baβ 21Bgγ 33Afβ 89Aaα 28Beα 30Bdα 20Beαβ 11Bfβ<br />
ISO04 15Blβ 25Ajα 22Ahαβ 24Bjαβ 20Baαβ 21Agβ 25Agβ 17Bgβ 23Beβγ 19Aeγ 30Aeβ 194Aaα<br />
ISO05 190Abβ 283Aaα 43Afγ 32Aiδ 20Baαβ 31Bfβ 20Chγ 27Afβγ 61Bcα 20Ceγ 31Beβ 30Aeβ<br />
ISO06 24Ckδ 40Biγ 144Aaα 79Afβ 20Baβ 121Aaα 71Bcγ 79Abβγ 72Bbα 23Ceγ 36Ceβ 5Bfδ<br />
ISO07 3Amα 5Akα 7Aiα 4Alα 20Baα 5Ahα 5Aiα 6Ahα 6Agα 6Afα 6Afα 6Afα<br />
ISO08 4Amα 4Akα 6Biα 6Blα 20Baα 6Ahα 6Biα 7Bhα 6Agγ 6Afγ 50Adα 35Aeβ<br />
ISO09 42Ajα 10Akβ 12Biβ 20Ajβ 20Baαβ 7Ahβ 19AhBα 9Bhαβ 7Bgβ 9Afβ 27Aeα 15AfBβ<br />
ISO10 22Bkα 20Ajα 11Biα 13kBα 20Baα 23Agβ 35Afα 23Afβ 12Cfαβ 16Aeα 5Bfβ 3Cfβ<br />
ISO11 4Amα 11Akα 5Biα 7Blα 20Baα 6Ahα 6Biα 6Bhα 5Agγ 5Afγ 328Aaα 140Abβ<br />
ISO12 152Adα 53Ahγ 29Cgδ 102Beβ 20Baα 57Adγ 89Bbβ 14Cgδ 12Cfδ 22Beγ 241Abα 136Abβ<br />
ISO13 169Acγ 210Abα 115Acδ 197Aaβ 20Baα 36Cfβ 44Ceαβ 50Cdα 105Baβ 83Bbγ 100Bcβ 188Baα<br />
ISO14 134Aeα 113Adβ 62Aeγ 40Ahδ 20Baα 29Bfβγ 20Bhδ 34Afβ 19Ceα 14Ceαβ 18Beα 5Bfβ<br />
ISO15 4Amα 4Akα 4Aiα 3Alα 20Baα 7Ahα 5Aiα 6Ahα 6Agα 6Afα 7Afα 8Afα<br />
ISO16 5AmBα 9Bkα 5Biα 4Blα 20Baα 4Bhα 4Biα 6Bhα 13Afβ 15Aeβ 18Aeβ 56Adα<br />
ISO17 55Biβ 88Beα 58Ceβ 49Agβ 20Baβ 91Bbα 67Bcβ 67Bcβ 110Aaβ 115Aaβ 105Acβ 136Bbα<br />
ISO18 68Bhβ 74Bgβ 114Bcα 49Agγ 20Baγ 66Acβ 168Baα 40Beγ 39Adδ 123Caα 95Acγ 105Ccβ<br />
ISO19 78Agα 49Ahβ 80Adα 53Gaβ 20Baβ 50Beα 45Beα 12Bgγ 21Beα 14Ceαβ 5Bfβ 7Bfβ<br />
ISO20 88Cfβ 23Bjγ 25Bhγ 118Aα 20Baβ 94Abα 58Adβ 51Bdβ 21Bcα 40Bcβ 21Beγ 29Ceγ<br />
CV (%) = 11,9<br />
* Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra minúsculas na coluna em cada isolado, assim como seguidas <strong>de</strong> mesma letra maiúscula na linha em cada meio <strong>de</strong> cultura e gregas em cada regime <strong>de</strong> luz não diferem a 5% <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong> pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott. *BDA= batata-<strong>de</strong>xtrose-ágar; ADA= aveia-<strong>de</strong>xtrose-ágar; CDA= cenoura-<strong>de</strong>xtrose-ágar; AbDA= abacaxi-<strong>de</strong>xtrose-ágar.<br />
26
Os isolados 1SO07 e 1SO15 obtiveram maior esporulação na interação regime <strong>de</strong><br />
luz e meio, enquanto 1SO19 e 1SO20 apresentaram menores índices para a referida<br />
interação (Tabela 03).<br />
Observou-se a formação <strong>de</strong> esporulação semelhante nos meios <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong><br />
acordo com o regime <strong>de</strong> luz, sendo o regime claro contínuo, no meio BDA, que<br />
favoreceu maior diferenciação nos isolados. No meio CDA, maior variação ocorreu no<br />
regime <strong>de</strong> luz clara, assim como no meio AbDA nos regimes <strong>de</strong> luz claro e escuro. Para<br />
meio ADA, maior diferenciação ocorreu sob regime <strong>de</strong> luz claro (Tabela 03).<br />
No regime <strong>de</strong> luz claro continuo não ocorreu interferência dos meios na<br />
esporulação dos isolados 1SO07, 1SO08, 1SO10, 1SO11, 1SO15 e 1SO16. Para escuro<br />
contínuo não observou-se interferência dos meios nos isolados 1SO07, 1SO08, 1SO11,<br />
1SO15 e 1SO16 e sob regime <strong>de</strong> luz alternada nos isolados 1SO07 e 1SO15 como<br />
<strong>de</strong>scrito na Tabela 03.<br />
Coelho et. al. (1997) apresentaram resultados <strong>de</strong>monstrando que isolados <strong>de</strong><br />
Phomopsis sp. e Phoma sp., quando foram cultivados em meio ADA, em regime <strong>de</strong><br />
claro contínuo, produziram maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporos. No presente trabalho obteve-<br />
se resultados semelhantes quando trabalhado em meio ADA sob regime <strong>de</strong> claro<br />
continuo, <strong>de</strong>monstrando uma maior diferenciação entre os isolados.<br />
Rosa e Menezes (2001) observaram que em BDA e MPA (Maltose-Peptona-<br />
Agar), a esporulação <strong>de</strong> Pseudocercospora musae foi bastante incrementada, indicando<br />
assim haver especificida<strong>de</strong> do meio com <strong>de</strong>terminadas linhagens do fungo e o seu<br />
potencial <strong>de</strong> esporulação, <strong>de</strong>vido às vezes a metabólitos liberados ao meio pelo fungo.<br />
Salvaia et al., (2009) observando o potencial <strong>de</strong> esporulação <strong>de</strong> três isolados <strong>de</strong><br />
Corynespora cassiicola em regimes <strong>de</strong> luz contínua, escuro contínuo e fotoperíodo <strong>de</strong><br />
12 horas, e variação <strong>de</strong> temperaturas <strong>de</strong>terminou que na esporulação do fungo, os<br />
mesmos diferiram entre si no requerimento <strong>de</strong> luz para esporularem.<br />
No presente trabalho o substrato que proporcionou maior crescimento micelial<br />
não necessariamente proporcionou maior esporulação, visto que a exceção dos isolados<br />
1SO07 e 1SO015 que proporcionaram melhor crescimento micelial e maiores taxas <strong>de</strong><br />
esporulação os <strong>de</strong>mais isolados não tiveram esta correlação.<br />
27
4. CONCLUSÕES<br />
1. Os isolados 1SO05; 1SO07; 1SO08; 1SO15; 1SO16, 1SO18 e 1SO20 apresentaram<br />
maior crescimento micelial <strong>de</strong> F. gutiforme, na interação: Isolados X Meios <strong>de</strong> cultura<br />
X Regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> e os isolados 1SO12, 1SO14 e 1SO19 apresentaram menor<br />
crescimento micelial na interação Isolados X Meios <strong>de</strong> cultura X Regimes <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong>.<br />
2. Os isolados 1SO07 e 1SO15 apresentaram maior esporulação <strong>de</strong> F. gutiforme, <strong>de</strong>ntro<br />
da interação: Isolados X Meios <strong>de</strong> cultura X Regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong> e os isolados<br />
1SO19; 1SO20 apresentaram menor esporulação, <strong>de</strong>ntro da interação Isolados X Meios<br />
<strong>de</strong> cultura X Regimes <strong>de</strong> luminosida<strong>de</strong>.<br />
28
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FITOPATOLOGIA 17 “Micologia” Tropical Plant Pathology, Agosto <strong>de</strong> 2009.<br />
32
AVALIAÇÃO DE SINTOMAS CAUSADOS POR Fusarium gutiforme EM<br />
FOLHAS “D” E RAÍZES DE ABACAXIZEIRO ‘PÉROLA’<br />
CAPÍTULO 3<br />
33
COUTINHO, O. L. Avaliação <strong>de</strong> sintomas causados por Fusarium gutiforme em folhas<br />
D e raízes <strong>de</strong> Abacaxizeiro Pérola. 3. Cap., Areia 2010. 51 f. Tese (Doutorado em<br />
Agronomia) Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba.<br />
AVALIAÇÃO DE SINTOMAS CAUSADOS POR Fusarium gutiforme EM<br />
RESUMO<br />
FOLHAS “D” E RAÍZES DE ABACAXIZEIRO PÉROLA<br />
A fusariose constitui o principal problema fitossanitário para o abacaxizeiro. Objetivou-<br />
se neste trabalho, avaliar in vivo a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme, através da<br />
inoculação <strong>de</strong> folhas e raízes <strong>de</strong> abacaxizeiro ‘Pérola’. Mudas e folhas “D” foram<br />
inoculadas em casa <strong>de</strong> vegetação com 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme, <strong>de</strong> diferentes áreas<br />
produtoras da Paraíba, Pernambuco e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte visando avaliar a<br />
patogenicida<strong>de</strong>. De colônias puras do patógeno, foram obtidas suspensões através da<br />
adição <strong>de</strong> 20mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada esterilizada na placa <strong>de</strong> Petri com BDA, contendo o<br />
fungo, incubado por sete dias à 25+2ºC e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas, raspagem com<br />
escova macia, seguida <strong>de</strong> filtragem em dupla camada <strong>de</strong> gaze estéril, obtendo-se uma<br />
suspensão na concentração <strong>de</strong> 10 7 conidios/mL, mensurada em hemacitômetro. Foi<br />
realizada inoculação em folhas D a<strong>de</strong>ridas e <strong>de</strong>stacadas da planta mãe, pelo método com<br />
uso <strong>de</strong> agulha <strong>de</strong> seringa <strong>de</strong>scartável contaminada com suspensão conidial,<br />
incrementada pelo pincelamento da suspensão. As mudas foram inoculadas através da<br />
imersão radicular na suspensão <strong>de</strong> conídios por 30 minutos. Foram avaliados a<br />
patogenicida<strong>de</strong> e severida<strong>de</strong> em raízes e folhas a<strong>de</strong>ridas através <strong>de</strong> análise estatística,<br />
utilizando <strong>de</strong>lineamento inteiramente casualizado e em folhas <strong>de</strong>stacadas da planta mãe<br />
através <strong>de</strong> escala <strong>de</strong> notas. Todos os isolados testados foram patogênicos ao material<br />
inoculado <strong>de</strong> abacaxizeiro. Na inoculação por imersão radicular as plantas<br />
<strong>de</strong>senvolveram alta severida<strong>de</strong> com notas variando <strong>de</strong> zero a cinco, 90 dias após a<br />
inoculação. O isolado 1SO10, foi o mais agressivo, quando inoculado via radicular, o<br />
ISO02 foi mais agressivo quando inoculado na parte basal aclorofilada das folhas<br />
<strong>de</strong>stacadas e os isolados ISO01, ISO05, 1SO12, 1SO13, 1SO18, 1SO20 expressaram<br />
maior agressivida<strong>de</strong> quando inoculados em folhas a<strong>de</strong>ridas a planta mãe. Foram<br />
observadas diferenças significativas <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> entre os isolados <strong>de</strong> F. gutiforme<br />
inoculados em abacaxizeiro cv. Pérola.<br />
Palavras-chave: Ananas comosus L., fusariose, métodos <strong>de</strong> inoculação<br />
34
COUTINHO, O. L. Evaluation of symptoms caused by Fusarium gutiforme in leaves<br />
D and roots of Pineapple plants Pérola. 3. chapter, Areia 2010. 51 f. Thesis<br />
(Doctorate in Agronomy) Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da<br />
Paraíba<br />
EVALUATION OF SYMPTOMS CAUSED BY Fusarium gutiforme IN D LEAFS<br />
ABSTRACT<br />
AND ROOTS OF PINEAPPLE PLANTS ‘PÉROLA’<br />
Fusariosis is one of the most important disease problems for pineapple culture. The<br />
objective of this work was to evaluate in vivo Fusarium gutiforme activity by<br />
inoculation in leaf and roots of pineapple plants cultivar Pérola. Plantlets and D leafs<br />
were inoculated in greenhouse with 20 isolates F. gutiforme, from different production<br />
areas in Paraíba, Pernambuco and Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, Brazil, for evaluation of<br />
pathogenicity. From pure fungus colonies it was obtained suspensions by addition of<br />
20mL of distilled water on Petri dish with PDA and fungus incubated for seven days at<br />
25+2ºC and photoperiod of 12 hours and rasped with soft brush plus filtrate in double<br />
gauze layer obtained suspension of 10 7 conida/mL measured in hemacytometer. It was<br />
done inoculation in D leafs attached and <strong>de</strong>tached from mother plant by inoculation<br />
with sterilized needle infested with conidia suspension and painting suspension. The<br />
plantlets were inoculated by roots immersion on conidia suspension for 30 minutes. It<br />
was evaluated pathogenicity and severity on roots and attached leafs by statistical<br />
analysis using experimental <strong>de</strong>sign completely randomized and in <strong>de</strong>tached leafs it was<br />
used disease in<strong>de</strong>x. All isolates tested were pathogenic to pineapple plants inoculated.<br />
In roots immersion inoculation, plants <strong>de</strong>veloped higher severity after 90 days post<br />
inoculation. The isolate 1SO10 was the most aggressive when inoculated by root<br />
immersion, 1SO02 was most aggressive when inoculated in <strong>de</strong>tached leafs and isolates<br />
1SO01, 1SO05, 1SO12, 1SO13, 1SO18, 1SO20 showed higher aggressively when<br />
inoculated in attached leafs in mother plant. It was observed significative differences of<br />
severity between F. gutiforme isolates of pineapple plants cv. Pérola.<br />
Key words: Ananas comosus, fusariosis, inoculation methods<br />
35
1. INTRODUÇÃO<br />
De acordo com Ventura e Zambolim (2002) <strong>de</strong>ntre as 1300 espécies conhecidas<br />
da família Bromeliaceae, o abacaxizeiro (Ananas comosus L.) <strong>de</strong>staca-se em<br />
importância para a agricultura, pois se trata <strong>de</strong> frutífera originária do Brasil, que<br />
apresenta gran<strong>de</strong> expansão em área cultivada e tecnologia empregada, elevando o país,<br />
ao posto <strong>de</strong> maior produtor mundial. Apesar disso, sua produção, <strong>de</strong>stina-se<br />
basicamente, ao consumo interno (Cabral et al., 2003).<br />
Segundo a FAO (2008) e o IBGE (2008) a abacaxicultura está difundida por<br />
quase todo o Brasil, e, <strong>de</strong>ntre os principais estados produtores, <strong>de</strong>staca-se a Paraíba,<br />
primeiro lugar, em produção e área plantada. Para Carvalho et al. (2002) a baixa<br />
produtivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se a fatores como a não seleção <strong>de</strong> mudas, tratos culturais<br />
ina<strong>de</strong>quados e em maior ênfase, a fusariose (perdas <strong>de</strong> 20 % na Paraíba; 40 % na Bahia;<br />
e até 80 % em Minas Gerais), causada pelo fungo Fusarium gutiforme.<br />
No Brasil, as cultivares ‘Pérola’ e ‘Smooth Cayenne’ suscetíveis à doença,<br />
proporcionam altos prejuízos na cultura (GIACOMELLI, 1982; PY et al., 1984). Para<br />
Kimati e Tokeshi (1964), a doença encontra-se disseminada em todas as regiões<br />
produtoras <strong>de</strong>stas varieda<strong>de</strong>s no Brasil e América Latina. Os sintomas característicos da<br />
doença são alterações morfológicas das plantas, como exsudação <strong>de</strong> goma, daí as<br />
<strong>de</strong>nominações <strong>de</strong> gomose e resinose (PISSARRA et al., 1979).<br />
A doença é constatada em todos os Estados produtores <strong>de</strong> abacaxi do Brasil,<br />
sendo a principal limitação da expansão da cultura (ZORZAL et al., 2008). Goes et al.<br />
(1983) afirmam que o patógeno é capaz <strong>de</strong> infectar toda a planta, colonizando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
região das inserções foliares até os frutos e, principalmente, as mudas.<br />
Para Ventura et al. (1993), o sintoma mais evi<strong>de</strong>nte é exsudação <strong>de</strong> goma,<br />
manifestando-se em todos estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, especialmente em frutos. Na<br />
planta, a infecção do fungo causa lesões no caule e base das folhas, facilmente<br />
observadas, na parte aclorofilada. Durante o ciclo da cultura, o período crítico para<br />
infecção ocorre após a indução floral até ao final da an<strong>tese</strong>, tendo como principal sitio<br />
<strong>de</strong> infecção as flores (VENTURA e ZAMBOLIM, 2002). Os <strong>de</strong>mais sintomas da<br />
doença são curvatura do caule, alteração na filotaxia e redução do tamanho das folhas,<br />
36
abertura da roseta central e exsudação <strong>de</strong> resina a partir <strong>de</strong> frutilhos infectados<br />
(PISSARRA et al., 1979) .<br />
O primeiro relato <strong>de</strong> variação no comportamento <strong>de</strong> genótipos <strong>de</strong> abacaxi referente<br />
à incidência da fusariose baseou-se em observações em frutos, sob condições naturais <strong>de</strong><br />
inoculação (GIACOMELLI et al. 1982). Apesar <strong>de</strong> eficiente, a avaliação em campo, po<strong>de</strong><br />
ser influenciada pelas condições ambientais e pelo potencial <strong>de</strong> inóculo na área, além <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>mandar tempo, uma vez que a avaliação é realizada no momento da colheita.<br />
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a patogenicida<strong>de</strong> e<br />
sintomatologia causados por <strong>de</strong> 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme inoculados em folhas D e<br />
raízes <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola.<br />
37
2. MATERIAL E MÉTODOS<br />
2.1. Inoculação <strong>de</strong> F. gutiforme em folhas “D” <strong>de</strong> abacaxizeiro a<strong>de</strong>ridas à planta<br />
mãe<br />
Mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola, do tipo filhote rebentão, foram selecionadas e<br />
padronizadas <strong>de</strong> acordo com ida<strong>de</strong> (30 dias após colheita do fruto), e tamanho (40 ±<br />
5cm), coletadas no Sítio Jacoca, município <strong>de</strong> Itapororoca-PB, (Latitu<strong>de</strong>:<br />
6:49:53.555102; Longitu<strong>de</strong>: 35:15:04.154224 do meridiano <strong>de</strong> Grennwich), plantadas<br />
em vasos com capacida<strong>de</strong> para 10kg, contendo terra vegetal, sem adubação química,<br />
com irrigação controlada (150 mL H2O/48hs), e mantidas em casa <strong>de</strong> vegetação, do<br />
Departamento <strong>de</strong> Fitotecnia e Ciências Ambientais, do Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, da<br />
<strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> da Paraíba, Areia-PB.<br />
Os isolados <strong>de</strong> F. gutiforme, foram obtidos <strong>de</strong> plantas sintomáticas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro, coletadas em diferentes localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> três estados produtores da<br />
abacaxicultura nor<strong>de</strong>stina (Tabela 01).<br />
TABELA 01. Origem dos isolados <strong>de</strong> Fusarium gutiforme com as respectivas<br />
localida<strong>de</strong>s e pontos <strong>de</strong> coleta.<br />
ISOLADOS LOCAL PONTO DE COLETA<br />
1SO01 Guarabira I-PB Sitio Canafistula<br />
1SO02 Guarabira II-PB Sitio São Gonçalo<br />
1SO03 Itapororoca I-PB Sitio Jacoca<br />
1SO04 Itapororoca II-PB Sitio Refúgio<br />
1SO05 Rio Tinto I-PB Sitio Camparte<br />
ISO06 Rio Tinto II-PB Sitio Cacimbão<br />
1SO07 Pedras Fogo I-PB Sitio Açu<strong>de</strong> Novo<br />
1SO08 Pedras Fogo II-PB Sitio Taquari<br />
1SO09 Araçagí-PB Fazenda Re<strong>de</strong>nção<br />
1SO10 Con<strong>de</strong>-PB Sitio Boa Água<br />
1SO11 Alhandra-PB Sitio Oh! Glória<br />
1SO12 Espírito Santo-PB Sítio Jurema<br />
1SO13 Santa Rita-PB Faz. Zé Queiroga<br />
1SO14 Mamanguape-PB Sitio Pitombeira<br />
1SO15 Juripiranga-PB Sitio Salgado<br />
1SO16 Itambé-PE Fazenda Maringá<br />
1SO17 Pombos-PE Sitio Pombos<br />
1SO18 Touros-RN Faz. Potiguara<br />
1SO19 Sapé-PB Sitio Meu Destino<br />
1SO20 Marí-PB Faz. Unção<br />
38
Os isolados foram testados quanto à patogenicida<strong>de</strong> em “folhas D” cv. Pérola,<br />
a<strong>de</strong>ridas à planta mãe, através <strong>de</strong> dois ferimentos, feitos com agulhas esterilizadas, dois<br />
nas partes basais aclorofiladas e, dois nas partes medianas clorofiladas das folhas.<br />
A inoculação foi realizada através ferimentos com agulhas <strong>de</strong> seringas<br />
<strong>de</strong>scartáveis incrementadas pelo pincelamento <strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> conídios<br />
(10 7 conídios/mL) da suspensão obtida pela adição <strong>de</strong> 20mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada<br />
esterilizada (ADE) em placas <strong>de</strong> Petri contendo colônias puras cultivadas do fungo em<br />
meio BDA e incubadas por sete dias à 25± 2ºC e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas. Foi efetuada a<br />
raspagem da colônica fúngica, com auxílio <strong>de</strong> escova <strong>de</strong> cerdas macias, sendo efetuada<br />
a filtragem com dupla camada <strong>de</strong> gaze estéril. Após a inoculação, as plantas<br />
mantiveram-se em casa <strong>de</strong> vegetação, para as avaliações do aparecimento dos sintomas<br />
da doença.<br />
Os sintomas expressos nas folhas D foram avaliados aos 30 dias, através <strong>de</strong><br />
medições dos tamanhos das lesões apresentadas, sendo aplicados valores <strong>de</strong> acordo com<br />
escala <strong>de</strong> notas proposta por Santos et al., (2002) adaptada, na qual as notas variaram <strong>de</strong><br />
zero (0) a cinco (5), on<strong>de</strong>: 0= Sem sintomas; 1= Lesão com tamanho <strong>de</strong> 0,1 até 1cm,<br />
caracterizada como exsudação leve; 2= Lesão variando <strong>de</strong> 1,1 a 2cm, caracterizada<br />
como lesão mo<strong>de</strong>rada; 3= Lesão variando <strong>de</strong> 2,1 a 3cm, caracterizada como exsudação<br />
acentuada; 4= Lesão variando <strong>de</strong> 3,1 a 4cm, caracterizada como Folha D com necrose e<br />
exsudação acentuada e inicio <strong>de</strong> murcha; 5= Lesão acima <strong>de</strong> 4cm, caracterizada como<br />
folha D necrosada, exsudação e murcha acentuada.<br />
Foram inoculados 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme em quatro repetições constituídas<br />
pelas folhas D <strong>de</strong> abacaxizeiro. A testemunha foi composta por folhas D <strong>de</strong> plantas não<br />
inoculadas. O Delineamento utilizado foi o DIC e as médias comparadas pelo teste <strong>de</strong><br />
Scott-Knott a 1% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>, analisados pelo programa SAS (1992).<br />
2.2. Inoculação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em folhas “D” <strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola<br />
Para inoculação <strong>de</strong> F. gutiforme em folhas D <strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro ‘Pérola’, foi utilizada suspensão <strong>de</strong> conídios obtida conforme metodologia<br />
<strong>de</strong>scrita no item 2.1. Das mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola previamente plantadas foram<br />
<strong>de</strong>stacadas folhas D e submetidas à <strong>de</strong>sinfestação em hipoclorito <strong>de</strong> sódio a 1,5% por 3<br />
minutos, complementada por triplo enxágue em ADE. Posteriormente as folhas foram<br />
39
acondicionadas em ban<strong>de</strong>jas plásticas, sendo realizada a inoculação dos diferentes<br />
isolados, <strong>de</strong>scritos na Tabela 01, mais a testemunha não inoculada. As folhas foram<br />
feridas mecanicamente através <strong>de</strong> agulha esterilizada (dois ferimentos, um na parte<br />
aclorofilada basal e outro ferimento na parte clorofilada mediana da folha), infectadas<br />
através da imersão da extremida<strong>de</strong> pontiaguda em suspensão conidial <strong>de</strong> F. gutiforme<br />
complementado pelo pincelamento da suspensão, sobre a superfície do ferimento.<br />
As ban<strong>de</strong>jas contendo as folhas inoculadas foram mantidas em condições<br />
ambientais (25+ 2ºC e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas), protegidas com papel filme<br />
transparente adicionadas <strong>de</strong> chumaços <strong>de</strong> algodão estéreis embebidos em ADE,<br />
caracterizando a formação <strong>de</strong> uma câmara úmida.<br />
As avaliações foram realizadas aos oito dias após a inoculação, sendo a<br />
severida<strong>de</strong> avaliada <strong>de</strong> acordo com escala <strong>de</strong> notas proposta por Santos et al., (2002)<br />
modificada, por um período <strong>de</strong> oito (8) dias, na qual as notas variaram <strong>de</strong> zero (0) a<br />
cinco (5), on<strong>de</strong>: 0= Sem sintomas; 1= Lesão com tamanho <strong>de</strong> 0,1 até 1cm, caracterizada<br />
como exsudação leve; 2= Lesão variando <strong>de</strong> 1,1 a 2cm, caracterizada como exsudação<br />
mo<strong>de</strong>rada; 3= Lesão variando <strong>de</strong> 2,1 a 3cm, caracterizada como exsudação acentuada;<br />
4= Lesão variando <strong>de</strong> 3,1 a 4cm, caracterizada como Folha D com necrose e exsudação<br />
acentuada e inicio <strong>de</strong> murcha; 5= Lesão acima <strong>de</strong> 4cm, caracterizada como folha D<br />
necrosada, exsudação e murcha acentuada.<br />
O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o DIC e as médias dos dados foram comparadas<br />
pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott a 1% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Os resultados foram analisados pelo<br />
programa SAS (1992), com 20 tratamentos e 4 repetições.<br />
2.3. Inoculação <strong>de</strong> Fusarium gutiforme em raízes <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro ’Pérola’<br />
em casa <strong>de</strong> vegetação.<br />
Para inoculação em raízes foram utilizadas mudas do tipo filhote rebentão <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola, coletadas 30 dias após colheita do fruto, sendo previamente<br />
plantadas em bal<strong>de</strong>s com capacida<strong>de</strong> para 10kg, contendo terra vegetal, sem adubação<br />
química, com irrigação controlada em (150mL H2O) a intervalos <strong>de</strong> 48 horas, por 45<br />
dias.<br />
A inoculação das mudas foi realizada retirando-se cuidadosamente as mesmas<br />
dos seus respectivos vasos e proferindo ferimentos no colo e raízes com auxílio <strong>de</strong><br />
instrumento pontiagudo estéril, sendo posteriormente imersas as raízes por 30 minutos<br />
40
na suspensão conidial <strong>de</strong> F.gutiforme. A suspensão foi obtida através <strong>de</strong> colônias puras<br />
do fungo, cultivadas em placas <strong>de</strong> Petri contendo o meio BDA e incubadas por sete dias<br />
à 25+ 2ºC e fotoperíodo <strong>de</strong> 12 horas, pela adição <strong>de</strong> uma alíquota <strong>de</strong> 20 mL <strong>de</strong> ADE e<br />
raspagem com auxílio <strong>de</strong> escova <strong>de</strong> cerdas macias. O material suspenso foi <strong>de</strong>vidamente<br />
filtrado em dupla camada <strong>de</strong> gaze estéril e ajustada a concentração em hemacitômetro<br />
para 10 7 conídios /mL da suspensão.<br />
Para um maior contato da suspensão com as raízes na inoculação radicular,<br />
foram utilizados sacos plásticos com capacida<strong>de</strong> para 5 Litros como invólucro,<br />
facilitando o manuseio e distribuição da suspensão nas raízes (VENTURA et al., 1994).<br />
Para cada um dos 20 isolados foram utilizadas quatro mudas como e a testemunha foi<br />
composta por plantas não inoculadas.<br />
Após tal procedimento, as mudas foram replantadas em seus respectivos vasos e<br />
acondicionadas em casa <strong>de</strong> vegetação sendo avaliadas após 90 dias. Foram realizadas as<br />
avaliações dos sintomas típicos da fusariose consi<strong>de</strong>rando escala <strong>de</strong> notas proposta por<br />
Santos et al. (2002) adaptada, variando <strong>de</strong> 0 (zero) a 5 (cinco), on<strong>de</strong>: 0= Sem sintoma<br />
(S/S), 1= Início <strong>de</strong> exsudação (IE), 2= Exsudação leve (EL), 3= Exsudação acentuada<br />
(EA), 4= Folhas basais necrosadas com início <strong>de</strong> murcha (FM), 5= Murcha acentuada<br />
com morte da planta (MP).<br />
O Delineamento utilizado foi o DIC e as médias dos dados foram comparadas<br />
pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knott a 1% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Os resultados obtidos foram analisados<br />
pelo programa SAS (1992). Foram utilizados 20 tratamentos com 4 repetições,<br />
totalizando 80 plantas.<br />
41
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Os 20 isolados <strong>de</strong> F.gutiforme testados mostraram-se patogênicos ao serem<br />
inoculados em plantas <strong>de</strong> abacaxizeiro ‘Pérola’. Os sintomas típicos da doença foram<br />
inicialmente observados 30 dias após a inoculação <strong>de</strong>stacando-se exsudações <strong>de</strong> resina<br />
gomosa, amarelecimento, necrose e murcha <strong>de</strong> forma mais acentuada.<br />
Nas folhas D inoculadas com F. gutiforme, maior patogenicida<strong>de</strong> foi observada<br />
nos isolados 1SO20, 1SO18, 1SO12, 1SO01, 1SO13, 1SO05, 1SO14, 1SO19, 1SO17,<br />
1SO08, 1SO09, 1SO02, 1SO07, ISO6 e 1SO10 respectivamente, não diferindo<br />
estatisticamente entre si e apresentando maior agressivida<strong>de</strong> do fungo. Ao contrário dos<br />
isolados 1SO15, 1SO04, 1SO03, 1SO11 e 1SO16 que mostraram-se menos patogênicos<br />
e não diferiram estatisticamente da testemunha (Tabela 02).<br />
Po<strong>de</strong>-se observar na Tabela 02 os valores correspon<strong>de</strong>ntes a severida<strong>de</strong> da<br />
doença 30 dias após a inoculação <strong>de</strong> F. gutiforme em folhas D a<strong>de</strong>ridas a planta mãe<br />
<strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola.<br />
42
TABELA 02. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme inoculados em folhas D <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro cv. Pérola, a<strong>de</strong>ridas à planta mãe.<br />
ISOLADOS MÉDIAS *<br />
1SO20 5,68 A<br />
1SO18 4,88 AB<br />
1SO12 4,70 AB<br />
1SO01 4,50 AB<br />
1SO13 4,40 ABC<br />
1SO05 4,30 ABCD<br />
1SO14 3,80 ABCDE<br />
1SO19 3,60 ABCDE<br />
1SO17 3,50 ABCDE<br />
1SO08 3,50 ABCDE<br />
1SO09 3,40 ABCDE<br />
1SO02 3,40 ABCDE<br />
1SO07 3,30 ABCDE<br />
ISO06 2,40 ABCDE<br />
1SO10 2,20 ABCDE<br />
1SO15 1,50 CDEF<br />
1SO04 1,40 DEF<br />
1SO03 1,40 DEF<br />
1SO11 1,10 EF<br />
1SO16 1,00 EF<br />
Testemunha 0,00 F<br />
*Médias com a mesma letra não diferem significativamente pelo teste Scott-Knott a 1% <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong>. *Médias baseadas em escala <strong>de</strong> notas proposta por Santos (2002) modificada, on<strong>de</strong>:<br />
0= sem sintomas; 1= lesão com tamanho <strong>de</strong> 0,1 a 1,0 cm (Exsudação leve); 2= lesão com tamanho <strong>de</strong><br />
1,1 a 2,0 cm (Lesão mo<strong>de</strong>rada); 3= 2,1 a 3,0 cm (Exsudação acentuada); 4= lesão com tamanho <strong>de</strong> 3,1<br />
a 4,0 cm (Necrose acentuada com inicio <strong>de</strong> murcha); 5= Acima <strong>de</strong> 4,0 cm (Folha D necrosada<br />
exsudação e murcha acentuada).<br />
Para avaliação da patogenicida<strong>de</strong> dos 20 isolados <strong>de</strong> F. gutiforme os<br />
resultados <strong>de</strong>monstraram que em folhas <strong>de</strong>stacadas 15 isolados (1SO15, 1SO11,<br />
1SO17, 1SO05, 1SO07, 1SO08, 1SO19, ISO06, 1SO13, 1SO03, 1SO10, 1SO04,<br />
1SO20, 1SO09 e 1SO18) apresentaram sintomatologia branda. A testemunha não<br />
inoculada, não expressou sintomatologia típica da fusariose. Os resultados obtidos<br />
43
evi<strong>de</strong>nciaram eficiência a inoculação por ferimento com agulha esterilizada<br />
contaminada com suspensão do patógeno.<br />
Os isolados 1SO02, 1SO14, 1SO01, 1SO12 E 1SO16 apresentaram maior<br />
agressivida<strong>de</strong> dos sintomas em folhas <strong>de</strong>stacadas. Menor sintomatologia foi<br />
observada nos isolados 1SO03, 1SO10, 1SO04, 1SO20, 1SO09, 1SO18. Observa-se<br />
comportamento diferenciado <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> quando se utiliza folha <strong>de</strong>stacada e<br />
folhas a<strong>de</strong>ridas.<br />
TABELA 03. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium gutiforme inoculados em folhas D<br />
<strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola<br />
ISOLADOS MÉDIAS *<br />
1SO02 4,75 A<br />
1SO14 3,20 AB<br />
1SO01 2,30 AB<br />
1SO12 1,90 AB<br />
1SO16 1,65 AB<br />
1SO15 1,40 BC<br />
1SO11 1,20 BC<br />
1SO17 1,15 BC<br />
1SO05 1,05 BC<br />
1SO07 1,00 BC<br />
1SO08 0,90 BC<br />
1SO19 0,72 BC<br />
ISO06 0,67 BC<br />
1SO13 0,60 BC<br />
1SO03 0,45 C<br />
1SO10 0,40 C<br />
1SO04 0,37 C<br />
1SO20 0,37 C<br />
1SO09 0,37 C<br />
1SO18 0,30 C<br />
Testemunha 0,00 C<br />
*Médias com a mesma letra não diferem significativamente pelo teste Scott-Knott a 1% <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong>. *Médias baseadas em escala <strong>de</strong> notas proposta por Santos (2002) modificada, on<strong>de</strong>: 0=<br />
Sem sintomas; 1= 0,1 a 1,0 cm (Exsudação leve); 2= 1,1 a 2,0 cm (Exsudaçào mo<strong>de</strong>rada); 3= 2,1 a 3,0<br />
cm (Exsudaçào acentuada); 4= 3,1 a 4,0 cm (Folha D necrosada exsudação acentuada com inicio <strong>de</strong><br />
murcha); 5= acima <strong>de</strong> 4,0 cm (Folha D necrosada exsudação e murcha acentuada)<br />
44
Ventura et al., (1994) e Santos et al., (2001a), trabalhando com inoculação<br />
<strong>de</strong> F. gutiforme em folhas <strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola, afirmam que o<br />
método da adição <strong>de</strong> uma gota <strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> inóculo sobre um ferimento na parte<br />
aclorofilada da folha foi o mais evi<strong>de</strong>nte na expressão dos sintomas.<br />
Para Oliveira (2008) a introdução <strong>de</strong> um palito contaminado com F.<br />
gutiforme a 2 e 5,0 cm da base <strong>de</strong> folhas D, <strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> abacaxizeiro, foi um<br />
método <strong>de</strong> inoculação eficiente, incitando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões e<br />
possibilitando a avaliação dos sintomas da doença 15 dias após a inoculação. No<br />
presente trabalho, po<strong>de</strong>-se constatar que ferimentos inoculados com pincelamento <strong>de</strong><br />
suspensão <strong>de</strong> conídios <strong>de</strong> F. gutiforme, mostrou-se eficiente quando realizado na<br />
parte basal aclorofilada, apresentando sintomas característicos da fusariose. Santos<br />
et al. (2001a) verificaram efeitos significativos da inoculação em diferentes tipos e<br />
regiões da folha, estabelecendo áreas com maior e menor severida<strong>de</strong> do patógeno.<br />
Para Zorzal, et al. (2008) que estudaram a varieda<strong>de</strong> Vitória, resistente a<br />
fusariose, pô<strong>de</strong>-se observar que quando inoculadas com uma suspensão <strong>de</strong> conídios<br />
<strong>de</strong> F. gutiforme, os danos observados diferiram, indicando resistência e observando-<br />
se uma maior espessura dos tecidos foliares, dificultando a penetração do inóculo.<br />
Em relação às varieda<strong>de</strong>s Pérola e Smooth Cayene, susceptíveis a fusariose, essas se<br />
mostraram vulneráveis aos danos causados pelo patógeno inoculado. Resultados<br />
semelhantes foram observados por Ventura et al. (2006) e Vance et al. (1980).<br />
Conforme Rugiero et al. (1994) a severida<strong>de</strong> da doença po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> uma<br />
região para outra, em função do inóculo existente no campo e, segundo Giacomelli,<br />
(1984), em virtu<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> patogênica existente em F. gutiforme.<br />
Na Tabela 04 po<strong>de</strong>-se observar a severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> F. gutiforme Pérola após 60<br />
dias inoculação em mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola, através do método da imersão<br />
do sistema radicular em suspensão conidial.<br />
45
TABELA 04. Patogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fusarium. gutiforme inoculados por imersão via<br />
radicular <strong>de</strong> mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola<br />
ISOLADOS MÉDIAS*<br />
1SO10 5,00A<br />
1SO02 4,50AB<br />
1SO07 4,50AB<br />
1SO13 4,50AB<br />
1SO08 4,50AB<br />
1SO14 4,00 BC<br />
1SO15 4,00 BC<br />
1SO17 4,00 BC<br />
1SO05 4,00 BC<br />
ISO06 4,00 BC<br />
1SO12 3,80 B C<br />
1SO04 3,50 C<br />
1SO01 3,50 C<br />
1SO18 3,50 C<br />
1SO11 3,50 C<br />
1SO16 3,30 CD<br />
1SO09 3,30 CD<br />
1SO03 3,00 D<br />
1SO20 2,30 E<br />
1SO19 2,30 E<br />
Testemunha 0,00 F<br />
*Médias com a mesma letra não diferem significativamente pelo teste Scott-Knott a 1% <strong>de</strong><br />
probabilida<strong>de</strong>. *Médias baseadas em escala <strong>de</strong> notas proposta por Santos (2002) modificada, on<strong>de</strong>:0=<br />
sem sintoma (S/S); 1= incio <strong>de</strong> exsudação (IE); 2= Exsudação leve (EL); 3= Exsudação acentuada<br />
(EA); 4= Folhas basais necrosadas com inicio <strong>de</strong> murcha (FM); 5= Murcha acentuada com morte da<br />
planta (MP)<br />
Os isolados 1SO20 e 1SO19 apresentaram apenas exsudação leve,<br />
<strong>de</strong>monstrando menor patogenicida<strong>de</strong> às raízes inoculadas. A testemunha não<br />
apresentou sintomatologia típica da doença.<br />
Para os isolados inoculados por imersão radicular po<strong>de</strong>-se constatar que<br />
46
1SO10, 1SO02, 1SO07, 1SO13 e 1SO08 apresentaram maior agressivida<strong>de</strong>,<br />
condicionando uma maior severida<strong>de</strong> da doença, sem diferença significativa entre<br />
eles. Quanto aos sintomas apresentados, os isolados estudados apresentaram índices<br />
satisfatórios <strong>de</strong> infecção, variando quanto à agressivida<strong>de</strong> e confirmando sua<br />
utilização em testes <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong>.<br />
Santos et al. (2001b) estudando isolados <strong>de</strong> F. gutiforme em mudas e folhas<br />
<strong>de</strong>stacadas <strong>de</strong> abacaxizeiros obteve resultados significativos, quanto aos danos<br />
causados.<br />
Castro et al., (2008) observando diferentes métodos <strong>de</strong> inoculação do F.<br />
oxysporum f.sp. cubense em helicônia, <strong>de</strong>terminaram que o método <strong>de</strong> injeção<br />
radicular sobressaiu aos <strong>de</strong>mais, <strong>de</strong>mandando menos tempo para surgimento <strong>de</strong><br />
sintomas. Diferentes <strong>de</strong> quando utilizaram “dipping” <strong>de</strong> raízes, que foi menos<br />
eficiente para testes <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> em outras espécies fúngicas. Goes e Kimati,<br />
(1990) afirmaram ser a variabilida<strong>de</strong> do patógeno, responsável pela variação na<br />
intensida<strong>de</strong> dos danos e consequentemente das perdas, tendo este fato a ser<br />
consi<strong>de</strong>rado, principalmente quando se visar à i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> genótipos <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro resistentes à fusariose.<br />
Relacionando as diferentes formas <strong>de</strong> inoculação estudadas no presente<br />
trabalho, observa-se que não houve diferença em relação á patogenicida<strong>de</strong>, face o<br />
método <strong>de</strong> inoculação, ou seja, todos os isolados foram patogênicos às plantas <strong>de</strong><br />
abacaxizeiro ‘Pérola’. Quanto às formas <strong>de</strong> inoculação, tanto em testes via foliar<br />
quanto em testes via radicular, observaram-se variações na severida<strong>de</strong> da doença com<br />
diferença no tamanho das lesões.<br />
Po<strong>de</strong>-se afirmar que os isolados <strong>de</strong> F.gutiforme estudados no presente<br />
trabalho possuem potenciais <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> quando inoculados via foliar, em<br />
folhas <strong>de</strong>stacadas ou a<strong>de</strong>ridas, ou através <strong>de</strong> inoculação via radicular.<br />
47
4. CONCLUSÕES<br />
Os isolados 1SO20, 1SO18, 1SO12, 1SO01, 1SO13, 1SO05, 1SO14, 1SO19, 1SO17,<br />
1SO08, 1SO09, 1SO02, 1SO07, ISO6 e 1SO10 apresentaram maior patogenicida<strong>de</strong><br />
do fungo quando inoculados em folhas D a<strong>de</strong>ridas; entretanto, os isolados 1SO015,<br />
1SO04, 1SO03, 1SO11 e 1SO16 expressaram menor patogenicida<strong>de</strong> quando<br />
inoculados em folhas D a<strong>de</strong>ridas.<br />
O teste <strong>de</strong> patogenicida<strong>de</strong> em folhas D <strong>de</strong>stacadas da planta mãe <strong>de</strong> abacaxizeiro cv.<br />
Pérola, através <strong>de</strong> ferimentos com agulhas <strong>de</strong> seringas contaminadas em suspensões<br />
conidiais <strong>de</strong> F. gutiforme, mostrou-se um método eficiente <strong>de</strong> inoculação, on<strong>de</strong>,<br />
1SO02, 1SO14, 1SO01, 1SO12 e 1SO16 apresentaram sintomatologia mais severa,<br />
enquanto menor severida<strong>de</strong> foi observada nos isolados 1SO03, 1SO10, 1SO04,<br />
1SO20, 1SO09, 1SO18.<br />
As mudas <strong>de</strong> abacaxizeiro cv. Pérola inoculadas por imersão radicular em suspensões<br />
conidiais <strong>de</strong> F. gutiforme mostraram-se susceptíveis aos 20 isolados testados.<br />
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5. REFERÊNCIAS<br />
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