29.06.2013 Views

caderno de resumo ii simpósio de história do maranhão oitocentista

caderno de resumo ii simpósio de história do maranhão oitocentista

caderno de resumo ii simpósio de história do maranhão oitocentista

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

se engendraram no cotidiano como estratégias <strong>de</strong> sobrevivências. Na trajetória da pesquisa eles ganham<br />

visibilida<strong>de</strong> nas <strong>do</strong>cumentações produzidas pela Igreja, Justiça, Câmara e Cartórios. To<strong>do</strong>s estes negros teceram,<br />

durante suas vidas, estratégias <strong>de</strong> sobrevivências e criaram re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, sociabilida<strong>de</strong> e novas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Neste senti<strong>do</strong>, os exemplos das trajetórias <strong>de</strong> vidas, são significativos para compreen<strong>de</strong>r as diversas<br />

estratégias <strong>de</strong> lutas e experiências <strong>do</strong>s negros <strong>do</strong> Sertão <strong>do</strong> Acaraú.<br />

BATISMO DE CRIANÇAS ESCRAVAS NA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES, 1833-1854<br />

9<br />

Solange Mouzinho Alves<br />

A partir da década <strong>de</strong> 1980 os estu<strong>do</strong>s que envolviam a temática da escravidão passaram a i<strong>de</strong>ntificar o/a<br />

escravo/a como sujeitos históricos. Um <strong>do</strong>s livros pioneiros neste senti<strong>do</strong> foi Ser escravo no Brasil da autora Kátia<br />

Mattoso. Esta <strong>de</strong>stacou a importância <strong>de</strong> se buscar i<strong>de</strong>ntificar a percepção <strong>do</strong>/a escravo/a <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em que<br />

viviam. Para isso, era necessário analisar com cuida<strong>do</strong> a <strong>do</strong>cumentação e novas fontes <strong>de</strong> pesquisas foram<br />

incluídas como, por exemplo, os testamentos e as fontes eclesiásticas. Com esta última fonte, especialmente os<br />

registros <strong>de</strong> batismos, <strong>de</strong>senvolvemos o projeto <strong>de</strong> pesquisa Gente negra na Paraíba Oitocentista: re<strong>de</strong>s sociais e<br />

arranjos familiares, também vincula<strong>do</strong> ao Grupo <strong>de</strong> Pesquisa Socieda<strong>de</strong> e Cultura no Nor<strong>de</strong>ste Oitocentista. Ao<br />

consultarmos os livros <strong>de</strong> batismos da Freguesia <strong>de</strong> Nossa Senhora das Neves (localizada na capital da Paraíba),<br />

entre os anos <strong>de</strong> 1833-1854, objetivamos examinar as relações sociais a partir das escolhas <strong>do</strong>s padrinhos e das<br />

madrinhas empreendidas entre as pessoas livres, libertas e escravas, sobretu<strong>do</strong>, entre as <strong>de</strong> condição cativa.<br />

Entre as várias questões investigadas <strong>de</strong>stacamos: quem os/as escravos/as escolhiam para apadrinharem seus<br />

filhos e filhas? Eram pessoas livres, libertas ou <strong>de</strong> sua mesma condição? O que significavam essas escolhas? Eram<br />

aleatórias ou estratégias para melhor sobreviver no interior <strong>do</strong> sistema escravista? Ou era um caminho para a<br />

obtenção da liberda<strong>de</strong>? A historiografia tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que o padrinho, principalmente o <strong>de</strong> condição livre, foi<br />

uma figura importante para o/a escravo/a. Assim, buscamos enten<strong>de</strong>r qual o papel <strong>do</strong> padrinho e da madrinha<br />

para o indivíduo <strong>de</strong> condição escrava ten<strong>do</strong> como recorte espacial a citada Freguesia <strong>de</strong> Nossa Senhora das Neves<br />

na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX.<br />

FAMÍLIAS NEGRAS NA PARAHYBA DO SÉCULO XIX: BATISMO E COMPADRIO NA FREGUESIA DE NOSSA<br />

SENHORA DAS NEVES (1855-1857)<br />

Matheus Silveira Guimarães<br />

Nas últimas décadas, os estu<strong>do</strong>s sobre família têm aumenta<strong>do</strong> no Brasil. Nesse senti<strong>do</strong>, são a<strong>do</strong>tadas novas<br />

formas <strong>de</strong> conceber a família negra, que nos permite ter mais conhecimentos sobre esse grupo social, forma<strong>do</strong><br />

por pessoas escravas, forras e livres, sen<strong>do</strong> que com tais experiências familiares os(as) negros(as) conseguiam<br />

estabelecer vínculos sociais que permitiam criar estratégias <strong>de</strong> sobrevivência na socieda<strong>de</strong> escravista. Estas<br />

questões são investigadas na cida<strong>de</strong> da Parayhba <strong>oitocentista</strong>. Para tanto, apresentamos resulta<strong>do</strong>s parciais <strong>de</strong><br />

pesquisa vinculada ao projeto “Gente negra na Paraíba <strong>oitocentista</strong>: re<strong>de</strong>s sociais e arranjos familiares” e<br />

preten<strong>de</strong> mostrar as formações familiares, consangüíneas e espirituais, estabelecidas pela população negra entre<br />

os anos <strong>de</strong> 1855 e 1857, na Freguesia <strong>de</strong> Nossa Senhora das Neves, província da Parahyba. Para isso,<br />

apresentaremos os vários arranjos familiares evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s pela historiografia mais recente sobre esta temática e<br />

como as relações <strong>de</strong> apadrinhamento surgem como possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais. Em seguida,<br />

<strong>de</strong>screveremos o contexto da cida<strong>de</strong> da Parahyba na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, na qual estava inserida a<br />

população pesquisada. Por fim, ten<strong>do</strong> como fontes os registros <strong>de</strong> batismos e utilização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> da <strong>de</strong>mografia<br />

histórica, mostraremos alguns <strong>do</strong>s arranjos familiares <strong>de</strong> negros na Parahyba <strong>oitocentista</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!