ricardo aires - novembro 2008 - correo tese - Repositorio.ufc.br - UFC
ricardo aires - novembro 2008 - correo tese - Repositorio.ufc.br - UFC
ricardo aires - novembro 2008 - correo tese - Repositorio.ufc.br - UFC
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A Paleontologia humana demonstra que o homem teve pelo menos duas grandes<<strong>br</strong> />
migrações da África para o resto do mundo. Uma arcaica, com o Homo erectus e Homo<<strong>br</strong> />
heidelbergensi, e outra nos últimos 100.000 anos, com o homem anatomicamente semelhante<<strong>br</strong> />
ao atual – Homo sapiens – que veio a resultar no atual – Homo sapiens sapiens (TRINKAUS,<<strong>br</strong> />
2005).<<strong>br</strong> />
Uma mutação genética ocorreu entre 5000 e 6000 anos, entre os povos criadores<<strong>br</strong> />
de gado no norte e centro da Europa, diferenciando a capacidade de proceder à digestão da<<strong>br</strong> />
lactose entre as populações (REED; TISHKOFF, 2006). Com efeito, podemos verificar que a<<strong>br</strong> />
distribuição mundial de intolerância a lactose é variável – 65 % da população mundial –,<<strong>br</strong> />
distribuídos assim: 50 % dos <strong>br</strong>asileiros; 99 % dos chineses; 1 % dos suecos e holandeses.<<strong>br</strong> />
Esta população foi beneficiada pela mutação de 5 milênios atrás. Esta mutação ocorreu no<<strong>br</strong> />
gene codificador da lactase (LCT) (C/T-13910), modificando os níveis da enzima<<strong>br</strong> />
lactase-florizina hidrolase (LPH). Este gene tem localização 2q21 (TISHKOFF et al., 2006).<<strong>br</strong> />
A Figura 7 (anexos) mostra, no mapa 1, as possíveis migrações humanas e do homem<<strong>br</strong> />
moderno.<<strong>br</strong> />
A genotipagem do polimorfismo da hidrolase lactase-florizina – polimorfismo<<strong>br</strong> />
13910 (LPH CT) por PCR (polimerase chain reaction) é utilizada para o diagnóstico da<<strong>br</strong> />
intolerância a lactose. Este teste se mostra útil na diferenciação de hipolatasemia primária e<<strong>br</strong> />
secundária. Avaliando em 220 indivíduos caucasianos com teste de hidrogênio espirado<<strong>br</strong> />
positivo para deficiência de lactase, a freqüência de polimorfismo foi de 21,4%, 41,8 % e<<strong>br</strong> />
36,8 % para os genótipos C/C, C/T e T/T (BODLAJ et al., 2006).<<strong>br</strong> />
A dificuldade do tratamento clínico desta enfermidade, com o uso de enzimas<<strong>br</strong> />
produzidas por bactérias, agindo de forma parcial e paliativa, levou à busca por terapias<<strong>br</strong> />
definitivas, com uso da terapêutica genética. Dentre os carreadores virais para este propósito,<<strong>br</strong> />
um vírus adeno-associado é particularmente útil nesta terapia gênica. É um vírus defectivo,<<strong>br</strong> />
helper-dependent, sendo o tipo selvagem não patogênico para seres humanos ou outras<<strong>br</strong> />
espécies (BERNS et al., 1979). Deste vetor recombinante, foi removida uma seqüência inteira,<<strong>br</strong> />
retendo apenas 145 pares de bases com terminal repetido. Este vetor é destituído de ação viral,<<strong>br</strong> />
reduzindo a possibilidade de recombinações e expressão gênica viral. O vetor, entretanto,<<strong>br</strong> />
pode induzir resposta imunológica, contudo relativamente mínima, comparada à resposta<<strong>br</strong> />
oferecida à primeira geração de vetores adenovirais (XAO; HAUWIRTH, 1996). É um vetor<<strong>br</strong> />
22