15.07.2013 Views

Nomes populares de aves brasileiras coletados por Johann Natterer ...

Nomes populares de aves brasileiras coletados por Johann Natterer ...

Nomes populares de aves brasileiras coletados por Johann Natterer ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Nomes</strong> <strong>populares</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong><br />

<strong>coletados</strong> <strong>por</strong> <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong> (1817-1835)<br />

1,2<br />

Fernando Costa Straube<br />

2,3<br />

1997, e a lista do CBRO, 2006), o autor vê-se MÉTODOS<br />

Iury Almeida Accordi obrigado a escolher um nome popular para i<strong>de</strong>n- Este estudo não preten<strong>de</strong> discutir a valida<strong>de</strong><br />

4<br />

Martha Argel tificar inequivocamente cada espécie. Quando es- ou não <strong>de</strong> uniformizar nomes vernáculos <strong>de</strong><br />

sa obra tem uma distribuição e uma repercussão <strong>aves</strong> para o <strong>por</strong>tuguês do Brasil. Seguindo o ra-<br />

INTRODUÇÃO nacionais, como conseqüência inevitável os no- ciocínio <strong>de</strong> Bencke (2001), consi<strong>de</strong>ramos no-<br />

Por sua gran<strong>de</strong> extensão territorial e pela di- mes constantes do livro passarão a ser utilizados me vernáculo como <strong>de</strong>nominação da espécie<br />

versida<strong>de</strong> cultural, não existe no Brasil uma ho- pelos leitores em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> quaisquer outros na língua consi<strong>de</strong>rada, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> dois timogeneida<strong>de</strong><br />

no uso dos nomes <strong>populares</strong> das nomes usados localmente. Esse processo <strong>de</strong> subs- pos: nome popular, quando o uso pela popula<strong>aves</strong><br />

que o habitam. Uma espécie po<strong>de</strong> ter no- tituição da nomenclatura local pela livresca é ine- ção é tradicional, e nome geral (termo criado e<br />

mes diferentes em diferentes regiões e mesmo vitável e irreversível, e <strong>de</strong>verá se acentuar à medi- consolidado <strong>por</strong> Willis & Oniki, 1991), quanser<br />

conhecida <strong>por</strong> múltiplos nomes numa só loca- da que mais obras <strong>de</strong> divulgação são publicadas do ele é criado <strong>por</strong> ornitólogos.<br />

lida<strong>de</strong>; além disso, certos nomes po<strong>de</strong>m ser apli- e tornam-se acessível à população em geral. Os nomes, apresentados em or<strong>de</strong>m alfabéticados<br />

indistintamente a várias espécies, inclusi- Assim, torna-se premente estudar e registrar ca, constam da obra clássica "Zur Ornithologie<br />

ve em uma mesma localida<strong>de</strong> (Willis & Oniki, as variações regionais e locais na nomenclatu- brasiliens", <strong>de</strong> Auguste von Pelzeln (1871). To-<br />

1986; Pacheco, 2001; Figueiredo, 2002). ra popular utilizada, antes que sejam suplanta- dos foram transcritos e posteriormente adapta-<br />

Num país on<strong>de</strong> a interação entre a comuni- dos <strong>de</strong> todo <strong>por</strong> nomes provenientes do meio dos à ortografia da língua <strong>por</strong>tuguesa do Brasil<br />

da<strong>de</strong> acadêmica e a população leiga já é precá- acadêmico e utilizados na mídia. Dessa forma, (ABL, 2004), com apoio <strong>de</strong> dicionários (Houaria<br />

pelo uso excessivo <strong>de</strong> jargão <strong>por</strong> parte da- mesmo que no dia-a-dia os nomes locais não iss & Villar, 2001; ABL, 2004). Desta forma<br />

quela e pelo baixo nível <strong>de</strong> instrução <strong>de</strong>sta, a sejam utilizados, sua memória será preservada procurou-se preservar a grafia original apresenfalta<br />

<strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> dos nomes <strong>populares</strong> e perpetuada entre a população. tada <strong>por</strong> Pelzeln, ainda que houvesse indícios<br />

compromete ainda mais a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comu- A questão do estudo dos nomes <strong>populares</strong> das <strong>de</strong> adulteração. Mesmo nomes que diferem da<br />

nicação entre ambas. <strong>aves</strong> tem merecido alguma atenção no Brasil (p. nomenclatura vernácula tradicional (p. ex. caru-<br />

O <strong>de</strong>sconhecimento dos nomes usados pela ex. Garcia, 1929; Vieira, 1936; Ihering, 1968; ja e curuja versus coruja) foram mantidos e<br />

população <strong>de</strong> uma dada comunida<strong>de</strong> faz com Andra<strong>de</strong>, 1982, 1985; Willis & Oniki, 1986, adaptados <strong>de</strong> acordo com a ortografia vigente.<br />

que o acadêmico, ao tentar transmitir informa- 1989, 1991; Figueiredo, 1986; Höfling, 1987; A lista <strong>de</strong> nomes <strong>populares</strong> obe<strong>de</strong>ce a seções<br />

que julga relevantes, não seja inteiramen- Sick, 1997; Bencke, 2001; CEO, 2006; CBRO, guinte notação: 1. nome popular (em negrito)<br />

te compreendido ou, pior, acabe introduzindo 2006; Willis, 2006). Ainda assim, são poucos os com adaptação à ortografia vigente; 2. grafia<br />

<strong>de</strong>nominações alheias à cultura local. Se o pri- trabalhos que se ocupam em registrar e comentar utilizada <strong>por</strong> Pelzeln (em itálico), seguida da<br />

meiro caso acentua a impressão geral <strong>de</strong> que os nomes <strong>populares</strong> utilizados em localida<strong>de</strong>s es- página (Pelzeln, 1871) on<strong>de</strong> foi citada e local<br />

“ciência é complicada” e é “coisa <strong>de</strong> douto- pecíficas (<strong>por</strong> exemplo, Argel-<strong>de</strong>-Oliveira, 1992). on<strong>de</strong> o nome popular foi utilizado (s.l. indica<br />

res”, o segundo gera a conseqüência perversa O austríaco <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong> (1787-1843) che- que não há menção a localida<strong>de</strong>); 3. <strong>de</strong>nomi<strong>de</strong><br />

suplantar e levar ao <strong>de</strong>saparecimento pecu- gou em 1817 ao Brasil para estudar sua fauna, e nação científica atual (<strong>de</strong> acordo com CBRO,<br />

liarida<strong>de</strong>s regionais da língua, em última aná- foi o mais produtivo dos naturalistas do Século 2006); 4. comentários adicionais.<br />

lise empobrecendo nossa cultura popular. XIX, tendo obtido imenso material científico Informações complementares sobre as locali-<br />

Ao produzir uma obra <strong>de</strong> referência sobre as nos 18 anos em que percorreu o território nacio- da<strong>de</strong>s e sua situação geográfica foram obtidas<br />

espécies <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong> (<strong>por</strong> exemplo, Sick, nal (Goeldi, 1896; Ihering, 1902; Vanzolini,<br />

1993; Straube, 2000, <strong>de</strong>ntre vários outros).<br />

em Paynter & Traylor (1991) e Vanzolini (1993).<br />

Além <strong>de</strong> realizar coletas <strong>de</strong> material zoológico, RESULTADOS<br />

botânico e antropológico, <strong>Natterer</strong> realizou abun- 1. ANÁLISE CRÍTICA DA FONTE<br />

dantes anotações, tanto em seus diários <strong>de</strong> cam- O presente estudo é uma adaptação ao <strong>por</strong>tupo<br />

quanto nos rótulos dos espécimes coleciona- guês do Brasil contem<strong>por</strong>âneo, dos nomes podos<br />

(Sick, 1997). Constam <strong>de</strong> seus preciosos re- pulares <strong>de</strong> <strong>aves</strong> anotados <strong>por</strong> <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong>.<br />

gistros não apenas informações como coloração Quando se estudam os nomes <strong>populares</strong>, <strong>de</strong>ve<strong>de</strong><br />

partes nuas e <strong>de</strong>talhes do com<strong>por</strong>tamento, se levar em conta que durante o processo <strong>de</strong> remas<br />

também os nomes <strong>populares</strong> usados nas lo- gistro há várias fontes potenciais <strong>de</strong> imprecisão.<br />

calida<strong>de</strong>s que visitou, compondo um acervo sem Inicialmente, um nome popular tem natureza<br />

prece<strong>de</strong>ntes na história da Zoologia no Brasil. ágrafa, isto é, verbal, tendo sido oralizado <strong>por</strong><br />

No presente estudo, é feita uma compilação um informante. Nem sempre o uso <strong>de</strong> um nome<br />

dos nomes <strong>de</strong> <strong>aves</strong> coligidos <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong> e é amplo na comunida<strong>de</strong>. Em certos casos, po<strong>de</strong><br />

apresentados na obra "Zur Ornithologie brasi- mesmo ter sido criado na hora pelo entrevistaliens"<br />

<strong>de</strong> Auguste von Pelzeln (1871), que reú- do, que se sente constrangido em <strong>de</strong>monstrar<br />

ne toda informação ornitológica resultante da <strong>de</strong>sconhecimento diante do pesquisador.<br />

ativida<strong>de</strong> do naturalista em nosso país. Tal aná- Também po<strong>de</strong> haver imprecisões no proceslise<br />

reveste-se <strong>de</strong> especial im<strong>por</strong>tância, uma so <strong>de</strong> armazenamento da informação, em geral<br />

vez que tais nomes foram registrados numa manuscrito, pois a caligrafia do entrevistador<br />

época em que ainda estavam longe <strong>de</strong> surgir po<strong>de</strong> ser pouco clara. Ainda, quando a língua pámeios<br />

eficientes <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa. tria do entrevistador difere da do entrevistado, a<br />

Dessa forma, os nomes recolhidos em cada lo- transcrição do som em fonema po<strong>de</strong> ser incor-<br />

<strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong><br />

calida<strong>de</strong> são autênticos, e isentos da contaminação<br />

pela mídia, como é comum hoje.<br />

reta (cf. coruja, curuja e caruja). Ambos os pro-<br />

blemas são observados no legado <strong>de</strong> <strong>Natterer</strong>.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br


Embora o capricho na preparação dos espé- Araguaí (Ara guahy, p. 256: "Matto<strong>de</strong>ncimes<br />

seja sempre lembrado em sua biografia tro") = Aratinga leucophthalma.<br />

(vi<strong>de</strong> comentários <strong>de</strong> Auguste <strong>de</strong> Saint- Arapaçu (Arapazu, p. 44: "Matto<strong>de</strong>ntro") =<br />

Hilaire, citados <strong>por</strong> Sick, 1997), a caligrafia <strong>de</strong>- Lepidocolaptes falcinellus. Em algumas pasle<br />

não era perfeitamente legível, como se nota sagens, Pelzeln (1871) parece dar um tom casem<br />

seus rótulos originais (Figura 1). Por exem- telhano a <strong>de</strong>nominações <strong>de</strong> origem indígena<br />

plo, a espécie Elanoi<strong>de</strong>s forficatus é grafada terminadas em "açu". Por exemplo, "picaçutanto<br />

"ytapema" como "tapenna", e o duplo roba" e "tinguaçu", nomes amplamente co-<br />

"n" nada mais é do que um "m". nhecidos no Brasil, figuram na obra como pica-<br />

Outra fonte potencial <strong>de</strong> erro resi<strong>de</strong> na inter- zuroba e tinguazu. Em outros casos, preserva<br />

pretação das informações manuscritas. No caso<br />

dos nomes <strong>de</strong> <strong>Natterer</strong>, a interpretação e transcrição<br />

das informações contidas nos rótulos e<br />

FIGURA 1. Rótulo do exemplar <strong>de</strong> Taoniscus<br />

nanus colecionado em Jaguariaíva (Paraná),<br />

tendo ao centro o rótulo original da<br />

o padrão <strong>por</strong>tuguês (p. ex. arataiaçu).<br />

Arapape (Arapape, p. 303: "Borba") =<br />

Cochlearius cochlearius. Vi<strong>de</strong> a seguinte.<br />

nos diários <strong>de</strong> campo foi feita <strong>por</strong> Pelzeln, que <strong>Natterer</strong> (Foto: E. Bauernfeind).<br />

Arapapé (Arapapè, p. 303: "Borba") =<br />

cometeu alguns equívocos. Muitos nomes usa- Cochlearius cochlearius. <strong>Natterer</strong> admite a vados<br />

<strong>por</strong> <strong>Natterer</strong>, <strong>por</strong> exemplo, mostram nítida in- Acaemim-cavalo (Coemim cabaru, p. 217: riação <strong>de</strong> tonicida<strong>de</strong> na seguinte passagem:<br />

fluência do espanhol. Isso é notado tanto nos no- "Pirahy") = Cissopis leveriana. A <strong>de</strong>nominação "Man nennt sie Arapapè in Borba" ("Alguns a<br />

mes das <strong>aves</strong> (p. ex. tinguazu, em vez <strong>de</strong> tingua- não pô<strong>de</strong> ser localizada em nenhuma obra refe- chamam <strong>de</strong> arapapé em Borba") (Pelzeln,<br />

çu) quanto <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s do Itinerarium (Serra rencial, sequer sob grafias semelhantes. Não 1871: 303).<br />

<strong>de</strong> Pao <strong>de</strong> la Boa Vista = Serra <strong>de</strong> Pão <strong>de</strong> Ló, resta dúvida, <strong>por</strong>ém, que se trate <strong>de</strong> cognata da Araponga (Araponga, p. 134: "Rio <strong>de</strong> Jane-<br />

Boa Vista). Algumas <strong>de</strong>stas situações talvez re- forma guarani "aka'emi[chî] kavaru" que, na iro") = Procnias nudicollis.<br />

sultem <strong>de</strong> limitações tipográficas da época, co- tradução ao pé da letra seria: gralha-pequena- Araponga-do-horto (Araponga do horto,<br />

mo a carência <strong>de</strong> caracteres tipicamente <strong>por</strong>tu- cavalo. A <strong>de</strong>nominação é usada no Paraguai pa- p. 42: s.l.) = Oxyruncus cristatus.<br />

gueses (ou o <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> seu uso) como ra a mesma espécie (Pérez & Colmán, 1995). Arara-vermelha (Arara vermelha, p. 255:<br />

o "til sobre a vogal a" (cf. gaviao, às vezes tam- Alcatraz (Alcatraz, p. 326: "Sapitiba") = "Cubatão") = Ara chloropterus.<br />

bém gavian). A presença do <strong>por</strong>tuguês na grafia Fregata magnificens. Ararinha (Ara rinha, p. 255: "Araguay") =<br />

dos nomes, <strong>por</strong>ém, é <strong>de</strong>finitiva: anhupocca (ado- Alma-<strong>de</strong>-gato (Alma <strong>de</strong> gatto, p. 272: "Sa- Orthopsittaca manilata.<br />

ção do nh em vez do ñ e do duplo cc, tal como pitiba") = Piaya cayana. Arataiaçu (Arataiaçu, p. 303: s.l.) = Cochgrafado<br />

na época) e araçari (uso do cedilha que, Alma-<strong>de</strong>-mestre (Alma <strong>de</strong> Mestre, p. 322: learius cochlearius.<br />

naquela época, era usado em poucas línguas, ten- "Rio") = Oceanites oceanicus. Azulão (Azulao, p. 221: "Pahor") = Cyanodo<br />

sido abolido do espanhol no Século 18). Anacã (Anacàn, p. 265: s.l.) = Deroptyus ac- compsa brissonii.<br />

Os sinais <strong>de</strong> tonicida<strong>de</strong> também são fiéis ao cipitrinus. Bacacu (Bacacu, p. 133: "Rio negro") = Xip<strong>por</strong>tuguês<br />

da época, com uso do acento agudo Anacá (Anacá, p. 265: "Rio Negro") = De- holena punicea.<br />

para i<strong>de</strong>ntificar vogais fechadas e do acento gra- roptyus accipitrinus. Variação <strong>de</strong> anacã, intro- Bacacu-preto (Bacacu preto, p. 133: "Pave<br />

para as abertas. Em alguns casos há incon- duzida <strong>por</strong> Cândido <strong>de</strong> Figueiredo em 1899 rá") = Xipholena lamelipennis.<br />

sistências, <strong>de</strong>correntes talvez do pequeno domí- (Houaiss & Villar, 2001). Bacoco (Bacoco, p. 133: s.l.) = Xipholena<br />

nio do <strong>por</strong>tuguês <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong>, Pelzeln e <strong>por</strong> pro- Anhupoca (Anhupocca, p. 314: "Cuyaba") punicea.<br />

váveis revisores e editores da obra. Ainda as- = Chauna torquata. Variação <strong>de</strong> anhumapoca Bairari (Bairari, p. 276: "Matto<strong>de</strong>ntro") =<br />

sim, ao menos em um caso houve preocupação (Houaiss & Villar, 2001). Zenaida auriculata. Garcia (1929) e Vieira<br />

em distinguir claramente uma situação <strong>de</strong> ou- Anu (Anu, p. 269: "Sapitiba") = Crotopha- (1936) endossam a <strong>de</strong>nominação para esse estra:<br />

Cochlearius cochlearius, tratada como ga ani. pécie.<br />

"arapape" mas com a ressalva: "Man nennt sie Anu-branco (Anù branco, p. 269: "S. Pau- Barbado (Barbado, p. 23: "Sapitiba") = Ma-<br />

Arapapè in Borba" ("Alguns a chamam <strong>de</strong> ara- lo") = Guira guira. lacoptila striata.<br />

papé em Borba") (Pelzeln, 1871: 303). Anu-do-campo (Ano do Campo, p. 269: Batuíra (Batuira, p. 297: "Sapitiba") = Cha-<br />

As <strong>de</strong>nominações citadas <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong> reapa- s.l.) = Guira guira. radrius collaris.<br />

recem posteriormente em um sem número <strong>de</strong> Anu-do-brejo (Anu do brejo, p. 268: "Sapi- Batuíra (Batuira, p. 297: "Sapitiba") = Areobras<br />

<strong>de</strong> outros ornitólogos. Não há dúvidas <strong>de</strong> tiba") = Crotophaga major. naria interpres.<br />

que os nomes citados <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong> foram obti- Anu-gran<strong>de</strong> (Anu gran<strong>de</strong>, p. 268: s.l.) = Batuíra-<strong>de</strong>-mar-grosso (Batuira <strong>de</strong> Mardos<br />

diretamente dos povos com que conviveu Crotophaga major. grosso, p. 298: "Restinga") = Haematopus palno<br />

Brasil. Não há como saber, <strong>por</strong>ém, se auto- Araçari (Araçari, p. 233: "Rio Branco") = liatus.<br />

res posteriores a ele também registraram os mes- Ramphastos tucanus. Batuíra-do-campo (Batuira do Campo,<br />

mos nomes em campo ou se apenas copiaram a Araçari (Araçari, p. 235: "Sapitiba") = Pte- p. 310: "Matto<strong>de</strong>ntro") = Bartramia longicainformação<br />

<strong>de</strong> <strong>Natterer</strong>, uma vez que como re- roglossus aracari. uda.<br />

gra tais pesquisadores não se preocupam em in- Araçari-<strong>de</strong>-cabelos-arrepiados (Araçari Bico-<strong>de</strong>-furo (Bico <strong>de</strong> furo, p. 222: "Ypaneformar<br />

a procedência dos nomes que usam. <strong>de</strong> cabillos aripiados, p. 238: s.l.) = Pteroglos- ma") = S<strong>por</strong>ophila angolensis.<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong>sses problemas, que até hoje difi- sus beauharnaesii. Bico-rasteiro (Becco rasteiro, p. 324: s.l.) =<br />

cultam a coleta e o estudo dos nomes <strong>populares</strong>, Araçaripoca (Araçari pocca, p. 238: "Registro Rhynchops niger.<br />

as <strong>de</strong>nominações coligidas <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong> são pre- do Sai") = Seleni<strong>de</strong>ra maculirostris. Em CBRO Biguá (Bigua, p. 325: "Sapitiba") = Phalaciosas<br />

e constituem mais uma contribuição <strong>de</strong> (2006) consta "araçari-poca", mas a forma aqui crocorax brasilianus.<br />

peso <strong>de</strong>ntro do valioso legado que esse natura- consi<strong>de</strong>rada é preferível (Houaiss & Villar, 2001). Biguatinga (Biguatinga, p. 325: "Aralista<br />

pro<strong>por</strong>cionou à História Natural no Brasil. Aracuã (Aracuan, p. 285: "Barra") = Orta- guay?") = Anhinga anhinga.<br />

lis motmot. Bira-bira (Bira bira, p. 73: "Rio") = Vireo<br />

2. OS NOMES POPULARES DE Aracuã (Aracuan, p. 285: "Rio Murià") = olivaceus. Onomatopéico. Em São Paulo<br />

NATTERER Ortalis superciliaris. (Alto Ribeira) o nome “vira-vira” foi registra-<br />

Acaém (Acahen, p. 191: "Paranagua") = Aracuã (Aracuan, p. 286: "Villa Maria") = do recentemente para Cyclarhis gujanensis<br />

Cyanocorax caeruleus. Como variação <strong>de</strong> Ortalis canicollis. (M. Argel, obs. pess).<br />

acaé, foi dicionarizada <strong>por</strong> Houaiss & Villar Araçoiaba (Araçuay ava, p. 261: "Ypane- Brugaiara (Brugaiara, p. 74: s.l.) = Batara<br />

(2001). ma") = Triclaria malachitacea. cinerea.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br


(Buchicaraim) (Buchi caraim, p. 220: Catingueiro-cigana (Catinguero-Zigana, sil, e é impossível <strong>de</strong>terminar on<strong>de</strong> registrou o<br />

"Ypanema") = Saltator grossus. A grafia é pro- p. 280: "E. C. Gama") = Opisthocomus hoa- nome.<br />

visória. Não foi possível localizar sequer ou- zin. Corocotéu (Corocoteho, p. 132: "Campo<br />

tras grafias semelhantes. Cau-cau (Caucau, p. 320: "Matto<strong>de</strong>ntro") largo") = Car<strong>por</strong>nis cucullata.<br />

Bujara (Mbujara, p. 74: "Matto<strong>de</strong>ntro") = = Nomonyx dominica. Onomatopéico. Coxovi (Coxovi, p. 284: s.l.) = Aburria cuju-<br />

Mackenziaena leachii. Houaiss & Villar Cauncã (Cauncam, p. 2: s.l.) = Ibycter ame- bi. Variação <strong>de</strong> cujubi ou cujubim.<br />

(2001) citam brujarara. De fato, há uma gran- ricanus. Variante <strong>de</strong> cancão e cancã, nome pe- Cuiteluçu (Cuiteluçu, p. 25: "Pirahy") = Ja<strong>de</strong><br />

variação nesse nome (vi<strong>de</strong> adiante) no su- lo qual é conhecida a espécie no Brasil. camaralcyon tridactyla.<br />

<strong>de</strong>ste e sul do Brasil on<strong>de</strong> a espécie ocorre. O Cavacuê (Cavakué, p. 265: "Rio negro") = Cuiú-cuiú (Cuyú cuyú, p. 262: "Cimite-<br />

"mb" que, em nhengatu é uma única consoan- Amazona autumnalis. Houaiss & Villar rio") = Pionopsitta pileata. O nome, largate,<br />

é comparável ora ao "b", ora ao "m" do <strong>por</strong>- (2001) adotam cavacué, mas preferimos a ou- mente utilizado para essa espécie <strong>de</strong> psitacítuguês.<br />

Em São Paulo (Alto Ribeira), o nome tra forma pela grafia utilizada, bem como pela <strong>de</strong>o, foi registrado recentemente em São Pau-<br />

“brajara” foi registrado recentemente para du- origem indígena (e <strong>por</strong>tanto oxítona fechada) lo (Alto Paranapanema) (M. Argel, obs. pess).<br />

as espécies, Batara cinerea e Mackenziaena do nome. Curiangu (Curiangu, p. 12: "Goyao") =<br />

leachii (M. Argel, obs. pess); no Paraná (Serra Chapim (Chapim, p. 193: "Pará") = Cassi- Eleothreptus anomalus. Variante <strong>de</strong> curiango,<br />

do Mar), esta última, e também Mackenziae- cus cela. Variação <strong>de</strong> japim, talvez <strong>por</strong> in- admitida <strong>por</strong> Houaiss & Villar (2001).<br />

na severa, são chamadas indistintamente <strong>de</strong> fluência do nome popular pelo qual são co- Curiangu (Curiangu, p. 13: "Ypanema") =<br />

"brujara" (F.C Straube, obs. pess). nhecidas as espécies do gênero Parus, co- Caprimulgus sericocaudatus.<br />

(Bulaúra) (Bulahura, p. 75: s.l.) = Mac- muns na Europa. A caligrafia "ja" po<strong>de</strong>ria ter Curica (Curica, p. 266: "Rio negro") =<br />

kenziaena severa. Esta grafia é duvidosa, po- sido interpretada <strong>por</strong> "cha", estimulada pelo Amazona amazonica. O nome foi registrado<br />

<strong>de</strong>ndo se tratar <strong>de</strong> erro tipográfico e ou <strong>de</strong> nome chapim, muito utilizado em Portugal. para Gypopsitta barrabandi, em Rondônia<br />

transcrição. Chapim-do-mato (Chapim do Matto, p. (Rio Cautário) (Argel-<strong>de</strong>-Oliveira, 1992).<br />

Brujajara (Brujajara, p. 75: "Matto <strong>de</strong>n- 193: "Pará") = Cassicus haemorrhous. Vi<strong>de</strong> Curucaca (Curucacca, p. 307: "Ytararé")<br />

tro") = Mackenziaena severa. "chapim" = Theristicus caudatus. Variante <strong>de</strong> curicaca,<br />

Caboclinho (Loxia (caboclinho), pp. 224 e Charão (Charam, p. 267: "Rio Araguay") talvez privativa da região sul do Brasil (v. Lo-<br />

331: provavelmente "Rio [<strong>de</strong> Janeiro]". Pare- = Salvatoria xanthops. O nome, atribuído a pes, 1981) e áreas limítrofes, ainda que omitice<br />

indiscutível que o nome usado para a <strong>de</strong>s- outra espécie <strong>de</strong> papagaio (Amazona pretrei) da na maior parte das obras referenciais (Sick,<br />

crição <strong>de</strong> Spermophila caboclinho Pelzeln, em toda a literatura ornitológica, parece ter 1997; CEO, 2006). “Curucaca” ainda é utili-<br />

1871 seja oriundo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>nominação popu- muito maior dispersão pelo Brasil. De fato, <strong>de</strong>- zado hoje em dia nos arredores <strong>de</strong> on<strong>de</strong> Nattelar<br />

anotada <strong>por</strong> <strong>Natterer</strong>, <strong>por</strong>ém não mencio- nominações similares - em geral onomatopéi- rer o registrou, no estado <strong>de</strong> São Paulo (p. ex.<br />

nada naquela obra. Na primeira passagem, cas – po<strong>de</strong>m ser utilizadas para várias espéci- Bom Sucesso <strong>de</strong> Itararé) (M. Argel, obs.<br />

consta uma comparação com "gelbschnäbeli- es <strong>de</strong> psitací<strong>de</strong>os, como <strong>por</strong> exemplo, "curau" pess).<br />

gen Colleiro" (coleiro <strong>de</strong> bico amarelo), mas a para Salvatoria xanthops em Brasília, Ama- Curuia (Curuya, p. 9: "Matto<strong>de</strong>ntro") =<br />

<strong>de</strong>nominação coleiro não aparece em nenhum zona amazonica em Mato Grosso e Amazona Asio flammeus. Provavelmente trata-se <strong>de</strong> ertrecho<br />

da obra = S<strong>por</strong>ophila bouvreuil. rhodocorytha em Alagoas (Sick, 1997). ro <strong>de</strong> transcrição <strong>de</strong> "coruja".<br />

Cambada-<strong>de</strong>-ch<strong>aves</strong> (Gambada <strong>de</strong> Cha- Choca (Choca, p. 76: "Sapitiba") = Tham- Curuja (Curuja, p. 9: "Sapitiba") = Pulsave,<br />

p. 207: s.l.) = Tangara brasiliensis. Erro <strong>de</strong> nophilus ambiguus. trix perspicillata. Variante <strong>de</strong> "coruja", raratranscrição.<br />

O nome provavelmente tem ori- Choca-gran<strong>de</strong> (Choca gran<strong>de</strong>, p. 75: s.l.) mente lexicografada embora seja a grafia magem<br />

onomatopéica, visto a vocalização tilin- = Hypoedaleus guttatus. is compatível, no Brasil, com a pronúncia potada<br />

da espécie; "cambada" refere-se a molho Choca-parda (Choca parda, p. 78: "Sapi- pular.<br />

[<strong>de</strong> ch<strong>aves</strong>] (Houaiss & Villar, 201). tiba") = Thamnophilus palliatus. Curucuturi (Curucutury: p. 3: "Goyao") =<br />

Caminheiro (Caminheiro, p. 69: "Ytara- Chupim-do-charco (Chopi do charco, p. Buteo albicaudatus. Junto com "sovi" (q.v.),<br />

ré") = Anthus corren<strong>de</strong>ra 198: "Scaramuza") = Pseudoleistes guirahu- um dos raríssimos nomes <strong>populares</strong> onomato-<br />

Canarinho (Canari, p. 231: "Sapitiba") = ro. Embora o uso da forma “chopim” seja di- péicos <strong>de</strong> acipitrí<strong>de</strong>os brasileiros.<br />

Sicalis flaveola. Aqui há um erro tipográfico fundido, a grafia chupim é preferível (Houa- Ereré (Erèrè, p. 319: "bei Sta.Cruz") = Denou<br />

<strong>de</strong> transcrição; po<strong>de</strong>ríamos admitir canari- iss & Villar, 2001), pois correspon<strong>de</strong> à pro- drocygna viduata. Variante <strong>de</strong> "irerê".<br />

nho (ou sua corruptela "canarim") ou canário. núncia popular. Ferreirinha (Ferreirinha, p. 102: "Mara-<br />

Capaçuroba (Capazuroba, p. 274: s.l.) = Chupa-flor-do-mato-virgem (Chuppa bitanas") = Lophotriccus galeatus.<br />

Patagioenas plumbea. Variante <strong>de</strong> picaçuro- flor do Matto virgem, p. 24: "Sapitiba") = Gal- Fogo-pagou (Fogo pagon, p. 277: s.l.) =<br />

ba, nome amplamente utilizado para a espécie bula ruficauda. Columbina squammata. Variante (corruptela)<br />

no su<strong>de</strong>ste e sul do Brasil. Codorna (Codorna, p. 295: "Ypanema") = <strong>de</strong> "fogo-apagou", ambas <strong>de</strong>nominações lar-<br />

Capoeira (Capoeira, p. 289: "in <strong>de</strong>n Prov. Nothura maculosa gamente usadas no Brasil.<br />

von Rio und S.Paulo") = Odontophorus capu- Codorna (Codorna, p. 295: "Faz. d. R. ver- Gainambé (Gainambé, p. 134: "Barceleira.<br />

<strong>de</strong>") = Nothura minor los") = Procnias alba.<br />

Carará (Cararà, p. 325: "am Rio negro") = Codorniz (Codorniz, p. 295: s.l.) = Nothu- Gaivota (Gaivotta, p. 323: "Marambaya")<br />

Anhinga anhinga. O nome foi registrado para ra maculosa = Larus dominicanus.<br />

essa mesma espécie em Rondônia (rio Cautá- Colhereiro (Colhereiro, p. 304: "Sapiti- Galo-do-mato (Gallo do Matto, p. 128:<br />

rio) (Argel-<strong>de</strong>-Oliveira, 1992), assim como ba") = Platalea ajaja "Rio <strong>de</strong> Janeiro") = Machaeropterus regulus.<br />

em várias outras regiões <strong>brasileiras</strong> (p. ex. Coroíra (Coroira, p. 48: "Rio <strong>de</strong> Janeiro") Gambacheira (Gambachera, p. 48: s.l.) =<br />

Pantanal do Mato Grosso do Sul). = Cistothorus platensis. Variante <strong>de</strong> corruíra. Cistothotus platensis. Variante <strong>de</strong> "cambaxir-<br />

Car<strong>de</strong>al (Car<strong>de</strong>al, p. 228: "R.Janeiro") = Corta-mar (Corta Mar, p. 324: "Sapitiba") ra".<br />

Paroria coronata. Embora a procedência <strong>de</strong>s- = Rhynchops niger Gambacheira-gran<strong>de</strong> (Gambachera granta<br />

espécie, nunca registrada no Rio <strong>de</strong> Janeiro, Corvo-branco (Corvo branco, p. 1: s.l.) = <strong>de</strong>, p. 47: "Rio <strong>de</strong> Janeiro") = Thryothorus lonpossa<br />

parecer estranha, refere-se Pelzeln Sarcoramphus papa. Em várias regiões brasi- girostris. A grafia preferível seria cambaxir-<br />

(1871) a exemplares <strong>de</strong> cativeiro, conforme leiras, em especial no sul do País, quase não se ra-gran<strong>de</strong>, nome pelo qual a espécie é conhenota<br />

<strong>de</strong> rodapé. usa "urubu" para <strong>de</strong>signar os catartí<strong>de</strong>os, dan- cida no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Caruja (Caruja, p. 9: "Sapitiba") = Megas- do-se preferência a "corvo". <strong>Natterer</strong> colecio- Garça-pequena (Garza pequena, p. 300:<br />

cops choliba. Variante <strong>de</strong> "coruja". nou 17 exemplares em várias regiões do Bra- "Sapitiba") = Egretta thula.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br


Garça-real (Garza reale, p. 300: "Sapiti- Itapema (Ytapema, p. 6: "Pirahy") = Ela- Maitaca (Maitacca, 264: "Matto<strong>de</strong>ntro") =<br />

ba") = Ar<strong>de</strong>a alba. noi<strong>de</strong>s forficatus. Pionus maximiliani.<br />

Garundi-preto (Garundi preto, p. 213: Jaba (Jaba, p. 191: "Marambaya") = Psa- Maracanã (Maracaná, p. 255: "Matto<strong>de</strong>n-<br />

"Registro do Sai") = Tachyphonus coronatus. rocolius <strong>de</strong>cumanus. Garcia (1929) cita como tro") = Primolius maracana.<br />

Variante <strong>de</strong> "gurundi", nome dado a vários tra- variação <strong>de</strong> "japu". Maracanã-guaçu (Maracaná guaçu, p.<br />

upí<strong>de</strong>os. Jabiru (Jabirù, p. 304: s.l.) = Ciconia ma- 255: "Mattogrosso") = Ara severus<br />

Gaturama (Gaturama, p. 201: s.l.) = Eup- guari. Sobre a variação <strong>de</strong> nomes <strong>populares</strong> <strong>de</strong> Marido-é-dia (Marido he dia, p. 47: "Cuhonia<br />

violacea. Variante <strong>de</strong> "gaturamo". ciconí<strong>de</strong>os brasileiros, vi<strong>de</strong> Straube (2000). yaba") = Thryothorus leucotis.<br />

Gavião-branco (Gaviao branco: p. 3: "Del- Jabiru-moleque (Jabiru-Moleique, p. Marrequinha (Marequinha, p. 318:<br />

gado") = Buteo albicaudatus. 305: "Parana") = Jabiru mycteria. "R.Araguay") = Heliornis fulica<br />

Gavião-dos-mangues (Gaviao dos Man- Jaburu (Jaburù, p. 304: s.l.) = Ciconia ma- Martim-cachaça (Martim cajaca, p. 23:<br />

gues, p. 3: s.l.) = Buteogallus aequinoctialis guari. Em São Paulo (Piracicaba), o nome é "Sapitiba") = Ceryle torquatus. Apesar da gra-<br />

Gavião-real (Gaviao real: p. 4: s.l.) = Har- usado para Jabiru mycteria e também para fia original, é aceitável adotar o nome inforpia<br />

harpyja. O nome foi registrado para essa Mycteria americana, que os locais têm <strong>por</strong> fê- mado <strong>por</strong> Houaiss & Villar (2001). A grafia é<br />

espécie em Rondônia (Rio Cautário) (Argel- mea da primeira (M. Argel, obs. pess). adotada <strong>por</strong> Vieira (1936), assim como a vari<strong>de</strong>-Oliveira,<br />

1992). Jacamim-das-costas-brancas (Jacamin ação "martim cachá".<br />

Gavião-real-gran<strong>de</strong> (Gaviao real gran<strong>de</strong>: das costas brancas, p. 299: "Ma<strong>de</strong>ira") = Martim-cachaça (Martim cajaca, p. 23:<br />

p. 4: "Pará") = Harpia harpyja. Psophia leucoptera. "Sapitiba") = Chloroceryle americana.<br />

Gaviãotinga (Gaviao tinga, p. 2: "Sapiti- Jacamim-<strong>de</strong>-costas-cor-<strong>de</strong>-ubim-seco Mergulhão (Margulao, p. 325: "Sapitiba")<br />

ba") = Heterospizias meridionalis. (Jacamin <strong>de</strong> costas cor <strong>de</strong> ubin secco, p. 298: = Sula leucogaster.<br />

Gralha-azul (Gralha azul, p. 191: "Scara- s.l.) = Psophia leucoptera. "Ubim" é o nome Moleiro (Molleiro, p. 266: "Borba") = Amamuza")<br />

= Cyanocorax caeruleus usado na Amazônia para algumas espécies <strong>de</strong> zona farinosa.<br />

Gralha-branca (Gralha branca, p. 189: palmeiras (Houaiss & Villar, 2001). Mutum-cavalo (Mutum cavallo, p. 288:<br />

s.l.) = Cyanocorax cristatellus. Jacamim-preto (Jacamin preto, p. 299: "Eng. do Gama") = Mitu tuberosum.<br />

Gr[alha]-do-peito-branco (Gr. do petto "Rio Mamoré") = Psophia viridis Mutum-<strong>de</strong>-assobio (Mutum <strong>de</strong> assobio, p.<br />

branco, p. 189: "Matto<strong>de</strong>ntro") = Cyanoco- Jacamim-preto (Jacamin preto, p. 299: 288: "Piori") = Crax globulosa<br />

rax cristatellus. "Pará") = Psophia viridis. Mutum-do-cu-branco (Mutum do cu bran-<br />

Guarajuba (Guará juba, p. 256: "Pará") = Jacuguaçu (Jacu guaçu, p. 281: "Ytararé") co, p. 286: "Rio negro") = Crax alector<br />

Guaruba guarouba. = Penelope obscura. CBRO (2006) grafa "ja- Mutum-do-cu-vermelho (Mutum do cu<br />

Guaranicinga (Guaranisinga, p. 220: "Mat- cuaçu", ainda que a outra grafia seja preferí- vermelho, p. 288: "Marabitanas") = Mitu toto<strong>de</strong>ntro")<br />

= Saltator grossus. Segundo Garcia vel (Straube, 2002). mentosum.<br />

(1929) é metaplasmo <strong>de</strong> "guiracininga". Jacurutu (Jacurutu, p. 9: "Matogrosso") = Mutumpinima (Mutum pinima, p. 287:<br />

Guatinhuma (Guatinhuma, p. 201: "Ypa- Bubo virginianus. "Cajutuba") = Crax fasciolata. A grafia, não<br />

nema") = Euphonia chalybea. Jacutinga (Jacutinga, p. 283: "Ypanema") citada <strong>por</strong> Houaiss & Villar (2001), segue a ló-<br />

Guaxe (Guache, p. 193: "Sapitiba") = Caci- = Aburria jacutinga. gica adotada no caso <strong>de</strong> "angelimpinima".<br />

cus haemorrhous. Em muitas regiões brasile- Japim (Jnapim, p. 193: "Butuhuru") = Ca- Nambuanhangá (Nambu anhenga, p. 293:<br />

iras é tratado pela variante "guaxo". cicus chrysopterus. Vi<strong>de</strong> "chapim". s.l.) = Crypturellus variegatus. Há provável<br />

Guiramombucu (Guirá memboeu, p. 135: Jeruva (Jeruva, p. 19: "Ypanema") = erro <strong>de</strong> transcrição (cf. CBRO, 2006: "inham-<br />

"Forte do Rio branco") = Cephalopterus orna- Baryphthengus ruficapillus. Variante (cor- bu-anhangá").<br />

tus. A grafia original parece ter sofrido um erro ruptela) <strong>de</strong> "juruva", como a espécie é mais co- Nambu-pixuna (Nambu pichuna, p.<br />

<strong>de</strong> transcrição (vi<strong>de</strong> Houaiss & Villar, 2001). nhecida no Brasil. 287;s.l.) = Crypturellus cinereus.<br />

Gurundi-azul (Gurundi Azul, p. 221: s.l.) João-corta-pau ([Joao corta pau], p. 55: Nambu-piranga (...piranga, p. 293: s.l.) =<br />

= Cyanocompsa brissoni. s.l.). = Caprimulgus rufus. Nesta passagem, Crypturellus variegatus. Nessa passagem há<br />

Inambu (Inambu, p. 294: "Sapitiba") = <strong>Natterer</strong> não afirma se tratar <strong>de</strong> nome popular um erro tipográfico insolúvel, não ficando<br />

Crypturellus tataupa. Embora a pronúncia e sim como fonemas que <strong>de</strong>screvem o canto bem clara a intenção <strong>de</strong> grafia: "Nambu<br />

“inhambu” seja a mais comum no estado <strong>de</strong> da espécie ("Joao corta pau -- Joao corta -- anhenga (piranga-sururina gran<strong>de</strong>...".<br />

São Paulo, a forma “inambu” se mantém, as- pau") , ainda que evi<strong>de</strong>ntemente baseado em Nambu-sujo (Nambu sujo, p. 292: s.l.) =<br />

sim como “lambu” e “nambu” (M. Argel, obs. <strong>de</strong>nominação local. O nome é usado atual- Crypturellus cinereus.<br />

pess). mente, tanto em São Paulo quanto no Mato Narceja (Naraja, p. 312: "Sapitiba") = Gal-<br />

Inambuguaçu (Inambu guaçu, p. 287: s.l.) Grosso do Sul (M. Argel, obs. pess). linago paraguaiae. Possível erro <strong>de</strong> transcri-<br />

= Crypturellus obsoletus. Sobre a formação João-<strong>de</strong>-barro (Ioao <strong>de</strong> barro, p. 34: "Rio ção; o nome "narceja" é largamente usado no<br />

<strong>de</strong> palavras com o fragmento "açu", veja Stra- <strong>de</strong> Janeiro") = Furnarius rufus. Brasil e a caligrafia <strong>de</strong> "ce" po<strong>de</strong>ria ser interube<br />

(2002). Juó (Juò, p. 287: "Forte do Rio branco") = pretada <strong>por</strong> "a".<br />

Inambuxintã (Inambu xintan, p. 287: Crypturellus undulatus. Variante <strong>de</strong> "jaó". Nendaia (Nendaya, p. 257: "Ypanema") =<br />

"Matto<strong>de</strong>ntro") = Crypturellus obsoletus. Se- Juru (Jurù, p. 266: "Sai") = Amazona fari- Aratinga auricapillus.<br />

gundo CBRO (2006) a grafia (embora para ou- nosa. Variante <strong>de</strong> "ajuru". Papa-arroz (Pap' arroz, p. 224: "Rio") =<br />

tra espécie: Crypturellus tataupa) é "inham- Jurueba (Jurueba, p. 265: "Pahor") = Ama- S<strong>por</strong>ophila caerulescens.<br />

bu-chintã'. zona vinacea. Papa-formigas (Pappa formigas, p. 86: "Re-<br />

Inapacanim (Innapacanim, p. 4: "Ypane- Jurutipiranga (Juruti Piranga, p. 279: gistro do Sai") = Sclerurus caudacutus. Em São<br />

ma") = Spizaetus tyrannus. A grafia preferível "Matto<strong>de</strong>ntro") = Geotrygon montana Paulo (Alto Ribeira), “papa-formiga” é aplicaé<br />

apacanim, embora o primeiro registro co- Maçaricão (Maçaricao, p. 308: "Cajutu- do a Pyriglena leucoptera (M. Argel, obs. pess).<br />

nhecido (1777) seja yapacani (Houaiss & Vil- ba") = Numenius phaeopus Papagaio (Papagaio, p. 265: "Ilha do<br />

lar, 2001). Macucu (Macucu, p. 290: "Matogrosso") = Mel") = Amazona brasiliensis.<br />

Inpacanim (Npacanim, p. 4: "Ypanema") Tinamus tao. Variante <strong>de</strong> "macuco". Papagaio-<strong>de</strong>-capim (Papagaio <strong>de</strong> Capim,<br />

= Spizaetus ornatus. Vi<strong>de</strong> acima. Macucu (Macucu, p. 290: "Matto<strong>de</strong>ntro") p. 267: "Pari") = Salvatoria xanthops.<br />

Ipacanim-do-campo (Ypacanim do cam- = Tinamus solitarius Papagaio-dos-mangues (Papagaio dos<br />

po, p. 2: "Ypanema") = Heterospizias meridi- Macucu-<strong>de</strong>-pantanal (Macucu <strong>de</strong> panta- Mangues, p. 266: "Sapitiba") = Amazona amaonalis.<br />

Vi<strong>de</strong> "inapacanim". nal, p. 291: "Matogrosso") = Tinamus major. zonica.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br


Papagaio-jurueca (Papagaio jurue- Pomba-rola (Pombarola, p. 277: s.l.) = Co- Saracura (Saracura, p. 315: "Marambaqua,<br />

p. 265: s.l.) = Amazona vinacea. Tal- lumbina talpacoti. ya") = Pardirallus nigricans.<br />

vez erro <strong>de</strong> transcrição <strong>de</strong> papagaio- Pomba-trocaz (Pomba trocaz, p. 274: "Cu- Saracura (Saracura, p. 315: "Paranagua")<br />

jurueba (q.v.). yabá") = Patagioenas picazuro. = Arami<strong>de</strong>s cajanea.<br />

Pato-do-mato (Paddo do Matto, p. 319: Porocoché (Porocoché, p. 132: "Rio gran- Saracura-da-praia (Saracura da Praya,<br />

"Sapitiba") = Sarkidiornis sylvicola. <strong>de</strong>") = Car<strong>por</strong>nis cucullata. Variante, igual- p. 316: "Sapitiba") = Arami<strong>de</strong>s mangle<br />

Pavão-<strong>de</strong>-mato-grosso (Pavao <strong>de</strong> Mato- mente onomatopéica <strong>de</strong> "corocochó" Saracura-do-brejo (Saracura do Brejo, p.<br />

grosso, p. 135: s.l.) = Cephalopterus ornatus. (CBRO, 2006) e "coricotéu" (vi<strong>de</strong> acima). 316: "Sapitiba") = Arami<strong>de</strong>s saracura<br />

Pavó (Pavó, p. 135: "Registro do Sai") = Prebixim (Prebixim, p. 217: "Ypanema") = Saracura-dos-mangues (Saracura dos<br />

Pyro<strong>de</strong>rus scutatus. Cissopis leveriana. É citado <strong>por</strong> Vieira Mangues, p. 306: s.l.). Espécie não i<strong>de</strong>ntifica-<br />

Perdiz (Perdiz, p. 294: "Matto<strong>de</strong>ntro") = (1936). da, citada no texto sobre o guará (Eudocimus<br />

Rhynchotus rufescens. Preguiça (Preguiça, p. 10: "Matto <strong>de</strong>ntro") ruber) com o seguinte teor: "Das Ei soll weiss<br />

Periquito (Perriquito, p. 267: "Sapitiba") = Nyctibius grandis. sein, mit braunen Flecken wie von <strong>de</strong>r Sara-<br />

= Forpus passerinus. Quenquém (Quenquen, p. 190: "Furnas") cura dos Mangues, <strong>de</strong>r Dotter soll roth sein<br />

Periquito (Periquito, p. 268: "Rio negro") = Cyanocorax cyanopogon. (Rio do Boraxudo)" ("O ovo <strong>de</strong>ve ser branco,<br />

= Touit purpuratus. Rapaz (Rapaz, p. 312: "Ytararé") = Galli- com marcas marrons tal como a saracura-dos-<br />

Periquito-da-campina (Periquito da Cam- nago undulata. mangues, a gema <strong>de</strong>ve ser vermelha (Rio do<br />

pina, p. 260: "Barra do Rio negro") = Broto- Rei-dos-tuinins (Rei dos Tuinins, p. 305: Borrachudo"). Provavelmente é Arami<strong>de</strong>s cagerys<br />

versicolurus. s.l.) = Jabiru mycteria. janea, coletada neste mesmo local.<br />

Pernilonga (Perni longa, p. 310: "Sapiti- Ren<strong>de</strong>ira (Ren<strong>de</strong>ira, p. 130: "Sapitiba") = Seriema (Seriema, p. 299: "nas Lages") =<br />

ba") = Himantopus melanurus. Manacus manacus. Cariama cristata. Variante preferida (Houa-<br />

Piaçoca (Piasoca, p. 313: "Sapitiba") = Ja- Rouxinol (Rouxinol, p. 194: "Rio negro") = iss & Villar, 2001) <strong>de</strong> "siriema" e "sariema".<br />

cana jacana. Icterus chrysocephalus. Serra (Serra, p. 226: s.l.) = Volatinia jaca-<br />

Pica-barra (Picca Barra, p. 322: "Maram- Sabiacica (Sabiá sicca, p. 261: "Rio <strong>de</strong> Ja- rina. No original consta "Serra Portug" indibaya")<br />

= Tachybaptus dominicus. Nome seme- neiro") = Triclaria malachitacea. Segundo cando o nome popular e a língua em que ele é<br />

lhante <strong>por</strong>ém usado para outra espécie (Heli- CBRO (2006): "sabiá-cica". Em São Paulo usado.<br />

ornis fulica) é picaparra ou picapara (Houaiss foi registrada recentemente a forma “sabiaci” Sevi (Sevi, p. 6: s.l.) = Ictinia plumbea.<br />

& Villar, 2001; CBRO, 2006). (Altos Ribeira e Paranapanema) (M. Argel, Sivi (Sivi, p. 6: s.l.) = Ictinia plumbea. No-<br />

Picaçuroba (Picazuroba, p. 274: "Matto- obs. pess). me registrado recentemente para essa mesma<br />

<strong>de</strong>ntro") = Patagioenas plumbea. Sabiá-da-praia (Sabia do Praya, p. 95: espécie no estado <strong>de</strong> São Paulo (Piraju) (M.<br />

Pichororé (Pichorroré, p. 219: "Cuyabá") "Marambaya") = Mimus gilvus. Argel, obs. pess).<br />

= Saltator coerulescens. A grafia "pichororé" Sabiá-das-laranjeiras (Sabia das Laran- Soldado-pago (Soldado pago, p. 194: "Cué<br />

a preferida, ainda que sirva para várias espé- jeras, p. 94: s.l.) = Turdus rufiventris. yabá") = Icterus cayanensis.<br />

cies <strong>de</strong> passeriformes. Sabiá-do-campo (Sabiaa do Campo, p. Sovi (Sovi, p. 6: "Cachoeirinha") = Ictinia<br />

Picochanchã (Pico xanxan, p. 249: "Tai- 95: s.l.) = Mimus saturninus. plumbea.<br />

pa") = Colaptes campestris. É uma variante Sabiá-piranga (Sabia piranga, p. 94: "Sa- Suindara (Suindara, p. 11: "Ypanema") =<br />

<strong>de</strong> "pica-pau-chanchã", em alguns lugares do pitiba") = Turdus rufiventris. Hydropsalis forcipata. Nome registrado re-<br />

Paraná chamado <strong>de</strong> "picachanchã" (F. C. Stra- Sabiapoca (S. pocca, p. 95: "Casa Pinta- centemente para Tyto alba no estado <strong>de</strong> São<br />

ube, obs. pess) ou apenas “chanchã”, como da") = Mimus saturninus. Segundo CBRO Paulo (Itararé, Ribeirão Gran<strong>de</strong>) (M. Argel,<br />

em todo o estado <strong>de</strong> São Paulo (M. Argel, obs. (2006): "sabiá-poca", ainda que alusiva a ou- obs. pess). As variantes corruptas “sondaia” e<br />

pess). tra espécie (Turdus amaurochalinus). No esta- "sundaia" foram anotadas, respectivamente,<br />

Picuí-peão (Picuypeon, p. 277: "Rio <strong>de</strong> Ja- do <strong>de</strong> São Paulo, utilizado atualmente para am- para Tyto alba em Rio Claro, SP (M. Argel,<br />

neiro") = Columbina talpacoti. bas as espécies, em diferentes localida<strong>de</strong>s (M. obs. pess) e para outro caprimulgí<strong>de</strong>o (Luro-<br />

Pintassilva (Pintasilva, p. 231: "Matto<strong>de</strong>n- Argel, obs. pess). calis semitorquatus) na Serra do Mar paranatro")<br />

= Carduelis magellanica. Variação <strong>de</strong> Sabiá-una (Sabiaa una, p. 94: "Rio <strong>de</strong> Jane- ense (F. C. Straube, obs. pess).<br />

"pintassilgo", bastante usada no Brasil. iro") = Platycichla flavipes. O nome é utiliza- Suiriri (Suirir, p. 117: "Sapitiba") = Tyran-<br />

Pirapaiá (Pira payà, p. 19: s.l.) = do ainda hoje no estado <strong>de</strong> São Paulo (Alto Pa- nus melancholicus. Erro tipográfico, no origi-<br />

Baryphthengus ruficapillus. Nessa passa- ranapanema, Alto Tietê) (M. Argel, obs. nal. No estado <strong>de</strong> São Paulo, bem como em vágem,<br />

<strong>Natterer</strong> afirma que essa é uma <strong>de</strong>nomi- pess). rias outras regiões do sul do Brasil, a pronúnnação<br />

em nhengatu ("in <strong>de</strong>r Lingua geral"). Sabião-poca (Sabiao pocca, p. 93: "Sapiti- cia é sempre “siriri” (M. Argel, obs. pess).<br />

Pirupiru (Pirù, pirù, p. 298: "Cajutuba") = ba") = Turdus leucomelas Surucuá (Surucuà, p. 20: "Registro do<br />

Haematopus palliatus. Segundo CBRO Saíra (Saira, p. 207: s.l.) = Tangara peruvi- Sai") = Trogon viridis.<br />

(2006): "piru-piru". ana. Surucuá (Surucua, p. 20: "Rio negro") =<br />

Pixoxoque (Pichochoque, p. 227: "Almei- Saná (Sannà, p. 315: "Rio <strong>de</strong> Boraxudo") = Pharomachrus pavoninus.<br />

da") = Haplospiza unicolor. Embora não admi- Pardirallus nigricans. Variante <strong>de</strong> "sanã". Sururina-gran<strong>de</strong> (sururina gran<strong>de</strong>, p.<br />

tido <strong>por</strong> Houaiss & Villar (2001), adota-se es- Saná (Sanà, p. 315: "Sapitiba") = Pardiral- 293: "Borba") = Crypturellus variegatus. Visa<br />

grafia <strong>por</strong> semelhança com a <strong>de</strong>nominação lus sanguinolentus. <strong>de</strong> sob "nambu-piranga".<br />

<strong>de</strong> uma espécie afim (S<strong>por</strong>ophila frontalis) Sanhaço (Sanhaçu, p. 208: "Rio <strong>de</strong> Janei- Taquara (Taguara, p. 19: "Rio") =<br />

que, em sua área <strong>de</strong> ocorrência, é tratada <strong>por</strong> ro") = Thraupis sayaca. A grafia "sanhaçu", Baryphthengus ruficapillus. Erro <strong>de</strong> transcri-<br />

"pixoxó". embora utilizada <strong>por</strong> alguns autores, introduz ção ("gu-" <strong>por</strong> "qu-").<br />

Pomba-juriti (Pomba Juriti, p. 278: "Sapi- uma tonicida<strong>de</strong> que não correspon<strong>de</strong> à pro- Taiaçuíra (Taiaçu uirà, p. 272: s.l.) = Neotiba")<br />

= Leptotila rufaxilla. núncia popular. morphus rufipennis. A grafia obe<strong>de</strong>ce Houa-<br />

Pomba-legítima (Pomba legitima, p. 275: Sanhaço (Sanhaçu, p. 218: s.l.) = Saltator iss & Villar (2001).<br />

"Taipa") = Patagioenas cayennensis. No esta- similis. Tapema (Tapenna, p. 6: s.l.) = Elanoi<strong>de</strong>s<br />

do <strong>de</strong> São Paulo, Patagioenas picazuro é cha- Sanhaço-gran<strong>de</strong> (Sanhaçu gran<strong>de</strong>, p. 218: forficatus. Erro <strong>de</strong> transcrição (vi<strong>de</strong> "itapemada<br />

<strong>de</strong> “legítima” (Biritiba Mirim), e Zenai- "Rio") = Saltator similis. ma").<br />

da auriculata <strong>de</strong> “legiti” (Campos do Jordão) Sapucaia (Sapucaya, p. 207: "Sapitiba") = Taperuçu (Taperuçu, p. 15: "Rio <strong>de</strong> Janei-<br />

(M. Argel, obs. pess). Tangara peruviana. ro") = Streptoprocne zonaris.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br


Tapicuru (Tapicuru, p. 307: "Matto<strong>de</strong>ntro")<br />

= Mesembrinibis cayennensis<br />

Tapucajá (Tapucaja, p. 304: "Irisanga") =<br />

Ciconia maguari.<br />

Tarão (Taran, p. 307: "am Amazonenflustu)).<br />

Vi<strong>de</strong> também Garcia (1929) e Vieira<br />

(1936).<br />

Uraçu (Uraçu: p. 4: "Borba" e "Barra do<br />

Rio negro") = Harpia harpyja. Talvez erro <strong>de</strong><br />

transcrição <strong>de</strong> "uiraçu".<br />

page do Centro <strong>de</strong> Estudos Ornitológicos, disponível<br />

online em ,<br />

atualizada em 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2006, acessada em<br />

7 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006.<br />

Figueiredo, L.F. <strong>de</strong> A. 1986. Contribuições para discutir<br />

a questão dos nomes vulgares para as <strong>aves</strong> brases")<br />

= Cercibis oxycerca. Uru (Uru, p. 289: "in <strong>de</strong>n Prov. von Rio und sileiras. Boletim do Centro <strong>de</strong> Estudos Ornito-<br />

Tem-tem (Tenten, p. 213: "Borba") =<br />

Tachyphonus surinamus. Variante <strong>de</strong> "tentém".<br />

Tesoureiro (Tesourero, p. 118: "Oudaria")<br />

= Tyrannus savana. O nome foi registrado re-<br />

S.Paulo") = Odontophorus capueira.<br />

Urubu (Urubu, p. 1.: "Capit. S.Paulo") =<br />

Cathartes aura.<br />

Urubu-paraguá (Urubu paraguà, p. 262:<br />

"Borba") = Gypopsitta vulturina.<br />

lógicos 1: 30-33.<br />

Figueiredo, L. F. D. A. (2002) <strong>Nomes</strong> <strong>populares</strong> das<br />

<strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong>. Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas<br />

110:5.<br />

Garcia, R. 1929. <strong>Nomes</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> em língua tupi. Boletim<br />

do Museu Nacional 5(3): 1-54.<br />

centemente em outras regiões <strong>brasileiras</strong> para<br />

esta e outras espécies (Gubernetes yetapa,<br />

Phibalura flavirostris, Fregata magnificens)<br />

(M. Argel, obs. pess).<br />

Tiê-galo (Tié gallo, p. 213: "Rio Janeiro") =<br />

Urubupeba (Urubu peba, p. 1: "Capit. S.<br />

Paulo") = Coragyps atratus.<br />

Urubutinga (Urubutinga, p. 1; s.l.) = Cathartes<br />

burrovianus.<br />

Urumutum (Urù-Mutum, p. 288: "Co-<br />

Goeldi, E.A.. 1896. <strong>Johann</strong>es von <strong>Natterer</strong>. Biograp-<br />

hia. Boletim do Museu Goeldi 1(3): 189-217.<br />

Höfling, E. 1987. Ainda sobre os nomes <strong>populares</strong> das<br />

<strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong>. Bol. CEO 3: 26-28.<br />

Houaiss, A. & Villar, A. <strong>de</strong> S. 2001. Dicionário Houaiss<br />

da língua <strong>por</strong>tuguesa. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Edito-<br />

Tachyphonus cristatus. O substantivo genérico<br />

é variante <strong>de</strong> "tié".<br />

Tietê (Tieté, p. 204: "Sapitiba") = Euphonia<br />

violacea.<br />

Tingaçu (Tingaçu, p. 272: s.l.) = Piaya cacuy")<br />

= Nothocrax urumutum.<br />

Urutau (Urutau, p. 10: "Registro do Sai")<br />

= Nyctibius aethereus.<br />

Urutau (Urutau, p. 10: s.l.) = Nyctibius<br />

grandis.<br />

ra Objetiva. 2922 pp.<br />

Ihering, H. von. 1902. <strong>Natterer</strong> e Langsdorff: explora-<br />

dores antigos do estado <strong>de</strong> São Paulo. Revista do<br />

Museu Paulista 5: 13-34.<br />

Ihering, R. von. 1968. Dicionário dos animais do Brasil.<br />

São Paulo, Editora UnB. 790 p.<br />

yana. Variante <strong>de</strong> "tinguaçu". Verondica (Verondica, p. 200: "Ypanema") Lopes, J.C.da V. 1981. Curucaca. Curitiba, Instituto<br />

Tinguaçu-mirim (Tinguazu mirim, p. 95:<br />

"Paranagua") = Attila rufus.<br />

Tiriba (Tiriba, p. 259: "Registro do Sai") =<br />

Pyrrhura cruentata. Em muitas regiões <strong>brasileiras</strong><br />

(p. ex. sul) é chamada "tiriva".<br />

= Molothrus bonariensis. Provável erro <strong>de</strong><br />

transcrição.<br />

Vira-bosta (Virabosta, p. 195: "Marambaya")<br />

= Gnorimopsar chopi.<br />

Vira-bosta (Virabosta, p. 198: s.l.) = Pseu-<br />

Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense.<br />

12 pp.<br />

Pacheco, J. F. 2001. Tangara – gênero <strong>de</strong> uns, ainda<br />

que nome vulgar <strong>de</strong> outros! Tangara 1 (1): 5-<br />

11.<br />

Paynter, R.A. & Traylor, M.A. 1991. Ornithological<br />

Tiriba (Tiriba, p. 259: "Matto<strong>de</strong>ntro") =<br />

Pyrrhura frontalis. Usado no estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo, assim como a variante “tiriva”, esta preferida<br />

no Paraná (M. Argel, F.C. Straube, obs.<br />

pess).<br />

doleistes guirahuro.<br />

Vira-bosta (Virabosta, p. 200: s.l.) = Molothrus<br />

bonariensis. Este é um dos nomes usados,<br />

para essa espécie, no estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

(M. Argel, obs. pess).<br />

gazetteer of Brazil. Cambridge, Museum of<br />

Comparative Zoology. 2 vols, 788 pp + viii.<br />

Pelzeln, A. von. 1871. Zur Ornithologie brasiliens:<br />

Resultate von <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong>s Reisen in <strong>de</strong>n Jah-<br />

ren 1817 bis 1835. Viena, A.Pichler's Witwe &<br />

Sohn. 462 pp + xx (Itinerarium von <strong>Natterer</strong>'s Re-<br />

Tovaca (Tovacca, p. 91: "Rio <strong>de</strong> Janeiro" e<br />

"Matto<strong>de</strong>ntro") = Chamaeza meruloi<strong>de</strong>s.<br />

Tovacuçu (Tovaquuçu, p. 91: "Ypanema")<br />

= Grallaria varia.<br />

Trinta-réis (Trinta Reys, p. 324: "Sapiti-<br />

Vira-bosta-gran<strong>de</strong> (Virabosta gran<strong>de</strong>, p.<br />

201: “Sapitiba”, “Monjolinho” e “Cuyabá”) =<br />

Molothrus oryzivorus.<br />

Viruçu (Viruçu, p. 122: “Matto<strong>de</strong>ntro”) =<br />

Lipaugus lanioi<strong>de</strong>s.<br />

isen in Brasilien 1817-1835).<br />

Pérez, N. & Colmán, A. 1995. Avifauna <strong>de</strong> las areas<br />

protegidas <strong>de</strong> Itaipu, 1: Aves <strong>de</strong>l Reufugio Biologico<br />

Mbaracayu: Salto <strong>de</strong>l Guayra, Paraguay. Biota<br />

4: 1-24.<br />

Sick, H. 1997. Ornitologia brasileira. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

ba") = Thalasseus maximus. Em São Paulo, o Xapu (Xapu, p. 191: s.l.) = Psarocolius <strong>de</strong>- Editora Nova Fronteira. 912 p.<br />

nome é usado <strong>de</strong> forma genérica para os Sternidae,<br />

na região do Lagamar (M. Argel, obs.<br />

pess).<br />

Triste-pia (Triste pia, p. 199: "Mattogrosso")<br />

= Dolichonyx oryzivorus.<br />

cumanus. Variante <strong>de</strong> “japu”.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Os autores são gratos a José Fernando Pacheco<br />

e Vítor Piacentini pela colaboração em<br />

Straube, F.C. 2000. <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong> (1817-1843): natu-<br />

ralista-maior do Brasil. <strong>Natterer</strong>ia 1: 4-13.<br />

Straube, F.C. 2000. Questões lingüísticas em Ornito-<br />

logia, 4: A carta <strong>de</strong> Ferreira Penna e os nomes <strong>populares</strong><br />

dos Ciconiidae brasileiros. Atualida<strong>de</strong>s<br />

Ornitológicas 98: 10-11.<br />

Trompeteiro (Trompeteiro, p. 307: "Rio<br />

Gua<strong>por</strong>è) = Cercibis oxycerca.<br />

Tropeiro (Tropeiro, p. 122: "Mattogrosso")<br />

= Lipaugus vociferans.<br />

Tucano (Tucano, p. 234: "Registro do Sai")<br />

= Ramphastos vitellinus.<br />

Tucanuçu (Tucan uçu, p. 233: "Ypanema")<br />

= Ramphastos toco.<br />

Tuinim-<strong>de</strong>-cabeça-vermelha (Tuinin <strong>de</strong><br />

cabeça vermelha, p. 305: "Caiçara") = Jabiru<br />

mycteria.<br />

Tuiuiá (Tuyuya, p. 305: s.l.) = Jabiru<br />

mycteria.<br />

Turucuê (Turucuhé, p. 35: "Ypanema") =<br />

Synallaxis ruficapilla.<br />

Turucuê (Turucué, p. 35: "S.Paul") =<br />

Synallaxis spixii.<br />

Turucuê (Turucuhé, p. 36: "Salto do Girao")<br />

= Synallaxis gujanensis.<br />

Uarirama (Uarirama, p. 23: s.l.) = Alcedinidae.<br />

Vocábulo primitivo <strong>de</strong> "ariramba";<br />

no original, <strong>Natterer</strong> adiciona: "Die Eisvögel<br />

heissen Uarirama in <strong>de</strong>r lingua geral"<br />

(os martins-pescadores são chamados <strong>de</strong><br />

Uariama na Língua Geral (ou seja Nheengaalgumas<br />

questões nomenclatórias.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ABL, Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras. 2004. Vocabulá-<br />

rio ortográfico da língua <strong>por</strong>tuguesa. 4° edição.<br />

Disponível online em Acessada em 28 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2006.<br />

Andra<strong>de</strong>, G.A. <strong>de</strong>. 1982. <strong>Nomes</strong> <strong>populares</strong> das <strong>aves</strong><br />

do Brasil. Socieda<strong>de</strong> Ornitológica Mineira e<br />

Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Desenvolvimento Florestal.<br />

95 pp.<br />

Andra<strong>de</strong>, G.A. <strong>de</strong>. 1985. <strong>Nomes</strong> <strong>populares</strong> das <strong>aves</strong><br />

do Brasil. Belo Horizonte, Editerra Editorial.<br />

258 pp.<br />

Argel-<strong>de</strong>-Oliveira, M. M. 1992. Alguns nomes popu-<br />

lares <strong>de</strong> <strong>aves</strong> do sudoeste do Estado <strong>de</strong> Rondônia,<br />

Brasil. Boletim do Centro <strong>de</strong> Estudos Ornitológicos<br />

8: 22-27.<br />

Bencke, G.A. 2001. Lista <strong>de</strong> referência das <strong>aves</strong> do<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre, Fundação Zo-<br />

obotânica do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Publicações<br />

Avulsas FZB n° 10: 1-104.<br />

CBRO: Comitê Brasileiro <strong>de</strong> Registros Ornitológicos.<br />

2006. Lista das <strong>aves</strong> do Brasil. Versão 15 <strong>de</strong> ju-<br />

lho <strong>de</strong> 2006. Disponível online em<br />

http://www.cbro.org.br; acessada em 13 <strong>de</strong> feve-<br />

reiro <strong>de</strong> 2007.<br />

CEO, Centro <strong>de</strong> Estudos Ornitológicos. 2006. Lista<br />

dos nomes <strong>populares</strong> das <strong>aves</strong> do Brasil. Home-<br />

Straube, F.C. 2002. Questões lingüísticas em Ornitologia,<br />

5: O sufixo "açu", suas variantes e a formação<br />

<strong>de</strong> alguns nomes <strong>populares</strong> <strong>de</strong> <strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong>.<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas 107: 4-5.<br />

Vanzolini, P. E. 1993. As viagens <strong>de</strong> <strong>Johann</strong> <strong>Natterer</strong><br />

no Brasil (1817-1835). Papéis Avulsos <strong>de</strong> Zoologia<br />

38(3): 17-60.<br />

Vieira, C.O. da C. 1936. <strong>Nomes</strong> vulgares <strong>de</strong> <strong>aves</strong> do<br />

Brasil. Revista do Museu Paulista 20: 437-<br />

490.<br />

Willis, E. O. 2006. Um problema gran<strong>de</strong> com os no-<br />

mes gerais <strong>de</strong> <strong>aves</strong>: nomes curtos e genéricos<br />

po<strong>de</strong>m não ser os mais a<strong>de</strong>quados. Atualida-<br />

<strong>de</strong>s Ornitológicas (133): 11.<br />

Willis, E.O. & Oniki, Y. 1986. O projeto <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong><br />

<strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong>. Bol. CEO 2: 24-26.<br />

Willis, E.O. & Oniki, Y. 1989. <strong>Nomes</strong> regionais e gerais<br />

das <strong>aves</strong>. Bol. CEO 6: 15-18.<br />

Willis, E.O. & Oniki, Y. 1991. <strong>Nomes</strong> gerais para as<br />

<strong>aves</strong> <strong>brasileiras</strong>. Rio Claro, Américo Brasiliense.<br />

79 pp.<br />

1<br />

. Mülleriana: Socieda<strong>de</strong> Fritz Müller <strong>de</strong><br />

Ciências Naturais (Curitiba, Paraná); uru-<br />

2<br />

tau@mulleriana.org.br; . Comitê Brasileiro<br />

3<br />

<strong>de</strong> Registros Ornitológicos (CBRO); . iac-<br />

4<br />

cordi@brturbo.com.br; . Wildlife Conservation<br />

Society; marthaargel@gmail.com.br<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas Nº 136 - Março/Abril 2007 - www.ao.com.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!