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: AUTO-AVALIAÇÃO

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Maria Celina Melchior<br />

Avaliar é atribuir um valor a fatos, objetos e desempenhos. Avaliar em educação é, segundo LUCKESI (1998, p.18), "julgar dados relevantes<br />

para tomar uma decisão".<br />

Auto-avaliar-se é o ato de julgar seu próprio desempenho nas atividades propostas. É a análise do esforço despendido em relação à sua<br />

capacidade; do resultado obtido em relação ao que foi solicitado.<br />

Na concepção tradicional de educação, a auto-avalição não existia e se alguém tentasse usá-la era severamente criticado pelos colegas, pois<br />

o professor era o "dono" da nota do aluno. Na Escola Nova, passou a ter soberania. A avaliação do professor era determinada pela auto-<br />

avaliação do aluno. Em decorrência disso, aconteceram abusos e hoje muitos educadores rejeitam o seu uso, sem uma análise mais profunda<br />

da problemática existente, e preferem, também neste caso, abandonar e criticar seu uso em vez de procurar uma transformação na forma<br />

como vem sendo feita.<br />

Foi a forma como era feita a auto-avaliação que desvalorizou seu uso. O aluno era convidado a atribuir uma nota ao seu desempenho, sem<br />

ter um critério claro, e esta nota tinha, em muitos casos, com professores mais extremados, valor absoluto registrado nos documentos do<br />

aluno. Alguns professores faziam uma média das notas dadas por eles com a nota da auto-avaliação do aluno, também com critérios<br />

diferentes, ou até sem que um soubesse o que o outro estava considerando.<br />

Nestes casos, concorda-se com OTT (apud KRAHE, 1990, p.164), quando diz: "a auto-avaliação pode tornar-se auto-restringente e auto-<br />

suficiente, negando a dimensão de ser que se constrói na interação com os demais".<br />

A auto-avaliação é um instrumento utilizado pelos componentes da ação pedagógica - professor e aluno - e não pode estar desvinculada do<br />

projeto pedagógico.<br />

Sobre isto, BARTOLOMEIS (1981, p.41) afirma: "a auto-avaliação usada na escola pode estar mascarando a sua falta de dimensão social,<br />

desviando a avaliação para os alunos, que servem de bode expiatório". Desta forma, a escola não cumpre com sua função de favorecer o<br />

desenvolvimento integral do aluno que é aprovado, não causando constrangimento para o professor ou para a escola.<br />

Entendendo-se a avaliação escolar segundo a fórmula socrática do "conhece-te a ti mesmo", o papel da auto-avaliação é fundamental para<br />

auxiliar o professor a melhor conhecer o seu aluno. Além disso, ela é importante para o próprio conhecimento de suas capacidades.<br />

Segundo FERNANDEZ (1996, p.82), "é essencial para o aluno a capacidade de auto-avaliação, de direção pessoal de seus próprios<br />

caminhos para a busca da aprendizagem". Através da auto-avaliação, o indivíduo tem oportunidade de desenvolver a capacidade crítica,<br />

iniciando estas atividades com as análises voltadas para si próprio, para suas relações com o conhecimento e com os outros, através da<br />

autocrítica.

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