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Artigo Completo

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“Príncipe Encantado”: concepção após três séculos<br />

maxilar, com proporção grande para a cabeça e pequena para o corpo, o aspecto frágil,<br />

delicado e inocente e a estrutura corporal variável, controlada conforme a vontade do criador.<br />

Observa-se nas especificações de Càmara (2005) que as características tipológicas das<br />

personagens de desenhos animados são determinadas pelas dimensões, deformidades e<br />

variações trabalhadas durante sua concepção. Devido a esse aspecto, a maioria das pessoas<br />

acaba fixando e, consequentemente, aceitando esses padrões de estereótipos instituídos pelos<br />

filmes de animação, que às vezes condiciona conceitos e valores equivocados de imagens<br />

sobre personagens “bons” e “maus” no nosso imaginário.<br />

O ideal belo na estilização da figura de moda<br />

De acordo com Fernández & Roig (2007), quase sempre o designer de moda evita a<br />

apresentação realista da figura humana, uma vez que entende ser mais interessante mostrar<br />

uma visão estilizada do figurino idealizado. Para os autores, o exagero formal é habitual entre<br />

os ilustradores de moda e, para alcançar tal intento é necessário tomar algumas liberdades no<br />

que se refere à representação das proporções do corpo.<br />

Os métodos para a estilização em moda recomendam dar à estrutura do cânone<br />

clássico uma altura maior, com o acréscimo de mais módulos atribuído à soma de mais<br />

cabeças na estrutura normal. Outro recurso utilizado é a representação da cabeça ligeiramente<br />

menor, o pescoço estreito e fino e os braços e pernas exageradamente compridos. O tronco é a<br />

parte menos alterada nesse processo.<br />

Etcoff (1999) justifica essa obsessão pelo corpo alto devido ao fato dos homens, cuja<br />

altura esteja acima da média ter mais possibilidades de conquista do que outros. A autora<br />

ressalta que não é de admirar que estejamos sempre tentando criar a ilusão da altura,<br />

independentemente do nosso tamanho.<br />

Para Vigarello (2006), a beleza romântica cultuada pela sociedade globalizada, só faz<br />

aumentar os critérios de excelência física. E isso é uma questão que tem chamado atenção não<br />

só das mulheres, mas também dos homens. Fatores como a preocupação pelo culto físico,<br />

comprovada com a invasão nas academias de ginástica, além do crescente consumo de<br />

produtos de beleza, reinventam a nova imagem do homem contemporâneo.<br />

As figuras de linguagem como meio expressivo na ilustração<br />

Ao longo da história da evolução humana, a essência da escrita deu-se por meio de<br />

pictogramas, ou seja, imagens esquemáticas e simbólicas que representavam elementos e<br />

situações existentes no contexto de cada época. Em artigo publicado na obra “Os Lugares do<br />

Design na Leitura”, Cavalcante (2008) afirma que “estudos sobre linguagem visual têm<br />

comprovado que, mesmo o ornamento ou o detalhe de um desenho possuem elementos<br />

estéticos e perceptivos que precisam ser lidos”. A autora ainda considera que “os desenhos<br />

podem apresentar uma dimensão paralela quando associados às palavras”, sendo capazes de<br />

criar uma outra narrativa simultânea ao texto.<br />

Por outro lado, diferentemente da linguagem verbal representada por palavras, há<br />

ainda muita dificuldade para as pessoas entenderem quais as diretrizes que devem ser<br />

utilizadas na leitura e na interpretação da linguagem não-verbal. É certo entender que essa<br />

prática exige muito o lado cognitivo de ver e relacionar os elementos existentes em imagens<br />

com outros itens, não havendo fórmulas ou receitas que possam ser vistas linearmente, já que<br />

o processo é dinâmico, não estando atrelado a uma organização sistemática.<br />

Contudo, Cavalcante (2008) explica que um dos caminhos possíveis de aproximação<br />

entre imagem e texto, pode ser encontrado nos fundamentos da Linguística, particularmente<br />

no emprego das “figuras de linguagem”. Essas figuras podem ser utilizadas na leitura da<br />

linguagem não-verbal conforme percebemos paralelos entre os universos da palavra e da<br />

9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design

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