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Ética: Protagonismo Juvenil - Portal do Professor - Ministério da ...

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num momento de descoberta de si e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, numa busca por novos senti<strong>do</strong>s e num<br />

exercício efetivo no presente. Ao desvalorizar ou até mesmo condenar essa busca, a<br />

socie<strong>da</strong>de e suas instituições deixam de reconhecer e respeitar as peculiari<strong>da</strong>des de seu<br />

momento de vi<strong>da</strong> (Afinal o que importa é o que vão se tornar quan<strong>do</strong> adultos...).<br />

A indefinição de não ser criança nem adulto leva a socie<strong>da</strong>de a olhar os jovens<br />

essencialmente pelo que eles não são, e dificulta uma compreensão <strong>da</strong> juventude como<br />

fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> que tenha senti<strong>do</strong> em si mesma. Quan<strong>do</strong> dirigimos nosso olhar à juventude<br />

nos preocupan<strong>do</strong> apenas com o que ela acarretará para a vi<strong>da</strong> adulta, tendemos a prescrever<br />

uma série de comportamentos e atitudes que só assumem senti<strong>do</strong> num tempo futuro. É<br />

um erro ancorar os jovens nesta temporali<strong>da</strong>de projeta<strong>da</strong>, que faz senti<strong>do</strong> apenas para os<br />

adultos que já tiveram oportuni<strong>da</strong>des de construir suas próprias experiências de vi<strong>da</strong> e<br />

extrair delas suas lições.<br />

Não serei o poeta de um mun<strong>do</strong> caduco.<br />

Também não cantarei o mun<strong>do</strong> futuro.<br />

Estou preso à vi<strong>da</strong> e olho meus companheiros.<br />

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.<br />

Entre eles, considero a enorme reali<strong>da</strong>de.<br />

O presente é tão grande, não nos afastemos.<br />

Não nos afastemos muito, vamos de mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,<br />

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista <strong>da</strong> janela,<br />

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suici<strong>da</strong>,<br />

não fugirei para as ilhas nem serei rapta<strong>do</strong> por serafins.<br />

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,<br />

a vi<strong>da</strong> presente.<br />

(Mãos Da<strong>da</strong>s / Carlos Drummond de Andrade)<br />

Os jovens e a mu<strong>da</strong>nça social<br />

Se considerarmos a socie<strong>da</strong>de como uma contínua construção que requer instituições<br />

e regras sociais mais ou menos estáveis, podemos dizer que o jovem chega depois a<br />

este mun<strong>do</strong>. Isso significa que boa parte <strong>do</strong> que lhe é apresenta<strong>do</strong> foi construí<strong>do</strong><br />

pelos outros, que insistem em convencê-Io de que este é o “melhor <strong>do</strong>s mun<strong>do</strong>s”. No<br />

entanto, por não ter participa<strong>do</strong> e se envolvi<strong>do</strong> em sua construção, o jovem possui<br />

mais condições de estranhá-lo e questioná-lo. Isso não significa que ele seja um<br />

revolucionário ou que se comporte como um viajante num mun<strong>do</strong> desconheci<strong>do</strong>. Mas<br />

faz parte de sua condição social estar mais desapega<strong>do</strong> e aberto a novas experiências<br />

<strong>do</strong> que os adultos.<br />

A juventude não é progressista nem conserva<strong>do</strong>ra por ín<strong>do</strong>le, porém é uma potenciali<strong>da</strong>de<br />

pronta para qualquer nova oportuni<strong>da</strong>de.<br />

(MANNHEIM, 1968, p. 74-75)<br />

A sintonia <strong>do</strong>s jovens com os processos de mu<strong>da</strong>nça aparece sob duas formas principais:<br />

1) Integração à socie<strong>da</strong>de: os jovens apresentam maior facili<strong>da</strong>de para se a<strong>da</strong>ptar às<br />

mu<strong>da</strong>nças frenéticas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de moderna (uso <strong>da</strong>s novas tecnologias, adesão às novas<br />

profissões) e capaci<strong>da</strong>de de propô-las, seja no campo cultural, social ou político.<br />

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