UnB Nº. 071/PR/05 - CPRM
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3.5 Grupo Araí<br />
O Grupo Araí, que teve seu nome herdado do povoado situado a 30 km a noroeste de Cavalcante,<br />
corresponde a um conjunto de rochas metassedimentares e metavulcânicas de grau<br />
anquimetamórfico a xisto verde baixo, que recobrem embasamento granito-gnáissico, Formação<br />
Ticunzal, Suíte Aurumina e Quartzo diorito Nova Roma e são recobertos pelos grupos Paranoá e<br />
Bambuí. O Grupo Araí ocorre na zona externa da Faixa de Dobramentos Brasília, constituindo uma<br />
região muito acidentada, com cotas variando entre 300 e 1650 metros. Aflora na parte setentrional<br />
da Chapada dos Veadeiros, na região das cidades de Alto Paraíso, Colinas de Goiás e Cavalcante,<br />
estendendo-se para norte, ocupando uma área de cerca de 11.000 km 2 da porção nordeste do<br />
Estado de Goiás e sudeste do Estado de Tocantins.<br />
O Grupo Araí foi subdividido da base para o topo em duas grandes formações: Arraias, com cerca<br />
de 1000 metros de espessura, representada principalmente por sedimentos psamíticos,<br />
depositados em ambiente predominantemente fluvial, e Traíras, com cerca de 1.200 metros de<br />
espessura, formada essencialmente por sedimentos psamíticos e pelito-carbonáticos, depositados<br />
em ambiente predominantemente marinho (Barbosa et al., 1969; Dyer,1970), as quais foram<br />
posteriormente relacionadas a seqüências rifte e pós-rifte respectivamente (Alvarenga et al., 2000;<br />
Dardenne et al, 1998, 1999; Martins, 1999) (Figura 14).<br />
3.5.1 Formação Arraias – PP4a<br />
A Formação Arraias é formada por rochas sedimentares e rochas vulcânicas depositadas em um<br />
ambiente sin-rifte, incluindo depósitos fluviais e eólicos intercalados com rochas vulcânicas ácidas,<br />
piroclásticas e basaltos. Os depósitos da fase rifte estão relacionados a estrutura extensional,<br />
desenvolvida entre 1770 e 1600 Ma no Centro Oeste do Brasil. O vulcanismo bimodal tem<br />
aproximadamente a mesma idade (1770 Ma) dos granitos estaníferos da Suíte Pedra Branca<br />
(PP4γpb) na sub-província do Rio Paranã. As principais unidades litológicas da Formação Arraias,<br />
descritas a seguir, não correspondem a um empilhamento estratigráfico rigoroso, mas a um<br />
conjunto de litofácies que podem ocorrer em qualquer posição da seqüência sedimentar<br />
continental, o que não permite correlações laterais a grande distância e ilustra a imbricação e a<br />
interdigitação das fácies continentais nesse ambiente de leques aluviais e de rios entrelaçados da<br />
fase sin-rifte.<br />
Litofácies - PP4acg<br />
Metaconglomerados suportados pelos seixos ou pela matriz, com seixos de granitos, riolitos,<br />
quartzo e quartzitos, ocorrem geralmente como lentes de grandes variações de espessura, onde as<br />
mais espessas estão na borda das falhas que limitam o rifte, e a partir das quais desenvolve-se o<br />
sistema de leques aluviais (Figura 12).<br />
Na Folha Cavalcante, os afloramentos mais espetaculares desta fácies são observados na cachoeira<br />
do Rio das Almas (Figura 13), onde os metaconglomerados apresentam um aspecto maciço<br />
característico, com seixos, blocos e matacões predominantemente graníticos e raras intercalações<br />
de quartzitos. Neste local, a espessura da seqüência conglomerática atinge mais de cem<br />
metros.<br />
Programa Geologia do Brasil – Folhas Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Nova Roma<br />
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