A reserva legal, e o seu instituição e o seu desmatamento ... - IEE/USP

No contexto político e econômico, sucintamente pode-se dizer que a cafeicultura
brasileira estava com dificuldades financeiras desde o último decênio do século XIX,
porém o governo, representado pelas classes latifundiárias de São Paulo e Minas
Gerais, realizava intervenções para contenção da crise, resultando em aumento de
áreas plantadas, produção além da demanda do mercado consumidor,
conseqüentemente queda do preço da saca de café e, para arrebatar, em 1929
ocorrera a quebra da bolsa de Nova York.
Em 1930, apoiado pela instituição militar Getúlio Dornelles Vargas destituiu o
regime republicano vigente, quebrando a hegemonia política das classes latifundiárias
paulista e mineira no poder do governo federal. Resistindo a nova conjuntura política,
ocorreu a revolução armada dos paulistas e mineiros em 1932, como tentativa de
retomada do poder. Portanto, o Brasil passava por um período de completas
indefinições institucionais e nesse ínterim, um enorme esforço governamental foi
realizado para criação de novas leis que regulamentasse a vida da população brasileira.
Neste período pode-se destacar a atuação de algumas organizações influenciando na
construção da legislação para os recursos naturais, são elas: Sociedades Amigos de
Alberto Torres; Clube de Amigos da Natureza; Sociedade Geográfica do Rio de Janeiro;
Sociedade Amigos da Árvore (fundada em 1931 por Alberto José de Sampaio);
Sociedade Amigos da Flora Basílica (organizada por Hoehne); Sociedade dos Amigos
do Museu (organizada por funcionários do Museu Nacional).
Outro evento importante ocorrido em 1934, como reflexo do protesto da
sociedade em relação ao desmatamento no Rio de Janeiro, foi a realização da primeira
conferência brasileira sobre a proteção da natureza, onde foram analisados os
desmatamentos das florestas de cada Estado brasileiro. Por conseguinte, o governo
Vargas, amplamente caracterizado como populista, não deixaria de equilibrar suas
ações políticas no governo federal. Assim, proferiu políticas públicas que cerceassem
as demandas conservacionistas de parte da burocracia estatal com relações em
algumas academias e centros de pesquisa, mas sem alterar os interesses políticos do
seu governo. Portanto, entre 1933 e outubro de 1934, fomentou a realização de
expedições científicas e elaborou uma série de leis acerca do uso da água, dos
minerais, da fauna e da flora, sendo instituído por meio do decreto nº 23.793, de 23 de