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Anexo #3 - GPER

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Curso de Introdução ao Ensino Religioso<br />

Subsídios do 3.º Dia<br />

O bem que fizemos na véspera é o que nos<br />

traz a felicidade pela manhã. (Provérbio hindu)<br />

ÍNDICE<br />

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS NO ENSINO RELIGIOSO................................ 02<br />

ETHOS......................................................................................................................... 02<br />

HISTÓRIA E ESTRUTURA....................................................................................... ...04<br />

TEXTOS SAGRADOS................................................................................................. 05<br />

SUGESTÕES DE PLANEJAMENTOS PARA O ENSINO RELIGIOSO:<br />

1.º ANO – ENSINAMENTOS PARA UMA VIDA FELIZ................................................ 07<br />

2.º ANO – O QUE É O BUDISMO?............................................................................. 10<br />

3.º ANO – A BUSCA DA FELICIDADE......................................................................... 13<br />

4.º e 5.º ANOS – ZEN BUDISMO – uma religião de sensibilidade e beleza............... 17<br />

ASSINTEC/SME de Curitiba – 2010


2<br />

ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS NO ENSINO<br />

RELIGIOSO<br />

As diferentes manifestações do sagrado devem ser o referencial na seleção<br />

e organização dos conteúdos do Ensino Religioso, os quais são trabalhados de<br />

forma contextualizada e inter-relacionada, buscando, assim, superar a<br />

fragmentação dos conhecimentos e saberes.<br />

A realidade do aluno é o ponto de partida e o ponto de chegada no<br />

processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, consideram-se as peculiaridades ou<br />

particularidades de cada comunidade na qual se insere a escola, para que o aluno<br />

chegue ao entendimento da diversidade das manifestações do sagrado e construa<br />

um referencial de respeito às diferenças.<br />

O sagrado constitui o foco do fenômeno religioso, portanto, o estudo deste<br />

fenômeno tem a intenção de propiciar ao aluno a compreensão das diferentes<br />

manifestações do sagrado, ressaltando o respeito às opções das pessoas na<br />

busca da espiritualidade e no exercício do diálogo inter-religioso.<br />

Segundo Otto (1993), “sagrado é uma categoria que abrange algo inefável.<br />

Possibilita uma avaliação daquilo que é exclusivamente religioso, e que ao seu<br />

tempo, escapa ao domínio racional” (apud BIRCK, 1993, p. 24).<br />

O fenômeno religioso abrange as diferentes manifestações do sagrado,<br />

portanto, a organização dos conteúdos do Ensino Religioso tem como eixo<br />

organizador: o sagrado nas tradições religiosas e místico-filosóficas. Este<br />

eixo integra um amplo conjunto de conteúdos, dentre os quais, alguns são<br />

explicitados a seguir:<br />

ETHOS – Palavra de origem grega que significa caráter. É parte da filosofia<br />

que trata do comportamento humano. “É a forma interior da moral humana em que<br />

se realiza o próprio sentido do ser” (PCNs – ENSINO RELIGIOSO, 1997, p. 37).<br />

São os costumes e maneiras de viver e conviver das pessoas. A ética religiosa se<br />

relaciona ao sagrado e se constitui num conjunto de princípios, padrões de<br />

conduta, prescrições, mandamentos e máximas que os fiéis ou adeptos devem<br />

assimilar e cumprir.<br />

Alguns desses preceitos se repetem em quase todas as religiões do<br />

mundo, como, por exemplo: não matar, não roubar, não praticar imoralidades,<br />

socorrer os necessitados, amparar os aflitos, amar o semelhante, promover a paz,<br />

entre outros.<br />

Cabe ao Ensino Religioso favorecer aos alunos a percepção de que,<br />

mesmo nas diferenças, é possível uma convivência harmoniosa. É importante<br />

ressaltar os pontos comuns das tradições religiosas e místico-filosóficas,<br />

mostrando ao aluno que, apesar das diferenças, em sua maioria, elas buscam<br />

organizar e estabelecer regras para a vida em sociedade, fundamentadas em<br />

valores comuns.<br />

A alteridade é um dos conceitos importantes a serem enfocados nesse<br />

processo de reflexão sobre a diversidade, não só religiosa, mas também pessoal,<br />

étnica e cultural.<br />

Alteridade é o estado ou qualidade daquilo que é “outro” ou diferente.<br />

Alteridade significa reconhecer o “outro”. De acordo com o Dicionário de Filosofia<br />

(1970), “alteridade é o ser outro, o colocar-se ou constituir-se como outro. A<br />

alteridade é um conceito mais restrito do que diversidade e mais extenso do que<br />

diferença.”


3<br />

Vivenciar a alteridade requer valorização e aceitação das pessoas com as<br />

suas singularidades. Conviver numa sociedade multiculturalista pressupõe o<br />

reconhecimento do direito à diferença, aceitação do outro com naturalidade e<br />

respeito.<br />

É possível conviver de modo harmonioso com pessoas de diferentes<br />

culturas, religiões, filosofias de vida e mentalidades quando se compreende o<br />

sentido dos valores básicos que devem existir nas relações humanas, como a<br />

alteridade, o respeito e a abertura ao diálogo.<br />

Cada ser humano precisa compreender-se como um ser em relação com o<br />

todo sistêmico, com todos os seres da natureza e entender que a riqueza dos<br />

seres humanos e demais seres da natureza consiste nas diferenças. Sendo assim,<br />

é importante aprender a ver o outro como ele é e deixar de querer transformá-lo ou<br />

convertê-lo em aquilo que achamos ser o único padrão correto.<br />

A consciência de pertença no coletivo se constrói com base no respeito às<br />

diferenças, numa atitude de acolhida à diversidade. O respeito ao outro é valor<br />

básico para a construção da paz, do diálogo e do entendimento.<br />

HISTÓRIA E ESTRUTURA – Esse conteúdo aborda as diferentes<br />

tradições, analisando o seu papel, sua origem histórica, mudanças evolutivas no<br />

decorrer dos tempos, estrutura hierárquica, questões de gênero, ação social, modo<br />

de ser, pensar e agir das pessoas, bem como a possibilidade de diálogo interreligioso.<br />

Aborda também o que é cultura religiosa, como se estabelecem as<br />

relações na convivência entre pessoas de diferentes crenças, permitindo assim, a<br />

compreensão do fenômeno religioso.<br />

As religiões influenciam as diferentes formas de compreender e representar<br />

a natureza e o destino dos seres humanos. São fontes inspiradoras da arquitetura,<br />

da música, da dança, do teatro, da pintura, da poesia, entre outras. “Todas as<br />

religiões mudaram com o tempo, algumas mais relutantemente do que outras. A<br />

religião não vai desaparecer. Somos basicamente religiosos; somos preparados<br />

para a religião desde o berço, como somos preparados para inúmeros outros<br />

comportamentos básicos” (BOWKER, 1997, p.10).<br />

Rudolf Otto define religião como sendo<br />

“... o encontro do homem com o sagrado” (apud<br />

BIRCK, 1993, p. 19), sendo o sentimento<br />

numinoso 3 , uma característica exclusiva da<br />

dimensão religiosa.<br />

“Religião significa a relação entre o<br />

homem e o poder sobre-humano no qual ele<br />

acredita ou do qual se sente dependente. Essa<br />

relação se expressa em emoções especiais<br />

(confiança, medo), conceitos (crenças) e ações (culto e ética)” (C. P. Tiele In<br />

HELLERN, NOTAKER e GAARDER, 2000, p.17).<br />

A partir dos conceitos anteriores, pode-se concluir que religião é a forma<br />

concreta, visível e social de relacionamento pessoal e comunitário do ser humano<br />

consigo mesmo, com o outro e com o sagrado. Ou ainda, religião é um fenômeno<br />

que as sociedades humanas têm produzido em diferentes contextos geográficos,<br />

históricos e culturais para dar respostas às questões fundamentais da vida.<br />

3 Sentimento numinoso conforme Birck (1993, p. 31) é um estado afetivo não derivado de outros<br />

elementos emocionais, mas produzido pela presença do objeto numinoso.” O objeto numinoso se<br />

relaciona ao sagrado.


4<br />

As tradições religiosas ou religiões como sistemas organizados a partir de<br />

uma estrutura hierárquica, conjunto de doutrinas, textos sagrados, ritos, símbolos e<br />

normas éticas, podem ser dogmáticas, mas também podem ser abertas e flexíveis.<br />

Sua função básica, pelo menos no plano ideal, é contribuir para com o processo<br />

civilizador da humanidade, orientar as pessoas em sua busca e relação com o<br />

sagrado, dar respostas às questões existenciais e sustentação à existência da<br />

comunidade por meio de seus preceitos éticos. Exemplos de algumas tradições<br />

religiosas: Religiões Indígenas, Religiões Afro-Brasileiras, Hinduísmo, Jainismo,<br />

Sikhismo, Taoísmo, Confucionismo, Xintoísmo, Zoroastrismo, Judaísmo,<br />

Cristianismo, Islamismo, Fé Bahá’í...<br />

Segundo as tradições místicas e filosóficas, estas não se caracterizam<br />

como religiões, mas filosofias de vida e escolas de pensamento, embora algumas<br />

possuam aspectos similares aos sistemas religiosos, como rituais, símbolos,<br />

práticas espirituais, espaços destinados às reuniões, entre outros. Em sua maioria,<br />

essas tradições têm como finalidade, ensinar e capacitar as pessoas a viver em<br />

harmonia com as leis cósmicas e naturais. AMORC – Antiga Mística Ordem<br />

Rosacruz, Gnosticismo, Maçonaria, Teosofia, Círculo Esotérico da Comunhão do<br />

Pensamento, Sociedade Brasileira de Eubiose, são alguns exemplos.<br />

Partindo das experiências dos alunos, da descoberta de si mesmos como<br />

seres religiosos que participam ou não de uma determinada religião ou filosofia de<br />

vida, neste conteúdo busca-se analisar e compreender as diferentes tradições<br />

presentes na realidade local e global.<br />

TEXTOS SAGRADOS – Para que os ensinamentos de<br />

uma religião se perpetuem se faz necessário que estes sejam<br />

transmitidos às novas gerações. Esses ensinamentos são<br />

transmitidos na forma oral, escrita, pictórica, entre outros<br />

modos.<br />

Os textos sagrados em algumas tradições são<br />

considerados revelados, em que a vontade divina se faz<br />

conhecer aos seres humanos. Cada tradição religiosa os<br />

tem, e seus ensinamentos são referenciais de fé e<br />

fundamento das normas de conduta para os seus<br />

seguidores.<br />

Vedas ou Escrituras Védicas são textos sagrados do<br />

Hinduísmo, o Sutra de Lótus e Pali Tripitaka do Budismo, o Tanach do Judaísmo, a<br />

Bíblia do Cristianismo, o Corão do Islamismo, o Kitáb-I-Aqdas da Fé Bahá’i. Estes<br />

são alguns exemplos de textos sagrados.<br />

Há tradições de texto escrito, em que o seu processo de produção ocorreu<br />

ao longo da história, em diferentes contextos culturais e geográficos. Inicialmente,<br />

alguns destes textos eram transmitidos oralmente e, depois de um tempo mais ou<br />

menos longo, foram escritos e elegidos, passando a constituir o cânon ou o<br />

conjunto das escrituras sagradas. Segundo os PCNs para o Ensino Religioso<br />

“...esta elaboração (dos textos sagrados.) se dá num processo de tempo-histórico,<br />

num determinado contexto, como fruto próprio da caminhada religiosa de um povo,<br />

observando e respeitando a experiência religiosa de seus ancestrais, exigindo a<br />

posteriori uma interpretação e uma exegese (PCNs – ENSINO RELIGIOSO, p.<br />

34).<br />

Os textos sagrados expressam mensagens e eles podem ser escritos,<br />

desenhados, pintados, falados, dançados, enfim, podem ser transmitidos por meio<br />

de várias formas comunicantes do significado religioso. Conhecer as diferentes


5<br />

linguagens simbólicas que constituem as culturas religiosas e suas tradições<br />

possibilita a (re)leitura dos textos sagrados e seus mitos.<br />

A linguagem mítico-simbólica encontra-se nos textos sagrados de diversas<br />

tradições. Por meio desta linguagem metafórica, busca-se explicar realidades além<br />

da categoria racional. “Um mito é uma história que geralmente acompanha um rito.<br />

O rito com freqUência reitera um ato em que o mito se baseia. Assim, o mito<br />

religioso tem um significado mais profundo do que a lenda e os contos folclóricos.<br />

O mito procura explicar alguma coisa. É resposta metafórica para as questões<br />

fundamentais: de onde viemos e para onde vamos? Por que estamos vivos e por<br />

que morremos? Como foi que a humanidade e o mundo passaram a existir? Quais<br />

são as forças que controlam o desenvolvimento do mundo? Muitas vezes, os mitos<br />

elucidam algo que aconteceu no princípio dos tempos, quando o mundo ainda era<br />

jovem. Por exemplo, a maioria das religiões tem seus mitos de criação, que<br />

explicam como o mundo surgiu. O objetivo principal deles não é revelar fatos<br />

históricos. A essência do mito é oferecer às pessoas uma explicação geral da<br />

existência” (HELLERN, NOTAKER E GAARDER, 2000, p. 19).<br />

Segundo Mircea Eliade (1992), todo rito, todo mito, toda crença ou figura<br />

divina reflete a experiência do sagrado. O sagrado é um elemento presente na<br />

estrutura da consciência humana. Sendo assim, o texto sagrado, para algumas<br />

tradições religiosas, possui geralmente um grande valor e significado espiritual,<br />

sendo considerado como a palavra divina revelada e não apenas um simples livro<br />

histórico, por isso, digno de respeito e veneração.<br />

SUGESTÕES DE PLANEJAMENTO PARA O ENSINO<br />

RELIGIOSO<br />

ENSINAMENTOS PARA UMA VIDA FELIZ<br />

Objetivo: Conhecer os ensinamentos éticos de algumas tradições<br />

religiosas, ressaltando a importância deles para um viver mais equilibrado e<br />

harmonioso.<br />

Atividades de sensibilização: Professor(a), convide os alunos a se<br />

sentarem, adotando uma postura confortável com a coluna reta. Peça que<br />

fechem os olhos, desliguem sua atenção dos barulhos externos e atentamente<br />

ouçam a leitura que você fará. Então leia pausadamente o texto que segue. As<br />

reticências indicam que você deve fazer uma pequena pausa. Você pode<br />

colocar como fundo uma música calma se quiser.<br />

Fique calmo, tranquilo e em paz! ...<br />

Juntos, vamos fazer três respirações calmas e profundas.<br />

Vamos começar?... Muito bem!<br />

Agora solte as pernas... Solte os braços... E relaxe...<br />

Relaxe a barriga...<br />

Relaxe o peito...<br />

Continue de olhos fechados...


6<br />

Relaxe... Relaxe... Relaxe mais ainda...<br />

Relaxe os ombros... Solte-os totalmente...<br />

Deixe a cabeça bem solta! E relaxe a cabeça e o pescoço. Gire a cabeça,<br />

primeiro da direita para a esquerda... E agora da esquerda para a direita...<br />

Fique calmo e em perfeita paz com você mesmo...<br />

Relaxe o seu rosto... Relaxe... Relaxe...<br />

Continue assim: Sinta-se leve... Leve...<br />

Você está totalmente relaxado e feliz!<br />

Perceba como uma maravilhosa paz enche o seu corpo de bem-estar e de<br />

felicidade...<br />

Você está feliz, calmo e tranquilo...<br />

Repita comigo duas vezes: Eu sou feliz! Eu sou feliz!<br />

Parabéns! Abra os olhos... Faça respirações calmas e profundas!<br />

Fique em pé e se espreguice... Alongue seu corpo esticando os braços e<br />

bocejando.<br />

Dê as mãos a um colega e diga-lhe: Você é feliz! Então, troque com ele ou ela<br />

um afetuoso abraço.<br />

(Borres Guilouski)<br />

Atividades de construção e socialização do conhecimento:<br />

1) Professor(a), se possível, apresente aos alunos imagens de algumas<br />

religiões como o Hinduísmo, Budismo, Taoísmo, Seicho-No-Ie, Judaísmo e<br />

Cristianismo. Essas imagens podem ser apresentadas diretamente de livros ou<br />

extraídas da internet. Comente onde surgiram essas religiões, explique que<br />

elas passam ensinamentos importantes para as pessoas conquistarem a<br />

felicidade. Esses ensinamentos são considerados sagrados pelos seguidores<br />

das diversas religiões. Por exemplo:<br />

• O Hinduísmo ensina que o respeito para com todas as formas de vida é<br />

uma atitude que traz felicidade para as pessoas.<br />

• O Budismo ensina a ter compaixão por todos os seres, incluindo as<br />

pessoas, os animais e as plantas. Quem pratica a compaixão é uma<br />

pessoa feliz.<br />

• O Taoísmo ensina que devemos viver em harmonia com todos os seres,<br />

e assim, desfrutaremos de uma grande felicidade.<br />

• Na Seicho-No-Ie as pessoas são orientadas a demonstrarem gratidão<br />

por tudo o que recebem dos outros, da vida e da natureza.Ser compadecido<br />

torna a pessoa feliz.<br />

• O Judaísmo ensina que a felicidade na vida das pessoas depende<br />

delas seguirem as leis de Deus e de serem justas umas com aos outras.<br />

• O Cristianismo ensina que amar todas as pessoas e a Deus é o<br />

caminho para ser feliz.<br />

2) Em cartolinas ou pedaços de papel-bobina, escreva o nome da religião e<br />

o seu respectivo ensinamento ético, por exemplo:<br />

Hinduísmo – respeitar a vida de todos os seres.<br />

Budismo – ter compaixão pelas pessoas, animais e plantas.<br />

Taoísmo – viver em harmonia com a natureza.


7<br />

Seicho-No-Ie – demonstrar gratidão pela vida e por tudo o que temos.<br />

Judaísmo – seguir as leis de Deus e ser justo.<br />

Cristianismo – amar a si mesmo, a Deus e as pessoas.<br />

3) Organize equipes, distribua giz de cera e peça que os alunos ilustrem<br />

com desenhos esses cartazes e, se já dominam a escrita, oriente-os a<br />

escreverem frases ou legendas sobre os desenhos. Ao invés de desenhar, os<br />

alunos poderão também ilustrar esses ensinamentos com recortes de gravuras<br />

de revistas. Depois, organize um varal didático com os trabalhos deles para<br />

socializá-los com outras turmas.<br />

Síntese e proposição ética:<br />

1) Professor(a), apresente para os alunos o<br />

desenho ou pintura de uma mandala. Mostre, se for<br />

possível, algumas flores que possuem essa forma, ou<br />

corte pela metade uma laranja ou outra fruta, cujo<br />

interior tem uma forma mandálica.<br />

Então, explique que nas tradições culturais<br />

religiosas do oriente, principalmente no Budismo, é<br />

comum o uso de mandalas na prática da meditação, na<br />

harmonização de ambientes, entre outras finalidades. Acredita-se que as<br />

mandalas podem transmitir energia de harmonia, paz, cura e bem-estar para as<br />

pessoas.<br />

A mandala é um desenho circular, composto com cores, desenhos e formas<br />

geométricas a partir de um centro, dando a ideia de expansão. A mandala<br />

representa a expansão da consciência, do amor incondicional, da unidade, da<br />

integração, da totalidade, etc.<br />

A palavra mandala no idioma sânscrito significa círculo e é considerada<br />

como um sagrado círculo que pode irradiar energias positivas de harmonia,<br />

paz e bem-estar.<br />

Na natureza, é fácil perceber as formas mandálicas nas flores, árvores,<br />

frutas, plumagem de algumas aves, no sol, lua, planetas, sistema solar,<br />

galáxias e em muitos outros elementos da natureza.<br />

As mandalas podem ser desenhadas ou pintadas por qualquer pessoa,<br />

representando por meio delas estados de ser, sentimentos, esperanças,<br />

expectativas, intenções e aspirações que temos na vida. Assim, pode-se pintar<br />

a mandala da paz, do amor, da amizade, da espiritualidade, da riqueza, da<br />

alegria, da prosperidade, da solidariedade, da caridade, da cura, da felicidade,<br />

etc.<br />

Ao lado, você pode ver a pintura de uma mandala da prosperidade, os tons<br />

de cores são amarelos e alaranjados.<br />

2) Relembre aos alunos os ensinamentos sagrados de algumas tradições<br />

religiosas. Escreva-os no quadro de giz, oriente uma leitura coletiva deles e<br />

comente o significado e valor destes ensinamentos na nossa vida.<br />

Exemplo: RESPEITO , VIDA, COMPAIXÃO, HARMONIA, GRATIDÃO,<br />

JUSTIÇA, AMOR .<br />

Peça que os alunos acrescentem outras palavras, como AMIZADE,<br />

FELICIDADE, PAZ, COMPANHEIRISMO, ALEGRIA, CARIDADE, etc.


8<br />

3) Distribua pedaços de papel-bobina ou de cartolina e com um prato ou<br />

outro objeto circular cada aluno poderá traçar um círculo. Então, escolherá uma<br />

palavra e, a partir do seu significado, criará uma mandala, que poderá ser<br />

pintada com giz de cera, usando diversas cores. Embaixo escreverá em<br />

destaque a palavra que escolheu e seu nome. Assim vai ter a mandala do<br />

amor, da felicidade, da amizade, da vida, da paz, etc. Professor(a), faça uma<br />

exposição dos trabalhos dos alunos na escola.<br />

Elaboração: Borres Guilousk<br />

O QUE É O BUDISMO?<br />

Objetivo: Conhecer a história de Buda e alguns de seus ensinamentos.<br />

Atividade de sensibilização: Buda é apenas um título, significa “O iluminado”<br />

e agora vamos ouvir a história de um homem que um dia se tornou Buda.<br />

O ILUMINADO<br />

Emerli Schögl<br />

Conta uma antiga história<br />

nascida lá no oriente, onde as<br />

pessoas tem na pele a beleza da cor<br />

do cobre e no sorriso a beleza das<br />

estrelas da noite, que um rei e uma<br />

rainha tiveram um filho, uma criança<br />

tão linda assim como todas as<br />

criaturas do mundo quando nascem.<br />

Este menino se chamou Sidharta<br />

Gautama e era a joia preciosa de<br />

seus pais.<br />

Esses pais o amaram tanto,<br />

porém este amor tinha muito medo,<br />

muito medo mesmo!<br />

O rei e a rainha achavam o mundo muito cruel, sofriam por pensar na<br />

existência da morte, da doença e da velhice. O sofrimento que estas coisas lhes<br />

traziam era tanto que resolveram esconder de seu filho tudo isto. A partir deste<br />

dia, o menino ficaria sempre dentro dos muros do palácio e só veria alegrias, vida e<br />

juventude.<br />

Assim o menininho cresceu. Iludido sobre as coisas da vida, sem nunca<br />

conhecer o sofrimento. Mas, como vocês já sabem por experiência própria, tudo na<br />

vida tem movimento, nada fica muito tempo como está. E, por conta da curiosidade<br />

do jovem, um dia ele fugiu do palácio, queria ver o que existia para além dos muros<br />

da alegria.<br />

Sua curiosidade o levou para conhecer a cidade, tudo era tão agitado, tão<br />

interessante... Mas, o que era aquilo ali num canto? E ele se aproximou para ver


9<br />

melhor, e o que ele viu foi uma pessoa bem doente e triste por causa das dores que<br />

sentia.<br />

O jovem Sidharta ficou branco, pensou que iria desmaiar, saiu dali o mais<br />

rápido que pode e na fuga o sofrimento não o deixava em paz. Correndo muito<br />

quase tropeçou em um cadáver e ele que nunca havia visto um morto e nem sabia<br />

que a morte chegava para todos, sentiu um grande choque.<br />

Quis ficar ali chorando para sempre, mas algo dentro dele, talvez aquela voz<br />

interior que nos ajuda sempre a continuar nossa jornada quando estamos exaustos<br />

e tristes, deu-lhe novas forças e um sentido para sua vida. Ele tinha que<br />

descobrir o que é a vida e a causa dos sofrimentos.<br />

Foi então que o príncipe voltou ao castelo, pegou suas coisas e partiu no<br />

silêncio da noite sem dizer uma palavra sequer. Ninguém o viu partir.<br />

O rapaz não estava fugindo do sofrimento desta vez, estava indo ao seu<br />

encontro, queria conhecer a essência de todo o sofrimento humano e descobrir a<br />

saída. Depois de seis anos de muita meditação, muita busca, erros e acertos ele<br />

atingiu o seu objetivo.<br />

Sentado embaixo de uma imensa árvore, ele compreendeu a essência da vida<br />

e da morte, compreendeu o sofrimento e tudo o mais. Eles se tornou então um<br />

iluminado e a partir deste dia ficou conhecido como Buda, que significa “aquele que<br />

está acordado”, que despertou do mundo ilusório para a verdade.<br />

O resto da vida de Buda foi vivida em completa serenidade e destinada a<br />

ensinar aos outros como chegar à iluminação e como se libertar de todo o<br />

sofrimento.<br />

Entre tantas coisas que Buda ensinou está a ideia de que “o que somos hoje<br />

e o que seremos amanhã depende de nossos pensamentos. Se procedo mal, sofro as<br />

consequências; se procedo bem, eu mesmo me purifico”.<br />

Atividades de construção e socialização do conhecimento:<br />

1) Os alunos podem ilustrar os seguintes ensinamentos de Buda:<br />

• “Aquele que vive em paz é feliz, pois não sonha nem com a vitória nem<br />

com a derrota”.<br />

• “O louco que reconhece sua loucura possui algo de prudente; porém, o<br />

louco que se presume sábio, esse está totalmente louco”.<br />

• “Antes de dar o coração se alegra; durante o ato de dar ele se<br />

purifica; e depois de dar ele se sente satisfeito”.<br />

• “Não corras atrás do passado, não busques o futuro, o passado<br />

passou. O futuro ainda não chegou. Vê claramente, diante de ti, o<br />

Agora”.<br />

• “Faça de ti mesmo teu próprio suporte, teu próprio refúgio”.


10<br />

2) Os alunos transformam seus trabalhos em pequenos cartões ilustrados,<br />

que poderão ser entregues no intervalo para os seus amigos.<br />

Síntese e proposição ética:<br />

Professor(a), compreenda o que é uma mandala e explique aos seus alunos<br />

ao seu modo. A mandala é um dos símbolos do Budismo. Mas é também uma<br />

criação universal.<br />

Mandala é uma palavra que tem origem no sânscrito (idioma antigo da<br />

Índia), significa "círculo" e em geral designa toda figura organizada ao redor de<br />

um centro.<br />

As mandalas do Budismo Tibetano geralmente são constituídas por uma<br />

série de círculos concêntricos, cercados por um quadrado que, por sua vez, é<br />

cercado por outro círculo.<br />

O quadrado possui um portão no centro de cada lado, o principal voltado<br />

para o leste, com outras três entradas em cada ponto cardeal. Eles<br />

representam entradas para o palácio da divindade principal e são baseados no<br />

desenho do templo indiano clássico de quatro lados.<br />

Os índios peles vermelhas<br />

construíram seus acampamentos<br />

redondos. Seguem as palavras<br />

de um chefe Sioux: "O poder do<br />

mundo manifesta-se sempre em<br />

um círculo e todo objeto tende a<br />

ser redondo: o sol e a lua nascem<br />

e se põem descrevendo um<br />

círculo; até as estações fazem um<br />

círculo voltando dali de onde vêm.<br />

A vida do homem é um círculo."<br />

(...)<br />

Convide os alunos a<br />

construírem suas mandalas,<br />

lembrando que é preciso ter um<br />

ponto central, que simboliza o mais importante, o seu eu profundo, e, então, em<br />

torno deste centro, os outros elementos que simbolizarão diferentes aspectos<br />

de suas vidas.<br />

A construção pode ser simbólica, como na ilustração. Uma flor<br />

simbolizando o aluno e os outros elementos simbolizando suas atitudes no<br />

mundo, tais como: respeito, bondade, honestidade, justiça, perdão, ternura,<br />

equilíbrio, paz, compaixão,etc.<br />

A BUSCA DA FELICIDADE<br />

Elaboração: Emerli Schlögl<br />

Objetivo: Refletir sobre a busca da felicidade conforme a proposição<br />

ética de algumas tradições religiosas.


11<br />

Atividade de sensibilização: Professor(a), se for possível, disponha os<br />

alunos em um círculo e converse com eles sobre a importância de<br />

demonstrarmos respeito e amizade uns pelos outros.<br />

Explique que eles vão realizar uma atividade para vivenciarem o respeito<br />

e o companheirismo para com os colegas e, assim, poderão sentir-se mais<br />

amigos e mais dispostos para as atividades da aula deste dia.<br />

Antes de realizar a vivência, ensine os alunos a cantarem a canção ou a<br />

recitarem a sua letra.<br />

Peça que os alunos coloquem com respeito as mãos nos ombros dos<br />

colegas e, à medida que cantam a canção sugerida, eles podem massagear os<br />

ombros e as costas.<br />

Professor(a), você pode também, ao invés de cantar a canção recitá-la à<br />

medida que acontece a massagem. Também pode ser cantada outra canção<br />

adequada para esta vivência.<br />

PAZ, LUZ, AMOR E NAMASTÊ<br />

Borres Guilouski<br />

Muita paz, muita luz, muito amor<br />

Eu quero te dar<br />

Muita paz, muita luz, muito amor<br />

Namastê, namastê, namastê, namastê, namastê<br />

Namastê, namastê,<br />

Namastê...<br />

Obs.: Explique aos alunos que a palavra “Namastê” é uma palavra de<br />

um idioma falado na Índia, país que fica na Ásia. Namastê é uma saudação e<br />

significa: O divino em mim saúda o divino em você. Ou ainda, o Deus que mora<br />

em mim saúda o Deus que mora em você.<br />

Atividades de construção e socialização do conhecimento:<br />

1) Conduza leituras coletivas, em forma de jogral e individuais do texto<br />

que segue, depois oriente uma reflexão sobre ele.<br />

A FELICIDADE<br />

As diversas tradições religiosas<br />

do mundo apresentam ensinamentos<br />

sagrados sobre a busca da felicidade.<br />

Esses ensinamentos indicam como as<br />

pessoas devem viver para conquistarem<br />

uma vida feliz.<br />

Vamos conhecer o que ensinam<br />

algumas tradições religiosas sobre este<br />

assunto, que é do interesse de todos.


12<br />

HINDUÍSMO: A verdadeira felicidade vem de Deus e é uma<br />

recompensa pela bondade. Somente as pessoas que buscam a bondade<br />

tornan-se sábias e alcançam a verdadeira felicidade.<br />

BUDISMO: A pessoa sábia e bondosa será feliz neste mundo e no<br />

outro. A felicidade é encontrada como resultado natural da prática das boas<br />

ações.<br />

XINTOÍSMO: A virtude anda de mãos dadas com a felicidade.<br />

TAOÍSMO: A felicidade na vida de uma pessoa acontece quando ela<br />

vive em perfeita harmonia consigo mesma, com seus semelhantes e com a<br />

natureza.<br />

CONFUCIONISMO: Mesmo nas situações mais pobres, uma pessoa<br />

que vive corretamente será feliz. Coisas mal adquiridas nunca trarão<br />

felicidade. À pessoa bondosa, o Céu garante felicidade.<br />

JUDAÍSMO: A felicidade é resultado de boas obras. Se as pessoas<br />

seguirem a Lei de Deus, elas serão felizes.<br />

CRISTIANSIMO: Tudo o que uma pessoa semear isto ela colherá.<br />

Quem faz o bem será feliz e sua recompensa será grande no Céu.<br />

ISLAMISMO: A felicidade virá para quem se voltar para Deus e se<br />

unir a Ele. Quem é bom será amplamente recompensado por suas obras e<br />

será muito feliz.<br />

FÉ BAHÁ’I: Feliz é a pessoa que se apegou à verdade.<br />

Fonte consultada: O. P. Ghai. Unidade na Diversidade – Coleção Herança Espiritual, Petrópolis:<br />

Vozes, 1990.<br />

2) Organize equipes. Cada equipe deverá copiar em uma cartolina um<br />

dos ensinamentos sagrados e depois ilustrá-los criativamente. Faça uma<br />

exposição dos cartazes na escola.<br />

3) Oriente a produção de um texto sobre o tema felicidade. Dê<br />

oportunidade para cada aluno ler o seu texto aos colegas.<br />

Síntese e preposição ética:<br />

1) Professor(a), escreva no quadro a questão: O QUE SIGNIFICA PARA<br />

VOCÊ SER FELIZ? À medida que cada aluno diz a sua opinião, anote-as no<br />

quadro de giz e os alunos as copiam em seus cadernos.<br />

2) Ler a história a seguir e refletir sobre ela.


13<br />

Que felicidade!! Que felicidade!!<br />

(Bhaddiya Kaligodha Sutta – Udana II.10)<br />

Em certa ocasião, o Abençoado (Mestre) estava em Anupiya no<br />

Manguezal. Agora, naquela ocasião, o<br />

Venerável Bhaddiya Kaligodha, ao ir para a<br />

floresta, para o pé de uma árvore ou para<br />

uma cabana vazia, repetidamente<br />

exclamava “Que felicidade! Que<br />

felicidade!”<br />

Um grande número de monges ouviuo<br />

repetidamente exclamar, “Que<br />

felicidade! Que felicidade!” e, ao ouvi-lo,<br />

um pensamento lhes ocorreu, “Não há<br />

dúvida de que o Venerável Bhaddiya<br />

Kaligodha não sente prazer com a vida<br />

santa, pois quando ele era um rei, ele<br />

conhecia a felicidade da realeza, e, agora,<br />

ao se recordar daquilo, ele repetidamente<br />

exclama “Que felicidade! Que felicidade!“<br />

Eles foram até o Abençoado<br />

(Mestre) e, depois de cumprimentá-lo, sentaram ao lado e relataram o<br />

ocorrido. Então, o Mestre disse para um certo monge, “Venha, monge.<br />

Em meu nome, chame Bhaddiya, dizendo, “O Mestre o chama, meu<br />

amigo.’”<br />

“Sim, senhor,” o monge respondeu e tendo ido até o Venerável<br />

Bhaddiya, ele disse:<br />

“O Mestre o chama, meu amigo.” “Sim, amigo,” o Venerável<br />

Bhaddiya respondeu.<br />

Então, ele foi até o Abençoado (Mestre) e depois de<br />

cumprimentá-lo sentou-se ao lado e o Abençoado lhe disse:<br />

“É verdade, Bhaddiya, que indo para a floresta, para o pé de uma<br />

árvore ou para uma cabana vazia, você repetidamente exclama ‘Que<br />

felicidade! Que felicidade!?”<br />

“Sim, senhor.”<br />

“O que você tem em mente quando repetidamente exclama “Que<br />

felicidade! Que felicidade!?”<br />

“Antes, quando eu era um rei, eu tinha guardas postados dentro<br />

e fora dos aposentos, dentro e fora da cidade, dentro e fora da área


14<br />

rural. Mas, mesmo estando guardado dessa forma, protegido dessa<br />

forma, eu vivia com medo – agitado, desconfiado e amedrontado.<br />

Porém, agora, indo sozinho para a floresta, para o pé de uma árvore ou<br />

uma cabana vazia, eu permaneço sem medo, sem agitação, confiante e<br />

destemido–despreocupado, calmo, minhas necessidades satisfeitas,<br />

com a minha mente como um gamo selvagem. Isso é o que tenho em<br />

mente quando repetidamente exclamo “Que felicidade! Que<br />

felicidade!”<br />

Então, dando-se conta do significado disso, o Abençoado<br />

(Mestre) exclamou:<br />

Para quem a agitação não existe, e para quem ser/existir e não<br />

ser/existir estão superados, ele é alguém–que está além do medo,<br />

feliz, sem angústia.<br />

As Mais Belas Histórias Budistas – http://www.vertex.com.br/users/san<br />

e-mail: sandro@vertex.com.br<br />

Elaboração: Borris Guilouski<br />

ZEN BUDISMO – UMA RELIGIÃO DE SENSIBILIDADE E<br />

BELEZA<br />

Objetivo: Conhecer um pouco da filosofia difundida pelo Zen Budismo,<br />

bem como localizar no mapa a região geográfica que deu origem a esta<br />

religião.<br />

Atividade de sensibilização:<br />

1) Como atividade de sensibilização, o(a) professor(a) pode contar esta<br />

pequena história Zen para seus alunos.<br />

A LUA NÃO PODE SER ROUBADA<br />

Ryokan, um mestre zen, vivia o tipo mais simples possível<br />

de vida em uma pequena cabana, no sopé de uma montanha.<br />

Uma noite, um ladrão visitou a cabana e surpreendeu-se ao<br />

descobrir que não havia nada nela para ser roubado.<br />

Ryokan voltou e o pegou. “Você provavelmente veio de longe para me<br />

visitar”, disse ele ao gatuno – “E você não deve voltar com as mãos vazias.<br />

Por favor, tome minhas roupas como um presente”.<br />

O ladrão ficou completamente desnorteado. Ele pegou as roupas e<br />

escapuliu.


15<br />

Ryokan sentou-se nu, observando a Lua. “Pobre rapaz”, ele pensou, –<br />

“Eu gostaria de poder ter dado a ele essa bela Lua.”<br />

2) Após a história, pode-se cantar a seguinte melodia ou outra música<br />

que fale sobre a lua.<br />

RESPIRA A LUA<br />

Respira a lua de mansos cordeiros<br />

Que bailam inteiros na sua figura<br />

(SCHLÖGL, Emerli. Expansão Criativa: Por uma Pedagogia da Autodescoberta. Petrópolis:<br />

Vozes, 2000.)<br />

Atividade de construção e socialização do<br />

conhecimento:<br />

1) Mostrar no mapa-múndi a localização do Japão e<br />

algumas imagens que mostrem um pouco da cultura<br />

japonesa.<br />

Contar para os alunos que o Japão (em japonês,<br />

Nippon ou Nihon, literalmente "origem do sol" ou "terra do sol<br />

nascente"), é um país do Extremo Oriente, formado por um<br />

arquipélago, situando-se ao largo da costa leste da Ásia,<br />

inteiramente dentro da zona temperada.<br />

Sua área territorial é de 377.815 km² e a densidade média da população<br />

(aproximadamente 328 hab./km²) se faz mais impressionante quando se sabe<br />

que mais de 70% da superfície do país é constituída de montanhas inabitáveis.<br />

Compreende as quatro grandes ilhas de Honshu, Shikoku, Kyushu e<br />

Hokkaido, além de mais de três mil ilhas menores nas adjacências, localizadas<br />

entre o Mar de Okhotsk a norte, o Oceano Pacífico a oeste e ao sul e o Mar da<br />

China Oriental e o Mar do Japão a oeste.<br />

A capital é Tóquio, a maior concentração urbana do mundo.<br />

2) Que tal pedir que os alunos desenhem a bandeira do Japão, entendendo o<br />

seu significado?<br />

A bandeira do Japão é formada por um sol<br />

significando o sol nascente.<br />

Como o Japão fica no extremo leste (se você<br />

estiver olhando para um mapa do mundo), ele é o primeiro<br />

país onde o sol nasce, já que o sol nasce no leste. Por<br />

isso, ele é chamado de "Terra do Sol Nascente" e sua<br />

bandeira representa o Sol nascente.<br />

3) Novamente, com o auxílio do mapa, identificar onde fica o Japão. Neste<br />

momento, o(a) professor(a) pode levar uma música japonesa e deixar soando como<br />

fundo.<br />

Professor(a), conte aos alunos que o Budismo que nasceu na Índia foi levado<br />

para outros países, entre eles o Japão. Lá ficou conhecido como Budismo Zen. Seus<br />

seguidores acreditam que todas as pessoas possuem uma natureza búdica


16<br />

(iluminada), e que para chegar até ela é preciso descobri-la por meio da prática<br />

constante da meditação.<br />

O Zen Budismo não se baseia em crenças, dogmas ou fé, mas sim na<br />

experiência interna e direta da “iluminação”, que significa uma experiência de<br />

totalidade, altamente transformadora.<br />

Conta a história que o Zen começou na Índia quando Buda Shakyamuni, em<br />

palestra no alto da montanha, sorrindo elevou o braço segurando apenas uma flor<br />

dourada, todos ficaram extremamente quietos, ninguém se arriscava a dizer nada até<br />

que um discípulo conhecido por Mahakashyapa, que era famoso por sua cara fechada,<br />

devolveu-lhe um sorriso. Buda então anunciou que a verdade havia sido<br />

compreendida por ele.<br />

Depois disto, durante muitas gerações, esta experiência do Budismo centrada<br />

na compreensão imediata e transformadora foi sendo levada para outros países e<br />

chegou ao Japão durante o período Kamakura, por volta de 1185-1333, ficando então<br />

conhecida como Zen Budismo.<br />

No Brasil, o Zen Budismo chegou na década de trinta, trazido pelos primeiros<br />

imigrantes chineses, japoneses e coreanos.<br />

A prática principal do Zen Budismo consiste em sentar e silenciar, ficar um<br />

tempo consigo mesmo. Esta meditação não tem objetivos, não há vontade de<br />

controlar nada, apenas perceber-se profundamente, estar consigo plenamente. É<br />

importante sentir tudo!<br />

Percebe-se então que a mente não para quieta, produzindo constantemente<br />

imagens e pensamentos. Então, praticar esta meditação, conhecida como Zazen, é<br />

não pensar.<br />

Síntese e proposição ética:<br />

Alguns seguidores do Zen Budismo possuem o sentimento de que ninguém no<br />

mundo existe por si só, que todos estão conectados e por isso pensam que ninguém<br />

pode viver inteiramente sozinho, até a natureza é uma companhia.<br />

Desenvolvem, portanto uma profunda gratidão aos pais, mestres, amigos,<br />

água, animais, lua, sol, estrelas, árvores, pedras, mares, montanhas, amigos,<br />

conhecidos, desconhecidos, pois sabem que todos estão juntos e vivem em<br />

companhia.<br />

Cantar novamente a música “RESPIRA A LUA” e pedir que os alunos<br />

escrevam (em casa) um breve poema após terem contemplado a lua em uma noite<br />

bonita. Na data marcada, os poemas serão expostos em forma de cartazes para a<br />

leitura de todos.<br />

Antes de uma pessoa estudar "Zen", os montes<br />

são montes e as águas são águas;<br />

após o primeiro vislumbre da verdade do Zen,<br />

os montes deixam de ser montes e as águas<br />

deixam de ser águas; depois da iluminação,<br />

os montes voltam a ser montes e as águas<br />

voltam a ser águas.<br />

Ditado Zen<br />

Obs.: Professor(a), você precisará no mínimo de três ou mais aulas para<br />

desenvolver estes planejamentos.<br />

Elaboração: Emerli Schlögl<br />

Revisão: Diná Raquel Daudt da Costa

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