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cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial (ctbmf) - Hospital ...

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Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia<br />

e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

<br />

Coordenação: Prof. Dr. Eduardo Costa Studart Soares<br />

Prof. Dr. Henrique ClasenEscarparo<br />

<br />

Docentes:Dr. Tácio Pinheiro Bezerra<br />

Dr. Fábio Wildson Gurgel Costa<br />

Dr. Saulo Hilton Botelho Batista<br />

Dr. Ivo Cavalcante Pita Neto<br />

<br />

Estagiários:Adjair Jairo<br />

Andréa Araújo<br />

Diego Esses<br />

Erick Fontenele<br />

Eugênio Paccelli<br />

Pedro Everton<br />

Rômulo Medeiros<br />

FORTALEZA-CE<br />

2009


Manual de procedimentos do Serviço de<br />

Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial<br />

(CTBMF)<br />

Sumário<br />

Capítulo 01 - Procedimentos de internação......................................................02<br />

Capítulo 02 - Cirurgia dos dentes inclusos .......................................................06<br />

Capítulo 03 - Cirurgia dos cistos dos maxilares .................................................11<br />

Capítulo 04 - Cirurgia dos tumores dos maxilares ..............................................17<br />

Capítulo 05 - Anamnese e Exame clínico para fraturas do complexo <strong>bucomaxilofacial</strong>..23<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Capítulo 06 - Fratura de nariz ......................................................................24<br />

Capítulo 07 - Fratura de mandíbula ...............................................................27<br />

Capítulo 08 - Fratura de côndilo mandibular.....................................................32<br />

Capítulo 09 - Fratura de frontal ....................................................................36<br />

Capítulo 10 - Fratura zigomática-orbitária .......................................................40<br />

Capítulo 11 - Fratura naso-órbito-etmoidal .....................................................44<br />

Capítulo 12 - Fratura de maxila ....................................................................48<br />

Capítulo 13 - Danos aos tecidos moles do complexo <strong>bucomaxilofacial</strong> .....................52<br />

Capítulo 14 - Lesões por arma de fogo ...........................................................54<br />

Capítulo 15 – Critérios para alta hospitalar ......................................................57<br />

Anexos .................................................................................................59<br />

Referências Bibliográficas............................................................................88<br />

1


CAPÍTULO 01 - PROCEDIMENTOS DE INTERNAÇÃO<br />

As orientações sobre a internação representam um importante capítulo dentro do sistema organizacional do Serviço,<br />

pelo fato de nortearem estagiários e residentes com os procedimentos adotados internamente pelo HUWC, e deste com as<br />

demais esferas de atenção do Sistema Único de Saúde. Esta seção abordará os seguintes passos:<br />

Identificação do perfil do paciente;<br />

Admissão e cadastro do paciente no HUWC;<br />

Internação propriamente dita.<br />

1. Identificação do perfil do paciente atendido pelo Serviço de CTMBF do HUWC:<br />

a. Paciente Interno:<br />

i. Paciente cadastrado no <strong>Hospital</strong> pela CTBMF;<br />

ii. Paciente encaminhado de outro serviço do <strong>Hospital</strong> para o de CTBMF.<br />

b. Paciente Externo:<br />

i. Unidade Básica de Saúde (Rede conveniada do SUS);<br />

ii. Livre demanda (UFC, Instituições de Ensino Superior, Hospitais).<br />

Andréa Araújo deVasconcellos<br />

Diego Felipe Silveira Esses<br />

2. Processo de admissão e cadastro do paciente no HUWC:<br />

a. Paciente interno:<br />

i. Preenchimento de uma Guia de Transferência (Anexo 1) pelo Serviço de origem, para o<br />

Serviço de CTBMF e posterior marcação de consulta.<br />

b. Paciente Externo:<br />

i. Unidade Básica de Saúde/Serviço Único de Saúde (UBS/SUS):<br />

I. Agendamento da consulta na própria UBS. Com o encaminhamento do paciente da<br />

UBS por meio de receituário (Anexo 2) e Guia de Autorização de Consulta (Anexo<br />

3), o paciente terá sua consulta agendada para o serviço de CTBMF.<br />

ii. Livre demanda:<br />

I. Preenchimento de receituário convencional, carimbado e assinado apenas pelo<br />

preceptor, solicitando a abertura do prontuário na mesma data (Anexo 4). Para<br />

abertura de cadastro no HUWC o mesmo deverá estar munido de CPF e de<br />

comprovante de residência.<br />

3. Protocolo de internação propriamente dito:<br />

a. Registro fotográfico do paciente, dos exames complementares ou outros documentos importantes para<br />

que sejam arquivados e o caso melhor acompanhado.<br />

i. Paciente:<br />

I. Frontal<br />

II. Perfil<br />

III. Crânio-caudal<br />

IV. Intra-oral<br />

OBS. O item i.III só será realizado se houver notadamente assimetria facial.<br />

ii.<br />

Outros documentos<br />

I. Exames por imagem<br />

II. Exames hematológicos<br />

III. Exames histopatológicos<br />

IV. Laudos, pareceres, etc.<br />

OBS. Os itens ii.II, III e IV só serão fotografados em casos específicos, onde haja real<br />

necessidade.<br />

b. Documentação necessária para a efetivação da internação do paciente:<br />

i. Pacientes residentes no município de Fortaleza:<br />

I. Ficha de anamnese (Anexo 5) – 1 via<br />

∗<br />

A anamnese deve ser preenchida na consulta inicial com o paciente. Deve-se registrar<br />

a queixa principal e a história da doença atual, ressaltando possível fator etiológico,<br />

tempo de evolução, sinais e sintomas, atendimentos anteriores e possíveis<br />

tratamentos realizados em outros locais. Deve incluir ainda informações acerca de<br />

possível comprometimento sistêmico, hábitos nocivos a saúde, presença de alergias<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

2


Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

amedicamentos e <strong>cirurgia</strong>s realizadas. É relevante ainda anotar se o paciente encontrase<br />

sob cuidados médicos, se está gestante ou toma qualquer medicamento.A história<br />

familiar também é importante. Deve-se coletar o máximo de informações para que se<br />

possa estabelecer um correto diagnóstico e um adequado plano de tratamento. Em<br />

casos específicos, outras informações são importantes, como naqueles de <strong>cirurgia</strong> para<br />

expansão da maxila, onde o ajuste do aparelho expansor deve ser verificado.<br />

II. Evolução Clínica (Anexo 6) – 1 via<br />

∗ A primeira evolução clínica do paciente deve ser feita na consulta inicial; a segunda<br />

evolução no leito, nos instantes que antecedem a <strong>cirurgia</strong>. A terceira, na sala de<br />

<strong>cirurgia</strong>, imediatamente antes de iniciar o procedimento cirúrgico. A quarta evolução<br />

deve ser logo após a <strong>cirurgia</strong>. A quinta, no 1 o dia pós-operatório (DPO); e as<br />

subseqüentes devem ser realizadas a cada retorno ambulatorial desses pacientes.<br />

∗ Primeira evolução: Durante a consulta inicial faz-se uma descrição resumida da<br />

anamnese, dando ênfase aos detalhes de maior importância, do exame físico geral e<br />

locorregional, dos exames por imagem. Finaliza dando o diagnóstico e a proposta de<br />

tratamento cirúrgico. Caso haja necessidade de solicitação de qualquer tipo de exame<br />

pré-operatório ou avaliação de outra especialidade médica ou serviço de saúde do<br />

hospital (fisioterapia, nutrição, psicologia), este deverá ser realizado neste momento<br />

da evolução juntamente com o preenchimento do documento com este fim.<br />

∗ Segunda evolução: deve ser feita no leito, antes da <strong>cirurgia</strong>. Descreve o quadro atual<br />

que o paciente apresenta neste momento, como por exemplo o aumento da dor,<br />

trismo ou edema, reação a algum medicamento, presença de alterações em exames<br />

hematológicos e por imagem não vistos anteriormente.<br />

∗ Terceira evolução: realizada na sala de <strong>cirurgia</strong>, imediatamente antes do<br />

procedimento operatório. Atesta o bom estado do paciente a ser submetido à <strong>cirurgia</strong><br />

ou estabelece os motivos pelo qual a <strong>cirurgia</strong> foi cancelada.<br />

∗ Quarta evolução: realizada após a <strong>cirurgia</strong>, sendo o paciente então encaminhado para<br />

a Sala de Recuperação. Descreve possíveis intercorrênciasocorridas durante a<br />

<strong>cirurgia</strong>. Aproveita-se ainda este momento para determinar as condutas a serem<br />

realizadas no seguimento do paciente internado, como possíveis avaliações por outras<br />

especialidades, solicitação de exames por imagem pós-operatórios, etc.<br />

∗ Quinta evolução: deve ser feita no 1º DPO. Avalia o estado de saúde do paciente,<br />

enfatizando se o presente quadro sintomático é compatível com o ato operatório.<br />

Após alta hospitalar, as próximas evoluções serão feitas no ambulatório, nas consultas<br />

de retorno para acompanhamento dos pacientes.<br />

III. Requisição de exames complementares (Anexo 7) – 1 via<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

Deve-se solicitar, para todos os pacientes:<br />

- Exames hematológicos: hemograma completo, tempo de tromboplastina parcial,<br />

tempo de protrombina, tempo de sangramento, glicemia em jejum, uréia e<br />

creatinina;<br />

- Exames radiográficos: póstero-anterior e perfil de tórax;<br />

Os exames radiográficos de face devem ser solicitados de acordo com a <strong>cirurgia</strong> a ser<br />

realizada.<br />

O eletrocardiograma deve ser solicitado rotineiramente no pré-operatório de<br />

pacientes masculinos e femininos aparentemente saudáveis, com mais de 40 e 50<br />

anos, respectivamente, ou com histórico familiar de alteração cardíaca.<br />

É importante ressaltar que o formulário para requisição de exames deve ser<br />

particularizado por área de interesse, ou seja, devemos preencher um solicitando<br />

exames hematológicos (laboratório de análises clínicas), outro para exames<br />

radiográficos (radiologia), outro para eletrocardiograma (cardiologia) e assim<br />

sucessivamente.<br />

Pacientes de qualquer idade reconhecidamente portadores de alterações sistêmicas e<br />

aqueles com mais de 60 anos deverão ser submetidos a uma avaliação pneumológica e<br />

cardiológica antes de terem seus procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral<br />

agendados.<br />

3


ii.<br />

∗ Exames especiais comotomografia computadorizada, ressonância magnética,<br />

arteriografia e cintiolografia óssea devem ser solicitadosem guia especial com esta<br />

finalidade(Anexo 16).<br />

IV. Laudo para solicitação de internação hospitalar – AIH – (Anexo 8) – 3 vias<br />

∗ Esse laudo deve ser preenchido com os dados da instituição e pessoais do paciente,<br />

deve ser descrito os principais sinais/sintomas observados durante a anamnese,<br />

esclarecendo-se o provável diagnóstico, a <strong>cirurgia</strong> a ser realizada, com seu respectivo<br />

código, assim como justificando-se a causa da internação. Não esquecer de colocar o<br />

CPF, o nome do profissional, carimbo e assinatura do mesmo.<br />

V. Prescrição (Anexo 9) – 2 vias<br />

∗ Esta deve ser feita inicialmente no momento da internação do paciente, para que<br />

fique sob os cuidados da equipe de Enfermagem. Caso haja necessidade de algum<br />

exame laboratorial ou radiográfico adicional, estes deverão constar nesta prescrição.<br />

Logo após o término da <strong>cirurgia</strong> uma nova prescrição será elaborada constando<br />

medicações, nutrição e cuidados pós-operatórios. Caso o paciente fique internado<br />

mais de um dia, a prescrição será feita diariamente até às 8:00h da manhã e deverá<br />

variar de acordo com as necessidades do paciente. Na alta hospitalar, será<br />

confeccionada uma prescrição em receituário comum, em duas vias, e entregue ao<br />

paciente juntamente com as recomendações pós-operatórias.<br />

VI. Aviso de <strong>cirurgia</strong> (Anexo 10) – 1 via<br />

∗ Deve conter a <strong>cirurgia</strong> prevista, assim como o tipo de procedimento, a complexidade<br />

da <strong>cirurgia</strong>, se há necessidade de reserva de UTI ou de solicitação de materiais de alto<br />

custo, de modo a reduzir o risco de imprevistos relacionados à infra-estrutura e<br />

disponibilidade de materiais durante/após a <strong>cirurgia</strong>.<br />

VII. Solicitação de acompanhante (Anexo 11) – 1 via<br />

∗ A permanência de acompanhantes é concedida por lei diante das seguintes<br />

circunstâncias:<br />

- Crianças e adolescentes até 18 anos de idade;<br />

- Idosos acima de 60 anos de idade;<br />

- Pacientes incapacitados.<br />

∗ Deve-se, portanto, preencher a guia de solicitação de acompanhante, não esquecendo<br />

de redigir os motivos.<br />

Pacientes provenientes de outros municípios<br />

I. Ficha de referência e contra-referência (Anexo 12) expedida pelo município de<br />

origem;<br />

II. Demais documentos acima solicitados.<br />

Esses documentos deverão ser entregues no Setor de Internação do HUWC, cujo ramal para contato é 8139.<br />

Exceção se faz ao aviso de <strong>cirurgia</strong>, que deverá ser deixado no Centro Cirúrgico do HUWC, cujo ramal para contato é<br />

8361.<br />

c. Protocolo para Alta <strong>Hospital</strong>ar<br />

i. Para alta hospitalar, é necessário que sejam preenchidos os seguintes formulários:<br />

I. Resumo de Alta (Anexo 13) – 1 via<br />

4. Seguimento da internação:<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

Deve constar no Resumo de Alta uma síntese da história do paciente, incluindo<br />

motivo da procura, principais achados durante o exame físico, o tipo de <strong>cirurgia</strong><br />

realizada e a condição sob a qual foi feita, tipo de anestesia (local ou geral), além da<br />

evolução e possíveis complicaçõestrans/pós-cirúrgicas.<br />

Importante esclarecer a terapêutica e os cuidados a serem seguidos, além de orientar<br />

acerca de como se dará o acompanhamento do paciente.<br />

A prescrição domiciliar deverá ser feita em duas vias e entregue para o paciente. O<br />

restante dos documentos ficarão na própria secretaria responsável pela enfermaria a<br />

qual o paciente está internado.<br />

É importante observar qual o tempo de acompanhamento pós-operatório para cada<br />

paciente (Anexo 15).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

4


Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

a. Condução do paciente ao serviço de internação do HUWC (Tel: 33668139):<br />

i. A equipe da internação ficará responsável pela reserva do leito e pelo encaminhamento do<br />

paciente e seus familiares ao serviço social;<br />

ii. Deve ser entregue à pessoa responsável da internação todos os documentos listados<br />

anteriormente;<br />

iii. Anotar o leito do paciente e a enfermaria.<br />

b. Ir à Secretaria do Centro Cirúrgico:<br />

i. Entregar o Aviso de Cirurgia até o limite de 14:00 horas do dia anterior ao da <strong>cirurgia</strong>.<br />

c. Conferir os materiais e/ou instrumentos para a realização da <strong>cirurgia</strong>:<br />

i. Cirurgias que necessitam de placas e parafusos de titânio:<br />

I. Ligar para o representante da distribuidora de materiais cirúrgicos até às 11:00 horas<br />

do dia anterior ao da <strong>cirurgia</strong>;<br />

II. Informar ao representante o nome da <strong>cirurgia</strong> a ser realizada, conferir se o código a<br />

ser utilizado confere com o da ficha de internação e se este dever ser alterado ou não;<br />

III. Solicitar ao representante o tipo de sistema de fixação a ser utilizado (2.0, 1.5 ou 2.4)<br />

ou materiais extras (ex: malha de titânio, chave em cruz, parafusos de fixação<br />

intermaxilar).<br />

ii. Cirurgias que necessitem de bloqueio maxilo-mandibular:<br />

I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência de barras de Erich e fio<br />

de aço 1.0;<br />

iii. Cirurgias de disjunção palatina:<br />

I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência da chave de ativação do<br />

aparelho expansor, além de pelo menos 2 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />

II. Caso inexista algum dos itens acima, ligar primeiro para o ortodontista responsável<br />

(chave de ativação).<br />

III. Verificar a estabilidade e o ajuste do aparelho.<br />

iv. Cirurgias ortognáticas:<br />

I. Conferir na central de esterilização de materiais a existênciados seguintes itens:<br />

∗ 3 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />

∗ Brocas de desgaste maxicuti;<br />

∗ Minisserras cirúrgicas;<br />

∗ Paquímetro;<br />

∗ Localizador de forame mandibular;<br />

∗ Fios de aço para bloqueio maxilo-mandibular;<br />

∗ Guias cirúrgicos (colocar na véspera para esterilizar).<br />

v. Cirurgias que necessitam de exodontia:<br />

I. Conferir na central de esterilização de materiais a presençade alavancas, fórceps e<br />

pelo menos 2 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />

vi. Para todas as <strong>cirurgia</strong>s as quais forem indicados:<br />

I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência de 2 cabos de motores e<br />

2 peças retas;<br />

II. Lembrar os preceptores de levar, pelo menos, 2 motores elétricos para uso da peça<br />

reta e das minisserras no trans-operatório.<br />

5


CAPÍTULO 02 - CIRURGIA DOS DENTES INCLUSOS<br />

Tácio Pinheiro Bezerra<br />

1. Observações:<br />

a. Caso a exodontia seja indicada para ser realizada a nível ambulatorial, o paciente deverá ser encaminhado<br />

ao ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia,<br />

Odontologia e Enfermagem, para ter seu caso resolvido.<br />

b. Pacientes com quadros de pericoronarite ativa deverão primeiro tratar a infecção para depois serem<br />

submetidos a remoção dentária.<br />

2. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação(página 2). Vale<br />

ressaltar o motivo que o levou a remover o dente retido (indicação ortodôntica, quadros prévios de<br />

pericoronarite, dor, sensação de apertamento ou movimentação dentária, etc). Caso haja histórico de<br />

quadros anteriores de pericoronarite, anotar número de episódios, quando ocorreu pela última vez, grau<br />

de severidade e medicações empregadas anteriormente. Fato a ser indagado também é a presença de dor<br />

na área da articulação têmporo-mandibular quando o paciente fica de boca aberta por muito tempo.<br />

3. Exame físico:<br />

a. Será direcionado à procura de sinais de possível quadro inflamatório-infeccioso na área dos dentes a serem<br />

removidos. Além disso, é importante atentar para o grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser<br />

operada.<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografia panorâmica (todos os casos);<br />

ii. Radiografia periapical (casos específicos);<br />

iii. Tomografia computadorizada (relação com nervo alveolar inferior – De acordo com os<br />

parâmetros de Gay Scoda, 2000).<br />

∗ Obs.: De posse dos exames por imagem, deverá ser anotado na ficha o tipo de<br />

inclusão, de acordo com as classificações de Miller-Winter e Pell e Gregory.<br />

5. Procedimentos operatórios:<br />

a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos nós);<br />

g. Infiltração de solução anestésica contendo vasoconstritor nas faces vestibular e palatina/lingual do dente a<br />

ser removido, com propósitos de vasoconstrição;<br />

h. Abordagem cirúrgica superior:<br />

i. Incisão linear sobre o rebordo (tuber da maxila), com intra-sulcular no dente segundo molar e<br />

relaxante na mesial do mesmo com bisturí número 3 e lâmina número 15 (Figura 1).<br />

∗<br />

Obs.: Há a possibilidade de se fazer incisões intra-sulculares associadas à linear sobre<br />

o rebordo quando em dentes erupcionados ou semi-inclusos sem achados clínicoradiográficos<br />

de dificuldade operatória (Figura 1).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

6


i. Abordagem cirúrgica inferior:<br />

i. Palpação da borda anterior do ramo mandibular para a realização da incisão sobre o mesmo.<br />

Esta incisão linear sobre o rebordo deve seguir a divergência do ramo mandibular, medindo<br />

aproximadamente 2 cm posterior à face distal do segundo molar. Esta incisão deve seguir intrasulcularmente<br />

no segundo molar até atingir a face mesial do mesmo onde será realizada incisão<br />

relaxante em direção ao fundo de sulco.<br />

ii. Descolamento muco-periosteal;<br />

iii. Osteotomia com brocas cirúrgicas em instrumentos rotatórios sob irrigação abundante com<br />

soro fisiológico 0,9% (broca esféricas nº 6 ou 8) (Figura 2);<br />

iv. Odontossecção com broca cirúrgica em instrumentos rotatórios sob irrigação abundante com<br />

soro fisiológico 0,9% (tronco-cônica 702, 703 ou zecrya)(Figura 3);<br />

∗<br />

Obs. 1: A realização de osteotomias e o tipo de odontossecção vai depender da<br />

posição e do tipo de inclusão do dente, não sendo,necessariamente, um<br />

procedimento realizado em todos os casos(Figura 3).<br />

∗ Obs. 2: A osteotomia e odontosecção serão realizadas com peças de mão sob baixa<br />

rotação.<br />

v. Luxação e remoção do dente com elevadores retos ou curvos (Figura 4);<br />

vi. Regularização das bordas das feridas com lima para osso;<br />

vii. Irrigação abundante com soro fisiológico da cavidade cirúrgica;<br />

viii. Sutura interrompida simples com fio de vicryl 4.0.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

6. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, alveolite seca, alveolite úmida.<br />

7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

8. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />

7


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – CIRURGIA DE DENTES INCLUSOS<br />

1- Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 24 horas após a <strong>cirurgia</strong>.<br />

2- Morder uma gaze depois da <strong>cirurgia</strong> por 30 minutos.<br />

3- Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4- Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

5- Repouso absoluto por 2 dias, não realizar esforço físico por 7 dias.<br />

6- Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

7- Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias, mas com cuidado na região<br />

dos pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

8- Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 2 minutos, 3 vezes ao dia, durante 10 dias.<br />

9- Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

10- Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />

uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />

dentista.<br />

11- É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

12- Após a remoção do dente é normal “aparecer” um “buraco” após o último dente, isto deve-se a ausência do dente<br />

removido.<br />

13- Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14- Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

15- Retornar com 7 dias para remoção dos pontos.<br />

16- Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

8


Figura 1 – Incisões de acesso para terceiros molares.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Figura 2 – Osteotomia com instrumento rotatório.<br />

9


Figura 3 – Odontossecção.<br />

Figura 4 – Luxação e remoção.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

10


CAPÍTULO 03 - CIRURGIA DOS CISTOS DOS MAXILARES<br />

Fábio Wildson Gurgel Costa<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Classificação dos cistos:<br />

a. Lesões de Tecido Mole<br />

i. Cistos Palatinos do Recém-nascido<br />

ii. Cisto Nasolabial<br />

iii. Cisto da Papila Incisiva<br />

iv. Cisto Epidermóide<br />

v. Cisto Dermóide<br />

vi. Cisto do Ducto Tireoglosso<br />

vii. Cistos Linfoepiteliais<br />

viii. Cistos Heterotópicos Orais<br />

ix. Cisto Gengival do Adulto<br />

x. Cisto de Erupção<br />

b. Lesões de Tecido Duro<br />

i. Cisto do Ducto Nasopalatino<br />

ii. Cisto Palatino Mediano<br />

iii. Cistos Odontogênicos Inflamatórios<br />

I. Cisto Radicular<br />

II. Cisto Residual<br />

III. Cisto Paradentário<br />

iv. Cisto Dentígero<br />

I. Cisto Folicular Inflamatório<br />

v. Cisto Periodontal Lateral<br />

I. Cisto Odontogênico Botrióide<br />

vi. Cisto Odontogênico Glandular<br />

∗<br />

Obs.: De acordo com a classificação da OMS, 1992 e modificada pela classificação para tumores odontogênicos<br />

publicada em 2005 (OMS, 3 a edição).<br />

2. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação (página 2). Vale<br />

ressaltar o motivo que o levou a procurar atendimento (tumefação, dor, drenagem de secreção purulenta,<br />

parestesia, ausência de erupção dentária, movimentação e/ou inclinação dentária, além de trauma na<br />

região afetada), tempo de evolução e quadros infecciosos anteriores. Caso o quadro encontre-se com<br />

infecção ativa, o mesmo deverá ser tratado antes de qualquer procedimento cirúrgico.<br />

3. Exame físico:<br />

a. Terá o propósito de localizar adequadamente a lesão, procurar sinais de possível quadro inflamatórioinfeccioso<br />

na área (como a presença de fístula), verificar a ausência de dentes (em especial, terceiros<br />

molares inferiores e caninos superiores), além de verificar a consistência do osso que recobre a lesão.<br />

Além disso, é importante atentar para o grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser operada.<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Lesões de Tecidos Moles<br />

I. Tomografia Computadorizada com janela para tecido mole<br />

II. Ultrassonografia<br />

III. Imagem por Ressonância Magnética<br />

11


ii.<br />

∗ Obs.: A indicação para tais exames está restrita a casos que suscitem dúvida.<br />

Lesões de Tecidos Duros<br />

I. Lesões < 3cm:<br />

∗<br />

∗<br />

Radiografias convencionais: periapical, oclusal superior ou inferior e panorâmica.<br />

Obs.: Radiografia oclusal deverá ser indicada especialmente em lesões localizadas até<br />

a região de primeiro molar inferior.<br />

∗ Obs.: Caso a radiografia panorâmica não esteja disponível, deverão ser solicitadas,<br />

para lesões em região posterior da mandíbula, as radiografias póstero-anterior de<br />

mandíbula e lateral oblíqua do lado comprometido (direita ou esquerda).<br />

II. Lesões > 3cm:<br />

∗<br />

∗<br />

Radiografias convencionais;<br />

Tomografia Computadorizada com contraste (em cortes coronais e axiais para<br />

reconstrução tridimensional).<br />

∗ Obs.: O exame de TC é especialmente indicado em lesões extensas localizadas em<br />

região posterior de maxila, bem como em casos de perda de cortical óssea.<br />

c. Teste de sensibilidade<br />

i. Em casos suspeitos de cisto radiculare, o teste de sensibilidade com frio, empregando o<br />

Endofrost ou similar deve ser realizado.<br />

d. Biópsia<br />

i. Punção aspirativa prévia à biópsia:utilizar seringa descartável de 20mL com o auxílio de duas<br />

agulhas descartáveis 40 X 12 (uma acomplada a seringa para aspirar o conteúdo cístico e<br />

outra,não acoplada, para evitar o desconforto do procedimento).<br />

ii. Biópsia Incisional (lesões 3cm)<br />

I. Convencional;<br />

II. Convencional + Ostectomia com broca cirúrgica (quando se pensar tratar-se de uma<br />

lesão agressiva).<br />

III. Obs.: Os procedimentos de punção aspiratória e biópsia deverão ser realizados no<br />

ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de<br />

Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Obs.: Lesões menores que 3cm, as quais serão tratadas sem biópsia, e aquelas cujo tratamento incluirá<br />

marsupialização ou descompressão deverão ser encaminhados para o ambulatório de Cirurgia Buco-<br />

Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, para terem<br />

seus procedimentos realizados.<br />

b. Acesso Cirúrgico x Localização<br />

i. Extra-oral: cisto do ducto tireoglosso, cisto linfoepitelial cervical, cisto dermóide e/ou cisto<br />

não-odontogênico localizado abaixo do músculo genióideo).<br />

ii. Intra-oral: demais cistos odontogênicos e não-odontogênicos.<br />

c. Modalidades de tratamento<br />

i. Lesões Agressivas (cisto odontogênico glandular e cisto odontogênico botrióide):<br />

I. Enucleação + ostectomia com broca cirúrgica (lesões 3cm).<br />

ii. Lesões Não-agressivas (demais cistos odontogênicos):<br />

I. Enucleação (lesões 3cm).<br />

∗<br />

Obs. A marsupialização poderá ser indicada como terapia única apenas em pacientes<br />

com até 12 anos de idade, cujas famílias se comprometam em retornar para<br />

reavaliações periódicas.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

12


iii.<br />

∗ Obs.: O tempo de marsupializaçãodeverá ser suficiente para que a radiografia de<br />

controle evidencie pelo menos 60% de redução da área radiolúcida. A troca de gazes<br />

deverá ser realizada em ambiente ambulatorial a cada 3 dias.<br />

Cistos Não-odontogênicos<br />

I. Enucleação<br />

6. Procedimentos operatórios:<br />

Cisto Nasolabial<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

h. Incisão com bisturi frio no tecido sobrejacente a tumefação;<br />

i. Descolamento tecidual com completa separação entre mucosa oral e epitélio cístico, periósteo e epitélio<br />

cístico, bem como mucosa nasal e epitélio cístico;<br />

j. Enucleação;<br />

k. Inspeção quanto à presença de possível comunicação com a fossa nasal. Caso presente, suturar com fio<br />

vycril 4.0;<br />

l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

m. Sutura com fio vycril 4.0 nas incisões intra-bucais;<br />

n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Cisto do Ducto Nasopalatino<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados na descrição anterior;<br />

b. Incisão intrasulcular com bisturi frio, em extensão proporcional às dimensões da lesão;<br />

c. Desinserção das papilas gengivais;<br />

d. Descolamento e rebatimento da mucosa palatina de recobrimento;<br />

e. Enucleação do cisto;<br />

f. Reposicionamento do retalho palatino;<br />

g. Sutura com fio vycril 4.0 nas papilas gengivais;<br />

h. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Cisto Dermóide, Cisto Heterotópico Oral (acima da musculatura geniohioideia)<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

b. Infiltração em assoalho bucal e língua de Xylocaína a 2%;<br />

c. Identificação do ducto excretor de Warthon;<br />

d. Incisão linear com bisturi frio abrangendo região ventral de ponta de língua, continuando-se até assoalho<br />

de boca;<br />

e. Divulsão tecidual com concomitante reparação do feixe vásculo-nervoso lingual, se necessário;<br />

f. Enucleação;<br />

13


g. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

h. Avaliação da função salivar através da estimulação mecânica (ordenha) do par de glândulas sublingual e<br />

submandibular;<br />

i. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Cisto Dermóide, Cisto Heterotópico Oral (inferior à musculatura geniohioideia)<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;;<br />

∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />

b. Infiltração em assoalho bucal e em pele de recobrimento submandibular/submentual de Xylocaína a 2%;<br />

c. Incisão com bisturi frio em pele e teidoelularsubutâneo até o músculo platisma;<br />

d. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e incisão do músculo<br />

platisma;<br />

e. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />

∗<br />

Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado operado, o que chama<br />

atenção para a proximidade com o ramo mandibular do nervo facial;<br />

∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a ligadura com fio de<br />

algodão 2.0.<br />

f. Exposição da lesão cística;<br />

g. Enucleação;<br />

h. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />

i. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submandibular/submentual;<br />

j. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />

k. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

∗<br />

Obs.: Armstrong et al. (2006) sugeriram, além da abordagem intra-bucal e extra-bucal em separado,<br />

uma combinação de ambas em casos onde o cisto situe-se em uma perspectiva trans-geniohioideia.<br />

Cistos dos maxilares com comportamento biológico não-agressivo (inclui: cistos inflamatórios, cisto<br />

dentígero e cisto periodontal lateral)<br />

∗<br />

Obs.: Casos extensos deverão ser submetidos a marsupialização à nível ambulatorial, como terapia<br />

isolada ou prévia a enucleação.<br />

∗ Obs.: Dentes com comprometimento pulpar ou em íntima associação a lesão deverão ser tratados<br />

endodônticamente previamente ao seu tratamento.<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

b. Infiltração em fundo de vestíbulo de Xylocaína a 2%;<br />

c. Incisãosulcular com uma ou duas incisões relaxantes com bisturi frio;<br />

∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />

dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />

d. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

e. Ostectomia com broca cirúrgica esférica para acesso à lesão, se necessário;<br />

f. Enucleação;<br />

g. Remoção de dente incluso ou parcialmente erupcionado, que esteja em íntima associação com à lesão,<br />

cujo prognóstico seja desfavorável à erupção espontânea ou induzida (inclui: desinclusões cirúrgicoortodônticas<br />

e auto-transplantes);<br />

h. Regularização das margens ósseas produzidas pela cavidade cística com lima para osso;<br />

i. Irrigação profusa da loja cirúrgica com solução fisiológica a 0,9%;<br />

j. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

k. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

14


Cistos dos maxilares com comportamento biológico agressivo (inclui: cisto odontogênico glandular e<br />

cisto odontogênico botrióide)<br />

∗<br />

Obs.: Casos extensos deverão ser submetidos a marsupialização à nível ambulatorial, como terapia<br />

isolada ou prévia a enucleação.<br />

∗ Obs.: Dentes em íntima associação a lesão deverão ser extraídos.<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

b. Infiltração em fundo de vestíbulo de Xylocaína a 2%;<br />

c. Incisãosulcular com uma ou duas incisões relaxantes com bisturi frio;<br />

∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />

dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />

d. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

e. Ostectomia com broca cirúrgica esférica para acesso à lesão, se necessário;<br />

f. Enucleação da lesão;<br />

g. Remoção de dente incluso ou parcialmente erupcionado associado à lesão;<br />

h. Ostectomia periférica com broca esféricadi tipo maxicut;<br />

i. Regularização das margens ósseas produzidas pela cavidade cística com lima para osso;<br />

j. Irrigação profusa da loja cirúrgica com solução fisiológica a 0,9%;<br />

k. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

l. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

7. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia.<br />

8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />

b. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

9. Recomendações pós-operatorias:<br />

∗<br />

Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />

10. Acompanhamento:<br />

a. Os pacientes submetidos a marsupialização deverão retornar a cada 3 dias para a troca de gazes até que as<br />

bordas da ferida estejam epitelizadas. Passado este período, deverão retornar a cada 3 meses até o<br />

completo reparo da lesão ou quando se decidir por um segundo tempo cirúrgico (enucleação ou<br />

enucleação + ostectomia de parede com broca).<br />

b. Os pacientes submetidos a um procedimento cirúrgico único deverão retornar com 7 ou 10 dias, para a<br />

remoção dos pontos, 6 meses, 1 ano. Depois deste período inicial, passarão a ser acompanhados<br />

anualmente por 5 anos.<br />

c. Nos casos onde um dente incluso foi mantido na esperança de sua erupção espontânea ou induzida por<br />

técnicas ortodônticas, os pacientes deverão ser vistos a cada 3 meses.<br />

d. Naqueles pacientes onde dentes foram mantidos e cujos ápices mantinham relação com lesões de baixa<br />

agressividade, o teste de sensibilidade deverá ser realizado 60 e 120 dias após o ato operatório. Em caso<br />

negativo, enviar para o ambulatório de endodontia do curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia,<br />

Odontologia e Enfermagem.<br />

e. O acompanhamento radiográfico deverá ser feito com radiografias convencionais. Apenas em casos raros<br />

ou localizados em região posterior da maxila, a tomografia computadorizada deverá também ser<br />

solicitada.<br />

15


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – CISTOS DOS MAXILARES<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 7 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

12. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

13. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

16


CAPÍTULO 04 - CIRURGIA DOS TUMORES DOS MAXILARES<br />

Eduardo Costa Studart Soares<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Classificação dos tumores benignos odontogênicos:<br />

a. Epitélio odontogênico com estroma fibroso maduro sem ectomesênquima odontogênico:<br />

i. Ameloblastoma sólido / tipo multicístico;<br />

ii. Ameloblastoma periférico / tipo periférico;<br />

iii. Ameloblastoma, tipo desmoplásico;<br />

iv. Ameloblastoma, tipo unicístico;<br />

v. Tumor odontogênico escamoso;<br />

vi. Tumor odontogênico epitelial calcificante;<br />

vii. Tumor odontogênico adenomatóide;<br />

viii. Tumor odontogênico ceratocístico.<br />

b. Epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico com ou se a formação de tecido duro:<br />

i. Fibroma ameloblástico;<br />

ii. Fibrodentinomaameloblástico;<br />

iii. Fibro-odontomaameloblástico;<br />

iv. Odontoma<br />

I. Odontoma, tipo composto;<br />

II. Odontoma, tipo complexo.<br />

v. Odontoameloblastoma;<br />

vi. Tumor odontogênico cístico calcificante;<br />

vii. Tumor dentinogênico de células fantasmas.<br />

c. Mesênquima e/ou ectomesênquima odontogênico com ou sem epitélio odontogênico:<br />

i. Fibroma odontogênico;<br />

ii. Mixoma / mixofibroma odontogênico;<br />

iii. Cementoblastoma<br />

d. Lesões ósseas relacionadas:<br />

i. Fibroma ossificante;<br />

ii. Displasia fibrosa;<br />

iii. Displasias ósseas;<br />

iv. Lesão central de células gigantes;<br />

v. Querubismo;<br />

vi. Cisto ósseo aneurismático<br />

vii. Cisto ósseo simples.<br />

viii. Fibroma desmoplásico<br />

∗<br />

Obs.: De acordo com a classificação modificada para tumores odontogênicos publicada em 2005 (OMS, 3 a<br />

edição). Modificada porque as lesões malignas foram retiradas por não serem tratadas pela Cirurgia e<br />

Traumatologia Buco-Maxilo-facial e o fibroma desmoplásico não consta nesta classificação.<br />

2. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação (página 2). Vale<br />

ressaltar o motivo que o levou a procurar atendimento (tumefação, dor, drenagem de secreção purulenta,<br />

parestesia, ausência de erupção dentária, movimentação e/ou inclinação dentária, além de trauma na<br />

região afetada), tempo de evolução e quadros infecciosos anteriores. Caso o quadro encontre-se com<br />

infecção ativa, o mesmo deverá ser tratado antes de qualquer procedimento cirúrgico.<br />

3. Exame físico:<br />

a. Terá o propósito de localizar adequadamente a lesão, procurar sinais de possível quadro inflamatórioinfeccioso<br />

na área (como a presença de uma ou múltiplas fístulas), verificar a ausência de dentes (em<br />

especial, terceiros molares inferiores e caninos superiores), além de verificar a consistência do osso que<br />

recobre a lesão. É importante ficar atento ao grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser operada.<br />

17


4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Região anterior da maxila e mandíbula:<br />

I. Lesões 3 cm<br />

∗ Radiografias convencionais: periapicais, oclusal, panorâmica;<br />

∗ Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais), se necessário.<br />

ii. Região posterior da maxila e mandíbula:<br />

I. Lesões 3 cm<br />

∗ Radiografias convencionais: panorâmica;<br />

∗ Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais), se necessário.<br />

∗ Obs.: Radiografia oclusal deverá ser indicada especialmente em lesões localizadas até<br />

a região de primeiro molar inferior.<br />

∗<br />

Obs.: Caso a radiografia panorâmica não esteja disponível, deverão ser solicitadas,<br />

para lesões em região posterior da mandíbula, as radiografias póstero-anterior de<br />

mandíbula e lateral oblíqua do lado comprometido (direita ou esquerda).<br />

∗ Obs.: O exame de TC é especialmente indicado em lesões extensas localizadas em<br />

região posterior dos maxilares, bem como em casos de perda de cortical óssea.<br />

c. Prototipagem<br />

i. Em casos onde seja necessário a colocação de placa de reconstrução, OBRIGATORIAMENTE<br />

deverá ser solicitado tomografia computadoriza para confecção de protótipo.<br />

d. Teste de sensibilidade<br />

i. Dentes que se pretende manter e cujos ápices apresentam relação com as lesões tumorais,<br />

deverão ter sua sensibilidade testada para o frio, empregando o Endofrost ou similar, antes e<br />

após o procedimento cirúrgico.<br />

e. Biópsia<br />

i. Punção aspirativa prévia à biópsia: deverá ser realizada em todas as lesões que se suspeite conter<br />

líquido em seu interior.<br />

ii. Biópsia Incisional (lesões >2cm)<br />

iii. Biópsia Excisional (lesões< 2cm)<br />

I. Enucleação;<br />

II. Enucleação + Ostectomia com broca cirúrgica (quando se pensar tratar-se de uma<br />

lesão agressiva).<br />

III. Obs.: Os procedimentos de punção aspiratória e biópsia deverão ser realizados no<br />

ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de<br />

Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />

IV. Obs. Lesões menores que 2cm cujas características clínicas e/ou imaginológicas<br />

simulem lesões malignas deverão ser submetidas a bióspiaincisional.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Obs.: Lesões menores que 2cm, as quais serão tratadas sem biópsia, e as lesões (tumor odontogênico<br />

ceratocístico e ameloblastomaunicístico) cujaopção terapêutica poderá incluir amarsupialização, deverão<br />

ser encaminhados para o ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade<br />

de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, para terem seus procedimentos realizados.<br />

b. Acesso Cirúrgico x Localização<br />

i. Extra-oral: lesões localizadas em região de ângulo/ramo mandibular, cujo tratamento deverá<br />

ser feito por meio de recontorno e ressecção com ou sem continuidade óssea.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

18


ii. Intra-oral: todas as demais formas de tratamento empregadas em lesões localizadas na maxila e<br />

na mandíbula (regiões sínfise e corpo).<br />

c. Comportamento biológico x forma de tratamento:<br />

Agressividade baixa:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

a. Definição: lesões bem diferenciadas, normalmente com cápsula bem definida, e com pouca tendência a<br />

reincidência. Ex.:Odontoma, tumor odontogênico adenomatóide, fibro-odontomaameloblástico,<br />

cementoma verdadeiro, displasia óssea focal, etc.<br />

b. Forma de tratamento<br />

i. Enucleação<br />

∗ Obs.: Dentes inclusos com rizogênese incompleta associadas a lesões extra-foliculares<br />

deverão ser mantidas e acompanhados.<br />

∗ Dentes erupcionados associados a lesões deverão ser mantidos, se possível.<br />

ii. Recontorno<br />

∗ Indicado para displasia fibrosa causando deformidade facial evidente e alguns casos de<br />

displasia óssea florida.<br />

iii. Controle periódico<br />

∗ Reservado para a displasia fibrosa, displasia óssea focal e florida assintomáticas, além<br />

do querubismo.<br />

∗ Dentes erupcionados associados a lesões deverão ser mantidos, se possível.<br />

iv. Acesso cirúrgico e estímulo ao sangramento<br />

∗ É um procedimento exclusivo para o cisto ósseo simples.<br />

v. Acompanhamento<br />

I. 1º ano: 6 meses e 12 meses,<br />

II. 2º, 3º, 4º e 5º anos: anual.<br />

Agressividade moderada:<br />

a. Definição: lesões de limites pouco definidos, por normalmente serem desprovidas de cápsula, e com<br />

alguma tendência a recorrência. Ex.: Lesão central de células gigantes, fibroma ossificante, tumor<br />

odontogênico epitelial calcificante, fibroma odontogênico central, fibroma ameloblástico, mixoma<br />

odontogênico, cisto ósseo aneurismático, etc.<br />

b. Forma de tratamento<br />

i. Enucleação seguida de ostectomia de parede com broca<br />

∗ Obs: Dente incluso com rizogênese incompleta associado uma lesão extra-folicular<br />

deverá ser mantido e acompanhado, se possível.<br />

∗ Obs.: Dentes erupcionados associados a lesão deverão ser extraídos.<br />

ii. Acompanhamento<br />

I. 1º ano: 6 meses e 12 meses<br />

II. 2º, 3º, 4º e 5º anos: anual<br />

iii. TO ceratocístico<br />

I. Lesões < 3 cm: enucleação seguida de ostectomia de parede com broca.<br />

II. Lesões > 3 cm: marsupialização seguida de enucleação + ostectomia de parede com<br />

broca.<br />

∗ Obs.: O tempo de marsupializaçãodeverá ser suficiente para que a radiografia de<br />

controle evidencie pelo menos 60% de redução da área radiolúcida. A troca de gazes<br />

deverá ser realizada em ambiente ambulatorial a cada 3 dias.<br />

∗ Obs.: Dente incluso deverá ser mantido, se possível.<br />

∗ Obs.: Dentes erupcionados associados a lesão deverão ser submetidos a tratamento<br />

endodôntico, se possível.<br />

iv. Ameloblastomaunicístico<br />

I. Lesões < 3 cm: enucleação seguida de ostectomia de parede com broca.<br />

II. Lesões > 3 cm: marsupialização por 6 meses seguida de enucleação + ostectomia de<br />

parede com broca.<br />

∗ Obs.: Dentes inclusos e erupcionados associados a lesão deverão ser extraídos.<br />

19


Agressividade elevada<br />

a. Definição: Lesões de limites pouco definidos, de natureza infiltratia e com altos índices de recorrência<br />

quando tratadas conservadoramente. Ex.:Ameloblastoma sólido ou multicístico, fibroma desmoplásico,<br />

etc.<br />

b. Forma de tratamento<br />

i. Ressecção com ou sem defeito de continuidade<br />

∗ Dentes inclusos ou erupcionados associados a lesãodeerão ser extraídos<br />

ii. Acompanhamento<br />

I. 1º ano: 6-12 meses<br />

II. 2º – 10º ano: anual.<br />

6. Procedimentos operatórios:<br />

Lesões tratadas por acesso intra-oral<br />

a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbanteutilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

h. Incisão sulcular com 1 ou 2 incisões relaxantes com bisturi frio<br />

∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />

dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />

i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

j. Tratamento propriamente dito:<br />

i. Enucleação ou;<br />

ii. Enucleação + ostectomia com broca do tipo maxicutt nas paredes ósseas ou;<br />

iii. Recontorno com broca do tipo maxicutt ou;<br />

iv. Ressecção com ou sem continuidade óssea empregando brocas n o 702 ou serras na confecção<br />

das osteotomias e brocas do tipo maxicutt na regularização das paredes.<br />

k. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

l. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

m. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Lesões tratadas por acesso extra-oral<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />

b. Infiltração em pele de recobrimento da região submentual/ submandibular/retromandibularde Xylocaína<br />

a 2%, de acordo com a localização da lesão;<br />

c. Incisão com bisturi frio em pele e tecido celular subcutâneo<br />

d. Acesso Cirúrgico<br />

i. Submandibular<br />

I. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e<br />

incisão do músculo platisma;<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

20


ii.<br />

II. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />

∗<br />

Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado operado,<br />

o que chama atenção para a proximidade com o ramo mandibular do nervo facial;<br />

∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a<br />

ligadura com fio de algodão 2.0.<br />

III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e periósteo<br />

Retromandibular<br />

I. Incisão através da fusão do músculo platisma, sistema músculo-aponeurótico<br />

superficial e cápsula parótida;<br />

II. Dissecção romba em direção a borda posterior da mandíbula;<br />

∗ Obs.: Nesta fase normalmente há interferência do nervo facial. É interessante<br />

identificar, dissecar e retrair o ramo mandibular marginal.<br />

III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e descolamento do músculo masséter;<br />

e. Exposição da lesão tumoral;<br />

f. Tratamento propriamente dito:<br />

i. Ressecção com ou sem continuidade óssea empregando brocas n o 702 ou serras na confecção<br />

das osteotomias e brocas do tipo maxicutt na regularização das paredes;<br />

ii. Recontorno com broca do tipo maxicutt.<br />

g. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />

h. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submentual / submandibular/retromandibular;<br />

i. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />

j. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

7. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extraoral).<br />

8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

8. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />

9. Acompanhamento:<br />

a. Os pacientes submetidos a marsupialização deverão retornar a cada 3 dias para a troca de gazes até que as<br />

bordas da ferida estejam epitelizadas. Passado este período, deverão retornar com 3 e 6 meses, quando<br />

deverão ser submetidos à ostectomia de parede com broca.<br />

b. Os pacientes submetidos a remoção de lesões de agressividade moderada e elevada deverão retornar para<br />

controle por um período mínimo de 10 anos.<br />

c. Nos casos onde um dente incluso foi mantido na esperança de sua erupção espontânea ou induzida por<br />

técnicas ortodônticas, os pacientes deverão ser vistos a cada 3 meses.<br />

d. O acompanhamento radiográfico deverá ser feito com radiografias convencionais. Apenas em casos raros<br />

ou localizados em região posterior da maxila, a tomografia computadorizada deverá também ser<br />

solicitada.<br />

21


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – TUMORES ODONTOGÊNICOS<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

22


CAPÍTULO 05 - ANAMNESE E EXAME CLÍNICO PARA<br />

FRATURAS DO COMPLEXO BUCO-MAXILO<br />

MAXILO-FACIAL<br />

Eduardo Costa Studart Soares<br />

1. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2).<br />

Depois de ter conhecimento do paciente ser vítima de trauma de face, devemos nos ater inicialmente as<br />

informações referentes ao trauma propriamente dito, incluindo: quando (data do trauma e do 1º<br />

atendimento), como (direção e intensidade da força) e onde aconteceu (condições do local: estrada de<br />

terra, asfalto). A etiologia do trauma (acidente automobilístico, motociclístico, agressão física, por arma<br />

de fogo, etc), a presença de traumas associados (crânio, tórax, etc) e o grau de consciência, além de um<br />

histórico de episódios eméticos são relevantes. Além disso, devemos indagar o doente acerca da presença<br />

de dor, parestesia, episódios de hemorragia (epistaxe), alteração de oclusão, diplopia, etc. Por fim, obter<br />

informações sobre a presença de dentes (dentado, parcialmente dentado ou desdentado), cronologia de<br />

erupção (decídua, mista, permanente) e higiene oral (boa, regular, deficiente).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

2. Exame físico:<br />

* Obs.: O exame físico deverá ser realizado em ambiente bem iluminado, utilizando-se de<br />

palpação bidigital e bilateral simultaneamente.<br />

a. Será iniciado avaliando possível comprometimento do tecido mole (laceração, abrasão, equimose,<br />

hematoma, enfisema, contusões, feridas puntiformes, feridas cortantes, feridas perfuro-cortantes, feridas<br />

perfuro-contusas, feridas corto-contusas, mordedura humana ou animal, ferimentos por projéteis de<br />

armas de fogo). Posteriormente se verificará a presença de assimetria facial, paralisia, edema, equimose,<br />

hematoma, distopia, telecanto, dificuldade de movimentação ocular, má-oclusão, perda de substância,<br />

exposição de tecido ósseo, limitação de abertura bucal, dor à palpação, degrau, presença de corpo<br />

estranho, rinoliquorréia, otoliquorréia, etc.<br />

* Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma(Anexo 20) usada no serviço<br />

de CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

3. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Serão individualizados no decorrer dos capítulos sobre os diversos tipo de trauma.<br />

c. Prototipagem<br />

i. Em casos de seqüelas de traumatismos , quando possível será solicitado tomografia<br />

computadoriza para confecção de protótipo.<br />

23


CAPÍTULO 06 - FRATURA DE NARIZ<br />

Erick Helton Lima Fontenele<br />

1. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Em especial, nestes casos, pesquisar a presença de<br />

obstrução nasal, episódios de epistaxe, além de história de trauma nasal prévio. É fundamental saber a<br />

forma e possíveis desvios do nariz anteriores a fratura. Em alguns casos, deverá ser solicitado que o<br />

paciente traga uma foto recente para comparação.<br />

2. Exame físico:<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23). Especificamente para casos suspeitos de fratura nasal devemos estar alertas a presença de<br />

laceração, ruptura da mucosa, equimose e hematoma intenso, além de possível edema palpebral e<br />

hemorragia subconjuntival. A palpação poderá evidenciar instabilidade com ou sem deslocamento nasal,<br />

depressão óssea, crepitação e mais raramente, enfisema subcutâneo.<br />

* Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de CTBMF-<br />

HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

3. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografias<br />

I. Póstero-anterior de face;<br />

II. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />

III. Perfil de face.<br />

ii. Tomografia computadorizada (quando percebe-se o envolvimento do complexo naso-orbitoetmoidal).<br />

4. Considerações acerca do tratamento<br />

a. Indicações:<br />

i. Fraturas com desvio e/ou instabilidade;<br />

ii. Tempo de evolução<br />

I. Os casos só serão tratados no serviço com até 15 dias de ocorrido o trauma. Depois<br />

disso, deverão ser encaminhados para o Serviço de Cirurgia Plástica do <strong>Hospital</strong><br />

Universitário Walter Cantídio para tratamento.<br />

iii. Comprometimento estético e funcional.<br />

b. Tipos de Redução da fratura<br />

i. Fechada<br />

I. Indicações:<br />

∗<br />

Fraturas unilaterais ou bilaterais dos ossos nasais;<br />

∗ Fraturas com desvio menor que a metade da profundidade da ponte nasal.<br />

ii. Aberta<br />

I. Indicações:<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

∗<br />

Fratura/desvio intenso do osso nasal/septo;<br />

Desvio da pirâmide nasal excedendo metade da profundidade da ponte nasal;<br />

Fraturas septais abertas;<br />

Deformidade persistente após redução fechada;<br />

Fraturas cominutivas que necessitam de enxertos ou osteossíntese com<br />

miniplacas.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

24


5. Procedimentos operatórios:<br />

Redução Fechada<br />

a. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />

paciente é alérgico a iodo);<br />

d. Aposição de campos estéreis;<br />

e. Introduzir instrumento comprido e arredondado (elevador de Digman ou Asch) na fossa nasal e aplicar<br />

força de dentro para fora e, ao mesmo tempo, direcionar a redução da fratura com a mão no sentido<br />

contrário;<br />

f. Curativo interno com gaze seca, devendo ser mantido por 7-10 dias;<br />

g. Contenção externa com gase gesso coberto com micropores, devendo ser mantido por pelo menos 7 dias.<br />

Redução Aberta<br />

a. Os casos deverão ser encaminhados para o Serviço de Cirurgia Plástica do <strong>Hospital</strong> Universitário Walter<br />

Cantídio para tratamento.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

6. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor. Diante destes acontecimentos<br />

não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve<br />

sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, deformidade residual, obstrução nasal<br />

persistente, anosmia.<br />

7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

7. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Evitar assoar o nariz;<br />

c. Espirrar de boca aberta;<br />

a. Descongestionante nasal após a remoção do curativo interno.<br />

8. Acompanhamento:<br />

a. Remoção do tamponamento nasal com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (póstero-anterior<br />

de face, póstero-anterio oblíqua de face de Waters e perfil de face) nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1<br />

ano.<br />

25


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS– FRATURA DE NARIZ<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

4. Alimentação normal.<br />

5. Escovar os dentes normalmente.<br />

6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />

7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />

8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />

9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />

entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />

10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />

uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />

dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

26


CAPÍTULO 07 - FRATURA DE MANDÍBULA<br />

Eugênio Paccelli Alves Filho<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Classificação das fraturas:<br />

a. Severidade da fratura<br />

i. Simples<br />

ii. Composta<br />

iii. Complexa<br />

b. Tipo de fratura<br />

i. Galho verde<br />

ii. Cominutiva<br />

iii. Impactada<br />

iv. Exposta<br />

v. Patológica<br />

c. Presença de dentes<br />

i. Dentado<br />

ii. Parcialmente dentado<br />

iii. Desdentado<br />

d. Localização das fraturas<br />

i. Sínfise<br />

ii. Parassínfise<br />

iii. Corpo<br />

iv. Ângulo<br />

v. Ramo<br />

∗ Obs.: As fratura de côndilo serão discutidas no capítulo seguinte.<br />

2. Considerações sobre a localização das fraturas:<br />

a. Fraturas de sínfise:<br />

i. Vertical: sem desvios significativos(desalinhamento dentário);<br />

ii. Oblíqua: cavalgamento dos incisivos;<br />

I. Obs.: Pode estar associada a fratura bilateral de côndilo.<br />

b. Fraturas de parassínfise:<br />

i. Fraturas verticais e oblíquas comportam-se de maneira desfavorável;<br />

ii. Podem esta associada a fratura de côndilo contralateral;<br />

iii. Fraturas bilaterais podem constituir estado de urgência.<br />

c. Fraturas de corpo :<br />

i. Fraturas verticais e oblíquas mostram tendência de desvio dos cotos anterior e posterio com<br />

possível mordida aberta anterior e lateral;<br />

ii. Podem estar associadasà fraturas de ângulo e côndilo.<br />

d. Fraturas de ângulo:<br />

i. Fratura vertical: desvio no sentido vertical e medial;<br />

ii. Fratura oblíqua para anterior: fratura favorável;<br />

iii. Fratura obliqua pra distal: deslocamento vertical do coto proximal.<br />

e. Fratura de ramo:<br />

i. Desvios pouco significativos;<br />

ii. Fraturas de processocoronóide são raras e não apresentam desvios significativos.<br />

3. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma(Anexo 20). Verificar a história de otorragia. Devemos recordar com o<br />

paciente como era a sua oclusão antes da fratura. Caso o paciente tenha modelos confeccionados com fins<br />

ortodônticos, solicitar que traga em consulta posterior ou no dia da internação.<br />

4. Exame físico:<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilofacial(página<br />

23). É importante atentar para a presença de equimose intra-oral, dor à palpação em áreas da<br />

27


ase da mandíbula, dificuldade de abrir a boca e a presença de mordida aberta anterior. Além disso, nunca<br />

esquecer da possibilidade de fraturas por contragolpe, quando detectarmos lacerações em região mentual.<br />

∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de CTBMF-<br />

HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

5. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Fratura de sínfise, parassínfise e corpo:<br />

I. Panorâmica. Em sua ausência, solicitar póstero-anterior de mandíbula e lateral<br />

oblíqua de mandíbula e oclusal inferior.<br />

ii. Fratura de ângulo:<br />

I. Panorâmica e póstero-anterior de mandíbula. Na ausência de panorâmica, pósteroanterior<br />

de mandíbula e lateral oblíqua de mandíbula.<br />

iii. Fratura complexa da mandíbula<br />

I. Panorâmica e póstero-anterior de mandíbula.<br />

∗ Obs.: A tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá<br />

ser solicitada sempre que as radiografias convencionais não permitirem um<br />

diagnóstico adequado do caso.<br />

c. Prototipagem<br />

i. Em casos de seqüelas de fratura de mandíbula, deverá ser solicitada tomografia<br />

computadorizada para confecção de protótipo.<br />

6. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />

b. Os casos onde esteja indicada a colocação de barras de Erich ou que goteiras devam ser confeccionadas,<br />

deverão ser encaminhados a disciplina de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade<br />

de Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />

c. Acesso cirúrgico x localização:<br />

i. Intra-oral: será a preferência para as fraturas simples de sínfise, parassínfise, corpo, ângulo e<br />

ramo mandibular.<br />

ii. Extra-oral: deverá ser restrita a fraturas complexas e casos de fratura de ângulo, em especial, ou<br />

de outras localizações, com grande deslocamento.<br />

d. As fraturas infectadas deverão ser tratadas com placas de reconstrução do sistema 2.4 fixadas na base da<br />

mandíbula e com os parafusos distantes do foco infeccioso.<br />

e. As fraturas com longos bizéis poderão eventualmente serem tratadas por meio da técnica de lagscrew,<br />

empregando 2 ou 3 parafusos.<br />

f. Dentes associados a fratura:<br />

i. Quando manter: falta de contato direto com a boca, ausência de pericoronarite, não interfere<br />

na redução da fratura.<br />

ii. Quando remover: presença de mobilidade grosseira, dentes com pericoronarite, impede a<br />

redução da fratura, presença de raízes fraturadas, dentes com ápices radiculares expostos, atraso<br />

excessivo no tratamento da fratura.<br />

g. Nas fraturas em crianças é importante:<br />

i. Avaliar a o tipo de dentição.<br />

ii. Ter conhecimento de que a fixação interna adequada, quando empregada, deve ser cercada de<br />

cuidados em virtude da pouca altura da mandíbula, presença de dentes e proximidade do nervo<br />

alveolar inferior.<br />

7. Procedimentos operatórios:<br />

Acesso Intra-Oral (fraturas de sínfise, parassínfise, corpo e ângulo)<br />

a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

28


Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

29<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbanteutilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

h. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico em extensão suficiente para expor a fratura<br />

e colocar material de fixação.<br />

i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

∗ Obs.: Em alguns casos, o nervo mentual deverá ser dissecado para permitir a liberação do retalho.<br />

j. Manipulação dos cotos fraturados;<br />

∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de graulação.<br />

k. Bloqueio maxilo-mandibular:<br />

i. Preguiçoso: o paciente deve ser dentado para permitir tal técnica.<br />

ii. Barras de Erich;<br />

iii. Parafusos para bloqueio (IMF).<br />

l. Fixação da fratura com 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0, uma na zona de tensão com 4 furos e<br />

parafusos monocorticais e outra de 6 furos e parafusos bicorticais na área de compressão.<br />

∗ Obs.: Fraturas parassinfisárias bilaterais ou que demonstrem instabilidade deverão ser fixadas com 1<br />

mini-placa de titânio do sistema 2.0 (parafuso monocortical) na banda de tensão e 1 placa de<br />

reconstrução do sistema 2.4 (parafusos bicorticais) na zona de compressão.<br />

∗<br />

Obs.: Fraturas de ângulo sem deslocamento em pacientes do sexo feminino deverão ser tratadas pela<br />

técnica de Champy.<br />

∗ Obs.: Para a colocação de 2 placas nas fraturas de ângulo, faz-se necessário o uso do trocárter.<br />

m. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />

n. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

o. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

p. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Acesso Extra-Oral (fraturas complexas, ângulo e ramo mandibular)<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />

b. Infiltração em pele de recobrimento da região submentual/ submandibular/retromandibularde Xylocaína<br />

a 2%, de acordo com a localização da fratura;<br />

c. Incisão com bisturi frio em pele e tecido celular subcutâneo<br />

d. Acesso Cirúrgico<br />

i. Submandibular (sínfise, parassínfise, corpo e ângulo)<br />

I. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e<br />

incisão do músculo platisma;<br />

II. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />

ii.<br />

∗<br />

Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado<br />

operado, o que chama atenção para a proximidade com o ramo mandibular do<br />

nervo facial;<br />

∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a<br />

ligadura com fio de algodão 2.0.<br />

III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e periósteo<br />

Extensão retromandibular (ângulo e ramo)


I. Incisão através da fusão do músculo platisma, sistema músculo-aponeurótico<br />

superficial e cápsula parótida;<br />

II. Dissecção romba em direção a borda posterior da mandíbula;<br />

∗ Obs.: Nesta fase normalmente há interferência do nervo facial. É interessante<br />

identificar, dissecar e retrair o ramo mandibular marginal.<br />

III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e descolamento do músculo masséter;<br />

e. Manipulação dos cotos fraturados;<br />

∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de graulação.<br />

f. Bloqueio maxilo-mandibular:<br />

i. Preguiçoso: o paciente deve ser dentado para permitir tal técnica.<br />

ii. Barras de Erich;<br />

iii. Parafusos para bloqueio (IMF).<br />

g. Fixação da fratura com 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0 ou uma placa de reconstrução do sistema<br />

2.4.<br />

h. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />

i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />

j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submentual / submandibular/retromandibular;<br />

k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />

l. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

9. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />

má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, cicatriz<br />

hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

10. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

9. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />

solar na região incisada 30 minutos antes de SE expor ao sol por 6 meses.<br />

10. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (panorâmica) nos<br />

períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano;<br />

c. Caso haja relato de pequenos desvios de oclusão, relatado pelo paciente nos primeiros dias de pósoperatório,<br />

a terapia com elásticos deverá ser instituída. Para isto, serão fixados bráquetes aos dentes<br />

adiante dos primeiro molares, inclusive. Nestes casos, os retornos deverão ser semanais durante 60 dias.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS–FRATURA DE MANDÍBULA<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

31


CAPÍTULO 08 - FRATURA DE CÔNDILO MANDIBULAR<br />

Pedro Everton Marques Goes<br />

1. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Verificar a história de ruídos articulares, limitação de<br />

abertura bucal, sintomatologia pré-auricular e otorragia. Devemos recordar com o paciente como era a<br />

sua oclusão antes da fratura, relatando aspectos de possíveis maloclusões prévias.<br />

2. Exame físico:<br />

a. O exame físico convencional seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo<br />

buco-maxilo-facial (página 23).<br />

∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de<br />

CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

b. Em virtude da especificidade deste tipo de traumatismos é importante se avaliar os seguintes aspectos:<br />

i. Dor (No ouvido ou Pré-auricular);<br />

ii. Limitação dos movimentos mandibulares (abertura e lateralidade);<br />

iii. Desvio do mento (Para o lado fraturado);<br />

iv. Retroposicionamento mandibular (Fraturas bilaterais)Mordida aberta anterior (Contato prématuro<br />

posterior);<br />

v. Fratura das cúspides vestibulares dos molares superiores.<br />

3. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografia panorâmica;<br />

ii. Radiografia PA de mandíbula;<br />

iii. Radiografia Lateral oblíqua de mandíbula (direita e esquerda);<br />

iv. Radiografia AP de côndilos (Imagem reversa de Towne);<br />

v. Tomografia computadorizada em cortes axiais, coronais e sagitais em janela para tecidos duros*<br />

∗ Obs.: A tomografia computadorizada deverá ser solicitada sempre que as radiografias<br />

convencionais não permitirem um diagnóstico adequado do caso, em fraturas com<br />

grandes deslocamentos ou em casos associados a fraturas de terço médio de face.<br />

4. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Os casos poderão ser tratados de forma aberta ou fechada segundo os critérios descritos a seguir.<br />

b. As barras de Erich deverão ser instaladas previamente à realização do procedimento cirúrgico (dia anterior<br />

à <strong>cirurgia</strong>).<br />

c. Acesso cirúrgico x localização:<br />

i. Pré-auricular: será a preferência para as fraturas nas quais se faz necessária uma manipulação<br />

intra-articular.<br />

ii. Retro-mandibular:será a preferência para o processo de manipulação, redução e fixação do<br />

segmento fraturado.<br />

iii. Intra-oral: será o acesso indicado para os casos tratados por <strong>cirurgia</strong> assistida por vídeo.<br />

d. Nas fraturas em crianças é importante:<br />

i. Avaliar a o tipo de dentição.<br />

ii. Ter conhecimento de que a fixação interna adequada, quando empregada, deve ser cercada de<br />

cuidados em virtude da pouca altura da mandíbula, presença de dentes e proximidade do nervo<br />

alveolar inferior.<br />

iii. O tratamento conservador em um paciente portando dentição decídua ou mista pode ser<br />

dificultado em razão da não possibilidade de instalação de barras de Erich.<br />

5. Tratamento Aberto:<br />

a. São indicações absolutas para redução aberta:<br />

i. Deslocamento do côndilo para o interior da fossa craniana média;<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

32


Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

ii. Deslocamento extracapsular lateral do côndilo;<br />

iii. Presença de corpos estranhos dentro da cápsula articular;<br />

iv. Obstrução mecânica impedindo a função da articulação têmporo-mandibular ;<br />

v. Fraturas expostas que requerem tratamento imediato;<br />

vi. Fraturas bilaterais associadas com fratura de terço médio da face ou com outras fraturas<br />

mandibulares.<br />

b. Representam indicações relativas para redução aberta:<br />

i. Fraturas condilares bilaterais em pacientes edêntulos quando o bloqueio não é possível devido à<br />

severa atrofia;<br />

ii. Fraturas condilares unilaterais ou bilaterais quando o bloqueio não está recomendado devido à<br />

condição médica ou quando a fisioterapia não é possível.<br />

c. Técnica<br />

i. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

I. Dexametasona 10mg<br />

II. Cefazolina 1g<br />

III. Dipirona 1g<br />

ii. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no<br />

paciente e fixá-la por meio de micropore;<br />

iii. Fazer o turbante utilizando ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente;<br />

iv. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o<br />

paciente é alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou<br />

povidinedegermante (saber previamente se o paciente é alérgico a iodo);<br />

v. Aposição de campos estéreis;<br />

vi. Marcação da incisão utilizando palito umedecido em tinta (azul de metileno);<br />

vii. Infiltração de solução anestésica com vasoconstrictor;<br />

viii. Acesso cirúrgico de acordo com a descrição para os acessos pré-auricular e retro-mandibular<br />

descritos pelos autores Eduard Ellis III e Michael Zide (2006):<br />

Acesso retro-mandibular:<br />

I. Incisão linear de 3-5 cm localizada pelo menos 1,5cm abaixo da borda inferior da<br />

mandíbula;<br />

II. Eletrocoagulação dos vasos sub-dérmicos;<br />

III. Divulsãosub-cutâneo;<br />

IV. Tunerização do músculo platisma utilizando tesoura metzenbaum delicada;<br />

V. Incisão do músculo platisma utilizando como referência a ponta da tesoura;<br />

VI. Incisão da cinta pterigomassetérica indo até o periósteo mandibular.<br />

Acesso pré-auricular:<br />

I. Incisão linear de aproximadamente 3 cm em região pré-auricular;<br />

II. Eletrocoagulação dos vasos subdérmicos;<br />

III. Dissecção acima do arco zigomático ao nível da camada superficial da fáscia temporal;<br />

IV. Dissecção abaixo do arco zigomático ao longo do canal auditivo externo para a mesma<br />

profundidade;<br />

V. Incisão oblíqua através da camada superficial da fáscia temporal;<br />

VI. Dissecção através da incisão em direção inferior para expor a cápsula articular;<br />

VII. Incisão vertical através dos tecidos superficiais da cápsula a frente do conduto auditivo<br />

externo;<br />

∗<br />

Após a retração dos tecidos superficiais da articulação temporomandibular, uma<br />

tesoura delicada é usada para entrar na cápsula. O ponto inicial de entrada é um<br />

pouco abaixo do arco zigomático, continuando paralelo ao contorno da fossa<br />

articular;<br />

33


VIII. Incisão através do ligamento lateral do disco articular, entrando no espaço articular<br />

inferior.<br />

ix. Abordagem do sítio da fratura e manipulação dos cotos fraturados objetivando a redução da<br />

fratura. Os casos tardios poderão necessitar de refratura dos segmentos e ainda remoção do<br />

tecido de granulação entre os cotos fraturados;<br />

x. Bloqueio maxilo-mandibular (O ideal é através das barras de Erich uma vez que as mesmas<br />

serão utilizadas para a fisioterapia pós-operatória);<br />

xi. Fixação funcionalmente estável (Sistema 2.0);<br />

∗<br />

xii.<br />

xiii.<br />

xiv.<br />

xv.<br />

Em função da grande variabilidade de possibilidades de apresentações das fraturas existem várias<br />

formas de fixação. O ideal é a aplicação de duas placas com dois parafusos em cada lado da<br />

fratura em cada placa ou ainda uma placa quadrangular para fratura condilar;<br />

Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />

Revisão da hemostasia local;<br />

Sutura interrompida simples por planos, utilizando-se vycril 4.0 nos planos sub-cutâneos e<br />

nylon 5.0 no plano cutâneo;<br />

Realização de curativo cutâneo pré-auricular.<br />

OBS: Para as fraturas bi-laterais, é suficiente que o tratamento aberto seja aplicado apenas em um dos côndilos, podemos<br />

aplicar o tratamento fechado no côndilo contra-lateral.<br />

5. Tratamento Fechado:<br />

a. Técnica<br />

i. Instalação de barras de Erich;<br />

ii. Bloqueio maxilo-mandibular com elásticos por 1 semana;<br />

iii. Fisioterapia com elásticos por 3 semanas:<br />

I. 3 séries de: 10 protrusões, 10 lateralidades (E), 10 lateralidades (D), 10 aberturas<br />

máximas. Executadas 3 vezes por dia.<br />

6. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />

má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />

crescimento facial (crianças), anquilose, sialocele (acesso extra-oral), cicatriz hipertrófica/queilóide<br />

(acesso extra-oral).<br />

7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

8. Recomendações pós-operatórias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />

solar na região incisada 30 minutos antes de expor ao sol.<br />

11. Acompanhamento:<br />

a. Avaliar a amplitude dos movimentos bordejantes (abertura, protrusão e lateralidades D e E);<br />

b. Avaliar a qualidade funcional (mastigação);<br />

c. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

d. Os pacientes deverão ser acompanhados após 7 dias (clínico e radiográfico), 15 dias (clínico), 1 mês<br />

(clínico), 2 meses (clínico), 6 meses (clínico e radiográfico) e 1 ano (clínico e radiográfico).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

34


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Curso de Odontologia<br />

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Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS– FRATURA DE CÔNDILO MANDIBULAR<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

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CAPÍTULO 09 - FRATURA DE FRONTAL<br />

Adjair Jairo Silva de Souza<br />

1. Anamnese<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Inicialmente, verificar o nível de consciência de acordo<br />

com a escala de coma de Glasgow descrita abaixo. Verificar história de epistaxe, saída de líquido<br />

serossanguinolento pelo nariz, obstrução nasal, deficiência de acuidade visual, além de parestesiasupraorbitária.<br />

2. Exame Físico<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23).É importante verificar a presença de lacerações de tecido mole e deformidade óssea na região<br />

do frontal, equimose conjuntival, lesões no globo ocular e, em especial, a rinorréia.<br />

∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de<br />

CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

3. Exames Complementares<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolode internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografias convencionais:<br />

I. Póstero-anterior de crânio<br />

II. Lateral de crânio<br />

III. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) - OBRIGATÓRIA<br />

ESCALA DE COMA DE GLASGOW<br />

Pontuação Abertura Ocular Resposta Verbal Resposta Motora<br />

6 - - Obedece a<br />

comandos<br />

5 - Fala coerente Localiza a dor<br />

4 Espontânea Desorientado e<br />

conversando<br />

3 Ao comando<br />

verbal<br />

2 Apenas com<br />

estímulo<br />

doloroso<br />

Resposta<br />

inapropriada<br />

Inarticulada<br />

(geme)<br />

Normal: 15<br />

Traumas Leves : 13 a 15.<br />

Traumas Moderados : 9 a 12<br />

Traumas Graves : 3 a 8<br />

Flexão inespecífica<br />

(Retirada)<br />

Flexão hipertônica<br />

(decortica)<br />

Extensão<br />

hipertônica<br />

(Decerebra)<br />

1 Não abre Sem resposta Sem resposta<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

36


4. Considerações acerca do tratamento<br />

Fratura do Seio Frontal<br />

Com deslocamento<br />

Sem deslocamento<br />

Ducto nasofrontal intacto ? Ducto nasofrontal intacto ?<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Cominução da<br />

parede posterior<br />

/ deslocamento<br />

ou significante<br />

injúria craniana<br />

Cominução da<br />

parede posterior<br />

/ deslocamento<br />

ou significante<br />

injúria craniana<br />

Observação e<br />

cuidados nasais<br />

Cominução da<br />

parede posterior<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Sim<br />

Não<br />

Cranialização<br />

e reparo da<br />

parede<br />

anterior<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Reparo da<br />

parede<br />

anterior *<br />

*Exploração com mínima manipulação da mucosa<br />

5. Procedimentos operatórios<br />

a. No pré-operatório não esquecer:<br />

i. Solicitar na Central de Materiais e Esterilização (CME) o alicate e os clipes de Raney para a<br />

<strong>cirurgia</strong>;<br />

ii. Realização da tricotomia na área a ser incisada.<br />

Acesso Coronal<br />

Cranialização<br />

e reparo da<br />

parede<br />

anterior<br />

Obliteração<br />

e reparo da<br />

parede<br />

anterior<br />

Cranializaçã<br />

o e reparo da<br />

parede<br />

anterior<br />

b. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

c. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />

paciente é alérgico a iodo);<br />

d. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />

e. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

f. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />

g. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm) para possibilitar controle de sangramento por<br />

meio da colocação dos clipes de Raney;<br />

h. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />

i. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes do traço de fratura para criar um retalho pericraniano;<br />

j. Exposição subperiosteal das áreas periorbitais;<br />

k. Redução da fratura<br />

l. Fixação com miniplacas de titânio do sistema 1,5 ou 2,0.<br />

Reparo NOE<br />

e reparo da<br />

parede<br />

anterior<br />

Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF<br />

37


i. Caso haja cominução, os pequenos fragmentos ósseos devem ser desprezados e substituídos por<br />

malha de titânio.<br />

m. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />

n. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />

o. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />

6. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />

trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />

no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, pneumoencéfalo, sinusite, osteomielite,<br />

meningite, abscesso epidural/peridural/cerebral, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

7. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor solar na região incisada 30<br />

minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />

8. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos com 5 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais nos períodos de 7<br />

dias, 30 dias e 1 ano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

38


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DE FRONTAL<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

4. Alimentação normal.<br />

5. Escovar os dentes normalmente.<br />

6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />

7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />

8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />

9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />

entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />

10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />

uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />

dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

39


CAPÍTULO 10 - FRATURA DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO-ORBITÁRIO<br />

ORBITÁRIO<br />

p.<br />

Andréa Araújo deVasconcellos<br />

1. Classificação das fraturas: baseada no padrão de segmentação e deslocamento.<br />

a. Baixa Energia:<br />

i. Pouco ou nenhum deslocamento;<br />

ii. Fraturas incompletas de uma ou mais articulações.<br />

b. Energia Média:<br />

i. Fratura completa de todas as articulações com deslocamento de leve a moderado;<br />

ii. Pode haver cominução.<br />

c. Alta Energia:<br />

i. Cominução da porção lateral da órbita e deslocamento lateral com segmentação do arco<br />

zigomático.<br />

∗ OBS: Parede superior do teto da órbita: compete ao Neurocirurgião.<br />

2. Anamnese:<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). É importante ficar atento a queixas relativas a parestesia<br />

na área do nervo infra-orbitário, epistaxe, obstrução nasal, dificuldade de abrir a boca, além de diplopia,<br />

dificuldade de movimentação do globo ocular e perda progressiva da visão, estes último com indicação de<br />

parecer da ofatlmologia.<br />

3. Exame físico:<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23). É importante atentar para a presença de lesões no tecido mole sobrejacente ao osso<br />

zigomático, depressão da bochecha, edema periorbital, equimose periorbital e subconjuntival, distopia,<br />

enoftalmia, afundamento na região pré-auricular (casos de fraturas isoladas do arco zigomático) e<br />

equimose em fossa canina. Além disso, avaliar a presença de depressão ou degrau na margem infraorbitária<br />

e nas áreas das suturas fronto-zigomática e zigomática-maxilar. Não esquecer de avaliar também<br />

o grau de limitação de abertura bucal, aferido a partir da distância interincisal e classificado em: Grau I: 1<br />

a 5 mm; Grau II: 6 a 10 mm; Grau III: 11 a 20 mm; Grau IV: 21 a 30 mm; e Grau V: mais de 31 mm.<br />

∗ Obs.: Realizar sempre o teste da bandeira inglesa.<br />

∗ Obs.: Em casos de suspeita de encarceramento de conteúdo orbitário, fazer o teste de<br />

ducção forçada.<br />

∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço<br />

de CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografias convencionais:<br />

I. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />

II. Póstero-anterior de face;<br />

III. Submento-vértex (Hirtz)<br />

IV. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá ser solicitada<br />

sempre que as radiografias convencionais não permitirem um diagnóstico adequado<br />

do caso.<br />

c. Prototipagem<br />

i. Em casos de seqüelas de fratura do complexo zigomático-orbitário, deverá ser solicitada<br />

tomografia computadorizada para confecção de protótipo.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

40


. Nos casos onde haja fratura do osso frontal ou ossos constituintes da parede medial da órbita que<br />

comprometa a estabilidade do osso zigomático a ser tratado, o retalho coronal deverá ser confeccionado.<br />

c. Casos onde hajam dúvidas acerca do comprometimento da visão, devem ser imediatamente encaminhados<br />

ao Serviço de Oftalmologia do HUWC para avaliação.<br />

6. Procedimentos operatórios:<br />

a. Solicitar intubação nasotraqueal em narina contrária a da fratura e pedir que após induzida a anestesia<br />

sejam feitos os seguintes medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />

movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

g. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição na área a ser incisada.<br />

Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

∗ Acesso preferido quando é possível tratar a fratura e deixá-la com estabilidade<br />

suficiente empregando um único acesso.<br />

h. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de canino ao 1º molar<br />

homolateral;<br />

i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />

j. Redução da fratura com lambote (corpo do osso zigomático com deslocamento inferior, posterior ou com<br />

rotação medial) ou parafuso de Carrol-Girard (rotação lateral);<br />

∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de granulação.<br />

k. Fixação da fratura com 1 ou 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0;<br />

l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

m. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Acesso Superciliar (área da sutura fronto-zigomática)<br />

∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso intra-oral.<br />

a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />

c. Incisão com bisturi frio com cerca de 1,5cm de extensão na pele;<br />

d. Dissecção do tecido incisado;<br />

e. Incisão do periósteo;<br />

f. Exposição dos cotos fraturados;<br />

g. Redução da fratura de acordo com o item j do acesso intra-oral;<br />

h. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 2.0;<br />

i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />

j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />

k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />

l. Remoção do tampão orofarigeano.<br />

41


Acesso Infra-orbitário<br />

∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso intra-oral.<br />

e. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />

f. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />

∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />

dissecação;<br />

g. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />

h. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />

i. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />

∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />

j. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />

k. Incisão e descolamento do periósteo;<br />

l. Exposição dos cotos fraturados;<br />

m. Inspeção da integridade do assoalho orbital (apenas nos casos suspeitos);<br />

i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />

I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />

II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />

∗ Obs. As fraturas isoladas do tipo blow-out seguem o mesmo princípio descrito<br />

anteriormente.<br />

n. Redução da fratura de acordo com o item j do acesso intra-oral;<br />

o. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />

p. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />

q. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />

r. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />

s. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Acesso Coronal<br />

∗<br />

Fraturas complexas de alta energia ou correção secundária das deformidades<br />

zigomáticas.<br />

∗ Obs. De acordo com a descrição da página 59.<br />

7. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />

trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />

no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, parestesiainfra-orbitária, má união e assimetria,<br />

enoftalmo,diplopia, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

8. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />

c. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />

solar na região incisada 30 minutos antes de SE expor ao sol por 6 meses.<br />

9. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (panorâmica) nos<br />

períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano;<br />

c. A tomografia computadorizada deverá ser solicitada em casos de fraturas complexas e quando da<br />

utilização da malha de titânio para verificar o posicionamento da mesma.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

42


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO-ORBITÁRIO<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

43


CAPÍTULO 11 - FRATURA DO COMPLEXO NASO-ÓRBITO<br />

ÓRBITO-ETMOIDAL<br />

Diego Felipe Silveira Esses<br />

1. Classificação das Fraturas<br />

a. Markowitz (de acordo com a inserção do tendão cantal medial e grau de cominução da fratura):<br />

i. Tipo I – Mantém a inserção do tendão em um grande segmento fraturado.<br />

ii. Tipo II – Presença de cominução, porém a inserção do tendão se mantém num segmento ósseo<br />

considerável.<br />

iii. Tipo III – Cominução severa. O ligamento pode estar desinserido, mas um segmento ósseo<br />

mínimo permanece aderido ao osso.<br />

∗<br />

Obs.: Em fraturas NOE bilaterais, os lados são clasificados e tratados de acordo com<br />

Markowitz.<br />

2. Anamnese<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente ente na ficha de trauma (Anexo 20). . Não esquecer de investigar história de liquorréia, redução<br />

ou perda da sensação olfatória (disosmia e anosmia), dor periorbital e dificuldade de movimentar o globo<br />

ocular. Nos casos de relatos de redução da acuidade visual, solicitar imediatamente parecer da<br />

Oftalmologia.<br />

3. Exame físico<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23). . É importante ficar atento a equimose periorbital e subconjuntival, exoftalmia ou enoftalmia,<br />

proptose, ptose, aumento da distância intercantal e/ou interpupilar, telecanto traumático, deformidade<br />

nasal (dorso nasal ampliado), crepitação e sensibilidade à palpação, mobilidade dos ossos nasais. Prestar<br />

atenção na possibilidade de extravasamento de fluido cérebro-espinhal. espinhal. Lembrar de avaliar se há limitação<br />

no movimento do globo ocular (teste da bandeira inglesa). Ainda no exame físico, fazer:<br />

i. Medição da distância intercantal<br />

I. Homem normal: 28,6mm a 34,5 mm<br />

II. Mulher normal: 28,6mm a 33,0mm<br />

ii.<br />

Teste de Retesamento<br />

iii.<br />

Teste bimanual<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais).<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />

b. Em casos de extravazamento de fluido cérebro-espinhal, espinhal, solicitar parecer da Neuro<strong>cirurgia</strong>.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

44


5. Procedimentos operatórios<br />

Acesso Coronal:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

a. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />

paciente é alérgico a iodo);<br />

c. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />

d. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

e. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />

∗ Obs.: Algumas vezes é necessário estender a incisão inferiormente sobre a prega préauricular<br />

para facilitar o acesso.<br />

f. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm);<br />

g. Hemostasia com eletrocoagulação e por meio da colocação dos clipes de Raney;<br />

h. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />

i. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes da margem supra-orbitária, adiante da linha temporal superior para<br />

evitar sangramento;<br />

j. Dissecação subperioteal das áreas periorbitais;<br />

k. Liberação do feixe supra-orbitário;<br />

l. Incisão da camada superficial da fáscia temporal iniciando-se na raiz do osso zigomático, tomando direção<br />

anterior e superior em 45º, em direção a incisão anterior, bilateralmente.<br />

m. Dissecação imediatamente abaixo da fáscia temporal superficial;<br />

n. Incisão do periósteo da parte superior do arco zigomático e borda posterior do corpo do osso zigomático;<br />

o. Descolamento subperiosteal das paredes da cavidade orbitária;<br />

p. Redução aberta e fixação na junção naso-frontal, margem infra-orbitátia e pilar maxilar com miniplacas<br />

do sistema 1.5 ou 2.0.<br />

i. AmarriaTransnasal:<br />

∗ Obs.: Indicado na avulsão do tendão medial ou quando o tendão medial está inserido<br />

em um pequeno fragmento ósseo.<br />

ii. Técnica cirúrgica:<br />

∗ Fixação de placa em região frontal e dobra para o interior da órbita.<br />

∗ Apreensão do tendão por meio de fio de aço e passagem por anel da placa;<br />

∗ Passagem do complexo fio-tendão pelo septo nasal;<br />

∗ Fixação na parede medial do lado oposto ou em outra placa fixada no osso frontal<br />

com esta finalidade.<br />

q. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />

r. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />

s. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />

Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />

∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso coronal e infraorbitário.<br />

a. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de canino ao 1º molar<br />

homolateral;<br />

b. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />

c. Exposição dos cotos fraturados;<br />

d. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />

e. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

f. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

45


Acesso Infra-orbitário<br />

∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso coronal e intra-oral.<br />

a. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />

∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />

dissecação;<br />

b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />

c. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />

d. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />

∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />

e. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />

f. Incisão e descolamento do periósteo;<br />

g. Exposição dos cotos fraturados e do assoalho orbital;<br />

i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />

I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />

II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />

h. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />

i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />

j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />

k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />

6. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />

trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />

no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, anosmia, hiposmia, dacriocistite, hipogeusia,<br />

defeitos de contorno, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

b. Prescrever descongestionantes nasais por 48h;<br />

c. Recomendar a lavagem do nariz com solução fisiológica em spray.<br />

7. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver página 51);<br />

b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />

c. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias as áreas de pele incisada e aplicar protetor solar nestas<br />

áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />

8. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com tomografias computadorizadas nos períodos<br />

de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

46


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />

Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DO COMPLEXO NASO-ÓRBITO-ETMOIDAL<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

4. Alimentação normal.<br />

5. Escovar os dentes normalmente.<br />

6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />

7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />

8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />

9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />

entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />

10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />

uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />

dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

47


CAPÍTULO 12 - FRATURA DE MAXILA<br />

Erick Helton Lima Fontenele<br />

1. Classificação das fraturas<br />

a. Le Fort I:<br />

i. Passam pela parede lateral do seio, parede lateral nasal e pelo<br />

terço inferior do septo, e se separam nas placas pterigóideas.<br />

b. Le Fort II:<br />

i. Se estende desde a parte inferior da sutura nasofrontal,<br />

passando pelos ossos nasais da maxila até a sutura zigomático-<br />

maxilar e inclui o terço médio inferior da órbita.<br />

c. Le Fort III:<br />

i. Se estende da sutura nasofrontal ao longo da parede medial da<br />

órbita pela fissura orbital superior, parede lateral da órbita para a sutura zigomáticofrontal. Se<br />

estende ao longo do osso esfenóide, separando as placas pterigóideas.<br />

d. Fratura Alveolar<br />

i. Fratura do rebordo alveolar com deslocamento lateral.<br />

e. Fratura Vertical<br />

i. Passa por um dos lados do septo nasal através das partes finas da apófise palatina da maxila e do<br />

osso palatino e da parte lateral da fossa nasal.<br />

2. Anamnese<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). . Não esquecer de investigar história de epistaxe e<br />

liquorréia, redução ou perda da sensação olfatória (disosmia e anosmia), dor periorbital e dificuldade de<br />

movimentar o globo ocular. Nos casos de relatos de redução da acuidade visual, solicitar imediatamente<br />

parecer da Oftalmologia.<br />

3. Exame físico<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23).Observar a presença de equimose periorbital e subconjuntival, enoftalmia, aumento da<br />

distância intercantal e/ou interpupilar (distância intercantal masculina: 28,6mm a 34,5 mm;<br />

feminina:28,6mm a 33,0mm), , telecanto traumático, aspecto facial em vista lateral de “prato raso”,<br />

afundamento na região temporal (arco zigomático), crepitação e sensibilidade à palpação nas regiões<br />

fronto-nasal, fronto-zigomáticfluido cérebro-espinhal. espinhal. Lembrar de avaliar se há limitação no movimento do globo ocular (teste da<br />

bandeira inglesa). Inspecionar a porção alveolar da maxila e a região da rafe palatina mediana. Observar<br />

e zigomático-temporal. Ficar atento a possibilidade de extravasamento de<br />

cuidadosamente a oclusão na pesquisa de mordida aberta anterior.<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografias convencionais:<br />

I. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />

II. Póstero-anterior de face;<br />

III. Submento-vértex (Hirtz);<br />

IV. Perfil de face;<br />

V. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá ser solicitada<br />

sempre que as radiografias convencionais não permitirem um diagnóstico adequado<br />

do caso.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />

b. Casos onde hajam dúvidas acerca do comprometimento da visão, devem ser imediatamente encaminhados<br />

ao Serviço de Oftalmologia do HUWC para avaliação.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

48


6. Procedimentos operatórios:<br />

a. Solicitar intubação submento-oro-traqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

c. Aposição de campos estéreis de acordo com o acesso escolhido;<br />

d. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

e. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição nas áreas a serem incisadas.<br />

Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />

Fratura de Maxila do Tipo Le Fort I<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

49<br />

f. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de 1º molar de um lado ao<br />

outro;<br />

g. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />

∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />

h. Exposição da fratura;<br />

i. Bloqueio maxilo-mandibular;<br />

j. Redução e fixação da fratura com 4 ou mais mini-placas de titânio do sistema 2.0;<br />

k. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />

l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />

m. Sutura com fio vycril 4.0;<br />

n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Acesso Intra-Oral<br />

∗<br />

Acesso Infra-orbitário<br />

Fratura de Maxila do Tipo Le Fort II e Le Fort III<br />

Obs.: Normalmente empregado em associação com acesso coronal e infra-orbitário.<br />

Ver descrição anterior.<br />

∗ Obs.: Normalmente empregado em associação com acesso coronal e intra-oral.<br />

a. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />

∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />

dissecação;<br />

b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />

c. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />

d. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />

∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />

e. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />

f. Incisão e descolamento do periósteo;<br />

g. Exposição dos cotos fraturados;<br />

h. Inspeção da integridade do assoalho orbital (apenas nos casos suspeitos);<br />

i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />

I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />

II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />

∗ Obs. As fraturas isoladas do tipo blow-out seguem o mesmo princípio descrito<br />

anteriormente.<br />

i. Redução e fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;


j. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />

k. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />

l. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />

m. Remoção do tampão orofaringeano.<br />

Acesso Coronal<br />

a. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />

b. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />

c. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />

∗ Obs.: Algumas vezes é necessário estender a incisão inferiormente sobre a prega préauricular<br />

para facilitar o acesso.<br />

d. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm);<br />

e. Hemostasia com eletrocoagulação e por meio da colocação dos clipes de Raney;<br />

f. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />

g. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes da margem supra-orbitária, adiante da linha temporal superior para<br />

evitar sangramento;<br />

h. Dissecação subperiotealdas áreas periorbitais;<br />

i. Liberação do feixe supra-orbitário;<br />

j. Incisão da camada superficial da fáscia temporal iniciando-se na raiz do osso zigomático, tomando direção<br />

anterior e superior em 45º, em direção a incisão anterior, bilateralmente.<br />

k. Dissecação imediatamente abaixo da fáscia temporal superficial;<br />

l. Incisão do periósteo da parte superior do arco zigomático e borda posterior do corpo do osso zigomático;<br />

m. Exposição dos traços de fratura;<br />

n. Bloqueio maxilo-mandibular;<br />

o. Redução e fixação das áreas fraturadas (na junção naso-frontal, margem infra-orbitátia, fronto-zigomática<br />

e zigomático-temporal) com mini-placas de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />

p. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />

q. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />

r. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />

s. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />

7. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />

má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />

crescimento facial (crianças), cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

b. Prescrever descongestionantes nasais por 48h;<br />

c. Recomendar a lavagem do nariz com solução fisiológica em spray.<br />

8. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />

b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />

c. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias as áreas de pele incisada e aplicar protetor solar nestas<br />

áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />

9. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e por radiografias convencionais e/ou tomografias<br />

computadorizadas nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

50


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />

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Curso de Odontologia<br />

Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />

Fone (85) 3366-8425<br />

PARA: ______________________________________________________________<br />

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DE MAXILA<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />

2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />

primeiras 24 horas.<br />

3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />

4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />

5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />

6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />

7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />

8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />

pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />

9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />

colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />

10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />

12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />

bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar seu dentista.<br />

13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />

14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />

15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />

16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />

17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />

3366-8409 (qualquer horário).<br />

51


CAPÍTULO 13 - DANOS AOS TECIDOS MOLES DO COMPLEXO<br />

BUCO-MAXILO<br />

MAXILO-FACIAL<br />

Fábio Wildson Gurgel Costa<br />

1. Classificação:<br />

a. Abrasão<br />

b. Contusões<br />

c. Feridas puntiformes<br />

d. Feridas cortantes<br />

e. Feridas perfuro-cortantes<br />

f. Feridas perfuro-contusas<br />

g. Feridas corto-contusas<br />

h. Mordidas humanas e por animais<br />

i. Ferimentos por projéteis de armas de fogo (PAF)<br />

2. Anamnese<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Embora estejamos avaliando lesões de partes moles, não<br />

esquecer de investigar a sua possível relação com traumas subjacentes. Ter muito cuidado nas lacerações<br />

de terço médio da face com história de derrame de líquor pelo nariz e disosmia. Nos traumas em região<br />

mentual, perguntar acerca de sangramento auditivo.<br />

b. Identificar necessidade de imunização antitetânica:<br />

i. Pacientes imunizados (três doses) e que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: não há<br />

a necessidade.<br />

ii. Pacientes imunizados, que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos, mas a ferida é<br />

propensa a infecção (adubo, terra, tecidos desvitalizados, feridas profundas): 0,5mL IM de<br />

vacina antitetânica.<br />

iii. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: 0,5mL IM de<br />

vacina antitetânica para qualquer ferimento.<br />

iv. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 05 anos, e a ferida é<br />

propensa a infecção: 0,5mL IM de vacina antitetânica.<br />

v. Pacientes não imunizados: imunoglobulina antitetânica (250ui, adultos; 125ui, crianças).<br />

3. Exame físico<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23). Procurar observar no couro cabeludo evidências de fraturas de crânio. Em lesões envolvendo<br />

a pálpebra e o aparelho nasolacrimal é importante solicitar avaliação oftalmológicae inspecionar<br />

comprometimento do sistema lacrimal. Devemos inspecionar cuidadosamente tanto externa como<br />

internamente as lesões nasais, com atenção especial ao possível hematoma em septo nasal. É fundamental,<br />

em alguns casos, realizar uma inspeção do canal auditivo e membrana timpânica buscando sinais de<br />

equimose, laceração, abrasão, hematoma e avulsão tecidual.Por fim, verificar a viabilidade dos ramos do<br />

nervo facial, solicitando ao paciente que: corrugue a testa, oclua a rima palpebral e sorria forçadamente.<br />

4. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

∗ Devem ser solicitados apenas quando se suspeita de fratura em algum dos ossos que<br />

compõe a região buco-maxilo-facial.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

a. Avaliar inicialmente se é possível realizar o tratamento em nível ambulatorial (feridas simples) ou em<br />

centro cirúrgico com anestesia geral (lacerações extensas e profundas).<br />

b. Couro cabeludo e fronte: fechamento primário; enxerto dividido de pele (defeitos avulsivos com<br />

pericrânio intacto).<br />

c. Sobrancelhas: nunca raspar; fechamento primário evitando dano aos folículos capilares.<br />

d. Pálpebra e aparelho nasolacrimal:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

52


i. Conjuntiva e tarso são fechados com suturas absorvíveis com o nó posicionado internamente;<br />

ii. Fechamento do músculo orbicular;<br />

iii. Fechamento da pele.<br />

e. Nariz: drenar hematomas em septo nasal; tamponamento nasal (retirar de 7 a 10 dias); lacerações do nariz<br />

externo devem ser fechadas com suturas não absorvíveis 5-0; enxertos de osso, cartilagem e/ou pele em<br />

defeitos avulsivos.<br />

f. Orelha: drenar hematomas; fechamento primário em danos não avulsivos; reinserção microvascular ou<br />

reconstrução em danos avulsivos.<br />

g. Lábios: fechamento primário em camadas (tecidos mais profundos, mucosa e pele); retalhos cirúrgicos<br />

em defeitos avulsivos.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

6. Procedimentos operatórios:<br />

a. Anestesia: pode ser local (lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000) ou geral, dependendo do casoem<br />

questão, conforme discutido previamente;<br />

b. Limpeza da ferida com sabão anti-séptico neutro e cremoso, e com soro fisiológico para impedir a<br />

permanência de corpos estranhos, podendo ser feita sob anestesia prévia;<br />

c. Remoção de corpos estranhos: deve ser feita com uma pinça de preensão sem deixar nenhum corpo<br />

estranho no interior da ferida;<br />

d. Debridamento: remoção de tecidos cianóticos ou isquêmicos utilizando-se de bisturi ou tesouras para<br />

tecidos moles;<br />

e. Hemostasia: é feita através de compressão ou ligaduras, com o fim de eliminar o sangramento, devendo<br />

ser executada de modo cuidadoso para não lesar estruturas nobres;<br />

f. Fechamento primário das feridas com suturas:<br />

i. Ferimentos extensos e irregulares: o ponto inicial deve ser realizado no centro do ferimento e<br />

os demais dividindo os espaços restantes simetricamente.<br />

ii. Ferimentos transfixantes que atingem pele e mucosa: sutura inicia em mucosa e seguem em<br />

direção à pele.<br />

g. Curativo: gaze com micropore (7 dias).<br />

Mordidas humanas e/ou animais:<br />

i. Profilaxia anti-tetânica, anti-rábica e antibiótica (amoxicilina com clavulonato de potássio,<br />

preferencialmente);<br />

ii. Sequencia de tratamento convencional (item 6.b).<br />

7. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, Diante destes acontecimentos<br />

não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve<br />

sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia e cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extraoral).<br />

8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

8. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Limpeza diária com solução de peróxido de hidrogênio diluído;<br />

b. Antibiótico tópico (pomada de neomicina sobre a sutura, 8/8horas, 7 dias);<br />

c. Aplicar protetor solar nestas áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />

9. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />

53


CAPÍTULO 14 - LESÕES POR ARMA DE FOGO<br />

1. Classificação de acordo com Gugala e Lindsey:<br />

a. Velocidade – Baixa(Menor que 2000pés/s) ou Alta(Maior que 2000 pés/s);<br />

b. Energia - Alta ou Baixa energia;<br />

c. Envolvimento de estruturas vitais – Neural ou Vascular;<br />

d. Tipo de ferimento – Não-perfurante, penetrante, perfurante e avulsivo;<br />

e. Fratura – Extra-articular ou intra-articular.<br />

Obs: Os ferimentos por projéteis de alta velocidade serão suturados e aguardará um período de 3 a 6<br />

meses para procedimentos de enxertia óssea.<br />

2. Classificação de Monson (lesões penetrantes do pescoço):<br />

a. Zona I – desde as clavículas até a cartilagem cricóide;<br />

b. Zona II – cartilagem cricóide até o ângulo mandibular;<br />

c. Zona III – região da base de crânio até o ângulo mandibular.<br />

Saulo Hilton Botelho Batista<br />

Diego Felipe Silveira Esses<br />

3. Anamnese<br />

a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />

aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). É fundamental procurar saber o calibre da arma e a<br />

direção do disparo. As demais perguntas serão orientadas a partir do tipo de trauma que pode estar<br />

associado ao trajeto do projétil (nariz, mandíbula, etc).<br />

b. Identificar necessidade de imunização antitetânica:<br />

i. Pacientes imunizados (três doses) e que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: não há<br />

a necessidade.<br />

ii. Pacientes imunizados, que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos, mas a ferida é<br />

propensa a infecção (adubo, terra, tecidos desvitalizados, feridas profundas): 0,5mL IM de<br />

vacina antitetânica.<br />

iii. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: 0,5mL IM de<br />

vacina antitetânica para qualquer ferimento.<br />

iv. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 05 anos, e a ferida é<br />

propensa a infecção: 0,5mL IM de vacina antitetânica.<br />

v. Pacientes não imunizados: imunoglobulina antitetânica (250ui, adultos; 125ui, crianças).<br />

4. Exame físico<br />

a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />

(página 23). Verificar inicialmente se há deficiência ventilatória, mas também o edema na área acometida,<br />

dificuldade de abertura bucal, epistaxe, lesão de tecido mole, lesões ósseas, perda de tecido mole e de<br />

estrutura óssea. Por fim, verificar se há envolvimento dos ramos do nervo facial.<br />

5. Exames complementares:<br />

a. Exames hematológicos<br />

i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />

b. Exames por imagem<br />

i. Radiografias convencionais<br />

ii. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais)<br />

iii. Angiografia;<br />

iv. Radiografia da coluna espinhal e do tórax;<br />

v. Angiografia tomográfica computadorizada;<br />

vi. Esofagoscopia rápida pela ingestão de bário;<br />

vii. Ultra-sonografia.<br />

5. Considerações acerca do tratamento:<br />

Tratamento Emergencial (estabilização do paciente):<br />

a. Princípios gerais<br />

i. Suporte de vida avançado;<br />

Exames específicos para lesões<br />

vasculares severas na região do<br />

pescoço.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

54


ii. Possibilidade de diversas lesões(entrada e saídas múltiplas);<br />

iii. Solicitar pareceres: Neurologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia.<br />

b. Vias aéreas<br />

i. Entubação(preferência: nasal ou por nasofibroscopia);<br />

ii. Cricotiroidotomia;<br />

iii. Traqueostomia(Lesões traqueais).<br />

c. Controle da hemorragia<br />

i. Pressão e compressão direta;<br />

ii. Clampeamento.<br />

d. Nutrição por meio de sonda nasogástrica;<br />

e. Profilaxia para tétano<br />

f. Antibioticoterapia (Cefazolina 1g, endovenosa, de 6/6h).<br />

11. Procedimentos operatórios:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

a. Solicitar entubaçãonasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />

medicamentos por via endovenosa:<br />

i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />

ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />

b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />

fixá-la por meio de micropore;<br />

c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo;<br />

d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />

alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />

se o paciente é alérgico a iodo);<br />

e. Aposição de campos estéreis;<br />

f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />

nós);<br />

g. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição na área a ser incisada;<br />

h. A remoção do projétil deve ser ponderada ao risco de maior dano;<br />

i. Remoção intra-articular deve ser considerada, dado o maior risco de toxicidade ao chumbo,<br />

como também o potencial de deterioração da articulação a longo prazo;<br />

ii. Balas revestidas por latão ou cobre causam neurotoxicidade;<br />

iii. Fragmentos de bala são importantes evidências criminais.<br />

i. Debridamento conservador dos tecidos necrosados e remoção dos ferimentos;<br />

j. Lavagem da ferida com solução salina;<br />

k. Remoção de restos dentários desvitalizados ou abalados, ou corpos estranhos;<br />

l. Restabelecimento da oclusão e relação maxilo-mandibular (quando necessário);<br />

m. Redução dos segmentos fraturados;<br />

n. Fixação rígida:<br />

i. Em caso de perda significante de substância a fixação é feita com placas de reconstrução ou<br />

ii.<br />

malhas de titânio;<br />

Enxertos ósseos são necessários para lesões avulsivas e segmentos mal-adaptados ou cominuídos<br />

que precisem ser substituídos;<br />

I. Primário: terços superior e médio da face;<br />

II. Secundário: mandíbula;<br />

o. Instalação de Drenos;<br />

p. Sutura por planos dos tecidos moles;<br />

i. Enxertos de pele ou retalhos primários;<br />

I. Devem ser empregados em ferimentos relativamente limpos. Caso contrário o<br />

fechamento tardio ou os enxertos devem ser postergados até a fase inicial de<br />

cicatrização da ferida;<br />

∗ Obs.: Tratamento conservador do tecido mole: debridamento tardio(24 a 48 hs)<br />

permite melhor visualização e manutenção do tecido considerado “limite”;<br />

q. Curativo compressivo.<br />

55


12. Complicações pós-operatórias:<br />

a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />

possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />

importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />

primeiras horas pós-operatórias.<br />

b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />

má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />

crescimento facial (crianças), cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />

13. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />

a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />

11. Recomendações pós-operatorias:<br />

a. Limpeza diária das feridas com solução de peróxido de hidrogênio diluído;<br />

b. Antibiótico tópico (pomada de neomicina sobre a sutura, 8/8horas, 7 dias);<br />

c. Após a cicatrização do tecido mole estar completa, devemos aplicar protetor solar nestas áreas 30 minutos<br />

antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />

12. Acompanhamento:<br />

a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />

b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />

c. Solicitar, se necessário, acompanhamento fonoaudiológico e psicológico.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

56


CAPÍTULO 15 – CRITÉRIOS PARA ALTA HOSPITALAR<br />

ANEXOS:<br />

Tácio Pinheiro Bezerra<br />

Fábio Wildson Gurgel Costa<br />

Eduardo Costa Studart Soares<br />

As orientações quanto aos critérios para indicação de alta hospitalar são fundamentais para o correto e menos dispendioso<br />

funcionamento do serviço. Além disso, servem para padronização da atuação dos estagiários e residentes. Dessa forma, para<br />

se determinar a indicação de alta hospitalar serão considerados os seguintes critérios:<br />

CRITÉRIOS O QUE AVALIAR? PONTUAÇÃO<br />

Sinais Vitais<br />

Pressão arterial.<br />

Frequência cardíaca.<br />

Frequência respiratória.<br />

Temperatura.<br />

Pontuação 2 – Se os sinais vitais<br />

permanecerem estáveis por 01 hora.<br />

Pontuação 0 – Se os sinais vitais estiverem<br />

instáveis.<br />

Ambulação O deambular do paciente. Pontuação 2 – Deambular sem assistência.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Náusea e Vômito<br />

Episódios de vômito ou relatos de<br />

náusea.<br />

Dor Resposta subjetiva acerca de<br />

sintomatologia dolorosa.<br />

Sangramento<br />

Micção<br />

Resposta subjetiva/constatação clínica<br />

acerca de sangramento.<br />

Resposta subjetiva acerca do ato<br />

mictório.<br />

Pontuação 1 – Deambular com assistência.<br />

Pontuação 0 – Impossibilitado de<br />

deambular.<br />

Pontuação 2 – Ausência de episódios<br />

eméticos ou relatos de náusea;<br />

Pontuação 1 – Episódio emético ou relato<br />

de náusea >1hora.<br />

Pontuação 0 – Episódio emético ou relato<br />

de náusea


Resultado:<br />

Ao final da avaliação pós-operatória para indicação da alta hospitalar, o profissional assistente deverá somar os pontos obtidos<br />

e decidir seguindo as opções abaixo:<br />

SOMATÓRIO<br />

O QUE FAZER?<br />

0 - 3 Permanência hospitalar para indicar tratamentos específicos ao caso.<br />

4 - 7 Permanência hospitalar para observar e/ou indicar tratamentos específicos ao caso.<br />

8 - 12 Alta hospitalar.<br />

Em adição, abaixo segue o modelo para preenchimento dos quesitos discutidos anteriormente:<br />

CRITÉRIO 0 Ponto 1 Ponto 2 Pontos<br />

Sinais vitais Instáveis ( ) - ( ) Estáveis p/ 1h ( )<br />

Ambulação Impossibilitado ( ) Com auxílio ( ) Normalmente ( )<br />

Náusea/Vômito < 1h ( ) > 1h ( ) Ausente ( )<br />

Dor - ( ) Relato ( ) Ausente ( )<br />

Sangramento Persistente ( ) Compatível ( ) Ausente ( )<br />

Micção Ausente ( ) - ( ) Espontânea ( )<br />

Total<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

58


ANEXOS<br />

ANEXOS:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

ANEXO 1: Guia de transferência.<br />

ANEXO 2: Receituário de encaminhamento para o HUWC.<br />

ANEXO 3: Guia de autorização de Consulta do HUWC.<br />

ANEXO 4: Solicitação de abertura de prontuário.<br />

ANEXO 5: Anamnese e Exame Físico.<br />

ANEXO 6: Evolução Clínica.<br />

ANEXO 7: Requisição de Exames Complementares.<br />

ANEXO 8: Laudo para Solicitação/Autorização de Internação <strong>Hospital</strong>ar.<br />

ANEXO 9: Prescrição.<br />

ANEXO 10: Aviso de Cirurgia.<br />

ANEXO 11: Solicitação de acompanhante.<br />

ANEXO 12: Ficha de referência e contra-referência.<br />

ANEXO 13: Resumo de Alta.<br />

ANEXO 14: Prescrição domiciliar.<br />

ANEXO 15: Retorno para acompanhamento ambulatorial.<br />

ANEXO 16: Solicitação de Tomografia Computadorizada.<br />

ANEXO 17: Telefones dos Serviços do HUWC.<br />

ANEXO 18: Código de Procedimentos e CID.<br />

ANEXO 19: Autorização para realização de exames laboratoriais<br />

ANEXO 20: Ficha de Trauma Buco-Maxilo-Facial<br />

59


ANEXO 1: Guia de transferência.<br />

ANEXO 2: Receituário de encaminhamento para o HUWC.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

60


ANEXO 3: Guia de autorização de consulta no HUWC.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

ANEXO 4: Solicitação de abertura de prontuário.<br />

61


ANEXO 5: Anamnese e Exame<br />

Físico.<br />

Paciente encaminhada para submeter-se à <strong>cirurgia</strong> de expansão de maxila<br />

sob anestesia geral. Paciente relata que há 5 meses faz uso do aparelho<br />

Hirax com finalidade de posterior <strong>cirurgia</strong> de osteotomia maxilar.<br />

No momento não apresenta sintomatologia dolorosa, nem dificuldade de<br />

respiração ou fonação. Ao exame extra-oral observa-se um padrão facial<br />

braquicefálico, ausência de assimetria importante, com tecidos de<br />

recobrimento aparentemente normais. Quando analisado o perfil, nota-se<br />

leve prognatismo mandibular e perda de dimensão vertical. Ao exame intraoral<br />

observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do lado direito<br />

e região de topo a topo posteriormente do lado esquerdo, constatando-se<br />

também palato levemente atresiado no sentido transversal com<br />

profundidade normal.<br />

Ao exame radiográfico, observa-se ausência de dentes no local provável da<br />

osteotomia. As imagens sugerem que as raízes dos incisivos centrais<br />

superiores apresentam-se normais sem indícios de dilacerações ou qualquer<br />

outra malformação. O espaço entre as raízes dos mesmos apresenta-se<br />

normal e há ausência de periapicopatias. Não há pneumatização dos seios<br />

maxilares e estes encontram-se aparentemente normais. Evidencia-se<br />

imagem radiopaca sugestiva de esclerose óssea idiopática na região do<br />

dente 47. O côndilo esquerdo apresenta leve reabsorção óssea.<br />

História médica: paciente relata história de doença cardíaca na família<br />

(avó).<br />

Paciente não está fazendo uso controlado de medicamentos e afirma que já<br />

foi submetida a um procedimento cirúrgico realizado sob anestesia geral, o<br />

qual não houve intercorrências.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

62


Se tiver algum dado importante, descrever nesse espaço. Caso não<br />

haja, apenar citar Nada Digno de Anotação (NDA).<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Atresia de Maxila.<br />

Exames hematológicos e Radiográficos.<br />

Osteotomia do Maxilar Superior<br />

63


ANEXO 6: Evolução Clínica.<br />

ODONTOLOGIA#CTBMF#<br />

No momento, paciente não apresenta sintomatologia dolorosa ou dificuldade de<br />

fonação/respiração.<br />

No exame extra-oral, observa-se um padrão facial braquicefálico e ausência de<br />

assimetria importante. Os tecidos de recobrimento encontram-se aparentemente<br />

normais e, na análise de perfil, observa-se um leve prognatismo mandibular e<br />

perda da dimensão vertical.<br />

No exame intra-oral, observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do<br />

lado direito, região de topo-a-topo posterior no lado esquerdo, palato levemente<br />

atrésico no sentido transversal com profundidade normal.<br />

Na avaliação radiográfica, constata-se ausência de dentes no local provável da<br />

osteotomia. Aparentemente, as raízes dos incisivos centrais superiores<br />

apresentam-se normais, sem indícios de dilaceração ou qualquer outra<br />

malformação. O espaço entre as raízes dos mesmos apresenta-se normal,<br />

observando-se também ausência de periapicopatias. Os seios maxilares<br />

encontram-se sem pneumatização e com aparência normal. Evidencia-se uma<br />

imagem radiopaca sugestiva de esclerose óssea idiopática na região do dente 47.<br />

O côndilo esquerdo apresenta leve reabsorção óssea.<br />

Diagnóstico clínico de atresia maxilar, sendo <strong>cirurgia</strong> de Osteotomia do Maxilar<br />

Superior a ser realizada.<br />

No momento, o paciente encontra-se eupnéico, euctérico, acianótico, afebril,<br />

normocorado, diurese positiva, estado geral bom.<br />

Condutas:<br />

1. Exame clínico;<br />

2. Solicitação de exames complementares (hematológicos e<br />

imaginológicos);<br />

3. Prescrição hospitalar em anexo;<br />

4. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial agendada para o dia ___/___ às ___:___<br />

horas.<br />

5. Qualquer dúvida, __________________________________.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

64


ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />

Paciente internado para <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior agendada para<br />

___:___ horas. Paciente encontra-se consciente, sem dor, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril,<br />

normocorado, diurese positiva, estado geral bom.<br />

Condutas:<br />

1. Exame clínico;<br />

2. Orientações pré-operatórias;<br />

3. Orientações gerais;<br />

4. Cirurgia agendada para o dia ___/___ às ___:___ horas.<br />

5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />

ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Paciente internado para <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior chega à sala de<br />

<strong>cirurgia</strong> consciente, sem dor, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese positiva,<br />

estado geral bom. Encontra-se em decúbito dorsal, e o anestesista realizando os procedimentos<br />

necessários.<br />

Condutas:<br />

1. Intubação;<br />

2. Procedimento cirúrgico;<br />

3. Após a <strong>cirurgia</strong>, ir para a Sala de Recuperação;<br />

4. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />

ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />

Paciente submetido à <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior foi encaminhado à<br />

Sala de Recuperação. Cirurgia sem intercorrências. Paciente encontra-se consciente, sem dor, eupnéico,<br />

euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese positiva, estado de saúde geral bom.<br />

Condutas:<br />

1. Sala de Recuperação;<br />

2. Orientações pós-operatórias;<br />

3. Orientações gerais;<br />

4. Prescrição em anexo;<br />

5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />

65


ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />

Paciente no 1º DPO de <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior. Paciente<br />

encontra-se orientado, consciente, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese<br />

positiva, estado geral bom. Edema facial compatível com o procedimento cirúrgico. Ausência de<br />

secreção mucopurulenta, de hemorragia e deiscência de sutura.<br />

Condutas:<br />

1. Exame clínico;<br />

2. Orientações pós-operatórias;<br />

3. Prescrição domiciliar em anexo;<br />

4. Retorno ambulatorial agendado para o dia ___/___ às ___:___ horas;<br />

5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

66


ANEXO 7: Requisição de Exames Complementares.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

67


ANEXO 8: Laudo para solicitação de internação hospitalar.<br />

Deve-se descrever o quadro clínico do paciente, relatando as queixas do paciente e o que pode-se observar durante a<br />

anamnese e exame clínico.<br />

Ex: Paciente apresenta atresia da maxila no sentido transversal com mordida cruzada posterior do lado direito.<br />

Necessidade de anestesia geral e risco cirúrgico.<br />

Exame clínico + Exame radiográfico.<br />

Escrever de acordo com o livro de <strong>cirurgia</strong>.<br />

CTBMF<br />

Eletivo<br />

Ver Anexo 17<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

68


ANEXO 9: Prescrição:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Prescrição pós-operatória:<br />

Dieta líquida/pastosa, fria/gelada no mínimo 6<br />

horas após a <strong>cirurgia</strong> ou quando bem<br />

Soro fisiológico (SF) 0,9% 1000 mL EV<br />

Intercalados<br />

Kefazol 1g EV 6/6 horas (diluir em 100 mL de<br />

Cetoprofeno 100 mg EV 12/12 horas (diluir<br />

em 100 mL de soro a 0,9%)<br />

Dipirona 2cc + 18cc EV 6/6 horas<br />

Tramal 50 mg EV 8/8horas (diluir em 100 mL<br />

Plasil 10 mg EV 8/8 horas (se necessário –<br />

Caso tenha sido feito o Bloqueio Intermaxilar,<br />

aspirar secreções orais se necessário.<br />

CUIDADOS:<br />

1. Crioterapia: bolsa de gelo por 30<br />

min a cada 2 horas sobre a face<br />

2. Cabeceira elevada a 30º<br />

3. Higiene Bucal: bochecho de H 2<br />

O +<br />

H 2<br />

O 2 (1:1) 3 vezes por dia<br />

CTBMF<br />

69


Prescrição 1º DPO:<br />

Dieta líquida/pastosa, fria/gelada<br />

Após desjejum, alta hospitalar<br />

CCGG + SSVV 3/3 horas<br />

Em caso de dúvidas, ligar para<br />

CTBMF<br />

ANEXO 10: Aviso de Cirurgia.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

70


ANEXO 11: Solicitação de acompanhante.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

71


ANEXO 12: Ficha de referência e contra-referência.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

72


ANEXO 13: Resumo de<br />

Paciente encaminhada para submeter-se à <strong>cirurgia</strong> de expansão de maxila sob anestesia<br />

geral. Paciente relata que há 5 meses faz uso do aparelho Hirax com finalidade de posterior<br />

<strong>cirurgia</strong> de osteotomiamaxilar. No momento não apresenta sintomatologia dolorosa, nem<br />

dificuldade de respiração ou fonação.<br />

Ao exame extra-oral observa-se ausência de assimetria importante, com tecidos de<br />

recobrimento aparentemente normais. Nota-se leve prognatismo mandibular e perda de<br />

dimensão vertical.<br />

Ao exame intra-oral observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do lado direito e<br />

região de topo a topo posteriormente do lado esquerdo, constatando-se também palato<br />

levemente atresiado no sentido transversal com profundidade normal.<br />

Paciente não está fazendo uso controlado de medicamentos e afirma que já foi submetida a<br />

um procedimento cirúrgico realizado sob anestesia geral, o qual não houve intercorrências.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Alta.<br />

Hemograma, Tempo de Protrombina, Tempo de Tromboplastina Parcial, Glicemia em jejum e<br />

Tempo de Sangramento dentro dos padrões de normalidade. (Citar os exames que foram<br />

solicitados e descrever os resultados ou caso haja algo digno de anotação).<br />

Paciente evoluiu sem complicações.<br />

73


Paciente submetido à Cirurgia de Osteotomia do Maxilar Superior sob anestesia geral sem<br />

intercorrências.<br />

Atresia de Maxila.<br />

Repouso, medicação em anexo, retorno para reavaliação no ambulatório no dia ____ às ____ horas.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

74


ANEXO 14: Prescrição domiciliar.<br />

Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Rx<br />

Uso interno:<br />

1. Amoxicilina 500 mg – 21 cápsulas<br />

Tomar 1 cápsula de 8/8 horas durante 7 dias.<br />

Se alérgico: Clindamicina 300 mg – 21 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 7 dias.<br />

2. Nimesulida 100 mg – 6 comprimidos<br />

Tomar 1 compriimido de 12/12 horas durante 3 dias.<br />

Se alérgico: Ibuprofeno 300 mg – 9 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />

Diclofenaco de Sódio 50 mg – 9 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />

Diclofenaco de Potássio 50 mg – 9 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />

3. Dipirona 500 mg – 12 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 6/6 horas durante 3 dias.<br />

Se alérgico: Paracetamol 500 mg – 12 comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 4/4 horas durante 3 dias.<br />

4. Dramin 100 mg – comprimidos<br />

Tomar 1 comprimido de 6/6 horas caso sinta vômito ou náuseas.<br />

Uso externo:<br />

4. Clorexidina 0,12% - colutório<br />

Bochechar 10 ml de 12/12 horas durante 14 dias.<br />

Fortaleza, ___ de __________ de _____.<br />

75


ANEXO 15: Retorno para acompanhamento ambulatorial.<br />

Cirurgia Realizada<br />

Expansão Maxilar<br />

Ortognática<br />

Trauma<br />

Patologias<br />

Pós-operatório<br />

10d, 30d, quando interromper a expansão<br />

ortodôntica, quando remover o expansor, 6m<br />

e 1 ano.<br />

2x/semana: 1ª à 4ª semana;<br />

1x/semana: até 2m;<br />

3m e 1 ano.<br />

10d, 30d, e 1ano.<br />

10d, 6m, 1ano, 3 anos, 5 anos.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

76


Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

77


ANEXO 16: Solicitação de Tomografia Computadorizada.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

78


ANEXO 17: Telefones dos Serviços do HUWC.<br />

BLOCO ADMINISTRATIVO<br />

SETOR<br />

RAMAL<br />

Comissão de Controle de Infecção <strong>Hospital</strong>ar 8168<br />

Convênio e Contas médicas 8115<br />

Diretor geral (Prof. Silvio) 8109<br />

Diretoria de Ensino e Pesquisa (Prof. Marcelo) 8101<br />

Diretor Médico (Prof. Carlos Roberto) 8105<br />

Diretoria de Enfermagem (Enf. Dayse) 8184<br />

Serviço de Farmácia <strong>Hospital</strong>ar 8151<br />

Laboratório 8182<br />

Laboratório de Urgência 8179<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

BLOCO AMBULATORIAL<br />

SETOR<br />

RAMAL<br />

Farmácia Ambulatorial 8220<br />

Pediatria 8383/8380/8104/8304/8381<br />

Dermatologia 8148/8150<br />

Cirurgia 8371/8374<br />

Transplante Hepático 8235<br />

Geriatria 8379/8382<br />

Endocrinologia 8165/8143<br />

Farmacologia Clinica 8250<br />

Fisioterapia 8146<br />

Oftalmologia 8372<br />

Otorrinolaringologia 8373<br />

Psicologia 8118<br />

Pneumologia 8169<br />

Traumato-Ortopedia 8211/8212<br />

Cardiologia 8132<br />

Serviço de Internação (Nilson) 8139<br />

Unidade Transfusional (Banco de Sangue) 8116<br />

Neurologia 8161<br />

BLOCO CIRURGICO<br />

SETOR<br />

RAMAL<br />

Central de Material e Esterilização 8370<br />

Clinica Cirúrgica I 8364<br />

Clinica Cirúrgica II 8367<br />

Clinica Cirúrgica III 8368<br />

Centro Cirúrgico (Posto de Enfermagem) 8369<br />

Centro Cirúrgico 8361<br />

Sala de Recuperação anestésica (SR) 8363<br />

BLOCO DE IMAGINOLOGIA<br />

SETOR<br />

RAMAL<br />

Serviço de Endoscopia 8176<br />

Serviço de Hemodinamica 8172/8173<br />

Serviço de Radiologia 8174/8177/8181<br />

79


BLOCO DE INTERNACAO CLÍNICA<br />

SETOR<br />

RAMAL<br />

UTI 8162<br />

Clinica Médica I 8156<br />

Clinica Médica IIA 8157<br />

Clinica Médica III-Dermatologia 8159<br />

Clinica Médica IV-Pediatria 8160<br />

Patologia 8318/8305<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

80


ANEXO 18: Código de Procedimentos e CID.<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

Descrição Procedimento CID<br />

ÓRGÃOS ANEXOS BOCA<br />

Excisão e sutura de lesão da boca 33001014<br />

Biópsia da Boca 33004013<br />

ÓRGÃOS ANEXOS GLÂNDULAS SALIVARES<br />

Excisão de glândula submaxilar<br />

33003025 K112<br />

Excisão de rânula<br />

33004021 K116<br />

Excisão de tumor de glândula parótida<br />

33005028 K112<br />

Excisão de glândula salivar<br />

33007020 K118<br />

Fechamento de fístula salivar com retalho<br />

33009023 K114<br />

Incisão e drenagem de abscesso da parótida<br />

33010021 K113<br />

Parotidectomia<br />

33013020 D110<br />

Biópsia de glândula salivar 33015023<br />

Excisão de glândula sublingual<br />

33702020 C081<br />

Excisão de glândula submaxilar<br />

33703027 C080<br />

Excisão de tumor de glândula parótida<br />

33705020 C07<br />

Excisão de tumor de glândula sublingual<br />

33706026 C081<br />

Excisão de tumor de glândula submaxilar<br />

33707022 C081<br />

Parotidectomia<br />

33713022 C07<br />

Extirpação de glândula salivar<br />

33714029 C088<br />

ÓRGÃOS ANEXOS LÍNGUA<br />

Glossectomia Parcial<br />

33001030 C023<br />

Incisão e drenagem de abscesso lingual e sublingual<br />

33003033 K140<br />

Glossectomia Total<br />

33004030 C023<br />

Glossorrafia<br />

33005036 S005<br />

Ressecção de lesão benigna da boca<br />

33006032 D369<br />

Biópsia de língua/Glândulas salivares<br />

33007039 D101<br />

Glossectomia Parcial<br />

33701032 C028<br />

Glossectomia Total<br />

33704031 C028<br />

CIRURGIA OTORRINOLARINGOLÓGICA FACE<br />

Osteotomia do maxila inferior<br />

37001051 S030<br />

Ressecção do côndilo do maxilar inferior<br />

37002058 S026<br />

Retirada de corpo estranho na intimidade dos ossos da face<br />

37003054 S028<br />

Osteotomia do maxila superior<br />

37004050 S024<br />

Reconstrução de mandíbula<br />

37005057 K071<br />

Redução cirúrgica do afundamento de malar - sem fixação<br />

37006053 S024<br />

Redução cirúrgica do afundamento de malar - com fixação<br />

37007050 S028<br />

Tratamento cirúrgico da anquilose da ATM<br />

37008056 K076<br />

Redução cirúrgica da fratura dos ossos próprios do nariz<br />

37011057 S022<br />

Redução cirúrgica da luxação temporomandibular (recidivante ou não)<br />

37012053 S030<br />

Tratamento cirúrgico de osteomielite dos ossos da face<br />

37013050 M861<br />

Redução incruenta afundamento apófise zigomática 37014056<br />

Redução incruenta do maxilar 37015052<br />

Redução incruenta de luxação temporomandibular 37016059<br />

81


Tratamento conservador de fratura dos ossos da face 37025058<br />

Tratamento conservador de fratura dos ossos próprios do nariz 37026054<br />

CIRURGIA PLÁSTICA CAVIDADE ORAL<br />

Palatoplastia Completa<br />

38001020 Q379<br />

Palatoplastia com enxerto ósseo<br />

38002027 Q379<br />

Palatoplastia com retalho faríngeo<br />

38003023 Q379<br />

Palatoplastia parcial<br />

38004020 Q379<br />

Plástica transpalatina para atresiacoanal<br />

38005026 Q300<br />

Tratamento cirúrgico da fístula e cistos oromaxilares<br />

38006022 Q384<br />

Tratamento cirúrgico de fístula oronasal<br />

38007029 Q384<br />

Plástica do canal de stenon<br />

38008025 K118<br />

Palato Lábioplastia (unilateral 2 estágios)<br />

38009021 Q369<br />

Palato Lábioplastia (bilateral 3 estágios)<br />

38010020 Q360<br />

Palatoplastia completa<br />

38040026 Q359<br />

Palatoplastia com enxerto ósseo ou retalho<br />

38041022 Q378<br />

Palatoplastia parcial<br />

38042029 Q379<br />

Palato Lábioplastia uni ou bilateral (por estágio)<br />

38043025 Q355<br />

Cirurgia ortognática para maxilar ou maxilomandibular<br />

38046024 Q188<br />

Cirurgia ortognática tipo LeFort III<br />

38047020 S028<br />

CIRURGIA PLÁSTICA DA FACE<br />

Tratamento cirúrgico de anquilose da ATM<br />

38001039 K076<br />

Maxilectomia com ou sem esvaziamento orbitário<br />

38002035 C318<br />

Osteoplastia de mandíbula para prognatismo<br />

38003031 K071<br />

Osteoplastia para micrognatismo com ou sem implante silicone<br />

38005034 K070<br />

Tratamento cirúrgico de paralisia facial (susp da hemiface)<br />

38006030 G513<br />

Maxilectomia com ou sem esvaziamento orbitário<br />

38702037 C410<br />

CIRURGIA PLÁSTICA LÁBIOS<br />

Excisão parcial de lábio com enxerto livre<br />

38001055 C009<br />

Excisão parcial de lábio por lesão com rotação de retalho<br />

38002051 C009<br />

Excisão e reconstrução total de lábio<br />

38004054 S015<br />

Reconstrução de sulco gengivo labial<br />

38005050 Q383<br />

Reconstrução parcial de lábio<br />

38006057 Q380<br />

Tratamento cirúrgico de macrostomia<br />

38008050 Q184<br />

Tratamento cirúrgico de microstomia<br />

38009056 Q185<br />

Tratamento cirúrgico de lábio leporino<br />

38010054 Q369<br />

Queiloplastia (Hipertrofia de lábio)<br />

38011050 K130<br />

Queliplastia em pacientes com deformidades crânio faciais<br />

38050056 Q758<br />

Excisão/Reconstrução total de lábio em pac com deformidade<br />

38051052 Q379<br />

Excisão parcial do lábio com enxerto livre<br />

38701057 C006<br />

Excisão em cunha de lábio e sutura<br />

38703050 C005<br />

Excisão e reconstrução total de lábio<br />

38704056 C005<br />

ODONTOLOGIA CIRÚRGICA DENTO-BUCO-ALVEOLAR<br />

Excisão e sutura de lesão da boca<br />

44004044 S015<br />

Cirurgia para enucleação de cisto buco maxilar<br />

44005040 K098<br />

Cirurgia de osteoma, odontoma e outros tumores<br />

44007043 K092<br />

Tratcir fistula buco-sinusal ou buco nasal<br />

44017049 J018<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

82


Tratcir da fístula cutânea de origem dentária<br />

Biópsia de lesão mucosa da cavidade oral<br />

Trarcir da fístula buco-sinusal em paciente com deformidade<br />

ODONTOLOGIA TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL<br />

Ressecção de tumor ósseo com substituição<br />

Reconstrução de mandíbula<br />

Redução incruenta da fratura de mandíbula<br />

Redução cruenta da fratura unilateral da mandíbula<br />

Redução cruenta da fratura bilateral da mandíbula<br />

Redução cruenta da fratura cominutiva de mandíbula<br />

Red incruenta da frat maxilar superior (Le Fort I)<br />

Red incruenta da frat maxilar superior (Le Fort II)<br />

Reducção cruenta frat maxilar superior (Le Fort III) com aparelho<br />

Reducção cruenta frat maxilar superior (Le Fort III)<br />

Redução cruenta fratura malar com aparelho de contenção<br />

Redução incruenta da(s) fratura(s) alvéolo dent bilateral<br />

Redução cruenta da(s) fratura(s) alvéolo dentária<br />

44018045 K046<br />

44020040 D103<br />

44030045 Q188<br />

39003230<br />

37005057<br />

44001053 S026<br />

44003056 S026<br />

44004052 S026<br />

44005059 S026<br />

44006055 S024<br />

44008058 S024<br />

44009054 S028<br />

44010052 S028<br />

44012055 S028<br />

44014058 S028<br />

44015054 S028<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

83


ANEXO 19: Autorização para realização de exames laboratoriais<br />

AUTORIZAÇÃO<br />

Autorizo o <strong>Hospital</strong> Universitário Walter Cantídio da UFC a realizar exames laboratoriais nos casos de qualquer<br />

funcionário deste hospital ter se acidentado com meu sangue ou secreção.<br />

Esclareço que tenho ciência que os exames serão para pesquisas de doenças transmiditas nesse tipo de acidente,<br />

como hepatite B (HbsAg), Hepatite C (Anti-HVC), vírus da imunodeficiência humana (AIDS), etc. e que poderia<br />

levar ao adoecimento do funcionário acidentado.<br />

É importante frisar que os resultados dos exames são confidenciais e serão somente do meu conhecimento e dos<br />

profissionais do Serviço de Controle de Infecção <strong>Hospital</strong>ar do HUWC.<br />

Fortaleza, ........... de ..................................................... de .................<br />

..............................................................................................................<br />

Nome:<br />

CPF:<br />

Caso o paciente seja menor de idade ou esteja incapacitado de decidir sobre a realização do exame, eu,<br />

............................................................................................................................., qualidade<br />

de .............................. (parentesco) e como seu representante legal, declaro que estou ciente das informações<br />

acima descritas e concordo com a realização dos exames laboratoriais.<br />

...........................................................................................<br />

Nome:<br />

CPF:<br />

Não concordo em autorizar referidos exames e me responsabilizo pelos atos que possam ser oriundo desta<br />

decisão.<br />

............................................................................................<br />

Nome:<br />

CPF:<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

84


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />

85

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