cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial (ctbmf) - Hospital ...
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Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia<br />
e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
<br />
Coordenação: Prof. Dr. Eduardo Costa Studart Soares<br />
Prof. Dr. Henrique ClasenEscarparo<br />
<br />
Docentes:Dr. Tácio Pinheiro Bezerra<br />
Dr. Fábio Wildson Gurgel Costa<br />
Dr. Saulo Hilton Botelho Batista<br />
Dr. Ivo Cavalcante Pita Neto<br />
<br />
Estagiários:Adjair Jairo<br />
Andréa Araújo<br />
Diego Esses<br />
Erick Fontenele<br />
Eugênio Paccelli<br />
Pedro Everton<br />
Rômulo Medeiros<br />
FORTALEZA-CE<br />
2009
Manual de procedimentos do Serviço de<br />
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial<br />
(CTBMF)<br />
Sumário<br />
Capítulo 01 - Procedimentos de internação......................................................02<br />
Capítulo 02 - Cirurgia dos dentes inclusos .......................................................06<br />
Capítulo 03 - Cirurgia dos cistos dos maxilares .................................................11<br />
Capítulo 04 - Cirurgia dos tumores dos maxilares ..............................................17<br />
Capítulo 05 - Anamnese e Exame clínico para fraturas do complexo <strong>bucomaxilofacial</strong>..23<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Capítulo 06 - Fratura de nariz ......................................................................24<br />
Capítulo 07 - Fratura de mandíbula ...............................................................27<br />
Capítulo 08 - Fratura de côndilo mandibular.....................................................32<br />
Capítulo 09 - Fratura de frontal ....................................................................36<br />
Capítulo 10 - Fratura zigomática-orbitária .......................................................40<br />
Capítulo 11 - Fratura naso-órbito-etmoidal .....................................................44<br />
Capítulo 12 - Fratura de maxila ....................................................................48<br />
Capítulo 13 - Danos aos tecidos moles do complexo <strong>bucomaxilofacial</strong> .....................52<br />
Capítulo 14 - Lesões por arma de fogo ...........................................................54<br />
Capítulo 15 – Critérios para alta hospitalar ......................................................57<br />
Anexos .................................................................................................59<br />
Referências Bibliográficas............................................................................88<br />
1
CAPÍTULO 01 - PROCEDIMENTOS DE INTERNAÇÃO<br />
As orientações sobre a internação representam um importante capítulo dentro do sistema organizacional do Serviço,<br />
pelo fato de nortearem estagiários e residentes com os procedimentos adotados internamente pelo HUWC, e deste com as<br />
demais esferas de atenção do Sistema Único de Saúde. Esta seção abordará os seguintes passos:<br />
Identificação do perfil do paciente;<br />
Admissão e cadastro do paciente no HUWC;<br />
Internação propriamente dita.<br />
1. Identificação do perfil do paciente atendido pelo Serviço de CTMBF do HUWC:<br />
a. Paciente Interno:<br />
i. Paciente cadastrado no <strong>Hospital</strong> pela CTBMF;<br />
ii. Paciente encaminhado de outro serviço do <strong>Hospital</strong> para o de CTBMF.<br />
b. Paciente Externo:<br />
i. Unidade Básica de Saúde (Rede conveniada do SUS);<br />
ii. Livre demanda (UFC, Instituições de Ensino Superior, Hospitais).<br />
Andréa Araújo deVasconcellos<br />
Diego Felipe Silveira Esses<br />
2. Processo de admissão e cadastro do paciente no HUWC:<br />
a. Paciente interno:<br />
i. Preenchimento de uma Guia de Transferência (Anexo 1) pelo Serviço de origem, para o<br />
Serviço de CTBMF e posterior marcação de consulta.<br />
b. Paciente Externo:<br />
i. Unidade Básica de Saúde/Serviço Único de Saúde (UBS/SUS):<br />
I. Agendamento da consulta na própria UBS. Com o encaminhamento do paciente da<br />
UBS por meio de receituário (Anexo 2) e Guia de Autorização de Consulta (Anexo<br />
3), o paciente terá sua consulta agendada para o serviço de CTBMF.<br />
ii. Livre demanda:<br />
I. Preenchimento de receituário convencional, carimbado e assinado apenas pelo<br />
preceptor, solicitando a abertura do prontuário na mesma data (Anexo 4). Para<br />
abertura de cadastro no HUWC o mesmo deverá estar munido de CPF e de<br />
comprovante de residência.<br />
3. Protocolo de internação propriamente dito:<br />
a. Registro fotográfico do paciente, dos exames complementares ou outros documentos importantes para<br />
que sejam arquivados e o caso melhor acompanhado.<br />
i. Paciente:<br />
I. Frontal<br />
II. Perfil<br />
III. Crânio-caudal<br />
IV. Intra-oral<br />
OBS. O item i.III só será realizado se houver notadamente assimetria facial.<br />
ii.<br />
Outros documentos<br />
I. Exames por imagem<br />
II. Exames hematológicos<br />
III. Exames histopatológicos<br />
IV. Laudos, pareceres, etc.<br />
OBS. Os itens ii.II, III e IV só serão fotografados em casos específicos, onde haja real<br />
necessidade.<br />
b. Documentação necessária para a efetivação da internação do paciente:<br />
i. Pacientes residentes no município de Fortaleza:<br />
I. Ficha de anamnese (Anexo 5) – 1 via<br />
∗<br />
A anamnese deve ser preenchida na consulta inicial com o paciente. Deve-se registrar<br />
a queixa principal e a história da doença atual, ressaltando possível fator etiológico,<br />
tempo de evolução, sinais e sintomas, atendimentos anteriores e possíveis<br />
tratamentos realizados em outros locais. Deve incluir ainda informações acerca de<br />
possível comprometimento sistêmico, hábitos nocivos a saúde, presença de alergias<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
2
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
amedicamentos e <strong>cirurgia</strong>s realizadas. É relevante ainda anotar se o paciente encontrase<br />
sob cuidados médicos, se está gestante ou toma qualquer medicamento.A história<br />
familiar também é importante. Deve-se coletar o máximo de informações para que se<br />
possa estabelecer um correto diagnóstico e um adequado plano de tratamento. Em<br />
casos específicos, outras informações são importantes, como naqueles de <strong>cirurgia</strong> para<br />
expansão da maxila, onde o ajuste do aparelho expansor deve ser verificado.<br />
II. Evolução Clínica (Anexo 6) – 1 via<br />
∗ A primeira evolução clínica do paciente deve ser feita na consulta inicial; a segunda<br />
evolução no leito, nos instantes que antecedem a <strong>cirurgia</strong>. A terceira, na sala de<br />
<strong>cirurgia</strong>, imediatamente antes de iniciar o procedimento cirúrgico. A quarta evolução<br />
deve ser logo após a <strong>cirurgia</strong>. A quinta, no 1 o dia pós-operatório (DPO); e as<br />
subseqüentes devem ser realizadas a cada retorno ambulatorial desses pacientes.<br />
∗ Primeira evolução: Durante a consulta inicial faz-se uma descrição resumida da<br />
anamnese, dando ênfase aos detalhes de maior importância, do exame físico geral e<br />
locorregional, dos exames por imagem. Finaliza dando o diagnóstico e a proposta de<br />
tratamento cirúrgico. Caso haja necessidade de solicitação de qualquer tipo de exame<br />
pré-operatório ou avaliação de outra especialidade médica ou serviço de saúde do<br />
hospital (fisioterapia, nutrição, psicologia), este deverá ser realizado neste momento<br />
da evolução juntamente com o preenchimento do documento com este fim.<br />
∗ Segunda evolução: deve ser feita no leito, antes da <strong>cirurgia</strong>. Descreve o quadro atual<br />
que o paciente apresenta neste momento, como por exemplo o aumento da dor,<br />
trismo ou edema, reação a algum medicamento, presença de alterações em exames<br />
hematológicos e por imagem não vistos anteriormente.<br />
∗ Terceira evolução: realizada na sala de <strong>cirurgia</strong>, imediatamente antes do<br />
procedimento operatório. Atesta o bom estado do paciente a ser submetido à <strong>cirurgia</strong><br />
ou estabelece os motivos pelo qual a <strong>cirurgia</strong> foi cancelada.<br />
∗ Quarta evolução: realizada após a <strong>cirurgia</strong>, sendo o paciente então encaminhado para<br />
a Sala de Recuperação. Descreve possíveis intercorrênciasocorridas durante a<br />
<strong>cirurgia</strong>. Aproveita-se ainda este momento para determinar as condutas a serem<br />
realizadas no seguimento do paciente internado, como possíveis avaliações por outras<br />
especialidades, solicitação de exames por imagem pós-operatórios, etc.<br />
∗ Quinta evolução: deve ser feita no 1º DPO. Avalia o estado de saúde do paciente,<br />
enfatizando se o presente quadro sintomático é compatível com o ato operatório.<br />
Após alta hospitalar, as próximas evoluções serão feitas no ambulatório, nas consultas<br />
de retorno para acompanhamento dos pacientes.<br />
III. Requisição de exames complementares (Anexo 7) – 1 via<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
Deve-se solicitar, para todos os pacientes:<br />
- Exames hematológicos: hemograma completo, tempo de tromboplastina parcial,<br />
tempo de protrombina, tempo de sangramento, glicemia em jejum, uréia e<br />
creatinina;<br />
- Exames radiográficos: póstero-anterior e perfil de tórax;<br />
Os exames radiográficos de face devem ser solicitados de acordo com a <strong>cirurgia</strong> a ser<br />
realizada.<br />
O eletrocardiograma deve ser solicitado rotineiramente no pré-operatório de<br />
pacientes masculinos e femininos aparentemente saudáveis, com mais de 40 e 50<br />
anos, respectivamente, ou com histórico familiar de alteração cardíaca.<br />
É importante ressaltar que o formulário para requisição de exames deve ser<br />
particularizado por área de interesse, ou seja, devemos preencher um solicitando<br />
exames hematológicos (laboratório de análises clínicas), outro para exames<br />
radiográficos (radiologia), outro para eletrocardiograma (cardiologia) e assim<br />
sucessivamente.<br />
Pacientes de qualquer idade reconhecidamente portadores de alterações sistêmicas e<br />
aqueles com mais de 60 anos deverão ser submetidos a uma avaliação pneumológica e<br />
cardiológica antes de terem seus procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral<br />
agendados.<br />
3
ii.<br />
∗ Exames especiais comotomografia computadorizada, ressonância magnética,<br />
arteriografia e cintiolografia óssea devem ser solicitadosem guia especial com esta<br />
finalidade(Anexo 16).<br />
IV. Laudo para solicitação de internação hospitalar – AIH – (Anexo 8) – 3 vias<br />
∗ Esse laudo deve ser preenchido com os dados da instituição e pessoais do paciente,<br />
deve ser descrito os principais sinais/sintomas observados durante a anamnese,<br />
esclarecendo-se o provável diagnóstico, a <strong>cirurgia</strong> a ser realizada, com seu respectivo<br />
código, assim como justificando-se a causa da internação. Não esquecer de colocar o<br />
CPF, o nome do profissional, carimbo e assinatura do mesmo.<br />
V. Prescrição (Anexo 9) – 2 vias<br />
∗ Esta deve ser feita inicialmente no momento da internação do paciente, para que<br />
fique sob os cuidados da equipe de Enfermagem. Caso haja necessidade de algum<br />
exame laboratorial ou radiográfico adicional, estes deverão constar nesta prescrição.<br />
Logo após o término da <strong>cirurgia</strong> uma nova prescrição será elaborada constando<br />
medicações, nutrição e cuidados pós-operatórios. Caso o paciente fique internado<br />
mais de um dia, a prescrição será feita diariamente até às 8:00h da manhã e deverá<br />
variar de acordo com as necessidades do paciente. Na alta hospitalar, será<br />
confeccionada uma prescrição em receituário comum, em duas vias, e entregue ao<br />
paciente juntamente com as recomendações pós-operatórias.<br />
VI. Aviso de <strong>cirurgia</strong> (Anexo 10) – 1 via<br />
∗ Deve conter a <strong>cirurgia</strong> prevista, assim como o tipo de procedimento, a complexidade<br />
da <strong>cirurgia</strong>, se há necessidade de reserva de UTI ou de solicitação de materiais de alto<br />
custo, de modo a reduzir o risco de imprevistos relacionados à infra-estrutura e<br />
disponibilidade de materiais durante/após a <strong>cirurgia</strong>.<br />
VII. Solicitação de acompanhante (Anexo 11) – 1 via<br />
∗ A permanência de acompanhantes é concedida por lei diante das seguintes<br />
circunstâncias:<br />
- Crianças e adolescentes até 18 anos de idade;<br />
- Idosos acima de 60 anos de idade;<br />
- Pacientes incapacitados.<br />
∗ Deve-se, portanto, preencher a guia de solicitação de acompanhante, não esquecendo<br />
de redigir os motivos.<br />
Pacientes provenientes de outros municípios<br />
I. Ficha de referência e contra-referência (Anexo 12) expedida pelo município de<br />
origem;<br />
II. Demais documentos acima solicitados.<br />
Esses documentos deverão ser entregues no Setor de Internação do HUWC, cujo ramal para contato é 8139.<br />
Exceção se faz ao aviso de <strong>cirurgia</strong>, que deverá ser deixado no Centro Cirúrgico do HUWC, cujo ramal para contato é<br />
8361.<br />
c. Protocolo para Alta <strong>Hospital</strong>ar<br />
i. Para alta hospitalar, é necessário que sejam preenchidos os seguintes formulários:<br />
I. Resumo de Alta (Anexo 13) – 1 via<br />
4. Seguimento da internação:<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
Deve constar no Resumo de Alta uma síntese da história do paciente, incluindo<br />
motivo da procura, principais achados durante o exame físico, o tipo de <strong>cirurgia</strong><br />
realizada e a condição sob a qual foi feita, tipo de anestesia (local ou geral), além da<br />
evolução e possíveis complicaçõestrans/pós-cirúrgicas.<br />
Importante esclarecer a terapêutica e os cuidados a serem seguidos, além de orientar<br />
acerca de como se dará o acompanhamento do paciente.<br />
A prescrição domiciliar deverá ser feita em duas vias e entregue para o paciente. O<br />
restante dos documentos ficarão na própria secretaria responsável pela enfermaria a<br />
qual o paciente está internado.<br />
É importante observar qual o tempo de acompanhamento pós-operatório para cada<br />
paciente (Anexo 15).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
4
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
a. Condução do paciente ao serviço de internação do HUWC (Tel: 33668139):<br />
i. A equipe da internação ficará responsável pela reserva do leito e pelo encaminhamento do<br />
paciente e seus familiares ao serviço social;<br />
ii. Deve ser entregue à pessoa responsável da internação todos os documentos listados<br />
anteriormente;<br />
iii. Anotar o leito do paciente e a enfermaria.<br />
b. Ir à Secretaria do Centro Cirúrgico:<br />
i. Entregar o Aviso de Cirurgia até o limite de 14:00 horas do dia anterior ao da <strong>cirurgia</strong>.<br />
c. Conferir os materiais e/ou instrumentos para a realização da <strong>cirurgia</strong>:<br />
i. Cirurgias que necessitam de placas e parafusos de titânio:<br />
I. Ligar para o representante da distribuidora de materiais cirúrgicos até às 11:00 horas<br />
do dia anterior ao da <strong>cirurgia</strong>;<br />
II. Informar ao representante o nome da <strong>cirurgia</strong> a ser realizada, conferir se o código a<br />
ser utilizado confere com o da ficha de internação e se este dever ser alterado ou não;<br />
III. Solicitar ao representante o tipo de sistema de fixação a ser utilizado (2.0, 1.5 ou 2.4)<br />
ou materiais extras (ex: malha de titânio, chave em cruz, parafusos de fixação<br />
intermaxilar).<br />
ii. Cirurgias que necessitem de bloqueio maxilo-mandibular:<br />
I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência de barras de Erich e fio<br />
de aço 1.0;<br />
iii. Cirurgias de disjunção palatina:<br />
I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência da chave de ativação do<br />
aparelho expansor, além de pelo menos 2 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />
II. Caso inexista algum dos itens acima, ligar primeiro para o ortodontista responsável<br />
(chave de ativação).<br />
III. Verificar a estabilidade e o ajuste do aparelho.<br />
iv. Cirurgias ortognáticas:<br />
I. Conferir na central de esterilização de materiais a existênciados seguintes itens:<br />
∗ 3 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />
∗ Brocas de desgaste maxicuti;<br />
∗ Minisserras cirúrgicas;<br />
∗ Paquímetro;<br />
∗ Localizador de forame mandibular;<br />
∗ Fios de aço para bloqueio maxilo-mandibular;<br />
∗ Guias cirúrgicos (colocar na véspera para esterilizar).<br />
v. Cirurgias que necessitam de exodontia:<br />
I. Conferir na central de esterilização de materiais a presençade alavancas, fórceps e<br />
pelo menos 2 brocas 701 e 702 ou 703 para peça reta;<br />
vi. Para todas as <strong>cirurgia</strong>s as quais forem indicados:<br />
I. Conferir na central de esterilização de materiais a existência de 2 cabos de motores e<br />
2 peças retas;<br />
II. Lembrar os preceptores de levar, pelo menos, 2 motores elétricos para uso da peça<br />
reta e das minisserras no trans-operatório.<br />
5
CAPÍTULO 02 - CIRURGIA DOS DENTES INCLUSOS<br />
Tácio Pinheiro Bezerra<br />
1. Observações:<br />
a. Caso a exodontia seja indicada para ser realizada a nível ambulatorial, o paciente deverá ser encaminhado<br />
ao ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia,<br />
Odontologia e Enfermagem, para ter seu caso resolvido.<br />
b. Pacientes com quadros de pericoronarite ativa deverão primeiro tratar a infecção para depois serem<br />
submetidos a remoção dentária.<br />
2. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação(página 2). Vale<br />
ressaltar o motivo que o levou a remover o dente retido (indicação ortodôntica, quadros prévios de<br />
pericoronarite, dor, sensação de apertamento ou movimentação dentária, etc). Caso haja histórico de<br />
quadros anteriores de pericoronarite, anotar número de episódios, quando ocorreu pela última vez, grau<br />
de severidade e medicações empregadas anteriormente. Fato a ser indagado também é a presença de dor<br />
na área da articulação têmporo-mandibular quando o paciente fica de boca aberta por muito tempo.<br />
3. Exame físico:<br />
a. Será direcionado à procura de sinais de possível quadro inflamatório-infeccioso na área dos dentes a serem<br />
removidos. Além disso, é importante atentar para o grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser<br />
operada.<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografia panorâmica (todos os casos);<br />
ii. Radiografia periapical (casos específicos);<br />
iii. Tomografia computadorizada (relação com nervo alveolar inferior – De acordo com os<br />
parâmetros de Gay Scoda, 2000).<br />
∗ Obs.: De posse dos exames por imagem, deverá ser anotado na ficha o tipo de<br />
inclusão, de acordo com as classificações de Miller-Winter e Pell e Gregory.<br />
5. Procedimentos operatórios:<br />
a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos nós);<br />
g. Infiltração de solução anestésica contendo vasoconstritor nas faces vestibular e palatina/lingual do dente a<br />
ser removido, com propósitos de vasoconstrição;<br />
h. Abordagem cirúrgica superior:<br />
i. Incisão linear sobre o rebordo (tuber da maxila), com intra-sulcular no dente segundo molar e<br />
relaxante na mesial do mesmo com bisturí número 3 e lâmina número 15 (Figura 1).<br />
∗<br />
Obs.: Há a possibilidade de se fazer incisões intra-sulculares associadas à linear sobre<br />
o rebordo quando em dentes erupcionados ou semi-inclusos sem achados clínicoradiográficos<br />
de dificuldade operatória (Figura 1).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
6
i. Abordagem cirúrgica inferior:<br />
i. Palpação da borda anterior do ramo mandibular para a realização da incisão sobre o mesmo.<br />
Esta incisão linear sobre o rebordo deve seguir a divergência do ramo mandibular, medindo<br />
aproximadamente 2 cm posterior à face distal do segundo molar. Esta incisão deve seguir intrasulcularmente<br />
no segundo molar até atingir a face mesial do mesmo onde será realizada incisão<br />
relaxante em direção ao fundo de sulco.<br />
ii. Descolamento muco-periosteal;<br />
iii. Osteotomia com brocas cirúrgicas em instrumentos rotatórios sob irrigação abundante com<br />
soro fisiológico 0,9% (broca esféricas nº 6 ou 8) (Figura 2);<br />
iv. Odontossecção com broca cirúrgica em instrumentos rotatórios sob irrigação abundante com<br />
soro fisiológico 0,9% (tronco-cônica 702, 703 ou zecrya)(Figura 3);<br />
∗<br />
Obs. 1: A realização de osteotomias e o tipo de odontossecção vai depender da<br />
posição e do tipo de inclusão do dente, não sendo,necessariamente, um<br />
procedimento realizado em todos os casos(Figura 3).<br />
∗ Obs. 2: A osteotomia e odontosecção serão realizadas com peças de mão sob baixa<br />
rotação.<br />
v. Luxação e remoção do dente com elevadores retos ou curvos (Figura 4);<br />
vi. Regularização das bordas das feridas com lima para osso;<br />
vii. Irrigação abundante com soro fisiológico da cavidade cirúrgica;<br />
viii. Sutura interrompida simples com fio de vicryl 4.0.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
6. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, alveolite seca, alveolite úmida.<br />
7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
8. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />
7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – CIRURGIA DE DENTES INCLUSOS<br />
1- Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 24 horas após a <strong>cirurgia</strong>.<br />
2- Morder uma gaze depois da <strong>cirurgia</strong> por 30 minutos.<br />
3- Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4- Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
5- Repouso absoluto por 2 dias, não realizar esforço físico por 7 dias.<br />
6- Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
7- Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias, mas com cuidado na região<br />
dos pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
8- Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 2 minutos, 3 vezes ao dia, durante 10 dias.<br />
9- Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
10- Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />
uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />
dentista.<br />
11- É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
12- Após a remoção do dente é normal “aparecer” um “buraco” após o último dente, isto deve-se a ausência do dente<br />
removido.<br />
13- Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14- Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
15- Retornar com 7 dias para remoção dos pontos.<br />
16- Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
8
Figura 1 – Incisões de acesso para terceiros molares.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Figura 2 – Osteotomia com instrumento rotatório.<br />
9
Figura 3 – Odontossecção.<br />
Figura 4 – Luxação e remoção.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
10
CAPÍTULO 03 - CIRURGIA DOS CISTOS DOS MAXILARES<br />
Fábio Wildson Gurgel Costa<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Classificação dos cistos:<br />
a. Lesões de Tecido Mole<br />
i. Cistos Palatinos do Recém-nascido<br />
ii. Cisto Nasolabial<br />
iii. Cisto da Papila Incisiva<br />
iv. Cisto Epidermóide<br />
v. Cisto Dermóide<br />
vi. Cisto do Ducto Tireoglosso<br />
vii. Cistos Linfoepiteliais<br />
viii. Cistos Heterotópicos Orais<br />
ix. Cisto Gengival do Adulto<br />
x. Cisto de Erupção<br />
b. Lesões de Tecido Duro<br />
i. Cisto do Ducto Nasopalatino<br />
ii. Cisto Palatino Mediano<br />
iii. Cistos Odontogênicos Inflamatórios<br />
I. Cisto Radicular<br />
II. Cisto Residual<br />
III. Cisto Paradentário<br />
iv. Cisto Dentígero<br />
I. Cisto Folicular Inflamatório<br />
v. Cisto Periodontal Lateral<br />
I. Cisto Odontogênico Botrióide<br />
vi. Cisto Odontogênico Glandular<br />
∗<br />
Obs.: De acordo com a classificação da OMS, 1992 e modificada pela classificação para tumores odontogênicos<br />
publicada em 2005 (OMS, 3 a edição).<br />
2. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação (página 2). Vale<br />
ressaltar o motivo que o levou a procurar atendimento (tumefação, dor, drenagem de secreção purulenta,<br />
parestesia, ausência de erupção dentária, movimentação e/ou inclinação dentária, além de trauma na<br />
região afetada), tempo de evolução e quadros infecciosos anteriores. Caso o quadro encontre-se com<br />
infecção ativa, o mesmo deverá ser tratado antes de qualquer procedimento cirúrgico.<br />
3. Exame físico:<br />
a. Terá o propósito de localizar adequadamente a lesão, procurar sinais de possível quadro inflamatórioinfeccioso<br />
na área (como a presença de fístula), verificar a ausência de dentes (em especial, terceiros<br />
molares inferiores e caninos superiores), além de verificar a consistência do osso que recobre a lesão.<br />
Além disso, é importante atentar para o grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser operada.<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Lesões de Tecidos Moles<br />
I. Tomografia Computadorizada com janela para tecido mole<br />
II. Ultrassonografia<br />
III. Imagem por Ressonância Magnética<br />
11
ii.<br />
∗ Obs.: A indicação para tais exames está restrita a casos que suscitem dúvida.<br />
Lesões de Tecidos Duros<br />
I. Lesões < 3cm:<br />
∗<br />
∗<br />
Radiografias convencionais: periapical, oclusal superior ou inferior e panorâmica.<br />
Obs.: Radiografia oclusal deverá ser indicada especialmente em lesões localizadas até<br />
a região de primeiro molar inferior.<br />
∗ Obs.: Caso a radiografia panorâmica não esteja disponível, deverão ser solicitadas,<br />
para lesões em região posterior da mandíbula, as radiografias póstero-anterior de<br />
mandíbula e lateral oblíqua do lado comprometido (direita ou esquerda).<br />
II. Lesões > 3cm:<br />
∗<br />
∗<br />
Radiografias convencionais;<br />
Tomografia Computadorizada com contraste (em cortes coronais e axiais para<br />
reconstrução tridimensional).<br />
∗ Obs.: O exame de TC é especialmente indicado em lesões extensas localizadas em<br />
região posterior de maxila, bem como em casos de perda de cortical óssea.<br />
c. Teste de sensibilidade<br />
i. Em casos suspeitos de cisto radiculare, o teste de sensibilidade com frio, empregando o<br />
Endofrost ou similar deve ser realizado.<br />
d. Biópsia<br />
i. Punção aspirativa prévia à biópsia:utilizar seringa descartável de 20mL com o auxílio de duas<br />
agulhas descartáveis 40 X 12 (uma acomplada a seringa para aspirar o conteúdo cístico e<br />
outra,não acoplada, para evitar o desconforto do procedimento).<br />
ii. Biópsia Incisional (lesões 3cm)<br />
I. Convencional;<br />
II. Convencional + Ostectomia com broca cirúrgica (quando se pensar tratar-se de uma<br />
lesão agressiva).<br />
III. Obs.: Os procedimentos de punção aspiratória e biópsia deverão ser realizados no<br />
ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de<br />
Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Obs.: Lesões menores que 3cm, as quais serão tratadas sem biópsia, e aquelas cujo tratamento incluirá<br />
marsupialização ou descompressão deverão ser encaminhados para o ambulatório de Cirurgia Buco-<br />
Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, para terem<br />
seus procedimentos realizados.<br />
b. Acesso Cirúrgico x Localização<br />
i. Extra-oral: cisto do ducto tireoglosso, cisto linfoepitelial cervical, cisto dermóide e/ou cisto<br />
não-odontogênico localizado abaixo do músculo genióideo).<br />
ii. Intra-oral: demais cistos odontogênicos e não-odontogênicos.<br />
c. Modalidades de tratamento<br />
i. Lesões Agressivas (cisto odontogênico glandular e cisto odontogênico botrióide):<br />
I. Enucleação + ostectomia com broca cirúrgica (lesões 3cm).<br />
ii. Lesões Não-agressivas (demais cistos odontogênicos):<br />
I. Enucleação (lesões 3cm).<br />
∗<br />
Obs. A marsupialização poderá ser indicada como terapia única apenas em pacientes<br />
com até 12 anos de idade, cujas famílias se comprometam em retornar para<br />
reavaliações periódicas.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
12
iii.<br />
∗ Obs.: O tempo de marsupializaçãodeverá ser suficiente para que a radiografia de<br />
controle evidencie pelo menos 60% de redução da área radiolúcida. A troca de gazes<br />
deverá ser realizada em ambiente ambulatorial a cada 3 dias.<br />
Cistos Não-odontogênicos<br />
I. Enucleação<br />
6. Procedimentos operatórios:<br />
Cisto Nasolabial<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
h. Incisão com bisturi frio no tecido sobrejacente a tumefação;<br />
i. Descolamento tecidual com completa separação entre mucosa oral e epitélio cístico, periósteo e epitélio<br />
cístico, bem como mucosa nasal e epitélio cístico;<br />
j. Enucleação;<br />
k. Inspeção quanto à presença de possível comunicação com a fossa nasal. Caso presente, suturar com fio<br />
vycril 4.0;<br />
l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
m. Sutura com fio vycril 4.0 nas incisões intra-bucais;<br />
n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Cisto do Ducto Nasopalatino<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados na descrição anterior;<br />
b. Incisão intrasulcular com bisturi frio, em extensão proporcional às dimensões da lesão;<br />
c. Desinserção das papilas gengivais;<br />
d. Descolamento e rebatimento da mucosa palatina de recobrimento;<br />
e. Enucleação do cisto;<br />
f. Reposicionamento do retalho palatino;<br />
g. Sutura com fio vycril 4.0 nas papilas gengivais;<br />
h. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Cisto Dermóide, Cisto Heterotópico Oral (acima da musculatura geniohioideia)<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
b. Infiltração em assoalho bucal e língua de Xylocaína a 2%;<br />
c. Identificação do ducto excretor de Warthon;<br />
d. Incisão linear com bisturi frio abrangendo região ventral de ponta de língua, continuando-se até assoalho<br />
de boca;<br />
e. Divulsão tecidual com concomitante reparação do feixe vásculo-nervoso lingual, se necessário;<br />
f. Enucleação;<br />
13
g. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
h. Avaliação da função salivar através da estimulação mecânica (ordenha) do par de glândulas sublingual e<br />
submandibular;<br />
i. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Cisto Dermóide, Cisto Heterotópico Oral (inferior à musculatura geniohioideia)<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;;<br />
∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />
b. Infiltração em assoalho bucal e em pele de recobrimento submandibular/submentual de Xylocaína a 2%;<br />
c. Incisão com bisturi frio em pele e teidoelularsubutâneo até o músculo platisma;<br />
d. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e incisão do músculo<br />
platisma;<br />
e. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />
∗<br />
Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado operado, o que chama<br />
atenção para a proximidade com o ramo mandibular do nervo facial;<br />
∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a ligadura com fio de<br />
algodão 2.0.<br />
f. Exposição da lesão cística;<br />
g. Enucleação;<br />
h. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />
i. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submandibular/submentual;<br />
j. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />
k. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
∗<br />
Obs.: Armstrong et al. (2006) sugeriram, além da abordagem intra-bucal e extra-bucal em separado,<br />
uma combinação de ambas em casos onde o cisto situe-se em uma perspectiva trans-geniohioideia.<br />
Cistos dos maxilares com comportamento biológico não-agressivo (inclui: cistos inflamatórios, cisto<br />
dentígero e cisto periodontal lateral)<br />
∗<br />
Obs.: Casos extensos deverão ser submetidos a marsupialização à nível ambulatorial, como terapia<br />
isolada ou prévia a enucleação.<br />
∗ Obs.: Dentes com comprometimento pulpar ou em íntima associação a lesão deverão ser tratados<br />
endodônticamente previamente ao seu tratamento.<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
b. Infiltração em fundo de vestíbulo de Xylocaína a 2%;<br />
c. Incisãosulcular com uma ou duas incisões relaxantes com bisturi frio;<br />
∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />
dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />
d. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
e. Ostectomia com broca cirúrgica esférica para acesso à lesão, se necessário;<br />
f. Enucleação;<br />
g. Remoção de dente incluso ou parcialmente erupcionado, que esteja em íntima associação com à lesão,<br />
cujo prognóstico seja desfavorável à erupção espontânea ou induzida (inclui: desinclusões cirúrgicoortodônticas<br />
e auto-transplantes);<br />
h. Regularização das margens ósseas produzidas pela cavidade cística com lima para osso;<br />
i. Irrigação profusa da loja cirúrgica com solução fisiológica a 0,9%;<br />
j. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
k. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
14
Cistos dos maxilares com comportamento biológico agressivo (inclui: cisto odontogênico glandular e<br />
cisto odontogênico botrióide)<br />
∗<br />
Obs.: Casos extensos deverão ser submetidos a marsupialização à nível ambulatorial, como terapia<br />
isolada ou prévia a enucleação.<br />
∗ Obs.: Dentes em íntima associação a lesão deverão ser extraídos.<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
b. Infiltração em fundo de vestíbulo de Xylocaína a 2%;<br />
c. Incisãosulcular com uma ou duas incisões relaxantes com bisturi frio;<br />
∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />
dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />
d. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
e. Ostectomia com broca cirúrgica esférica para acesso à lesão, se necessário;<br />
f. Enucleação da lesão;<br />
g. Remoção de dente incluso ou parcialmente erupcionado associado à lesão;<br />
h. Ostectomia periférica com broca esféricadi tipo maxicut;<br />
i. Regularização das margens ósseas produzidas pela cavidade cística com lima para osso;<br />
j. Irrigação profusa da loja cirúrgica com solução fisiológica a 0,9%;<br />
k. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
l. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
7. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia.<br />
8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />
b. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
9. Recomendações pós-operatorias:<br />
∗<br />
Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />
10. Acompanhamento:<br />
a. Os pacientes submetidos a marsupialização deverão retornar a cada 3 dias para a troca de gazes até que as<br />
bordas da ferida estejam epitelizadas. Passado este período, deverão retornar a cada 3 meses até o<br />
completo reparo da lesão ou quando se decidir por um segundo tempo cirúrgico (enucleação ou<br />
enucleação + ostectomia de parede com broca).<br />
b. Os pacientes submetidos a um procedimento cirúrgico único deverão retornar com 7 ou 10 dias, para a<br />
remoção dos pontos, 6 meses, 1 ano. Depois deste período inicial, passarão a ser acompanhados<br />
anualmente por 5 anos.<br />
c. Nos casos onde um dente incluso foi mantido na esperança de sua erupção espontânea ou induzida por<br />
técnicas ortodônticas, os pacientes deverão ser vistos a cada 3 meses.<br />
d. Naqueles pacientes onde dentes foram mantidos e cujos ápices mantinham relação com lesões de baixa<br />
agressividade, o teste de sensibilidade deverá ser realizado 60 e 120 dias após o ato operatório. Em caso<br />
negativo, enviar para o ambulatório de endodontia do curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia,<br />
Odontologia e Enfermagem.<br />
e. O acompanhamento radiográfico deverá ser feito com radiografias convencionais. Apenas em casos raros<br />
ou localizados em região posterior da maxila, a tomografia computadorizada deverá também ser<br />
solicitada.<br />
15
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – CISTOS DOS MAXILARES<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 7 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
12. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
13. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
16
CAPÍTULO 04 - CIRURGIA DOS TUMORES DOS MAXILARES<br />
Eduardo Costa Studart Soares<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Classificação dos tumores benignos odontogênicos:<br />
a. Epitélio odontogênico com estroma fibroso maduro sem ectomesênquima odontogênico:<br />
i. Ameloblastoma sólido / tipo multicístico;<br />
ii. Ameloblastoma periférico / tipo periférico;<br />
iii. Ameloblastoma, tipo desmoplásico;<br />
iv. Ameloblastoma, tipo unicístico;<br />
v. Tumor odontogênico escamoso;<br />
vi. Tumor odontogênico epitelial calcificante;<br />
vii. Tumor odontogênico adenomatóide;<br />
viii. Tumor odontogênico ceratocístico.<br />
b. Epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico com ou se a formação de tecido duro:<br />
i. Fibroma ameloblástico;<br />
ii. Fibrodentinomaameloblástico;<br />
iii. Fibro-odontomaameloblástico;<br />
iv. Odontoma<br />
I. Odontoma, tipo composto;<br />
II. Odontoma, tipo complexo.<br />
v. Odontoameloblastoma;<br />
vi. Tumor odontogênico cístico calcificante;<br />
vii. Tumor dentinogênico de células fantasmas.<br />
c. Mesênquima e/ou ectomesênquima odontogênico com ou sem epitélio odontogênico:<br />
i. Fibroma odontogênico;<br />
ii. Mixoma / mixofibroma odontogênico;<br />
iii. Cementoblastoma<br />
d. Lesões ósseas relacionadas:<br />
i. Fibroma ossificante;<br />
ii. Displasia fibrosa;<br />
iii. Displasias ósseas;<br />
iv. Lesão central de células gigantes;<br />
v. Querubismo;<br />
vi. Cisto ósseo aneurismático<br />
vii. Cisto ósseo simples.<br />
viii. Fibroma desmoplásico<br />
∗<br />
Obs.: De acordo com a classificação modificada para tumores odontogênicos publicada em 2005 (OMS, 3 a<br />
edição). Modificada porque as lesões malignas foram retiradas por não serem tratadas pela Cirurgia e<br />
Traumatologia Buco-Maxilo-facial e o fibroma desmoplásico não consta nesta classificação.<br />
2. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo descrito no protocolo de internação (página 2). Vale<br />
ressaltar o motivo que o levou a procurar atendimento (tumefação, dor, drenagem de secreção purulenta,<br />
parestesia, ausência de erupção dentária, movimentação e/ou inclinação dentária, além de trauma na<br />
região afetada), tempo de evolução e quadros infecciosos anteriores. Caso o quadro encontre-se com<br />
infecção ativa, o mesmo deverá ser tratado antes de qualquer procedimento cirúrgico.<br />
3. Exame físico:<br />
a. Terá o propósito de localizar adequadamente a lesão, procurar sinais de possível quadro inflamatórioinfeccioso<br />
na área (como a presença de uma ou múltiplas fístulas), verificar a ausência de dentes (em<br />
especial, terceiros molares inferiores e caninos superiores), além de verificar a consistência do osso que<br />
recobre a lesão. É importante ficar atento ao grau de abertura bucal e a visibilidade da área a ser operada.<br />
17
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Região anterior da maxila e mandíbula:<br />
I. Lesões 3 cm<br />
∗ Radiografias convencionais: periapicais, oclusal, panorâmica;<br />
∗ Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais), se necessário.<br />
ii. Região posterior da maxila e mandíbula:<br />
I. Lesões 3 cm<br />
∗ Radiografias convencionais: panorâmica;<br />
∗ Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais), se necessário.<br />
∗ Obs.: Radiografia oclusal deverá ser indicada especialmente em lesões localizadas até<br />
a região de primeiro molar inferior.<br />
∗<br />
Obs.: Caso a radiografia panorâmica não esteja disponível, deverão ser solicitadas,<br />
para lesões em região posterior da mandíbula, as radiografias póstero-anterior de<br />
mandíbula e lateral oblíqua do lado comprometido (direita ou esquerda).<br />
∗ Obs.: O exame de TC é especialmente indicado em lesões extensas localizadas em<br />
região posterior dos maxilares, bem como em casos de perda de cortical óssea.<br />
c. Prototipagem<br />
i. Em casos onde seja necessário a colocação de placa de reconstrução, OBRIGATORIAMENTE<br />
deverá ser solicitado tomografia computadoriza para confecção de protótipo.<br />
d. Teste de sensibilidade<br />
i. Dentes que se pretende manter e cujos ápices apresentam relação com as lesões tumorais,<br />
deverão ter sua sensibilidade testada para o frio, empregando o Endofrost ou similar, antes e<br />
após o procedimento cirúrgico.<br />
e. Biópsia<br />
i. Punção aspirativa prévia à biópsia: deverá ser realizada em todas as lesões que se suspeite conter<br />
líquido em seu interior.<br />
ii. Biópsia Incisional (lesões >2cm)<br />
iii. Biópsia Excisional (lesões< 2cm)<br />
I. Enucleação;<br />
II. Enucleação + Ostectomia com broca cirúrgica (quando se pensar tratar-se de uma<br />
lesão agressiva).<br />
III. Obs.: Os procedimentos de punção aspiratória e biópsia deverão ser realizados no<br />
ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade de<br />
Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />
IV. Obs. Lesões menores que 2cm cujas características clínicas e/ou imaginológicas<br />
simulem lesões malignas deverão ser submetidas a bióspiaincisional.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Obs.: Lesões menores que 2cm, as quais serão tratadas sem biópsia, e as lesões (tumor odontogênico<br />
ceratocístico e ameloblastomaunicístico) cujaopção terapêutica poderá incluir amarsupialização, deverão<br />
ser encaminhados para o ambulatório de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade<br />
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, para terem seus procedimentos realizados.<br />
b. Acesso Cirúrgico x Localização<br />
i. Extra-oral: lesões localizadas em região de ângulo/ramo mandibular, cujo tratamento deverá<br />
ser feito por meio de recontorno e ressecção com ou sem continuidade óssea.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
18
ii. Intra-oral: todas as demais formas de tratamento empregadas em lesões localizadas na maxila e<br />
na mandíbula (regiões sínfise e corpo).<br />
c. Comportamento biológico x forma de tratamento:<br />
Agressividade baixa:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
a. Definição: lesões bem diferenciadas, normalmente com cápsula bem definida, e com pouca tendência a<br />
reincidência. Ex.:Odontoma, tumor odontogênico adenomatóide, fibro-odontomaameloblástico,<br />
cementoma verdadeiro, displasia óssea focal, etc.<br />
b. Forma de tratamento<br />
i. Enucleação<br />
∗ Obs.: Dentes inclusos com rizogênese incompleta associadas a lesões extra-foliculares<br />
deverão ser mantidas e acompanhados.<br />
∗ Dentes erupcionados associados a lesões deverão ser mantidos, se possível.<br />
ii. Recontorno<br />
∗ Indicado para displasia fibrosa causando deformidade facial evidente e alguns casos de<br />
displasia óssea florida.<br />
iii. Controle periódico<br />
∗ Reservado para a displasia fibrosa, displasia óssea focal e florida assintomáticas, além<br />
do querubismo.<br />
∗ Dentes erupcionados associados a lesões deverão ser mantidos, se possível.<br />
iv. Acesso cirúrgico e estímulo ao sangramento<br />
∗ É um procedimento exclusivo para o cisto ósseo simples.<br />
v. Acompanhamento<br />
I. 1º ano: 6 meses e 12 meses,<br />
II. 2º, 3º, 4º e 5º anos: anual.<br />
Agressividade moderada:<br />
a. Definição: lesões de limites pouco definidos, por normalmente serem desprovidas de cápsula, e com<br />
alguma tendência a recorrência. Ex.: Lesão central de células gigantes, fibroma ossificante, tumor<br />
odontogênico epitelial calcificante, fibroma odontogênico central, fibroma ameloblástico, mixoma<br />
odontogênico, cisto ósseo aneurismático, etc.<br />
b. Forma de tratamento<br />
i. Enucleação seguida de ostectomia de parede com broca<br />
∗ Obs: Dente incluso com rizogênese incompleta associado uma lesão extra-folicular<br />
deverá ser mantido e acompanhado, se possível.<br />
∗ Obs.: Dentes erupcionados associados a lesão deverão ser extraídos.<br />
ii. Acompanhamento<br />
I. 1º ano: 6 meses e 12 meses<br />
II. 2º, 3º, 4º e 5º anos: anual<br />
iii. TO ceratocístico<br />
I. Lesões < 3 cm: enucleação seguida de ostectomia de parede com broca.<br />
II. Lesões > 3 cm: marsupialização seguida de enucleação + ostectomia de parede com<br />
broca.<br />
∗ Obs.: O tempo de marsupializaçãodeverá ser suficiente para que a radiografia de<br />
controle evidencie pelo menos 60% de redução da área radiolúcida. A troca de gazes<br />
deverá ser realizada em ambiente ambulatorial a cada 3 dias.<br />
∗ Obs.: Dente incluso deverá ser mantido, se possível.<br />
∗ Obs.: Dentes erupcionados associados a lesão deverão ser submetidos a tratamento<br />
endodôntico, se possível.<br />
iv. Ameloblastomaunicístico<br />
I. Lesões < 3 cm: enucleação seguida de ostectomia de parede com broca.<br />
II. Lesões > 3 cm: marsupialização por 6 meses seguida de enucleação + ostectomia de<br />
parede com broca.<br />
∗ Obs.: Dentes inclusos e erupcionados associados a lesão deverão ser extraídos.<br />
19
Agressividade elevada<br />
a. Definição: Lesões de limites pouco definidos, de natureza infiltratia e com altos índices de recorrência<br />
quando tratadas conservadoramente. Ex.:Ameloblastoma sólido ou multicístico, fibroma desmoplásico,<br />
etc.<br />
b. Forma de tratamento<br />
i. Ressecção com ou sem defeito de continuidade<br />
∗ Dentes inclusos ou erupcionados associados a lesãodeerão ser extraídos<br />
ii. Acompanhamento<br />
I. 1º ano: 6-12 meses<br />
II. 2º – 10º ano: anual.<br />
6. Procedimentos operatórios:<br />
Lesões tratadas por acesso intra-oral<br />
a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbanteutilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo, de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
h. Incisão sulcular com 1 ou 2 incisões relaxantes com bisturi frio<br />
∗ Obs.: Quando se optar por incisões relaxantes, as mesmas devem se localizar a uma distância de 1-2<br />
dentes anterior e/ou posterior a margem da lesão evidenciada radiograficamente.<br />
i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
j. Tratamento propriamente dito:<br />
i. Enucleação ou;<br />
ii. Enucleação + ostectomia com broca do tipo maxicutt nas paredes ósseas ou;<br />
iii. Recontorno com broca do tipo maxicutt ou;<br />
iv. Ressecção com ou sem continuidade óssea empregando brocas n o 702 ou serras na confecção<br />
das osteotomias e brocas do tipo maxicutt na regularização das paredes.<br />
k. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
l. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
m. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Lesões tratadas por acesso extra-oral<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />
b. Infiltração em pele de recobrimento da região submentual/ submandibular/retromandibularde Xylocaína<br />
a 2%, de acordo com a localização da lesão;<br />
c. Incisão com bisturi frio em pele e tecido celular subcutâneo<br />
d. Acesso Cirúrgico<br />
i. Submandibular<br />
I. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e<br />
incisão do músculo platisma;<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
20
ii.<br />
II. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />
∗<br />
Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado operado,<br />
o que chama atenção para a proximidade com o ramo mandibular do nervo facial;<br />
∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a<br />
ligadura com fio de algodão 2.0.<br />
III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e periósteo<br />
Retromandibular<br />
I. Incisão através da fusão do músculo platisma, sistema músculo-aponeurótico<br />
superficial e cápsula parótida;<br />
II. Dissecção romba em direção a borda posterior da mandíbula;<br />
∗ Obs.: Nesta fase normalmente há interferência do nervo facial. É interessante<br />
identificar, dissecar e retrair o ramo mandibular marginal.<br />
III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e descolamento do músculo masséter;<br />
e. Exposição da lesão tumoral;<br />
f. Tratamento propriamente dito:<br />
i. Ressecção com ou sem continuidade óssea empregando brocas n o 702 ou serras na confecção<br />
das osteotomias e brocas do tipo maxicutt na regularização das paredes;<br />
ii. Recontorno com broca do tipo maxicutt.<br />
g. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />
h. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submentual / submandibular/retromandibular;<br />
i. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />
j. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
7. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extraoral).<br />
8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
8. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página).<br />
9. Acompanhamento:<br />
a. Os pacientes submetidos a marsupialização deverão retornar a cada 3 dias para a troca de gazes até que as<br />
bordas da ferida estejam epitelizadas. Passado este período, deverão retornar com 3 e 6 meses, quando<br />
deverão ser submetidos à ostectomia de parede com broca.<br />
b. Os pacientes submetidos a remoção de lesões de agressividade moderada e elevada deverão retornar para<br />
controle por um período mínimo de 10 anos.<br />
c. Nos casos onde um dente incluso foi mantido na esperança de sua erupção espontânea ou induzida por<br />
técnicas ortodônticas, os pacientes deverão ser vistos a cada 3 meses.<br />
d. O acompanhamento radiográfico deverá ser feito com radiografias convencionais. Apenas em casos raros<br />
ou localizados em região posterior da maxila, a tomografia computadorizada deverá também ser<br />
solicitada.<br />
21
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – TUMORES ODONTOGÊNICOS<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
22
CAPÍTULO 05 - ANAMNESE E EXAME CLÍNICO PARA<br />
FRATURAS DO COMPLEXO BUCO-MAXILO<br />
MAXILO-FACIAL<br />
Eduardo Costa Studart Soares<br />
1. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2).<br />
Depois de ter conhecimento do paciente ser vítima de trauma de face, devemos nos ater inicialmente as<br />
informações referentes ao trauma propriamente dito, incluindo: quando (data do trauma e do 1º<br />
atendimento), como (direção e intensidade da força) e onde aconteceu (condições do local: estrada de<br />
terra, asfalto). A etiologia do trauma (acidente automobilístico, motociclístico, agressão física, por arma<br />
de fogo, etc), a presença de traumas associados (crânio, tórax, etc) e o grau de consciência, além de um<br />
histórico de episódios eméticos são relevantes. Além disso, devemos indagar o doente acerca da presença<br />
de dor, parestesia, episódios de hemorragia (epistaxe), alteração de oclusão, diplopia, etc. Por fim, obter<br />
informações sobre a presença de dentes (dentado, parcialmente dentado ou desdentado), cronologia de<br />
erupção (decídua, mista, permanente) e higiene oral (boa, regular, deficiente).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
2. Exame físico:<br />
* Obs.: O exame físico deverá ser realizado em ambiente bem iluminado, utilizando-se de<br />
palpação bidigital e bilateral simultaneamente.<br />
a. Será iniciado avaliando possível comprometimento do tecido mole (laceração, abrasão, equimose,<br />
hematoma, enfisema, contusões, feridas puntiformes, feridas cortantes, feridas perfuro-cortantes, feridas<br />
perfuro-contusas, feridas corto-contusas, mordedura humana ou animal, ferimentos por projéteis de<br />
armas de fogo). Posteriormente se verificará a presença de assimetria facial, paralisia, edema, equimose,<br />
hematoma, distopia, telecanto, dificuldade de movimentação ocular, má-oclusão, perda de substância,<br />
exposição de tecido ósseo, limitação de abertura bucal, dor à palpação, degrau, presença de corpo<br />
estranho, rinoliquorréia, otoliquorréia, etc.<br />
* Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma(Anexo 20) usada no serviço<br />
de CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
3. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Serão individualizados no decorrer dos capítulos sobre os diversos tipo de trauma.<br />
c. Prototipagem<br />
i. Em casos de seqüelas de traumatismos , quando possível será solicitado tomografia<br />
computadoriza para confecção de protótipo.<br />
23
CAPÍTULO 06 - FRATURA DE NARIZ<br />
Erick Helton Lima Fontenele<br />
1. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Em especial, nestes casos, pesquisar a presença de<br />
obstrução nasal, episódios de epistaxe, além de história de trauma nasal prévio. É fundamental saber a<br />
forma e possíveis desvios do nariz anteriores a fratura. Em alguns casos, deverá ser solicitado que o<br />
paciente traga uma foto recente para comparação.<br />
2. Exame físico:<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23). Especificamente para casos suspeitos de fratura nasal devemos estar alertas a presença de<br />
laceração, ruptura da mucosa, equimose e hematoma intenso, além de possível edema palpebral e<br />
hemorragia subconjuntival. A palpação poderá evidenciar instabilidade com ou sem deslocamento nasal,<br />
depressão óssea, crepitação e mais raramente, enfisema subcutâneo.<br />
* Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de CTBMF-<br />
HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
3. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografias<br />
I. Póstero-anterior de face;<br />
II. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />
III. Perfil de face.<br />
ii. Tomografia computadorizada (quando percebe-se o envolvimento do complexo naso-orbitoetmoidal).<br />
4. Considerações acerca do tratamento<br />
a. Indicações:<br />
i. Fraturas com desvio e/ou instabilidade;<br />
ii. Tempo de evolução<br />
I. Os casos só serão tratados no serviço com até 15 dias de ocorrido o trauma. Depois<br />
disso, deverão ser encaminhados para o Serviço de Cirurgia Plástica do <strong>Hospital</strong><br />
Universitário Walter Cantídio para tratamento.<br />
iii. Comprometimento estético e funcional.<br />
b. Tipos de Redução da fratura<br />
i. Fechada<br />
I. Indicações:<br />
∗<br />
Fraturas unilaterais ou bilaterais dos ossos nasais;<br />
∗ Fraturas com desvio menor que a metade da profundidade da ponte nasal.<br />
ii. Aberta<br />
I. Indicações:<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
∗<br />
Fratura/desvio intenso do osso nasal/septo;<br />
Desvio da pirâmide nasal excedendo metade da profundidade da ponte nasal;<br />
Fraturas septais abertas;<br />
Deformidade persistente após redução fechada;<br />
Fraturas cominutivas que necessitam de enxertos ou osteossíntese com<br />
miniplacas.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
24
5. Procedimentos operatórios:<br />
Redução Fechada<br />
a. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />
paciente é alérgico a iodo);<br />
d. Aposição de campos estéreis;<br />
e. Introduzir instrumento comprido e arredondado (elevador de Digman ou Asch) na fossa nasal e aplicar<br />
força de dentro para fora e, ao mesmo tempo, direcionar a redução da fratura com a mão no sentido<br />
contrário;<br />
f. Curativo interno com gaze seca, devendo ser mantido por 7-10 dias;<br />
g. Contenção externa com gase gesso coberto com micropores, devendo ser mantido por pelo menos 7 dias.<br />
Redução Aberta<br />
a. Os casos deverão ser encaminhados para o Serviço de Cirurgia Plástica do <strong>Hospital</strong> Universitário Walter<br />
Cantídio para tratamento.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
6. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor. Diante destes acontecimentos<br />
não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve<br />
sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, deformidade residual, obstrução nasal<br />
persistente, anosmia.<br />
7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
7. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Evitar assoar o nariz;<br />
c. Espirrar de boca aberta;<br />
a. Descongestionante nasal após a remoção do curativo interno.<br />
8. Acompanhamento:<br />
a. Remoção do tamponamento nasal com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (póstero-anterior<br />
de face, póstero-anterio oblíqua de face de Waters e perfil de face) nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1<br />
ano.<br />
25
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS– FRATURA DE NARIZ<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
4. Alimentação normal.<br />
5. Escovar os dentes normalmente.<br />
6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />
7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />
8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />
9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />
entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />
10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />
uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />
dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
26
CAPÍTULO 07 - FRATURA DE MANDÍBULA<br />
Eugênio Paccelli Alves Filho<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Classificação das fraturas:<br />
a. Severidade da fratura<br />
i. Simples<br />
ii. Composta<br />
iii. Complexa<br />
b. Tipo de fratura<br />
i. Galho verde<br />
ii. Cominutiva<br />
iii. Impactada<br />
iv. Exposta<br />
v. Patológica<br />
c. Presença de dentes<br />
i. Dentado<br />
ii. Parcialmente dentado<br />
iii. Desdentado<br />
d. Localização das fraturas<br />
i. Sínfise<br />
ii. Parassínfise<br />
iii. Corpo<br />
iv. Ângulo<br />
v. Ramo<br />
∗ Obs.: As fratura de côndilo serão discutidas no capítulo seguinte.<br />
2. Considerações sobre a localização das fraturas:<br />
a. Fraturas de sínfise:<br />
i. Vertical: sem desvios significativos(desalinhamento dentário);<br />
ii. Oblíqua: cavalgamento dos incisivos;<br />
I. Obs.: Pode estar associada a fratura bilateral de côndilo.<br />
b. Fraturas de parassínfise:<br />
i. Fraturas verticais e oblíquas comportam-se de maneira desfavorável;<br />
ii. Podem esta associada a fratura de côndilo contralateral;<br />
iii. Fraturas bilaterais podem constituir estado de urgência.<br />
c. Fraturas de corpo :<br />
i. Fraturas verticais e oblíquas mostram tendência de desvio dos cotos anterior e posterio com<br />
possível mordida aberta anterior e lateral;<br />
ii. Podem estar associadasà fraturas de ângulo e côndilo.<br />
d. Fraturas de ângulo:<br />
i. Fratura vertical: desvio no sentido vertical e medial;<br />
ii. Fratura oblíqua para anterior: fratura favorável;<br />
iii. Fratura obliqua pra distal: deslocamento vertical do coto proximal.<br />
e. Fratura de ramo:<br />
i. Desvios pouco significativos;<br />
ii. Fraturas de processocoronóide são raras e não apresentam desvios significativos.<br />
3. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma(Anexo 20). Verificar a história de otorragia. Devemos recordar com o<br />
paciente como era a sua oclusão antes da fratura. Caso o paciente tenha modelos confeccionados com fins<br />
ortodônticos, solicitar que traga em consulta posterior ou no dia da internação.<br />
4. Exame físico:<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilofacial(página<br />
23). É importante atentar para a presença de equimose intra-oral, dor à palpação em áreas da<br />
27
ase da mandíbula, dificuldade de abrir a boca e a presença de mordida aberta anterior. Além disso, nunca<br />
esquecer da possibilidade de fraturas por contragolpe, quando detectarmos lacerações em região mentual.<br />
∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de CTBMF-<br />
HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
5. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Fratura de sínfise, parassínfise e corpo:<br />
I. Panorâmica. Em sua ausência, solicitar póstero-anterior de mandíbula e lateral<br />
oblíqua de mandíbula e oclusal inferior.<br />
ii. Fratura de ângulo:<br />
I. Panorâmica e póstero-anterior de mandíbula. Na ausência de panorâmica, pósteroanterior<br />
de mandíbula e lateral oblíqua de mandíbula.<br />
iii. Fratura complexa da mandíbula<br />
I. Panorâmica e póstero-anterior de mandíbula.<br />
∗ Obs.: A tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá<br />
ser solicitada sempre que as radiografias convencionais não permitirem um<br />
diagnóstico adequado do caso.<br />
c. Prototipagem<br />
i. Em casos de seqüelas de fratura de mandíbula, deverá ser solicitada tomografia<br />
computadorizada para confecção de protótipo.<br />
6. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />
b. Os casos onde esteja indicada a colocação de barras de Erich ou que goteiras devam ser confeccionadas,<br />
deverão ser encaminhados a disciplina de Cirurgia Buco-Dentária do Curso de Odontologia da Faculdade<br />
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem.<br />
c. Acesso cirúrgico x localização:<br />
i. Intra-oral: será a preferência para as fraturas simples de sínfise, parassínfise, corpo, ângulo e<br />
ramo mandibular.<br />
ii. Extra-oral: deverá ser restrita a fraturas complexas e casos de fratura de ângulo, em especial, ou<br />
de outras localizações, com grande deslocamento.<br />
d. As fraturas infectadas deverão ser tratadas com placas de reconstrução do sistema 2.4 fixadas na base da<br />
mandíbula e com os parafusos distantes do foco infeccioso.<br />
e. As fraturas com longos bizéis poderão eventualmente serem tratadas por meio da técnica de lagscrew,<br />
empregando 2 ou 3 parafusos.<br />
f. Dentes associados a fratura:<br />
i. Quando manter: falta de contato direto com a boca, ausência de pericoronarite, não interfere<br />
na redução da fratura.<br />
ii. Quando remover: presença de mobilidade grosseira, dentes com pericoronarite, impede a<br />
redução da fratura, presença de raízes fraturadas, dentes com ápices radiculares expostos, atraso<br />
excessivo no tratamento da fratura.<br />
g. Nas fraturas em crianças é importante:<br />
i. Avaliar a o tipo de dentição.<br />
ii. Ter conhecimento de que a fixação interna adequada, quando empregada, deve ser cercada de<br />
cuidados em virtude da pouca altura da mandíbula, presença de dentes e proximidade do nervo<br />
alveolar inferior.<br />
7. Procedimentos operatórios:<br />
Acesso Intra-Oral (fraturas de sínfise, parassínfise, corpo e ângulo)<br />
a. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
28
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
29<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbanteutilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
g. Infiltração em fundo de vestíbulo de xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
h. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico em extensão suficiente para expor a fratura<br />
e colocar material de fixação.<br />
i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
∗ Obs.: Em alguns casos, o nervo mentual deverá ser dissecado para permitir a liberação do retalho.<br />
j. Manipulação dos cotos fraturados;<br />
∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de graulação.<br />
k. Bloqueio maxilo-mandibular:<br />
i. Preguiçoso: o paciente deve ser dentado para permitir tal técnica.<br />
ii. Barras de Erich;<br />
iii. Parafusos para bloqueio (IMF).<br />
l. Fixação da fratura com 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0, uma na zona de tensão com 4 furos e<br />
parafusos monocorticais e outra de 6 furos e parafusos bicorticais na área de compressão.<br />
∗ Obs.: Fraturas parassinfisárias bilaterais ou que demonstrem instabilidade deverão ser fixadas com 1<br />
mini-placa de titânio do sistema 2.0 (parafuso monocortical) na banda de tensão e 1 placa de<br />
reconstrução do sistema 2.4 (parafusos bicorticais) na zona de compressão.<br />
∗<br />
Obs.: Fraturas de ângulo sem deslocamento em pacientes do sexo feminino deverão ser tratadas pela<br />
técnica de Champy.<br />
∗ Obs.: Para a colocação de 2 placas nas fraturas de ângulo, faz-se necessário o uso do trocárter.<br />
m. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />
n. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
o. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
p. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Acesso Extra-Oral (fraturas complexas, ângulo e ramo mandibular)<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
∗ Obs.: Na colocação dos campos, deixar visível a comissura bucal do lado homolateral.<br />
b. Infiltração em pele de recobrimento da região submentual/ submandibular/retromandibularde Xylocaína<br />
a 2%, de acordo com a localização da fratura;<br />
c. Incisão com bisturi frio em pele e tecido celular subcutâneo<br />
d. Acesso Cirúrgico<br />
i. Submandibular (sínfise, parassínfise, corpo e ângulo)<br />
I. Dissecção até a camada superficial da fáscia cervical profunda, individualização e<br />
incisão do músculo platisma;<br />
II. Incisão da fáscia cervical profunda;<br />
ii.<br />
∗<br />
Obs.: Estar atento neste momento aos espasmos da comissura labial do lado<br />
operado, o que chama atenção para a proximidade com o ramo mandibular do<br />
nervo facial;<br />
∗ Obs.: Atentar para o risco de lesão da artéria e veia faciais. Caso aconteça fazer a<br />
ligadura com fio de algodão 2.0.<br />
III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e periósteo<br />
Extensão retromandibular (ângulo e ramo)
I. Incisão através da fusão do músculo platisma, sistema músculo-aponeurótico<br />
superficial e cápsula parótida;<br />
II. Dissecção romba em direção a borda posterior da mandíbula;<br />
∗ Obs.: Nesta fase normalmente há interferência do nervo facial. É interessante<br />
identificar, dissecar e retrair o ramo mandibular marginal.<br />
III. Incisão da cinta ptérigomassetérica e descolamento do músculo masséter;<br />
e. Manipulação dos cotos fraturados;<br />
∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de graulação.<br />
f. Bloqueio maxilo-mandibular:<br />
i. Preguiçoso: o paciente deve ser dentado para permitir tal técnica.<br />
ii. Barras de Erich;<br />
iii. Parafusos para bloqueio (IMF).<br />
g. Fixação da fratura com 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0 ou uma placa de reconstrução do sistema<br />
2.4.<br />
h. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />
i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />
j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele de revestimento submentual / submandibular/retromandibular;<br />
k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />
l. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
9. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />
má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, cicatriz<br />
hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
10. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
9. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />
solar na região incisada 30 minutos antes de SE expor ao sol por 6 meses.<br />
10. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (panorâmica) nos<br />
períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano;<br />
c. Caso haja relato de pequenos desvios de oclusão, relatado pelo paciente nos primeiros dias de pósoperatório,<br />
a terapia com elásticos deverá ser instituída. Para isto, serão fixados bráquetes aos dentes<br />
adiante dos primeiro molares, inclusive. Nestes casos, os retornos deverão ser semanais durante 60 dias.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS–FRATURA DE MANDÍBULA<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
31
CAPÍTULO 08 - FRATURA DE CÔNDILO MANDIBULAR<br />
Pedro Everton Marques Goes<br />
1. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Verificar a história de ruídos articulares, limitação de<br />
abertura bucal, sintomatologia pré-auricular e otorragia. Devemos recordar com o paciente como era a<br />
sua oclusão antes da fratura, relatando aspectos de possíveis maloclusões prévias.<br />
2. Exame físico:<br />
a. O exame físico convencional seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo<br />
buco-maxilo-facial (página 23).<br />
∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de<br />
CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
b. Em virtude da especificidade deste tipo de traumatismos é importante se avaliar os seguintes aspectos:<br />
i. Dor (No ouvido ou Pré-auricular);<br />
ii. Limitação dos movimentos mandibulares (abertura e lateralidade);<br />
iii. Desvio do mento (Para o lado fraturado);<br />
iv. Retroposicionamento mandibular (Fraturas bilaterais)Mordida aberta anterior (Contato prématuro<br />
posterior);<br />
v. Fratura das cúspides vestibulares dos molares superiores.<br />
3. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografia panorâmica;<br />
ii. Radiografia PA de mandíbula;<br />
iii. Radiografia Lateral oblíqua de mandíbula (direita e esquerda);<br />
iv. Radiografia AP de côndilos (Imagem reversa de Towne);<br />
v. Tomografia computadorizada em cortes axiais, coronais e sagitais em janela para tecidos duros*<br />
∗ Obs.: A tomografia computadorizada deverá ser solicitada sempre que as radiografias<br />
convencionais não permitirem um diagnóstico adequado do caso, em fraturas com<br />
grandes deslocamentos ou em casos associados a fraturas de terço médio de face.<br />
4. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Os casos poderão ser tratados de forma aberta ou fechada segundo os critérios descritos a seguir.<br />
b. As barras de Erich deverão ser instaladas previamente à realização do procedimento cirúrgico (dia anterior<br />
à <strong>cirurgia</strong>).<br />
c. Acesso cirúrgico x localização:<br />
i. Pré-auricular: será a preferência para as fraturas nas quais se faz necessária uma manipulação<br />
intra-articular.<br />
ii. Retro-mandibular:será a preferência para o processo de manipulação, redução e fixação do<br />
segmento fraturado.<br />
iii. Intra-oral: será o acesso indicado para os casos tratados por <strong>cirurgia</strong> assistida por vídeo.<br />
d. Nas fraturas em crianças é importante:<br />
i. Avaliar a o tipo de dentição.<br />
ii. Ter conhecimento de que a fixação interna adequada, quando empregada, deve ser cercada de<br />
cuidados em virtude da pouca altura da mandíbula, presença de dentes e proximidade do nervo<br />
alveolar inferior.<br />
iii. O tratamento conservador em um paciente portando dentição decídua ou mista pode ser<br />
dificultado em razão da não possibilidade de instalação de barras de Erich.<br />
5. Tratamento Aberto:<br />
a. São indicações absolutas para redução aberta:<br />
i. Deslocamento do côndilo para o interior da fossa craniana média;<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
32
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
ii. Deslocamento extracapsular lateral do côndilo;<br />
iii. Presença de corpos estranhos dentro da cápsula articular;<br />
iv. Obstrução mecânica impedindo a função da articulação têmporo-mandibular ;<br />
v. Fraturas expostas que requerem tratamento imediato;<br />
vi. Fraturas bilaterais associadas com fratura de terço médio da face ou com outras fraturas<br />
mandibulares.<br />
b. Representam indicações relativas para redução aberta:<br />
i. Fraturas condilares bilaterais em pacientes edêntulos quando o bloqueio não é possível devido à<br />
severa atrofia;<br />
ii. Fraturas condilares unilaterais ou bilaterais quando o bloqueio não está recomendado devido à<br />
condição médica ou quando a fisioterapia não é possível.<br />
c. Técnica<br />
i. Solicitar intubação nasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
I. Dexametasona 10mg<br />
II. Cefazolina 1g<br />
III. Dipirona 1g<br />
ii. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no<br />
paciente e fixá-la por meio de micropore;<br />
iii. Fazer o turbante utilizando ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente;<br />
iv. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o<br />
paciente é alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou<br />
povidinedegermante (saber previamente se o paciente é alérgico a iodo);<br />
v. Aposição de campos estéreis;<br />
vi. Marcação da incisão utilizando palito umedecido em tinta (azul de metileno);<br />
vii. Infiltração de solução anestésica com vasoconstrictor;<br />
viii. Acesso cirúrgico de acordo com a descrição para os acessos pré-auricular e retro-mandibular<br />
descritos pelos autores Eduard Ellis III e Michael Zide (2006):<br />
Acesso retro-mandibular:<br />
I. Incisão linear de 3-5 cm localizada pelo menos 1,5cm abaixo da borda inferior da<br />
mandíbula;<br />
II. Eletrocoagulação dos vasos sub-dérmicos;<br />
III. Divulsãosub-cutâneo;<br />
IV. Tunerização do músculo platisma utilizando tesoura metzenbaum delicada;<br />
V. Incisão do músculo platisma utilizando como referência a ponta da tesoura;<br />
VI. Incisão da cinta pterigomassetérica indo até o periósteo mandibular.<br />
Acesso pré-auricular:<br />
I. Incisão linear de aproximadamente 3 cm em região pré-auricular;<br />
II. Eletrocoagulação dos vasos subdérmicos;<br />
III. Dissecção acima do arco zigomático ao nível da camada superficial da fáscia temporal;<br />
IV. Dissecção abaixo do arco zigomático ao longo do canal auditivo externo para a mesma<br />
profundidade;<br />
V. Incisão oblíqua através da camada superficial da fáscia temporal;<br />
VI. Dissecção através da incisão em direção inferior para expor a cápsula articular;<br />
VII. Incisão vertical através dos tecidos superficiais da cápsula a frente do conduto auditivo<br />
externo;<br />
∗<br />
Após a retração dos tecidos superficiais da articulação temporomandibular, uma<br />
tesoura delicada é usada para entrar na cápsula. O ponto inicial de entrada é um<br />
pouco abaixo do arco zigomático, continuando paralelo ao contorno da fossa<br />
articular;<br />
33
VIII. Incisão através do ligamento lateral do disco articular, entrando no espaço articular<br />
inferior.<br />
ix. Abordagem do sítio da fratura e manipulação dos cotos fraturados objetivando a redução da<br />
fratura. Os casos tardios poderão necessitar de refratura dos segmentos e ainda remoção do<br />
tecido de granulação entre os cotos fraturados;<br />
x. Bloqueio maxilo-mandibular (O ideal é através das barras de Erich uma vez que as mesmas<br />
serão utilizadas para a fisioterapia pós-operatória);<br />
xi. Fixação funcionalmente estável (Sistema 2.0);<br />
∗<br />
xii.<br />
xiii.<br />
xiv.<br />
xv.<br />
Em função da grande variabilidade de possibilidades de apresentações das fraturas existem várias<br />
formas de fixação. O ideal é a aplicação de duas placas com dois parafusos em cada lado da<br />
fratura em cada placa ou ainda uma placa quadrangular para fratura condilar;<br />
Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />
Revisão da hemostasia local;<br />
Sutura interrompida simples por planos, utilizando-se vycril 4.0 nos planos sub-cutâneos e<br />
nylon 5.0 no plano cutâneo;<br />
Realização de curativo cutâneo pré-auricular.<br />
OBS: Para as fraturas bi-laterais, é suficiente que o tratamento aberto seja aplicado apenas em um dos côndilos, podemos<br />
aplicar o tratamento fechado no côndilo contra-lateral.<br />
5. Tratamento Fechado:<br />
a. Técnica<br />
i. Instalação de barras de Erich;<br />
ii. Bloqueio maxilo-mandibular com elásticos por 1 semana;<br />
iii. Fisioterapia com elásticos por 3 semanas:<br />
I. 3 séries de: 10 protrusões, 10 lateralidades (E), 10 lateralidades (D), 10 aberturas<br />
máximas. Executadas 3 vezes por dia.<br />
6. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />
má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />
crescimento facial (crianças), anquilose, sialocele (acesso extra-oral), cicatriz hipertrófica/queilóide<br />
(acesso extra-oral).<br />
7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar:<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
8. Recomendações pós-operatórias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />
solar na região incisada 30 minutos antes de expor ao sol.<br />
11. Acompanhamento:<br />
a. Avaliar a amplitude dos movimentos bordejantes (abertura, protrusão e lateralidades D e E);<br />
b. Avaliar a qualidade funcional (mastigação);<br />
c. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
d. Os pacientes deverão ser acompanhados após 7 dias (clínico e radiográfico), 15 dias (clínico), 1 mês<br />
(clínico), 2 meses (clínico), 6 meses (clínico e radiográfico) e 1 ano (clínico e radiográfico).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
34
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS– FRATURA DE CÔNDILO MANDIBULAR<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
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CAPÍTULO 09 - FRATURA DE FRONTAL<br />
Adjair Jairo Silva de Souza<br />
1. Anamnese<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Inicialmente, verificar o nível de consciência de acordo<br />
com a escala de coma de Glasgow descrita abaixo. Verificar história de epistaxe, saída de líquido<br />
serossanguinolento pelo nariz, obstrução nasal, deficiência de acuidade visual, além de parestesiasupraorbitária.<br />
2. Exame Físico<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23).É importante verificar a presença de lacerações de tecido mole e deformidade óssea na região<br />
do frontal, equimose conjuntival, lesões no globo ocular e, em especial, a rinorréia.<br />
∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço de<br />
CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
3. Exames Complementares<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolode internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografias convencionais:<br />
I. Póstero-anterior de crânio<br />
II. Lateral de crânio<br />
III. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) - OBRIGATÓRIA<br />
ESCALA DE COMA DE GLASGOW<br />
Pontuação Abertura Ocular Resposta Verbal Resposta Motora<br />
6 - - Obedece a<br />
comandos<br />
5 - Fala coerente Localiza a dor<br />
4 Espontânea Desorientado e<br />
conversando<br />
3 Ao comando<br />
verbal<br />
2 Apenas com<br />
estímulo<br />
doloroso<br />
Resposta<br />
inapropriada<br />
Inarticulada<br />
(geme)<br />
Normal: 15<br />
Traumas Leves : 13 a 15.<br />
Traumas Moderados : 9 a 12<br />
Traumas Graves : 3 a 8<br />
Flexão inespecífica<br />
(Retirada)<br />
Flexão hipertônica<br />
(decortica)<br />
Extensão<br />
hipertônica<br />
(Decerebra)<br />
1 Não abre Sem resposta Sem resposta<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
36
4. Considerações acerca do tratamento<br />
Fratura do Seio Frontal<br />
Com deslocamento<br />
Sem deslocamento<br />
Ducto nasofrontal intacto ? Ducto nasofrontal intacto ?<br />
Sim<br />
Não<br />
Sim<br />
Não<br />
Cominução da<br />
parede posterior<br />
/ deslocamento<br />
ou significante<br />
injúria craniana<br />
Cominução da<br />
parede posterior<br />
/ deslocamento<br />
ou significante<br />
injúria craniana<br />
Observação e<br />
cuidados nasais<br />
Cominução da<br />
parede posterior<br />
Sim<br />
Não<br />
Sim<br />
Não<br />
Sim<br />
Não<br />
Cranialização<br />
e reparo da<br />
parede<br />
anterior<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Reparo da<br />
parede<br />
anterior *<br />
*Exploração com mínima manipulação da mucosa<br />
5. Procedimentos operatórios<br />
a. No pré-operatório não esquecer:<br />
i. Solicitar na Central de Materiais e Esterilização (CME) o alicate e os clipes de Raney para a<br />
<strong>cirurgia</strong>;<br />
ii. Realização da tricotomia na área a ser incisada.<br />
Acesso Coronal<br />
Cranialização<br />
e reparo da<br />
parede<br />
anterior<br />
Obliteração<br />
e reparo da<br />
parede<br />
anterior<br />
Cranializaçã<br />
o e reparo da<br />
parede<br />
anterior<br />
b. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
c. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />
paciente é alérgico a iodo);<br />
d. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />
e. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
f. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />
g. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm) para possibilitar controle de sangramento por<br />
meio da colocação dos clipes de Raney;<br />
h. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />
i. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes do traço de fratura para criar um retalho pericraniano;<br />
j. Exposição subperiosteal das áreas periorbitais;<br />
k. Redução da fratura<br />
l. Fixação com miniplacas de titânio do sistema 1,5 ou 2,0.<br />
Reparo NOE<br />
e reparo da<br />
parede<br />
anterior<br />
Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF Neuro<strong>cirurgia</strong> CTBMF<br />
37
i. Caso haja cominução, os pequenos fragmentos ósseos devem ser desprezados e substituídos por<br />
malha de titânio.<br />
m. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />
n. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />
o. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />
6. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />
trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />
no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, pneumoencéfalo, sinusite, osteomielite,<br />
meningite, abscesso epidural/peridural/cerebral, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
7. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor solar na região incisada 30<br />
minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />
8. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos com 5 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais nos períodos de 7<br />
dias, 30 dias e 1 ano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
38
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DE FRONTAL<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
4. Alimentação normal.<br />
5. Escovar os dentes normalmente.<br />
6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />
7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />
8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />
9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />
entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />
10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />
uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />
dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
39
CAPÍTULO 10 - FRATURA DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO-ORBITÁRIO<br />
ORBITÁRIO<br />
p.<br />
Andréa Araújo deVasconcellos<br />
1. Classificação das fraturas: baseada no padrão de segmentação e deslocamento.<br />
a. Baixa Energia:<br />
i. Pouco ou nenhum deslocamento;<br />
ii. Fraturas incompletas de uma ou mais articulações.<br />
b. Energia Média:<br />
i. Fratura completa de todas as articulações com deslocamento de leve a moderado;<br />
ii. Pode haver cominução.<br />
c. Alta Energia:<br />
i. Cominução da porção lateral da órbita e deslocamento lateral com segmentação do arco<br />
zigomático.<br />
∗ OBS: Parede superior do teto da órbita: compete ao Neurocirurgião.<br />
2. Anamnese:<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). É importante ficar atento a queixas relativas a parestesia<br />
na área do nervo infra-orbitário, epistaxe, obstrução nasal, dificuldade de abrir a boca, além de diplopia,<br />
dificuldade de movimentação do globo ocular e perda progressiva da visão, estes último com indicação de<br />
parecer da ofatlmologia.<br />
3. Exame físico:<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23). É importante atentar para a presença de lesões no tecido mole sobrejacente ao osso<br />
zigomático, depressão da bochecha, edema periorbital, equimose periorbital e subconjuntival, distopia,<br />
enoftalmia, afundamento na região pré-auricular (casos de fraturas isoladas do arco zigomático) e<br />
equimose em fossa canina. Além disso, avaliar a presença de depressão ou degrau na margem infraorbitária<br />
e nas áreas das suturas fronto-zigomática e zigomática-maxilar. Não esquecer de avaliar também<br />
o grau de limitação de abertura bucal, aferido a partir da distância interincisal e classificado em: Grau I: 1<br />
a 5 mm; Grau II: 6 a 10 mm; Grau III: 11 a 20 mm; Grau IV: 21 a 30 mm; e Grau V: mais de 31 mm.<br />
∗ Obs.: Realizar sempre o teste da bandeira inglesa.<br />
∗ Obs.: Em casos de suspeita de encarceramento de conteúdo orbitário, fazer o teste de<br />
ducção forçada.<br />
∗ Obs.: É fundamental preencher adequadamente a ficha de trauma usada no serviço<br />
de CTBMF-HUWC com fins de levantamento de dados.<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografias convencionais:<br />
I. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />
II. Póstero-anterior de face;<br />
III. Submento-vértex (Hirtz)<br />
IV. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá ser solicitada<br />
sempre que as radiografias convencionais não permitirem um diagnóstico adequado<br />
do caso.<br />
c. Prototipagem<br />
i. Em casos de seqüelas de fratura do complexo zigomático-orbitário, deverá ser solicitada<br />
tomografia computadorizada para confecção de protótipo.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
40
. Nos casos onde haja fratura do osso frontal ou ossos constituintes da parede medial da órbita que<br />
comprometa a estabilidade do osso zigomático a ser tratado, o retalho coronal deverá ser confeccionado.<br />
c. Casos onde hajam dúvidas acerca do comprometimento da visão, devem ser imediatamente encaminhados<br />
ao Serviço de Oftalmologia do HUWC para avaliação.<br />
6. Procedimentos operatórios:<br />
a. Solicitar intubação nasotraqueal em narina contrária a da fratura e pedir que após induzida a anestesia<br />
sejam feitos os seguintes medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo,de modo a possibilitar a<br />
movimentação da cabeça sem risco de extubar o paciente.<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
g. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição na área a ser incisada.<br />
Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
∗ Acesso preferido quando é possível tratar a fratura e deixá-la com estabilidade<br />
suficiente empregando um único acesso.<br />
h. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de canino ao 1º molar<br />
homolateral;<br />
i. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />
j. Redução da fratura com lambote (corpo do osso zigomático com deslocamento inferior, posterior ou com<br />
rotação medial) ou parafuso de Carrol-Girard (rotação lateral);<br />
∗ Obs.: Casos tardios deverão ter suas extremidades liberadas do tecido de granulação.<br />
k. Fixação da fratura com 1 ou 2 mini-placas de titânio do sistema 2.0;<br />
l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
m. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Acesso Superciliar (área da sutura fronto-zigomática)<br />
∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso intra-oral.<br />
a. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />
c. Incisão com bisturi frio com cerca de 1,5cm de extensão na pele;<br />
d. Dissecção do tecido incisado;<br />
e. Incisão do periósteo;<br />
f. Exposição dos cotos fraturados;<br />
g. Redução da fratura de acordo com o item j do acesso intra-oral;<br />
h. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 2.0;<br />
i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />
j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />
k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />
l. Remoção do tampão orofarigeano.<br />
41
Acesso Infra-orbitário<br />
∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso intra-oral.<br />
e. Repetir procedimentos de a-f listados anteriormente;<br />
f. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />
∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />
dissecação;<br />
g. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />
h. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />
i. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />
∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />
j. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />
k. Incisão e descolamento do periósteo;<br />
l. Exposição dos cotos fraturados;<br />
m. Inspeção da integridade do assoalho orbital (apenas nos casos suspeitos);<br />
i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />
I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />
II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />
∗ Obs. As fraturas isoladas do tipo blow-out seguem o mesmo princípio descrito<br />
anteriormente.<br />
n. Redução da fratura de acordo com o item j do acesso intra-oral;<br />
o. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />
p. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />
q. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />
r. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão;<br />
s. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Acesso Coronal<br />
∗<br />
Fraturas complexas de alta energia ou correção secundária das deformidades<br />
zigomáticas.<br />
∗ Obs. De acordo com a descrição da página 59.<br />
7. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />
trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />
no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, parestesiainfra-orbitária, má união e assimetria,<br />
enoftalmo,diplopia, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
8. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />
c. Se realizada incisão extra-oral, prescrever pomada com colagenase por 30 dias e aplicação de protetor<br />
solar na região incisada 30 minutos antes de SE expor ao sol por 6 meses.<br />
9. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com radiografias convencionais (panorâmica) nos<br />
períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano;<br />
c. A tomografia computadorizada deverá ser solicitada em casos de fraturas complexas e quando da<br />
utilização da malha de titânio para verificar o posicionamento da mesma.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
42
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DO COMPLEXO ZIGOMÁTICO-ORBITÁRIO<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
43
CAPÍTULO 11 - FRATURA DO COMPLEXO NASO-ÓRBITO<br />
ÓRBITO-ETMOIDAL<br />
Diego Felipe Silveira Esses<br />
1. Classificação das Fraturas<br />
a. Markowitz (de acordo com a inserção do tendão cantal medial e grau de cominução da fratura):<br />
i. Tipo I – Mantém a inserção do tendão em um grande segmento fraturado.<br />
ii. Tipo II – Presença de cominução, porém a inserção do tendão se mantém num segmento ósseo<br />
considerável.<br />
iii. Tipo III – Cominução severa. O ligamento pode estar desinserido, mas um segmento ósseo<br />
mínimo permanece aderido ao osso.<br />
∗<br />
Obs.: Em fraturas NOE bilaterais, os lados são clasificados e tratados de acordo com<br />
Markowitz.<br />
2. Anamnese<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente ente na ficha de trauma (Anexo 20). . Não esquecer de investigar história de liquorréia, redução<br />
ou perda da sensação olfatória (disosmia e anosmia), dor periorbital e dificuldade de movimentar o globo<br />
ocular. Nos casos de relatos de redução da acuidade visual, solicitar imediatamente parecer da<br />
Oftalmologia.<br />
3. Exame físico<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23). . É importante ficar atento a equimose periorbital e subconjuntival, exoftalmia ou enoftalmia,<br />
proptose, ptose, aumento da distância intercantal e/ou interpupilar, telecanto traumático, deformidade<br />
nasal (dorso nasal ampliado), crepitação e sensibilidade à palpação, mobilidade dos ossos nasais. Prestar<br />
atenção na possibilidade de extravasamento de fluido cérebro-espinhal. espinhal. Lembrar de avaliar se há limitação<br />
no movimento do globo ocular (teste da bandeira inglesa). Ainda no exame físico, fazer:<br />
i. Medição da distância intercantal<br />
I. Homem normal: 28,6mm a 34,5 mm<br />
II. Mulher normal: 28,6mm a 33,0mm<br />
ii.<br />
Teste de Retesamento<br />
iii.<br />
Teste bimanual<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais).<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />
b. Em casos de extravazamento de fluido cérebro-espinhal, espinhal, solicitar parecer da Neuro<strong>cirurgia</strong>.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
44
5. Procedimentos operatórios<br />
Acesso Coronal:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
a. Solicitar intubação orotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Antissepsia extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente se o<br />
paciente é alérgico a iodo);<br />
c. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />
d. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
e. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />
∗ Obs.: Algumas vezes é necessário estender a incisão inferiormente sobre a prega préauricular<br />
para facilitar o acesso.<br />
f. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm);<br />
g. Hemostasia com eletrocoagulação e por meio da colocação dos clipes de Raney;<br />
h. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />
i. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes da margem supra-orbitária, adiante da linha temporal superior para<br />
evitar sangramento;<br />
j. Dissecação subperioteal das áreas periorbitais;<br />
k. Liberação do feixe supra-orbitário;<br />
l. Incisão da camada superficial da fáscia temporal iniciando-se na raiz do osso zigomático, tomando direção<br />
anterior e superior em 45º, em direção a incisão anterior, bilateralmente.<br />
m. Dissecação imediatamente abaixo da fáscia temporal superficial;<br />
n. Incisão do periósteo da parte superior do arco zigomático e borda posterior do corpo do osso zigomático;<br />
o. Descolamento subperiosteal das paredes da cavidade orbitária;<br />
p. Redução aberta e fixação na junção naso-frontal, margem infra-orbitátia e pilar maxilar com miniplacas<br />
do sistema 1.5 ou 2.0.<br />
i. AmarriaTransnasal:<br />
∗ Obs.: Indicado na avulsão do tendão medial ou quando o tendão medial está inserido<br />
em um pequeno fragmento ósseo.<br />
ii. Técnica cirúrgica:<br />
∗ Fixação de placa em região frontal e dobra para o interior da órbita.<br />
∗ Apreensão do tendão por meio de fio de aço e passagem por anel da placa;<br />
∗ Passagem do complexo fio-tendão pelo septo nasal;<br />
∗ Fixação na parede medial do lado oposto ou em outra placa fixada no osso frontal<br />
com esta finalidade.<br />
q. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />
r. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />
s. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />
Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />
∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso coronal e infraorbitário.<br />
a. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de canino ao 1º molar<br />
homolateral;<br />
b. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />
c. Exposição dos cotos fraturados;<br />
d. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />
e. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
f. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
45
Acesso Infra-orbitário<br />
∗ Obs.: Normalmente utilizado de maneira associada com o acesso coronal e intra-oral.<br />
a. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />
∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />
dissecação;<br />
b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />
c. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />
d. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />
∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />
e. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />
f. Incisão e descolamento do periósteo;<br />
g. Exposição dos cotos fraturados e do assoalho orbital;<br />
i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />
I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />
II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />
h. Fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />
i. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundos divulsionados;<br />
j. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />
k. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />
6. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, poderá apresentar edema, equimose e dor. Diante destes acontecimentos não realizar<br />
trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento<br />
no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, anosmia, hiposmia, dacriocistite, hipogeusia,<br />
defeitos de contorno, cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
7. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
b. Prescrever descongestionantes nasais por 48h;<br />
c. Recomendar a lavagem do nariz com solução fisiológica em spray.<br />
7. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver página 51);<br />
b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />
c. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias as áreas de pele incisada e aplicar protetor solar nestas<br />
áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />
8. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e com tomografias computadorizadas nos períodos<br />
de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
46
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem<br />
Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Rua Monsenhor Furtado, S/N – Porangabussu – Fortaleza – CE<br />
Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DO COMPLEXO NASO-ÓRBITO-ETMOIDAL<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
4. Alimentação normal.<br />
5. Escovar os dentes normalmente.<br />
6. Não realizar esforço físico por 7 dias.<br />
7. Evitar assoar vigorosamente o nariz.<br />
8. Se for espirrar, fazê-lo de boca aberta.<br />
9. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias. Caso persista,<br />
entulhar o nariz com gaze ou pano seco limpo e entrar em contato conosco.<br />
10. Caso o nariz esteja entulhado com gaze, não retire por conta própria. Aguarde recomendações da equipe.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura bucal, e possivelmente<br />
uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar seu<br />
dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
15. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
16. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
47
CAPÍTULO 12 - FRATURA DE MAXILA<br />
Erick Helton Lima Fontenele<br />
1. Classificação das fraturas<br />
a. Le Fort I:<br />
i. Passam pela parede lateral do seio, parede lateral nasal e pelo<br />
terço inferior do septo, e se separam nas placas pterigóideas.<br />
b. Le Fort II:<br />
i. Se estende desde a parte inferior da sutura nasofrontal,<br />
passando pelos ossos nasais da maxila até a sutura zigomático-<br />
maxilar e inclui o terço médio inferior da órbita.<br />
c. Le Fort III:<br />
i. Se estende da sutura nasofrontal ao longo da parede medial da<br />
órbita pela fissura orbital superior, parede lateral da órbita para a sutura zigomáticofrontal. Se<br />
estende ao longo do osso esfenóide, separando as placas pterigóideas.<br />
d. Fratura Alveolar<br />
i. Fratura do rebordo alveolar com deslocamento lateral.<br />
e. Fratura Vertical<br />
i. Passa por um dos lados do septo nasal através das partes finas da apófise palatina da maxila e do<br />
osso palatino e da parte lateral da fossa nasal.<br />
2. Anamnese<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). . Não esquecer de investigar história de epistaxe e<br />
liquorréia, redução ou perda da sensação olfatória (disosmia e anosmia), dor periorbital e dificuldade de<br />
movimentar o globo ocular. Nos casos de relatos de redução da acuidade visual, solicitar imediatamente<br />
parecer da Oftalmologia.<br />
3. Exame físico<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23).Observar a presença de equimose periorbital e subconjuntival, enoftalmia, aumento da<br />
distância intercantal e/ou interpupilar (distância intercantal masculina: 28,6mm a 34,5 mm;<br />
feminina:28,6mm a 33,0mm), , telecanto traumático, aspecto facial em vista lateral de “prato raso”,<br />
afundamento na região temporal (arco zigomático), crepitação e sensibilidade à palpação nas regiões<br />
fronto-nasal, fronto-zigomáticfluido cérebro-espinhal. espinhal. Lembrar de avaliar se há limitação no movimento do globo ocular (teste da<br />
bandeira inglesa). Inspecionar a porção alveolar da maxila e a região da rafe palatina mediana. Observar<br />
e zigomático-temporal. Ficar atento a possibilidade de extravasamento de<br />
cuidadosamente a oclusão na pesquisa de mordida aberta anterior.<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografias convencionais:<br />
I. Póstero-anterior oblíqua de face (Waters);<br />
II. Póstero-anterior de face;<br />
III. Submento-vértex (Hirtz);<br />
IV. Perfil de face;<br />
V. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais) deverá ser solicitada<br />
sempre que as radiografias convencionais não permitirem um diagnóstico adequado<br />
do caso.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Todos os casos serão tratados de forma aberta e com o uso de fixação interna adequada.<br />
b. Casos onde hajam dúvidas acerca do comprometimento da visão, devem ser imediatamente encaminhados<br />
ao Serviço de Oftalmologia do HUWC para avaliação.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
48
6. Procedimentos operatórios:<br />
a. Solicitar intubação submento-oro-traqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
c. Aposição de campos estéreis de acordo com o acesso escolhido;<br />
d. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
e. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição nas áreas a serem incisadas.<br />
Acesso Intra-Oral (pilar zigomático-maxilar):<br />
Fratura de Maxila do Tipo Le Fort I<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
49<br />
f. Incisão a 5mm da linha muco-gengival com bisturi eletrônico estendendo-se de 1º molar de um lado ao<br />
outro;<br />
g. Descolamento e rebatimento de retalho mucoperiosteal total;<br />
∗ Obs.: Ter cuidado na área do nervo infra-orbitário.<br />
h. Exposição da fratura;<br />
i. Bloqueio maxilo-mandibular;<br />
j. Redução e fixação da fratura com 4 ou mais mini-placas de titânio do sistema 2.0;<br />
k. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />
l. Reposicionamento do retalho muco-periosteal;<br />
m. Sutura com fio vycril 4.0;<br />
n. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Acesso Intra-Oral<br />
∗<br />
Acesso Infra-orbitário<br />
Fratura de Maxila do Tipo Le Fort II e Le Fort III<br />
Obs.: Normalmente empregado em associação com acesso coronal e infra-orbitário.<br />
Ver descrição anterior.<br />
∗ Obs.: Normalmente empregado em associação com acesso coronal e intra-oral.<br />
a. Proteção do globo – tarsorrafia temporária (fio de seda 4.0).<br />
∗ Obs.: Importante para retrair a pálpebra inferior superiormente para ajudar na<br />
dissecação;<br />
b. Infiltração em pele de recobrimento da região com xylocaína a 2%;<br />
c. Incisão com bisturi frio em pele 2mm abaixo da linha ciliar da pálpebra inferior;<br />
d. Dissecção em direção a margem infra-orbitária com cerca de 1cm de extensão;<br />
∗ Obs.: Deve-se ter o cuidado de evitar lesão do tarso palpebral.<br />
e. Dissecção vertical, tunelização e incisão com bisturi eletrônico do músculo orbicular do olho;<br />
f. Incisão e descolamento do periósteo;<br />
g. Exposição dos cotos fraturados;<br />
h. Inspeção da integridade do assoalho orbital (apenas nos casos suspeitos);<br />
i. Tratamento do assoalho orbitário:<br />
I. Defeitos < 5mm de diâmetro: nenhum tratamento;<br />
II. Defeitos > 5mm de diâmetro: reconstrução com malha de titânio.<br />
∗ Obs. As fraturas isoladas do tipo blow-out seguem o mesmo princípio descrito<br />
anteriormente.<br />
i. Redução e fixação da fratura com 1 mini-placa de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;
j. Sutura, com fio vycril 4.0, dos planos profundosdivulsionados;<br />
k. Sutura com fio de nylon 5.0 na pele;<br />
l. Colocação de curativo compressivo sobre a área de incisão.<br />
m. Remoção do tampão orofaringeano.<br />
Acesso Coronal<br />
a. Aposição e fixação de campos estéreis com fios agulhados 2.0 de algodão;<br />
b. Infiltração em na área da incisão xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição;<br />
c. Incisão com bisturi frio estendendo-se de uma linha temporal superior a outra;<br />
∗ Obs.: Algumas vezes é necessário estender a incisão inferiormente sobre a prega préauricular<br />
para facilitar o acesso.<br />
d. Descolamento das margens anterior e posterior (1 ou 2cm);<br />
e. Hemostasia com eletrocoagulação e por meio da colocação dos clipes de Raney;<br />
f. Dissecação digital na superfície subgaleal;<br />
g. Incisão do periósteo 3 a 4 cm antes da margem supra-orbitária, adiante da linha temporal superior para<br />
evitar sangramento;<br />
h. Dissecação subperiotealdas áreas periorbitais;<br />
i. Liberação do feixe supra-orbitário;<br />
j. Incisão da camada superficial da fáscia temporal iniciando-se na raiz do osso zigomático, tomando direção<br />
anterior e superior em 45º, em direção a incisão anterior, bilateralmente.<br />
k. Dissecação imediatamente abaixo da fáscia temporal superficial;<br />
l. Incisão do periósteo da parte superior do arco zigomático e borda posterior do corpo do osso zigomático;<br />
m. Exposição dos traços de fratura;<br />
n. Bloqueio maxilo-mandibular;<br />
o. Redução e fixação das áreas fraturadas (na junção naso-frontal, margem infra-orbitátia, fronto-zigomática<br />
e zigomático-temporal) com mini-placas de titânio do sistema 1.5 ou 2.0;<br />
p. Liberação do bloqueio maxilo-mandibular e verificação da oclusão;<br />
q. Sutura da camada superficial da fáscia temporal com fio vycril 4.0;<br />
r. Sutura dos tecidos subcutâneos/gálea com fio vycril 4.0;<br />
s. Sutura da pele com fio de nylon 5.0.<br />
7. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />
má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />
crescimento facial (crianças), cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
b. Prescrever descongestionantes nasais por 48h;<br />
c. Recomendar a lavagem do nariz com solução fisiológica em spray.<br />
8. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Orientações convencionais (*Ver próxima página);<br />
b. Remover curativo compressivo e suspensão palpebral com 48 de pós-operatório;<br />
c. Prescrever pomada com colagenase por 30 dias as áreas de pele incisada e aplicar protetor solar nestas<br />
áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />
9. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente e por radiografias convencionais e/ou tomografias<br />
computadorizadas nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
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Curso de Odontologia<br />
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
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Fone (85) 3366-8425<br />
PARA: ______________________________________________________________<br />
RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS – FRATURA DE MAXILA<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
1. Não dirigir, manipular máquinas ou ingerir bebida alcoólica até 48 horas após a alta hospitalar.<br />
2. Fazer compressa com bolsa de gelo na face da região operada por 30 minutos, com descanso de 30 minutos, somente nas<br />
primeiras 24 horas.<br />
3. Alimentação liquida à pastosa, fria ou gelada por 48 horas.<br />
4. Ingerir alimentos de consistência macia por pelo menos 14 dias.<br />
5. Não realizar esforço físico por 14 dias.<br />
6. Não recomendamos fumar durante o pós-operatório (pelo menos sete dias depois da <strong>cirurgia</strong>).<br />
7. Evitar calor excessivo, lugares quentes e fornos, por 2 dias.<br />
8. Escovar normalmente os dentes, no mínimo 3 vezes ao dia, com escova de cerdas macias mas com cuidado na região dos<br />
pontos, onde se deve passar levemente uma haste de algodão umedecida com a solução de bochecho (Periogard ® ).<br />
9. Não fazer bochechos nas primeiras 24 horas. No 2º dia de pós-operatório, bochechar uma colher das de sopa de<br />
colutório bucal (Periogard ® ), por 02 minutos, de 12 em 12 horas, durante 14 dias.<br />
10. É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
11. Se existirem pontos externos, utilizar protetor solar caso for expor-se ao sol, 30 minutos antes.<br />
12. Após a <strong>cirurgia</strong>, aproximadamente entre 7 e 10 dias, poderá apresentar edema (inchaço), dor, dificuldade de abertura<br />
bucal, e possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar seu dentista.<br />
13. Dormir com dois travesseiros no primeiro dia.<br />
14. Se for dormir de lado, deitar com a face não operada.<br />
15. Tomar apenas as medicações prescritas pelo dentista.<br />
16. Retornar com 10 dias para remoção dos pontos.<br />
17. Qualquer dúvida ou problema entrar em contato com o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: (85)<br />
3366-8409 (qualquer horário).<br />
51
CAPÍTULO 13 - DANOS AOS TECIDOS MOLES DO COMPLEXO<br />
BUCO-MAXILO<br />
MAXILO-FACIAL<br />
Fábio Wildson Gurgel Costa<br />
1. Classificação:<br />
a. Abrasão<br />
b. Contusões<br />
c. Feridas puntiformes<br />
d. Feridas cortantes<br />
e. Feridas perfuro-cortantes<br />
f. Feridas perfuro-contusas<br />
g. Feridas corto-contusas<br />
h. Mordidas humanas e por animais<br />
i. Ferimentos por projéteis de armas de fogo (PAF)<br />
2. Anamnese<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). Embora estejamos avaliando lesões de partes moles, não<br />
esquecer de investigar a sua possível relação com traumas subjacentes. Ter muito cuidado nas lacerações<br />
de terço médio da face com história de derrame de líquor pelo nariz e disosmia. Nos traumas em região<br />
mentual, perguntar acerca de sangramento auditivo.<br />
b. Identificar necessidade de imunização antitetânica:<br />
i. Pacientes imunizados (três doses) e que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: não há<br />
a necessidade.<br />
ii. Pacientes imunizados, que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos, mas a ferida é<br />
propensa a infecção (adubo, terra, tecidos desvitalizados, feridas profundas): 0,5mL IM de<br />
vacina antitetânica.<br />
iii. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: 0,5mL IM de<br />
vacina antitetânica para qualquer ferimento.<br />
iv. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 05 anos, e a ferida é<br />
propensa a infecção: 0,5mL IM de vacina antitetânica.<br />
v. Pacientes não imunizados: imunoglobulina antitetânica (250ui, adultos; 125ui, crianças).<br />
3. Exame físico<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23). Procurar observar no couro cabeludo evidências de fraturas de crânio. Em lesões envolvendo<br />
a pálpebra e o aparelho nasolacrimal é importante solicitar avaliação oftalmológicae inspecionar<br />
comprometimento do sistema lacrimal. Devemos inspecionar cuidadosamente tanto externa como<br />
internamente as lesões nasais, com atenção especial ao possível hematoma em septo nasal. É fundamental,<br />
em alguns casos, realizar uma inspeção do canal auditivo e membrana timpânica buscando sinais de<br />
equimose, laceração, abrasão, hematoma e avulsão tecidual.Por fim, verificar a viabilidade dos ramos do<br />
nervo facial, solicitando ao paciente que: corrugue a testa, oclua a rima palpebral e sorria forçadamente.<br />
4. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
∗ Devem ser solicitados apenas quando se suspeita de fratura em algum dos ossos que<br />
compõe a região buco-maxilo-facial.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
a. Avaliar inicialmente se é possível realizar o tratamento em nível ambulatorial (feridas simples) ou em<br />
centro cirúrgico com anestesia geral (lacerações extensas e profundas).<br />
b. Couro cabeludo e fronte: fechamento primário; enxerto dividido de pele (defeitos avulsivos com<br />
pericrânio intacto).<br />
c. Sobrancelhas: nunca raspar; fechamento primário evitando dano aos folículos capilares.<br />
d. Pálpebra e aparelho nasolacrimal:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
52
i. Conjuntiva e tarso são fechados com suturas absorvíveis com o nó posicionado internamente;<br />
ii. Fechamento do músculo orbicular;<br />
iii. Fechamento da pele.<br />
e. Nariz: drenar hematomas em septo nasal; tamponamento nasal (retirar de 7 a 10 dias); lacerações do nariz<br />
externo devem ser fechadas com suturas não absorvíveis 5-0; enxertos de osso, cartilagem e/ou pele em<br />
defeitos avulsivos.<br />
f. Orelha: drenar hematomas; fechamento primário em danos não avulsivos; reinserção microvascular ou<br />
reconstrução em danos avulsivos.<br />
g. Lábios: fechamento primário em camadas (tecidos mais profundos, mucosa e pele); retalhos cirúrgicos<br />
em defeitos avulsivos.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
6. Procedimentos operatórios:<br />
a. Anestesia: pode ser local (lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000) ou geral, dependendo do casoem<br />
questão, conforme discutido previamente;<br />
b. Limpeza da ferida com sabão anti-séptico neutro e cremoso, e com soro fisiológico para impedir a<br />
permanência de corpos estranhos, podendo ser feita sob anestesia prévia;<br />
c. Remoção de corpos estranhos: deve ser feita com uma pinça de preensão sem deixar nenhum corpo<br />
estranho no interior da ferida;<br />
d. Debridamento: remoção de tecidos cianóticos ou isquêmicos utilizando-se de bisturi ou tesouras para<br />
tecidos moles;<br />
e. Hemostasia: é feita através de compressão ou ligaduras, com o fim de eliminar o sangramento, devendo<br />
ser executada de modo cuidadoso para não lesar estruturas nobres;<br />
f. Fechamento primário das feridas com suturas:<br />
i. Ferimentos extensos e irregulares: o ponto inicial deve ser realizado no centro do ferimento e<br />
os demais dividindo os espaços restantes simetricamente.<br />
ii. Ferimentos transfixantes que atingem pele e mucosa: sutura inicia em mucosa e seguem em<br />
direção à pele.<br />
g. Curativo: gaze com micropore (7 dias).<br />
Mordidas humanas e/ou animais:<br />
i. Profilaxia anti-tetânica, anti-rábica e antibiótica (amoxicilina com clavulonato de potássio,<br />
preferencialmente);<br />
ii. Sequencia de tratamento convencional (item 6.b).<br />
7. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, Diante destes acontecimentos<br />
não realizar trabalhos ou exercícios físicos importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve<br />
sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia e cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extraoral).<br />
8. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
8. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Limpeza diária com solução de peróxido de hidrogênio diluído;<br />
b. Antibiótico tópico (pomada de neomicina sobre a sutura, 8/8horas, 7 dias);<br />
c. Aplicar protetor solar nestas áreas 30 minutos antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />
9. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />
53
CAPÍTULO 14 - LESÕES POR ARMA DE FOGO<br />
1. Classificação de acordo com Gugala e Lindsey:<br />
a. Velocidade – Baixa(Menor que 2000pés/s) ou Alta(Maior que 2000 pés/s);<br />
b. Energia - Alta ou Baixa energia;<br />
c. Envolvimento de estruturas vitais – Neural ou Vascular;<br />
d. Tipo de ferimento – Não-perfurante, penetrante, perfurante e avulsivo;<br />
e. Fratura – Extra-articular ou intra-articular.<br />
Obs: Os ferimentos por projéteis de alta velocidade serão suturados e aguardará um período de 3 a 6<br />
meses para procedimentos de enxertia óssea.<br />
2. Classificação de Monson (lesões penetrantes do pescoço):<br />
a. Zona I – desde as clavículas até a cartilagem cricóide;<br />
b. Zona II – cartilagem cricóide até o ângulo mandibular;<br />
c. Zona III – região da base de crânio até o ângulo mandibular.<br />
Saulo Hilton Botelho Batista<br />
Diego Felipe Silveira Esses<br />
3. Anamnese<br />
a. A sequência da anamnese deve seguir o modelo geral descrito no protocolo de internação (página 2) e<br />
aquela presente na ficha de trauma (Anexo 20). É fundamental procurar saber o calibre da arma e a<br />
direção do disparo. As demais perguntas serão orientadas a partir do tipo de trauma que pode estar<br />
associado ao trajeto do projétil (nariz, mandíbula, etc).<br />
b. Identificar necessidade de imunização antitetânica:<br />
i. Pacientes imunizados (três doses) e que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: não há<br />
a necessidade.<br />
ii. Pacientes imunizados, que receberam dose de reforço nos últimos 10 anos, mas a ferida é<br />
propensa a infecção (adubo, terra, tecidos desvitalizados, feridas profundas): 0,5mL IM de<br />
vacina antitetânica.<br />
iii. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 10 anos: 0,5mL IM de<br />
vacina antitetânica para qualquer ferimento.<br />
iv. Pacientes imunizados, que não receberam dose de reforço nos últimos 05 anos, e a ferida é<br />
propensa a infecção: 0,5mL IM de vacina antitetânica.<br />
v. Pacientes não imunizados: imunoglobulina antitetânica (250ui, adultos; 125ui, crianças).<br />
4. Exame físico<br />
a. O exame físico seguirá os passos descritos no protocolo inicial de trauma do complexo buco-maxilo-facial<br />
(página 23). Verificar inicialmente se há deficiência ventilatória, mas também o edema na área acometida,<br />
dificuldade de abertura bucal, epistaxe, lesão de tecido mole, lesões ósseas, perda de tecido mole e de<br />
estrutura óssea. Por fim, verificar se há envolvimento dos ramos do nervo facial.<br />
5. Exames complementares:<br />
a. Exames hematológicos<br />
i. Deve seguir as orientações contidas no protocolo de internação (página 3).<br />
b. Exames por imagem<br />
i. Radiografias convencionais<br />
ii. Tomografia computadorizada (cortes coronais, axiais e sagitais)<br />
iii. Angiografia;<br />
iv. Radiografia da coluna espinhal e do tórax;<br />
v. Angiografia tomográfica computadorizada;<br />
vi. Esofagoscopia rápida pela ingestão de bário;<br />
vii. Ultra-sonografia.<br />
5. Considerações acerca do tratamento:<br />
Tratamento Emergencial (estabilização do paciente):<br />
a. Princípios gerais<br />
i. Suporte de vida avançado;<br />
Exames específicos para lesões<br />
vasculares severas na região do<br />
pescoço.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
54
ii. Possibilidade de diversas lesões(entrada e saídas múltiplas);<br />
iii. Solicitar pareceres: Neurologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia.<br />
b. Vias aéreas<br />
i. Entubação(preferência: nasal ou por nasofibroscopia);<br />
ii. Cricotiroidotomia;<br />
iii. Traqueostomia(Lesões traqueais).<br />
c. Controle da hemorragia<br />
i. Pressão e compressão direta;<br />
ii. Clampeamento.<br />
d. Nutrição por meio de sonda nasogástrica;<br />
e. Profilaxia para tétano<br />
f. Antibioticoterapia (Cefazolina 1g, endovenosa, de 6/6h).<br />
11. Procedimentos operatórios:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
a. Solicitar entubaçãonasotraqueal e pedir que após induzida a anestesia sejam feitos os seguintes<br />
medicamentos por via endovenosa:<br />
i. Dexametasona 10mg – 1 ampola;<br />
ii. Cefazolina 1g – 1 ampola.<br />
b. Passar éter com auxílio de gaze na pele que margeia o couro cabeludo, colocar uma toca no paciente e<br />
fixá-la por meio de micropore;<br />
c. Fazer o turbante utilizando 2 ataduras de 10cm e tiras de esparadrapo;<br />
d. Antissepsia intra-bucal com clorexidina 0,12% ou povidine tópico (saber previamente se o paciente é<br />
alérgico a iodo) e extra-bucal com clorexidinadegermante 2% ou povidinedegermante (saber previamente<br />
se o paciente é alérgico a iodo);<br />
e. Aposição de campos estéreis;<br />
f. Colocação de tampão úmido em orofaringe (feito com 4 gazes abertas amarradas e cortadas as asas dos<br />
nós);<br />
g. Infiltração com xylocaína a 2%, com propósitos de vasoconstrição na área a ser incisada;<br />
h. A remoção do projétil deve ser ponderada ao risco de maior dano;<br />
i. Remoção intra-articular deve ser considerada, dado o maior risco de toxicidade ao chumbo,<br />
como também o potencial de deterioração da articulação a longo prazo;<br />
ii. Balas revestidas por latão ou cobre causam neurotoxicidade;<br />
iii. Fragmentos de bala são importantes evidências criminais.<br />
i. Debridamento conservador dos tecidos necrosados e remoção dos ferimentos;<br />
j. Lavagem da ferida com solução salina;<br />
k. Remoção de restos dentários desvitalizados ou abalados, ou corpos estranhos;<br />
l. Restabelecimento da oclusão e relação maxilo-mandibular (quando necessário);<br />
m. Redução dos segmentos fraturados;<br />
n. Fixação rígida:<br />
i. Em caso de perda significante de substância a fixação é feita com placas de reconstrução ou<br />
ii.<br />
malhas de titânio;<br />
Enxertos ósseos são necessários para lesões avulsivas e segmentos mal-adaptados ou cominuídos<br />
que precisem ser substituídos;<br />
I. Primário: terços superior e médio da face;<br />
II. Secundário: mandíbula;<br />
o. Instalação de Drenos;<br />
p. Sutura por planos dos tecidos moles;<br />
i. Enxertos de pele ou retalhos primários;<br />
I. Devem ser empregados em ferimentos relativamente limpos. Caso contrário o<br />
fechamento tardio ou os enxertos devem ser postergados até a fase inicial de<br />
cicatrização da ferida;<br />
∗ Obs.: Tratamento conservador do tecido mole: debridamento tardio(24 a 48 hs)<br />
permite melhor visualização e manutenção do tecido considerado “limite”;<br />
q. Curativo compressivo.<br />
55
12. Complicações pós-operatórias:<br />
a. Após a <strong>cirurgia</strong>, até 7 a 10 dias, poderá apresentar edema, equimose, dor, dificuldade de abertura bucal, e<br />
possivelmente uma febre baixa. Diante destes acontecimentos não realizar trabalhos ou exercícios físicos<br />
importantes, e procurar atendimento.É possível ocorrer leve sangramento no local da <strong>cirurgia</strong> durante as<br />
primeiras horas pós-operatórias.<br />
b. Outras: deiscência de sutura, infecção local, hemorragia, união tardia/não-união dos cotos fraturados,<br />
má-oclusão dentária, lesão nervosa, disfunção da articulação têmporo-mandibular, alterações no<br />
crescimento facial (crianças), cicatriz hipertrófica/queilóide (acesso extra-oral).<br />
13. Prescrição hospitalar e domiciliar, evolução e alta hospitalar.<br />
a. Devem seguir as orientações contidas no protocolo de internação.<br />
11. Recomendações pós-operatorias:<br />
a. Limpeza diária das feridas com solução de peróxido de hidrogênio diluído;<br />
b. Antibiótico tópico (pomada de neomicina sobre a sutura, 8/8horas, 7 dias);<br />
c. Após a cicatrização do tecido mole estar completa, devemos aplicar protetor solar nestas áreas 30 minutos<br />
antes de se expor ao sol por 6 meses.<br />
12. Acompanhamento:<br />
a. Remoção dos pontos extra-orais com 5 dias e os intra-orais com 7-10 dias;<br />
b. Os pacientes deverão ser acompanhados clinicamente nos períodos de 7 dias, 30 dias e 1 ano.<br />
c. Solicitar, se necessário, acompanhamento fonoaudiológico e psicológico.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
56
CAPÍTULO 15 – CRITÉRIOS PARA ALTA HOSPITALAR<br />
ANEXOS:<br />
Tácio Pinheiro Bezerra<br />
Fábio Wildson Gurgel Costa<br />
Eduardo Costa Studart Soares<br />
As orientações quanto aos critérios para indicação de alta hospitalar são fundamentais para o correto e menos dispendioso<br />
funcionamento do serviço. Além disso, servem para padronização da atuação dos estagiários e residentes. Dessa forma, para<br />
se determinar a indicação de alta hospitalar serão considerados os seguintes critérios:<br />
CRITÉRIOS O QUE AVALIAR? PONTUAÇÃO<br />
Sinais Vitais<br />
Pressão arterial.<br />
Frequência cardíaca.<br />
Frequência respiratória.<br />
Temperatura.<br />
Pontuação 2 – Se os sinais vitais<br />
permanecerem estáveis por 01 hora.<br />
Pontuação 0 – Se os sinais vitais estiverem<br />
instáveis.<br />
Ambulação O deambular do paciente. Pontuação 2 – Deambular sem assistência.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Náusea e Vômito<br />
Episódios de vômito ou relatos de<br />
náusea.<br />
Dor Resposta subjetiva acerca de<br />
sintomatologia dolorosa.<br />
Sangramento<br />
Micção<br />
Resposta subjetiva/constatação clínica<br />
acerca de sangramento.<br />
Resposta subjetiva acerca do ato<br />
mictório.<br />
Pontuação 1 – Deambular com assistência.<br />
Pontuação 0 – Impossibilitado de<br />
deambular.<br />
Pontuação 2 – Ausência de episódios<br />
eméticos ou relatos de náusea;<br />
Pontuação 1 – Episódio emético ou relato<br />
de náusea >1hora.<br />
Pontuação 0 – Episódio emético ou relato<br />
de náusea
Resultado:<br />
Ao final da avaliação pós-operatória para indicação da alta hospitalar, o profissional assistente deverá somar os pontos obtidos<br />
e decidir seguindo as opções abaixo:<br />
SOMATÓRIO<br />
O QUE FAZER?<br />
0 - 3 Permanência hospitalar para indicar tratamentos específicos ao caso.<br />
4 - 7 Permanência hospitalar para observar e/ou indicar tratamentos específicos ao caso.<br />
8 - 12 Alta hospitalar.<br />
Em adição, abaixo segue o modelo para preenchimento dos quesitos discutidos anteriormente:<br />
CRITÉRIO 0 Ponto 1 Ponto 2 Pontos<br />
Sinais vitais Instáveis ( ) - ( ) Estáveis p/ 1h ( )<br />
Ambulação Impossibilitado ( ) Com auxílio ( ) Normalmente ( )<br />
Náusea/Vômito < 1h ( ) > 1h ( ) Ausente ( )<br />
Dor - ( ) Relato ( ) Ausente ( )<br />
Sangramento Persistente ( ) Compatível ( ) Ausente ( )<br />
Micção Ausente ( ) - ( ) Espontânea ( )<br />
Total<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
58
ANEXOS<br />
ANEXOS:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
ANEXO 1: Guia de transferência.<br />
ANEXO 2: Receituário de encaminhamento para o HUWC.<br />
ANEXO 3: Guia de autorização de Consulta do HUWC.<br />
ANEXO 4: Solicitação de abertura de prontuário.<br />
ANEXO 5: Anamnese e Exame Físico.<br />
ANEXO 6: Evolução Clínica.<br />
ANEXO 7: Requisição de Exames Complementares.<br />
ANEXO 8: Laudo para Solicitação/Autorização de Internação <strong>Hospital</strong>ar.<br />
ANEXO 9: Prescrição.<br />
ANEXO 10: Aviso de Cirurgia.<br />
ANEXO 11: Solicitação de acompanhante.<br />
ANEXO 12: Ficha de referência e contra-referência.<br />
ANEXO 13: Resumo de Alta.<br />
ANEXO 14: Prescrição domiciliar.<br />
ANEXO 15: Retorno para acompanhamento ambulatorial.<br />
ANEXO 16: Solicitação de Tomografia Computadorizada.<br />
ANEXO 17: Telefones dos Serviços do HUWC.<br />
ANEXO 18: Código de Procedimentos e CID.<br />
ANEXO 19: Autorização para realização de exames laboratoriais<br />
ANEXO 20: Ficha de Trauma Buco-Maxilo-Facial<br />
59
ANEXO 1: Guia de transferência.<br />
ANEXO 2: Receituário de encaminhamento para o HUWC.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
60
ANEXO 3: Guia de autorização de consulta no HUWC.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
ANEXO 4: Solicitação de abertura de prontuário.<br />
61
ANEXO 5: Anamnese e Exame<br />
Físico.<br />
Paciente encaminhada para submeter-se à <strong>cirurgia</strong> de expansão de maxila<br />
sob anestesia geral. Paciente relata que há 5 meses faz uso do aparelho<br />
Hirax com finalidade de posterior <strong>cirurgia</strong> de osteotomia maxilar.<br />
No momento não apresenta sintomatologia dolorosa, nem dificuldade de<br />
respiração ou fonação. Ao exame extra-oral observa-se um padrão facial<br />
braquicefálico, ausência de assimetria importante, com tecidos de<br />
recobrimento aparentemente normais. Quando analisado o perfil, nota-se<br />
leve prognatismo mandibular e perda de dimensão vertical. Ao exame intraoral<br />
observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do lado direito<br />
e região de topo a topo posteriormente do lado esquerdo, constatando-se<br />
também palato levemente atresiado no sentido transversal com<br />
profundidade normal.<br />
Ao exame radiográfico, observa-se ausência de dentes no local provável da<br />
osteotomia. As imagens sugerem que as raízes dos incisivos centrais<br />
superiores apresentam-se normais sem indícios de dilacerações ou qualquer<br />
outra malformação. O espaço entre as raízes dos mesmos apresenta-se<br />
normal e há ausência de periapicopatias. Não há pneumatização dos seios<br />
maxilares e estes encontram-se aparentemente normais. Evidencia-se<br />
imagem radiopaca sugestiva de esclerose óssea idiopática na região do<br />
dente 47. O côndilo esquerdo apresenta leve reabsorção óssea.<br />
História médica: paciente relata história de doença cardíaca na família<br />
(avó).<br />
Paciente não está fazendo uso controlado de medicamentos e afirma que já<br />
foi submetida a um procedimento cirúrgico realizado sob anestesia geral, o<br />
qual não houve intercorrências.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
62
Se tiver algum dado importante, descrever nesse espaço. Caso não<br />
haja, apenar citar Nada Digno de Anotação (NDA).<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Atresia de Maxila.<br />
Exames hematológicos e Radiográficos.<br />
Osteotomia do Maxilar Superior<br />
63
ANEXO 6: Evolução Clínica.<br />
ODONTOLOGIA#CTBMF#<br />
No momento, paciente não apresenta sintomatologia dolorosa ou dificuldade de<br />
fonação/respiração.<br />
No exame extra-oral, observa-se um padrão facial braquicefálico e ausência de<br />
assimetria importante. Os tecidos de recobrimento encontram-se aparentemente<br />
normais e, na análise de perfil, observa-se um leve prognatismo mandibular e<br />
perda da dimensão vertical.<br />
No exame intra-oral, observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do<br />
lado direito, região de topo-a-topo posterior no lado esquerdo, palato levemente<br />
atrésico no sentido transversal com profundidade normal.<br />
Na avaliação radiográfica, constata-se ausência de dentes no local provável da<br />
osteotomia. Aparentemente, as raízes dos incisivos centrais superiores<br />
apresentam-se normais, sem indícios de dilaceração ou qualquer outra<br />
malformação. O espaço entre as raízes dos mesmos apresenta-se normal,<br />
observando-se também ausência de periapicopatias. Os seios maxilares<br />
encontram-se sem pneumatização e com aparência normal. Evidencia-se uma<br />
imagem radiopaca sugestiva de esclerose óssea idiopática na região do dente 47.<br />
O côndilo esquerdo apresenta leve reabsorção óssea.<br />
Diagnóstico clínico de atresia maxilar, sendo <strong>cirurgia</strong> de Osteotomia do Maxilar<br />
Superior a ser realizada.<br />
No momento, o paciente encontra-se eupnéico, euctérico, acianótico, afebril,<br />
normocorado, diurese positiva, estado geral bom.<br />
Condutas:<br />
1. Exame clínico;<br />
2. Solicitação de exames complementares (hematológicos e<br />
imaginológicos);<br />
3. Prescrição hospitalar em anexo;<br />
4. Cirurgia Buco-Maxilo-Facial agendada para o dia ___/___ às ___:___<br />
horas.<br />
5. Qualquer dúvida, __________________________________.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
64
ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />
Paciente internado para <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior agendada para<br />
___:___ horas. Paciente encontra-se consciente, sem dor, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril,<br />
normocorado, diurese positiva, estado geral bom.<br />
Condutas:<br />
1. Exame clínico;<br />
2. Orientações pré-operatórias;<br />
3. Orientações gerais;<br />
4. Cirurgia agendada para o dia ___/___ às ___:___ horas.<br />
5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />
ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Paciente internado para <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior chega à sala de<br />
<strong>cirurgia</strong> consciente, sem dor, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese positiva,<br />
estado geral bom. Encontra-se em decúbito dorsal, e o anestesista realizando os procedimentos<br />
necessários.<br />
Condutas:<br />
1. Intubação;<br />
2. Procedimento cirúrgico;<br />
3. Após a <strong>cirurgia</strong>, ir para a Sala de Recuperação;<br />
4. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />
ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />
Paciente submetido à <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior foi encaminhado à<br />
Sala de Recuperação. Cirurgia sem intercorrências. Paciente encontra-se consciente, sem dor, eupnéico,<br />
euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese positiva, estado de saúde geral bom.<br />
Condutas:<br />
1. Sala de Recuperação;<br />
2. Orientações pós-operatórias;<br />
3. Orientações gerais;<br />
4. Prescrição em anexo;<br />
5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />
65
ODONTOLOGIA #CTBMF#<br />
Paciente no 1º DPO de <strong>cirurgia</strong> Buco-Maxilo-Facial de Osteotomia do Maxilar Superior. Paciente<br />
encontra-se orientado, consciente, eupnéico, euctérico, acionótico, afebril, normocorado, diurese<br />
positiva, estado geral bom. Edema facial compatível com o procedimento cirúrgico. Ausência de<br />
secreção mucopurulenta, de hemorragia e deiscência de sutura.<br />
Condutas:<br />
1. Exame clínico;<br />
2. Orientações pós-operatórias;<br />
3. Prescrição domiciliar em anexo;<br />
4. Retorno ambulatorial agendado para o dia ___/___ às ___:___ horas;<br />
5. Qualquer dúvida: __________________________________.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
66
ANEXO 7: Requisição de Exames Complementares.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
67
ANEXO 8: Laudo para solicitação de internação hospitalar.<br />
Deve-se descrever o quadro clínico do paciente, relatando as queixas do paciente e o que pode-se observar durante a<br />
anamnese e exame clínico.<br />
Ex: Paciente apresenta atresia da maxila no sentido transversal com mordida cruzada posterior do lado direito.<br />
Necessidade de anestesia geral e risco cirúrgico.<br />
Exame clínico + Exame radiográfico.<br />
Escrever de acordo com o livro de <strong>cirurgia</strong>.<br />
CTBMF<br />
Eletivo<br />
Ver Anexo 17<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
68
ANEXO 9: Prescrição:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Prescrição pós-operatória:<br />
Dieta líquida/pastosa, fria/gelada no mínimo 6<br />
horas após a <strong>cirurgia</strong> ou quando bem<br />
Soro fisiológico (SF) 0,9% 1000 mL EV<br />
Intercalados<br />
Kefazol 1g EV 6/6 horas (diluir em 100 mL de<br />
Cetoprofeno 100 mg EV 12/12 horas (diluir<br />
em 100 mL de soro a 0,9%)<br />
Dipirona 2cc + 18cc EV 6/6 horas<br />
Tramal 50 mg EV 8/8horas (diluir em 100 mL<br />
Plasil 10 mg EV 8/8 horas (se necessário –<br />
Caso tenha sido feito o Bloqueio Intermaxilar,<br />
aspirar secreções orais se necessário.<br />
CUIDADOS:<br />
1. Crioterapia: bolsa de gelo por 30<br />
min a cada 2 horas sobre a face<br />
2. Cabeceira elevada a 30º<br />
3. Higiene Bucal: bochecho de H 2<br />
O +<br />
H 2<br />
O 2 (1:1) 3 vezes por dia<br />
CTBMF<br />
69
Prescrição 1º DPO:<br />
Dieta líquida/pastosa, fria/gelada<br />
Após desjejum, alta hospitalar<br />
CCGG + SSVV 3/3 horas<br />
Em caso de dúvidas, ligar para<br />
CTBMF<br />
ANEXO 10: Aviso de Cirurgia.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
70
ANEXO 11: Solicitação de acompanhante.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
71
ANEXO 12: Ficha de referência e contra-referência.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
72
ANEXO 13: Resumo de<br />
Paciente encaminhada para submeter-se à <strong>cirurgia</strong> de expansão de maxila sob anestesia<br />
geral. Paciente relata que há 5 meses faz uso do aparelho Hirax com finalidade de posterior<br />
<strong>cirurgia</strong> de osteotomiamaxilar. No momento não apresenta sintomatologia dolorosa, nem<br />
dificuldade de respiração ou fonação.<br />
Ao exame extra-oral observa-se ausência de assimetria importante, com tecidos de<br />
recobrimento aparentemente normais. Nota-se leve prognatismo mandibular e perda de<br />
dimensão vertical.<br />
Ao exame intra-oral observa-se mordida profunda, mordida cruzada posterior do lado direito e<br />
região de topo a topo posteriormente do lado esquerdo, constatando-se também palato<br />
levemente atresiado no sentido transversal com profundidade normal.<br />
Paciente não está fazendo uso controlado de medicamentos e afirma que já foi submetida a<br />
um procedimento cirúrgico realizado sob anestesia geral, o qual não houve intercorrências.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Alta.<br />
Hemograma, Tempo de Protrombina, Tempo de Tromboplastina Parcial, Glicemia em jejum e<br />
Tempo de Sangramento dentro dos padrões de normalidade. (Citar os exames que foram<br />
solicitados e descrever os resultados ou caso haja algo digno de anotação).<br />
Paciente evoluiu sem complicações.<br />
73
Paciente submetido à Cirurgia de Osteotomia do Maxilar Superior sob anestesia geral sem<br />
intercorrências.<br />
Atresia de Maxila.<br />
Repouso, medicação em anexo, retorno para reavaliação no ambulatório no dia ____ às ____ horas.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
74
ANEXO 14: Prescrição domiciliar.<br />
Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Rx<br />
Uso interno:<br />
1. Amoxicilina 500 mg – 21 cápsulas<br />
Tomar 1 cápsula de 8/8 horas durante 7 dias.<br />
Se alérgico: Clindamicina 300 mg – 21 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 7 dias.<br />
2. Nimesulida 100 mg – 6 comprimidos<br />
Tomar 1 compriimido de 12/12 horas durante 3 dias.<br />
Se alérgico: Ibuprofeno 300 mg – 9 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />
Diclofenaco de Sódio 50 mg – 9 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />
Diclofenaco de Potássio 50 mg – 9 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 8/8 horas durante 3 dias.<br />
3. Dipirona 500 mg – 12 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 6/6 horas durante 3 dias.<br />
Se alérgico: Paracetamol 500 mg – 12 comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 4/4 horas durante 3 dias.<br />
4. Dramin 100 mg – comprimidos<br />
Tomar 1 comprimido de 6/6 horas caso sinta vômito ou náuseas.<br />
Uso externo:<br />
4. Clorexidina 0,12% - colutório<br />
Bochechar 10 ml de 12/12 horas durante 14 dias.<br />
Fortaleza, ___ de __________ de _____.<br />
75
ANEXO 15: Retorno para acompanhamento ambulatorial.<br />
Cirurgia Realizada<br />
Expansão Maxilar<br />
Ortognática<br />
Trauma<br />
Patologias<br />
Pós-operatório<br />
10d, 30d, quando interromper a expansão<br />
ortodôntica, quando remover o expansor, 6m<br />
e 1 ano.<br />
2x/semana: 1ª à 4ª semana;<br />
1x/semana: até 2m;<br />
3m e 1 ano.<br />
10d, 30d, e 1ano.<br />
10d, 6m, 1ano, 3 anos, 5 anos.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
76
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
77
ANEXO 16: Solicitação de Tomografia Computadorizada.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
78
ANEXO 17: Telefones dos Serviços do HUWC.<br />
BLOCO ADMINISTRATIVO<br />
SETOR<br />
RAMAL<br />
Comissão de Controle de Infecção <strong>Hospital</strong>ar 8168<br />
Convênio e Contas médicas 8115<br />
Diretor geral (Prof. Silvio) 8109<br />
Diretoria de Ensino e Pesquisa (Prof. Marcelo) 8101<br />
Diretor Médico (Prof. Carlos Roberto) 8105<br />
Diretoria de Enfermagem (Enf. Dayse) 8184<br />
Serviço de Farmácia <strong>Hospital</strong>ar 8151<br />
Laboratório 8182<br />
Laboratório de Urgência 8179<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
BLOCO AMBULATORIAL<br />
SETOR<br />
RAMAL<br />
Farmácia Ambulatorial 8220<br />
Pediatria 8383/8380/8104/8304/8381<br />
Dermatologia 8148/8150<br />
Cirurgia 8371/8374<br />
Transplante Hepático 8235<br />
Geriatria 8379/8382<br />
Endocrinologia 8165/8143<br />
Farmacologia Clinica 8250<br />
Fisioterapia 8146<br />
Oftalmologia 8372<br />
Otorrinolaringologia 8373<br />
Psicologia 8118<br />
Pneumologia 8169<br />
Traumato-Ortopedia 8211/8212<br />
Cardiologia 8132<br />
Serviço de Internação (Nilson) 8139<br />
Unidade Transfusional (Banco de Sangue) 8116<br />
Neurologia 8161<br />
BLOCO CIRURGICO<br />
SETOR<br />
RAMAL<br />
Central de Material e Esterilização 8370<br />
Clinica Cirúrgica I 8364<br />
Clinica Cirúrgica II 8367<br />
Clinica Cirúrgica III 8368<br />
Centro Cirúrgico (Posto de Enfermagem) 8369<br />
Centro Cirúrgico 8361<br />
Sala de Recuperação anestésica (SR) 8363<br />
BLOCO DE IMAGINOLOGIA<br />
SETOR<br />
RAMAL<br />
Serviço de Endoscopia 8176<br />
Serviço de Hemodinamica 8172/8173<br />
Serviço de Radiologia 8174/8177/8181<br />
79
BLOCO DE INTERNACAO CLÍNICA<br />
SETOR<br />
RAMAL<br />
UTI 8162<br />
Clinica Médica I 8156<br />
Clinica Médica IIA 8157<br />
Clinica Médica III-Dermatologia 8159<br />
Clinica Médica IV-Pediatria 8160<br />
Patologia 8318/8305<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
80
ANEXO 18: Código de Procedimentos e CID.<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
Descrição Procedimento CID<br />
ÓRGÃOS ANEXOS BOCA<br />
Excisão e sutura de lesão da boca 33001014<br />
Biópsia da Boca 33004013<br />
ÓRGÃOS ANEXOS GLÂNDULAS SALIVARES<br />
Excisão de glândula submaxilar<br />
33003025 K112<br />
Excisão de rânula<br />
33004021 K116<br />
Excisão de tumor de glândula parótida<br />
33005028 K112<br />
Excisão de glândula salivar<br />
33007020 K118<br />
Fechamento de fístula salivar com retalho<br />
33009023 K114<br />
Incisão e drenagem de abscesso da parótida<br />
33010021 K113<br />
Parotidectomia<br />
33013020 D110<br />
Biópsia de glândula salivar 33015023<br />
Excisão de glândula sublingual<br />
33702020 C081<br />
Excisão de glândula submaxilar<br />
33703027 C080<br />
Excisão de tumor de glândula parótida<br />
33705020 C07<br />
Excisão de tumor de glândula sublingual<br />
33706026 C081<br />
Excisão de tumor de glândula submaxilar<br />
33707022 C081<br />
Parotidectomia<br />
33713022 C07<br />
Extirpação de glândula salivar<br />
33714029 C088<br />
ÓRGÃOS ANEXOS LÍNGUA<br />
Glossectomia Parcial<br />
33001030 C023<br />
Incisão e drenagem de abscesso lingual e sublingual<br />
33003033 K140<br />
Glossectomia Total<br />
33004030 C023<br />
Glossorrafia<br />
33005036 S005<br />
Ressecção de lesão benigna da boca<br />
33006032 D369<br />
Biópsia de língua/Glândulas salivares<br />
33007039 D101<br />
Glossectomia Parcial<br />
33701032 C028<br />
Glossectomia Total<br />
33704031 C028<br />
CIRURGIA OTORRINOLARINGOLÓGICA FACE<br />
Osteotomia do maxila inferior<br />
37001051 S030<br />
Ressecção do côndilo do maxilar inferior<br />
37002058 S026<br />
Retirada de corpo estranho na intimidade dos ossos da face<br />
37003054 S028<br />
Osteotomia do maxila superior<br />
37004050 S024<br />
Reconstrução de mandíbula<br />
37005057 K071<br />
Redução cirúrgica do afundamento de malar - sem fixação<br />
37006053 S024<br />
Redução cirúrgica do afundamento de malar - com fixação<br />
37007050 S028<br />
Tratamento cirúrgico da anquilose da ATM<br />
37008056 K076<br />
Redução cirúrgica da fratura dos ossos próprios do nariz<br />
37011057 S022<br />
Redução cirúrgica da luxação temporomandibular (recidivante ou não)<br />
37012053 S030<br />
Tratamento cirúrgico de osteomielite dos ossos da face<br />
37013050 M861<br />
Redução incruenta afundamento apófise zigomática 37014056<br />
Redução incruenta do maxilar 37015052<br />
Redução incruenta de luxação temporomandibular 37016059<br />
81
Tratamento conservador de fratura dos ossos da face 37025058<br />
Tratamento conservador de fratura dos ossos próprios do nariz 37026054<br />
CIRURGIA PLÁSTICA CAVIDADE ORAL<br />
Palatoplastia Completa<br />
38001020 Q379<br />
Palatoplastia com enxerto ósseo<br />
38002027 Q379<br />
Palatoplastia com retalho faríngeo<br />
38003023 Q379<br />
Palatoplastia parcial<br />
38004020 Q379<br />
Plástica transpalatina para atresiacoanal<br />
38005026 Q300<br />
Tratamento cirúrgico da fístula e cistos oromaxilares<br />
38006022 Q384<br />
Tratamento cirúrgico de fístula oronasal<br />
38007029 Q384<br />
Plástica do canal de stenon<br />
38008025 K118<br />
Palato Lábioplastia (unilateral 2 estágios)<br />
38009021 Q369<br />
Palato Lábioplastia (bilateral 3 estágios)<br />
38010020 Q360<br />
Palatoplastia completa<br />
38040026 Q359<br />
Palatoplastia com enxerto ósseo ou retalho<br />
38041022 Q378<br />
Palatoplastia parcial<br />
38042029 Q379<br />
Palato Lábioplastia uni ou bilateral (por estágio)<br />
38043025 Q355<br />
Cirurgia ortognática para maxilar ou maxilomandibular<br />
38046024 Q188<br />
Cirurgia ortognática tipo LeFort III<br />
38047020 S028<br />
CIRURGIA PLÁSTICA DA FACE<br />
Tratamento cirúrgico de anquilose da ATM<br />
38001039 K076<br />
Maxilectomia com ou sem esvaziamento orbitário<br />
38002035 C318<br />
Osteoplastia de mandíbula para prognatismo<br />
38003031 K071<br />
Osteoplastia para micrognatismo com ou sem implante silicone<br />
38005034 K070<br />
Tratamento cirúrgico de paralisia facial (susp da hemiface)<br />
38006030 G513<br />
Maxilectomia com ou sem esvaziamento orbitário<br />
38702037 C410<br />
CIRURGIA PLÁSTICA LÁBIOS<br />
Excisão parcial de lábio com enxerto livre<br />
38001055 C009<br />
Excisão parcial de lábio por lesão com rotação de retalho<br />
38002051 C009<br />
Excisão e reconstrução total de lábio<br />
38004054 S015<br />
Reconstrução de sulco gengivo labial<br />
38005050 Q383<br />
Reconstrução parcial de lábio<br />
38006057 Q380<br />
Tratamento cirúrgico de macrostomia<br />
38008050 Q184<br />
Tratamento cirúrgico de microstomia<br />
38009056 Q185<br />
Tratamento cirúrgico de lábio leporino<br />
38010054 Q369<br />
Queiloplastia (Hipertrofia de lábio)<br />
38011050 K130<br />
Queliplastia em pacientes com deformidades crânio faciais<br />
38050056 Q758<br />
Excisão/Reconstrução total de lábio em pac com deformidade<br />
38051052 Q379<br />
Excisão parcial do lábio com enxerto livre<br />
38701057 C006<br />
Excisão em cunha de lábio e sutura<br />
38703050 C005<br />
Excisão e reconstrução total de lábio<br />
38704056 C005<br />
ODONTOLOGIA CIRÚRGICA DENTO-BUCO-ALVEOLAR<br />
Excisão e sutura de lesão da boca<br />
44004044 S015<br />
Cirurgia para enucleação de cisto buco maxilar<br />
44005040 K098<br />
Cirurgia de osteoma, odontoma e outros tumores<br />
44007043 K092<br />
Tratcir fistula buco-sinusal ou buco nasal<br />
44017049 J018<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
82
Tratcir da fístula cutânea de origem dentária<br />
Biópsia de lesão mucosa da cavidade oral<br />
Trarcir da fístula buco-sinusal em paciente com deformidade<br />
ODONTOLOGIA TRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAL<br />
Ressecção de tumor ósseo com substituição<br />
Reconstrução de mandíbula<br />
Redução incruenta da fratura de mandíbula<br />
Redução cruenta da fratura unilateral da mandíbula<br />
Redução cruenta da fratura bilateral da mandíbula<br />
Redução cruenta da fratura cominutiva de mandíbula<br />
Red incruenta da frat maxilar superior (Le Fort I)<br />
Red incruenta da frat maxilar superior (Le Fort II)<br />
Reducção cruenta frat maxilar superior (Le Fort III) com aparelho<br />
Reducção cruenta frat maxilar superior (Le Fort III)<br />
Redução cruenta fratura malar com aparelho de contenção<br />
Redução incruenta da(s) fratura(s) alvéolo dent bilateral<br />
Redução cruenta da(s) fratura(s) alvéolo dentária<br />
44018045 K046<br />
44020040 D103<br />
44030045 Q188<br />
39003230<br />
37005057<br />
44001053 S026<br />
44003056 S026<br />
44004052 S026<br />
44005059 S026<br />
44006055 S024<br />
44008058 S024<br />
44009054 S028<br />
44010052 S028<br />
44012055 S028<br />
44014058 S028<br />
44015054 S028<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
83
ANEXO 19: Autorização para realização de exames laboratoriais<br />
AUTORIZAÇÃO<br />
Autorizo o <strong>Hospital</strong> Universitário Walter Cantídio da UFC a realizar exames laboratoriais nos casos de qualquer<br />
funcionário deste hospital ter se acidentado com meu sangue ou secreção.<br />
Esclareço que tenho ciência que os exames serão para pesquisas de doenças transmiditas nesse tipo de acidente,<br />
como hepatite B (HbsAg), Hepatite C (Anti-HVC), vírus da imunodeficiência humana (AIDS), etc. e que poderia<br />
levar ao adoecimento do funcionário acidentado.<br />
É importante frisar que os resultados dos exames são confidenciais e serão somente do meu conhecimento e dos<br />
profissionais do Serviço de Controle de Infecção <strong>Hospital</strong>ar do HUWC.<br />
Fortaleza, ........... de ..................................................... de .................<br />
..............................................................................................................<br />
Nome:<br />
CPF:<br />
Caso o paciente seja menor de idade ou esteja incapacitado de decidir sobre a realização do exame, eu,<br />
............................................................................................................................., qualidade<br />
de .............................. (parentesco) e como seu representante legal, declaro que estou ciente das informações<br />
acima descritas e concordo com a realização dos exames laboratoriais.<br />
...........................................................................................<br />
Nome:<br />
CPF:<br />
Não concordo em autorizar referidos exames e me responsabilizo pelos atos que possam ser oriundo desta<br />
decisão.<br />
............................................................................................<br />
Nome:<br />
CPF:<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Manual de procedimentos do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF)<br />
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