transplante de pâncreas - Hospital Universitário Walter CantÃdio ...
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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
PROTOCOLO TRANSPLANTE DE PÂNCREAS<br />
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO<br />
PROGRAMA DE TRANSPLANTE DE PÂNCREAS
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
Introdução:<br />
O diabetes melittus é uma das principais causas <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> assistência médica em nosso<br />
meio, sendo a terceira doença mais freqüente nos EUA . Nesse mesmo país é a principal<br />
causa <strong>de</strong> cegueira, amputações e impotência sexual e correspon<strong>de</strong> a 22% das indicações <strong>de</strong><br />
<strong>transplante</strong> renal. Números semelhantes são encontradas em nosso país, no qual temos em<br />
torno <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> pacientes diabéticos tipo I ou diabéticos juvenis. A gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>sta<br />
população insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte é constituída por jovens, com início da doença entre 5 e 20<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, a partir do que, o uso diário <strong>de</strong> insulina injetável torna-se obrigatório causando<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto que, associado às <strong>de</strong>mais restrições, principalmente do ponto <strong>de</strong> vista<br />
dietético, prejudicam a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>stas pessoas.<br />
O controle rigoroso do DM (com várias aplicações diárias <strong>de</strong> insulina e monitorização rigorosa<br />
das taxas <strong>de</strong> glicemia) é necessário para a prevenção <strong>de</strong> importantes complicações <strong>de</strong>sta<br />
afecção, representadas principalmente por retinopatia, neuropatia e nefropatia diabéticas. Após<br />
20 anos <strong>de</strong> estabelecimento do DM, cerca <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong>stes pacientes po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver perda<br />
da visão, insuficiência renal, distúrbios motores, sensitivos e circulatórios graves.<br />
A população <strong>de</strong> diabéticos apresenta risco 25 vezes maior <strong>de</strong> perda da visão, 17 vezes maior<br />
<strong>de</strong> insuficiência renal, cinco vezes maior <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amputações e duas vezes maior<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doença cardíaca em relação à população geral, representando nos dias<br />
atuais 10 a 40% dos pacientes em programa <strong>de</strong> diálise. O <strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas (TP) visa<br />
evitar, estabilizar ou reverter as complicações secundárias do DM.<br />
Vários trabalhos da literatura médica especializada no assunto já <strong>de</strong>monstraram que a<br />
associação do TP ao renal não reduz a sobrevida do rim e, pelo contrário, po<strong>de</strong>rá melhorá-la,<br />
uma vez que po<strong>de</strong> evitar a recidiva da nefropatia diabética no rim transplantado. Convém<br />
ressaltar que o TP, segundo diversos estudos, <strong>de</strong>termina regressão na nefropatia diabética,<br />
melhora da neuropatia, estabilização da retinopatia, além <strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do<br />
paciente.<br />
Por essas razões, o TP ganhou aceitação e popularida<strong>de</strong>, consistindo, nos dias atuais, em<br />
mais uma <strong>de</strong>ntre várias alternativas terapêuticas do DM insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> alto risco.
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
I) INDICAÇÕES DE TRANSPLANTE DE PÂNCREAS (TP)<br />
Está indicado o TP nos pacientes diabéticos insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (na<br />
sua imensa maioria, diabéticos tipo 1) que necessitem <strong>de</strong> <strong>transplante</strong> renal, ou<br />
que já tenham sido submetidos a esse <strong>transplante</strong>. Outras indicações seriam<br />
diabéticos com graves complicações, como retinopatia, neuropatia autonômica,<br />
ou diabetes hiperlábil. Alguns pacientes com DM tipo II po<strong>de</strong>rão entrar no<br />
protocolo <strong>de</strong> <strong>transplante</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e se<br />
<strong>de</strong>scartem obesida<strong>de</strong> e resistência periférica a insulina.<br />
Principais indicações do <strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas:<br />
1) TRANSPLANTE DE PÂNCREAS E RIM SIMULTÂNEO (TPRS) : Diabéticos<br />
Insulino-Depen<strong>de</strong>ntes Urêmicos, com comprometimento da função renal, em<br />
programas <strong>de</strong> diálise ou mesmo em fase pré-diálise, situação na qual já existe,<br />
ou brevemente existirá, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>transplante</strong> renal. Esta categoria é a<br />
que apresenta os melhores resultados atualmente, com cerca <strong>de</strong> 80 a 90% <strong>de</strong><br />
sucesso (que significa insulino-in<strong>de</strong>pendência ) a curto prazo (1 a 2 anos) e 70<br />
a 80% <strong>de</strong> sucesso a longo prazo (5 anos ou mais).<br />
A) TRANSPLANTE DE PÂNCREAS (Doador Falecido) e RIM (Doador Vivo)<br />
SIMULTÂNEO (TPRS-V): Devido ao longo tempo <strong>de</strong> espera para TPRS e<br />
também pelos benefícios <strong>de</strong> se dispor <strong>de</strong> doador vivo (principalmente quando<br />
aparentado), vem sendo, cada vez mais utilizado, esta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TPRS,<br />
isto é, o TPRS-V. Assim, todo candidato novo para TPRS é orientado a dispor,<br />
se possível, <strong>de</strong> doador vivo renal para estudo. Se houver doador vivo<br />
compatível e apto, o paciente é inscrito na fila apenas <strong>de</strong> pâncreas (mais<br />
curta). Quando disponível o enxerto pancreático <strong>de</strong> doador cadavérico, internase<br />
o receptor e seu doador renal, praticando-se o TPRS-V.
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2) TRANSPLANTE DE PÂNCREAS APÓS RIM: Diabéticos insulino<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
não-Urêmicos, já submetidos a <strong>transplante</strong> renal previamente<br />
mas que continuam com progressão das complicações do DM. Nesta<br />
categoria, será realizado apenas <strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas, sendo chamado <strong>de</strong><br />
<strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas após rim (TPAR). A chance <strong>de</strong> sucesso (insulinoin<strong>de</strong>pendência),<br />
nestes casos, tem sido um pouco inferior ao TPRS, mas vem<br />
melhorando com a utilização <strong>de</strong> novos esquemas <strong>de</strong> imunossupressão,<br />
atingindo 60 a 70% <strong>de</strong> sucesso a longo prazo.<br />
3) TRANSPLANTE DE PÂNCREAS ISOLADO: Diabéticos insulino<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
não-urêmicos, hiperlábeis, <strong>de</strong> difícil controle, com crises<br />
frequentes <strong>de</strong> cetoacidose, hipoglicemias assintomáticas, além <strong>de</strong><br />
complicações secundárias graves, mas com função renal ainda preservada.<br />
Nesta categoria está indicado o <strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas isolado (TPI) e<br />
aconselha-se ser sempre referenciado pelo endocrinologista que acompanha o<br />
caso há mais tempo. O índice <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TP assemelhase<br />
ao TPAR, sendo pouco inferior ao TPRS, mas que evolui progressivamente<br />
com a maior eficiência dos imunossupressores.<br />
Segundo Portaria 935/1999 os pacientes só po<strong>de</strong>rão ser inscritos para TPI<br />
após aprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética Médica da Instituição aon<strong>de</strong> será realizado<br />
o <strong>transplante</strong>.<br />
Critérios <strong>de</strong> inclusão no Programa <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
1. diabéticos insulino-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<br />
2. adultos com ida<strong>de</strong> entre 18 até 60 anos*;<br />
3. Capacida<strong>de</strong> emocional e psicossocial;
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
4. Capacida<strong>de</strong> intelectual do paciente <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r e cooperar com o<br />
<strong>transplante</strong>;<br />
5. Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar a cirurgia e terapia Imunossupressora:<br />
a) Testes cardíacos <strong>de</strong> stress e/ou coronariografia (<strong>de</strong>scartando doença<br />
coronariana avançada ou disfunções cardíacas graves); pacientes com<br />
doença coronariana passível <strong>de</strong> tratamento cirúrgico <strong>de</strong>vem resolver seu<br />
problema cardíaco antes do <strong>transplante</strong>;<br />
b) Ausência <strong>de</strong> falência <strong>de</strong> outro órgão (além do rim);<br />
6. Presença <strong>de</strong> Complicações Diabéticas bem <strong>de</strong>finidas:<br />
a) Retinopatia proliferativa;<br />
b) Nefropatia (hipertensão, proteinúria, redução do Clearance <strong>de</strong><br />
Creatinina);<br />
c) Neuropatia autonômica ou periférica sintomática;<br />
d) Aterosclerose progressiva (macroangiopatia);<br />
e) Hiperlabilida<strong>de</strong> glicêmica, resistência a insulina, hipoglicemia<br />
assintomática com significativa piora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida;<br />
7. Ausência <strong>de</strong> outras contra-indicações para o <strong>transplante</strong> incluindo<br />
múltiplas operações prévias, infecções ativas ou lesões malignas;<br />
* casos fora <strong>de</strong>sta faixa etária merecem discussão individual
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
Contra-Indicações Absolutas e Relativas ao Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
1.ABSOLUTAS<br />
a) Reserva cardiovascular insuficiente com um ou mais dos seguintes achados:<br />
- evidência <strong>de</strong> lesões coronarianas não corrigíveis à coronariografia; - Infarto<br />
miocárdico recente; - Fração <strong>de</strong> ejeção < 30%;<br />
b) Infecção Ativa<br />
c) História <strong>de</strong> doença maligna com diagnóstico nos últimos 2 anos ( exceto<br />
câncer <strong>de</strong> pele não melanoma ); se houve evidência <strong>de</strong> envolvimento linfonodal<br />
em neoplasia <strong>de</strong> mama ou cólon, convém aguardar 5 anos antes do<br />
<strong>transplante</strong>;<br />
d) Abuso atual <strong>de</strong> drogas ou álcool;<br />
e) Doença psiquiátrica grave;<br />
f) História recente <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência;<br />
g) Incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter consentimento informado;<br />
h) Qualquer doença sistêmica que comprometa seriamente a expectativa <strong>de</strong><br />
vida;<br />
i) Disfunção hepática ou pulmonar irreversível;<br />
2. RELATIVAS<br />
a) Ida<strong>de</strong> menor do que 18 e maior do que 60 anos;<br />
b) Hemorragia retiniana recente;<br />
c) Doença cerebrovascular ou vascular periférica sintomática (doença<br />
ateriosclerótica severa, microangiopatia);<br />
d) Ausência <strong>de</strong> suporte social e familiar;<br />
e) Obesida<strong>de</strong> extrema ( > 150% peso i<strong>de</strong>al );<br />
f) Sorologia + para HIV ou Hepatite B ;
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
3. FATORES DE RISCO<br />
a) História <strong>de</strong> IAM, falência cardíaca congestiva, cirurgia ou intervenção<br />
cardíaca;<br />
b) História <strong>de</strong> amputação ou bypass arterial;<br />
c) História <strong>de</strong> evento cerebrovascular ou endarterectomia <strong>de</strong> carótida;<br />
d) História <strong>de</strong> síndrome <strong>de</strong> hipercoagulação;<br />
Avaliação Pré-Transplante<br />
Os pacientes são submetidos a protocolo <strong>de</strong> estudo com avaliação<br />
clinico-laboratorial e exames complementares e <strong>de</strong>verão ser avaliados<br />
conforme os critérios mencionados acima. Os pacientes serão avaliados pela<br />
equipe cirúrgica e clínica (nefrologia, endocrinologia) e <strong>de</strong> enfermagem, além<br />
<strong>de</strong> avaliação psicológica e social em casos selecionados.<br />
Avaliação clínica: <strong>de</strong>ve constar a historia clinica do paciente, com tempo <strong>de</strong><br />
diabetes e complicações da patologia: nefropatia, retinopatia, neuropatia, e<br />
vasculopatias.( FIGURA 1).<br />
FIGURA 1 – Protocolo para Transplante <strong>de</strong> Pâncreas contendo dados<br />
clínicos (Anexo 01).<br />
Data da Avaliação: (dd/mm/aa)<br />
DM Tipo:<br />
Duração: (anos)<br />
Descompensações:<br />
Nefropatia ínicio:<br />
(ano)<br />
Pré-Diálise: Data 1 diálise: Tipo atual:
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
<strong>Hospital</strong> diálise:<br />
Clearence: (ml/mm) - Data do Clearence: (dd/mm/aa):<br />
Fístulas: N. Fístulas: (0-10): Falta <strong>de</strong> Acesso p/ HD:<br />
Diurese<br />
residual:<br />
N. <strong>de</strong><br />
Transfusões:<br />
Tx anterior<br />
Neuropatia<br />
Outra complicações:<br />
Cirurgias anteriores:<br />
ml/24hr<br />
- Última em: (dd/mm/aa) Gestações:<br />
Retinopatia<br />
Eventos clínicos durante tempo <strong>de</strong> espera para Tx:<br />
Exames físicos<br />
Estado nutricional:<br />
Pulmões<br />
Coração:<br />
Abdome:<br />
E<strong>de</strong>mas:<br />
Medicações em uso<br />
Olho direito<br />
Olho esquerdo<br />
Avaliação Laboratorial<br />
Hemoglobina (g/d)<br />
Hematócrito (%)<br />
Leucócitos (mm3)<br />
Neutrófilos %<br />
Bastonetes %<br />
Segmentados %<br />
Basófilos %<br />
Eosinófilos %<br />
Linfócitos %<br />
Linfócitos Atípicos<br />
Monócitos %<br />
Plaquetas (mm3)<br />
Glicemia (mg/dl)<br />
Hb Glicolisada %<br />
Peptí<strong>de</strong>o C (ng/mL
HCO3 (mEq/l)<br />
Clearence Creatinina<br />
BIOQUÍMICA<br />
Ácido Úrico (m<br />
Creatinina (mg/dl)<br />
Uréia (mg/dl)<br />
DHL (U/l)<br />
Gasometria venosa<br />
Proteínas Totais (g/dl)<br />
Albumina (g/dL)<br />
Globulina (g/dL)<br />
Bilirrubina Total (mg/dL)<br />
Bilirrubina Direta<br />
(mg/dL)<br />
Bilirrubina Indireta<br />
(mg/dL)<br />
Colesterol (mg/dl)<br />
HDL (mg/dl)<br />
LDL (mg/dl)<br />
Triglicéri<strong>de</strong>s (mg/dL)<br />
VLDL (mg/dl)<br />
Cálcio (mEq/l)<br />
Ferro (mcg/dl)<br />
Fósforo (mEq/l)<br />
Magnésio (mEq/l<br />
Potássio (mEq/l)<br />
Sódio (mEq/l)<br />
ENZIMAS<br />
Amilase (u/l)<br />
Lipase (UI/l)<br />
AST (TGO) (UI/I)<br />
ALT (TGP) (UI/l)<br />
Fosfatase alcalina (UI/l)<br />
Gama GT (UI/l)<br />
COAGULAÇÃO<br />
INR<br />
TC (seg)<br />
TP (seg)<br />
TS (min)<br />
TTPA (seg)<br />
TAP (%)<br />
Fibrinogênio (mg/dl)<br />
HORMÔNIOS<br />
TSH (mUI/mL)<br />
TRH (mUI/L)<br />
T3 (ng/dL)<br />
T4 (ng/dL)<br />
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
SOROLOGIAS (+ ou - )<br />
AgHBs<br />
AgHBe<br />
Anti-HBc<br />
Anti-HBs<br />
Anti-HBe<br />
Anti-HCV<br />
Anti-HIV<br />
Chagas<br />
CMV IgG<br />
CMV IgM<br />
Toxoplasmose IgG<br />
Toxoplasmose IgM<br />
VDRL<br />
URINA<br />
Densida<strong>de</strong> (ml/24h)<br />
pH<br />
Proteínas<br />
Glicose<br />
Eritrócitos<br />
Leucócito<br />
Antibiograma<br />
Microalbuminúria<br />
Proteinúria 24 hs<br />
Urocultura<br />
PPF<br />
Protoparasitológico<br />
Outros exames<br />
Sorologia<br />
Estudo ginecológico básico em mulheres<br />
Ecocardiograma;<br />
Cintilografia miocárdica com MIBI e dipiridamol;<br />
Cateterismo cardíaco, quando MIBI + ou IAM recente;<br />
Biópsia renal (nos casos <strong>de</strong> TPI ou TPAR que forem indicados);<br />
TC Helicoidal ou Doppler <strong>de</strong> aorta e vasos ilíacos;<br />
USG abdominal e vias urinárias;<br />
Endoscopia digestiva alta;<br />
Uretrocistografia miccional;<br />
Estudo urodinâmico (em casos <strong>de</strong> supeita <strong>de</strong> bexiga neurogênica)
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
Seleção e Cuidados com o Doador<br />
1. Indicação na seleção <strong>de</strong> doadores <strong>de</strong> pâncreas<br />
a) Declaração <strong>de</strong> Morte Encefálica;<br />
b) Consentimento informado;<br />
c) Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 a 50 anos;<br />
d) Peso entre 30 e 100kg ( i<strong>de</strong>al 50-80Kg)<br />
e) Estabilida<strong>de</strong> hemodinâmica;<br />
f) Nível normal <strong>de</strong> hemoglobina glicosilada (necessário apenas em casos<br />
<strong>de</strong> hiperglicemia grave, obesida<strong>de</strong> extrema ou história familiar <strong>de</strong> DM);<br />
g) Aspecto macroscópico normal do pâncreas à laparotomia;<br />
2. Contra-Indicação Absoluta na Seleção <strong>de</strong> Doadores<br />
a) História pessoal <strong>de</strong> DM tipo 1, 2 ou gestacional;<br />
b) Cirurgia pancreática prévia;<br />
c) Trauma pancreático mo<strong>de</strong>rado/grave;<br />
d) Pancreatite aguda ou crônica;<br />
e) Contaminação abdominal importante;<br />
f) Infecção ativa grave;<br />
g) Doença maligna (exceto TU cerebral primário ou neoplasia <strong>de</strong> pele<br />
não melanoma).<br />
3. Contra-Indicação Relativa na Seleção <strong>de</strong> Doadores <strong>de</strong> Pâncreas<br />
a) Choque prolongado e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drogas vasoativas em altas<br />
doses;<br />
b) Ida<strong>de</strong>/peso fora da faixa i<strong>de</strong>al<br />
c) Alcoolismo crônico;<br />
d) Aspecto alterado da macroscopia do pâncreas:<br />
a. Infiltração gordurosa importante;
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
b. Consistência endurecida<br />
c. E<strong>de</strong>ma grave;<br />
d. Aterosclerose grave em vasos ilíacos ou pancreáticos.<br />
e) Obesida<strong>de</strong> extrema (> 150% do peso i<strong>de</strong>al)<br />
4. Fatores <strong>de</strong> Risco<br />
a) Esplenectomia prévia;<br />
b) Artéria hepática direita anômala vindo da artéria mesentérica superior;<br />
c) Óbito do doador por evento cerebrovascular<br />
Obs. 1 – A presença <strong>de</strong> hiperglicemia ou hiperamilasemia não são critérios<br />
absolutos <strong>de</strong> exclusão. Na tabela 1 discrimina-se os materiais necessários à<br />
captação <strong>de</strong> pâncreas.<br />
Tabela 1 – MATERIAL PARA CAPTAÇÃO DE TRANSPLANTE DE<br />
PÂNCREAS<br />
N<br />
Materiais<br />
Gela<strong>de</strong>iras com gelo – caixa térmica<br />
2<br />
gran<strong>de</strong><br />
2 Suportes com rodas para caixas térmicas<br />
2 Albumina Humana a 20%<br />
2 Frascos Anfotericina B 50mg<br />
1 Insulina simples R<br />
2 Solução Celsior<br />
3 Solução Euro Colins com Aditivo<br />
5 SF 1000ml congelado estéril<br />
1 Clindamicina 600mg ampola<br />
6 Decadron injetável<br />
2 Frascos <strong>de</strong> Neomicina 5g<br />
1 Penicilina Cristalina 5.000.000 UI<br />
1 Surgloop azul<br />
1 Surgloop vermelho<br />
5 Equipo macrogotas<br />
2 Equipo fluxor ( artroscopia ) 2 vias<br />
1 Frasco <strong>de</strong> Povidine tópico<br />
1 Grampeador TLC 75<br />
3 Carga <strong>de</strong> TLC 75<br />
Frasco <strong>de</strong> plástico/vidro estéril para<br />
2<br />
enxertos
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
3 Gelco 14<br />
3 Gelco 16<br />
10 Saco plástico estéril gran<strong>de</strong><br />
10 Saco plástico estéril pequeno<br />
8 Fita cardíaca<br />
8 Seringa <strong>de</strong> 20ml<br />
5 Seringa <strong>de</strong> 5ml<br />
5 Seringa <strong>de</strong> 1ml<br />
10 Agulha <strong>de</strong>scartável 40X12 (rosa)<br />
5 Equipo macrogotas<br />
2 Equipo fluxor (artroscopia) 2 vias<br />
2 Frasco <strong>de</strong> polvidine tópico 100 ml<br />
AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA<br />
- Avaliação clínica incluindo peso usual e peso seco pós-diálise.<br />
- Checagem <strong>de</strong> tipagem sanguínea e reserva <strong>de</strong> hemo<strong>de</strong>rivados.<br />
- Checagem do regime <strong>de</strong> imunossupressão.<br />
- Profilaxia <strong>de</strong> Trombose Venosa Profunda (iniciada 12 hs após implante).<br />
- Controle do potássio sérico.<br />
Muitos pacientes são hipercalêmicos e toleram bem essa condição.<br />
- Controle glicêmico.<br />
Pacientes diabéticos <strong>de</strong>vem receber no período peri-operatório soluções<br />
hidro-eletrolíticas contendo frutose e medidas glicêmicas horárias.<br />
- Medicação pré-anestésica.<br />
- Benzodiazepínicos<br />
- Proteção da mucosa gástrica
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
PERÍODO INTRAOPERATÓRIO (CENTRO CIRÚRGICO)<br />
- SEMPRE IMPORTANTE: Não utilizar membros que contenham fístula<br />
arteriovenosa para acesso venoso.<br />
- Monitorização: cardioscópio, pressão não invasiva e oximetria antes da<br />
indução anestésica.<br />
- Acesso venoso central após indução anestésica.<br />
- Pressão arterial invasiva: usualmente não é requerida, utilizar somente se<br />
houver indicação específica.<br />
- Acesso perfiférico em dorso da mão ou antebraço com jelco 14 ou 16G.<br />
- Indução: propofol ou etomidato. Relaxamento muscular com cisatracúrio.<br />
Succinilcolina po<strong>de</strong> ser utilizado porém aumenta o risco <strong>de</strong> hipercalemia.<br />
Analgesia com opiói<strong>de</strong>s (fentanil e/ou morfina)<br />
- Manutenção: isoflurano em mistura <strong>de</strong> ar/oxigênio.<br />
- Temperatura: manutenção da temperatura com colchão térmico e fluidos<br />
aquecidos.<br />
- Manejo <strong>de</strong> fluidos e controle hemodinâmico:<br />
Evitar hipotensão (relativa a pressão arterial normal do paciente) e<br />
hipovolemia. Em geral, objetiva-se manter Pressão Venosa Central (PVC) <strong>de</strong><br />
aproximadamente 10cmH 2 0. Utilizar solução salina <strong>de</strong> preferência, po<strong>de</strong>ndo<br />
também associar colói<strong>de</strong>s. Tratar hipotensão com reposição hídrica, evitando<br />
uso vasoconstritor. Reposição sanguínea geralmente não é requerida.
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
- Reperfusão do enxerto: particularmente importante evitar hipotensão.<br />
- Reversão do bloqueio neuromuscular e extubação.<br />
- Paciente será admitido no Centro Cirúrgico tendo tomado 360 mg <strong>de</strong><br />
Micofenolato (Myfortic ®) e solumedrol 500 mg em 250ml <strong>de</strong> SF 0,9% em 2 hs<br />
por acesso periférico.<br />
- Após indução e punção do acesso central iniciar Thymoglobulina 1,5 mg/Kg<br />
em 500ml <strong>de</strong> SF 0,9% em BIC em 6 hs, <strong>de</strong> forma que meta<strong>de</strong> do volume seja<br />
feito até o início da reperfusão pancreática.<br />
- Administrar no início da reperfusão Manitol 20% 150 ml EV e Albumina<br />
Humana 50% 2 FA rápido.<br />
- Administrar octreotí<strong>de</strong>o profilático (sandostatin® 3mg sc 12/12 horas por 5<br />
dias) em situações <strong>de</strong> pâncreas com aspecto e<strong>de</strong>maciado após reperfusão ou<br />
tempo <strong>de</strong> isquemia fria do pâncreas superior a 12 horas.<br />
- Após início da artéria renal administrar Manitol 20% 150 ml EV e após<br />
reperfusão do enxerto renal 03 a 05 amp. <strong>de</strong> furosemida.<br />
- A monitorização glicêmica será horária, <strong>de</strong>vendo-se manter a glicemia entre<br />
100 e 150 mg/dl e <strong>de</strong>verá ser realizado Insulina Regular EV conforme<br />
esquema:<br />
-até 150 mg/dl: 0 ui<br />
- 151 - 200 mg/dl: 1 ui<br />
- 201 – 250 mg/dl: 2 ui<br />
- 251 – 300 mg/dl: 3 ui<br />
- 301 – 350 mg/dl: 4 ui<br />
- > 351 mg/dl: 5 ui
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
TÉCNICA CIRÚRGICA DO RECEPTOR<br />
O protocolo <strong>de</strong>verá consistir no <strong>transplante</strong> <strong>de</strong> pâncreas (órgão total),<br />
acompanhado do <strong>transplante</strong> renal. Uma vez que o pâncreas nativo dos<br />
pacientes diabéticos tem função exócrina preservada, o mesmo não é<br />
removido.<br />
A incisão empregada é mediana supra e infra-umbilical com<br />
posicionamento intraperitoneal do pâncreas e extraperitoneal do rim.<br />
O enxerto pancreático é colocado usualmente na fossa ilíaca direita,<br />
enquanto o renal na fossa ilíaca esquerda após o fechamento do peritôneo pela<br />
incisão mediana.<br />
O início do implante se dá com a confecção da anastomose venosa da<br />
veia porta do enxerto com a veia ilíaca direita do receptor utilizando-se fio<br />
prolene 6-0. Após término da anastomose clampea-se a porta superiormente<br />
para testar anastomose. A reconstrução arterial é feita por meio da anastomose<br />
da porção arterial do enxerto <strong>de</strong> artéria ilíaca do doador previamente colocado<br />
na cirurgia <strong>de</strong> banco com a artéria ilíaca comum ou externa do receptor com<br />
prolene 6-0. O rim é colocado na fossa ilíaca esquerda com implante do ureter<br />
na bexiga <strong>de</strong> acordo com a rotina do serviço. Para a drenagem da secreção é<br />
necessário fazer enteroanastomose em dupla camada com caprofil 3-0 e<br />
prolene 3-0.<br />
TABELA 2 - MATERIAL PARA IMPLANTE DE ENXERTO PANCREÁTICO<br />
N<br />
Materiais<br />
1 Glicosímetro<br />
6 Fitas para glicosímetro<br />
5 Albumina Humana a 20%<br />
4 Ampicilina-Sulbactan 3g<br />
2 Insulina simples R<br />
4 Manitol a 50%<br />
4 caprofil 3-0<br />
2 Vycril 2-0
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
3 Algodão 2-0 solto<br />
3 Algodão 3-0 solto<br />
6 Prolene 3-0 gastro-intestinal<br />
2 Prolene 2-0 gastro-intestinal<br />
5 Prolene 4-0 Cardiovascular<br />
8 Prolene 5-0 Cardiovascular<br />
8 Prolene 6-0 Cardiovascular<br />
4 Prolene 7-0 Cardiovascular<br />
ADMISSÃO PARA TRANSPLANTE<br />
Uma vez o paciente em lista, o mesmo é avisado quando no momento<br />
da captação. Caso o HLA seja compatível, o paciente é internado no HUWC<br />
para preparação (realização <strong>de</strong> diálise se necessário e banho com<br />
Clorexidine®) e realização <strong>de</strong> exames (Rx <strong>de</strong> tórax, Hemograma completo,<br />
glicemia, Na, K, Ca, Mg, Ureia, Creatinina).<br />
Quando sair a confirmação final do Crossmatch, o implante será<br />
agendado. Quando o primeiro paciente da fila é hipersensibilizado, há<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se internar ou convocar o segundo paciente, caso o órgão não<br />
seja compatível ao primeiro (fato comum nessas situações).<br />
O paciente é admitido na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação em jejum e tem início a<br />
preparação para o <strong>transplante</strong>, on<strong>de</strong> tem início a administração da<br />
metilprednisolona (Solumedrol® 500 mg em SF 0,9% 250 ml em 2 hs),<br />
Micofenolato (Myfortic® 360 mg 1 cp VO), Albendazol 400 mg VO (por 7 dias),<br />
Secnidazol 1g 2 cp VO (dose única), Paracetamol 500mg VO e Fenergan® 50<br />
mg IM (prece<strong>de</strong>ndo as 02 primeiras doses da Thymoglobulina) .<br />
Na indução anestésica será realizado Omeprazol 40 mg EV, Unasyn®<br />
3,5 g EV (continuará por 48 hs), Fluconazol 400 mg EV, (continuará 200mg EV<br />
por 14 dias) ea Thymoglobulina® 1,5 mg/Kg/dia (frasco <strong>de</strong> 25 mg) diluído em<br />
500 ml <strong>de</strong> SF 0,9% em 6 hs que continuará em dias alternados por 10 dias.<br />
A profilaxia com heparina ocorrerá 12 após o implante com heparina SC<br />
5000 U <strong>de</strong> 12/12 hs ou <strong>de</strong> 8/8 hs se alto risco.
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
PROTOCOLO DE IMUNOSSUPRESSÃO<br />
O esquema <strong>de</strong> imunossupressão será quádruplo com corticoesterói<strong>de</strong>,<br />
inibidor da calcineurina, inibidor das purinas e imunoglobulina antimitocítica.<br />
Dessa forma, oferece-se imunossupressão mais potente, permitindo postergase<br />
o início do inibidor <strong>de</strong> calcineurina para o 7º PO, o que favorece a<br />
recuperação renal.<br />
A timoglobulina é administrada na dose <strong>de</strong> 1,5 g/Kg em dias alternados.<br />
É diluída a 500ml <strong>de</strong> SF 0,9% e infundido em 6 horas por cateter venoso<br />
central 1x ao dia. Deve ser precedida <strong>de</strong> pré-medicações nas duas primeiras<br />
horas (solumedrol ®, dose do dia, fenergan® 1 amp, dipirona 1 amp ou<br />
paracetamol 1 cp 500 mg). Não se monitoriza CD3, mas se acompanha com<br />
parâmetros hematimétricos. A dose <strong>de</strong>ve ser reduzida ou suspensa conforme<br />
contagem <strong>de</strong> leucócitos, linfócitos e plaquetas (Tabela 3). Durante o uso <strong>de</strong><br />
timoglobulina, faz-se profilaxia para CMV com ganciclovir®.<br />
O corticoesterói<strong>de</strong> é dado na dose <strong>de</strong> 500mg junto com o timoglobulina<br />
nos 2 primeiros dias, seguido <strong>de</strong> 250mg, no segundo dia e 125mg no terceiro<br />
dia, quando então é substituído pela predinisona na dose 0,5 mg/Kg/dia<br />
também até o décimo dia.<br />
O micofenolato sódico é iniciado já no pré-operatório na dose <strong>de</strong><br />
720mg/dia e mantido com 360mg em duas doses diárias, durante o curso da<br />
Thymoglobulina. Após isto, ajusta-se a dose para 720 mg em duas doses<br />
diárias.<br />
No sétimo dia introduzimos o tacrolimo na dose <strong>de</strong> 0,1 ou<br />
0,15mg/Kg/dia, sendo ajustado conforme o nível sérico obtido, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> se manter torno <strong>de</strong> 10-12 ng/ml.<br />
No 10º dia a timoglobulina é suspensa, e o paciente mantém o esquema<br />
com as três drogas.<br />
Após o final da administração <strong>de</strong> timoglobulina, o MMS é ajustado para<br />
1440mg/dia e a prednisona para 1mg/kg/dia em doses progressivamente<br />
menores, com o objetivo <strong>de</strong> atingir 10mg/d em 45 dias.
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Tabela 3 - PROTOCOLO DE IMUNOSSUPRESSÃO – TRANSPLANTES DE PÂNCREAS<br />
TRANSPLANTE DE PÂNCREAS E RIM SIMULTÂNEO<br />
Período Indução -<br />
Timoglobulina<br />
Tacrolimo Corticosterói<strong>de</strong>s MPS<br />
Pré-Operatório -- -- 720mg<br />
Pós-Operatório<br />
- 1,5 mg/kg/dia em<br />
dias alternados<br />
por 10 dias (5<br />
doses)<br />
- Iniciar no Intraop<br />
- Administrar por<br />
acesso central,<br />
diluído em 500ml<br />
SF em 6 horas<br />
- Nas primeiras 2<br />
doses, ser<br />
precedido<br />
30’antes <strong>de</strong>:<br />
Fenergan 50mg<br />
Solumedrol ( dose<br />
do dia )<br />
Dipirona 1 amp<br />
ou Paracetamol<br />
500 mg<br />
---------------------------<br />
------<br />
Dose Leuc. Linf.<br />
Plaq.<br />
---------------------------<br />
------<br />
Plena > 3500 >200<br />
>100<br />
Met. 2500-3500<br />
100-200 50-100<br />
Susp. < 2500 < 100<br />
< 50<br />
Iniciar 7 PO<br />
0,1 mg/kg/dia<br />
(12/12h)<br />
Nível :<br />
1 mês: 10-12 ng/ml<br />
2 mês: 8-10 ng/ml<br />
3 mês: 5 - 8 ng/ml<br />
5-10ng/ml a partir<br />
<strong>de</strong> então<br />
Solumedrol 500mg<br />
EV intra-op<br />
Solumedrol 250mg<br />
EV 1 PO<br />
Solumedrol 125<br />
mg 2PO<br />
Prednisona a<br />
partir do 3PO3<br />
mg/kg/dia<br />
duração:<br />
1,0 2 dias<br />
0,75 2 dias<br />
0,5 2 semanas<br />
0,3 2 semanas<br />
0,2 3 semanas<br />
0,1 1 mês<br />
A partir, 5mg/dia<br />
720mg/dia durante<br />
curso <strong>de</strong><br />
Timoglobilina<br />
1440mg/dia após<br />
final da<br />
Timoglobulina<br />
Durante o internamento o nível <strong>de</strong> FK <strong>de</strong>verá ser observado 3 x semana.
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RETORNO A UNIDADE DE TRANSPLANTE<br />
O paciente permanecerá 48 hs na sala <strong>de</strong> recuperação antes <strong>de</strong><br />
retornar a unida<strong>de</strong>.<br />
Sempre contactar a Unida<strong>de</strong> e informar a transferência do paciente<br />
após término da cirurgia.<br />
- Checagem dos níveis séricos <strong>de</strong> potássio<br />
- Reposição hidroeletrolítica<br />
Cuidados Pós-Operatórios:<br />
1. Os pacientes, via <strong>de</strong> regra, <strong>de</strong>ixam o CC extubados, com SNG,<br />
acesso venoso central, sonda vesical <strong>de</strong> <strong>de</strong>mora (geralmente até<br />
o 5 PO) e dreno abdominal.<br />
2. Após aproximadamente 12 horas do final do procedimento<br />
cirúrgico o paciente receberá heparina 5000U/SC <strong>de</strong> 12/12 hs ou<br />
<strong>de</strong> 8/8 hs se alto risco. Isso é feito para prevenção <strong>de</strong> uma das<br />
mais temíveis complicações do <strong>transplante</strong>, a trombose do<br />
enxerto. Caso exista instabilida<strong>de</strong> homodinâmica, sangramento<br />
ativo pelo dreno, ou queda hematimétrica, a indução da mesma é<br />
postergada até a estabilização do paciente.<br />
3. Logo no pós-operatório imediato o paciente é colocado sob<br />
controle <strong>de</strong> glicemia capilar <strong>de</strong> 1 em 1 hora e após o primeiro dia,<br />
esse controle passa a ser feito <strong>de</strong> 2 em 2 horas. Após o controle<br />
a<strong>de</strong>quado doa níveis glicêmicos e início da dieta, esse controle<br />
po<strong>de</strong>rá ser feito 4 vezes ao dia. Objetiva-se manter níveis<br />
glicêmicos entre 100 a 150mg/dl.<br />
4. Emprega-se octreotí<strong>de</strong>o profilático (sandostatin® 3mg sc 12/12<br />
horas por 5 dias) em situações <strong>de</strong> pâncreas com aspecto
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e<strong>de</strong>maciado após reperfusão ou tempo <strong>de</strong> isquemia fria do<br />
pâncreas superior a 12 horas.<br />
5. A realimentação é mais lenta quando a drenagem entérica for<br />
utilizada (72 - 96 horas).<br />
6. A <strong>de</strong>ambulação é estimulada a partir do 2º pós-operatório e a<br />
permanência na UTI varia entre 1 a 3 dias.<br />
7. É feito também o controle da amilase do dreno diária, ate a<br />
normalização da mesma.<br />
8. Todos os pacientes saem do centro cirúrgico com dreno <strong>de</strong><br />
Jackson Pratt® colocado na fossa ilíaca direita. É feito o<br />
seguimento do volume do drenado diariamente. Débito do dreno<br />
inferior a 100ml/dia e amilase do dreno em nível semelhante ao<br />
sérico permitem a retirada do mesmo. Também saem com dreno<br />
port vac na FIE situado em posição extraperitoneal<br />
9. Avaliação <strong>de</strong> imagem: o USG com doppler dos enxertos é<br />
sempre o exame <strong>de</strong> escolha na suspeita <strong>de</strong> complicações<br />
vasculares ou presença <strong>de</strong> coleções. Deverá ser realizado no 1º,<br />
3º e 7º PO ou quando houver necessida<strong>de</strong>. Em casos <strong>de</strong> dúvida,<br />
recomenda-se a angioressonância. Coleções po<strong>de</strong>m ser<br />
drenadas <strong>de</strong> forma percutânea, guiada por USG. Biópsia do<br />
enxerto renal ou pancreático é realizada também por USG, na<br />
suspeita <strong>de</strong> rejeição/disfunção dos órgãos.
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1. Para todos os pacientes<br />
• Consultas ambulatoriais:<br />
o primeiro mês: 2x/semana (nefrologia e cirurgia)<br />
o segundo mês: 1x/semana (nefrologia ou cirurgia)<br />
o terceiro mês: 15/15 dias (nefrologia ou cirurgia)<br />
o A partir do quarto mês até o final do primeiro ano: 1x/mês<br />
o Segundo ano: a cada 2 meses<br />
o A partir do terceiro ano a cada 3 meses<br />
• Exames laboratoriais solicitados em toda consulta: hemograma completo,<br />
creatinina, sódio, potássio, amilase, lipase, nível sérico do tacrolimus, glicemia<br />
<strong>de</strong> jejum, sumario <strong>de</strong> urina. A freqüência <strong>de</strong> solicitação do nível sérico do<br />
tacrolimus é semanal entre o 1º e o 3º mês e a seguir conforme freqência das<br />
consultas ou diante <strong>de</strong> alguma necessida<strong>de</strong> clínica.<br />
• Exames trimestrais: hemoglobina glicosilada.<br />
• Exames semestrais: colesterol total e frações e triglicerí<strong>de</strong>os<br />
• Controle periódico da glicemia capilar em casa ou no Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> com<br />
intervalo estabelecido pela equipe médica, principalmente nos 3 – 4 primeiros<br />
meses após o <strong>transplante</strong>, incluindo mensurações pré- e pós-prandiais.
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Deverá ocorrer seguimento semanal na endocrinologia no 1º mês,<br />
quinzenal no 2 º mês e apartir do 3º mês mensal ou <strong>de</strong> acordo com a<br />
necessida<strong>de</strong> vdo paciente.<br />
• Outros: perfil ósseo (cálcio iônico, fósforo, FAL e PTH) solicitado pelo menos<br />
3x/ano no primeiro ano e, se presente hipercalcemia e aumento do PTH<br />
sugestivo <strong>de</strong> hiperparatiroidismo secundário ou hiperparatiroidismo terciário,<br />
programado controle mais freqüente <strong>de</strong>ste parâmetro <strong>de</strong> acordo com<br />
<strong>de</strong>terminação da equipe médica.<br />
• Encaminhamento para avaliação com oftalmologista no primeiro retorno<br />
ambulatorial após a alta do <strong>transplante</strong> e freqüência <strong>de</strong>finida pelo<br />
oftalmologista para as consultas seguintes, mas pelo menos 1-2 vezes por ano.<br />
A investigação <strong>de</strong> catarata <strong>de</strong>ve ser sistemática (história pregressa <strong>de</strong> DM e<br />
uso <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s).<br />
2. Indicações para biópsia pancreática e/ou renal:<br />
• Biópsia pancreática: alterações fluxométricas ao US Doppler.<br />
• Biópsia renal: aumento da creatinina ou função retardada do enxerto renal, sendo<br />
<strong>de</strong>scartadas outras causas, como <strong>de</strong>sidratação, infecção urinária,<br />
nefrotoxicida<strong>de</strong> aguda pelos inibidores <strong>de</strong> calcineurina, estenose da artéria<br />
renal e causas urológicas. Recomenda-se, a princípio biópsia renal, por ser<br />
tecnicamente mais simples e espelhar também a função renal.<br />
3. Rejeição Aguda: O tratamento <strong>de</strong> rejeição aguda pós TP <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu grau<br />
(confirmada pela biópsia) e da categoria do <strong>transplante</strong>.<br />
Na tabela 4, <strong>de</strong>screvem-se os diferentes métodos<br />
Tabela 4 - TRANSPLANTE DE PÂNCREAS – PROTOCOLO PARA<br />
TRATAMENTO DE REJEIÇÃO AGUDA<br />
Transplante<br />
Grau Histológico da Rejeição<br />
Mínima Leve Mo<strong>de</strong>rada Grave<br />
Timo 1mg/kg/dia<br />
TPRS SM 500mg EV 3d SM 500mg EV 3d<br />
7d<br />
* O uso <strong>de</strong> anti-linfocítico exige associação <strong>de</strong> ganciclovir profilático<br />
Timo 1mg/kg/dia<br />
10-14d
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
PROFILAXIA DE INFECÇÕES EM TRANSPLANTE RIM-PANCREAS<br />
1. EPIDEMIOLOGIA<br />
Evolução temporal das principais infecções após <strong>transplante</strong>s <strong>de</strong> órgãos sólidos<br />
Primeiros<br />
30 dias<br />
Virais<br />
<br />
Bacterianas<br />
--<br />
Pneumonias,<br />
infecções <strong>de</strong><br />
feridas,<br />
relacionadas a<br />
catéteres, etc<br />
Fúngicas<br />
<br />
Parasíticas<br />
30 dias a 6 meses > 6 meses<br />
Herpes simples<br />
CMV <br />
Reativação da Hepatite B ou C <br />
-EBV,Influenza,a<strong>de</strong>novírus,varicela-zoster<br />
<br />
Tuberculose <br />
Nocardia, Lysteria <br />
Pneumocystis carinii <br />
Candida <br />
Aspergillus, Histoplasma <br />
Cryptococcus <br />
Strongyloi<strong>de</strong>s <br />
T.gondi <br />
Leishmania <br />
Trypanossoma cruzi <br />
corioretinite ou colite<br />
por CMV <br />
<br />
HPV,Varicela-zoster,<br />
influenzae<br />
Pneumonia<br />
pneumocóccica<br />
<br />
meses 1 2 3 4 5 6
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
2. Avaliação pré-operatória para infecção em receptores e doadores<br />
Rastreamento infectológico pré-<strong>transplante</strong><br />
Doador<br />
Anti- HIV 1 e 2 ( ELISA)<br />
HBs Ag, AntiHBc IgM e IgG, Anti-HbsAg<br />
Anti-HCV<br />
HTLV 1 e 2<br />
Toxoplasmose IgG<br />
Citomegalovirus IgG<br />
Epstein- Barr IgG<br />
Sorologia para Doença <strong>de</strong> Chagas<br />
VDRL<br />
Receptor<br />
Anti- HIV 1 e 2 (ELISA)<br />
HBs Ag, AntiHBc IgM e IgG, Anti-HbsAg<br />
Anti-HCV<br />
HTLV 1 e 2<br />
Toxoplasmose IgG<br />
Citomegalovirus IgG<br />
Epstein- Barr IgG<br />
Sorologia para Doença <strong>de</strong> Chagas<br />
VDRL e FTABs<br />
PPD<br />
Rx <strong>de</strong> tórax<br />
Sumário <strong>de</strong> Urina + Urinocultura
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
3. Intervenções relacionadas a resultados da sorologia do doador<br />
Resultado da sorologia do<br />
DOADOR<br />
Ação<br />
HIV +<br />
HTLVI/II +<br />
HCV +<br />
Excluir orgão<br />
Excluir orgão<br />
Excluir orgão<br />
CMV + (IgM ou IgG) Aceitar em qualquer paciente CMV + ou -<br />
EBV +<br />
HbsAg + ou Anti –HBC IgM +<br />
HBC IgG + e HbsAg -<br />
VDRL +<br />
Aceitar o órgaõ e consi<strong>de</strong>rar monitorização com PCR para<br />
EBV se receptor negativo<br />
Excluir<br />
Aceitar em pacientes vacinados contra Hepatite B com anti-<br />
HbsAg>10<br />
Aceitar o órgão e realizar profilaxia no receptor com:<br />
Pen. Benzatina 2,4 milhoes UI, IM antes do <strong>transplante</strong> e<br />
repetir a dose em 1x/semana por mais 2 semanas.<br />
Alternativa em casos <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicação IM:<br />
Pen. Cristalina 3 milhoes EV, 4/4h na indução anestésica até<br />
48 h e manter com azitromicina 500 mg, VO, 14 dias.<br />
Solicitar VDRL e FTABS do receptor com 1, 3 , 6 12 e 24<br />
meses após o <strong>transplante</strong>.<br />
Dç. <strong>de</strong> Chagas +<br />
Excluir orgão<br />
Toxoplasma + (IgM ou IgG) Aceitar órgão. Profilaxia com sulfametoxazol-trimetropim por 6<br />
meses é eficaz.<br />
4. RECOMENDAÇÕES GERAIS<br />
Higienização das mãos<br />
(c/ água e sabão ou álcool gel)<br />
Banho pré-operatório com<br />
clorexidina <strong>de</strong>germante 2%<br />
Obrigatória, antes e após contato com o paciente<br />
Realizar banho com clorexidina <strong>de</strong>germante 2% em todos os<br />
pacientes antes da realização do <strong>transplante</strong>
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
Coleta <strong>de</strong> culturas do doador e<br />
do receptor<br />
Isolamento reverso<br />
Isolamento <strong>de</strong> contato<br />
-Quarto individual;<br />
-Utensílios exclusivos p/ o<br />
paciente;<br />
-Uso <strong>de</strong> avental e luvas pelos<br />
profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
Isolamento respiratório p/<br />
aerossóis<br />
-Quarto individual obrigatório,<br />
com porta fechada;<br />
-Uso <strong>de</strong> máscara N95 por todos<br />
os profissionais que tiverem<br />
contato c/ o paciente e<br />
acompanhantes;<br />
- Uso <strong>de</strong> máscara comum<br />
(cirúrgica), pelo paciente, se<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte<br />
Coleta <strong>de</strong> hemocultura em todos os doadores<br />
Não indicado. OBS: Uso <strong>de</strong> máscara se profissional c/ infecção<br />
<strong>de</strong> vias aéreas (evitar contato!!)<br />
Indicação:<br />
-Varicela, herpes zoster;<br />
-Escabiose, pediculose;<br />
-Colite pseudomembranosa;<br />
-Colonização/ infecção por germe multi-resistente:<br />
- Bacilos gram-negativos resistentes a carbapenemicos<br />
- Enterococos resistentes a vancomicina<br />
Indicação:<br />
-Tuberculose pulmonar ou laríngea<br />
- Varicella, Herpes zoster<br />
- Sarampo<br />
Evitar<br />
Água<br />
Carnes e ovos<br />
Verduras<br />
Contato com fezes <strong>de</strong> gato<br />
Contato com fezes <strong>de</strong> pássaros Evitar<br />
Viagens<br />
Exposição a flores, fâneros e<br />
ar-condicionados suspeitos (Legionella sp)<br />
Exposição a poeira <strong>de</strong> construções (Aspergillus sp)<br />
OBS: Em casos <strong>de</strong> construções hospitalares, isolar a área<br />
Contato com qualquer pessoa com rash cutâneo<br />
Contato com pessoas com infecção <strong>de</strong> vias aéreas<br />
Contato com pacientes com TB pulmonar<br />
Utilizar água mineral.<br />
Se suspeita <strong>de</strong> contaminação, ferver por, pelo menos, por 1<br />
minuto.<br />
Muito bem cozidos<br />
Muito bem lavadas e enxágue c/ hipoclorito<br />
Evitar. Se necessário, somente com luva<br />
Cuidado especial contra malária, febre amarela, etc
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />
<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
5. ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA NO TRANSPLANTE RIM-<br />
PANCREAS<br />
TIPO DE TRANSPLANTE Esquema Duração<br />
(Pcte ambulatorial, sem<br />
internação e sem infecção no<br />
último mês)<br />
Ampicilina-Sulbactam 1 3g EV 6/6h na indução<br />
anestésica.<br />
Repetir dose se cirurgia > 4 h.<br />
+ Fluconazol 200 mg, EV, 1x/dia, por 14 dias<br />
72 h<br />
TRANSPLANTE RIM-<br />
PANCREAS BAIXO RISCO<br />
TRANSPLANTE RIM-<br />
PANCREAS DE ALTO<br />
RISCO<br />
(Pcte internado > 48h ou<br />
história <strong>de</strong> internação no<br />
último mês ou pcte<br />
ambulatorial com uso <strong>de</strong> ATB<br />
amplo espectro no último<br />
mês)<br />
RETRANSPLANTE<br />
A) Se < 30 dias após a 1°<br />
<strong>transplante</strong> e/ou uso recente<br />
<strong>de</strong> ATB <strong>de</strong> amplo espectro<br />
Vancomicina 2 1g EV, na indução anestésica, seguida<br />
<strong>de</strong> 1g 12/12h<br />
+<br />
Cefepime 3 2g EV, na indução anestésica, seguida <strong>de</strong><br />
2g 12/12h<br />
+ Fluconazol 200 mg, EV, 12/12 h, or 14 dias<br />
(Repetir dose se cirurgia > 4 h)<br />
Vancomicina 2 1g EV, na indução anestésica, seguida<br />
<strong>de</strong> 1g 12/12h +<br />
Cefepime 3 2g EV, na indução anestésica, seguida <strong>de</strong><br />
2g 12/12h +<br />
Fluconazol 200 mg, EV, 1x/dia por 14 dias<br />
72h<br />
72 h<br />
B) Se > 30 dias após a 1°<br />
<strong>transplante</strong> e sem uso<br />
recente <strong>de</strong> ATB <strong>de</strong> amplo<br />
espectro<br />
Ampicilina-Sulbactam 1 3g EV 6/6h na indução<br />
anestésica.<br />
+ Fluconazol 200 mg, EV, 1x/dia por 14 dias<br />
72h<br />
OBS:<br />
(Repetir dose se cirurgia > 4 h)<br />
1 Em pacientes alérgicos a penicilina, substituir por: Ciprofloxacina 400 mg 12/12 h +<br />
Metronizadol 500 mg EV 8/8h<br />
2<br />
Se paciente insuficiência renal, substituir Vancomicina por Teicoplanina 400 mg EV <strong>de</strong><br />
12/12 h<br />
3<br />
Trocar Cefepime por Piperacilina – tazobactan ou carbapenêmico caso o paciente tenha<br />
feito uso recente ou esteja usando essas drogas no dia do <strong>transplante</strong>
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
6. ATBPROFILAXIA PARA PEQUENOS PROCEDIMENTOS<br />
Tipo <strong>de</strong> Procedimento<br />
CPRE<br />
Retirada <strong>de</strong> duplo J<br />
Antibiótico<br />
Ciprofloxacina 400 mg EV (ou 500 mg VO se<br />
pcte ambulatorial) 1 hora antes do<br />
procedimento<br />
Ciprofloxacina 400 mg EV (ou 500 mg VO se<br />
pcte ambulatorial) 1 hora antes do<br />
procedimento<br />
Biópsia <strong>de</strong> próstata transretal Ciprofloxacina 500 mg VO 1 cp 12 horas<br />
antes do procedimento, 500 mg VO 1 hora<br />
antes do procedimento e 500 mg VO 12 horas<br />
após o procedimento<br />
Biópsia Hepática<br />
Não<br />
7. PROFILAXIA P/ P.jirovecii ( carinii)<br />
Droga <strong>de</strong> 1° escolha: Sulfametoxazol-trimetoprim (400/80mg)– 1 cp, VO 1x/dia, por<br />
6 meses.<br />
OBS 1 : Ação preventiva adicional contra Listeria ,Nocardia, T.gondii.<br />
-Alternativa (em caso <strong>de</strong> alergia ou intolerância a sulfa):<br />
Dapsona, 100 mg- 1 cp, VO 1x/dia, por 6 meses<br />
OBS2: Recomenda-se prolongar profilaxia por 1 ano se:<br />
- Rejeição crônica ou recorrente<br />
- Uso <strong>de</strong> Ac anti-linfocítico<br />
8. PROFILAXIA ANTIFÚNGICA<br />
- NISTATINA – para todos os pacientes, 5 ml, VO, p/ bochechar e <strong>de</strong>glutir, 4x/dia ,<br />
durante 3 meses pós-<strong>transplante</strong>.<br />
- FLUCONAZOL 200 mg, EV, por 14 dias, PARA TODOS OS PACIENTES
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
9. PROFILAXIA PARA CITOMEGALOVIRUS<br />
1) Doador (+) / Receptor (-) ou<br />
2) Receptor (+)- in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do doador:<br />
Profilaxia durante 3 meses a partir da data do Tx com:<br />
Ganciclovir: 5 mg/kg/dia, EV, 1 x dia, durante a internação hospitalar (iniciar no 1°<br />
PO do Tx), seguido <strong>de</strong>:<br />
<br />
Valganciclovir (1cp = 450 mg): 900 mg, VO, 1x/dia (droga <strong>de</strong> escolha)<br />
OU<br />
Ganciclovir (1frasco=500 mg): 5mg/ kg/ dia, EV <strong>de</strong> segunda a sexta-feira ou 10<br />
mg/kg/dia 3 vezes por semana<br />
OU<br />
<br />
Ganciclovir VO (1 cp=250 mg): 1g VO 8/8 h (na falta do valganciclovir e se<br />
impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso venoso do paciente)<br />
Ajuste das doses <strong>de</strong> acordo com clearence <strong>de</strong> creatinina<br />
Ganciclovir EV profilático :<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Cl cr 50-69 mL/min: 2.5 mg/kg/dose cada 24 hs<br />
Cl cr 25-49 mL/min: 1.25 mg/kg/dose cada 24 hs<br />
Cl cr 10-24 mL/min: 0.625 mg/kg/dose cada 24 hs<br />
Cl cr < 10 mL/min: 0.625 mg/kg/dose 3 x semana após hemodiálise<br />
Valganciclovir VO profilático:<br />
<br />
<br />
<br />
Cl cr 40-59 mL/min: 450 mg 1 x dia<br />
Cl cr 25-39 mL/min: 450 mg a cada 2 dias<br />
Cl cr 10-24 mL/min: 450 mg 2 x semana<br />
Ganciclovir VO profilático :<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Cl. Creat. ≥ 70 ml/min: 1000mg 3 x dia<br />
Cl. Creat. entre 50- 69 ml/min: 500 mg 3 x dia<br />
Cl. Creat. entre 25- 49 ml/min: 500 mg 2 x dia<br />
Cl. Creat. entre 10-24 ml/ min: 500 mg VO, a cada 24 h<br />
Cl. Creat. < 10 ml/min: 500 mg, 3 x semana
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
OBS. Valganciclovir não é recomendado em pacientes em HD. Para pacientes em hemodiálise<br />
(Cl cr < 10 mL/min), é recomendado que o ganciclovir seja usado (dose ajustada como<br />
especificada para ganciclovir).<br />
3) Doador (-)/ Receptor (-): profilaxia não indicada, exceto se o paciente receber<br />
hemo<strong>de</strong>rivados (concentrado <strong>de</strong> hemácias ou plaquetas) sem filtro <strong>de</strong> leucócitos.<br />
10.TRATAMENTO <strong>de</strong> INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS<br />
-Droga <strong>de</strong> escolha: Ganciclovir EV 5mg/kg 12/12 hs por 3-4 semanas<br />
(ou até negativação da antigenemia ou PCR para CMV)<br />
Se dç não grave e melhora clínica do pacte: passar para valganciclovir VO para<br />
completar tto. ambulatorial.<br />
Obs:<br />
1.Consi<strong>de</strong>rar tratamento mais prolongado (4 a 6 semanas) em doenças invasivas por<br />
CMV ( Doença do trato gastro-intestinal, pneumonite, etc) e nos pacientes com<br />
recidiva após profilaxia e/ou tratamento prévios<br />
2. Associar Imunoglobulina anti-CMV em casos graves (ex. pneumonite).<br />
3. Consi<strong>de</strong>rar profilaxia secundária com valganciclovir VO 900 mg por 1-3 meses se<br />
pacientes muito imunossuprimido, rejeição crônica e/ou recidiva da dç por CMV.<br />
11. PROFILAXIA DE TUBERCULOSE<br />
<br />
<br />
Solitar PPD para todos os pacientes em fila <strong>de</strong> <strong>transplante</strong>.<br />
Se PPD permanecer não-reator: repetir anualmente para avaliar viragem<br />
tuberculínica ou em casos <strong>de</strong> exposição a pacientes com TB ativa.<br />
-Indicações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> TB latente (PROFILAXIA):<br />
( Obs: excluir TB doença)<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
PPD > 5 mm pré-<strong>transplante</strong><br />
Antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> tuberculose não tratada<br />
Contactantes intra-domicilares <strong>de</strong> TB pulmonar<br />
Rx com sequela <strong>de</strong> TB sem tratamento a<strong>de</strong>quado
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Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
Viragem tuberculínica recente (aumento no PPD <strong>de</strong>, no mínimo, 10 mm)<br />
-Esquema:<br />
- Isoniazida 5 mg/kg/dia (máximo <strong>de</strong> 300mg/dia) ,VO, por 6 meses<br />
- Associar piridoxina (Vit. B6) 40 mg/dia<br />
- Iniciar no pós-operatório, antes da alta hospitalar, assim que normalização das<br />
enzimas hepáticas.<br />
OBS: Pacientes com antece<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> TB a<strong>de</strong>quadamente tratada não necessitam <strong>de</strong><br />
tratamento <strong>de</strong> TB latente pós <strong>transplante</strong>.<br />
12. TRATAMENTO DE TUBERCULOSE<br />
1° escolha: Esquema RIPE – Coxcip 4 ®:<br />
Rifampicina+ Isonizadida + Pirazinamida + Etambutol: 2 meses seguido <strong>de</strong><br />
Rifampicina + Isoniazida: 4 a 7 meses.<br />
-Tempo: 6-9 meses ( avaliar evolução, gravida<strong>de</strong> e grau <strong>de</strong> imunossupressão<br />
do paciente)<br />
-Associar Piridoxina (Vit. B6), 40 mg/d, por 6 meses<br />
-Ajuste da dose do Coxcip 4 por peso:<br />
OBS:<br />
o<br />
o<br />
o<br />
20-35 kg: 2 cp<br />
36-50 kg: 3 cp<br />
>50 kg: 4 cp<br />
Se hepatotoxicida<strong>de</strong> (3-5 vezes o valor normal das enzimas hepáticas):<br />
- Consi<strong>de</strong>rar interrupção do tratamento, c/ reintrodução sequencial das drogas,<br />
em doses crescentes, após normalização das enzimas hepáticas<br />
OU<br />
- Consi<strong>de</strong>rar esquema alternativos:<br />
o Estreptomicina + Etambutol + Ofloxacina( ou levofloxacina) (12 meses)<br />
o Estreptomicina + Isoniazida + Etambutol ( 12 meses)<br />
o Estreptomicina + Rifampicina + Isoniazida+ Etambutol (6 meses)<br />
-Tentar incluir alguma droga do esquema RIP, i<strong>de</strong>almente Isoniazida, nos<br />
esquemas alternativos.
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<strong>Hospital</strong> Universitário <strong>Walter</strong> Cantídio<br />
Serviço <strong>de</strong> Transplante <strong>de</strong> Pâncreas<br />
13. IMUNIZAÇÃO<br />
Vacinas recomendadas para adultos candidatos a <strong>transplante</strong> hepático<br />
Vacina Tipo N° <strong>de</strong> doses Intervalo entre<br />
as doses<br />
Comentário<br />
Tétano-Difteria (<br />
dT)<br />
Toxói<strong>de</strong> 3 doses 4 semanas entre<br />
a 1° e a 2°<br />
dosee 6 meses<br />
após a 2° dose<br />
Po<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
repetida após o<br />
tx<br />
Pneumococo Polissacarí<strong>de</strong>o 1 dose Reforço em 5<br />
anos<br />
Po<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
repetida após o<br />
tx<br />
Influenzae Virus inativado 1 dose Imunização<br />
anual. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ser repetida<br />
ap´so o tx<br />
Hepatite B Recombinate 3 doses( dobro<br />
da dose)<br />
Hepatite A Virus inativado 2 doses 6 meses após 1°<br />
dose<br />
Po<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
repetida após o<br />
tx<br />
Po<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />
repetida após o<br />
tx<br />
Varicela Vírus vivo<br />
atenuado<br />
2 doses 30 dias após a<br />
1° dose<br />
Se possível,<br />
completar a<br />
vacinação no<br />
mínimo 4<br />
semanas antes<br />
do tx. Não fazer<br />
após o tx.<br />
OBS: pacientes em hemodiálise ecirrose hepática: 4 doses ( dose dobrada): 0-30-60-180 dias
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