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Coro Gulbenkian Orquestra Gulbenkian Michel Corboz [ Maestro

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artífice, Bach utilizou frequentemente as mesmas matrizes musi cais<br />

nas suas obras, sendo usual reconfigurar alguns temas de forma a estes<br />

se ajustarem num determinado contexto. Esta obra enquadra-se<br />

num contexto pascal, período de reflexão para os cristãos, pois aponta<br />

para a submissão incondicional do ser humano à vontade divina.<br />

Franz Schubert<br />

Viena, 31 de Janeiro de 1797<br />

Viena, 19 de Novembro de 1828<br />

Missa N.º 6, em Mi bemol maior, D 950<br />

(c. 50 min.)<br />

Apesar de ter desenvolvido o seu percurso num contexto distinto<br />

do de Johann Sebastian Bach, é possível traçar alguns elementos comuns<br />

na biografia dos dois compositores. Tal como Bach, a educação<br />

de Schubert na infância e adolescência encontrou-se ligada a coros de<br />

igreja, em especial à capela imperial. Tal como outros compositores<br />

activos no Império Austro-Húngaro, o sistema religioso configurou-se<br />

essencial na enformação do estilo do compositor. Schubert compôs<br />

seis obras incluídas no género missa, mas essa não foi uma actividade<br />

regular na sua carreira, encontrando-se concen trada em alguns momentos<br />

particulares. Entre 1814 e 1816, o compositor completou as<br />

suas primeiras quatro missas. Todavia, Schubert começou a compor<br />

música religiosa a partir do início da segunda década do século XIX, da<br />

qual se destacam rubricas isoladas da missa (como o Kyrie) e um Salve<br />

Regina. O seu percurso enquanto coralista permi tiu-lhe algum conhecimento<br />

prático das convenções musicais das cerimónias religiosas<br />

católicas, integrando a sua produção inicial nesses moldes. Apesar<br />

da crescente laiciza ção das sociedades ocidentais nesse período e<br />

da autonomização dos géneros religiosos do seu contexto inicial de<br />

apresentação (a igreja), a obra sacra de Schubert foi maiorita riamente<br />

apresentada em igrejas, integrando cerimónias religiosas.<br />

A Missa N.º 6 foi composta no Verão de 1828, último ano de vida do<br />

compositor, marcado pelo alastrar da doença, o que veio a condicionar<br />

determinantemente a sua actividade. Apesar de não haver consenso<br />

sobre o contexto de produção da obra (se esta foi encomendada ou<br />

com posta por iniciativa individual do compositor), esta foi estreada<br />

postumamente a 4 de Outubro de 1829, numa igreja paroquial dos subúrbios<br />

de Viena. A obra recorre a ele mentos bastante heterogéneos<br />

na sua concepção, de forma a enfatizar os ambientes cria dos. Recorre<br />

a quatro solistas e coro e a uma formação orquestral relativamente<br />

dife rente da habitual para a época, omitindo as flautas. Do mesmo<br />

ano de composição da Missa N.º 6 datam igualmente algumas das

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