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Coro Gulbenkian Orquestra Gulbenkian Michel Corboz [ Maestro

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03/04/05 Abril 2007<br />

Grande Auditório<br />

<strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

<strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

<strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> [ <strong>Maestro</strong>


Serviço de Música<br />

Director<br />

Luís Pereira Leal<br />

Directores Adjuntos<br />

Rui Vieira Nery<br />

Miguel Sobral Cid<br />

Consultor<br />

Carlos de Pontes Leça<br />

musica@gulbenkian.pt<br />

www.musica.gulbenkian.pt


Abril 2007<br />

03 TERÇA<br />

19:00<br />

04<br />

05<br />

QUARTA<br />

19:00<br />

QUINTA<br />

21:00<br />

Grande Auditório<br />

<strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

<strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

<strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> [ <strong>Maestro</strong><br />

Ana Quintans [ Soprano<br />

Marie-Claude Chappuis [ Meio-Soprano<br />

Werner Güra [ Tenor<br />

Alexander Yudenkov [ Tenor<br />

Alfred Reiter [ Baixo<br />

Marcelo Giannini [ Órgão<br />

Johann Sebastian Bach<br />

Magnificat em Ré maior, BWV 243<br />

1. Magnificat<br />

2. Et exultavit<br />

3. Qui respexit<br />

4. Omnes generationes<br />

5. Quia fecit<br />

6. Et misericordia<br />

7. Fecit potentiam<br />

8. Deposuit potentes<br />

9. Esurientes implevit<br />

10. Suscepit Israel<br />

11. Sicut locutus est<br />

12. Gloria Patri<br />

Intervalo<br />

Franz Schubert<br />

Missa N.º 6, em Mi bemol maior, D 950<br />

1. Kyrie<br />

2. Gloria<br />

3. Credo<br />

4. Sanctus<br />

5. Benedictus<br />

6. Agnus Dei


2<br />

LITURGIA E MÚSICA DE CONCERTO<br />

A celebração da Páscoa afirma-se enquanto momento essencial no<br />

Cristianismo. Dada a relevância desse evento no ano litúrgico cristão,<br />

a Páscoa tem sido celebrada de múltiplas formas ao longo da História,<br />

tendo em conta a variabilidade dos contextos nos quais opera a religião<br />

cristã. No presente recital serão apresentadas duas obras de<br />

características totalmente distintas: um tratamento de um hino em<br />

latim por um compositor luterano e uma missa produzida por um católico<br />

activo numa área geográfica na qual as tradições católicas assumem<br />

formas bastante particulares. Outra distinção rele vante é o<br />

contexto no qual as obras foram produzidas. Enquanto que a obra de<br />

Bach se enquadra em modelos de religiosidade associados ao pietismo<br />

e a produção do compo sitor se destinava à execução em contextos<br />

religiosos, uma das características presentes no início do século XIX é<br />

a desfuncionalização de alguns géneros litúrgicos e sua con versão e<br />

apropriação pelo mercado de concertos públicos. Contudo, é necessário<br />

ter em mente que o panorama de produção de música religiosa<br />

nesse período era bastante hete rogéneo, de forma a matizar as assunções<br />

de desfuncionalização da música sacra. Paralelamente ao recurso<br />

a elementos associados ao contexto religioso e sua apresenta ção<br />

em salas de concerto ou teatros de ópera (tal como a Missa Solemnis<br />

de Beethoven ou o Stabat Mater de Rossini), a produção de música de<br />

cariz utilitário para acompa nhar o culto nas paróquias permaneceu<br />

um importante contexto de trabalho para diver sos compositores da<br />

época. Neste concerto serão apresentados dois modelos socio-profissionais<br />

de compositor, decorrentes das suas esferas de actividade e<br />

dos sistemas de pro dução e apresentação de música em diferentes<br />

contextos históricos, religiosos e geográ ficos.<br />

Johann Sebastian Bach<br />

Eisenach, 21 de Março de 1685<br />

Leipzig, 28 de Julho de 1750<br />

Magnificat em Ré maior, BWV 243<br />

(c. 30 min.)<br />

O Magnificat é um dos textos latinos medievais mais frequentemente<br />

tratado pelos compositores ao longo da História da Música. O<br />

seu texto remete para a Anunciação à Virgem Maria, um dos principais<br />

momentos de preparação para o Natal. Con tudo, este texto foi<br />

incorporado pela hierarquia católica enquanto final da cerimónia dos<br />

Ofí cios Divinos, realizada quotidianamente e em vários momentos ao<br />

longo do dia. Após a execução de responsórios baseados em salmos e


das leituras, essa cerimónia concluía com um hino, o Magnificat. Nesta<br />

época, um hino é uma forma estrófica, isto é, a execução de cada estrofe<br />

é realizada com o mesmo material musical, prática que foi sendo<br />

alterada ao longo do tempo. Na obra de Bach, o compositor divide os<br />

vários números de acordo com o efectivo requerido e respeitando a<br />

estrutura do texto, exceptuando na estrofe que se inicia com o texto<br />

“Quia respexit”, uma ária de soprano que será complementada pelo<br />

coro no último verso, de forma a enfatizar o significado do texto. Apesar<br />

de Bach ser luterano, recorreu ao texto em latim e não à sua tradução<br />

para alemão, prática relativamente frequente nas igrejas reformadas.<br />

Apesar destas estabelecerem um modelo distinto de comunicação<br />

nas cerimónias religiosas, valorizando as práticas locais (nas quais se<br />

inclui o idioma), o recurso à língua latina não foi totalmente afastado.<br />

Tendo em conta os principais eixos de autonomização de um repertório<br />

associado ao culto luterano, nos quais se encontra o canto dito<br />

gregoriano, a utilização do latim – inclusivamente para fins religiosos<br />

(a tradução da Bíblia do latim para os idiomas locais levantou alguns<br />

problemas teológicos, por exemplo) – era relativamente frequente<br />

nos espaços em que a Reforma obteve primazia. Por outro lado, Bach<br />

recebeu alguma formação teológica desde cedo (visto que pertencia a<br />

uma família numerosa de músicos activos na esfera religiosa luterana)<br />

e essa instrução incluiu a língua latina.<br />

Esta obra foi composta em 1723, ano fulcral na carreira do compositor,<br />

pois este fixou-se definitivamente em Leipzig, onde ocupou<br />

o cargo de Kantor na Igreja de S. Tomás e, a partir de 1729, dirigiu o<br />

Collegium Musicum. As suas funções em S. Tomás encontravam-se associadas<br />

à direcção musical de diversas instituições na cidade (as quatro<br />

principais igrejas) e implicava a produção de cantatas sacras originais<br />

para momentos específicos. Paralelamente, a inerência de cargos permitiu-lhe<br />

usufruir de meios mais alargados para a execução das suas<br />

obras, estendendo-se dos seus alunos aos músicos profissionais activos<br />

na cidade. Neste período, Bach compôs uma grande parte das suas<br />

obras sacras, nomeadamente cantatas, oratórias, paixões e motetes.<br />

Desta altura datam as suas obras latinas mais conhecidas: a Missa em<br />

Si menor e o Magnificat. Esta última obra recorre, tal como uma grande<br />

parte da produção de Bach neste período, a um efectivo que inclui<br />

coro, orquestra e cantores solistas. Nesta composição, o compositor<br />

recorre às mais variadas técnicas composicionais da época, de forma<br />

a criar o máximo impacto no espectador. A utilização do coro em diversas<br />

matrizes (contrapontísticas ou homofónicas), nos segmentos que<br />

apontam para a exteriorização da exaltação religiosa, criando efeitos<br />

dramáticos associados ao espaço da ópera barroca, bem como árias e<br />

duetos ou ritornelli instrumentais, apontam para a heterogeneidade<br />

de tipologias musicais presente na primeira metade do século XVIII.<br />

Com as exigências inerentes ao cargo desempenhado, num período<br />

no qual o compositor se enquadrava no estatuto socio-profissional do<br />

3


4<br />

artífice, Bach utilizou frequentemente as mesmas matrizes musi cais<br />

nas suas obras, sendo usual reconfigurar alguns temas de forma a estes<br />

se ajustarem num determinado contexto. Esta obra enquadra-se<br />

num contexto pascal, período de reflexão para os cristãos, pois aponta<br />

para a submissão incondicional do ser humano à vontade divina.<br />

Franz Schubert<br />

Viena, 31 de Janeiro de 1797<br />

Viena, 19 de Novembro de 1828<br />

Missa N.º 6, em Mi bemol maior, D 950<br />

(c. 50 min.)<br />

Apesar de ter desenvolvido o seu percurso num contexto distinto<br />

do de Johann Sebastian Bach, é possível traçar alguns elementos comuns<br />

na biografia dos dois compositores. Tal como Bach, a educação<br />

de Schubert na infância e adolescência encontrou-se ligada a coros de<br />

igreja, em especial à capela imperial. Tal como outros compositores<br />

activos no Império Austro-Húngaro, o sistema religioso configurou-se<br />

essencial na enformação do estilo do compositor. Schubert compôs<br />

seis obras incluídas no género missa, mas essa não foi uma actividade<br />

regular na sua carreira, encontrando-se concen trada em alguns momentos<br />

particulares. Entre 1814 e 1816, o compositor completou as<br />

suas primeiras quatro missas. Todavia, Schubert começou a compor<br />

música religiosa a partir do início da segunda década do século XIX, da<br />

qual se destacam rubricas isoladas da missa (como o Kyrie) e um Salve<br />

Regina. O seu percurso enquanto coralista permi tiu-lhe algum conhecimento<br />

prático das convenções musicais das cerimónias religiosas<br />

católicas, integrando a sua produção inicial nesses moldes. Apesar<br />

da crescente laiciza ção das sociedades ocidentais nesse período e<br />

da autonomização dos géneros religiosos do seu contexto inicial de<br />

apresentação (a igreja), a obra sacra de Schubert foi maiorita riamente<br />

apresentada em igrejas, integrando cerimónias religiosas.<br />

A Missa N.º 6 foi composta no Verão de 1828, último ano de vida do<br />

compositor, marcado pelo alastrar da doença, o que veio a condicionar<br />

determinantemente a sua actividade. Apesar de não haver consenso<br />

sobre o contexto de produção da obra (se esta foi encomendada ou<br />

com posta por iniciativa individual do compositor), esta foi estreada<br />

postumamente a 4 de Outubro de 1829, numa igreja paroquial dos subúrbios<br />

de Viena. A obra recorre a ele mentos bastante heterogéneos<br />

na sua concepção, de forma a enfatizar os ambientes cria dos. Recorre<br />

a quatro solistas e coro e a uma formação orquestral relativamente<br />

dife rente da habitual para a época, omitindo as flautas. Do mesmo<br />

ano de composição da Missa N.º 6 datam igualmente algumas das


obras com maior efeito dramático do compositor, em especial a sua<br />

última sinfonia. A Missa recorre a uma heterogeneidade de materiais<br />

musicais, característica da produção sacra num período de desfuncionalização<br />

dos géneros associados à igreja e da emergência da música<br />

sinfónica enquanto paradigma romântico. Nesta missa destaca-se o<br />

papel do coro em relação às relativamente reduzidas intervenções<br />

dos solistas, contribuindo para uma atmosfera muito particular neste<br />

tipo de obra. Recorrendo a elementos musicais heterogéneos, como<br />

a fuga, as tipologias associadas à dança social e à música sinfónica,<br />

Schubert constrói uma obra de maturidade e de intenso dramatismo,<br />

transparecendo a emergência do Romantismo. De menino de coro a<br />

compositor de música sacra de elevado conteúdo emocional, o percurso<br />

de Schubert afirma-se único no contexto vienense do início do<br />

século XIX.<br />

5<br />

João Silva


6<br />

Johann Sebastian Bach<br />

Magnificat, BWV 243<br />

1. <strong>Coro</strong><br />

Magnificat anima mea Dominum<br />

2. Soprano<br />

Et exsultavit spiritus meus in Deo salutari meo;<br />

3. Soprano<br />

Quia respexit humilitatem ancillae suae,<br />

ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes<br />

generationes.<br />

4. <strong>Coro</strong><br />

Omnes generationes<br />

5. Baixo<br />

Quia fecit mihi magna qui potens est: et sanctum<br />

nomen eius,<br />

6. Contralto e Tenor<br />

Et misericordia eius a progenie in progenie<br />

timentibus eum.<br />

7. <strong>Coro</strong><br />

Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos<br />

mente cordis sui,<br />

8. Tenor<br />

Deposuit potentes de sede, et exsaltavit humiles,<br />

9. Contralto<br />

Esurientes implevit bonis, et divites dimisit<br />

inanes.<br />

10. <strong>Coro</strong> a três vozes<br />

Suscepit Israel puerum suum recordatus<br />

misericordiae suae,<br />

11. <strong>Coro</strong><br />

Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et<br />

semini eius in saecula.<br />

12. <strong>Coro</strong><br />

Gloria Patri et Filio et Spitritui Sancto, sicut<br />

erat in principio et nunc et semper et in saecula<br />

saeculorum. Amen.<br />

A minha alma glorifica o Senhor<br />

E o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador;<br />

Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:<br />

de hoje em diante me chamarão bem-aventurada<br />

todas as gerações.<br />

Todas as gerações.<br />

O Todo-poderoso fez de mim maravilhas: santo é<br />

o seu nome,<br />

O seu amor se estende de geração em geração<br />

sobre aqueles que o temem.<br />

Manifestou o poder o seu braço e dispersou os<br />

soberbos,<br />

Derrubou os poderosos do seu trono, e exaltou os<br />

humildes,<br />

Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu<br />

de mãos vazias.<br />

Acolheu a Israel seu servo lembrado da sua<br />

misericórdia,<br />

Como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à<br />

sua descendência para sempre.<br />

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como<br />

era no princípio, agora e sempre. Ámen<br />

Tradução de José Maria Pedrosa Cardoso


Franz Schubert<br />

Missa N.º 6, em Mi bemol maior, D 950<br />

7<br />

KYRIE<br />

Kyrie eleison.<br />

Christe eleison.<br />

Kyrie eleison.<br />

GLORIA<br />

Gloria in excelsis Deo.<br />

Et in terra pax hominibus bonae voluntatis.<br />

Laudamus te.<br />

Benedicimus te.<br />

Adoramus te.<br />

Glorificamus te.<br />

Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam.<br />

Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens.<br />

Domine Fili unigenite Jesu Christe.<br />

Domine Deus, Agnus Dei, Filius Patris.<br />

Qui tollis peccata mundi, miserere nobis.<br />

Qui tollis peccata mundi, suscipe deprecationem<br />

nostram.<br />

Qui sedes ad dexteram Patris, miserere nobis.<br />

Quoniam tu solus sanctus.<br />

Tu solus Dominus.<br />

Tu solus Altissimus Jesu Christe.<br />

Cum Sancto Spiritu, in gloria Dei Patris. Amen.<br />

CREDO<br />

Credo in unum Deum,<br />

Patrem omnipotentem, factorem caeli et terrae,<br />

visibilium omnium, et invisibilium.<br />

Et in unum Dominum, Jesum Christum,<br />

Filum Dei unigenitum.<br />

Et ex Patre natum ante omnia saecula.<br />

Deum de Deo, lumen de lumine,<br />

Deum verum de Deo vero.<br />

Genitum, non factum, consubstantialem Patri:<br />

per quem omnia facta sunt.<br />

Qui propter nos homines,<br />

et propter nostram salutem descendi de caelis.<br />

[Tenor I, Tenor II, Soprano]<br />

Et incarnatus est de Spiritu Sancto, ex Maria Virgine:<br />

et homo factus est.<br />

Crucifixus etiam pro nobis: sub Pontio Pilato<br />

passus et sepultus est.<br />

Senhor, tende piedade de nós!<br />

Cristo, tende piedade de nós!<br />

Senhor, tende piedade de nós!<br />

Glória a Deus nas alturas.<br />

E paz na terra aos homens de boa vontade.<br />

Nós vos louvamos,<br />

Nós vos bendizemos,<br />

Nós vos adoramos,<br />

Nós vos glorificamos.<br />

Nós vos damos graças pela vossa imensa glória.<br />

Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai omnipotente.<br />

Senhor, Filho unigénito, Jesus Cristo.<br />

Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai.<br />

Vós que tirais os pecados do mundo, tende<br />

piedade de nós.<br />

Vós que tirais os pecados do mundo, acolhei a<br />

nossa súplica.<br />

Vós que estais sentado à direita do Pai, tende piedade<br />

de nós.<br />

Pois só Vós sois Santo,<br />

Só Vós sois Senhor,<br />

Só Vós sois o Altíssimo, Jesus Cristo.<br />

Com o Espírito Santo na glória de Deus Pai. Ámen.<br />

Creio em um só Deus,<br />

Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra,<br />

de todas as coisas, visíveis e invisíveis.<br />

E creio em um só Senhor, Jesus Cristo,<br />

Filho unigénito de Deus.<br />

E nascido do Pai antes de todos os séculos.<br />

Deus de Deus, luz de luz,<br />

Deus verdadeiro de Deus verdadeiro.<br />

gerado, não criado, consubstancial ao Pai,<br />

Por quem todas as coisas foram feitas.<br />

O qual por nós homens<br />

e por nossa salvação desceu dos céus.<br />

E encarnou da Virgem Maria pelo Espírito Santo,<br />

e se fez homem.<br />

Também por nós foi crucificado, sob Pôncio Pilatus,<br />

padeceu e foi sepultado.


8 Et resurrexit tertia die, secundum Scripturas.<br />

Et ascendit in caelum: sedet ad dexteram Patris.<br />

Et iterum venturus est cum gloria,<br />

judicare vivos et mortuos:<br />

cujus regni non erit finis.<br />

Et in Spiritum Sanctum, Dominum, et vivificantem:<br />

qui ex Patre Filioque procedit.<br />

Qui cum Patre et Filio simul adoratur, et<br />

conglorificatur:<br />

qui locutus est per Prophetas.<br />

Et unam sanctam catholicam et apostolicam<br />

Ecclesiam.<br />

Confiteor unum baptisma in remissionem<br />

peccatorum.<br />

Et exspecto resurrectionem mortuorum.<br />

E ressuscitou ao terceiro dia, conforme as<br />

Escrituras,<br />

e subiu ao céu, onde está sentado à direita do Pai.<br />

E voltará na sua glória,<br />

para julgar os vivos e os mortos,<br />

e o seu reino não terá fim.<br />

E creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,<br />

que procede do Pai e do Filho,<br />

e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:<br />

ele, que falou pelos profetas.<br />

E creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.<br />

Professo um só baptismo para a remissão dos<br />

pecados,<br />

e espero a ressurreição dos mortos<br />

e a vida que há-de vir. Ámen.<br />

Et vitam venturi saeculi. Amen.<br />

SANCTUS<br />

Sanctus, sanctus, sanctus, Dominus Deus Sabaoth.<br />

Pleni sunt caeli et terra gloria tua.<br />

Hosanna in excelsis.<br />

BENEDICTUS<br />

Benedictus qui venit in nomine Domini.<br />

Hosanna in excelsis.<br />

AGNUS DEI<br />

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi:<br />

miserere nobis.<br />

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi:<br />

dona nobis pacem.<br />

Santo, santo, santo Senhor Deus dos exércitos.<br />

O céu e a terra estão cheios da sua glória.<br />

Glória nas alturas.<br />

Bendito o que vem em nome do Senhor.<br />

Glória nas alturas<br />

Cordeiro de Deus, que tiras o pecado do mundo,<br />

tem piedade de nós.<br />

Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo,<br />

dá-nos a paz.


9<br />

<strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong><br />

<strong>Maestro</strong><br />

A entrada de <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> no universo<br />

da música está profundamente ligada<br />

ao seu fascínio pela voz e pelas obras escritas no domínio da música<br />

vocal. Consequentemente, dirige na actualidade, pelo mundo inteiro,<br />

as grandes oratórias que incluem coro, solistas e orquestra.<br />

Em 1961, <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> fundou o Ensemble Vocal de Lausanne.<br />

As inúmeras distinções concedidas e o acolhimento entusiasta da<br />

imprensa, manifestado em função das suas gravações das Vésperas e<br />

do Orfeo de Monteverdi − realizadas, respectivamente, em 1965 e 1966<br />

− marcaram o início de uma carreira que evoluiu naturalmente, sem<br />

ambições particulares, enriquecendo-se todos os anos com uma nova<br />

obra.<br />

Em 1969, <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> foi nomeado <strong>Maestro</strong> Titular do <strong>Coro</strong><br />

<strong>Gulbenkian</strong>, cargo que vem exercendo com inexcedível competência<br />

há mais de trinta e cinco anos. Dirigindo o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong>, realizou<br />

um grande número de concertos e gravações de obras de carácter coral-sinfónico,<br />

tendo assim colocado em destaque as qualidades raras<br />

e fundamentais deste coro.<br />

A sua discografia conta com mais de cem títulos gravados até hoje<br />

para as etiquetas Erato, Cascavelle e FNAC-Musique, muitas vezes<br />

galardoados por várias academias internacionais do disco. De entre<br />

as suas mais belas realizações discográficas, salientam-se as grandes<br />

obras sacras de Bach e de Mozart, La Selva Morale de Monteverdi, as<br />

oratórias de Mendelssohn e os Requiem de Brahms, Fauré, Duruflé e<br />

Verdi. Na Ópera de Lyon, recriou Ercole Amante de Cavalli, obra composta<br />

para o casamento de Luís XIV, bem como David et Jonathas de<br />

Charpentier. No domínio da ópera, dirigiu L’Incoronazione di Poppea,<br />

Il ritorno d’Ulisse in patria e ainda Orfeo de Monteverdi. Actualmente,<br />

é também professor de direcção coral no Conservatório de Genebra.<br />

Em Dezembro de 1999, <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> foi condecorado pelo<br />

Presidente da República Portuguesa com a Grã Cruz da Ordem do<br />

Infante.<br />

Entre os muitos discos que gravou com o <strong>Coro</strong> e a <strong>Orquestra</strong><br />

<strong>Gulbenkian</strong>, destacam-se: o Requiem de Mozart; Messa di Gloria de<br />

Puccini (Erato), Salmos, Lauda Sion e Lass’,O Herr de Mendelssohn (2CD<br />

Erato - Diapason d’Or); Te Deum, Beatus Vir, Salve Regina e Tenebrae<br />

Factae Sunt de Marc-Antoine Charpentier (Erato); Elias de Mendelssohn<br />

(Erato); Te Deum de João de Sousa Carvalho (Cascavelle); Requiem de<br />

Verdi (Fnac Music - Classique d’Or RTL); Requiem de João Domingos


10<br />

Bomtempo (Aria Music); Missa em Dó Maior, op.86, de Beethoven e<br />

Missa N.º 2, em Sol Maior, D.167, de Schubert (Erato); Requiem de Franz<br />

von Suppé (Aria Music).<br />

Ana Quintans<br />

Soprano<br />

Ana Quintans nasceu em Lisboa em 1975,<br />

licenciou-se em Escultura na FBAUL em 1998<br />

e concluiu os estudos de canto na Escola de Música do Conservatório<br />

Nacional, na classe de José Manuel Araújo, em 2004. No Atelier de<br />

Ópera desta instituição interpretou Belinda, em Dido and Aeneas de<br />

Henry Purcell; Pamina, em A Flauta Mágica de Mozart; excertos do papel<br />

de Anne Truelove, em The Rake’s Progress de Stravinsky; Lisetta,<br />

em Il Mondo della Luna, do compositor português António Avondano;<br />

Bird e Lion, em Fables de Ned Rorem.<br />

Participou no workshop de música e artes plásticas “La Musique<br />

des Mémoires” (2001), com a compositora Claire Renard, na Fundação<br />

Calouste <strong>Gulbenkian</strong> e em cursos de aperfeiçoamento com Mercè<br />

Obiol, Maria João Serrão, Jill Feldman, Ketil Haugsand, Chiara Banchini,<br />

Sarah Walker, Verena Wachter, Tom Krause, Elisabete Matos e Graham<br />

Johnson. Frequentou ainda o curso OperaPlus, em 2002, 2003 e 2004<br />

(Bélgica), orientado por Low Siew-Tuan, no âmbito do qual ganhou<br />

em 2003 o Vera Rozna Scholarship Award e em 2004 o Temple Square<br />

Concert Award.<br />

Desde 2002, colabora como solista na <strong>Orquestra</strong> do Real<br />

Conservatório de Lisboa, dirigida por Álvaro Pinto, tendo participado<br />

no Festival Culturel Européen de Rouen (França), em Março de 2003.<br />

Interpretou, como solista, a Fantasia Coral de Beethoven (2002),<br />

dirigida por Cesário Costa, com a <strong>Orquestra</strong> do Algarve; o Stabat Mater<br />

de Domenico Scarlatti (2003), sob a direcção de Paulo Brandão; participou<br />

no Festival Internacional de Órgão 2004, dirigida por Teresita<br />

Gutierrez Marques; colaborou com o Ensemble Barroco do Chiado no<br />

concerto “As Sementes do Fado”, no Teatro Lethes, em Faro 2005; e foi<br />

solista em Judicium Salomonis de Marc-Antoine Charpentier, no papel<br />

de Vera Mater, e em Odes Anthems and Songs de Purcell, com Les Arts<br />

Florissants e o maestro William Christie, em Innsbruck, Santander, San<br />

Sebastian, Festival de Rheingau, Cité de la Musique (Paris), Ambronay,<br />

e Teatro de Caen, em 2005. Foi reforço do Teatro Nacional de São Carlos<br />

na temporada 2003-2004.<br />

Interpretou Pamina na ópera A Flauta Mágica de Mozart, na Quinta<br />

da Regaleira (2002), com encenação de Jorge Listopad e direcção de


José Manuel Araújo. No Festival Musicatlântico 2003, nos Açores, interpretou<br />

a Primeira Dama e o Primeiro Rapaz na ópera A Flauta Mágica<br />

de Mozart, sob a direcção de José Manuel Araújo e com encenação de<br />

Jorge Vaz de Carvalho. Interpretou o papel de Esquilo na ópera O esquilo<br />

esperto de Nino Rota – uma produção inserida no âmbito do Curso<br />

de Encenação de Ópera da Fundação Calouste <strong>Gulbenkian</strong>, com direcção<br />

de João Paulo Santos e encenação de Erica Guimarães. Em Janeiro<br />

de 2006, em Lyon, interpretou Amore na ópera L’Incoronazionne di<br />

Poppea de Monteverdi, numa produção da Opera de Lyon dirigida por<br />

William Christie e encenada por Bernard Sobel.<br />

Em Março de 2005, apresentou-se com o meio-soprano Inês Madeira<br />

e o pianista José Brandão no “Transeuropéennes – Festival Culturel<br />

de Rouen 2005”, num recital de canções e duetos de Purcell, Marcos<br />

Portugal, Britten, Poulenc, Gounod, Berlioz e Saint-Saëns.<br />

Gravou para a EMI Virgin Classics, em Setembro de 2005, as obras<br />

Judicium Salomonis e Motet pour une longue offrande de Marc-<br />

Antoine Charpentier, na qualidade de solista, com Les Arts Florissants<br />

e William Christie.<br />

No ano lectivo 2005-2006, frequentou o Flanders Operastudio, em<br />

Gent, enquanto bolseira da Fundação Calouste <strong>Gulbenkian</strong>.<br />

11<br />

Marie-Claude Chappuis<br />

Meio-Soprano<br />

Marie-Claude Chappuis nasceu em<br />

Friburgo, na Suíça. Estudou canto na sua<br />

cidade natal e no Mozarteum de Salzburgo. Entre 1999 e 2003, integrou<br />

a companhia do Landestheater de Innsbruck, onde cantou os papéis<br />

de Sesto (La clemenza di Tito), Carmen, Charlotte (Werther), Armindo<br />

(Partenope de Händel) e Hänsel.<br />

No Festival de Innsbruck e na Ópera Estadual de Berlim, representou<br />

a Mensageira e Proserpina em Orfeo, com René Jacobs. Com<br />

este maestro, cantou ainda o papel de Octavia, em L’Incoronazione di<br />

Poppea, na Ópera Estadual de Berlim e no Théâtre de la Monnaie, em<br />

Bruxelas.<br />

No Grande Teatro de Genebra representou Penelope (Il ritorno<br />

d’Ulisse), Octavia (L’Incoronazione di Poppea) e Annius (La clemenza di<br />

Tito). Com a Akademie für Alte Musik, sob a direcção de Alain Altinoglu,<br />

interpretou Sesto, em Baden-Baden e no Luxemburgo, e estreou-se na<br />

Ópera de Zurique. Entre outras actuações marcantes da sua carreira,<br />

destaque para o papel de Lazuli, em L’Étoile de Chabrier, com Sir John<br />

Eliot Gardiner, na Ópera de Zurique.


12<br />

Desde 2003, Marie-Claude Chappuis canta sob a direcção de maestros<br />

de renome, como René Jacobs, Philippe Herreweghe, Adam Fischer,<br />

Peter Schreier, <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong>, John Nelson e Giovanni Antonini, em<br />

palcos de prestígio como Tonhalle de Zurique, Philharmonie de Berlim,<br />

Philharmonie de Colónia, Lincoln Center de Nova Iorque, Palácio das<br />

Belas-Artes de Bruxelas, Alte Oper de Frankfurt e Hermitage de São<br />

Petersburgo.<br />

Em 2005 actuou no concerto de abertura do Festival de Ansbach com<br />

a célebre orquestra Concerto Köln, interpretando o Stabat Mater de<br />

Scarlatti. Apresentou-se ainda no Festival de Beaune, com o Ensemble<br />

415 de Chiara Banchini, e no Festival de música antiga Trigonale, acompanhada<br />

por Il Giardino Armonico. Em 2006 estreou-se com Bertrand<br />

de Billy no Festival de Salzburgo, em Thamos de Mozart.<br />

Para a Harmonia Mundi, Marie-Claude Chappuis gravou La clemenza<br />

di Tito (Annius) de Mozart, com a Freiburger Barockorchester<br />

e o maestro René Jacobs. Para a EuroArts, gravou em DVD a Grande<br />

Missa em Dó maior de Mozart, na Ópera de Leipzig, com a <strong>Orquestra</strong><br />

da Gewandhaus e o ballet de Uwe Scholz.<br />

Werner Güra<br />

Tenor<br />

O tenor alemão Werner Güra nasceu<br />

em Munique. Frequentou o Mozarteum de<br />

Salzburgo e completou os seus estudos de canto com Kurt Widmer em<br />

Basileia e com Margreet Honig em Amesterdão. Desenvolveu o seu talento<br />

como actor com Ruth Berghaus e Tho Adam.<br />

Em 1995 ingressou na companhia da Semperoper Dresden, onde<br />

cantou papéis mozartianos (Tamino em A Flauta Mágica e Ferrando<br />

em Così fan tutte), bem como Lindoro em L’Italiana in Algeri e Don<br />

Ramiro em La Cenerentola e participou numa produção encenada de<br />

Liebesliederwalzer de Brahms. Desde a temporada 1998-1999, Werner<br />

Güra canta também regularmente na Ópera de Berlim, em produções<br />

como Der hochmütige, gestürzte und wieder erhabene Croesus de<br />

Keiser, Ariadne auf Naxos, O Rapto do Serralho (Belmonte), Così fan<br />

tutte (Ferrando) e O barbeiro de Sevilha (Conde Almaviva). Em Dresden<br />

participou numa nova produção de Sonho de uma Noite de Verão<br />

(Lysander) e foi convidado pela a Ópera Nacional de Paris para o papel<br />

de Tamino.<br />

Desde o início da sua carreira profissional, Werner Güra divide a<br />

sua actividade entre a ópera e o concerto. Trabalhou com várias orquestras<br />

nos principais palcos europeus e realizou numerosas grava-


ções para a rádio. O seu repertório inclui as oratórias de Mendelssohn,<br />

Horn Serenade de Britten e as Paixões de J. S. Bach (Evangelista e árias),<br />

que cantou com, entre outros, Peter Schreier, Trevor Pinnock, Philippe<br />

Herreweghe, René Jacobs e Ton Koopman. Participou nos festivais de<br />

Montpellier (Das Buch mit sieben Siegeln de Franz Schmidt e Leonore<br />

de Beethoven, com Friedmann Layer), Saintes e Salzburgo (Elias de<br />

Mendelssohn, com Philippe Herreweghe) e Montreux. Realizou digressões<br />

no Japão com Philipe Herreweghe (9.ª Sinfonia de Beethoven) e<br />

<strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> (Paixão segundo São João de J. S. Bach). Apresentouse<br />

ainda na Konzerthaus de Viena (A Criação de J. Haydn, com Adam<br />

Fischer) e no Concertgebouw de Amesterdão (Evangelista, na Paixão<br />

segundo São João de J. S. Bach).<br />

Werner Güra gravou Fidelio (Jaquino), com Daniel Barenboim,<br />

para a Decca. Para a Harmonia Mundi gravou Orpheus de Telemann,<br />

Der Rose Pilgerfahrt de Schumann, Oratória de Natal e Paixão segundo<br />

São Mateus de J. S. Bach (árias), com René Jacobs, Der hochmütige,<br />

gestürzte und wieder erhabene Croesus de Keiser (Edison 2002) e Così<br />

fan tutte.<br />

Werner Güra é também muito apreciado como intérprete de Lieder,<br />

tendo dado recitais no Wigmore Hall de Londres, no Concertgebouw<br />

de Amesterdão, no Lincoln Center de Nova Iorque e nas Schubertiade<br />

de Barcelona e de Schwarzenberg. No outono de 2000 gravou o seu primeiro<br />

CD a solo, A Bela Moleira de Schubert, seguindo-se Dichterliebe<br />

e Liederkreis de Schumann (Harmonia Mundi, com o pianista Jan<br />

Schultsz). Ambos os CD’s foram nomeados Diapason d’Or e “Editor’s<br />

Choice” da revista Gramophone.<br />

13<br />

Alexander Yudenkov<br />

Tenor<br />

O tenor russo Alexander Yudenkov recebeu a sua formação musical<br />

inicial na Escola do <strong>Coro</strong> Swechnikov de Moscovo, onde trabalhou com<br />

V. Popov. Estudou posteriormente direcção coral no Conservatório<br />

Tchaikovsky. Mais tarde frequentou o curso de canto da Escola<br />

Superior de Música de Karlsruhe, na Alemanha, com Aldo Baldin,<br />

Jean Cox e Donald Litaker, beneficiando de uma bolsa do Landesbank<br />

Baden-Baden-Württemberg. Em Julho de 2003, participou nos cursos<br />

Peter Schreier dedicados à interpretação das Paixões de J. S. Bach, em<br />

Schwäbisch-Gmünd.<br />

Desde 1996, Alexander Yudenkov é membro do SWR Vocal Ensemble<br />

Stuttgart. É também muito solicitado internacionalmente como intérprete<br />

de Lieder e de oratória. Para além das oratórias clássicas


14<br />

e barrocas e outras obras de música sacra, dedica-se em particular à<br />

interpretação de música contemporânea. Actuou sob a direcção de<br />

maestros como Helmuth Rilling, Manfred Schreier e Wolfgang Schäfer,<br />

tendo interpretado o Messias de Händel, em Parma, sob a direcção de<br />

Peter Schreier.<br />

Alfred Reiter<br />

Baixo<br />

Alfred Reiter nasceu em Augsburg, na<br />

Alemanha. Iniciou a sua formação musical<br />

no domínio sacro antes de estudar canto na Academia de Música<br />

de Munique, trabalhando mais tarde com Astrid Varnay e com Hans<br />

Hotter. Em 1993 foi 1.º classificado no concurso da Sociedade Richard<br />

Strauss de Munique.<br />

Depois de frequentar o Opernstudio da Ópera da Baviera, ainda<br />

em Munique, iniciou a sua carreira profissional em Wiesbaden<br />

e Nuremberga, onde cantou os papéis de Sarastro (A Flauta<br />

Mágica), Sparafucile (Rigoletto), Fafner (O ouro do Reno), Seneca<br />

(L’Incoronazione di Poppea), Rocco (Fidelio) e Pogner, em Os Mestres<br />

Cantores de Nuremberga.<br />

Após a sua estreia em 1999, Alfred Reiter interpretou Turiel (Parsifal),<br />

com Giuseppe Sinopoli, Christoph Eschenbach e Christian Thielemann,<br />

em três temporadas consecutivas no Festival de Bayreuth. Sob a direcção<br />

de Sir Simon Rattle, representou o mesmo papel na Royal Opera<br />

House - Covent Garden, em Londres. Outras actuações importantes incluem:<br />

Seneca, em Estugarda; Fafner (O ouro do Reno), com Jun Märkl<br />

na Ópera Estadual de Viena; Fafner (Siegfried), com Armin Jordan em<br />

Genebra, e com Christoph von Dohnányi em Cleveland.<br />

Foi no papel de Sarastro que Alfred Reiter realizou triunfantes<br />

estreias no Festival de Ludwigsburg, no Festival de Salzburgo (com<br />

Charles Mackerras), no Festival de San Lorenzo do Escorial, no Festival<br />

de Glyndebourne (com Sir Colin Davis), em Londres (com Philippe<br />

Jordan), com a produção do Festival de Aix-en-Provence em Lisboa,<br />

Caen e Rouen, e ainda em Viena, Berlim, Munique, Paris, Bolonha e<br />

Tóquio.<br />

Em Setembro de 2002, Alfred Reiter interpretou o papel de Timur<br />

(Turandot) na sua estreia nos Estados Unidos da América, em São<br />

Francisco. Em Setembro de 2003, estreou-se no papel de Gurnemanz<br />

(Parsifal) na Ópera Nacional Galesa, personagem que interpretou<br />

de novo, com Armin Jordan, em Genebra, em Abril de 2004, e com<br />

Ulf Schirmer, em Leipzig, em 2006. Com o maestro Ivan Discher e a


<strong>Orquestra</strong> do Festival de Budapeste, cantou o seu primeiro Hunding<br />

(A Valquíria) em Bruxelas, Londres, Budapeste, Vichy, Paris e Valência.<br />

Em Bolonha e Roma, interpretou o papel de Rocco em Fidelio, e estreou-se<br />

como Rei Marke num nova produção de Tristão e Isolda em<br />

Genebra, em Fevereiro de 2005. No Teatro Real de Madrid, representou<br />

o Comendador numa nova produção de Don Giovanni e, em Outubro<br />

de 2005, Daland (O Navio Fantasma) no Théâtre de la Monnaie, em<br />

Bruxelas.<br />

O repertório de concerto de Alfred Reiter inclui a Missa Solemnis<br />

de Beethoven, os Requiem de Mozart e Verdi, bem como A Criação de<br />

Haydn. Actuou com Christoph Eschenbach em Hamburgo e Londres,<br />

com Myung-Whun Chung em Bergamo e Brescia, com Wolfgang<br />

Sawallisch em Filadélfia, Nova Iorque e Munique, com Jeffrey Tate<br />

em Berlim, com Frans Brüggen e Howard Griffiths em Zurique, com<br />

Ivor Bolton em Salzburgo, com Stefan Soltesz em Londres, com Franz<br />

Welser-Möst em Munique, e com Christoph von Dohnányi em Los<br />

Angeles.<br />

15<br />

Marcelo Giannini<br />

Órgão<br />

Marcelo Giannini nasceu em 1958 em<br />

São Paulo. Na sua cidade natal, teve as<br />

primeiras aulas de órgão com Angelo Camin e de cravo com Helena<br />

Jank, antes de viajar em 1979 para Munique, onde estudou com Karl<br />

Richter.<br />

Frequentou posteriormente o curso de direcção coral no<br />

Mozarteum de Salzburgo e concluiu os seus estudos musicais no<br />

Conservatório Superior de Genebra, obtendo o Premier Prix de<br />

Virtuosité na classe de órgão e improvisação de Lionel Rogg. Desde<br />

então, desenvolve uma intensa actividade como organista e cravista.<br />

Apresenta-se em recital em diversos países da Europa e da América do<br />

Sul, tendo participado em vários festivais: Madrid, Madeira, Weimar,<br />

Munique, Rouen, Lausanne, Morelia e São Paulo, entre outros.<br />

Colabora regularmente com o Ensemble Vocal de Lausanne e com<br />

o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong> – ambos dirigidos por <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> – com os quais<br />

realizou inúmeros concertos na Europa, no Japão, na Tunísia, nos<br />

Estados Unidos da América e na Argentina. Colaborou também com<br />

a <strong>Orquestra</strong> Nacional de Lyon, a <strong>Orquestra</strong> de Câmara de Lausanne,<br />

o Ensemble Orchestral de Paris e, sobretudo, com a Orchestre de la<br />

Suisse Romande, sob a direcção de Armin Jordan, Fabio Luisi e Nicholas<br />

McGegan.


16<br />

Marcelo Giannini foi maestro titular de vários coros na Suíça, tendo<br />

dirigido importantes obras do repertório coral: Missa em si menor,<br />

Paixão segundo São João e a Oratória de Natal de J. S. Bach, Messias de<br />

Händel, e os Requiem de Mozart, Brahms e Fauré, entre outras obras.<br />

Dirigiu também a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong>, com a qual interpretou os<br />

seis Concertos Brandeburgueses e cantatas de J. S. Bach.<br />

Realizou várias gravações (CD, Rádio, Televisão) como solista,<br />

com o Ensemble Vocal de Lausanne e com a Orchestre de la Suisse<br />

Romande.<br />

Marcelo Giannini é organista titular do Temple de Carouge (Genebra)<br />

e professor de improvisação e baixo contínuo no Conservatório<br />

Superior de Genebra.<br />

<strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

Fundado em 1964, o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong> conta presentemente com<br />

uma formação sinfónica de cerca de 100 cantores, actuando igualmente<br />

em grupos vocais reduzidos, conforme a natureza das obras a executar.<br />

Assim, o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong> tanto pode apresentar-se como grupo<br />

a cappella, o que tem acontecido regularmente para a interpretação<br />

de polifonia portuguesa dos séculos XVI e XVII, como colaborar com<br />

a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> ou outros agrupamentos para a execução<br />

de obras coral-sinfónicas do repertório clássico e romântico. Na música<br />

do século XX, campo em que é particularmente conhecido, tem<br />

interpretado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras<br />

contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros. Tem<br />

sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas<br />

orquestras mundiais, entre as quais a <strong>Orquestra</strong> do Século XVIII, a<br />

Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden-Baden, a Filarmónica<br />

de Londres, a Sinfónica de Viena, a Sinfónica do Norte da Alemanha,<br />

a Filarmónica Checa, a Filarmónica de Estrasburgo, a Filarmónica<br />

de Montecarlo e a <strong>Orquestra</strong> do Concertgebouw de Amesterdão,<br />

<strong>Orquestra</strong> Nacional de Lyon, ao lado das quais foi dirigido por figuras<br />

como Colin Davis, Claudio Abbado, Emmanuel Krivine, Frans Brüggen,<br />

Michael Gielen, Franz Welser-Möst, Rafael Frübeck de Burgos, Gerd<br />

Albrecht e Theodor GuschIbauer.


Para além da sua apresentação regular na temporada de concertos<br />

da Fundação, em Lisboa, e das suas digressões em Portugal, o <strong>Coro</strong><br />

<strong>Gulbenkian</strong> actuou em numerosos países em todo o mundo, entre<br />

os quais Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca,<br />

Espanha, França, Holanda, Hungria, Índia, Inglaterra, Iraque, Israel,<br />

Itália, Macau (quando sob administração portuguesa), Malta, Mónaco,<br />

Japão e Uruguai.<br />

Em 1992, uma digressão em várias cidades da Holanda e da<br />

Alemanha com a <strong>Orquestra</strong> do Século XVIII deu origem à gravação ao<br />

vivo da Nona Sinfonia de Beethoven, que foi incluída na edição integral<br />

das sinfonias de Beethoven que Frans Brüggen realizou para a<br />

Philips com aquela orquestra. Seria o início de uma colaboração muito<br />

estreita entre os dois agrupamentos, responsável pela realização de<br />

inúmeras outras digressões conjuntas, com actuações na Alemanha,<br />

França, Inglaterra, Itália, Holanda, Japão e, mais recentemente, em<br />

Março de 2005, à China (Hong-Kong), onde aliás colaborou igualmente<br />

com a <strong>Orquestra</strong> Filarmónica local.<br />

Paralelamente a esta colaboração e às digressões que frequentemente<br />

realizou com a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> e outros agrupamentos<br />

no estrangeiro, o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong> tem participado em alguns importantes<br />

festivais internacionais, onde se salientam as suas actuações<br />

no Festival Eurotop (Amsterdão), no Festival Veneto (Pádua e Verona) e<br />

no Festival Internacional de Música de Granada e, mais recentemente,<br />

no Hong-Kong Arts Festival 2005.<br />

No plano discográfico, o <strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong> está representado nas<br />

editoras Philips, Archiv/Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle,<br />

Musifrance, FNAC-Music e Aria-Music, tendo ao longo dos anos registado<br />

um repertório diversificado, com particular incidência na música<br />

portuguesa do século XVI ao século XX. Algumas destas gravações<br />

receberam prémios internacionais, tais como o Prémio Berlioz,<br />

da Academia Nacional Francesa do Disco Lírico, o Grande Prémio<br />

Internacional do Disco, da Academia Charles Cros, e o Orfeu de Ouro,<br />

entre outros.<br />

Desde 1969, <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong> é o <strong>Maestro</strong> Titular do <strong>Coro</strong>, sendo as<br />

funções de <strong>Maestro</strong> Adjunto desempenhadas por Fernando Eldoro e<br />

as de <strong>Maestro</strong> Assistente por Jorge Matta.<br />

17


18<br />

<strong>Coro</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

<strong>Maestro</strong> Titular: <strong>Michel</strong> <strong>Corboz</strong><br />

<strong>Maestro</strong> Adjunto: Fernando Eldoro<br />

<strong>Maestro</strong> Assistente: Jorge Matta<br />

Sopranos<br />

Amélia Leal<br />

Ana Bela Covão<br />

Ana Rodrigues<br />

Arminda Soares<br />

Clara Coelho<br />

Cristina Cardoso<br />

Cristina Ferreira<br />

Filipa Passos<br />

Filomena Oliveira<br />

Graziela Lé<br />

Idalete Giga<br />

Isabel Catarino<br />

Liliana Sebastião<br />

Mafalda Nascimento<br />

Manuela Toscano<br />

Mónica Santos<br />

Rosa Caldeira<br />

Rosalina Segura<br />

Rosário Azevedo<br />

Sandra Carvalho<br />

Susana Duarte<br />

Teresa Azevedo<br />

Verónica Silva<br />

Contraltos<br />

Carolina Figueiredo<br />

Catarina Saraiva<br />

Cristina Simões<br />

Elisabeth Silveira<br />

Inês Mariano<br />

Inês Martins<br />

Inês Mazoni<br />

Isabel Figueiredo<br />

Joana Nascimento<br />

Juliana Mauger<br />

Lucinda Gerhardt<br />

Mafalda Borges Coelho<br />

Manon Marques<br />

Margarida Simas<br />

Marília Figueiredo<br />

<strong>Michel</strong>le Rollin<br />

Patrícia Mendes<br />

Rebeca Cantos<br />

Sofia de Mendia<br />

Sónia Ferreira<br />

Tânia Valente<br />

Teresa Almeida<br />

Tenores<br />

Aníbal Coutinho<br />

Artur Silva<br />

Fernando Ferreira<br />

Filipe Faria<br />

Francisco Gameiro<br />

Jaime Bacharel<br />

João Barros<br />

João Branco<br />

João Custódio<br />

João Moreira<br />

João Sebastião<br />

Luís Cruz-Filipe<br />

Luís Lucena<br />

Pedro Rodrigues<br />

Pedro Miguel<br />

Pedro Nascimento<br />

Pedro Teixeira<br />

Rui Miranda<br />

Sérgio Fontão<br />

Sérgio Peixoto<br />

Baixos<br />

Armando Lourenço<br />

Fernando Gomes<br />

Filipe Leal<br />

Gonçalo Abrantes<br />

Horácio Santos<br />

João Luís Ferreira<br />

João Pereira<br />

João Valeriano<br />

José Araújo<br />

José Bruto Costa<br />

José Figueiredo<br />

Luís Fernandes<br />

Manuel Carvalho<br />

Manuel Rebelo<br />

Mário Almeida<br />

Pedro Morgado<br />

Rui Borras<br />

Rui Gonçalo<br />

Sérgio Silva<br />

Tiago Mota<br />

Victor Gaspar<br />

Coordenadora: Caroline Mascarenhas<br />

Secretária / Arquivista: Rebeca Cantos<br />

<strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

Foi em 1962 que a Fundação Calouste <strong>Gulbenkian</strong> decidiu estabelecer<br />

um agrupamento orquestral permanente, no início constituído<br />

apenas por doze elementos (Cordas e Baixo Contínuo), sob o nome<br />

de <strong>Orquestra</strong> de Câmara <strong>Gulbenkian</strong>. Esta formação inicial foi sendo<br />

progressivamente alargada, contando hoje a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

(designação adoptada desde 1971) com um efectivo de sessenta e seis<br />

instrumentistas, que pode ser pontualmente expandido de acordo<br />

com as exigências dos programas executados.


Esta constituição, pouco habitual nos nossos dias e situando-se<br />

entre a formação de câmara e a sinfónica, permite à <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

a abordagem interpretativa de um amplo repertório que<br />

abrange todo o período Clássico, uma parte significativa da literatura<br />

orquestral do século XIX e muita da música do século XX. Obras pertencentes<br />

ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas<br />

tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart,<br />

Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem assim<br />

ser dadas pela <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> em versões mais próximas dos<br />

efectivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no<br />

que respeita ao equilíbrio da respectiva arquitectura sonora interior.<br />

Os programas realizados pela <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> obedecem,<br />

por princípio, a uma preocupação de incluir, no âmbito dos diversos<br />

períodos abrangidos pelo seu repertório, composições raramente ouvidas<br />

ou mesmo completamente desconhecidas do público em geral.<br />

Nesta perspectiva, a <strong>Orquestra</strong> apresentou já um grande número de<br />

primeiras audições absolutas de obras contemporâneas, muitas das<br />

quais encomendadas pela própria Fundação Calouste <strong>Gulbenkian</strong>,<br />

quer a grandes nomes da criação musical do nosso tempo, como Berio,<br />

Penderecki, Xenakis ou Halffter, entre outros, quer aos mais representativos<br />

compositores portugueses da actualidade. Tem vindo, assim, a<br />

exercer junto do grande público uma acção cultural de carácter formativo<br />

da maior importância.<br />

Em cada temporada, a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> realiza no Grande<br />

Auditório da Fundação Calouste <strong>Gulbenkian</strong>, em Lisboa, uma série<br />

regular de concertos, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar<br />

com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas),<br />

tendo por diversas vezes sido igualmente chamada a intervir<br />

em espectáculos de ópera. Por outro lado, percorre todos os anos em<br />

digressão um elevado número de localidades de Portugal, cumprindo<br />

desta forma uma significativa função descentralizadora.<br />

No plano internacional, por sua vez, a <strong>Orquestra</strong> tem vindo a<br />

ampliar gradualmente a sua actividade, tendo até agora efectuado<br />

digressões na Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Hungria,<br />

Inglaterra, Itália, Malta, Luxemburgo, República Checa, Roménia,<br />

Suíça e na antiga União Soviética), Ásia (República Popular da China,<br />

Hong-Kong, Macau, Índia e Japão), África (Malawi, ex-Rodésia, África<br />

do Sul, Angola, Moçambique e Marrocos) e Américas (Argentina, Brasil,<br />

Uruguai e Estados Unidos da América). No passado mais recente, de referir<br />

o convite que a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> recebeu para participar no<br />

Ciclo «Orquestas del Mundo», em Madrid, em que apresentou, com Evgeny<br />

Kissin como solista, a integral dos concertos para piano de Beethoven.<br />

Este programa foi também ouvido em Munique (Philharmonie<br />

im Gasteig) e Berlim (Philharmonie), onde a <strong>Orquestra</strong> o apresentou<br />

em Fevereiro de 2005.<br />

19


20<br />

A <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> gravou já dezenas de discos, associando<br />

o seu nome às editoras discográficas Philips, Deutsche Grammophon,<br />

Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus e Lyrinx, entre outras, e de onde<br />

ressalta o destaque dado à música portuguesa. Esta sua actividade foi<br />

distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais<br />

de grande prestígio, designadamente o Grand Prix National du Disque<br />

da Académie du Disque Français (1967), o Grand Prix da Académie Nationale<br />

du Disque Lyrique (1969, 1975), o Grand Prix International du<br />

Disque da Académie Charles Cros (1972, 1974, 1980), o Laser d’Or da Académie<br />

du Disque Français (1988), o Prix Berlioz da Académie National<br />

du Disque Lyrique (1989), o Classique d’Or da Radiotelevisão do Luxemburgo<br />

(1990) e o Orphée d’Or (1991).<br />

Entre os últimos projectos discográficos destaca-se o trabalho<br />

para a Deutsche Grammophon com o violoncelista Jian Wang (Concertos<br />

para Violoncelo e <strong>Orquestra</strong> de Haydn), em que a <strong>Orquestra</strong><br />

<strong>Gulbenkian</strong> foi dirigida pelo maestro Muhai Tang (1999), o registo com<br />

obras de Vianna da Motta para a Hyperion, com o pianista Artur Pizarro<br />

e o maestro Martyn Brabbins (2000) e a colaboração com a guitarrista<br />

Sharon Isbin na gravação de dois concertos para guitarra e orquestra<br />

dos compositores Christopher Rouse e Tan Dun, de novo sob<br />

a direcção de Muhai Tang (2001), para a Teldec. Relativamente a este<br />

último registo, de sublinhar a atribuição, em 2002, de dois importantes<br />

prémios internacionais, um Grammy, na categoria de “Melhor Composição<br />

Contemporânea” (Concerto de Gaudí, de Rouse), e o Echo Klassik,<br />

na categoria de “Melhor Gravação”.<br />

Já em 2004 foram editados pela Oehm os dois concertos para viola<br />

de Franz Anton Hoffmeister que a <strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong> havia registado<br />

em colaboração com o violetista Ashan Pillai e sob a direcção do<br />

maestro Christopher Hogwood.<br />

Desde a temporada de 2002-2003, Lawrence Foster é o responsável<br />

pela direcção artística do agrupamento, acumulando as funções de<br />

<strong>Maestro</strong> Titular. Claudio Scimone, que ocupou este último cargo entre<br />

1979 e 1986, foi nomeado em 1987 <strong>Maestro</strong> Honorário.


21<br />

Director Artístico e <strong>Maestro</strong> Titular<br />

Lawrence Foster<br />

<strong>Maestro</strong> Honorário<br />

Claudio Scimone<br />

Primeiros Violinos<br />

Bin Chao Concertino Principal *<br />

Gareguine Aroutiounian 2º Concertino Auxiliar<br />

Vasco Broco<br />

António Miranda<br />

António Veiga Lopes<br />

Pedro Pacheco<br />

Alla Javoronkova<br />

Istvan Balazs<br />

David Wahnon<br />

Ana Manzanilla<br />

Elena Riabova<br />

Maria Balbi<br />

Segundos Violinos<br />

António Anjos 1º Solista<br />

Alexandra Mendes 1º Solista<br />

Cecília Branco 2º Solista<br />

Jorge Lé<br />

Floriana Oliveira<br />

Leonor Moreira<br />

Stephanie Abson<br />

Jorge Teixeira<br />

Tera Shimizu<br />

Stephan Shreiber<br />

Francisco Rato *<br />

Francisca Fins *<br />

Violas<br />

Barbara Friedhoff 1º Solista<br />

Isabel Pimentel 2º Solista<br />

Andre Cameron<br />

Patrick Eisinger<br />

Leonor Braga Santos<br />

Christopher Hooley<br />

Maia Kouznetsova<br />

Lu Zheng<br />

Andra Arnicane<br />

Violoncelos<br />

Clélia Vital 1º Solista<br />

Maria José Falcão 1º Solista<br />

Teresa Portugal Núncio 2º Solista<br />

Mary Sue Prather<br />

Levon Mouradian<br />

Varoujan Bartikian<br />

Jeremy Lake<br />

Contrabaixos<br />

Alejandro Erlich-Oliva 1º Solista<br />

Iouri Axenov 1º Solista<br />

Manuel Rêgo 2º Solista<br />

Marc Ramirez<br />

Marine Triolet<br />

Nelson Fernandes *<br />

Flautas<br />

Sophie Perrier 1º Solista<br />

Cristina Ánchel 1º Solista Auxiliar<br />

Denise Ribera Luxton 2º Solista<br />

Oboés<br />

Pedro Ribeiro 1º Solista<br />

Alice Caplow-Sparks 1º Solista auxiliar<br />

Nelson Alves 2º Solista<br />

Clarinetes<br />

Esther Georgie 1º Solista<br />

José Maria Mosqueda 2º Solista<br />

João Santos 2º Solista *<br />

Fagotes<br />

Arlindo Santos 1º Solista<br />

Vera Dias 1º Solista auxiliar<br />

José <strong>Coro</strong>nado 2º Solista<br />

João Azevedo 1º Solista *<br />

Trompas<br />

Jonathan Luxton 1º Solista<br />

Eric Murphy 2º Solista<br />

Kenneth Best 1º Solista<br />

Darcy Edmundson-Andrade 2º Solista<br />

Trompetes<br />

Stephen Mason 1º Solista<br />

David Burt 2º Solista<br />

Sérgio Pacheco 1º Solista *<br />

Trombones<br />

Ismael Santos 1º Solista *<br />

Rui Fernandes 2º Solista *<br />

Pedro Canhoto 2º Solista *<br />

Tímpanos e Percussão<br />

Rui Gomes 1º Solista<br />

Coordenador<br />

José Manuel Edmundson-Andrade<br />

Produção / Arquivo Musical<br />

António Lopes Gonçalves<br />

Américo Martins<br />

(*) instrumentista convidado


22<br />

Próximos Concertos<br />

© Simon Fowler<br />

E<br />

ABRIL<br />

10<br />

Elina Garanca<br />

TERÇA 19:00<br />

Elina Garanca [ Meio-Soprano<br />

Charles Spencer [ Piano<br />

Grande Auditório<br />

CICLO DE PIANO<br />

Johannes Brahms<br />

Meine Liebe ist grün, op.63 nº 5<br />

Liebe und Frühling II, op.3 nº 3<br />

Es träumte mir, op.57 nº 3<br />

Die Mainacht, op.43 nº 2<br />

Von ewiger Liebe, op.43 nº 1<br />

Robert Schumann<br />

Frauenliebe und –leben, op.42<br />

Gioacchino Rossini<br />

La regata veneziana<br />

Jazeps Vitols<br />

Mirdzas dziesma (Canção de Mirdza) op.31 nº 6<br />

Aizver actinas un smadi (Fecha os teus queridos olhos)<br />

Alfreds Kalnins<br />

List Klusi (Chove serenamente)<br />

Jazeps Vitols<br />

Man prata stav vel klusa nakts (Eu recordo), op.31 nº 7<br />

Manuel de Falla<br />

Siete canciones populares españolas<br />

G<br />

12 QUINTA<br />

21:00<br />

13 SEXTA<br />

19:00<br />

Grande Auditório<br />

<strong>Orquestra</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

Lawrence Foster [ <strong>Maestro</strong><br />

Florian Zwiauer [ Violino<br />

Clélia Vital [ Violoncelo<br />

Maria José Falcão [ Violoncelo<br />

Nabil Shehata [ Contrabaixo<br />

13 SEXTA<br />

11:00<br />

“DESCOBRIR A MÚSICA NA GULBENKIAN”<br />

CONCERTOS COMENTADOS PARA JOVENS<br />

14 SÁBADO<br />

16:00<br />

ORQUESTRA GULBENKIAN<br />

Julius Klengel<br />

Concerto para dois Violoncelos, em Mi menor, op.45<br />

Giovanni Bottesini<br />

Grande duo concertante, para Violino, Contrabaixo<br />

e <strong>Orquestra</strong><br />

Nino Rota<br />

Suite de Il gattopardo<br />

Suite de La strada<br />

Divertimento concertante, para Contrabaixo e<br />

<strong>Orquestra</strong><br />

Julius Klengel<br />

Concerto para dois Violoncelos, em Mi menor, op.45<br />

Giovanni Bottesini<br />

Grande duo concertante, para Violino, Contrabaixo e<br />

<strong>Orquestra</strong><br />

Nino Rota<br />

Divertimento concertante, para Contrabaixo e<br />

<strong>Orquestra</strong><br />

“DESCOBRIR A MÚSICA NA GULBENKIAN”<br />

CONCERTOS PARA A FAMÍLIA O mesmo programa de dia 13<br />

Florian Zwiauer Clélia Vital Maria José Falcão Nabil Shehata


Informações<br />

A qualidade dos concertos pode ser grandemente<br />

prejudicada por ruídos que perturbem a concentração<br />

dos músicos e afectem a audição musical.<br />

Se tiver necessidade de tossir, procure fazê-lo num<br />

momento de maior intensidade sonora, evitando os<br />

intervalos entre andamentos de obras, em que qualquer<br />

ruído mais facilmente perturbará a concentração<br />

dos artistas. Faça-o tentando abafar o som com<br />

um lenço ou com a mão.<br />

Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações<br />

sonoras ou filmagens durante os concertos.<br />

Desligue o alarme do seu relógio ou telemóvel antes<br />

do início dos concertos.<br />

Em caso de atraso, só poderá tomar o seu lugar após<br />

a conclusão de cada uma das obras em programa.<br />

Programas e elencos sujeitos a alteração sem aviso<br />

prévio<br />

Serviços Centrais<br />

Coordenador da Área de Espectáculos<br />

Otelo Lapa<br />

Directores de Cena<br />

Helena Simões<br />

Jorge Freire<br />

Direcção de Cena<br />

Diogo Figueiredo<br />

Ficha Editorial<br />

Coordenação<br />

Miguel Ângelo Ribeiro<br />

Design Gráfico e Fotografia de Capa<br />

Filipe Preto<br />

Impressão e Acabamento<br />

Textype – Artes Gráficas, Lda.<br />

1500 exemplares<br />

Preço: 2,5 ¤<br />

Apoios:<br />

Lisboa, Abril 2007


Temporada<br />

<strong>Gulbenkian</strong><br />

de Música

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