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drumming grupo de percussão edicson ruiz contrabaixo

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fevereiro 2010<br />

06<br />

Gran<strong>de</strong> Auditório<br />

<strong>drumming</strong><br />

<strong>grupo</strong> <strong>de</strong> percussão<br />

<strong>edicson</strong> <strong>ruiz</strong> c o n t r a b a i x o<br />

miquel bernat d i r e c ç ã o a r t í s t i c a<br />

1


fundação calouste gulbenkian<br />

serviço <strong>de</strong> música<br />

d i r e c t o r<br />

Risto Nieminen<br />

d i r e c t o r a d j u n t o<br />

Miguel Sobral Cid<br />

c o n s u l t o r<br />

Carlos <strong>de</strong> Pontes Leça<br />

musica@gulbenkian.pt<br />

www.musica.gulbenkian.pt<br />

2


fevereiro<br />

<strong>drumming</strong> – <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> percus são<br />

<strong>drumming</strong> · <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> percussão<br />

<strong>edicson</strong> <strong>ruiz</strong> c o n t r a b a i x o<br />

miquel bernat d i r e c ç ã o a r t í s t i c a<br />

06<br />

sábado 19h<br />

Gran<strong>de</strong> Auditório<br />

Luciano Berio<br />

PSY, para <strong>contrabaixo</strong> (1989) c. 1min.<br />

György Kurtág<br />

Sombras, para <strong>contrabaixo</strong> (1999) c. 40 seg.<br />

Message-Consoltaion à Christian Sutter, para <strong>contrabaixo</strong> (1999) c. 2 min.<br />

Efrain Oscher<br />

Santa Bárbara **<br />

fantasia para <strong>contrabaixo</strong> e percussão (2009) c. 14 min.<br />

Miquel Bernat, Pedro Oliveira, João Dias, Pedro Góis<br />

La Doncella en la Torre<br />

Adorando a los Dioses<br />

Buscando la Luz<br />

La Ira <strong>de</strong> Dióscoro<br />

El Martirio <strong>de</strong> Bárbara<br />

El Anhelado Encuentro<br />

El castigo <strong>de</strong> los cielos<br />

Matthias Ockert<br />

Continuous Open Flux **<br />

para <strong>contrabaixo</strong>, <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> percussão e electrónica (2009) c. 15 min.<br />

Miquel Bernat, Pedro Oliveira, João Dias, Pedro Góis<br />

Intervalo<br />

Elliott Carter<br />

Tintinnabulation, para seis percussionistas (2008) *** c. 7 min.<br />

Miquel Bernat, Pedro Oliveira, João Dias, Pedro Góis, Rui Rodrigues, Nuno Simões<br />

Figment III, para <strong>contrabaixo</strong> (2007) c. 4 min.<br />

Heinz Holliger<br />

unbelaubte Gedanken zu Höl<strong>de</strong>rlins "Tinian" (“Pensamentos<br />

<strong>de</strong>sfolhados <strong>de</strong> Tinian <strong>de</strong> Höl<strong>de</strong>rlin”), para <strong>contrabaixo</strong> (2002) c. 3 min.<br />

Luis Antunes Pena<br />

Im Rauschen Rot (“Em Ruído Vermelho”)*<br />

para <strong>contrabaixo</strong>, quarteto <strong>de</strong> percussões e electrónica (2010) c. 25 min.<br />

Miquel Bernat, Pedro Oliveira, João Dias, Pedro Góis<br />

* Estreia mundial: Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian / Serviço <strong>de</strong> Música<br />

** Estreia mundial: Encomenda Drumming GP<br />

*** Estreia em Portugal<br />

1


Música contemporânea para agrupamento <strong>de</strong> percussão e <strong>contrabaixo</strong><br />

A partir do programa do presente concerto é possível constatar um conjunto <strong>de</strong> tendências<br />

patentes no circuito transnacional <strong>de</strong> apresentações <strong>de</strong> música contemporânea,<br />

estabelecidas especialmente ao longo da segunda meta<strong>de</strong> do século XX. Ao longo <strong>de</strong>sse<br />

período foi sendo criado, através <strong>de</strong> vários mecanismos, um sistema <strong>de</strong> produção, mediação<br />

e recepção das vanguardas musicais. Por um lado, o papel do mecenato (quer estatal,<br />

quer <strong>de</strong> iniciativa privada) na produção <strong>de</strong> novas obras musicais <strong>de</strong>ve ser amplamente<br />

<strong>de</strong>stacado, pois permitiu a criação <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> produção relativamente autónomas<br />

para os compositores, os quais pu<strong>de</strong>ram auferir, <strong>de</strong> forma mais regular, dos rendimentos<br />

associados à criação e apresentação das suas obras. Um sistema <strong>de</strong> promoção das ditas<br />

vanguardas ten<strong>de</strong>ria a valorizar o apoio dado à inovação, o qual se foi progressivamente<br />

cristalizando numa prática regular. Noutro eixo, festivais especificamente orientados<br />

para a apresentação <strong>de</strong> obras nesses cânones (os quais eram maioritariamente<br />

suportados por entida<strong>de</strong>s mecenáticas) afirmaram-se quer enquanto espaços <strong>de</strong> apresentação<br />

das novas correntes musicais, quer enquanto entida<strong>de</strong>s que, na sua valorização<br />

<strong>de</strong>ssas estéticas, realizavam frequentemente encomendas <strong>de</strong> obras a compositores.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>vido às exigências técnicas e expressivas <strong>de</strong>ssas correntes emergentes,<br />

estabeleceram-se intérpretes ou agrupamentos especializados na sua execução, os<br />

quais contribuíram igualmente para enriquecer o repertório através da encomenda <strong>de</strong><br />

obras especificamente <strong>de</strong>stinadas ao seu efectivo.<br />

O presente concerto inclui obras <strong>de</strong> alguns dos mais <strong>de</strong>stacados compositores activos<br />

a partir da segunda meta<strong>de</strong> do século XX, nas quais as tendências acima referidas se<br />

encontram patentes. Exemplo disso é a instrumentação das obras a interpretar. Por<br />

um lado, a emergência <strong>de</strong> contrabaixistas e percussionistas virtuosos configura-se<br />

enquanto importante influência para a concepção <strong>de</strong> novos repertórios eruditos na produção<br />

musical contemporânea. Se, por um lado, o repertório solista para <strong>contrabaixo</strong><br />

era relativamente escasso até ao século XX (aparte <strong>de</strong> diversas obras virtuosísticas<br />

compostas no século XIX e <strong>de</strong> diversas transcrições realizadas para esse instrumento),<br />

esse corpus <strong>de</strong> obras foi-se expandindo com o aparecimento <strong>de</strong> intérpretes virtuosos<br />

que contribuíram para o <strong>de</strong>spertar do interesse nesse instrumento em compositores<br />

como John Cage, Elliott Carter, Sylvano Bussotti, Franco Donatoni, Luciano Berio ou<br />

Brian Ferneyhough, entre muitos outros. Semelhante percurso teve o repertório para<br />

agrupamentos <strong>de</strong> percussão, o qual foi sendo expandido ao longo do século XX com<br />

a composição <strong>de</strong> obras emblemáticas da autoria <strong>de</strong> Edgard Varèse, John Cage, Iannis<br />

Xenakis, Steve Reich ou Emmanuel Nunes, entre outros.<br />

Berio e Holliger: composições para <strong>contrabaixo</strong> solo<br />

Existem diversos pontos <strong>de</strong> contacto entre a produção <strong>de</strong> Luciano Berio (1925-2003) e a<br />

obra <strong>de</strong> Heinz Holliger (n. 1939). Berio compôs a Sequenza VII (para oboé solo, 1969) especificamente<br />

para Holliger, um virtuoso <strong>de</strong>sse instrumento. Aquando da sua primeira<br />

versão, a Sequenza VII encontrava-se numa notação específica, a qual necessitava <strong>de</strong><br />

um intérprete que a soubesse <strong>de</strong>cifrar, o que aponta para a relevância do executante<br />

especialista no panorama da música contemporânea. Nessa obra, é misturada uma<br />

2


notação posicional em que os valores rítmicos se encontravam especificamente atribuídos<br />

com uma notação mais espacial na qual o ritmo seria <strong>de</strong>duzido pelo intervalo entre<br />

notas. Outro ponto <strong>de</strong> contacto entre ambos os compositores é o interesse pela literatura.<br />

Berio centrou-se nos mo<strong>de</strong>los literários associados ao mo<strong>de</strong>rnismo (tais como a<br />

obra <strong>de</strong> James Joyce, por exemplo) assimilando e transferindo para técnicas musicais o<br />

tratamento do texto realizado pelos mesmos, mecanismos que vieram a <strong>de</strong>sempenhar<br />

um papel central na sua produção. Paralelamente, este compositor <strong>de</strong>senvolveu uma<br />

produtiva colaboração artística com alguns dos mais <strong>de</strong>stacados escritores italianos<br />

contemporâneos, tais como Edoardo Sanguineti ou Italo Calvino.<br />

Holliger interessou-se igualmente pela obra <strong>de</strong> escritores contemporâneos, tais como<br />

Robert Walser ou Samuel Beckett, tendo inclusivamente aproveitado obras <strong>de</strong>stes<br />

para enredos das suas óperas. Paralelamente, <strong>de</strong>senvolveu interesse pela poesia <strong>de</strong><br />

Friedrich Höl<strong>de</strong>rlin, tendo <strong>de</strong>dicado um período alargado da sua vida (<strong>de</strong> 1975 a 1991)<br />

à composição da obra Scardanelli-Zyklus, inspirada num pseudónimo <strong>de</strong>sse poeta.<br />

A obra para <strong>contrabaixo</strong> solo unbelaubte Gedanken zu Höl<strong>de</strong>rlins "Tinian", incluída<br />

no programa do presente concerto, é um exemplo <strong>de</strong>sse interesse. Tinian é o título<br />

<strong>de</strong> um fragmento do poeta, possivelmente datado <strong>de</strong> 1804, que versa sobre a ilha do<br />

mesmo nome situada no arquipélago das Marianas. Holliger compôs a obra em 2002,<br />

tendo esta sido estreada em Hitzacker (Alemanha) por Johannes Nied a 31 <strong>de</strong> Julho do<br />

mesmo ano. unbelaubte Gedanken zu Höl<strong>de</strong>rlins "Tinian" alterna secções em que uma<br />

melodia é interpretada com arco, conjugando-se com passagens em cordas duplas que<br />

contribuem para uma ambiguida<strong>de</strong> horizontal/vertical em algumas secções da obra<br />

(especialmente em áreas em que uma melodia é sobreposta a uma nota pedal). Paralelamente,<br />

a obra explora a rápida transição entre os registos extremos do instrumento,<br />

apresentando-se como uma obra virtuosística <strong>de</strong> curta duração.<br />

De curta duração é igualmente Psy, composta para <strong>contrabaixo</strong> solo por Luciano Berio<br />

em 1989. A produção específica <strong>de</strong> Berio para este instrumento é reduzida, resumindose<br />

a Psy. Posteriormente, o contrabaixista Stefano Scodanibbio adaptou a Sequenza<br />

XIV (inicialmente concebida para violoncelo e resultando <strong>de</strong> uma encomenda conjunta<br />

<strong>de</strong> diversas instituições, entre as quais o Serviço <strong>de</strong> Música da Fundação Calouste Gulbenkian)<br />

para o seu instrumento. A obra caracteriza-se pela apresentação recorrente<br />

<strong>de</strong> uma padrão melódico que utiliza uma quantida<strong>de</strong> reduzida <strong>de</strong> material sobre contextos<br />

em mudança. Por outro lado, aproxima-se <strong>de</strong> uma atmosfera <strong>de</strong> estilização do<br />

“popular” (cultivada por Berio em obras como Folk Songs ou Naturale: su melodie siciliane)<br />

pelo uso do ostinato.<br />

Música composta por Elliott Carter no século XXI<br />

Na actualida<strong>de</strong>, o compositor Elliott Carter (n. 1908) é, aos 101 anos, o <strong>de</strong>cano das vanguardas<br />

musicais nos Estados Unidos da América. Tendo cruzado um século <strong>de</strong> rápidas<br />

mudanças e contribuído para as mesmas, Carter é uma figura tutelar dos movimentos<br />

estéticos ditos mo<strong>de</strong>rnistas e pós-mo<strong>de</strong>rnistas, tendo ao longo da sua longa carreira<br />

composto obras nos mais variados géneros e para os mais diversos agrupamentos.<br />

Contudo, Figment III (composta em 2007) e Tintinnabulation (composta em 2008)<br />

são ambas a primeira abordagem realizada pelo compositor ao <strong>contrabaixo</strong> solo e ao<br />

3


sexteto <strong>de</strong> percussão, respectivamente, o que aponta para um constante alargamento<br />

das perspectivas musicais <strong>de</strong> Carter. Tal como Berio compôs um conjunto <strong>de</strong> obras para<br />

instrumento solo, Carter iniciou em 1994 a composição da série <strong>de</strong> composições intituladas<br />

Figment. Até à actualida<strong>de</strong> existem cinco <strong>de</strong>stas obras, tendo a última das<br />

mesmas (<strong>de</strong>stinada a marimba) sido composta em 2009.<br />

Figment III foi escrita em Junho <strong>de</strong> 2007 para o contrabaixista, maestro e divulgador <strong>de</strong><br />

música contemporânea Don Palma, tendo sido estreada pelo seu <strong>de</strong>dicatário em Nova<br />

Iorque a 18 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2008. Na obra <strong>de</strong>staca-se a constante alternância e simultaneida<strong>de</strong><br />

do pizzicato e do arco enquanto meios <strong>de</strong> produção sonora, o que contribui para<br />

uma dualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> textura. Paralelamente, a obra intercala momentos percussivos com<br />

combinações melódicas, sendo uma composição claramente virtuosística <strong>de</strong>ntro dos<br />

cânones da concepção contemporânea.<br />

A obra Tintinnabulation resultou <strong>de</strong> uma encomenda realizada por Frank Epstein para<br />

o New England Conservatory of Music, local on<strong>de</strong> foi estreada a 12 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong><br />

2008. Destinada a um sexteto <strong>de</strong> percussionistas que interpretam instrumentos sem<br />

altura <strong>de</strong>finida, a obra consiste num complexo intercâmbio tímbrico e rítmico entre<br />

esses instrumentos. Dado que nenhum instrumento produz sons <strong>de</strong> altura <strong>de</strong>finida,<br />

o parâmetro timbre é central na obra, cujas nuances resultam não só da diferença <strong>de</strong><br />

materiais dos instrumentos, mas igualmente da meticulosa indicação no que toca aos<br />

pontos <strong>de</strong> ataque dos mesmos, estabelecidos por Carter.<br />

Miniaturas para <strong>contrabaixo</strong> solo <strong>de</strong> György Kurtág<br />

O percurso dos compositores György Ligeti (1923-2006) e György Kurtág (n. 1926)<br />

apresenta-se interessante no contexto centro europeu após o colapso do Império<br />

Austro-Húngaro e o estabelecimento da hegemonia soviética em algumas regiões<br />

<strong>de</strong>sse império após a Segunda Guerra Mundial. Ambos os compositores nasceram em<br />

territórios pertencentes à Roménia, apesar das suas famílias serem húngaras. Posteriormente,<br />

ambos contactaram in loco com as vanguardas musicais emergentes na<br />

Europa Oci<strong>de</strong>ntal a partir <strong>de</strong> meados do século XX. Se Ligeti <strong>de</strong>senvolveu a sua activida<strong>de</strong><br />

nos espaços germânico-oci<strong>de</strong>ntal e austríaco (nacionalida<strong>de</strong> que veio a adoptar<br />

após a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> se fixar no oci<strong>de</strong>nte europeu <strong>de</strong>pois da intervenção soviética na<br />

Revolução Húngara <strong>de</strong> 1956), Kurtág manteve, à época, a sua activida<strong>de</strong> na Hungria,<br />

apesar <strong>de</strong> ter frequentado cursos em França e na Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal. Na Hungria, e<br />

após ser pianista co-repetidor num conservatório, <strong>de</strong>senvolveu activida<strong>de</strong> docente<br />

na prestigiada Aca<strong>de</strong>mia Liszt, em Budapeste, instituição à qual ficou vinculado até<br />

à reforma. Posteriormente, o compositor saiu da Hungria e tem trabalhado essencialmente<br />

em países como a Alemanha (entretanto já unificada), a Áustria, a Holanda ou a<br />

França, on<strong>de</strong> colabora com os mais <strong>de</strong>stacados agrupamentos, tais como a Orquestra<br />

Sinfónica <strong>de</strong> Berlim ou o Ensemble InterContemporain.<br />

A partir do final da década <strong>de</strong> 80, Kurtág iniciou a composição <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> curta dimensão<br />

para diversas combinações <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> cordas, agrupadas sob o título Jelek,<br />

játékok és üzenetek (Sinais, Jogos e Mensagens), nas quais as duas obras incluídas no<br />

presente concerto se encontram incluídas. Uma característica <strong>de</strong>stas obras (compostas<br />

em 1999) que po<strong>de</strong> parecer paradoxal é a maximização da expressivida<strong>de</strong> a partir da<br />

4


utilização <strong>de</strong> meios relativamente reduzidos. Nas suas obras <strong>de</strong>stinadas a <strong>contrabaixo</strong><br />

solo, Kurtág explora diversas especificida<strong>de</strong>s técnicas <strong>de</strong>sse instrumento, valorizando<br />

a exposição <strong>de</strong> fragmentos sonoros <strong>de</strong> forma a potenciar a transmissão directa dos elementos<br />

melódicos da obra.<br />

joão silva<br />

Luís Antunes Pena<br />

Nascido em Lisboa em 1973, Luís Antunes Pena estudou composição em Portugal com<br />

Evgueni Zoudilkine e António Pinho Vargas e na Alemanha com Nicolaus A. Huber, Dirk<br />

Reith e Günter Steinke na Folkwang-Hochschule <strong>de</strong> Essen e no Institut für Computermusik<br />

und Elektronische Medien (ICEM). Vive actualmente na Alemanha on<strong>de</strong> trabalha<br />

como compositor.<br />

Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia, das Jeunesses Musicales da Alemanha,<br />

do ZKM Center for Arts and Media Karlsruhe e do Experimentalstudio Freiburg.<br />

Trabalhou nos estúdios da ZKM e no Visby Composers Centre, na Suécia.<br />

As suas composições são o resultado <strong>de</strong> um trabalho intensivo no campo das estruturas<br />

geradas por computador, baseado no <strong>de</strong>senvolvimento dos seus próprios instrumentos<br />

informáticos. O seu interesse pelas novas formas <strong>de</strong> som e ritmo é um aspecto importante<br />

da sua produção mais recente.<br />

Luís Antunes Pena foi um dos criadores e directores artísticos do festival <strong>de</strong> música<br />

internacional Jornadas Nova Música (1997-2002) com Diana Ferreira e João Miguel Pais. A<br />

sua música tem sido tocada por toda a Europa e nos Estados Unidos da América, tendo<br />

sido premiada no ECMC 25th Anniversary International Electroacoustic Music Competition<br />

(Rochester/USA), no 11º Seminário <strong>de</strong> Verão <strong>de</strong> Viena e nos concursos Óscar da Silva<br />

e Lopes Graça (Portugal). Foi também seleccionada para os Festivais ISCM em Miami,<br />

World Music Days, em Estugarda, Concours International <strong>de</strong> Musique et d’Art Sonore<br />

Electroacoustique <strong>de</strong> Bourges, Festival Internazionale di Musica Elettroacustica <strong>de</strong>l<br />

Conservatorio Santa Cecilia di Roma e Mantis Festival da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manchester.<br />

Recebeu encomendas <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> diferentes instituições como a Philharmonie Essen,<br />

a DeutschlandRadio, a Deutscher Musikrat, o Theater im Depot, o Ministério dos Negócios<br />

Estrangeiros da Alemanha, as Jeunesses Musicales da Alemanha, o ZKM/Karlsruhe,<br />

o Kasseler Musiktage e a Christoph Delz Stiftung (Basileia). Trabalhou na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Karslruhe, ensinando Música Gerada por Computador e Análise Musical.<br />

Im Rauschen Rot<br />

“Esta peça pertence a um conjunto <strong>de</strong> obras nas quais o principal objecto <strong>de</strong> trabalho<br />

é o ruído (entre as quais se conta Fragments of Noise and Blood <strong>de</strong> 2009). O ruído<br />

como som (do inglês Noises ou do alemão Geräusch) e o mesmo ruído como informação<br />

(Noise/Rauschen).<br />

Esta pesquisa em torno <strong>de</strong> sons que normalmente não fazem parte do repertório da<br />

5


música instrumental contemporânea tem em comum um aspecto musical: o ritmo. O<br />

som que é ritmo <strong>de</strong>vido às suas qualida<strong>de</strong>s intrínsecas. É partindo <strong>de</strong>ste princípio que<br />

se cria uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> instrumentos (alguns dos quais propositadamente<br />

construídos para o efeito) em que a interação ao nível microscópico é a característica<br />

comum. Entre estes instrumentos contam-se as pedras <strong>de</strong> granito, as lixas ou instrumentos<br />

eléctricos como o piezzo.<br />

No mesmo contexto, o <strong>contrabaixo</strong> move-se num universo rítmico em que a pulsação é<br />

<strong>de</strong>struída dando lugar a uma "quasi" regularida<strong>de</strong>.<br />

De certo modo, a forma da peça assume um lado convencional on<strong>de</strong> o <strong>contrabaixo</strong> é<br />

tratado como um verda<strong>de</strong>iro instrumento solista. As percussões, por outro lado, são<br />

tratadas <strong>de</strong> modo a soarem como um <strong>contrabaixo</strong> fazendo do todo um gran<strong>de</strong> instrumento<br />

híbrido. Im Rauschen Rot po<strong>de</strong>rá ser traduzido para português por "Em Ruído<br />

Vermelho".<br />

luís antunes pena<br />

Efrain Oscher<br />

Efrain Oscher começou a compor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito cedo, tendo o trabalho com o <strong>grupo</strong><br />

Nuestro Ensemble fornecido um terreno fértil para a experimentação. Compor para o<br />

Nuestro Ensemble enriqueceu o seu <strong>de</strong>senvolvimento rítmico, graças ao folclore venezuelano,<br />

tendo as harmonias sido influenciadas pelo jazz e o elemento melódico pela<br />

sua formação clássica.<br />

Na Europa trabalhou na transposição <strong>de</strong> peças tradicionais venezuelanas para instrumentos<br />

clássicos. Este processo <strong>de</strong>sembocou na formação do Bolivar Soloists, um<br />

<strong>grupo</strong> <strong>de</strong> câmara para o qual Efrain Oscher compõe regularmente. Este projecto colocálo-ia<br />

em contacto com o contrabaixista Edicson Ruiz, com quem estabeleceu uma<br />

estreita colaboração <strong>de</strong> que resultaram várias peças para <strong>contrabaixo</strong> e outros instrumentos.<br />

Des<strong>de</strong> 2006 compõe para o programa <strong>de</strong> "Incentivo aos alunos talentosos" da<br />

Deutsche Tonkünstler Verband, em Bremen.<br />

No domínio orquestral, escreveu para a Deutsche Kammerphilharmonie na "Gala <strong>de</strong><br />

Aniversario <strong>de</strong> Willhelm Busch" em Bremen. Compôs também a Abertura do Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Música e Turismo da Venezuela, estreada em Maio <strong>de</strong> 2009 pela Orquestra<br />

da Juventu<strong>de</strong> Venezuelana Simón Bolívar, sob a direcção <strong>de</strong> Christian Velázquez.<br />

Santa Bárbara, fantasia para <strong>contrabaixo</strong> e percussão<br />

“A peça é claramente <strong>de</strong>scritiva e está constituída por “cenas” que narram excertos<br />

da história <strong>de</strong> Santa Bárbara. O <strong>contrabaixo</strong> assume os papéis <strong>de</strong> Bárbara e Dióscoro,<br />

enquanto que a percussão emoldura a cena <strong>de</strong> acordo com a protagonista: em geral as<br />

percussões <strong>de</strong> metal estão mais ligadas a Bárbara e à sua busca <strong>de</strong> Deus, enquanto que<br />

as percussões <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e membrana se i<strong>de</strong>ntificam com Dióscoro.<br />

La Doncella en la Torre: O <strong>contrabaixo</strong> canta com a voz <strong>de</strong> Bárbara sobre a solidão a<br />

que o seu pai a confinou. Aqui apresentam-se as notas em torno das quais a peça está<br />

6


construída: Si bemol, Lá e Mi bemol. O jogo <strong>de</strong> intervalos e os ornamentos evocam subtilmente<br />

a localização geográfica <strong>de</strong>sta historia, no Médio Oriente.<br />

Adorando a los Dioses: Dióscoro adora os <strong>de</strong>uses em que acredita e participa nas festas<br />

pagãs. Esta é uma dança com um certo sabor oriental, alegre e misterioso.<br />

Buscando la Luz: Ao não querer casar-se com nenhum dos preten<strong>de</strong>ntes que vieram<br />

pedir a sua mão, Bárbara feriu o orgulho do seu pai, que parte numa longa viagem <strong>de</strong>ixando-a<br />

sozinha na sua torre. Assim empreen<strong>de</strong> Bárbara a busca do Deus único sobre o<br />

qual pregava Jesus.<br />

La Ira <strong>de</strong> Dióscoro: Após o seu regresso, Dióscoro percebe que a sua filha traiu as suas<br />

crenças e tomado pela ira apresenta Bárbara à autorida<strong>de</strong> local.<br />

El Martirio <strong>de</strong> Bárbara: Sentenciada a horríveis torturas, Bárbara aproxima-se ainda<br />

mais <strong>de</strong> Deus e tem uma visão <strong>de</strong> Jesus Cristo.<br />

El Anhelado Encuentro: Decidindo limpar o seu nome, Dióscoro leva-a até uma montanha<br />

on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>capita. No caminho, Bárbara sente que se aproxima o seu encontro com Deus.<br />

El castigo <strong>de</strong> los cielos: O céu veste-se <strong>de</strong> tormenta e Dióscoro <strong>de</strong>sce da montanha para<br />

encontrar a sua própria morte ao ser fulminado por um raio.”<br />

efr ain oscher<br />

Matthias Ockert<br />

Nascido na Alemanha em 1970, Matthias Ockert é compositor e guitarrista <strong>de</strong> jazz, compondo<br />

para electrónica, instrumentos tradicionais, jazz e ví<strong>de</strong>o experimental. Dedica<br />

especial interesse à composição algorítmica, à espacialização sonora e ao binómio composição/improvisação<br />

no domínio da electrónica ao vivo interactiva.<br />

De 2001 a 2008, estudou composição com Wolfgang Rihm e San<strong>de</strong>ep Bhagwati na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Karlsruhe e no ano seguinte trabalhou com Hanspeter Kyburz<br />

num programa <strong>de</strong> pós-graduação da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Música Hanns-Eisler, em Berlim.<br />

As suas composições foram apresentadas na Aca<strong>de</strong>mia das Artes <strong>de</strong> Berlim, no ZKM<br />

Center for Arts and Media Karlsruhe, nos Cursos <strong>de</strong> Verão <strong>de</strong> Darmstadt, no Festival da<br />

Nova Música <strong>de</strong> Estugarda, no Florida Electroacoustic Music Festival, na International<br />

Computer Music Conference, em Nova Orleães, no Festival Synthèse Bourges, no Festival<br />

di Musica Acusmatica Tiscali e no Festival Internacional <strong>de</strong> Cinema <strong>de</strong> Munique.<br />

Em 2005 foi artista convidado do ZKM/Karlsruhe, on<strong>de</strong> trabalhou na peça stretto,<br />

premiada no 32º Concurso Internacional <strong>de</strong> Música Electroacústica <strong>de</strong> Bourges. Nos<br />

anos seguintes compôs para o projecto multimédia Donny G., das Jeunesses Musicales<br />

da Alemanha, e foi convidado a escrever uma peça para o Ensemble Mo<strong>de</strong>rn e para o<br />

Lucerne Festival Percussion Ensemble. Em 2008 foi compositor convidado da Aca<strong>de</strong>mia<br />

das Artes <strong>de</strong> Berlim e do SWR Experimentalstudio Freiburg, tendo a sua composição<br />

Primum Mobile, para vozes femininas, ensemble e electrónica, sido premiada pelo<br />

KlangForum Hei<strong>de</strong>lberg no ZKM/Karlsruhe.<br />

Como guitarrista <strong>de</strong> jazz, Matthias Ockert toca e grava com vários <strong>grupo</strong>s na Europa e<br />

nos Estados Unidos da América.<br />

7


<strong>drumming</strong> · <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> percussão<br />

O Drumming – Grupo <strong>de</strong> Percussão surgiu no Porto em 1999 e tem vindo a sintetizar<br />

a evolução da percussão erudita em Portugal e na própria cultura oci<strong>de</strong>ntal. Ganhou<br />

rapidamente a simpatia do público e da crítica, constituindo na actualida<strong>de</strong> uma referência<br />

na vida musical portuguesa. No seu currículo constam <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> actuações<br />

nas principais salas do país, incluindo Centro Cultural <strong>de</strong> Belém, Fundação Calouste<br />

Gulbenkian, Culturgest, Teatro Camões, Teatro Rivoli, Teatro Nacional <strong>de</strong> São João e<br />

Fundação <strong>de</strong> Serralves, para além <strong>de</strong> actuações no estrangeiro – Espanha, Bélgica,<br />

França, Alemanha e Brasil, entre outros países. Foi <strong>grupo</strong> resi<strong>de</strong>nte do evento Porto<br />

2001 – Capital Europeia da Cultura.<br />

O Drumming tem contribuído para a divulgação <strong>de</strong> peças contemporâneas, formando<br />

o seu próprio repertório através do incentivo a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> compositores nacionais e<br />

internacionais que escreveram peças para o <strong>grupo</strong>, explorando as mais diversas e imaginativas<br />

formas e tipos <strong>de</strong> exprimir a percussão e ganhando progressivamente variados<br />

públicos nesta especialida<strong>de</strong>.<br />

Mantendo sempre a coerência estilística e temática, o Grupo percorre as vias da inovação<br />

sonora e da poética do espectáculo enquanto momento cénico único e total. Sob a<br />

direcção <strong>de</strong> Miquel Bernat, percussionista e pedagogo <strong>de</strong> prestígio internacional, membro<br />

fundador do Ictus Ensemble <strong>de</strong> Bruxelas e colaborador assíduo da Companhia <strong>de</strong><br />

Dança Contemporânea Rosas, <strong>de</strong> Anne Teresa <strong>de</strong> Keersmaeker, o Drumming <strong>de</strong>staca-se<br />

pela singularida<strong>de</strong> da sua programação. Esta junta as experiências da vida profissional<br />

do seu director artístico com a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos e formação dos membros que<br />

compõem o Grupo, concretizando diferentes linhas <strong>de</strong> apresentação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a música<br />

erudita ao Rock, ao Jazz e à World Music, à música <strong>de</strong> cena para teatro, ópera e bailado,<br />

passando pela colaboração com outros agrupamentos e solistas como a Orquestra Gulbenkian,<br />

a Orquestra Nacional do Porto, o Remix Ensemble, o Quarteto Montagnana,<br />

Ivan Moniguetti e Maria João, entre outros.<br />

8


<strong>edicson</strong> <strong>ruiz</strong> c o n t r a b a i x o<br />

Edicson Ruiz nasceu em 1985 na Venezuela<br />

e toca <strong>contrabaixo</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os onze anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>. Teve como mestres e mentores Félix<br />

Petit, Janne Saksala e Klaus Stoll (os dois<br />

últimos na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Orquestra da Filarmónica<br />

<strong>de</strong> Berlim). Tocou pela primeira vez<br />

numa orquestra no âmbito da "Fundación <strong>de</strong>l<br />

Estado para el Sistema Nacional <strong>de</strong> Orquestas<br />

Juveniles e Infantiles <strong>de</strong> Venezuela"<br />

fundada por José Antonio Abreu.<br />

Aos quinze anos foi o mais jovem laureado<br />

na história da International Society of Bassists<br />

ao ganhar o 1º prémio no concurso <strong>de</strong>sta<br />

Socieda<strong>de</strong>, que teve lugar em Indianapolis.<br />

Dois anos mais tar<strong>de</strong> ingressou no naipe<br />

<strong>de</strong> <strong>contrabaixo</strong>s da Filarmónica <strong>de</strong> Berlim,<br />

sendo não só o primeiro músico hispano-americano <strong>de</strong>sta orquestra, mas também o<br />

membro mais jovem em toda a sua história. Com a Filarmónica <strong>de</strong> Berlim tocou nos Festivais<br />

<strong>de</strong> Páscoa e <strong>de</strong> Verão <strong>de</strong> Salzburgo, no Festival <strong>de</strong> Berlim (Berliner Festwochen)<br />

bem como em Nova Iorque, Edimburgo, Pequim, Tóquio e Seul.<br />

Edicson Ruiz é também uma activo solista, tocando com orquestras <strong>de</strong> todo o mundo<br />

e dando regularmente recitais na Philharmonie <strong>de</strong> Berlim e no Festival <strong>de</strong> Lucerna. Gravou<br />

ao vivo para estações <strong>de</strong> rádio e televisão na Europa, na América do Norte e na<br />

Venezuela. É membro do Sexteto <strong>de</strong> Contrabaixos da Filarmónica <strong>de</strong> Berlim e ensina no<br />

âmbito do projecto educacional "zukunft@BPhil".<br />

Entre as obras que foram escritas para ele po<strong>de</strong>m mencionar-se D K Son, Escenas <strong>de</strong>l Sur,<br />

para viola e <strong>contrabaixo</strong>, e Boves y Bolívar, para voz <strong>de</strong> baixo, <strong>contrabaixo</strong> e piano, <strong>de</strong><br />

Efrain Oscher, bem como os concertos para <strong>contrabaixo</strong> do venezuelano Paul Desenne<br />

e do trompista e compositor mexicano Arturo Pantaleón.<br />

O governo venezuelano distinguiu Edicson Ruiz em 2002 com a Or<strong>de</strong>m José Félix Ribas<br />

por uma "juventu<strong>de</strong> exemplar". Um ano mais tar<strong>de</strong> foi seleccionado como um dos “Dez<br />

Destacados Jovens da Venezuela” pela Junior Chamber International.<br />

9


miquel bernat d i r e c ç ã o a r t í s t i c a<br />

Miquel Bernat nasceu em Benisanó (Valência) e é<br />

um dos mais <strong>de</strong>stacados vultos internacionais da<br />

percussão. Estudou nos Conservatórios <strong>de</strong> Valência,<br />

Madrid, Bruxelas e Roterdão e frequentou o<br />

Aspen Summer Music Course, nos Estados Unidos<br />

da América.<br />

Entre outras distinções, recebeu o "Prémio Extraordinário<br />

<strong>de</strong> Final <strong>de</strong> Curso" dos Conservatórios <strong>de</strong><br />

Madrid e <strong>de</strong> Bruxelas, o “Prémio Especial <strong>de</strong> Percussão”<br />

do concurso Gau<strong>de</strong>amus (Holanda, 1993), o 2º<br />

prémio <strong>de</strong> “Interpretação <strong>de</strong> Música Contemporânea”<br />

no mesmo certame e o 2º prémio do Concurso<br />

Aspen Nakamichi (EUA), como solista.<br />

Músico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> versatilida<strong>de</strong>, tocou com a<br />

Orquestra Ciutat <strong>de</strong> Barcelona (1988-1991) e com a<br />

Orquestra do Real Concertgebouw <strong>de</strong> Amesterdão,<br />

além dos <strong>grupo</strong>s <strong>de</strong> música contemporânea Ictus Ensemble, Quarteto Ictus <strong>de</strong> Bruxelas<br />

e Duo Contemporain <strong>de</strong> Roterdão, entre outros. Solista em inúmeros recitais, <strong>de</strong>stacase<br />

a estreia mundial do Concerto para Marimba e 15 Instrumentos, <strong>de</strong> David <strong>de</strong>l Puerto,<br />

no Festival Ars Musica <strong>de</strong> Bruxelas e no Ensems <strong>de</strong> Valência, e as estreias <strong>de</strong> Campos<br />

Magnéticos, <strong>de</strong> César Camarero, com a Orquestra Nacional do Porto e <strong>de</strong> Sombrio – Concerto<br />

para Percussão e Orquestra <strong>de</strong> Câmara, <strong>de</strong> Luis <strong>de</strong> Pablo.<br />

Professor nos Conservatórios Superiores <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Roterdão e Bruxelas, tem <strong>de</strong>senvolvido<br />

um intenso trabalho pedagógico na Escola Superior <strong>de</strong> Música do Porto e na<br />

Escola Profissional <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Espinho, tendo sido convidado para leccionar na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Aveiro e na Escola Superior <strong>de</strong> Música da Catalunha. Fundou, no Porto, o<br />

Drumming – Grupo <strong>de</strong> Percussão, com o qual dirigiu numerosos concertos em Portugal,<br />

Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Brasil.<br />

Preconizando o tratamento <strong>de</strong> cada espectáculo musical em função <strong>de</strong> uma poética<br />

irrepetível, tem vindo a <strong>de</strong>senvolver um conceito inovador <strong>de</strong> concerto on<strong>de</strong> elementos<br />

como a presença em palco, a cenografia, o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> luzes ou o tratamento escultórico<br />

são valorizados ao mesmo nível da prestação musical. Surgiram nesta linha<br />

espectáculos com coreografia <strong>de</strong> Anne Teresa <strong>de</strong> Keesrmaeker – companhia Rosas –<br />

como Just Before, Drumming Live, Rain ou April Me e ainda Natural Strange Days, com o<br />

coreógrafo Roberto Olivan.<br />

Em 2003 estreou no IRCAM, em Paris, Mantis Walk in a Metal Space, <strong>de</strong> Javier Alvarez, uma<br />

peça para Steel Drums solista, com <strong>grupo</strong> instrumental e electrónica, <strong>de</strong>senvolvendo<br />

uma outra vertente como instrumentista, a <strong>de</strong> trazer para o plano solístico instrumentos<br />

exóticos que raramente ascen<strong>de</strong>m a um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na nossa cultura.<br />

Com um <strong>grupo</strong> <strong>de</strong> compositores e intérpretes forma o “Musica Presente”, referência relevante<br />

da criação musical contemporânea na Europa, materializando-se no lançamento<br />

<strong>de</strong> um livro e <strong>de</strong> um CD. Apaixonado pela criação contemporânea, colabora estreitamente<br />

com numerosos compositores, tendo-lhe sido <strong>de</strong>dicadas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> obras.<br />

10


curso<br />

a urgência<br />

<strong>de</strong> ser<br />

o<strong>de</strong>rno<br />

0/21<br />

alguns aspectos sobre cultura Visual<br />

FEVEREIRO<br />

saLa 1 - edifício se<strong>de</strong><br />

10h00 > 17h30 / 50€<br />

OrientaçãO: SOFia POnte<br />

www.<strong>de</strong>scobrir.gulbenkian.pt<br />

Bilhetes à venda na bilheteira da Fundação Gulbenkian,<br />

segunda a sexta, das 10h às 19h tel. 21 782 3700<br />

ou em www.bilheteira.gulbenkian.pt<br />

<strong>de</strong>scobrir<br />

programa gulbenkian educação para a cultura<br />

M18<br />

A N O S<br />

12


A qualida<strong>de</strong> dos concertos po<strong>de</strong> ser gran<strong>de</strong>mente<br />

prejudicada por ruídos que perturbem a concentração<br />

dos músicos e afectem a audição musical.<br />

Se tiver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tossir, procure fazê-lo num momento<br />

<strong>de</strong> maior intensida<strong>de</strong> sonora, evitando os intervalos<br />

entre andamentos <strong>de</strong> obras, em que qualquer ruído mais<br />

facilmente perturbará a concentração dos artistas. Faça-o<br />

tentando abafar o som com um lenço.<br />

Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações<br />

sonoras ou filmagens durante os concertos.<br />

Desligue o alarme do seu relógio ou telemóvel antes do início<br />

dos concertos.<br />

Por indicação da Inspecção Geral das Activida<strong>de</strong>s Culturais<br />

e nos termos do Decreto-Lei n.º 315/95 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> Novembro,<br />

nos Concertos <strong>de</strong> Música Clássica é proibida a entrada,<br />

durante a actuação, para quaisquer lugares.<br />

Programas e elencos sujeitos a alteração sem aviso prévio.<br />

S E R V I Ç O S C E N T R A I S<br />

C o o r d e n a d o r d a Á r e a<br />

d e E s p e c t á c u l o s<br />

Otelo Lapa<br />

D i r e c t o r e s d e C e n a<br />

Helena Simões<br />

Jorge Freire<br />

F I C H A E D I T O R I A L<br />

C o o r d e n a ç ã o<br />

Miguel Ângelo Ribeiro<br />

D e s i g n e f o t o g r a f i a<br />

d e c a p a<br />

Dasein 2009<br />

www.dasein.pt<br />

D i r e c ç ã o d e C e n a<br />

Diogo Figueiredo<br />

I m p r e s s ã o e A c a b a m e n t o<br />

Arlindo Silva<br />

Artes Gráficas Lda<br />

T i r a g e m 200<br />

P r e ç o € 2<br />

Lisboa, Fevereiro 2010

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