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entre o rastro da história e o limiar da memória

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Anais Eletrônicos do IV Seminário Nacional Literatura e Cultura<br />

São Cristóvão/SE: GELIC/UFS, V. 4, 3 e 4 de maio de 2012. ISSN: 2175-4128<br />

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novi<strong>da</strong>de temática, quando o leitor leva em conta a forma como a narrativa é<br />

construí<strong>da</strong>, quer pela técnica narrativa, quer pela explosão de <strong>memória</strong>s individuais<br />

e sociais testemunhando a <strong>história</strong>.<br />

As vozes populares e, por conseguinte, os causos sobre a valentia e a destreza<br />

de Lampião ditam o ritmo <strong>da</strong>s <strong>história</strong>s conta<strong>da</strong>s nesta obra. Histórias essas<br />

recupera<strong>da</strong>s do velho hábito <strong>da</strong>s antigas gerações do interior de (re)contarem suas<br />

vicissitudes. Ou melhor, <strong>história</strong>s e <strong>memória</strong>s dos velhos, como diria Ecléa Bosi<br />

(2007). Hábito de rememorar numa tentativa de eternizar, mesmo que<br />

temporariamente, sua tragédia cotidiana. No caso nordestino, o maior dos dramas: os<br />

feitos de um cangaceiro que – ao desafiar o Governo com saques aos fazendeiros e<br />

embosca<strong>da</strong>s aos “oficiais”, ou melhor, aos sol<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> lei – aterrorizou o Nordeste<br />

brasileiro na primeira metade do século XX.<br />

É dentro desse contexto histórico-rememorativo que Dantas recorre à estrutura<br />

do cordel para contar os reveses dos sergipanos nos tempos do cangaço. Vicissitudes<br />

que ganham forma poética na própria estrutura do cordel, dissolvi<strong>da</strong> na<br />

materiali<strong>da</strong>de textual de Os desvalidos. No entanto, a constatação <strong>da</strong> presença <strong>da</strong><br />

cultura popular e do próprio cordel no referido texto literário não é nova. Por um<br />

lado, Alfredo Bosi (1997) foi quem afirmou que a trama de Os desvalidos é construí<strong>da</strong><br />

com os acordes <strong>da</strong> cultura popular. Por outro, Marta Morais <strong>da</strong> Costa (1994) foi quem<br />

primeiro percebeu a presença do cordel em Os desvalidos, num ensaio publicado um<br />

ano após o lançamento deste texto literário.

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