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plano de ordenamento da albufeira da aguieira - Agência ...

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INSTITUTO DA ÁGUA<br />

DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE UTILIZAÇÕES DO DOMÍNIO HÍDRICO<br />

DIVISÃO DE ORDENAMENTO E PROTECÇÃO<br />

PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DE AGUIEIRA<br />

3ª FASE<br />

– ESTUDOS DE BASE –<br />

(Versão revista)<br />

ÍNDICE DE PORMENOR<br />

1. INTRODUÇÃO E ENQUADRAMENTO ....................................................................................1<br />

1.1 Introdução ............................................................................................................................1<br />

1.2 Enquadramento ...................................................................................................................2<br />

1.2.1 Enquadramento Regional e Local ...............................................................................2<br />

1.2.2 Enquadramento Legal .................................................................................................4<br />

1.2.3 Objectivos Gerais <strong>de</strong> Desenvolvimento ......................................................................6<br />

1.2.4 Articulação com Outros Instrumentos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território ........................6<br />

1.2.4.1 Planos <strong>de</strong> Âmbito Nacional ..................................................................................7<br />

1.2.4.2 Planos <strong>de</strong> Âmbito Regional ..................................................................................8<br />

1.2.4.3 Planos <strong>de</strong> Âmbito Municipal .................................................................................9<br />

1.2.4.4 Outros Planos e Estudos....................................................................................14<br />

2. FASEAMENTO E METODOLOGIA ....................................................................................... 15<br />

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO............................................................ 17<br />

3.1 Factores Biofísicos.............................................................................................................17<br />

3.1.1 Clima..........................................................................................................................17<br />

3.1.1.1 Metodologia ........................................................................................................17<br />

3.1.1.2 Caracterização Regional ....................................................................................18<br />

3.1.1.3 Caracterização Microclimática............................................................................29<br />

3.1.2 Geologia e Geomorfologia ........................................................................................30<br />

3.1.2.1 Metodologia ........................................................................................................30<br />

3.1.2.2 Geomorfologia ....................................................................................................30<br />

3.1.2.3 Litologia ..............................................................................................................33<br />

3.1.2.4 Tectónica ............................................................................................................37<br />

3.1.2.5 Recursos Minerais..............................................................................................38<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

i<br />

Indice


3.1.3 Solos..........................................................................................................................40<br />

3.1.3.1 Metodologia ........................................................................................................40<br />

3.1.3.2 Descrição <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Pedológicas................................................................40<br />

3.1.3.3 Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Uso do Solo...............................................................................41<br />

3.1.4 Factores Ecológicos ..................................................................................................41<br />

3.1.4.1 Introdução...........................................................................................................41<br />

3.1.4.2 Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Biológicas ....................................................................................43<br />

3.1.5 Zonas <strong>de</strong> Importância Conservacionista...................................................................73<br />

3.2 Ocupação Actual do Solo ..................................................................................................74<br />

3.2.1 Metodologia ...............................................................................................................74<br />

3.2.2 Descrição <strong>da</strong> Ocupação do Solo na Área em Estudo...............................................74<br />

3.3 Análise Socioeconómica....................................................................................................77<br />

3.3.1 Introdução..................................................................................................................77<br />

3.3.2 Enquadramento .........................................................................................................78<br />

3.3.3 Caracterização <strong>da</strong> Situação Actual ...........................................................................79<br />

3.3.3.1 Estrutura e Dinâmica Populacional ....................................................................79<br />

3.3.3.2 Qualificação dos Recursos Humanos ................................................................85<br />

3.3.3.3 Estrutura Económica ..........................................................................................87<br />

3.3.3.4 Emprego, Condições Sociais e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> ...........................................96<br />

3.3.3.5 Diagnóstico Estratégico......................................................................................98<br />

3.4 Análise Urbanística ......................................................................................................... 101<br />

3.4.1 Introdução Metodológica ........................................................................................ 101<br />

3.4.2 Enquadramento ...................................................................................................... 101<br />

3.4.3 Caracterização Urbanística .................................................................................... 108<br />

3.4.3.1 Aglomerados Totalmente Integrados na Área em Estudo .............................. 108<br />

3.4.3.2 Aglomerados Parcialmente Integrados na Área <strong>de</strong> Estudo ............................ 109<br />

3.4.3.3 Edificações Isola<strong>da</strong>s........................................................................................ 111<br />

3.4.3.4 Aglomerados com Espaços Urbanizáveis, Não Edificados, Integrados na Área<br />

<strong>de</strong> Estudo......................................................................................................... 113<br />

3.4.3.5 Alojamento Turístico........................................................................................ 114<br />

3.4.4 Património Arquitectónico e Arqueológico ............................................................. 117<br />

3.4.4.1 Património Arquitectónico................................................................................ 117<br />

3.4.4.2 Património Arqueológico ................................................................................. 118<br />

3.5 Infraestruturas Urbanas .................................................................................................. 121<br />

3.5.1 Infraestruturas Viárias ............................................................................................ 121<br />

3.5.1.1 Introdução Metodológica ................................................................................. 121<br />

3.5.1.2 Caracterização................................................................................................. 121<br />

3.5.2 Infraestruturas Hidráulicas e <strong>de</strong> Saneamento........................................................ 122<br />

3.5.2.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais ..................................................................................... 122<br />

3.5.2.2 Infraestruturas Hidráulicas............................................................................... 123<br />

3.5.2.3 Infraestruturas <strong>de</strong> Saneamento Básico ........................................................... 132<br />

3.5.2.4 Drenagem e Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais ................................................ 149<br />

3.5.2.5 Infraestruturas <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais individuais...................... 164<br />

3.5.2.6 Consi<strong>de</strong>rações Finais ...................................................................................... 165<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

ii<br />

Indice


3.6 Fontes <strong>de</strong> Poluição ......................................................................................................... 169<br />

3.6.1 Poluição Orgânica .................................................................................................. 169<br />

3.6.1.1 Contaminação Microbiológica ......................................................................... 169<br />

3.6.1.2 Contaminação por Nutrientes.......................................................................... 169<br />

3.6.1.3 Contaminação com Matéria Orgânica............................................................. 174<br />

3.6.1.4 Outros Tipos <strong>de</strong> Poluição ................................................................................ 175<br />

3.6.2 Poluição Doméstica e Industrial ............................................................................. 176<br />

3.6.2.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais ..................................................................................... 176<br />

3.6.2.2 Poluição Doméstica......................................................................................... 178<br />

3.6.2.3 Poluição Industrial ........................................................................................... 179<br />

3.6.2.4 Agropecuária ................................................................................................... 181<br />

3.6.2.5 Central Termoeléctrica <strong>de</strong> Mortágua............................................................... 185<br />

3.6.2.6 Aterro Sanitário <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la............................................................................. 186<br />

3.6.3 Antigas Áreas Mineiras <strong>de</strong> Urânio.......................................................................... 191<br />

3.7 Usos e Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.................................................................. 193<br />

3.7.1 Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Turístico-recreativas ........................................................................... 193<br />

3.7.2 Região <strong>de</strong> Produção Vitivinícola ............................................................................ 202<br />

ÍNDICE DE FIGURAS<br />

FIG. 1 – Enquadramento <strong>da</strong> Área em Estudo.................................................................................... 3<br />

FIG. 2 – Zonas Preferenciais <strong>de</strong> Desenvolvimento Turístico do PROZAG ..................................... 11<br />

FIG. 3 – Gráfico Termo-Pluviométrico.............................................................................................. 19<br />

FIG. 4 – Distribuição <strong>da</strong> Temperatura na Área Envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira...................... 21<br />

FIG. 5 – Gráfico Pluviométrico ......................................................................................................... 23<br />

FIG. 6 – Humi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa do Ar ................................................................................................... 24<br />

FIG. 7 – Distribuição <strong>da</strong> Precipitação na Área Envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ...................... 25<br />

FIG. 8 – Número <strong>de</strong> Dias com Nevoeiro .......................................................................................... 27<br />

FIG. 9 – Frequência e Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> Média dos Ventos para Ca<strong>da</strong> Rumo......................................... 28<br />

FIG. 10 – Carta Geológica <strong>da</strong> Envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira................................................ 35<br />

FIG. 11 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Total <strong>de</strong> Cianobactérias na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, em Santa Comba Dão.... 45<br />

FIG. 12 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Total <strong>de</strong> Cianobactérias nas Diferentes Albufeiras na Bacia do Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

em 1998-1999 (Valores máximos em escala logaritmica).............................................. 46<br />

FIG. 13 – Número <strong>de</strong> Taxa, Abundância, Valores <strong>de</strong> ASPT’ e BMWP’ Registados por Verónica et<br />

al. (2002) ......................................................................................................................... 51<br />

FIG. 14 – Número <strong>de</strong> Taxa, Abundância, Valores <strong>de</strong> ASPT’ e BMWP’ Registados pelo PBH do Rio<br />

Mon<strong>de</strong>go .........................................................................................................................52<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

iii<br />

Indice


FIG. 15 – Locais Preferenciais para a Pesca Desportiva na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira......................... 57<br />

FIG. 16 – Referenciação <strong>da</strong>s Quadrículas UTM 10x10 Km que Englobam a Área em Estudo ...... 58<br />

FIG. 17 – Referenciação <strong>da</strong>s Quadrículas UTM 10x10 Km e as Tétra<strong>da</strong>s (quadrículas <strong>de</strong> 2x2 Km)<br />

que foram utiliza<strong>da</strong>s no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que Nidificam em Portugal” .................. 61<br />

FIG. 18 – Locais <strong>de</strong> Ocorrência Confirma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Toupeira-<strong>de</strong>-água Galemys pyrenaicus na Bacia<br />

Superior do Rio Mon<strong>de</strong>go ............................................................................................... 70<br />

FIG. 19 – Locais <strong>de</strong> Ocorrência Confirma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lontra Lutra lutra na Bacia Superior do Rio<br />

Mon<strong>de</strong>go .........................................................................................................................71<br />

FIG. 20 – Locais <strong>de</strong> Ocorrência Confirma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lontra Lutra lutra na Área em Estudo.................. 72<br />

FIG. 21 – Evolução Populacional nos Concelhos Integrados na Área em Estudo.......................... 80<br />

FIG. 22 – Evolução <strong>da</strong>s Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Populacionais (hab/km 2 ) ....................................................... 81<br />

FIG. 23 – Envelhecimento Humano e Diminuição <strong>de</strong> Jovens.......................................................... 84<br />

FIG. 24 – Evolução do Volume <strong>de</strong> Emprego na Região entre 1995 e 1999.................................... 96<br />

FIG. 25 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nas Freguesias com Aglomerados Integrados na<br />

Área em Estudo (1960-2001)........................................................................................ 103<br />

FIG. 26 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Totalmente Integrados na Área em<br />

Estudo (1960-2001) ...................................................................................................... 104<br />

FIG. 27 – População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Abrangidos pela Área em Estudo.................. 105<br />

FIG. 28 – Barragem <strong>da</strong> Aguieira – Planta, Alçado e Perfil Longitudinal ........................................ 124<br />

FIG. 29 – Sistema Aguieira – Fronhas – Raiva.............................................................................. 126<br />

FIG. 30 – Evolução Temporal do Volume Armazenado na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira (%) .................. 128<br />

FIG. 31 – Volumes Utilizados para Abastecimento Municipal e Produção <strong>de</strong> Energia................ 128<br />

FIG. 32 – Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água com Origem na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ..................... 144<br />

FIG. 33 – Infraestruturas <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais I<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s ................................. 150<br />

FIG. 34 – Infraestruturas <strong>de</strong> Saneamento nos Concelhos Abrangidos pelo POAA ...................... 168<br />

FIG. 35 – Pontos <strong>de</strong> Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados.......................................... 171<br />

FIG. 36 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Clorofila a Total e Fósforo Total nos Pontos <strong>de</strong><br />

Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados.......................................................... 172<br />

FIG. 37 – Séries Temporais do Índice <strong>de</strong> Estado Trófico <strong>de</strong> Carlson (TSI) nos Pontos <strong>de</strong><br />

Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados.......................................................... 173<br />

FIG. 38 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Nitratos e Azoto Amoniacal nos Pontos <strong>de</strong><br />

Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados.......................................................... 174<br />

FIG. 39 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Carência Bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (CQO) e<br />

Sólidos Suspensos Totais (SST) .................................................................................. 175<br />

FIG. 40 – Evolução do Estado Trófico <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.................................................... 176<br />

FIG. 41 – Principais Obstáculos à Navegação .............................................................................. 197<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

iv<br />

Indice


ÍNDICE DE QUADROS<br />

Quadro 1 – Diplomas Legais com Influência no POAA ..................................................................... 5<br />

Quadro 2 – Localização e Características <strong>da</strong>s Estações Meteorológicas....................................... 18<br />

Quadro 3 – Espécies <strong>da</strong> Ictiofauna Existentes na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira......................................... 54<br />

Quadro 4 – Lista <strong>de</strong> Espécies <strong>de</strong> Anfíbios e Répteis Regista<strong>da</strong>s em Quadrícula UTM 10x10 Km. 59<br />

Quadro 5 – Lista <strong>de</strong> Espécies Amostra<strong>da</strong>s no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que Nidificam em Portugal”<br />

nas Quadrículas UTM 10x10 Km Correspon<strong>de</strong>ntes à Área em Estudo e Respectivos<br />

Códigos <strong>de</strong> Confirmação <strong>de</strong> Nidificação ...................................................................... 61<br />

Quadro 6 – Códigos <strong>de</strong> Confirmação <strong>de</strong> Nidificação Utilizados no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que<br />

Nidificam em Portugal” ................................................................................................. 66<br />

Quadro 7 – Lista <strong>de</strong> Espécies Referencia<strong>da</strong>s em Mathias e tal. (1999).......................................... 68<br />

Quadro 8 – População Resi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Área em Estudo .................................................................... 79<br />

Quadro 9 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Populacionais (hab/km 2 ) ........................................................................... 81<br />

Quadro 10 – População Resi<strong>de</strong>nte Temporariamente nos Concelhos em Estudo ......................... 82<br />

Quadro 11 – Indicadores Demográficos em 2001 ........................................................................... 83<br />

Quadro 12 – Evolução <strong>de</strong> Índices Demográficos............................................................................. 83<br />

Quadro 13 – População por Graus <strong>de</strong> Instrução em 2001 .............................................................. 85<br />

Quadro 14 – Alunos Matriculados no Ano Lectivo 2001/2002 nos vários Graus <strong>de</strong> Ensino ........... 86<br />

Quadro 15 – Estabelecimentos <strong>de</strong> Ensino no Ano Lectivo 2001/2002............................................ 86<br />

Quadro 16 – Evolução do PIB na Região ........................................................................................ 87<br />

Quadro 17 – Evolução do VAB <strong>da</strong> Região....................................................................................... 88<br />

Quadro 18 – Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001................................................................ 89<br />

Quadro 19 – Pessoal Empregue pelas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001 ...................... 91<br />

Quadro 20 – Dimensão Média <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001............................. 91<br />

Quadro 21 – Situação <strong>da</strong> Indústria Transformadora em 2001......................................................... 92<br />

Quadro 22 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Alojamento em 2001 (IRT)................................................................. 94<br />

Quadro 23 – Indicadores <strong>da</strong> Hotelaria Tradicional em 2001 ........................................................... 95<br />

Quadro 24 – Emprego na Região entre 1995 e 1999...................................................................... 96<br />

Quadro 25 – Evolução <strong>da</strong> Estrutura Sectorial do Emprego ............................................................. 97<br />

Quadro 26 – Evolução do Emprego na Área em Estudo – 1999/2000............................................ 98<br />

Quadro 27 – Freguesias e Aglomerados Integrados na Área em Estudo ..................................... 102<br />

Quadro 28 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Totalmente Integrados na Área<br />

em Estudo (1960-2001)............................................................................................ 107<br />

Quadro 29 – Aglomerados Totalmente Integrados na Área em Estudo........................................ 108<br />

Quadro 30 – Aglomerados Quase Totalmente Integrados na Área em Estudo ............................ 109<br />

Quadro 31 – Aglomerados Pontualmente Integrados na Área em Estudo.................................... 110<br />

Quadro 32 – Aglomerados com Espaços Urbanizáveis, Não Edificados, Integrados na Área <strong>de</strong><br />

Estudo....................................................................................................................... 113<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

v<br />

Indice


Quadro 33 – Características <strong>da</strong> Barragem e Albufeira <strong>da</strong> Aguieira............................................... 125<br />

Quadro 34 – Principais Características <strong>da</strong>s Barragens <strong>de</strong> Raiva e Fronhas ................................ 127<br />

Quadro 35 – Principais Características <strong>da</strong>s Barragens e Albufeiras <strong>de</strong> Mortágua........................ 129<br />

Quadro 36 – Principais Características <strong>da</strong>s Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rega <strong>de</strong> Mortágua ................................... 129<br />

Quadro 37 – População a Servir pelo Sistema <strong>de</strong> Abastecimento e Distribuição <strong>de</strong> Águas do<br />

Planalto Beirão ......................................................................................................... 130<br />

Quadro 38 – Características <strong>da</strong>s Infraestruturas Hidráulicas do Sistema do Planalto Beirão ...... 131<br />

Quadro 39 – Abastecimento <strong>de</strong> Água – População Servi<strong>da</strong> e Estimativa dos Efectivos<br />

Populacionais a Aten<strong>de</strong>r com o QCA III................................................................... 132<br />

Quadro 40 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Penacova .................................................... 134<br />

Quadro 41 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua.......................................................... 137<br />

Quadro 42 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Carregal <strong>de</strong> Sal........................................... 137<br />

Quadro 43 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão ...................................... 139<br />

Quadro 44 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Mortágua..................................................... 140<br />

Quadro 45 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la ....................................................... 142<br />

Quadro 46 – Localização <strong>da</strong>s ETA................................................................................................. 143<br />

Quadro 47 – Principais Características <strong>da</strong>s ETA........................................................................... 143<br />

Quadro 48 – Drenagem e Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais – População Servi<strong>da</strong> e Estimativa dos<br />

Efectivos Populacionais a Aten<strong>de</strong>r com o QCA III ................................................... 149<br />

Quadro 49 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal................................................... 152<br />

Quadro 50 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão.............................................. 154<br />

Quadro 51 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Mortágua ............................................................ 157<br />

Quadro 52 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua ................................................................. 160<br />

Quadro 53 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua (CCDR-C)................................................ 161<br />

Quadro 54 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Penacova............................................................ 162<br />

Quadro 55 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la............................................................... 163<br />

Quadro 56 – ETAR Licencia<strong>da</strong>s no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la (CCDRC)............................................ 164<br />

Quadro 57 – ETAR Domésticas Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA................. 164<br />

Quadro 58 – Carga Poluente Total Potencialmente Gera<strong>da</strong> pelo Sector Doméstico.................... 178<br />

Quadro 59 – Carga Poluente Total Gera<strong>da</strong> pelo Sector Industrial ................................................ 179<br />

Quadro 60 – Indústrias Inventaria<strong>da</strong>s no Âmbito do Estudo <strong>da</strong> Bacia do Dão.............................. 180<br />

Quadro 61 – Indústrias Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA............................... 181<br />

Quadro 62 – Carga Poluente por Animal ....................................................................................... 181<br />

Quadro 63 – Carga Poluente com Origem na Pecuária ................................................................ 182<br />

Quadro 64 – Pecuárias Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA .............................. 183<br />

Quadro 65 – Calendário Venatório <strong>da</strong>s Espécies <strong>de</strong> Caça Menor ................................................ 202<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

vi<br />

Indice


INSTITUTO DA ÁGUA<br />

DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE UTILIZAÇÕES DO DOMÍNIO HÍDRICO<br />

DIVISÃO DE ORDENAMENTO E PROTECÇÃO<br />

PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DE AGUIEIRA<br />

3ª FASE<br />

– ESTUDOS DE BASE –<br />

(Versão revista)<br />

1. INTRODUÇÃO E ENQUADRAMENTO<br />

1.1 Introdução<br />

O presente documento correspon<strong>de</strong> a uma versão revista do Relatório dos “Estudos <strong>de</strong><br />

Base” que foram entregues na 1ª Fase <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong><br />

Albufeira <strong>da</strong> Aguieira (adiante <strong>de</strong>signado por POAA).<br />

Esse documento foi elaborado entre Fevereiro e Junho <strong>de</strong> 2004, tendo sido<br />

entregue à Comissão Mista <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação a 25 <strong>de</strong> Junho. Foi, posteriormente,<br />

rectificado em função <strong>da</strong> reunião ti<strong>da</strong> com essas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e dos pareceres emitidos<br />

pelas mesmas.<br />

A versão agora apresenta<strong>da</strong>, foi revista entre Julho e Outubro <strong>de</strong> 2004, pelo que, o<br />

presente documento passou a integrar, além <strong>de</strong> pequenas rectificações, algumas<br />

actualizações que se reportam a <strong>da</strong>dos que passaram a estar disponíveis nesse mesmo<br />

período. À <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> entrega <strong>da</strong> 3ª Fase <strong>de</strong>ste Plano (Abril <strong>de</strong> 2005) este documento foi<br />

ain<strong>da</strong>, pontualmente, revisto.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

1


1.2 Enquadramento<br />

1.2.1 Enquadramento Regional e Local<br />

A Barragem <strong>da</strong> Aguieira está construí<strong>da</strong> no limite, entre o Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

(freguesia <strong>de</strong> Travanca do Mon<strong>de</strong>go) e o Concelho <strong>de</strong> Mortágua (freguesia <strong>de</strong> Almaça).<br />

A localização e a dimensão do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água que se distribui pelos braços dos rios<br />

Mon<strong>de</strong>go, Dão e Criz, vai ocasionar que a zona em estudo abarque parte dos Concelhos<br />

<strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Penacova, Santa Comba Dão, Tábua e ain<strong>da</strong> uma parte<br />

muito restrita (a Sul) do Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la (Desenho 1).<br />

Fonte: site/CNPGB<br />

Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Em termos administrativos, a área em estudo integra-se na Região Centro (NUT II),<br />

passando a estar abrangi<strong>da</strong> por várias Sub-regiões (NUT III):<br />

• NUT III - Dão-Lafões (Concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba<br />

Dão e Ton<strong>de</strong>la);<br />

• NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go (Concelho <strong>de</strong> Penacova);<br />

• NUT III - Pinhal Interior Norte (Concelho <strong>de</strong> Tábua).<br />

A área em estudo insere-se ain<strong>da</strong>, na Bacia Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go, no troço<br />

intermédio <strong>de</strong>sse Rio, fazendo parte do Esquema <strong>de</strong> Aproveitamento Hidroagrícola do<br />

Baixo Mon<strong>de</strong>go.<br />

Tem, por esse motivo, e a jusante, a Barragem <strong>da</strong> Raiva e a montante a Barragem <strong>de</strong><br />

Fagil<strong>de</strong>, o Açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pisões e a Barragem <strong>de</strong> Rãs, tal como se po<strong>de</strong> observar na FIG. 1.<br />

No seu conjunto, estes aproveitamentos dominam 76% <strong>da</strong> área <strong>da</strong> bacia hidrográfica a<br />

montante <strong>de</strong> Coimbra. No ponto 3.5.2.2 do presente relatório, é realiza<strong>da</strong> uma<br />

caracterização e <strong>de</strong>scrição pormenoriza<strong>da</strong> do empreendimento hidráulico <strong>de</strong> fins<br />

múltiplos <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira.<br />

2<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Fonte: a<strong>da</strong>ptado do Mapa ACP.2004<br />

FIG. 1 – Enquadramento <strong>da</strong> Área em Estudo<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

3


1.2.2 Enquadramento Legal<br />

De acordo com o Decreto-Lei n.º 380/99, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Setembro, os Planos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento<br />

<strong>da</strong>s Albufeiras, correspon<strong>de</strong>m a <strong>plano</strong>s especiais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território, os quais<br />

<strong>de</strong>verão prevalecer sobre os <strong>plano</strong>s municipais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território, vinculando<br />

tanto as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas como priva<strong>da</strong>s.<br />

A sua elaboração e aprovação são <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s por Resolução do Conselho <strong>de</strong><br />

Ministros.<br />

Tendo em atenção as características locais e os usos primários existentes na Albufeira<br />

<strong>da</strong> Aguieira, o Decreto-Regulamentar n.º 2/88, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Janeiro classificou esta <strong>albufeira</strong><br />

como “Protegi<strong>da</strong>” <strong>de</strong>vendo, por esse mesmo motivo, possuir uma zona <strong>de</strong> protecção com<br />

uma largura <strong>de</strong> 500 metros, conta<strong>da</strong> a partir do nível <strong>de</strong> pleno armazenamento (NPA) e<br />

medi<strong>da</strong> na horizontal.<br />

O <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, e a zona <strong>de</strong> protecção assim <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, correspon<strong>de</strong>m à área em estudo<br />

do presente Plano.<br />

No quadro seguinte, é referi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma sintética, a principal legislação que<br />

enquadra o or<strong>de</strong>namento e gestão <strong>de</strong>sta, e <strong>da</strong>s restantes <strong>albufeira</strong>s e respectiva faixa <strong>de</strong><br />

protecção.<br />

Em termos <strong>de</strong> enquadramento legal é ain<strong>da</strong> importante referir que este Plano (e além <strong>da</strong>s<br />

condicionantes <strong>de</strong> natureza física que po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s na área em estudo) ficará<br />

sujeito a outros condicionamentos legais <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s a nível nacional.<br />

Entre algumas condicionantes <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rado o Domínio Hídrico e as servidões<br />

respeitantes às Albufeiras, a Zona <strong>de</strong> Domínio Público, a zona reserva<strong>da</strong> <strong>da</strong> Albufeira, a<br />

Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Agrícola Nacional e as áreas florestais<br />

percorri<strong>da</strong>s por incêndios.<br />

Estas condicionantes irão constar <strong>de</strong> uma peça gráfica que se <strong>de</strong>signará <strong>de</strong> “Planta<br />

Actualiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> Condicionantes”.<br />

Essa Planta correspon<strong>de</strong> a uma peça fun<strong>da</strong>mental no âmbito do POAA, acompanhando<br />

to<strong>da</strong>s as fases <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong>ste <strong>plano</strong>. Na fase final <strong>de</strong> elaboração do Plano (3ª Fase)<br />

irá fazer parte integrante (juntamente com o “Regulamento” e a “Planta Síntese”) dos<br />

“Elementos Fun<strong>da</strong>mentais” do Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

4<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 1 – Diplomas Legais com Influência no POAA<br />

Diploma<br />

Legal<br />

Plano <strong>de</strong> Água<br />

Zona Envolvente<br />

(500 metros)<br />

Disposições<br />

Gerais<br />

Decreto-Lei<br />

n.º 502/71, <strong>de</strong><br />

18 <strong>de</strong><br />

Novembro<br />

Decreto<br />

Regulamentar<br />

n.º 2/88, <strong>de</strong> 20<br />

<strong>de</strong> Janeiro<br />

e<br />

Decreto<br />

Regulamentar<br />

n.º 3/2002, <strong>de</strong><br />

4 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

Decreto<br />

Regulamentar<br />

n.º 37/91, <strong>de</strong><br />

23 <strong>de</strong> Junho<br />

Decreto-Lei<br />

n.º 380/99, <strong>de</strong><br />

22 <strong>de</strong><br />

Setembro<br />

Resolução do<br />

Conselho <strong>de</strong><br />

Ministros n.º<br />

130/2001, <strong>de</strong><br />

23 <strong>de</strong> Agosto<br />

Fonte: site/ INAG.2004<br />

• Prevê a classificação e<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong><br />

Protecção (até 500 metros)<br />

<strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s<br />

• Classificação <strong>da</strong> Albufeira<br />

como Protegi<strong>da</strong><br />

• Define faixa <strong>de</strong> protecção<br />

à barragem, toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

água e <strong>de</strong>scargas<br />

• Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s permiti<strong>da</strong>s com<br />

restrições: pesca, banhos<br />

e natação, navegação<br />

recreativa a remo e vela, e<br />

competições <strong>de</strong>sportivas a<br />

remo e vela.<br />

• Define potência <strong>da</strong>s<br />

embarcações<br />

• Comprimento dos barcos<br />

inferior a 7 metros salvo<br />

casos especiais<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente autorizados<br />

• Obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> em utilizar<br />

óleos bio<strong>de</strong>gradáveis<br />

• A caça passa a constar<br />

como activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

secundária<br />

ranger<br />

• Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r<br />

ao or<strong>de</strong>namento territorial<br />

com <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

restrições para habitação,<br />

indústria e recreio<br />

• Define faixa <strong>de</strong> protecção<br />

com a largura <strong>de</strong> 500<br />

metros, conta<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong><br />

linha do nível <strong>de</strong> pleno<br />

armazenamento (NPA)<br />

• Define uma Zona<br />

Reserva<strong>da</strong> com a largura<br />

<strong>de</strong> 50 metros contados a<br />

partir do NPA<br />

- -<br />

• Define o território a<br />

abranger<br />

-<br />

• Determina a<br />

compatibilização <strong>de</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s secundárias<br />

com as finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s<br />

<strong>albufeira</strong>s<br />

• Interdita activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que directa ou<br />

indirectamente possam<br />

contaminar a água<br />

• Define faixas <strong>de</strong><br />

protecção à <strong>albufeira</strong><br />

• Determina o carácter<br />

indicativo <strong>de</strong><br />

classificação e índices<br />

<strong>de</strong> utilização <strong>da</strong>s<br />

<strong>albufeira</strong>s<br />

• Introduz a noção <strong>de</strong><br />

<strong>plano</strong> especial <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>namento do<br />

território<br />

• Estabelece os<br />

objectivos <strong>de</strong>sses<br />

<strong>plano</strong>s, conteúdo<br />

material e documental<br />

• Define qual a enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

a quem cabe a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> elaboração<br />

• Resolve elaboração do<br />

POAA e estabelece os<br />

objectivos<br />

• Define composição <strong>da</strong><br />

CMC<br />

• Estabelece prazo<br />

máximo <strong>de</strong> elaboração<br />

do Plano<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

5


1.2.3 Objectivos Gerais <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Este <strong>plano</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong>verá abor<strong>da</strong>r as preocupações e os aspectos consi<strong>de</strong>rados<br />

nos documentos apresentados a concurso, <strong>de</strong>vendo ain<strong>da</strong> aten<strong>de</strong>r, aos objectivos gerais<br />

que foram estabelecidos nesse âmbito, e que correspon<strong>de</strong>m:<br />

a) À <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> utilização do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e zona envolvente <strong>da</strong><br />

Albufeira, <strong>de</strong> forma a salvaguar<strong>da</strong>r a <strong>de</strong>fesa e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos recursos naturais,<br />

em especial a água;<br />

b) À <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> regras e medi<strong>da</strong>s para usos e ocupação do solo que permitam<br />

gerir a área objecto <strong>de</strong> <strong>plano</strong>, numa perspectiva dinâmica e interliga<strong>da</strong>;<br />

c) Aplicar as disposições legais e regulamentares vigentes, quer do ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> gestão dos recursos hídricos, quer do ponto <strong>de</strong> vista do or<strong>de</strong>namento do<br />

território;<br />

d) Planear <strong>de</strong> forma integra<strong>da</strong> a área dos concelhos na envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>;<br />

e) Garantir a sua articulação com <strong>plano</strong>s, estudos e programas <strong>de</strong> interesse local,<br />

regional e nacional, existentes ou em curso;<br />

f) Compatibilizar os diferentes usos e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e/ou a serem criados, com a<br />

protecção e valorização ambiental e finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>;<br />

g) I<strong>de</strong>ntificar no <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água as áreas mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para a conservação <strong>da</strong><br />

natureza, as áreas mais aptas para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas, prevendo as<br />

compatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e complementari<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre as diversas utilizações.<br />

Assim sendo, e face às características naturais e culturais <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s na área em estudo,<br />

o presente <strong>plano</strong> <strong>de</strong>verá estar atento à inter<strong>de</strong>pendência entre o <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e o<br />

território envolvente <strong>de</strong> modo a promover o seu potencial endógeno, com o objectivo<br />

prioritário <strong>da</strong> conservação <strong>da</strong> natureza e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconómico local.<br />

1.2.4 Articulação com Outros Instrumentos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território<br />

Tal como já referido anteriormente, o Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

correspon<strong>de</strong>, a um <strong>plano</strong> especial <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território.<br />

Existem no entanto, e abrangendo a área em estudo, outros instrumentos <strong>de</strong> gestão<br />

territorial com eficácia legal, tal como a seguir se apresenta.<br />

Faremos ain<strong>da</strong> referência a outros <strong>plano</strong>s e estudos que, e apesar <strong>de</strong> não terem eficácia<br />

legal, acabam por se constituir como instrumentos <strong>de</strong> referência importantes para a área<br />

em estudo.<br />

6<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Deste modo, temos:<br />

1.2.4.1 Planos <strong>de</strong> Âmbito Nacional<br />

‣ O Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go (PBHRM)<br />

(Decreto Regulamentar n.º 9/2002 <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Março)<br />

O Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go correspon<strong>de</strong> a um <strong>plano</strong> sectorial sendo<br />

a sua elaboração e aprovação <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros.<br />

Entrou em vigor em Março <strong>de</strong> 2002 e tem um prazo <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong> 8 anos.<br />

Correspon<strong>de</strong>, na escala hierárquica, a um <strong>plano</strong> <strong>de</strong> nível superior, <strong>de</strong>vendo as normas<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s neste <strong>plano</strong>, ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s em todos os instrumentos <strong>de</strong> planeamento e<br />

or<strong>de</strong>namento do território, nomea<strong>da</strong>mente nos <strong>plano</strong>s especiais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento, nos<br />

<strong>plano</strong>s regionais e nos <strong>plano</strong>s municipais.<br />

Inci<strong>de</strong>, territorialmente, sobre a bacia hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go e as ribeiras <strong>da</strong> costa<br />

atlântica dos concelhos <strong>de</strong> Figueira <strong>da</strong> Foz e Pombal. Abrange 36 concelhos <strong>da</strong> Região<br />

Centro (incluindo os 6 concelhos integrados no POAA) e as Sub-regiões do Baixo<br />

Mon<strong>de</strong>go, Beira Interior Norte, Dão-Lafões, Pinhal Interior Norte e Serra <strong>da</strong> Estrela.<br />

“Visa-se, através do presente PBH do Mon<strong>de</strong>go, apresentar um diagnóstico <strong>da</strong> situação<br />

existente nesta bacia hidrográfica, <strong>de</strong>finir os objectivos ambientais <strong>de</strong> curto, médio e<br />

longo prazos, <strong>de</strong>linear propostas <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s e acções e estabelecer a programação<br />

física, financeira e institucional <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s e acções selecciona<strong>da</strong>s, tendo em vista a<br />

prossecução <strong>de</strong> uma política coerente, eficaz e consequente <strong>de</strong> recursos hídricos, bem<br />

como <strong>de</strong>finir normas <strong>de</strong> orientação com vista ao cumprimento dos objectivos<br />

enunciados.” (Decreto Regulamentar n.º 9/2002 <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Março).<br />

‣ Planos Regionais <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Florestal (PROF)<br />

(Decreto-Lei n.º 204/99 <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Junho e Resolução <strong>de</strong> Conselho <strong>de</strong> Ministros n.º 118/ 2000 <strong>de</strong><br />

13 <strong>de</strong> Setembro)<br />

“Os PROF são instrumentos <strong>de</strong> política sectorial que inci<strong>de</strong>m exclusivamente sobre os<br />

espaços florestais (…) e estabelecem normas específicas <strong>de</strong> intervenção sobre a<br />

ocupação e utilização florestal <strong>de</strong>stes espaços, <strong>de</strong> modo a promover e garantir a<br />

produção sustenta<strong>da</strong> do conjunto <strong>de</strong> bens e serviços a eles associados, na salvaguar<strong>da</strong><br />

dos objectivos <strong>da</strong> política florestal nacional”.(…) “Em caso <strong>de</strong> sobreposição <strong>de</strong> áreas<br />

abrangi<strong>da</strong>s pelos PROF e por <strong>plano</strong>s especiais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território, os PROF<br />

integrarão as disposições neles conti<strong>da</strong>s relativamente à ocupação e utilização florestal<br />

<strong>de</strong> faixas ou áreas <strong>de</strong> protecção especial” (Decreto-Lei n.º 204/99 <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Junho –<br />

Artigo 5º).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

7


Dado que a área em estudo se distribui por três sub-regiões, esta passa a estar<br />

abrangi<strong>da</strong> por três <strong>plano</strong>s, os quais se encontram em elaboração. A 1ª fase (respeitante à<br />

Base <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento) foi entregue no final <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2004, para apreciação, à<br />

Direcção Geral dos Recursos Florestais. De acordo com informação recente (Março <strong>de</strong><br />

2005) a 2ª Fase do Plano já foi entregue e encontra-se em apreciação na DGRF.<br />

Assim temos:<br />

• O Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Florestal do Centro Litoral, que abrange 25<br />

concelhos (entre os quais o Concelho <strong>de</strong> Penacova) coinci<strong>de</strong>ntes com três Subregiões:<br />

Baixo-Vouga, Baixo Mon<strong>de</strong>go e Pinhal Litoral.<br />

• O Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Florestal <strong>de</strong> Dão-Lafões, que abrange 15<br />

concelhos integrados na Sub-região <strong>de</strong> Dão-Lafões, entre os quais os<br />

concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la;<br />

• O Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Florestal do Pinhal Interior Norte, que<br />

abrange 14 concelhos coinci<strong>de</strong>ntes com a Sub-região do Pinhal Interior Norte, e<br />

on<strong>de</strong> está integrado o Concelho <strong>de</strong> Tábua.<br />

Nesses três <strong>plano</strong>s, a Albufeira <strong>da</strong> Aguieira é pontualmente referencia<strong>da</strong> nomea<strong>da</strong>mente<br />

no capítulo referente aos sistemas hídricos, fazendo-se por vezes referência, ao Plano <strong>de</strong><br />

Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Aguieira.<br />

1.2.4.2 Planos <strong>de</strong> Âmbito Regional<br />

‣ Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território para a Zona Envolvente <strong>da</strong>s<br />

Barragens <strong>da</strong> Aguieira, Coiço e Fronhas (PROZAG)<br />

(Decreto Regulamentar n.º 22/92 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Setembro)<br />

O PROZAG correspon<strong>de</strong> a um <strong>plano</strong> <strong>de</strong> âmbito regional que entrou em vigor em<br />

Setembro <strong>de</strong> 1992. Dado que possuía um prazo <strong>de</strong> vigência <strong>de</strong> 10 anos, a partir do ano<br />

<strong>de</strong> 2002 <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser vinculativo para os particulares, passando apenas a vincular as<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas.<br />

“ (…) a sua elaboração aten<strong>de</strong>u aos objectivos <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento equilibrado, procurando criar alternativas complementares à agricultura,<br />

sobretudo no campo do turismo, <strong>de</strong> forma a evitar o êxodo <strong>da</strong>s populações, aproveitando<br />

as <strong>albufeira</strong>s existentes e estabelecendo regras disciplinadoras do uso do solo, por forma<br />

a garantir o seu correcto aproveitamento.” (Decreto Regulamentar n.º 22/92 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong><br />

Setembro).<br />

Abrange parte do concelho <strong>de</strong> Arganil e ain<strong>da</strong>, parte <strong>de</strong> 5 concelhos integrados no POAA:<br />

Mortágua, Penacova, Santa Comba Dão, Carregal do Sal e Tábua.<br />

8<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


De acordo com o trabalho até agora <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> contacto com as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

municipais, <strong>de</strong>tectámos que o PROZAG correspon<strong>de</strong>u a um instrumento <strong>de</strong> planeamento<br />

fun<strong>da</strong>mental para esta área, gerando inúmeras expectativas nos concelhos em causa.<br />

O seu impacto na área em estudo foi, e é ain<strong>da</strong> hoje, particularmente importante <strong>da</strong>í que,<br />

apesar <strong>de</strong> se ter ultrapassado o seu período <strong>de</strong> vigência, continua a ser referenciado e é<br />

indicativo em termos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território.<br />

As suas disposições foram integra<strong>da</strong>s nos <strong>plano</strong>s directores municipais dos concelhos<br />

abrangidos e algumas <strong>de</strong>ssas disposições estão ain<strong>da</strong> hoje a ser adopta<strong>da</strong>s na revisão<br />

dos mesmos.<br />

Permanecem, sobretudo, as <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s “Zonas Preferenciais <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Turístico” (ou ZPDT), correspon<strong>de</strong>ndo estas, “(…) às áreas com melhores condições<br />

físicas, <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, para fins<br />

recreativos e <strong>de</strong> lazer (…)” (Regulamento do PROZAG, Artigo 20º).<br />

‣ Plano Regional <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do Território do Centro Litoral (PROT-CL)<br />

Este <strong>plano</strong> não se encontra ratificado não se constituindo, por esse motivo, como um<br />

<strong>plano</strong> eficaz.<br />

Abrange 25 concelhos <strong>da</strong> Região Centro respeitantes às Sub-regiões do Baixo-Vouga,<br />

Baixo-Mon<strong>de</strong>go e Pinhal Litoral, integrando, e no que diz respeito à área em estudo do<br />

POAA, apenas o Concelho <strong>de</strong> Penacova.<br />

Em termos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território, este concelho, integra-se numa <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

“faixa interior” estabelecendo-se como prioritário (nesse documento) a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

evitar a sua <strong>de</strong>scaracterização urbana e a transformação do centro urbano em dormitório<br />

<strong>de</strong> Coimbra. È ain<strong>da</strong> apontado como prioritário o aproveitamento <strong>da</strong>s potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

turísticas <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s e aprova<strong>da</strong>s no âmbito do PROZAG.<br />

1.2.4.3 Planos <strong>de</strong> Âmbito Municipal<br />

‣ Planos Directores Municipais (PDM)<br />

Todos os <strong>plano</strong>s directores municipais foram ratificados durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 (entre<br />

1993 e 1994), encontrando-se, por esse motivo, já revistos, ou em processo <strong>de</strong> revisão.<br />

Exceptua-se o caso do PDM <strong>de</strong> Penacova que, tendo sido ratificado em 1999, se<br />

encontra em vigor.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

9


Para os restantes concelhos integrados na área em estudo, a situação dos respectivos<br />

PDM’s é a seguinte:<br />

- Carregal do Sal – o PDM foi revisto e aprovado em 2001;<br />

- Santa Comba Dão – o PDM foi revisto e aprovado em 2002;<br />

- Os PDM´s <strong>de</strong> Mortágua, Tábua e Ton<strong>de</strong>la encontram-se em processo <strong>de</strong> revisão.<br />

No sentido <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à articulação do POAA com estes <strong>plano</strong>s, tem sido <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

particular atenção aos <strong>plano</strong>s em revisão no sentido <strong>de</strong> se conseguir articular as áreas<br />

temáticas abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s e para que, e na fase final <strong>de</strong> ambos os <strong>plano</strong>s, não resultem<br />

<strong>de</strong>sfasamentos ao nível <strong>da</strong>s opções <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento.<br />

‣ Outros <strong>plano</strong>s municipais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território<br />

Tal como já referido, o PROZAG <strong>de</strong>finiu um conjunto <strong>de</strong> “Zonas Preferenciais <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Turístico” (ZPDT), passando estas a estar integra<strong>da</strong>s nos instrumentos<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong>sses territórios municipais.<br />

Para essas Zonas, estabeleceu-se a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se submeterem a <strong>plano</strong>s <strong>de</strong><br />

pormenor e <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer a um conjunto <strong>de</strong> parâmetros, índices e condicionantes<br />

<strong>de</strong>finidos no Regulamento do PROZAG.<br />

Assim, e para a área integra<strong>da</strong> no POAA, o PROZAG <strong>de</strong>finiu 7 ZPDT (FIG. 2) que<br />

<strong>de</strong>veriam ter sido sujeitas a Planos <strong>de</strong> Pormenor. Apesar <strong>de</strong>sses <strong>plano</strong>s não terem sido<br />

implementados na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, importa referenciá-los.<br />

Assim temos:<br />

• Para o Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, estavam previstas 3 ZPDT:<br />

- Srª <strong>da</strong> Ribeira<br />

- Coval<br />

- Chamadouro/Alto dos Carrizes<br />

Para o Coval e Chamadouro não foram elaborados <strong>plano</strong>s <strong>de</strong> pormenor.<br />

A Srª <strong>da</strong> Ribeira correspon<strong>de</strong> a uma zona infraestrutura<strong>da</strong> <strong>de</strong> apoio às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

recreativas, que foi sujeita a um conjunto <strong>de</strong> intervenções isola<strong>da</strong>s sem <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

pormenor. Integra, e no conjunto <strong>da</strong> área em estudo, a única praia fluvial,<br />

classifica<strong>da</strong> pelo INAG (ver Anexo dos “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 –<br />

ficha 4.3).<br />

Para essa zona estão ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s algumas outras intenções como um<br />

conjunto turístico, aparthotel, apartamentos e moradias turísticas e um<br />

ancoradouro.<br />

10<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Para os restantes concelhos integrados na área em estudo, a situação dos respectivos<br />

PDM’s é a seguinte:<br />

- Carregal do Sal – o PDM foi revisto e aprovado em 2001;<br />

- Santa Comba Dão – o PDM foi revisto e aprovado em 2002;<br />

- Os PDM´s <strong>de</strong> Mortágua, Tábua e Ton<strong>de</strong>la encontram-se em processo <strong>de</strong> revisão.<br />

No sentido <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à articulação do POAA com estes <strong>plano</strong>s, tem sido <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

particular atenção aos <strong>plano</strong>s em revisão no sentido <strong>de</strong> se conseguir articular as áreas<br />

temáticas abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s e para que, e na fase final <strong>de</strong> ambos os <strong>plano</strong>s, não resultem<br />

<strong>de</strong>sfasamentos ao nível <strong>da</strong>s opções <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento.<br />

‣ Outros <strong>plano</strong>s municipais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território<br />

Tal como já referido, o PROZAG <strong>de</strong>finiu um conjunto <strong>de</strong> “Zonas Preferenciais <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Turístico” (ZPDT), passando estas a estar integra<strong>da</strong>s nos instrumentos<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong>sses territórios municipais.<br />

Para essas Zonas, estabeleceu-se a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se submeterem a <strong>plano</strong>s <strong>de</strong><br />

pormenor e <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer a um conjunto <strong>de</strong> parâmetros, índices e condicionantes<br />

<strong>de</strong>finidos no Regulamento do PROZAG.<br />

Assim, e para a área integra<strong>da</strong> no POAA, o PROZAG <strong>de</strong>finiu 7 ZPDT (FIG. 2) que<br />

<strong>de</strong>veriam ter sido sujeitas a Planos <strong>de</strong> Pormenor. Apesar <strong>de</strong>sses <strong>plano</strong>s não terem sido<br />

implementados na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, importa referenciá-los.<br />

Assim temos:<br />

• Para o Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, estavam previstas 3 ZPDT:<br />

- Srª <strong>da</strong> Ribeira<br />

- Coval<br />

- Chamadouro/Alto dos Carrizes<br />

Para o Coval e Chamadouro não foram elaborados <strong>plano</strong>s <strong>de</strong> pormenor.<br />

A Srª <strong>da</strong> Ribeira correspon<strong>de</strong> a uma zona infraestrutura<strong>da</strong> <strong>de</strong> apoio às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

recreativas, que foi sujeita a um conjunto <strong>de</strong> intervenções isola<strong>da</strong>s sem <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

pormenor. Integra, e no conjunto <strong>da</strong> área em estudo, a única praia fluvial,<br />

classifica<strong>da</strong> pelo INAG (ver Anexo dos “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 –<br />

ficha 4.3).<br />

Para essa zona estão ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s algumas outras intenções como um<br />

conjunto turístico, aparthotel, apartamentos e moradias turísticas e um<br />

ancoradouro.<br />

10<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


• Para o Concelho <strong>de</strong> Penacova estava prevista 1 ZPDT:<br />

- Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

O Plano <strong>de</strong> Pormenor <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira foi, recentemente, aprovado.<br />

(Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros nº 44/2005, publica<strong>da</strong> no Diário <strong>da</strong><br />

República, I Série-B, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Março)<br />

Correspon<strong>de</strong> a um <strong>plano</strong> on<strong>de</strong> se prevê a construção <strong>de</strong> habitação (unifamiliar<br />

isola<strong>da</strong> e gemina<strong>da</strong>), <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> hoteleira e uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial. Integra<br />

ain<strong>da</strong> equipamentos <strong>de</strong> recreio e lazer (ver ponto 3.4.3.5).<br />

• Para o Concelho <strong>de</strong> Mortágua estavam previstas 3 ZPDT:<br />

- Falgaroso do Maio<br />

- Almacinha<br />

- Crafuncho<br />

Para Falgaroso do Maio e Almacinha não foram elaborados <strong>plano</strong>s <strong>de</strong> pormenor.<br />

Para a zona do Crafuncho foi aprovado um <strong>plano</strong> <strong>de</strong> pormenor que correspon<strong>de</strong><br />

ao “Empreendimento Turístico do Vale D’Aguieira”. Esse Empreendimento<br />

encontra-se em fase <strong>de</strong> conclusão <strong>da</strong>s obras (ver ponto 3.4.3.5).<br />

• Para o Concelho <strong>de</strong> Tábua e Carregal do Sal não foram <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s ZPDT.<br />

• Para o Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la, <strong>da</strong>do o seu afastamento ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água <strong>da</strong><br />

Albufeira e, por não estar integrado na área do PROZAG, não estão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s<br />

zonas <strong>de</strong>ste tipo.<br />

Deste modo, e concluindo, para as 7 ZPDT previstas no âmbito do PROZAG<br />

encontramos várias situações: uma <strong>de</strong>ssas zonas encontra-se em fase <strong>de</strong> finalização <strong>da</strong>s<br />

obras (Vale D’Aguieira), outra com o Plano <strong>de</strong> Pormenor recentemente aprovado<br />

(Barragem <strong>da</strong> Aguieira) e outra ain<strong>da</strong> em fase <strong>de</strong> projecto (Srª <strong>da</strong> Ribeira).<br />

As restantes ZPDT encontram-se expectantes.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

13


1.2.4.4 Outros Planos e Estudos<br />

‣ Plano Estratégico Integrado para o Desenvolvimento Turístico <strong>da</strong>s Albufeiras <strong>da</strong><br />

Aguieira, Fronhas e Coiço<br />

Correspon<strong>de</strong> a um estudo que se encontra em elaboração por uma empresa priva<strong>da</strong> para<br />

a Região <strong>de</strong> Turismo do Centro com o objectivo exclusivo <strong>de</strong> se constituir como suporte,<br />

para o futuro Plano Estratégico Integrado para o Desenvolvimento Turístico <strong>da</strong>s<br />

Albufeiras <strong>da</strong> Aguieira, Fronhas e Coiço.<br />

Esse estudo encontra-se em elaboração, estando prevista a sua conclusão para<br />

Março/Abril <strong>de</strong> 2005.<br />

‣ Recuperação Ambiental <strong>da</strong> Antiga Área Mineira do Vale <strong>da</strong> Abrutiga<br />

‣ Requalificação Ambiental <strong>da</strong>s Antigas Minas do Mon<strong>de</strong>go Sul<br />

Os estudos e propostas para a recuperação ambiental <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> minas estão em<br />

curso e surgem na sequência <strong>de</strong> um conjunto mais vasto <strong>de</strong> estudos elaborados pela<br />

empresa EXMIN – Companhia <strong>de</strong> Indústria e serviços Mineiros e Ambientais, S.A., à qual<br />

(e nos termos do Decreto-Lei n.º 198-A/2001, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Julho) foi atribuí<strong>da</strong> a concessão do<br />

exercício <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação ambiental <strong>da</strong>s áreas mineiras <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

De facto, <strong>de</strong> acordo com esse diploma “(…) Após várias déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> exercício <strong>da</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong> mineira em Portugal, constata-se que o exercício <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> gerou um<br />

passivo ambiental muito significativo, agravado, ain<strong>da</strong>, pelos riscos potenciais que a falta<br />

<strong>de</strong> um a<strong>de</strong>quado processo <strong>de</strong> recuperação ambiental <strong>da</strong>s áreas abrangi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong> trazer<br />

para as populações e para os ecossistemas envolventes.(…)”.<br />

Deste modo, e no âmbito <strong>de</strong>ssa concessão, a EXMIN realizou um primeiro diagnóstico<br />

ambiental para as 172 minas inventaria<strong>da</strong>s (o “Estudo Base para a Reabilitação <strong>de</strong> Áreas<br />

Mineiras Degra<strong>da</strong>s”) e proce<strong>de</strong>u ain<strong>da</strong> á elaboração <strong>de</strong> dois outros estudos,<br />

consi<strong>de</strong>rados prioritários.<br />

Um <strong>de</strong>sses estudos, o “Estudo Director dos Minérios Radioactivos”, referente às áreas<br />

mineiras do Grupo dos Minérios Radioactivos inventaria<strong>da</strong>s no País, contempla a Mina do<br />

Vale <strong>da</strong> Abrutiga e a Mina do Mon<strong>de</strong>go Sul (que se localizam na área em estudo) e prevê<br />

a concretização <strong>da</strong>s propostas para recuperação <strong>de</strong>ssas duas áreas.<br />

14<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


2. FASEAMENTO E METODOLOGIA<br />

Este <strong>plano</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento irá <strong>de</strong>senvolver-se ao longo <strong>de</strong> 4 fases, estando previsto para<br />

o efeito, um prazo <strong>de</strong> 12 meses, distribuídos <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

⇒ 1ª Fase) Estudos <strong>de</strong> Base (5 meses)<br />

⇒ 2ª Fase) Estudo Prévio <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento (3 meses)<br />

⇒ 3ª Fase) Projecto do POAA (3 meses)<br />

⇒ 4ª Fase) Preparação dos Elementos para Discussão Pública / Pon<strong>de</strong>ração<br />

<strong>de</strong>sses elementos / Entrega final do POAA (1 mês)<br />

Tal como já referido, o presente documento enquadrou-se na 1ª Fase <strong>de</strong> elaboração<br />

<strong>de</strong>ste Plano. Esta fase incluiu várias tarefas, tendo-se iniciado com a recolha <strong>de</strong><br />

informação necessária à caracterização não só <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong> intervenção (<strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

água e zona terrestre imediata <strong>de</strong> 500 metros) mas também, e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong>s áreas<br />

temáticas analisa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> uma envolvente mais vasta.<br />

Além <strong>da</strong> recolha bibliográfica, realizaram-se levantamentos <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>talhados (<strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> resultou uma amostra fotográfica com cerca 1700 fotografias) com o objectivo <strong>de</strong> se<br />

fazer um reconhecimento pormenorizado <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção e sua envolvente.<br />

Estabeleceram-se contactos com as câmaras municipais e com os técnicos <strong>de</strong>ssas<br />

mesmas câmaras envolvidos no processo <strong>de</strong> planeamento municipal, e contactaram-se<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s (públicas e priva<strong>da</strong>s) no sentido <strong>de</strong> tomarem conhecimento dos trabalhos em<br />

curso e <strong>de</strong> nos disponibilizarem a informação necessária. Esses contactos incluíram os<br />

técnicos integrados na Comissão Mista <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação.<br />

To<strong>da</strong> a informação recolhi<strong>da</strong> foi analisa<strong>da</strong>, avalia<strong>da</strong> e actualiza<strong>da</strong> sectorialmente <strong>de</strong><br />

forma a suprimir algumas lacunas <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s (ex.: <strong>da</strong>dos em falta, <strong>da</strong>dos<br />

<strong>de</strong>sactualizados, algumas incoerências), <strong>da</strong>ndo origem à elaboração <strong>de</strong> cartografia base<br />

(geral e sectorial) e <strong>de</strong> relatórios sectoriais.<br />

As áreas temáticas abor<strong>da</strong><strong>da</strong>s subdividiram-se em 8 temas fun<strong>da</strong>mentais, sendo a<br />

respectiva metodologia adopta<strong>da</strong> abor<strong>da</strong><strong>da</strong>, num ponto introdutório relativo a ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>de</strong>ssas áreas.<br />

Esses 8 temas abor<strong>da</strong>dos correspon<strong>de</strong>m a:<br />

1. Factores Biofísicos (on<strong>de</strong> são abor<strong>da</strong>dos os aspectos relativos ao clima, geologia,<br />

geomorfologia e solos);<br />

2. Factores Ecológicos (poluição orgânica, plâncton, flora, macroinvertebrados,<br />

ictiofauna, anfíbios e répteis, aves, mamíferos, zonas <strong>de</strong> importância<br />

conservacionista);<br />

3. Ocupação actual do solo (i<strong>de</strong>ntificando gran<strong>de</strong>s classes <strong>de</strong> uso);<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

15


4. Análise Socioeconómica (abor<strong>da</strong>ndo os aspectos populacionais e estrutura<br />

económica à escala concelhia e regional, concluindo com um diagnóstico estratégico);<br />

5. Análise Urbanística (abor<strong>da</strong>ndo os aspectos populacionais à escala local e realizando<br />

uma caracterização urbanística dos elementos urbanos <strong>de</strong>tectados na área em<br />

estudo com apresentação <strong>de</strong> fichas <strong>de</strong> levantamento. Integra ain<strong>da</strong> uma<br />

caracterização do património arqueológico e arquitectónico <strong>da</strong> área em estudo);<br />

6. Infraestruturas Urbanas (infraestruturas ferroviárias e rodoviárias, i<strong>de</strong>ntificando neste<br />

último caso, perfis, tipo e estado <strong>de</strong> conservação dos pavimentos e acessos ao <strong>plano</strong><br />

<strong>de</strong> água; infraestruturas hidráulicas e <strong>de</strong> saneamento básico, com <strong>de</strong>staque para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> poluição);<br />

7. Fontes <strong>de</strong> Poluição (on<strong>de</strong> são abor<strong>da</strong>dos as aspectos relacionados <strong>da</strong> poluição<br />

orgânica, contaminação microbiológica, por nutrientes, com matéria orgânica e ain<strong>da</strong><br />

os aspectos relacionados <strong>da</strong> poluição doméstica e industrial);<br />

8. Usos e Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Albufeira (com i<strong>de</strong>ntificação dos actuais e principais usos <strong>da</strong><br />

Albufeira);<br />

No âmbito <strong>de</strong>sta metodologia integraram-se as seguintes peças <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s:<br />

• Desenho 1 – Planta <strong>de</strong> Enquadramento<br />

• Desenho 2 – Altimetria<br />

• Desenho 3 – Declives<br />

• Desenho 4 – Exposições<br />

• Desenho 5 – Ocupação Actual do Solo<br />

• Desenho 6 – Zonas <strong>de</strong> Interesse Conservacionista<br />

• Desenho 7 – Acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais<br />

• Desenho 8 – Infraestruturas <strong>de</strong> Abastecimento e Saneamento<br />

• Desenho 9 – Eventuais Fontes <strong>de</strong> Poluição Pontual<br />

• Desenho 10 – Planta Actualiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> Condicionantes<br />

• Desenho 11 – Utilização Turístico-recreativa <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Além <strong>de</strong>ssas peças <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s, é apresentado um conjunto <strong>de</strong> documentos gráficos que<br />

ilustra e suporta este estudo.<br />

Preten<strong>de</strong>u-se, <strong>de</strong>sta forma, obter uma caracterização estrutural e funcional <strong>da</strong> área em<br />

estudo por forma a que, e na 2ª fase <strong>de</strong>ste <strong>plano</strong> (“Estudo Prévio <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento”), se<br />

conseguisse <strong>de</strong>terminar quais as condicionantes e potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s em presença, os<br />

pontos fortes e fracos, as ameaças e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s que são <strong>de</strong>terminantes<br />

para os futuros usos <strong>da</strong> Albufeira.<br />

16<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO<br />

3.1 Factores Biofísicos<br />

3.1.1 Clima<br />

3.1.1.1 Metodologia<br />

Neste ponto será realiza<strong>da</strong> uma abor<strong>da</strong>gem climatológica <strong>da</strong> área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong><br />

Aguieira, quer a nível regional, visando a caracterização dos principais elementos<br />

climáticos, quer a nível local, avaliando as características microclimáticas.<br />

Para esta caracterização, recorreu-se aos <strong>da</strong>dos do Instituto Nacional <strong>de</strong> Meteorologia e<br />

Geofísica.<br />

Ao nível <strong>da</strong> caracterização regional, a metodologia a seguir consistirá na:<br />

• Localização <strong>da</strong>s estações meteorológicas na área envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong><br />

Aguieira e recolha <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> base;<br />

• Análise <strong>da</strong>s condições climáticas <strong>da</strong> estação mais representativa <strong>da</strong> região, com<br />

base nas variações mensais e anuais dos meteoros pertinentes (temperatura,<br />

precipitação, radiação solar e evaporação potencial, veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> do vento e<br />

outros);<br />

• Análise dos fenómenos específicos associados a condições meteorológicas<br />

particulares (ventos fortes, neblinas, nevoeiros, gea<strong>da</strong>s, etc.);<br />

• Elaboração e análise dos mapas <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> temperatura e distribuição <strong>da</strong><br />

precipitação na área em estudo.<br />

Para a elaboração dos mapas <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> temperatura média anual e <strong>da</strong>s<br />

temperaturas extremas e <strong>da</strong> precipitação foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s 7 estações meteorológicas<br />

e 11 estações udométricas numa envolvente mais alarga<strong>da</strong> que ultrapassa a zona <strong>de</strong><br />

protecção <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

As isolinhas <strong>da</strong>s variáveis a representar foram obti<strong>da</strong>s por interpolação linear a partir dos<br />

valores obtidos para ca<strong>da</strong> estação. Para isso, recorreu-se a um Sistema <strong>de</strong> Informação<br />

Geográfica.<br />

A nível local, preten<strong>de</strong>-se caracterizar os principais padrões microclimáticos, actualmente<br />

ocorrentes na área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira e envolvente, tendo em conta o relevo, a<br />

altitu<strong>de</strong>, a exposição e a localização.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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3.1.1.2 Caracterização Regional<br />

3.1.1.2.1 Enquadramento Climático<br />

De acordo com Daveau et al. (1985) a região é caracteriza<strong>da</strong> por Invernos frescos e<br />

Verões quentes, ou seja:<br />

• A temperatura mínima do mais frio varia entre 2º e 4º C, verificando-se durante<br />

15 a 30 dias por ano, temperaturas negativas;<br />

• A temperatura máxima do mês mais quente varia entre 29º e 32º C, verificandose<br />

durante 100 a 120 dias por ano, temperaturas máximas superiores a 25ºC.<br />

3.1.1.2.2 Meteorologia<br />

A informação meteorológica consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> para a elaboração <strong>da</strong> caracterização climática<br />

<strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira apresenta-se no quadro seguinte:<br />

Quadro 2 – Localização e Características <strong>da</strong>s Estações Meteorológicas<br />

Designação <strong>da</strong><br />

Estação<br />

Tipo Latitu<strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong><br />

Período <strong>de</strong><br />

Observação<br />

Altitu<strong>de</strong> (m)<br />

Almaça Udométrica 40º20’ 8º14’ 1961 – 1980 110<br />

Anadia Meteorológica 40º26’ 8º26’ 1951 – 1980 45<br />

Cal<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Felgueira Udométrica 40º29’ 7º52’ 1951 – 1980 200<br />

Campia Udométrica 40º40’ 8º14’ 1951 – 1980 474<br />

Caramulo Meteorológica 40º34’ 8º10’ 1951 – 1980 810<br />

Coimbra Meteorológica 40º12 8º25’ 1951 – 1980 141<br />

Coimbra / Bencanta Meteorológica 40º13’ 8º27’ 1951 – 1980 27<br />

Coja Udométrica 40º16’ 7º59’ 1951 – 1980 206<br />

Ermi<strong>da</strong> / Ton<strong>de</strong>la Udométrica 40º30’ 8º06’ 1951 – 1980 300<br />

Fajão Udométrica 40º09’ 7º56’ 1951 – 1980 700<br />

Góis Udométrica 40º09’ 8º08’ 1951 – 1980 190<br />

Lousã / Boavista Meteorológica 40º08’ 8º10’ 1965 – 1980 401<br />

Nelas Meteorológica 40º31 7º51’ 1955 – 1980 440<br />

Oliveira do Hospital Udométrica 40º22’ 7º52’ 1951 – 1980 480<br />

Penacova Udométrica 40º16’ 8º18’ 1951 – 1980 150<br />

Santa Comba Dão Meteorológica 40º43’ 7º53’ 1955 – 1980 628<br />

Serra <strong>da</strong> Muna Udométrica 40º24’ 8º09’ 1951 – 1980 250<br />

Viseu Udométrica 40º40’ 7º54’ 1951 – 1980 443<br />

Fonte: INMG<br />

18<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as estações apresenta<strong>da</strong>s no quadro anterior para a elaboração dos<br />

mapas <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> temperatura e distribuição <strong>da</strong> precipitação.<br />

Para efeitos <strong>de</strong> caracterização climatológica <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo, tomou-se como<br />

referência, a Estação Meteorológica <strong>de</strong> Nelas e a Estação Udométrica <strong>de</strong> Almaça por<br />

apresentarem características mais representativas para a área em estudo, não só ao<br />

nível <strong>da</strong> análise dos parâmetros <strong>da</strong> temperatura do ar, como <strong>da</strong> precipitação, humi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

insolação e evaporação, regime <strong>de</strong> ventos, nevoeiros e nebulosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, orvalho e gea<strong>da</strong>,<br />

granizo e que<strong>da</strong> <strong>de</strong> neve.<br />

3.1.1.2.3 Temperatura<br />

A temperatura média anual regista<strong>da</strong> na Estação Climatológica <strong>de</strong> Nelas é <strong>de</strong> 13,6ºC,<br />

sendo a temperatura média do mês mais frio <strong>de</strong> 7,8ºC, em Dezembro e a do mês mais<br />

quente <strong>de</strong> 20,8ºC, em Julho e Agosto. Estes valores e a amplitu<strong>de</strong> térmica média (13ºC)<br />

traduzem o carácter pouco mo<strong>de</strong>rado do clima.<br />

As temperaturas médias, mínimas e máximas, regista<strong>da</strong>s nesta estação são <strong>de</strong>,<br />

respectivamente, 3,3ºC, no mês <strong>de</strong> Dezembro e <strong>de</strong> 28,5ºC no mês <strong>de</strong> Agosto. Os valores<br />

mínimos e máximos absolutos são <strong>de</strong> –6,5ºC em Fevereiro, e <strong>de</strong> 39,2ºC, em Julho,<br />

respectivamente.<br />

Anualmente, o número <strong>de</strong> dias com temperatura mínima inferior a 0,0ºC é <strong>de</strong> 15,2 e com<br />

temperatura máxima superior a 25,0ºC <strong>de</strong> 88.<br />

Na FIG. 3, apresenta-se o gráfico termo-pluviométrico <strong>da</strong> Estação Climatológica <strong>de</strong><br />

Nelas.<br />

200<br />

175<br />

150<br />

125<br />

100<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.<br />

MÊS<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

PRECIPITAÇÃO (mm)<br />

TEMPERATURA (ºC)<br />

FIG. 3 – Gráfico Termo-Pluviométrico<br />

(Estação Meteorológica <strong>de</strong> Nelas – 1951-1980)<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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No mapa <strong>da</strong> Distribuição <strong>da</strong> Temperatura Média Anual (FIG. 4) verifica-se uma forte<br />

influência <strong>da</strong> Serra do Caramulo na área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, com uma diminuição<br />

média <strong>de</strong> 1ºC. Esta situação po<strong>de</strong>rá igualmente ocorrer <strong>de</strong>vido à confluência <strong>de</strong> cursos<br />

<strong>de</strong> água importantes (rio Dão, rio Mon<strong>de</strong>go e rio Criz), originando uma amenização média<br />

<strong>da</strong>s temperaturas.<br />

No período consi<strong>de</strong>rado mais quente (Junho, Julho e Agosto), como se po<strong>de</strong> ver na<br />

FIG. 4, estima-se uma “ilha” <strong>de</strong> frescura na área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira pelos motivos<br />

referidos anteriormente, inerentes à confluência <strong>de</strong> três rios, os quais através <strong>de</strong>ssa<br />

gran<strong>de</strong> superfície húmi<strong>da</strong> conseguem introduzir um efeito mo<strong>de</strong>rador no clima.<br />

Tal como se po<strong>de</strong> verificar (FIG. 4), as temperaturas médias dos meses mais quentes na<br />

área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ron<strong>da</strong>m os 17º a 18º C, correspon<strong>de</strong>ndo a temperaturas<br />

inferiores às <strong>da</strong> envolvente. Na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos rios Mon<strong>de</strong>go e rio Dão, essas<br />

temperaturas registam um ligeiro acréscimo (18º a 19º).<br />

No período mais fresco do ano (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) as temperaturas ron<strong>da</strong>m<br />

os 7º a 8º C, verificando-se um aumento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1 a 2ºC para montante <strong>da</strong> Albufeira,<br />

aproxima<strong>da</strong>mente na confluência do rio Criz com o rio Dão.<br />

Neste mapa <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> temperatura média mensal do período mais frio (FIG. 4),<br />

verifica-se o efeito <strong>da</strong> continentali<strong>da</strong><strong>de</strong> com a diminuição <strong>da</strong>s temperaturas para montante<br />

<strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ou seja, para o interior do país.<br />

3.1.1.2.4 Precipitação<br />

A precipitação média anual regista<strong>da</strong> na Estação Meteorológica <strong>de</strong> Nelas é <strong>de</strong><br />

1 167,1 mm e <strong>da</strong> Estação Udométrica <strong>de</strong> Almaça é <strong>de</strong> 1 152,7 mm, sendo estas<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as mais representativas na área <strong>de</strong> influência <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Na estação Meteorológica <strong>de</strong> Almaça, verifica-se a ocorrência <strong>de</strong> apenas dois meses<br />

secos (Julho e Agosto) com precipitações inferiores a 50 mm. A maior concentração <strong>de</strong><br />

precipitação verifica-se no mês <strong>de</strong> Janeiro (179,3 mm) e a mínima em Julho (13,4 mm). O<br />

valor máximo diário foi <strong>de</strong> 87,0 mm, registado em Junho.<br />

A FIG. 5, representa a distribuição <strong>da</strong> precipitação média mensal verifica<strong>da</strong> na estação <strong>de</strong><br />

Udométrica <strong>de</strong> Almaça. Aí verifica-se a ocorrência <strong>de</strong> três meses secos (Julho, Agosto e<br />

Setembro) com precipitações inferiores a 50 mm. A maior concentração <strong>de</strong> precipitação<br />

verifica-se no mês <strong>de</strong> Janeiro (183,0 mm) e a mínima em Julho (13,4 mm). O valor<br />

máximo diário foi <strong>de</strong> 103,5 mm, registado em Janeiro.<br />

20<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


No mapa <strong>da</strong> Distribuição <strong>da</strong> Temperatura Média Anual (FIG. 4) verifica-se uma forte<br />

influência <strong>da</strong> Serra do Caramulo na área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, com uma diminuição<br />

média <strong>de</strong> 1ºC. Esta situação po<strong>de</strong>rá igualmente ocorrer <strong>de</strong>vido à confluência <strong>de</strong> cursos<br />

<strong>de</strong> água importantes (rio Dão, rio Mon<strong>de</strong>go e rio Criz), originando uma amenização média<br />

<strong>da</strong>s temperaturas.<br />

No período consi<strong>de</strong>rado mais quente (Junho, Julho e Agosto), como se po<strong>de</strong> ver na<br />

FIG. 4, estima-se uma “ilha” <strong>de</strong> frescura na área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira pelos motivos<br />

referidos anteriormente, inerentes à confluência <strong>de</strong> três rios, os quais através <strong>de</strong>ssa<br />

gran<strong>de</strong> superfície húmi<strong>da</strong> conseguem introduzir um efeito mo<strong>de</strong>rador no clima.<br />

Tal como se po<strong>de</strong> verificar (FIG. 4), as temperaturas médias dos meses mais quentes na<br />

área <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ron<strong>da</strong>m os 17º a 18º C, correspon<strong>de</strong>ndo a temperaturas<br />

inferiores às <strong>da</strong> envolvente. Na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos rios Mon<strong>de</strong>go e rio Dão, essas<br />

temperaturas registam um ligeiro acréscimo (18º a 19º).<br />

No período mais fresco do ano (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) as temperaturas ron<strong>da</strong>m<br />

os 7º a 8º C, verificando-se um aumento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1 a 2ºC para montante <strong>da</strong> Albufeira,<br />

aproxima<strong>da</strong>mente na confluência do rio Criz com o rio Dão.<br />

Neste mapa <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> temperatura média mensal do período mais frio (FIG. 4),<br />

verifica-se o efeito <strong>da</strong> continentali<strong>da</strong><strong>de</strong> com a diminuição <strong>da</strong>s temperaturas para montante<br />

<strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira ou seja, para o interior do país.<br />

3.1.1.2.4 Precipitação<br />

A precipitação média anual regista<strong>da</strong> na Estação Meteorológica <strong>de</strong> Nelas é <strong>de</strong><br />

1 167,1 mm e <strong>da</strong> Estação Udométrica <strong>de</strong> Almaça é <strong>de</strong> 1 152,7 mm, sendo estas<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as mais representativas na área <strong>de</strong> influência <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Na estação Meteorológica <strong>de</strong> Almaça, verifica-se a ocorrência <strong>de</strong> apenas dois meses<br />

secos (Julho e Agosto) com precipitações inferiores a 50 mm. A maior concentração <strong>de</strong><br />

precipitação verifica-se no mês <strong>de</strong> Janeiro (179,3 mm) e a mínima em Julho (13,4 mm). O<br />

valor máximo diário foi <strong>de</strong> 87,0 mm, registado em Junho.<br />

A FIG. 5, representa a distribuição <strong>da</strong> precipitação média mensal verifica<strong>da</strong> na estação <strong>de</strong><br />

Udométrica <strong>de</strong> Almaça. Aí verifica-se a ocorrência <strong>de</strong> três meses secos (Julho, Agosto e<br />

Setembro) com precipitações inferiores a 50 mm. A maior concentração <strong>de</strong> precipitação<br />

verifica-se no mês <strong>de</strong> Janeiro (183,0 mm) e a mínima em Julho (13,4 mm). O valor<br />

máximo diário foi <strong>de</strong> 103,5 mm, registado em Janeiro.<br />

20<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Comparando a Estação <strong>de</strong> Almaça com a Estação <strong>de</strong> Nelas (localiza<strong>da</strong> a montante <strong>da</strong><br />

Albufeira <strong>da</strong> Aguieira) verifica-se que esta última regista uma precipitação ligeiramente<br />

superior e um menor número <strong>de</strong> meses consi<strong>de</strong>rados secos.<br />

200<br />

175<br />

150<br />

125<br />

100<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.<br />

MÊS<br />

FIG. 5 – Gráfico Pluviométrico<br />

(Estação Meteorológica <strong>de</strong> Almaça – 1961-1980)<br />

A precipitação em Portugal Continental é fortemente condiciona<strong>da</strong> pela orografia. No<br />

mapa <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong> precipitação na área envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Agueira (FIG. 7)<br />

verifica-se um aumento <strong>da</strong> precipitação condiciona<strong>da</strong> pela Serra do Caramulo, Serra do<br />

Buçaco e Serra <strong>da</strong> Lousã. A Albufeira <strong>da</strong> Aguieira localiza-se numa área <strong>de</strong>primi<strong>da</strong><br />

correspon<strong>de</strong>ndo a uma baixa com precipitações inferiores à envolvente.<br />

Na área <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> a precipitação média anual varia entre 800 e 1 200 mm, com<br />

aumento para montante do rio Criz em direcção à Serra do Caramulo.<br />

Quanto à precipitação média mensal verifica-se, e em termos médios, uma pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

entre 80 e 100 mm, com um aumento em direcção à Serra do Caramulo.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

23


3.1.1.2.5 Humi<strong>da</strong><strong>de</strong>, insolação e evaporação<br />

A humi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média do ar, observa<strong>da</strong> na estação <strong>de</strong> Nelas regista o seu mínimo<br />

diurno durante o período <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, uma vez que estes valores variam na razão inversa <strong>da</strong><br />

temperatura, enquanto que por outro lado, o arrefecimento nocturno provoca um aumento<br />

do valor <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />

Os valores médios mínimos <strong>da</strong> humi<strong>da</strong><strong>de</strong> observados na estação <strong>de</strong> Nelas variam entre<br />

77% e 71%.<br />

Na FIG. 6 representa-se a variação anual <strong>da</strong> humi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média do ar, observa<strong>da</strong><br />

na referi<strong>da</strong> estação.<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.<br />

MÊS<br />

6 horas 18 horas<br />

Fonte: INMG<br />

FIG. 6 – Humi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa do Ar<br />

No que diz respeito à insolação, verifica-se que os valores mínimos mensal, máximo<br />

mensal e total anual são, respectivamente <strong>de</strong> 120,1 (Janeiro), 320,7 (Julho) e<br />

2448,3 (anual) horas.<br />

Em relação à evaporação, constata-se que os valores mais elevados <strong>de</strong>ste parâmetro<br />

acontecem nos períodos com temperaturas superiores. Os valores <strong>de</strong> evaporação<br />

mínimo mensal, máximo mensal e total anual são, respectivamente <strong>de</strong> 42,3 mm<br />

(Dezembro), 187,1 mm (Agosto) e 1 233,1 mm (anual).<br />

24<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.1.1.2.5 Humi<strong>da</strong><strong>de</strong>, insolação e evaporação<br />

A humi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média do ar, observa<strong>da</strong> na estação <strong>de</strong> Nelas regista o seu mínimo<br />

diurno durante o período <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, uma vez que estes valores variam na razão inversa <strong>da</strong><br />

temperatura, enquanto que por outro lado, o arrefecimento nocturno provoca um aumento<br />

do valor <strong>de</strong>ste parâmetro.<br />

Os valores médios mínimos <strong>da</strong> humi<strong>da</strong><strong>de</strong> observados na estação <strong>de</strong> Nelas variam entre<br />

77% e 71%.<br />

Na FIG. 6 representa-se a variação anual <strong>da</strong> humi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa média do ar, observa<strong>da</strong><br />

na referi<strong>da</strong> estação.<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.<br />

MÊS<br />

6 horas 18 horas<br />

Fonte: INMG<br />

FIG. 6 – Humi<strong>da</strong><strong>de</strong> Relativa do Ar<br />

No que diz respeito à insolação, verifica-se que os valores mínimos mensal, máximo<br />

mensal e total anual são, respectivamente <strong>de</strong> 120,1 (Janeiro), 320,7 (Julho) e<br />

2448,3 (anual) horas.<br />

Em relação à evaporação, constata-se que os valores mais elevados <strong>de</strong>ste parâmetro<br />

acontecem nos períodos com temperaturas superiores. Os valores <strong>de</strong> evaporação<br />

mínimo mensal, máximo mensal e total anual são, respectivamente <strong>de</strong> 42,3 mm<br />

(Dezembro), 187,1 mm (Agosto) e 1 233,1 mm (anual).<br />

24<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.1.1.2.6 Nevoeiro e nebulosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Na área em estudo não é significativa a ocorrência <strong>de</strong> nevoeiros. A pouca frequência<br />

<strong>de</strong>ste fenómeno é <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> essencialmente, ao grau <strong>de</strong> continentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região. De<br />

acordo com os valores registados na estação <strong>de</strong> Nelas, o mínimo <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> nevoeiro por<br />

ano é, em média, <strong>de</strong> 26,3.<br />

Na FIG. 8, apresenta-se a variação anual <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> nevoeiro, expresso em<br />

número <strong>de</strong> dias/mês, na estação climatológica <strong>de</strong> Nelas.<br />

NEVOEIRO nº <strong>de</strong> dias/mês<br />

Nevoeiro (nº <strong>de</strong> dias/mês)<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.<br />

Mês<br />

NEVOEIRO nº <strong>de</strong> dias/mês<br />

Fonte: INMG<br />

FIG. 8 – Número <strong>de</strong> Dias com Nevoeiro<br />

A nebulosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> região é média, tendo-se verificado na estação meteorológica <strong>de</strong><br />

Nelas para o período consi<strong>de</strong>rado, que em cerca <strong>de</strong> 36% dos dias do ano 8/10, ou mais,<br />

do céu se encontram encobertos. No que respeita às situações <strong>de</strong> céu praticamente<br />

limpo, ocorreram em, aproxima<strong>da</strong>mente, 33 % dos dias do ano. Os meses mais<br />

nebulosos encontram-se compreendidos entre Outubro e Maio.<br />

3.1.1.2.7 Orvalho e gea<strong>da</strong><br />

Na Estação Climatológica consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> não existem registos relativos ao orvalho. A região<br />

em estudo caracteriza-se por alguns períodos <strong>de</strong> gea<strong>da</strong>, verificando-se a sua ocorrência<br />

durante 26,4 dias por ano.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

27


3.1.1.2.8 Granizo e que<strong>da</strong> <strong>de</strong> neve<br />

Na Estação Climatológica <strong>de</strong> Nelas verifica-se, anualmente, a que<strong>da</strong> <strong>de</strong> granizo em<br />

1,6 dias, reparti<strong>da</strong> por 8 meses.<br />

No que respeita à que<strong>da</strong> <strong>de</strong> neve, esta verifica-se durante 1,2 dias ao longo do ano,<br />

distribuí<strong>da</strong> por 5 meses.<br />

3.1.1.2.9 Regime <strong>de</strong> ventos<br />

Os ventos dominantes, na Estação Climatológica <strong>de</strong> Nelas, são predominantemente do<br />

quadrante Sudoeste (36,7%), seguindo-se em importância o quadrante Nor<strong>de</strong>ste (18,1%).<br />

Em termos <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s médias, os registos mais elevados são <strong>de</strong> 14,3 km/h,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo ao quadrante Nor<strong>de</strong>ste.<br />

A média anual <strong>da</strong> frequência <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> calmarias (em que a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> do vento é<br />

inferior a 1 km/h) é <strong>de</strong> 2,0%, registando-se, por ano, 2,6 dias com ventos com veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

igual ou superior a 36,0 km/h.<br />

Na FIG. 9, apresenta-se a rosa dos ventos relativa à Estação Climatológica <strong>de</strong> Nelas com<br />

indicação <strong>da</strong> frequência e veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> média dos ventos.<br />

W<br />

NW<br />

N<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

NE<br />

E<br />

\<br />

SW<br />

SE<br />

S<br />

FREQUÊNCIA (%)<br />

VELOCIDADE (km/h)<br />

Fonte: INMG<br />

FIG. 9 – Frequência e Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> Média dos Ventos para Ca<strong>da</strong> Rumo<br />

(Estação Climatológica <strong>de</strong> Nelas)<br />

28<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.1.1.3 Caracterização Microclimática<br />

A maioria dos fenómenos climáticos observados resultam, essencialmente, <strong>da</strong>s<br />

condições morfológicas e <strong>da</strong> tipologia do uso do solo, e <strong>da</strong> influência <strong>de</strong>stes factores na<br />

manifestação dos diferentes meteoros, influenciando pequenas variações dos elementos<br />

climáticos em diferentes locais <strong>da</strong> região.<br />

Os sistemas atmosféricos <strong>de</strong> circulação à escala local/regional estão niti<strong>da</strong>mente<br />

relacionados com o relevo originando ventos do tipo Fönh ou fenómenos <strong>de</strong> canalização<br />

e ain<strong>da</strong> fenómenos <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> ar frio ou baixas, origina<strong>da</strong>s por contrastes térmicos<br />

locais, sendo ventos <strong>de</strong> carácter cíclico, comportando-se como um sistema fechado.<br />

A morfologia <strong>da</strong> região condiciona as massas <strong>de</strong> ar marítimas, funcionando como uma<br />

barreira aos principais fluxos provenientes <strong>de</strong> Norte e Noroeste.<br />

De facto, o alinhamento montanhoso, <strong>de</strong> orientação Nor<strong>de</strong>ste – Sudoeste, constituído<br />

principalmente pelas Serras do Caramulo e Arado impe<strong>de</strong>m a progressão dos fluxos<br />

marítimos, obrigando-os a subir. Este fenómeno vai originar nebulosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vertente nas<br />

encostas localiza<strong>da</strong>s a Oeste e a Norte expostas a estes fluxos, ficando a área em estudo<br />

abriga<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua influência com repercussões numa menor pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No entanto, <strong>de</strong>vido às características morfológicas <strong>da</strong> região está associado o nevoeiro<br />

<strong>de</strong> irradiação <strong>da</strong>s baixas continentais. Este fenómeno ocorre sobretudo durante as noites<br />

límpi<strong>da</strong>s e frias, do tipo anticiclónico durante o Outono até à Primavera.<br />

O nevoeiro <strong>de</strong> irradiação fica limitado, a maior parte <strong>da</strong>s vezes, às baixas on<strong>de</strong> se<br />

acumula o ar frio. Esta acumulação resulta tanto <strong>da</strong> irradiação local como do <strong>de</strong>slize, ao<br />

longo <strong>da</strong>s vertentes, do ar arrefecido e <strong>de</strong>nso. É especialmente frequente e espesso no<br />

fundo dos vales.<br />

A área em estudo insere-se numa gran<strong>de</strong> plataforma aplana<strong>da</strong> circunscrita pela Serra do<br />

Caramulo, Serra <strong>da</strong> Ara<strong>da</strong>, Serra <strong>de</strong> Leomil, Serra <strong>de</strong> Montemuro, Serra <strong>da</strong> Lapa, Serra<br />

<strong>da</strong> Estrela, Serra <strong>da</strong> Lousã e Serra do Buçaco, o que potenciará a ocorrência <strong>de</strong>ste<br />

fenómeno ao longo dos vales do rio Mon<strong>de</strong>go, do rio Dão e do rio Criz.<br />

Com efeito, as massas <strong>de</strong> ar frio junto ao solo, em áreas próximas e <strong>de</strong> maior altitu<strong>de</strong><br />

movimentam-se lentamente <strong>de</strong>scendo as encostas e circulando ao longo dos vales, com<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s variáveis em função dos <strong>de</strong>clives, coberto vegetal, secção <strong>de</strong> vazão e<br />

temperatura <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> ar.<br />

Em situações climatológicas extremas, sobre a influência <strong>de</strong> anticiclones durante vários<br />

dias e temperaturas baixas, po<strong>de</strong>m surgir “lagos” <strong>de</strong> ar frio, fortemente estratificados em<br />

locais <strong>de</strong> estrangulamento <strong>da</strong>s massas <strong>de</strong> ar e fundos <strong>de</strong> vale. Estas massas <strong>de</strong> ar são<br />

responsáveis por um forte abaixamento <strong>da</strong>s temperaturas mínimas e a ocorrência <strong>de</strong><br />

nevoeiros <strong>de</strong>nsos e <strong>de</strong> difícil dissipação.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

29


Nas vertentes expostas a Norte e vales muito encaixados, a dissipação <strong>de</strong>stes nevoeiros<br />

é mais tardia, em geral após o meio dia, correspon<strong>de</strong>nte à parte montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong><br />

nos troços correspon<strong>de</strong>ntes ao rio Mon<strong>de</strong>go e Dão, por apresentarem um encaixe mais<br />

vigoroso e praticamente to<strong>da</strong> a margem esquer<strong>da</strong> do rio Dão com a exposição<br />

predominante a Norte como se po<strong>de</strong> verificar no Desenho 4 (“Exposições”).<br />

Face ao exposto, esta área apresenta potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s climáticas para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s turístico-recreativas, com temperaturas relativamente amenas no Verão e<br />

precipitação reduzi<strong>da</strong> po<strong>de</strong>ndo, no entanto, ocorrer neblinas matinais no início e fim do<br />

Verão.<br />

3.1.2 Geologia e Geomorfologia<br />

3.1.2.1 Metodologia<br />

Neste ponto será feita uma <strong>de</strong>scrição geológica e geomorfológica <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo e<br />

<strong>da</strong>s suas características litológicas e tectónicas.<br />

Para tal, recorreu-se à bibliografia e cartografia existentes sobre a região e trabalho <strong>de</strong><br />

campo. Da sua análise e integração resultaram assim, os seguintes pontos <strong>de</strong><br />

caracterização:<br />

- Geomorfologia: caracterização, enquadramento e <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s principais formas<br />

<strong>da</strong> área em estudo;<br />

- Litologia: i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s principais litologias presentes na área <strong>de</strong> estudo;<br />

- Tectónica: <strong>de</strong>scrição do sistema <strong>de</strong> falhas;<br />

- Recursos Minerais: i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> eventuais áreas <strong>de</strong> exploração e extracção.<br />

3.1.2.2 Geomorfologia<br />

Morfologicamente, esta região insere-se no Maciço Antigo, on<strong>de</strong> o relevo é condicionado<br />

pela litologia, tectónica e pela acção <strong>de</strong> agentes erosivos, sendo caracterizado por áreas<br />

aplana<strong>da</strong>s, mas on<strong>de</strong>, por vezes, surgem fortes <strong>de</strong>clives, <strong>de</strong>vido ao encaixe dos cursos<br />

<strong>de</strong> água mais importantes.<br />

No Maciço Antigo, os impulsos tectónicos reactivados durante a colisão Bética,<br />

originaram abatimentos e levantamentos que configuraram o relevo actual. Nas áreas <strong>de</strong><br />

maior estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> tectónica, resultaram extensos planaltos elevados, constituindo uma<br />

importante uni<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por Meseta Ibérica.<br />

30<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Nesta região, Norte <strong>da</strong> Beira, entre os Vales do Douro e do Mon<strong>de</strong>go, o relevo encontrase<br />

compartimentado pelos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Bragança-Unhais <strong>da</strong> Serra e Verín-Penacova, <strong>de</strong><br />

orientação NNE-SSW e origem tardi-hercínica que dividiram, em três sectores distintos, a<br />

superfície <strong>de</strong> aplanamento:<br />

• A Leste, a superfície <strong>da</strong> Meseta, está bem conserva<strong>da</strong>;<br />

• No sector intermédio, os planaltos centrais, o planalto <strong>da</strong> Nave e a plataforma do<br />

Mon<strong>de</strong>go;<br />

• A Oeste, um sector mais aci<strong>de</strong>ntado que compreen<strong>de</strong> a Serra do Caramulo e<br />

Montemuro, apresenta uma sucessão <strong>de</strong> níveis, relacionados com a amplitu<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>formações tectónicas.<br />

A área <strong>de</strong> estudo implanta-se no sector intermédio, mais precisamente na Plataforma do<br />

Mon<strong>de</strong>go, que é limita<strong>da</strong> a Sul pelo alinhamento montanhoso constituído pelas Serras <strong>da</strong><br />

Lousã, Açor e Estrela, a Oeste, pelo alinhamento montanhoso constituído pelas Serras<br />

<strong>da</strong> Freita, Caramulo e Buçaco, e a Norte pelas Serras Montemuro, Leomil, Lapa. Estes<br />

relevos constituem as gran<strong>de</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s geomorfológicas <strong>da</strong> região.<br />

A Serra do Caramulo, <strong>de</strong> natureza granítica, é um aci<strong>de</strong>nte geomorfológico importante na<br />

região, erguendo-se sob a forma <strong>de</strong> um Horst até cerca <strong>de</strong> 1 070 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, e cuja<br />

vertente oriental correspon<strong>de</strong> à imponente escarpa <strong>de</strong> falha Régua - Penacova.<br />

A re<strong>de</strong> hidrográfica apresenta-se condiciona<strong>da</strong> pela fracturação do maciço, originando<br />

vales <strong>de</strong> fractura especialmente conservados no maciço granítico, constituindo um traço<br />

fun<strong>da</strong>mental do mo<strong>de</strong>lado <strong>da</strong> região e on<strong>de</strong> encaixam os principais rios, nomea<strong>da</strong>mente<br />

os rios Dão e Mon<strong>de</strong>go.<br />

Na área em estudo não se distingue <strong>de</strong> forma evi<strong>de</strong>nte um padrão morfológico entre as<br />

duas litologias dominantes: granito e complexo xisto grauváquico.<br />

No entanto, na área granítica, verifica-se um maior encaixe dos principais cursos <strong>de</strong> água<br />

com vales mais estreitos, correspon<strong>de</strong>ndo aos rios Mon<strong>de</strong>go e Dão. Pontualmente<br />

surgem acumulações arenosas próprias dos granitos, originando pequenas praias<br />

fluviais, tal como se po<strong>de</strong> observar na fotografia seguinte.<br />

(Março.2004)<br />

Margem junto à Quinta do Rio Dão<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

31


Na área correspon<strong>de</strong>nte ao complexo xisto grauváquico o mo<strong>de</strong>lado é ligeiramente mais<br />

ondulado, em geral com acumulações <strong>de</strong> vertente constituí<strong>da</strong>s por calhaus angulosos <strong>de</strong><br />

matriz diversa, tal como se po<strong>de</strong> observar na foto seguinte.<br />

(Fev.2004)<br />

Zona a SE paredão <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Próximo <strong>da</strong> ribeira <strong>de</strong> S. Paio, na margem direita do rio Mon<strong>de</strong>go, os <strong>de</strong>clives são mais<br />

vigorosos, condicionados, provavelmente, pelo alinhamento <strong>de</strong> características<br />

quartzíticas existentes na proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

As diferenças morfológicas na área em estudo, embora aparentemente existentes, são<br />

pouco significativas, pois <strong>de</strong>vem-se essencialmente, à erosão diferencial dos principais<br />

materiais, apresentando os granitos uma menor resistência favorecendo, <strong>de</strong>sse modo, a<br />

meteorização.<br />

O principal agente erosivo na área em estudo é <strong>de</strong> origem hídrica, potenciado por<br />

algumas práticas agrícolas menos correctas, como a lavra perpendicularmente às curvas<br />

<strong>de</strong> nível e não segundo as curvas <strong>de</strong> nível.<br />

(Março.2004)<br />

Reflorestação, segundo as curvas <strong>de</strong> nível<br />

(Rio Mon<strong>de</strong>go, a Oeste <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira)<br />

32<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


No entanto, e ao nível <strong>da</strong> florestação e/ou reflorestação as praticas actualmente utiliza<strong>da</strong>s<br />

nesta zona cumprem, <strong>de</strong> um modo geral, esses requisitos, tal como se po<strong>de</strong> constatar na<br />

fotografia anterior (e mesmo através <strong>da</strong> fotografia aérea).<br />

A reflorestação feita segundo as curvas <strong>de</strong> nível, diminui a erosão potencial pela<br />

escorrência <strong>de</strong> materiais mais finos e sobretudo, após uma precipitação intensa, evita a<br />

escorrência <strong>de</strong> maiores cargas sóli<strong>da</strong>s na <strong>albufeira</strong>.<br />

A água actua <strong>de</strong> forma directa pela precipitação através do efeito splash <strong>da</strong>s gotas <strong>de</strong><br />

chuva no solo, originando uma <strong>de</strong>sagregação <strong>da</strong>s partículas mais finas e<br />

consequentemente o seu arrastamento e aumento <strong>da</strong> carga sóli<strong>da</strong> na <strong>albufeira</strong>. A<br />

reflorestação é, nestes casos, a acção minimizadora mais consistente para a redução<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> erosão.<br />

Outro tipo <strong>de</strong> erosão associado à precipitação está relacionado com os pontos <strong>de</strong><br />

convergência <strong>de</strong> escoamento superficial aumentando nesses pontos e a partir <strong>de</strong>les, a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte em função do seu cau<strong>da</strong>l.<br />

Esta situação será mais propícia no complexo xisto grauváquico com um maior<br />

escoamento superficial <strong>de</strong>vido à resistência dos materiais e meteorização em relação aos<br />

granitos. Estes, com maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água por se apresentarem mais<br />

meteorizados, diminuem o escoamento superficial.<br />

Como forma <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong>sta carga sóli<strong>da</strong>, será necessário favorecer o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vegetação ripícola.<br />

3.1.2.3 Litologia<br />

No contexto geotectónico, a região em estudo, insere-se na Sub-Zona do<br />

Douro-Beiras. A geologia regional caracteriza-se fun<strong>da</strong>mentalmente por maciços<br />

graníticos, <strong>de</strong> várias fácies e i<strong>da</strong><strong>de</strong>s, intruídos em formações metassedimentares.<br />

Assim, na área em estudo, a litologia é reparti<strong>da</strong> entre granitos e materiais <strong>de</strong> natureza<br />

metassedimentar <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> pré-câmbrica (FIG. 10).<br />

As diferentes litologias i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s na área em estudo são assim as seguintes:<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

33


‣ Formações do substrato:<br />

- Arcoses (Eocénico / Oligocénico)<br />

Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos assentam essencialmente sobre granitos, i<strong>de</strong>ntificando-se quatro<br />

afloramentos:<br />

• um, na margem esquer<strong>da</strong> do Mon<strong>de</strong>go,<br />

• dois, no rio Dão<br />

• e um <strong>de</strong> maior dimensão entre estes dois rios, na área <strong>de</strong> contacto entre os<br />

granitos e o complexo xisto-grauváquico.<br />

- Belasiano (Cenomaniano)<br />

Esta formação é constituí<strong>da</strong> por um complexo margo-calcário, tendo na sua base uma<br />

série arenítica.<br />

Esta formação é observa<strong>da</strong> na parte Sul <strong>da</strong> área em estudo, na margem esquer<strong>da</strong> do rio<br />

Dão.<br />

- Formação do Quartzito Armoricano (Ordovícico)<br />

Esta formação é constituí<strong>da</strong> por quartzito, conglomerados e xisto.<br />

Na área em estudo i<strong>de</strong>ntifica-se um afloramento na margem esquer<strong>da</strong> do rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

- Complexo Xisto-Grauváquico e séries metamórficas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s (Câmbrico)<br />

Este complexo xisto-grauváquico faz parte do maciço metamórfico.<br />

É constituído essencialmente por uma alternância <strong>de</strong> xistos e metagrauvaques, sendo<br />

também frequentes rochas do tipo metaquartzovaque, caracteriza<strong>da</strong>s pela sua eleva<strong>da</strong><br />

dureza e compaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Este afloramento tem maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na área em estudo, localizando-se na<br />

parte jusante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>.<br />

34<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


‣ Formações do substrato:<br />

- Arcoses (Eocénico / Oligocénico)<br />

Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos assentam essencialmente sobre granitos, i<strong>de</strong>ntificando-se quatro<br />

afloramentos:<br />

• um, na margem esquer<strong>da</strong> do Mon<strong>de</strong>go,<br />

• dois, no rio Dão<br />

• e um <strong>de</strong> maior dimensão entre estes dois rios, na área <strong>de</strong> contacto entre os<br />

granitos e o complexo xisto-grauváquico.<br />

- Belasiano (Cenomaniano)<br />

Esta formação é constituí<strong>da</strong> por um complexo margo-calcário, tendo na sua base uma<br />

série arenítica.<br />

Esta formação é observa<strong>da</strong> na parte Sul <strong>da</strong> área em estudo, na margem esquer<strong>da</strong> do rio<br />

Dão.<br />

- Formação do Quartzito Armoricano (Ordovícico)<br />

Esta formação é constituí<strong>da</strong> por quartzito, conglomerados e xisto.<br />

Na área em estudo i<strong>de</strong>ntifica-se um afloramento na margem esquer<strong>da</strong> do rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

- Complexo Xisto-Grauváquico e séries metamórficas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s (Câmbrico)<br />

Este complexo xisto-grauváquico faz parte do maciço metamórfico.<br />

É constituído essencialmente por uma alternância <strong>de</strong> xistos e metagrauvaques, sendo<br />

também frequentes rochas do tipo metaquartzovaque, caracteriza<strong>da</strong>s pela sua eleva<strong>da</strong><br />

dureza e compaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Este afloramento tem maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na área em estudo, localizando-se na<br />

parte jusante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>.<br />

34<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


- Maciço eruptivo granítico<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma formação com gran<strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na área em estudo,<br />

localizando-se na zona a montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>.<br />

Este maciço é constituído por granitos e granodioritos porfirói<strong>de</strong>s.<br />

A variação brusca do estado <strong>de</strong> alteração do maciço é verifica<strong>da</strong> através <strong>de</strong> alguns<br />

afloramentos mais compactos, sendo frequentemente observa<strong>da</strong>s alternâncias <strong>de</strong> rocha<br />

granítica pouco altera<strong>da</strong> com solos residuais e maciço <strong>de</strong>composto (saibros).<br />

Os maciços graníticos são cortados frequentemente por re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> filões <strong>de</strong> quartzo.<br />

- Rocha Filoniana<br />

Correspon<strong>de</strong>m a filões <strong>de</strong> quartzo e quartzo carbonatado. Na área em estudo<br />

i<strong>de</strong>ntificaram-se dois filões na margem esquer<strong>da</strong> do rio Mon<strong>de</strong>go com uma disposição<br />

paralela ao seu leito.<br />

3.1.2.4 Tectónica<br />

Como já se referiu, esta região é marca<strong>da</strong> por dois gran<strong>de</strong>s aci<strong>de</strong>ntes tectónicos,<br />

Bragança-Unhais <strong>da</strong> Serra e Verín-Penacova, <strong>de</strong> origem tardi-hercínica com orientação<br />

NNE-SSW, que condicionam a morfologia <strong>da</strong> região. A área em estudo localiza-se entre<br />

os dois principais aci<strong>de</strong>ntes tectónicos, correspon<strong>de</strong>ndo a uma área <strong>de</strong> maior<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A colisão Bética reactivou estes aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>formando o Maciço Antigo e <strong>de</strong>ixando traços<br />

no relevo actual. Estes movimentos ocorreram provavelmente no Miocénico Superior,<br />

com uma orientação do campo <strong>de</strong> tensões, NW-SE, <strong>da</strong>ndo origem ao rejogo dos<br />

aci<strong>de</strong>ntes principais NNE-SSW, em regime <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento esquerdo.<br />

No final <strong>da</strong> orogenia Varisca todo o Maciço Antigo foi afectado por intensa fracturação,<br />

distinguindo-se dois sistemas principais <strong>de</strong> falhas:<br />

• N-S e WNW-ESSE a E-W, correspon<strong>de</strong>ndo a direcções <strong>de</strong> cizalhamento na fase<br />

tardia <strong>da</strong> orogenia;<br />

• NNE-SSW a ENE-WSW e NW-SE a NNW-SSE, correspon<strong>de</strong>ndo a falhas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento gera<strong>da</strong>s no primeiro episódio <strong>da</strong> fracturação tardi varisca.<br />

De acordo com a Carta <strong>de</strong> Neotectónica o trajecto do rio Dão correspon<strong>de</strong>rá parcialmente<br />

a uma falha, provavelmente activa.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

37


3.1.2.5 Recursos Minerais<br />

⇒ Minas e Concessões <strong>de</strong> Urânio<br />

A Região Centro correspon<strong>de</strong> a uma área <strong>de</strong> forte concentração <strong>de</strong> minas <strong>de</strong> urânio. Aí<br />

localizam-se as minas mais importantes do País como a Mina <strong>da</strong> Urgeiriça, Senhora <strong>da</strong>s<br />

Fontes, Cunha-Baixa, Quinta do Bispo e Bica. Excepto no caso <strong>da</strong> Mina <strong>da</strong> Bica, to<strong>da</strong>s se<br />

localizam na Bacia Hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

Na área <strong>de</strong> intervenção do POAA, <strong>de</strong>staca-se a presença <strong>da</strong> Mina do Vale <strong>da</strong> Abrutiga e<br />

a Mina do Mon<strong>de</strong>go Sul que correspon<strong>de</strong>m a antigas minas <strong>de</strong> urânio.<br />

Essas duas minas localizam-se a Oeste do aglomerado <strong>de</strong> Ázere (respectivamente, a 2 e<br />

a 1,5 Km <strong>de</strong> distância), na margem esquer<strong>da</strong> do Rio Mon<strong>de</strong>go, apresentando ain<strong>da</strong><br />

vestígios <strong>da</strong> sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> como escombreiras e escavações a céu aberto.<br />

Encontra-se em curso, um <strong>plano</strong> <strong>de</strong> recuperação <strong>da</strong>s áreas mineiras abandona<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong><br />

se integram essas duas minas (ver ponto 3.6.3).<br />

Destaca-se ain<strong>da</strong>, e na área envolvente <strong>da</strong> Albufeira, a existência <strong>de</strong> várias concessões<br />

mineiras <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> urânio, as quais se encontram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s na<br />

FIG. 10.<br />

⇒ Extracção <strong>de</strong> Inertes<br />

a) Extracção <strong>de</strong> Areias<br />

De acordo com o “Plano <strong>de</strong> Gestão e Extracção <strong>de</strong> Inertes em Domínio Hídrico nas<br />

Bacias do Mon<strong>de</strong>go e Vouga”, existem na área <strong>de</strong> intervenção do POAA, 11 pontos <strong>de</strong><br />

extracção <strong>de</strong> areias: 9 no rio Dão e 2 no rio Mon<strong>de</strong>go, tal como i<strong>de</strong>ntificados na FIG. 10.<br />

No trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>senvolvido ao longo <strong>da</strong> Albufeira, não foram, no entanto,<br />

i<strong>de</strong>ntificados esses locais, nem vestígios <strong>de</strong>ssa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> acordo com informação<br />

obti<strong>da</strong> junto às câmaras municipais, essa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> não tem expressão na área em<br />

estudo registando-se, ocasionalmente, alguns pedidos referindo-se estes, a extracções<br />

muito pontuais.<br />

38<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


) Extracção <strong>de</strong> Inertes<br />

De acordo com informação recolhi<strong>da</strong> e o trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>senvolvido no local, não<br />

se <strong>de</strong>tectou a existência <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> extracção <strong>de</strong> inertes.<br />

É <strong>de</strong> referir, no entanto, que no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, na zona <strong>de</strong> Pinheirinho,<br />

a NE do aglomerado <strong>de</strong> Pinheiro <strong>de</strong> Ázere, existe uma pedreira <strong>de</strong>sactiva<strong>da</strong> cuja<br />

exploração (extracção <strong>de</strong> granitos) serviu para a construção <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Em 1980, já se encontrava <strong>de</strong>sactiva<strong>da</strong>.<br />

Actualmente, esse espaço, é utilizado por uma empresa local associa<strong>da</strong> ao turismo <strong>de</strong><br />

aventura para a prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas.<br />

⇒ Águas Minerais<br />

Apesar <strong>de</strong> se localizarem fora <strong>da</strong> área em estudo, é oportuno referir, a existência <strong>de</strong> três<br />

concessões <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> águas minerais:<br />

No concelho <strong>de</strong> Penacova:<br />

• uma concessão localiza<strong>da</strong> a cerca <strong>de</strong> 8 Km a jusante do paredão <strong>da</strong> Barragem,<br />

na direcção SW e com a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> “Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Penacova”, sendo esta água<br />

(água hiposalina silicata<strong>da</strong> cloreta<strong>da</strong> sódica) utiliza<strong>da</strong> para engarrafamento.<br />

Em simultâneo no Concelho <strong>de</strong> Penacova e Mortágua:<br />

• a “Água mineral natural do Luso” (água hipossalina), com activi<strong>da</strong><strong>de</strong> liga<strong>da</strong> ao<br />

termalismo e engarrafamento. Apesar <strong>da</strong> extracção se verificar no Concelho <strong>da</strong><br />

Mealha<strong>da</strong>, o seu perímetro <strong>de</strong> protecção abarca o extremo NW do Concelho <strong>de</strong><br />

Penacova e SW do concelho <strong>de</strong> Mortágua.<br />

Em simultâneo no Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal e Ton<strong>de</strong>la:<br />

• localiza<strong>da</strong> a NE <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira a cerca <strong>de</strong> 27 Km do paredão com a<br />

<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> “Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Sangemil” (ou Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> S. Gemil), com activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

liga<strong>da</strong> ao Termalismo (água bicarbonata<strong>da</strong> sódica sulfúrea).<br />

Na área em estudo, no aglomerado do Granjal (próximo <strong>de</strong> Santa Comba Dão), há<br />

referências (e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do século) à existência <strong>de</strong> uma água que produzia “curas<br />

milagrosas”. De facto, existe aí, uma nascente <strong>de</strong> água sulfúrea sódica normalmente<br />

associa<strong>da</strong> ao tratamento <strong>de</strong> doenças <strong>da</strong>s vias respiratórias e a doenças do foro<br />

reumatismal.<br />

De acordo com informação obti<strong>da</strong> na Câmara Municipal <strong>de</strong> Santa Comba Dão, está<br />

previsto, para esse local, a construção <strong>de</strong> uma estância termal.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

39


3.1.3 Solos<br />

3.1.3.1 Metodologia<br />

O estudo pedológico foi orientado no sentido <strong>de</strong> caracterizar os solos ocorrentes na área<br />

<strong>de</strong> intervenção do <strong>plano</strong> e avaliar o seu valor <strong>de</strong> aptidão, bem como efectuar uma<br />

estimativa <strong>da</strong>s suas características.<br />

Para a área em estudo não se encontram disponíveis <strong>da</strong>dos cartográficos, no que<br />

respeita à clarificação dos solos e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso.<br />

Porém procurou-se efectuar uma caracterização com base nos elementos bibliográficos<br />

disponíveis, levantamento <strong>de</strong> campo, Carta Geológica <strong>de</strong> Portugal (IGM à escala<br />

1:500 000), cartas topográficas (IgeoE, folhas n.º 209, 210, 220 e 221, à escala 1:25<br />

000), fotografia aérea e cartografia <strong>de</strong> pormenor.<br />

3.1.3.2 Descrição <strong>da</strong>s Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Pedológicas<br />

Da análise do substrato geológico verifica-se o predomínio <strong>de</strong> duas litologias: complexo<br />

xisto grauváquico e granitos.<br />

Os solos dominantes na área em estudo são litossolos e solos litólicos. Estes solos<br />

resultam <strong>da</strong> evolução em função dos <strong>de</strong>clives e meteorização do substrato. As principais<br />

características dos solos referidos são as seguintes:<br />

• Solos Litólicos: são solos <strong>de</strong> alteração pouco evoluídos com uma ligeira<br />

diferenciação <strong>de</strong> horizontes. Têm uma textura ligeira ou média e baixo teor <strong>de</strong><br />

matéria orgânica e baixa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> troca catiónica, um pH baixo e baixo<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tamponização. Estes solos têm uma permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> eleva<strong>da</strong>, pouca<br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural e uma erodibili<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> a média. Estes<br />

correspon<strong>de</strong>m essencialmente aos granitos com <strong>de</strong>clives inferiores a 10% ou<br />

seja, correspon<strong>de</strong>ntes a áreas planas ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>clives suaves.<br />

• Litossolos: solos <strong>de</strong> alteração, <strong>de</strong> espessura muito reduzi<strong>da</strong>, sem diferenciação<br />

<strong>de</strong> horizontes. O teor <strong>de</strong> matéria orgânica e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> troca catiónica são<br />

variáveis e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tamponização é reduzi<strong>da</strong>. São solos com uma<br />

permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> média a eleva<strong>da</strong> e gran<strong>de</strong> erodibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Estes solos ocorrem em<br />

gran<strong>de</strong> parte sobre o complexo xisto grauváquico e em áreas com <strong>de</strong>clives muito<br />

acentuados.<br />

40<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.1.3.3 Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do Uso do Solo<br />

A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso do solo traduz-se em termos pragmáticos na utilização dos solos<br />

recomen<strong>da</strong>dos para or<strong>de</strong>namento e planeamento agrário.<br />

Os solos são agrupados pelas suas características fun<strong>da</strong>mentais, como sejam a sua<br />

espessura efectiva e distribuição topográfica, em classes <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, as quais<br />

traduzem a utilização ou uso recomen<strong>da</strong>do dos solos em termos <strong>da</strong> sua conservação.<br />

Na área envolvente do <strong>plano</strong> i<strong>de</strong>ntificam-se dois gran<strong>de</strong>s grupos quanto à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uso. Assim, temos:<br />

• Solos consi<strong>de</strong>rados agrícolas com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso do solo B a C,<br />

caracterizados por relevo <strong>plano</strong> a suave e que permitem suportar culturas do tipo<br />

intensivo.<br />

Estes solos correspon<strong>de</strong>m a áreas residuais e dispersas, correspon<strong>de</strong>ndo, em<br />

termos práticos, a pequenas parcelas localiza<strong>da</strong>s em zonas baixas.<br />

• Solos <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso D, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> não agrícola, com ocupação<br />

maioritariamente florestal, i<strong>de</strong>ntificando-se a presença <strong>de</strong> afloramentos rochosos.<br />

3.1.4 Factores Ecológicos<br />

3.1.4.1 Introdução<br />

As <strong>albufeira</strong>s são meios lênticos permanentes e artificiais, relativamente recentes e <strong>de</strong><br />

volume variável. A sua existência relaciona-se com vários usos dos recursos aquáticos<br />

pelo homem (e.g. irrigação, água potável, energia, lazer). Numa perspectiva biológica,<br />

são ecossistemas muito singulares, que se distinguem tanto dos sistemas lóticos<br />

adjacentes bem como dos outros sistemas lênticos naturais (e.g. lagos).<br />

No entanto, pela sua artificialização, são frequentemente ignorados ou consi<strong>de</strong>rados<br />

ecologicamente pobres. Esta perspectiva apresenta vários problemas, pois <strong>de</strong>vido à<br />

singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> sistemas, seria necessário implementar uma gestão ecológica<br />

activa (e.g. POA) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua implantação, <strong>de</strong> modo a proporcionar as condições <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água requeri<strong>da</strong>s pela Directiva-Quadro <strong>da</strong> Água (DQA).<br />

Com efeito, as alterações que ocorrem nas <strong>albufeira</strong>s, resultantes quer <strong>de</strong> processos<br />

naturais quer <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas, geralmente são interpreta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong><br />

vista reducionista no qual somente se analisa a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água e os seus<br />

usos. Desta maneira as alterações são encara<strong>da</strong>s como uma causa e um factor <strong>de</strong><br />

agressão e não como um sintoma ou efeito <strong>da</strong> má gestão <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ecossistemas.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

41


É neste contexto que os Planos <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento po<strong>de</strong>m intervir, estabelecendo bases<br />

para a correcta gestão <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s, tendo por base, entre outros <strong>da</strong>dos, a<br />

compreensão <strong>da</strong> dinâmica <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s presentes e a sua evolução.<br />

⇒ Directiva Quadro <strong>da</strong> Água<br />

A Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho 2000/60/CE, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

2000, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> resumi<strong>da</strong>mente por Directiva-Quadro <strong>da</strong> Água, estabelece um Quadro<br />

<strong>de</strong> Acção Comunitário no Domínio <strong>da</strong> Política <strong>da</strong> Água na União Europeia e constitui um<br />

instrumento <strong>de</strong> importância primordial para a protecção <strong>da</strong>s águas interiores (<strong>de</strong><br />

superfície e subterrâneas) e dos estuários e águas costeiras.<br />

Esta directiva tem como objectivo, entre outros, prevenir a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

águas por intermédio <strong>da</strong> protecção dos ecossistemas aquáticos, ecossistemas terrestres<br />

e zonas húmi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>les directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong> modo a promover a utilização<br />

sustentável <strong>da</strong> água, com base na protecção a longo prazo dos recursos hídricos<br />

disponíveis.<br />

Neste contexto, tendo em conta que esta Directiva está a ser implementa<strong>da</strong> em Portugal,<br />

torna-se mais relevante a obtenção <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> sobre a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira e suas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

⇒ Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

A bacia hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go é a segun<strong>da</strong> maior bacia integralmente nacional. No<br />

âmbito do seu Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica (PBH), a bacia do rio Mon<strong>de</strong>go, para a sua<br />

caracterização biofísica, foi dividi<strong>da</strong> em <strong>de</strong>z uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s hidrológicas homogéneas (UHH) <strong>de</strong><br />

acordo com os diferentes tipos <strong>de</strong> morfologia, clima, regime hidrológico e ocupação do<br />

solo, inseri<strong>da</strong>s em três gran<strong>de</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s hidromorfológicas: Alto Mon<strong>de</strong>go, Médio<br />

Mon<strong>de</strong>go e Baixo Mon<strong>de</strong>go.<br />

A <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira está inseri<strong>da</strong> no Alto Mon<strong>de</strong>go (AM), que correspon<strong>de</strong> à área <strong>da</strong><br />

bacia inseri<strong>da</strong> no maciço <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Estrela na qual o rio Mon<strong>de</strong>go corre ao longo <strong>de</strong><br />

vales glaciares agrupando as bacias hidrográficas dos rios Dão, Mortágua e Alva e ain<strong>da</strong><br />

um troço do rio Mon<strong>de</strong>go <strong>de</strong>finido entre as barragens <strong>da</strong> Aguieira e <strong>da</strong> Raiva.<br />

As Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Hidrológicas Homogéneas que se inserem na área do Alto Mon<strong>de</strong>go são:<br />

• UHH 1 – Dão e Mortágua;<br />

• UHH 2 – Cabeceiras do Mon<strong>de</strong>go;<br />

• UHH 3 – Alva;<br />

• UHH 10 – Ribeiras <strong>da</strong> Vertente NW <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Estrela (INAG, 2001).<br />

42<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


A <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> recepção <strong>de</strong> água <strong>de</strong> três <strong>de</strong>stas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s:<br />

UHH 1, 2 e 3.<br />

A barragem <strong>da</strong> Aguieira correspon<strong>de</strong> ain<strong>da</strong>, ao maior empreendimento do conjunto <strong>de</strong><br />

aproveitamentos <strong>da</strong> bacia do rio Mon<strong>de</strong>go. No ponto 3.5.2.2, é efectua<strong>da</strong> uma<br />

caracterização do empreendimento hidráulico para fins múltiplos <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong><br />

Aguieira.<br />

3.1.4.2 Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Biológicas<br />

3.1.4.2.1 Metodologia<br />

Para a elaboração <strong>de</strong>ste relatório, que avalia as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas existentes na<br />

<strong>albufeira</strong>, foram i<strong>de</strong>ntificados os principais grupos taxonómicos. Infelizmente, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informação publica<strong>da</strong> sobre as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas <strong>da</strong> área em<br />

estudo é relativamente pequena. Para colmatar esta situação, foram efectua<strong>da</strong>s<br />

campanhas <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos biológicos.<br />

Deste modo, foi possível não só cumprir esse objectivo mas também actualizar e<br />

complementar os <strong>da</strong>dos publicados. Mesmo assim, apercebemo-nos <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> no<br />

futuro <strong>de</strong> programas específicos <strong>de</strong> monitorização mais extensos no tempo e no espaço,<br />

que serão mencionados na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

3.1.4.2.2 Plâncton<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> planctónica <strong>da</strong> zona pelágica <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s é geralmente domina<strong>da</strong> pelas<br />

algas do fitoplâncton e os microinvertebrados do zooplâncton.<br />

De uma forma geral, verifica-se que o plancton <strong>de</strong> <strong>albufeira</strong>s ibéricas é dominado por<br />

formas ubíquas e oportunistas, capazes <strong>de</strong> suportar um meio constantemente sujeito a<br />

variações do nível <strong>da</strong> água e <strong>de</strong>scargas.<br />

O fenómeno frequente <strong>de</strong> eutrofização (associado a reduzi<strong>da</strong>s razões N:P) permite o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> macro-clorofícias e cianofícias, <strong>de</strong> difícil ingestão para o<br />

zooplancton, pelo que as ca<strong>de</strong>ias alimentares divergem para vias essencialmente<br />

<strong>de</strong>tríticas, pouco complexas e diversifica<strong>da</strong>s em comparação com as <strong>de</strong> lagos. A<br />

presença <strong>de</strong> pestici<strong>da</strong>s na água também promove a substituição dos cladóceros e<br />

copépo<strong>de</strong>s por estas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s menos complexas.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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Oliveira e Monteiro (1992) estu<strong>da</strong>ram a dinâmica <strong>de</strong> cianobactérias na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira e observaram que entre Julho e Outubro <strong>de</strong> 1992 as cianobactérias foram<br />

dominantes na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> planctónica.<br />

O trabalho <strong>de</strong> campo efectuado entre 1994 e 1999 por Vasconcelos et al. 1999, em<br />

colaboração com as autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s sanitárias <strong>de</strong> Santa Comba Dão, Mortágua, Tábua e<br />

Carregal do Sal, também verificou a importância <strong>da</strong>s cianobactérias na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fitoplanctónica neste local.<br />

⇒ Cianobactérias<br />

As cianobactérias (ou algas azuis) são organismos microscópicos, procariotas, aeróbios e<br />

fotoautotróficos. Em Portugal, são características <strong>de</strong> ecossistemas dulceaquícolas<br />

eutrofizados, com temperaturas entre os 15ºC e 30ºC e pH entre os 6 e 9.<br />

As cianobactérias <strong>de</strong> água doce po<strong>de</strong>m produzir vários tipos <strong>de</strong> toxinas, as quais<br />

provocam efeitos neurotóxicos, hepatotóxicos e <strong>de</strong>rmatóxicos no homem e em outros<br />

animais. Deste modo, estas toxinas po<strong>de</strong>m afectar os animais aquáticos e os animais<br />

terrestres que utilizam a água contamina<strong>da</strong> por cianobactérias.<br />

Da mesma maneira, as populações humanas po<strong>de</strong>m ser afecta<strong>da</strong>s por:<br />

1. Ingestão <strong>de</strong> água não trata<strong>da</strong> eficazmente<br />

2. Utilização recreativa<br />

3. Ingestão <strong>de</strong> animais contaminados<br />

A ocorrência <strong>de</strong> cianobactérias na bacia hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go não se limita à<br />

Albufeira <strong>da</strong> Aguieira. No entanto, é precisamente nesta <strong>albufeira</strong> que têm ocorrido os<br />

episódios mais intensos <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> cianobactérias.<br />

A crescente utilização <strong>de</strong> adubos químicos e estrumes, o aumento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong><br />

esgotos urbanos tratados ou não e a rejeição <strong>de</strong> efluentes <strong>de</strong> agro-indústrias ou <strong>de</strong> outros<br />

sectores industriais são os principais factores que levam ao enriquecimento <strong>da</strong>s massas<br />

<strong>de</strong> água em nutrientes, principalmente fósforo e azoto sendo responsáveis pelo<br />

crescimento excessivo <strong>da</strong>s cianobactérias (eutrofização) e <strong>de</strong> outros organismos.<br />

⇒ Situação actual<br />

Foram registados em Setembro e Outubro <strong>de</strong> 2002 (Vasconcelos 1995) aumentos<br />

elevados <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Microcystis aeruginosa, com eleva<strong>da</strong> hepatoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> (LD50<br />

<strong>de</strong> 31-35 mg/kg).<br />

44<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Oliveira e Monteiro (1992) observaram a presença <strong>de</strong> Raphidiopsis mediterranea,<br />

Anabaena cylindrica, Gomphosphaeria lacustris, Microcystis aeruginosa and M. flosaquae.<br />

A análise estratifica<strong>da</strong> que efectuaram permitiu verificar que os picos mais<br />

elevados <strong>de</strong> concentração registam-se entre 3-6 metros <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Este facto é<br />

muito importante porque a maioria dos programas <strong>de</strong> monitorização baseiam-se em<br />

recolhas <strong>de</strong> água <strong>da</strong> superfície e <strong>de</strong>ste modo as concentrações po<strong>de</strong>m ser subestima<strong>da</strong>s,<br />

com risco para a saú<strong>de</strong> pública.<br />

Verificaram também estes autores (Oliveira e Monteiro 1992), a presença <strong>de</strong> um<br />

gradiente espacial na <strong>albufeira</strong>, sendo a concentração <strong>de</strong> cianobactérias em Santa<br />

Comba Dão quatro vezes superior às concentrações junto <strong>da</strong> barragem, provavelmente<br />

<strong>de</strong>vido à influência dos resíduos agrícolas e resíduos urbanos.<br />

Os resultados <strong>da</strong> análise do fitoplâncton pelo PBH também ilustram este gradiente. Três<br />

pontos foram amostrados, registando-se percentagens <strong>de</strong> cianobactérias diferentes: junto<br />

à barragem (29,3%), Santa Comba Dão (93,8%) e Tábua (49,4%).<br />

O trabalho posterior efectuado por Vasconcelos et al. (1999) permitiu verificar a<br />

ocorrência anual <strong>de</strong> altas concentrações <strong>de</strong> cianobactérias, tendo atingido os valores<br />

máximos no Verão e Outono <strong>de</strong> 1995 (1 x 10 6 células/ml) (FIG. 11).<br />

10 7<br />

10 6<br />

Células/ml<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000<br />

Ano<br />

FIG. 11 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Total <strong>de</strong> Cianobactérias na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, em Santa Comba Dão<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

Células/ml<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

Lagoa Compri<strong>da</strong><br />

Cal<strong>de</strong>irão<br />

Fagil<strong>de</strong><br />

Fronhas<br />

Aguieira<br />

Raiva<br />

Açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra<br />

Albufeira<br />

FIG. 12 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Total <strong>de</strong> Cianobactérias nas Diferentes Albufeiras na Bacia do Rio<br />

Mon<strong>de</strong>go em 1998-1999 (Valores máximos em escala logaritmica)<br />

⇒ Prevenção<br />

Tendo em conta a ocorrência sistemática <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> cianobactérias<br />

na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira durante as últimas déca<strong>da</strong>s e os efeitos nefastos que esta<br />

situação acarreta, é necessário prevenir este tipo <strong>de</strong> situações.<br />

Esta prevenção passa pelo controlo do estado trófico <strong>da</strong>s águas e pelo tratamento <strong>da</strong><br />

água para consumo. Estas acções são prioritárias no rio Dão.<br />

46<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.1.4.2.3 Flora<br />

⇒ Introdução<br />

Foi efectua<strong>da</strong> a recolha bibliográfica <strong>de</strong> <strong>plano</strong>s e estudos no âmbito <strong>da</strong> flora e <strong>da</strong><br />

vegetação que integraram total ou parcialmente a área em estudo. Incluíram a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s áreas naturais protegi<strong>da</strong>s ou classifica<strong>da</strong>s (Sistema Nacional <strong>de</strong> Áreas<br />

Protegi<strong>da</strong>s, Biótopos CORINE, Sítios Classificados ou a classificar no âmbito <strong>da</strong> Directiva<br />

92/43/CEE, Árvores e Maciços Classificados, Matas Nacionais, Áreas Naturais <strong>de</strong><br />

Interesse Concelhio) existentes ou propostas.<br />

A partir <strong>de</strong>sta recolha, foram prospecta<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as zonas referencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> modo a<br />

avaliar a sua condição actual com a i<strong>de</strong>ntificação e caracterização dos troços <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />

água consi<strong>de</strong>rados críticos (com recurso à cartografia <strong>de</strong> base e à fotografia aérea <strong>de</strong><br />

2002 ).<br />

Deste modo, foi possível estabelecer e cartografar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> maior<br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ecológica <strong>de</strong> modo a estabelecer zonas críticas com a respectiva tipologia e<br />

ameaça, em particular, no que se refere à faixa ripícola dos cursos <strong>de</strong> água.<br />

Verificou-se que a maior parte <strong>da</strong> zona envolvente se encontra bastante altera<strong>da</strong>,<br />

predominando monoculturas <strong>de</strong> Pinheiro-bravo Pinus pinaster e Eucalipto Eucalyptus sp.<br />

Somente nas zonas mais a montante do rio Dão e Mon<strong>de</strong>go se observa a alternância<br />

<strong>de</strong>stas monoculturas com olival (Olea europaea) e carvalhal caducifólio com domínio <strong>de</strong><br />

Quercus robur e presença <strong>de</strong> outras espécies como Quercus faginea, Quercus pyrenaica,<br />

Quercus rotundifolia, Acer pseudoplatanus, etc.<br />

⇒ Vegetação ripícola<br />

A vegetação ripícola correspon<strong>de</strong> ao coberto vegetal que margina rios e ribeiros. Po<strong>de</strong><br />

assumir uma fisionomia diferente (arbórea, arbustiva ou herbácea) em função <strong>de</strong> factores<br />

como a variação hidrológica do curso <strong>de</strong> água, a morfologia <strong>da</strong>s margens, a salubri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> água e o grau e tipologia <strong>da</strong> perturbação antrópica.<br />

Deste modo, as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s ripícolas encontram-se condiciona<strong>da</strong>s quer por factores<br />

intrínsecos quer por factores extrínsecos, traduzindo normalmente um padrão longitudinal<br />

e outro transversal, <strong>de</strong>terminados pela intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> com se que se manifestam esses<br />

factores ou sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

À escala <strong>da</strong> bacia hidrográfica, a vegetação ripícola po<strong>de</strong> constituir uma re<strong>de</strong> ramifica<strong>da</strong>,<br />

adjacente à re<strong>de</strong> hidrográfica. A vegetação ripícola constitui assim uma estrutura natural<br />

<strong>de</strong> carácter biológico que claramente se diferencia <strong>da</strong>s estruturas vegetais adjacentes,<br />

sendo normalmente <strong>de</strong> fácil leitura. Mas nas paisagens florestais e no caso <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong> menor importância, a sua percepção é por vezes mais complexa <strong>de</strong>vido ao efeito<br />

<strong>de</strong> mascaramento.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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No contexto <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica a vegetação ripícola constitui um importante<br />

recurso natural a que se associam funções ambientais e o controlo <strong>de</strong> processos<br />

ecológicos fun<strong>da</strong>mentais à sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ecossistemas e <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> humana.<br />

Com efeito, a vegetação ripícola, por ser uma estrutura linear que se esten<strong>de</strong> numa re<strong>de</strong><br />

por to<strong>da</strong> a bacia hidrográfica (pelo menos potencialmente), assim como pelo facto <strong>de</strong> se<br />

localizar nos vales, actua sobre o transporte <strong>de</strong> materiais como um sistema regulador.<br />

É nestas funções que a vegetação ripícola actua, sendo importante em vários processos<br />

ecológicos como a infiltração <strong>de</strong> água (recarga <strong>de</strong> aquíferos), o escoamento superficial, a<br />

retenção <strong>de</strong> nutrientes (ou poluentes) e a migração e dispersão <strong>de</strong> espécies biológicas,<br />

ou funções como a fixação e manutenção <strong>da</strong>s margens, a disponibilização <strong>de</strong> habitats <strong>de</strong><br />

refúgio e/ou alimentação, a condução <strong>de</strong> espécies e a filtragem <strong>de</strong> fluxos.<br />

Desta forma, to<strong>da</strong>s as acções <strong>de</strong> recuperação e protecção <strong>da</strong> vegetação ripícola<br />

assumem uma dimensão mais alarga<strong>da</strong>.<br />

O método <strong>de</strong>senvolvido para classificar o estado <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> vegetação ripícola<br />

assentou na <strong>de</strong>finição prévia com o recurso à fotografia aérea e à verificação no terreno<br />

para calibração <strong>da</strong> classificação. O sistema <strong>de</strong> classificação <strong>da</strong> fisionomia <strong>da</strong> vegetação<br />

ripícola utilizado é composto por cinco classes as quais se referem aos estratos <strong>de</strong><br />

vegetação (herbáceo, arbustivo ou arbóreo) presentes em uma ou nas duas margens dos<br />

cursos <strong>de</strong> água.<br />

1. Ausência <strong>de</strong> estrato arbustivo ou arbóreo<br />

2. Presença apenas numa margem <strong>de</strong> estrato arbustivo<br />

3. Estrato arbustivo e/ou arbóreo bem <strong>de</strong>senvolvido numa margem<br />

4. Presença nas duas margens <strong>de</strong> estrato arbustivo ou arbóreo<br />

5. Estrato arbustivo e arbóreo bem <strong>de</strong>senvolvido nas duas margens<br />

Foi classificado o estado <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong> vegetação ripícola em todos os cursos <strong>de</strong><br />

água permanentes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu regime <strong>de</strong> escoamento. Destes, as zonas<br />

<strong>de</strong> classe 3 a 5 com dimensão razoável foram selecciona<strong>da</strong>s como habitats <strong>de</strong><br />

importância conservacionista.<br />

48<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Albufeira<br />

As margens <strong>da</strong> maior parte <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> possuem uma faixa inundável <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

vegetação, que se encontra submersa ou emersa <strong>de</strong> acordo com as variações <strong>da</strong> cota.<br />

Acima <strong>de</strong>sta faixa as margens estão recobertas com vegetação mais ou menos <strong>de</strong>nsa,<br />

maioritariamente constituí<strong>da</strong> por espécies exóticas introduzi<strong>da</strong>s, como a acácia<br />

(Acacia sp.).<br />

No entanto, nas zonas mais a montante é possível verificar a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>clives<br />

menos acentuados on<strong>de</strong> é possível encontrar várias espécies <strong>de</strong> hidrófitos e helófitos.<br />

Esta situação ocorre quase exclusivamente no rio Dão.<br />

⇒ Afluentes<br />

Foram regista<strong>da</strong>s matas ripícolas bem constituí<strong>da</strong>s domina<strong>da</strong>s por Quercus robur e<br />

presença <strong>de</strong> outras espécies como Quercus faginea, Quercus pyrenaica, Quercus<br />

rotundifolia, amieiros (Alnus glutinosa), freixos (Fraxinus angustifolia), ulmeiros (Ulmus<br />

minor). Também incluíam um estrato arbustivo dominado por algumas espécies como o<br />

abrunheiro bravo (Prunus spinosa), silvas (Rubus ulmifolius), etc.<br />

3.1.4.2.4 Macroinvertebrados<br />

⇒ Introdução<br />

Os sistemas lóticos e lênticos <strong>de</strong>vem ser monitorizados com base nas características<br />

físico-químicas e biológicas. Mas na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a maioria dos parâmetros utilizados na<br />

avaliação <strong>da</strong> água são químicos. No entanto, a utilização <strong>de</strong> métodos biológicos permite<br />

<strong>de</strong>tectar alterações subtis bem como a poluição difusa, por serem mais sensíveis a<br />

condições <strong>de</strong> poluição tóxica, intermitente e orgânica.<br />

Os macroinvertebrados estão entre os elementos mais sensíveis dos ecossistema dos<br />

rios, e o seu funcionamento e bem estar são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> primária e<br />

secundária, pelo que acabam por revelar perturbações que ocorrem inicialmente num<br />

nível trófico mais baixo.<br />

Vários índices biológicos com base nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> macroinvertebrados foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, <strong>de</strong> modo a avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s águas e analisar o efeito <strong>de</strong> vários<br />

agentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> gradientes físico-químicos e processos ecológicos até á avaliação <strong>de</strong><br />

vários tipos <strong>de</strong> poluição.<br />

Em Portugal tem sido preferido a a<strong>da</strong>ptação ibérica do índice Biological Monitoring<br />

Working Party (BMWP) sendo <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> BMWP’ (Alba-Tercedor, 1996).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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Este índice atribui uma pontuação a ca<strong>da</strong> família <strong>de</strong> macroinvertebrados (<strong>de</strong> 1 a 10) que<br />

reflectem a respectiva tolerância à poluição, basea<strong>da</strong> nos conhecimentos actuais <strong>de</strong><br />

distribuição e abundância. Grupos intolerantes à poluição apresentam pontuações<br />

eleva<strong>da</strong>s, enquanto grupos tolerantes apresentam pontuações baixas.<br />

O valor <strong>de</strong> BMWP’ <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado local é obtido pela soma <strong>da</strong>s pontuações<br />

individuais <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as famílias presentes nesse local, indicando o grau <strong>de</strong> contaminação<br />

<strong>da</strong>s águas. A classificação possui 5 classes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a classe I (Águas não contamina<strong>da</strong>s)<br />

até à classe V (Águas fortemente contamina<strong>da</strong>s).<br />

Como o BMWP’ é muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número <strong>de</strong> taxa amostrado, sendo mais elevado<br />

quando ocorre um aumento do número <strong>de</strong> taxa, foi também analisado o ASPT (obtido<br />

dividindo a valor <strong>de</strong> BMWP’ em ca<strong>da</strong> local pelo número <strong>de</strong> famílias presentes). A sua<br />

utilização atenua este problema por ser menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número <strong>de</strong> taxa<br />

amostrados.<br />

⇒ Montante<br />

Os <strong>da</strong>dos mais actuais sobre as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> macroinvertebrados <strong>da</strong> bacia<br />

hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go foram recolhidos no âmbito do PBH e em trabalho posterior<br />

realizado pelo IMAR. Este grupo encontra-se incluído no conjunto dos elementos<br />

biológicos apontados pela Directiva Água como fun<strong>da</strong>mentais para a classificação do<br />

estado ecológico <strong>da</strong>s águas superficiais.<br />

A informação obti<strong>da</strong> foi disponibiliza<strong>da</strong> pelo INAG e pelo IMAR. As localizações e<br />

respectivos valores <strong>da</strong>s estações a montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> foram comparados <strong>de</strong> modo a<br />

avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> água que ocorre na barragem.<br />

As campanhas <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong>correram nos meses <strong>de</strong> Abril e Maio <strong>de</strong> 1999 (PBH) e<br />

em Julho e Setembro <strong>de</strong> 2001 (IMAR). Para a captura dos macroinvertebrados<br />

bentónicos recorreu-se a uma técnica semi-quantitativa, kick-sampling, <strong>de</strong>finindo-se um<br />

tempo constante <strong>de</strong> 5 minutos <strong>de</strong> amostragem activa para ca<strong>da</strong> estação. A recolha foi<br />

efectua<strong>da</strong> com um camaroeiro <strong>de</strong> armação metálica, <strong>de</strong> secção triangular, com 30 cm <strong>de</strong><br />

lado e cuja re<strong>de</strong> apresentava 500 µm <strong>de</strong> malha.<br />

Verifica-se que a maior parte <strong>da</strong>s estações a montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> possuem valores <strong>de</strong><br />

BMWP’ e ASPT’ elevados, reflectindo a boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> água que entra na<br />

<strong>albufeira</strong> (FIG. 13 e 14).<br />

Com efeito, a classificação BMWP’ nunca é inferior á classe III (Águas contamina<strong>da</strong>s),<br />

sendo a maior parte dos pontos <strong>de</strong> classe superior em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. De notar que os locais<br />

com classe III encontram-se perto <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

50<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


FIG. 13 – Número <strong>de</strong> Taxa, Abundância, Valores <strong>de</strong> ASPT’ e BMWP’ Registados por Verónica et al. (2002)<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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FIG. 14 – Número <strong>de</strong> Taxa, Abundância, Valores <strong>de</strong> ASPT’ e BMWP’ Registados pelo PBH do Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

52<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Albufeira<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira não está estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, como se verifica para a maior<br />

parte <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s portuguesas. Isto <strong>de</strong>ve-se principalmente ao facto <strong>de</strong> serem<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s muito pobres e pouco diversifica<strong>da</strong>s.<br />

Os <strong>da</strong>dos publicados indicam que estas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresentam pouca complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> baixa, sendo constituí<strong>da</strong>s principalmente por bivalves, aneli<strong>de</strong>os oliguetas e<br />

dípteros quironomí<strong>de</strong>os (Ferreira & Godinho 2002). Em geral a zona profun<strong>da</strong><br />

possui apenas alguns oligoquetas e quironomí<strong>de</strong>os, se as condições <strong>de</strong> oxigenação<br />

permitirem.<br />

3.1.4.2.5 Ictiofauna<br />

No âmbito do Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica (PBH) do Rio Mon<strong>de</strong>go, foi efectua<strong>da</strong> em 1999<br />

uma caracterização <strong>da</strong> ictiofauna existente na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira. Esta caracterização<br />

baseou-se em amostragens utilizando re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhar, pesca eléctrica, inquéritos e<br />

<strong>da</strong>dos obtidos a partir <strong>de</strong> outros trabalhos realizados anteriormente neste local.<br />

Foram regista<strong>da</strong>s 13 espécies: Sável, Enguia, Barbo-do-Norte, Pimpão, Boga, Góbio,<br />

Carpa, Escalo-do-Norte, Ruivaco, Ver<strong>de</strong>mã, Perca-sol, Achigã e Truta (Quadro 3).<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> existente revela uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamente baixa. Cerca <strong>de</strong> 42% <strong>da</strong>s<br />

espécies são introduzi<strong>da</strong>s, sendo algumas <strong>de</strong>las muito comuns, como é o caso <strong>da</strong> Percasol<br />

e do Achigã.<br />

De acordo com a informação do PBH, os pescadores <strong>de</strong>sportivos que frequentam esta<br />

<strong>albufeira</strong> relatam a existência <strong>de</strong> exemplares <strong>de</strong> Achigã com comprimento total que<br />

chegam a atingir os 40 cm, correspon<strong>de</strong>ntes a um peso <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2 kg.<br />

O <strong>de</strong>saparecimento ou diminuição <strong>de</strong> várias espécies migradoras (Lampreia, Sável,<br />

Savelha, Enguia) é um claro indício <strong>da</strong> artificialização <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> construção <strong>de</strong><br />

barragens. Enquanto não existe qualquer referência à presença <strong>de</strong> Lampreia na <strong>albufeira</strong>,<br />

a presença <strong>de</strong> Savelha foi indica<strong>da</strong> pelos pescadores <strong>de</strong>sportivos <strong>da</strong> região. No entanto,<br />

por vezes os pescadores chamam Savelha aos exemplares menores <strong>de</strong> Sável, <strong>de</strong>vido às<br />

semelhanças morfológicas entre as duas espécies.<br />

À semelhança do que acontece em outras bacias hidrográficas, o Sável mantém uma<br />

população resi<strong>de</strong>nte na Aguieira, cuja migração foi impossibilita<strong>da</strong> pela construção <strong>de</strong>sta<br />

barreira física. Estes indivíduos adquiriram um modo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> completamente diferente<br />

dos seus congéneres que efectuam migrações anádromas, fenómeno <strong>de</strong>signado por<br />

“land locked populations”.<br />

O Barbo-do-Norte e Boga são espécies muito comuns (Quadro 3), sendo as presas mais<br />

frequentes nas capturas efectua<strong>da</strong>s com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhar, atingindo a primeira espécie<br />

dimensões apreciáveis (e.g. comprimento total: 60 cm; peso total: 4 kg), enquanto que a<br />

segun<strong>da</strong> não ultrapassa os 30 cm <strong>de</strong> comprimento total.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

53


No entanto, Pedroso (1997) e Luís (1998), em trabalhos realizados nesta <strong>albufeira</strong>,<br />

utilizando como método <strong>de</strong> amostragem a pesca eléctrica, referem a Perca-Sol como<br />

espécie dominante, e a presença significativa <strong>de</strong> Achigã, Pimpão, Barbo-do-Norte, Boga,<br />

Enguia e Sável.<br />

Os inquéritos enviados pelos clubes <strong>de</strong> pesca corroboram estes resultados, indicando a<br />

Perca-Sol como espécie predominante, sendo o Achigã, o Barbo do Norte, a Boga e a<br />

Carpa espécies comuns. Esta última atinge gran<strong>de</strong>s dimensões, segundo a indicação dos<br />

pescadores <strong>de</strong>sportivos <strong>da</strong> região (e.g. comprimento total: 70 cm; peso total: 6 kg). De<br />

um modo geral, as informações recolhi<strong>da</strong>s indicam uma diminuição do efectivo <strong>de</strong> Boga,<br />

Pimpão e Escalo-do-Norte, coinci<strong>de</strong>nte com a proliferação <strong>de</strong> espécies introduzi<strong>da</strong>s.<br />

Outros motivos apontados para a diminuição e <strong>de</strong>saparecimento <strong>da</strong>s espécies autóctones<br />

são a poluição, a pesca ilegal, com utilização <strong>de</strong> artes que capturam indivíduos com<br />

dimensões inferiores às legais, e o uso <strong>de</strong> produtos químicos, que originam a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção<br />

local do habitat e a morte <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> biótica.<br />

Quadro 3 – Espécies <strong>da</strong> Ictiofauna Existentes na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Nome<br />

científico<br />

Nome<br />

comum<br />

Origem<br />

Livro<br />

Vermelho<br />

Ocorrência<br />

PBH<br />

Clupei<strong>da</strong>e<br />

Alosa alosa Sável Autóctone Vulnerável Pouco comum<br />

Anguilli<strong>da</strong>e<br />

Anguilla anguilla Enguia Autóctone Pouco comum<br />

Cyprini<strong>da</strong>e<br />

Barbus bocagei Barbo-do-Norte Autóctone Não ameaça<strong>da</strong> Muito comum<br />

Carassius auratus Pimpão Introduzido Pouco comum<br />

Chondrostoma polylepis polylelpis Boga Autóctone Não ameaça<strong>da</strong> Muito comum<br />

Cyprinus carpio Carpa Introduzido Comum<br />

Gobio gobio Góbio Introduzido Pouco comum<br />

Leuciscus carolitertii Escalo-do-Norte Autóctone Não ameaçado Pouco comum<br />

Rutilus macrolepidotus Ruivaco Autóctone In<strong>de</strong>terminado Pouco comum<br />

Cobiti<strong>da</strong>e<br />

Cobitis paludica Ver<strong>de</strong>mã Autóctone Pouco comum<br />

Centrarchi<strong>da</strong>e<br />

Lepomis gibbosus Perca-sol Introduzido Muito comum<br />

Micropterus salmoi<strong>de</strong>s Achigã Introduzido Muito comum<br />

Salmoni<strong>da</strong>e<br />

Salmo truta fario Truta Autóctone Não ameaça<strong>da</strong> Pouco comum<br />

54<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Há ain<strong>da</strong> que referir o facto <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> não reunir as condições favoráveis à reprodução<br />

<strong>de</strong> espécies como o Barbo-do-Norte e a Boga, que necessitam <strong>de</strong> fundos cascalhentos e<br />

<strong>de</strong> corrente rápi<strong>da</strong>. Ain<strong>da</strong>, e segundo as respostas dos inquéritos enviados, a <strong>albufeira</strong> é<br />

o local preferencial dos exemplares adultos, sendo as ribeiras tributárias locais <strong>de</strong><br />

reprodução e <strong>de</strong>senvolvimento dos alevins e juvenis, em especial <strong>da</strong>s espécies reofílicas,<br />

como o Barbo-do-Norte e a Boga.<br />

Embora essa análise nunca tenha sido efectua<strong>da</strong> nesta <strong>albufeira</strong>, verifica-se que, noutras<br />

<strong>albufeira</strong>s, a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> e biomassa se concentra apenas em algumas espécies, na<br />

generali<strong>da</strong><strong>de</strong> exóticas que vão dominar diferentes partes <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> água.<br />

Na zona litoral encontramos essencialmente espécies se<strong>de</strong>ntárias naturalmente<br />

vocaciona<strong>da</strong>s para águas lênticas, como a Perca-Sol e o Achigã. A primeira alimenta-se<br />

<strong>de</strong> invertebrados e <strong>de</strong>tritos litorais enquanto a última é geralmente piscívora.<br />

A zona pelágica (superficial e profun<strong>da</strong>) é explora<strong>da</strong> essencialmente por cipriní<strong>de</strong>os<br />

limnófilos exóticos como a Carpa comum e o Pimpão, e cipriní<strong>de</strong>os indígenas, sobretudo<br />

potádromos, como a Boga e o Barbo comuns. Estas espécies exploram os bio<strong>de</strong>tritos<br />

que se acumulam na zona pelágica e nos fundos <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s.<br />

To<strong>da</strong>via, a ocupação <strong>de</strong> uma <strong>albufeira</strong> não se processa apenas <strong>de</strong> acordo com a biologia<br />

<strong>da</strong>s espécies, mas também <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> <strong>albufeira</strong>. Nas pequenas e<br />

profun<strong>da</strong>s, as espécies ocupam as margens e zona pelágica contígua; nas pouco<br />

profun<strong>da</strong>s, gran<strong>de</strong>s ou pequenas, distribuem-se pela totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> água; nas<br />

gran<strong>de</strong>s e profun<strong>da</strong>s, como é o caso <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, ocupam apenas a margem<br />

até certa profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Algumas espécies frequentam <strong>de</strong> noite as margens e durante o<br />

dia a zona pelágica.<br />

A partição espacial <strong>da</strong>s espécies entre a zona litoral e a pelágica é em geral evi<strong>de</strong>nte,<br />

sobretudo utilizando uma amostragem in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte para ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las. Por outro<br />

lado, enquanto as espécies se<strong>de</strong>ntárias litorais apresentam uma maior ou menor<br />

estruturação etária, <strong>de</strong> acordo com as suas condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> (tipo <strong>de</strong> margens,<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, flutuações do nível <strong>da</strong> água, activi<strong>da</strong><strong>de</strong> piscatória), os tamanhos<br />

encontrados para as espécies que ocupam a zona pelágica correspon<strong>de</strong>m<br />

frequentemente apenas a indivíduos adultos e <strong>de</strong> tamanhos gran<strong>de</strong>s.<br />

As <strong>albufeira</strong>s apresentam em geral, escassez <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para a<br />

reprodução, ou seja, zonas <strong>de</strong> pouca profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e estáveis, com leitos <strong>de</strong> plantas<br />

submersas.<br />

Das espécies fluviais antes existentes, ou são originalmente espécies migradoras<br />

potamódromas (como as Bogas e os Barbos) que realizam migrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova dos rios<br />

maiores e <strong>albufeira</strong>s para os afluentes, ou ficam relega<strong>da</strong>s para as zonas <strong>de</strong> contacto <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong> com afluentes, on<strong>de</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> habitacional é superior.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

55


As flutuações do nível <strong>da</strong> água e a eutrofização provocam a <strong>de</strong>soxigenação extensiva <strong>da</strong><br />

área pelágica profun<strong>da</strong> e diminuem o volume e a superfície <strong>de</strong> fundo potencialmente<br />

exploráveis pelos peixes. A área vital disponível fica circunscrita a uma estreita faixa<br />

superficial pelágica, que as espécies nativas não conseguem explorar, a não ser<br />

eventualmente as populações dulçeaquícolas <strong>de</strong> Sáveis. Contudo, numa situação <strong>de</strong><br />

eutrofização extrema, dá-se o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> macro-clorofícias, diatomáceas<br />

coloniais e cianofícias, <strong>de</strong> difícil ingestão para o zooplancton, limitando também o papel<br />

dos filtradores como o Sável.<br />

A activi<strong>da</strong><strong>de</strong> piscatória na bacia do Mon<strong>de</strong>go <strong>de</strong>senvolve-se em duas vertentes, a pesca<br />

profissional e a pesca <strong>de</strong>sportiva.<br />

Estas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s assumem uma importância significativa na área <strong>de</strong> estudo e estão<br />

submeti<strong>da</strong>s a legislação geral, que <strong>de</strong>fine as seguintes figuras jurídicas:<br />

- Zonas <strong>de</strong> Pesca Profissional – a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pesca terá que ser exerci<strong>da</strong><br />

segundo o regulamento próprio, estabelecido para o efeito.<br />

- Concessões <strong>de</strong> Pesca Desportiva – correspon<strong>de</strong>m a zonas com regulamento<br />

próprio, on<strong>de</strong> só é permiti<strong>da</strong> a pesca <strong>de</strong>sportiva. São geri<strong>da</strong>s por enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

concessionárias a quem é atribuído o exclusivo <strong>de</strong> pesca por um período não<br />

superior a 10 anos. Nesse regulamento são fixados os tipos <strong>da</strong>s licenças<br />

especiais diárias e respectivos preços. A administração, fiscalização e<br />

conservação <strong>de</strong>stas zonas compete à enti<strong>da</strong><strong>de</strong> concessionária, mas sob controle<br />

<strong>da</strong> DGRF.<br />

- Zona <strong>de</strong> Pesca Reserva<strong>da</strong> – só está autoriza<strong>da</strong> a pesca <strong>de</strong>sportiva e apenas nas<br />

condições especifica<strong>da</strong>s no respectivo regulamento, on<strong>de</strong> estão fixados os tipos<br />

<strong>da</strong>s licenças especiais diárias e preços correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

- Zonas <strong>de</strong> Abrigo e Zonas <strong>de</strong> Desova – a pesca <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as espécies aquícolas,<br />

com excepção do lagostim-vermelho <strong>da</strong> Louisiana (Procambarus clarkii),<br />

encontra-se interdita. O objectivo <strong>de</strong>sta proibição visa proporcionar refúgio aos<br />

exemplares <strong>da</strong> fauna aquícola local, no primeiro tipo <strong>de</strong> zonas, e no segundo,<br />

aumentar o número <strong>de</strong> reprodutores existentes no meio e contribuir para um<br />

ambiente mais favorável à <strong>de</strong>sova dos mesmos.<br />

A <strong>albufeira</strong> é utiliza<strong>da</strong> para a prática <strong>da</strong> pesca profissional, bem como <strong>da</strong> pesca<br />

<strong>de</strong>sportiva, sendo um local on<strong>de</strong> habitualmente se realizam concursos <strong>de</strong> pesca<br />

<strong>de</strong>sportiva, <strong>de</strong> âmbito nacional e internacional. Na FIG. 15 assinalam-se as zonas que (e<br />

em 2004), foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s como preferenciais para a pesca <strong>de</strong>sportiva.<br />

Os clubes <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva e outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que promovem esta activi<strong>da</strong><strong>de</strong> foram<br />

uma <strong>da</strong>s fontes <strong>de</strong> informação que permitiu ao PBH analisar a vertente <strong>de</strong>sportiva,<br />

através <strong>da</strong> resposta a inquéritos. De um total <strong>de</strong> 55 inquéritos enviados, 17 inquiridos<br />

enviaram respostas referentes à bacia do Mon<strong>de</strong>go.<br />

56<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


A gran<strong>de</strong> maioria (67%) refere a barragem <strong>da</strong> Aguieira como um dos locais mais<br />

frequentados, quer <strong>de</strong>vido às suas dimensões, quer às espécies presentes. Com uma<br />

frequência menor são referi<strong>da</strong>s as <strong>albufeira</strong>s <strong>de</strong> Fagil<strong>de</strong> e <strong>da</strong> Raiva, assim como o rio<br />

Arunca.<br />

Por último, algumas <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s referem também a pratica <strong>da</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva no rio<br />

Dão. Estes são também os locais on<strong>de</strong> se realizam campeonatos <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>sportiva,<br />

salientando-se a Aguieira, que assume uma importância <strong>de</strong> nível internacional.<br />

FIG. 15 – Locais Preferenciais para a Pesca Desportiva na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

3.1.4.2.6 Anfíbios e répteis<br />

A maior parte dos anfíbios são muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos meios aquáticos, <strong>de</strong>vido à sua<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água em pelo menos algumas fases do seu ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Mesmo<br />

espécies que são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s terrestres (e.g. sapos, tritões, salamandras) necessitam<br />

<strong>de</strong> passar a primeira fase <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> (fase larvar ou <strong>de</strong> girino) na água, mesmo que seja<br />

um charco, ou em locais com gran<strong>de</strong> humi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Os répteis possuem uma maior in<strong>de</strong>pendência relativamente aos meios aquáticos,<br />

embora algumas espécies possam ter preferência por zonas húmi<strong>da</strong>s (e.g. Vipera seonai<br />

e Anguis fragilis). Geralmente a fase <strong>de</strong> reprodução não se efectua em meio aquático,<br />

mesmo nas espécies aquáticas (e.g. cágados).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

57


Os <strong>da</strong>dos mais recentes <strong>da</strong> distribuição nacional <strong>de</strong> anfíbios e répteis referem-se à<br />

distribuição em quadrícula UTM 10x10 km (FIG. 16) que está a ser efectua<strong>da</strong> durante o<br />

triénio 2003-2005.<br />

Uma vez que o trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>sta obra ain<strong>da</strong> se encontra em uma fase inicial,<br />

foram utilizados principalmente os <strong>da</strong>dos publicados mais recentes, que se referem à<br />

distribuição em quadrícula UTM 10x10 km durante a última déca<strong>da</strong> (Godinho et al. 1999).<br />

Para algumas espécies foram utilizados <strong>da</strong>dos publicados mais <strong>de</strong>talhados (Araújo 1997).<br />

Esta informação foi utiliza<strong>da</strong> para caracterização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s herpetológicas na<br />

zona envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira (FIG. 16).<br />

FIG. 16 – Referenciação <strong>da</strong>s Quadrículas UTM 10x10 Km que Englobam a Área em Estudo<br />

Durante o mês <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2004, foram prospecta<strong>da</strong>s as zonas selecciona<strong>da</strong>s como<br />

relevantes para conservação. Foram regista<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as observações visuais e auditivas<br />

<strong>de</strong> anfíbios e répteis após transectos efectuados durante o dia e durante as horas<br />

imediatamente após o crepúsculo.<br />

Este censo permitiu confirmar a presença <strong>da</strong> maior parte <strong>da</strong>s espécies menciona<strong>da</strong>s nos<br />

<strong>da</strong>dos publicados (Quadro 4). A maior parte <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> anfíbios ocorreu<br />

principalmente nas margens <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, ribeiras adjacentes e charcos.<br />

58<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


De realçar a inexistência <strong>de</strong> registos <strong>da</strong> Salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica na<br />

zona envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>. A presença do Cágado-mediterrânico Mauremys leprosa,<br />

foi regista<strong>da</strong> na área <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> embora não tenha sido possível avaliar a sua<br />

abundância.<br />

Quadro 4 – Lista <strong>de</strong> Espécies <strong>de</strong> Anfíbios e Répteis Regista<strong>da</strong>s em Quadrícula<br />

UTM 10x10 Km<br />

Anfíbios<br />

Répteis<br />

Salamandra-lusitânica ● ● Cágado-mediterrânico<br />

Chioglossa lusitanica ● ● ● Mauremys leprosa ● ●<br />

Salamandra-<strong>de</strong>-pintas-amarelas ● ● Osga-comum ●<br />

Salamandra salamandra ● Tarentola mauritanica<br />

Tritão-<strong>de</strong>-ventre-laranja ● ● Sardão ● ●<br />

Triturus boscai ● Lacerta lepi<strong>da</strong><br />

Tritão-marmorado ● ● ● Lagarto-<strong>de</strong>-água ● ●<br />

Triturus marmoratus Lacerta schreiberi ●<br />

Sapo-parteiro-comum ● Lagartixa-ibérica ● ● ●<br />

Alytes obstetricans Po<strong>da</strong>rcis hispanica ● ● ●<br />

Rã-<strong>de</strong>-focinho-pontiagudo ● Lagartixa-do-mato-comum ●<br />

Discoglossus galganoi ● Psammodromus algirus ●<br />

Sapo-comum ● Lagartixa-do-mato-ibérica ●<br />

Bufo bufo<br />

Coronella girondica<br />

Sapo-corredor ● Cobra-rateira ● ●<br />

Bufo calamita<br />

Malpolon monspessulanus<br />

Rã-ibérica ● ● ● Cobra-<strong>de</strong>-água-viperina ● ● ●<br />

Rana iberica ● ● ● Natrix maura<br />

Rã-ver<strong>de</strong> ● ● ● Cobra-<strong>de</strong>-água-<strong>de</strong>-colar ● ● ●<br />

Rana perezi ● ● ● Natrix natrix<br />

Nota: (●) - <strong>da</strong>dos publicados<br />

●<br />

- Espécies confirma<strong>da</strong>s por este estudo<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

59


3.1.4.2.7 Avifauna<br />

As aves constituem um grupo muito diversificado que utiliza muitos tipos <strong>de</strong> habitats,<br />

po<strong>de</strong>ndo essa utilização variar com a época do ano (e.g. espécies migradoras). Por estas<br />

razões, é necessário assegurar uma amostragem eficaz <strong>de</strong> modo a obter estimativas<br />

fiáveis <strong>da</strong> sua distribuição e abundância.<br />

⇒ Atlas <strong>de</strong> Portugal<br />

Os <strong>da</strong>dos mais recentes <strong>da</strong> distribuição nacional <strong>da</strong> avifauna referem-se à distribuição em<br />

quadrícula UTM 10x10 km que está a ser elabora<strong>da</strong> no âmbito do “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves<br />

que nidificam em Portugal”, pelo Instituto <strong>da</strong> Conservação <strong>da</strong> Natureza (ICN) em parceria<br />

com a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Portuguesa para o Estudo <strong>da</strong>s Aves (SPEA).<br />

Esta informação po<strong>de</strong> ser complementa<strong>da</strong> pela distribuição do anterior atlas em folhas<br />

1:50 000 (Rufino 1989), uma vez que o trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>sta obra ain<strong>da</strong> não se<br />

encontra concluído. Estes <strong>da</strong>dos foram cedidos pelo ICN e SPEA para este estudo e esta<br />

informação foi utiliza<strong>da</strong> para caracterização <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> avifauna na zona<br />

envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

As visitas sistemáticas foram realiza<strong>da</strong>s entre 15 <strong>de</strong> Março e 30 <strong>de</strong> Junho com<br />

obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem realiza<strong>da</strong>s duas visitas, uma em ca<strong>da</strong> um dos períodos<br />

estipulados para o efeito (15 <strong>de</strong> Março a 15 <strong>de</strong> Maio e 16 <strong>de</strong> Maio a 30 <strong>de</strong> Junho). To<strong>da</strong>s<br />

as visitas foram efectua<strong>da</strong>s no período 2000-2003.<br />

Ca<strong>da</strong> quadrícula UTM <strong>de</strong> 10x10 km foi dividi<strong>da</strong> em 25 tétra<strong>da</strong>s (quadrados <strong>de</strong> 2x2 km).<br />

Para obter uma estimativa minimamente fiável <strong>da</strong> abundância <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie, foi<br />

necessária a amostragem <strong>de</strong>, pelo menos, 6 tétra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> uma quadrícula UTM 10x10 km.<br />

As 6 tétra<strong>da</strong>s a visitar foram escolhi<strong>da</strong>s pelo observador e a visita a ca<strong>da</strong> tétra<strong>da</strong><br />

consistiu numa sessão <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> duração precisa <strong>de</strong> 1 hora.<br />

A ocorrência <strong>de</strong> nidificação foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com um código pré-<strong>de</strong>finido <strong>de</strong><br />

uniformização associado à categoria <strong>de</strong> nidificação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> espécie (FIG. 17).<br />

Várias tétra<strong>da</strong>s (Quadro 5) coincidiram com a área em estudo (os 500 m a partir do NPA<br />

<strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira). Verifica-se que as tétra<strong>da</strong>s que foram amostra<strong>da</strong>s nas duas<br />

quadrículas que englobam a maior parte <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira (NE77 e NE76)<br />

apresentam um menor número <strong>de</strong> espécies.<br />

No entanto, algumas lacunas, nomea<strong>da</strong>mente na quadrícula NE77, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s a<br />

erros metodológicos e à experiência do observador que efectuou o censo para o Atlas.<br />

60<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


FIG. 17 – Referenciação <strong>da</strong>s Quadrículas UTM 10x10 Km e as Tétra<strong>da</strong>s (quadrículas <strong>de</strong><br />

2x2 Km) que foram utiliza<strong>da</strong>s no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que Nidificam em Portugal”<br />

Quadro 5 – Lista <strong>de</strong> espécies amostra<strong>da</strong>s no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que Nidificam em<br />

Portugal” nas Quadrículas UTM 10x10 Km Correspon<strong>de</strong>ntes à Área em Estudo e<br />

Respectivos Códigos <strong>de</strong> Confirmação <strong>de</strong> Nidificação<br />

NE66 NE67 NE76 NE77 NE86 NE87<br />

Anseriformes<br />

Anati<strong>da</strong>e<br />

Anas platyrhynchos Pato-real<br />

Accipitriformes<br />

Accipriti<strong>da</strong>e<br />

Milvus migrans Milhafre-preto 1 8 8 1 1 18<br />

Buteo buteo Águia-d'asa-redon<strong>da</strong> 1 1 1 1 4<br />

Hieraaetus pennatus Águia-calça<strong>da</strong><br />

Accipiter gentilis Açor 1 1<br />

Accipiter nisus Gavião 7 1<br />

Galliformes<br />

Phasiani<strong>da</strong>e<br />

Alectoris rufa Perdiz 1<br />

(Cont.)<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

61


(Cont.)<br />

Charadriiformes<br />

Burhini<strong>da</strong>e<br />

NE66 NE67 NE76 NE77 NE86 NE87<br />

Burhinus oedicnemus Alcaravão 1<br />

Charadrii<strong>da</strong>e<br />

Charadrius dubius<br />

Scolopaci<strong>da</strong>e<br />

Columbiformes<br />

Actitis hypoleucos<br />

Columbi<strong>da</strong>e<br />

Cuculiformes<br />

Borrelho-<strong>de</strong>-coleira-pequeno<br />

Maçarico-<strong>da</strong>s-rochas<br />

Columba livia Pombo-<strong>da</strong>s-rochas 4 4 1<br />

Columba palumbus Pombo-torcaz 4 11 4 1<br />

Streptopelia turtur Rola-brava 2 16 1 4 7<br />

Streptopelia <strong>de</strong>caoto Rola-turca 16 1<br />

Cuculi<strong>da</strong>e<br />

Strigiformes<br />

Tytoni<strong>da</strong>e<br />

Strigi<strong>da</strong>e<br />

Caprimulgiformes<br />

Cuculus canorus Cuco 2 2 2 1<br />

Tyto alba Coruja-<strong>da</strong>s-torres 2 1<br />

Athene noctua Mocho-galego 2 2 2 1<br />

Strix aluco Coruja-do-mato 4 2 2 5 1<br />

Caprimulgi<strong>da</strong>e<br />

Caprimulgus<br />

europaeus Noitibó-cinzento 1<br />

Apodiformes<br />

Apodi<strong>da</strong>e<br />

Coraciiformes<br />

Apus apus Andorinhão-preto 4 15 4 1<br />

Alcedini<strong>da</strong>e<br />

Upopi<strong>da</strong>e<br />

Piciformes<br />

(Cont.)<br />

Pici<strong>da</strong>e<br />

Alcedo atthis Guar<strong>da</strong>-rios 1 1 1<br />

Upupa epops Poupa 1 16 2 4<br />

Picus viridis Peto-real 2 1 2 1<br />

Dendrocopus major Pica-pau-malhado 2 15 11 1<br />

Dendrocopus minor Pica-pau-galego 1<br />

62<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


(Cont.)<br />

NE66 NE67 NE76 NE77 NE86 NE87<br />

Passeriformes<br />

Alaudi<strong>da</strong>e<br />

Lullula arborea Cotovia-dos-bosques 2 1 2 1<br />

Hirundini<strong>da</strong>e<br />

Hirundo rustica Andorinha-<strong>da</strong>s-chaminés 4 18 15 14 15<br />

Hirundo <strong>da</strong>urica Andorinha-dáurica 15 1 8 1<br />

Delichon urbica Andorinha-dos-beirais 4 16 15 4 15<br />

Ptyonoprogne rupestris Andorinha-<strong>da</strong>s-rochas 15 1<br />

Motacilli<strong>da</strong>e<br />

Motacilla flava Alvéola-amarela 16<br />

Motacilla cinerea Alvéola-cinzenta 1 14 4 8<br />

Motacilla alba Alvéola-branca 4 14 11 14 16<br />

Troglodyti<strong>da</strong>e<br />

Troglodytes troglodytes Carriça 14 14 18 14 8<br />

Prunelli<strong>da</strong>e<br />

Prunella modularis Ferreirinha 16<br />

Turdi<strong>da</strong>e<br />

Erithacus rubecula Pisco-<strong>de</strong>-peito-ruivo 16 16 17 2 16<br />

Luscinia megarhynchos Rouxinol 2 16 14 1<br />

Phoenicurus ochruros Rabirruivo 14 16 16 4 1<br />

Saxicola torquata Cartaxo 16 14 14<br />

Turdus merula Melro 16 17 11 16 15<br />

Turdus philomelos Tordo-pinto 1<br />

Turdus viscivorus Tordoveia 1<br />

Sylvi<strong>da</strong>e<br />

Cettia cetti Rouxinol-bravo 2 8 2 1<br />

Cisticola juncidis Fuinha-dos-juncos 2 12<br />

Hippolais polyglotta Felosa-poliglota 2 9 1 2<br />

Sylvia atricapilla Toutinegra-<strong>de</strong>-barrete 4 16 16 4 14<br />

Sylvia cantillans Toutinegra-<strong>de</strong>-bigo<strong>de</strong>s 2 14<br />

Sylvia hortensis Toutinegra-real 1<br />

Sylvia melanocephala Toutinegra-dos-valados 4 16 9 16 16<br />

Sylvia un<strong>da</strong>ta Toutinegra-do-mato 2 16<br />

Phylloscopus brehmii Felosinha-ibérica 2 1 1<br />

Regulus ignicapillus Estrelinha-real 2 4 1<br />

Aegithali<strong>da</strong>e<br />

Aegithalos cau<strong>da</strong>tus Chapim-rabilongo 14 17 1 14 9<br />

(Cont.)<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

63


(Cont.)<br />

NE66 NE67 NE76 NE77 NE86 NE87<br />

Pari<strong>da</strong>e<br />

Parus ater Chapim-carvoeiro 14 16 1 11 1<br />

Parus caeruleus Chapim-azul 14 16 1 14 1<br />

Parus cristatus Chapim-<strong>de</strong>-poupa 7 16 6 14<br />

Parus major Chapim-real 18 16 16 16 9<br />

Sitti<strong>da</strong>e<br />

Sitta europaea Trepa<strong>de</strong>ira-azul 2 16 16<br />

Certhi<strong>da</strong>e<br />

Certhia brachy<strong>da</strong>ctyla Trepa<strong>de</strong>ira 14 16 14 1<br />

Orioli<strong>da</strong>e<br />

Oriolus oriolus Papa-figos 1<br />

Corvi<strong>da</strong>e<br />

Garrulus glan<strong>da</strong>rius Gaio 4 15 1 4 11<br />

Pica pica Pega 1 1 1<br />

Corvus corone Gralha-preta 4 15 15 4 1<br />

Sturni<strong>da</strong>e<br />

Sturnus unicolor Estorninho-preto 4 16 15 4 1<br />

Passeri<strong>da</strong>e<br />

Passer domesticus Par<strong>da</strong>l 11 17 16 18 15<br />

Passer montanus Par<strong>da</strong>l-montês 16 1<br />

Petronia petronia Par<strong>da</strong>l-francês 1<br />

Estrildi<strong>da</strong>e<br />

Estril<strong>da</strong> astrild Bico-<strong>de</strong>-lacre 4 1<br />

Fringilli<strong>da</strong>e<br />

Fringilla coelebs Tentilhão 14 16 16 14 14<br />

Serinus serinus Milheirinha 14 16 18 7 14<br />

Carduelis cannabina Pintarroxo 4 14 16<br />

Carduelis carduelis Pintassilgo 4 16 1<br />

Carduelis chloris Verdilhão 8 16 1 4 1<br />

Emberizi<strong>da</strong>e<br />

Emberiza cia Cia 9 16 4 1<br />

Emberiza cirlus Escreve<strong>de</strong>ira 4 8 4<br />

Nota: As espécies regista<strong>da</strong>s por este estudo, na área em estudo, foram assinala<strong>da</strong>s com um tom cinzento<br />

64<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Trabalho <strong>de</strong> campo<br />

Durante o mês <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2004 foram prospecta<strong>da</strong>s as zonas selecciona<strong>da</strong>s como<br />

relevantes para conservação. Cinco pontos <strong>de</strong> observação (5 minutos após 1 minuto <strong>de</strong><br />

habituação à presença do observador) foram efectuados ao longo <strong>de</strong> transectos <strong>de</strong> 1 km<br />

(Bibby et al. 2000). Foram regista<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as observações visuais e auditivas <strong>de</strong> aves.<br />

Para além <strong>de</strong>stas amostragens, vários registos relevantes obtidos nas prospecções <strong>de</strong><br />

campo, foram utilizados.<br />

Os <strong>da</strong>dos comprovam a existência <strong>de</strong> várias espécies que não tinham sido localiza<strong>da</strong>s<br />

pelo “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que nidificam em Portugal”, nomea<strong>da</strong>mente na quadrícula<br />

NE77. Com efeito, várias espécies que não estavam regista<strong>da</strong>s para as quadrículas<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s foram observa<strong>da</strong>s e foi possível confirmar a presença <strong>de</strong> várias espécies que<br />

somente estavam confirma<strong>da</strong>s em quadrículas adjacentes ou com código <strong>de</strong> nidificação<br />

mais baixo (Quadro 6).<br />

Mesmos após a conjugação dos vários <strong>da</strong>dos, verifica-se que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aves é<br />

relativamente baixa na maior parte <strong>da</strong>s florestas domina<strong>da</strong>s por Pinheiro-Bravo, Eucalipto<br />

ou Acácia.<br />

Nos locais seleccionados <strong>de</strong>vido à sua diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> arbórea (e.g. vales com vegetação<br />

ripícola) a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> passeriformes foi mais eleva<strong>da</strong>, sendo estes locais consi<strong>de</strong>rados<br />

importantes locais <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> passeriformes, sendo<br />

necessárias acções <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong> modo a conservar este tipo <strong>de</strong> habitat.<br />

Destes resultados, <strong>de</strong>stacam-se a presença <strong>de</strong> Borrelho-pequeno-<strong>de</strong>-coleira Charadrius<br />

dubius no rio Criz e do Maçarico-<strong>da</strong>s-rochas Actitis hypoleucos no rio Dão, duas espécies<br />

nidificantes <strong>de</strong> aves limícolas muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> sistemas aquáticos. Também foram<br />

observados vários casais <strong>de</strong> Pato-real Anas platyrhinchos em habitat <strong>de</strong> nidificação,<br />

nomea<strong>da</strong>mente no rio Dão.<br />

Foi confirma<strong>da</strong> a presença <strong>de</strong> várias espécies <strong>de</strong> aves rapina (Águia-d’asa-redon<strong>da</strong><br />

Buteo buteo e Milhafre-negro Milvus migrans), que utilizam uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies<br />

florestais (e.g. Pinheiro-bravo, Eucalipto, Carvalhos) como locais preferenciais para<br />

construção do ninho.<br />

Foi também confirma<strong>da</strong> a presença <strong>de</strong> outras espécies que não estão referencia<strong>da</strong>s no<br />

“Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que nidificam em Portugal”, como a Águia calça<strong>da</strong> Hieraaetus<br />

pennatus (quadrícula NE77).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

65


Quadro 6 – Códigos <strong>de</strong> Confirmação <strong>de</strong> Nidificação Utilizados no “Novo Atlas <strong>da</strong>s Aves que<br />

Nidificam em Portugal”<br />

Tipo <strong>de</strong> Confirmação Código Descrição<br />

Sem registo 0 Tipo <strong>de</strong> contacto não especificado.<br />

Possível 1 Ave observa<strong>da</strong> em possível habitat <strong>de</strong> nidificação durante a<br />

época <strong>de</strong> reprodução.<br />

2 Macho a cantar (ou chamamento <strong>de</strong> nidificante durante a época<br />

<strong>de</strong> nidificação).<br />

3 Evidências indirectas (regurgitações recentes, buracos<br />

escavados recentemente, ave morta recentemente, etc.)<br />

Provável 4 Casal observado em habitat a<strong>de</strong>quado à nidificação.<br />

5 Mais <strong>de</strong> três machos a cantar em simultâneo, em habitat<br />

a<strong>de</strong>quado à nidificação. Critério válido apenas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong><br />

Abril.<br />

6 Macho em atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> território (canto, etc.), observado<br />

em dois dias diferentes, com pelo menos uma semana <strong>de</strong><br />

intervalo e no mesmo local.<br />

7 Côrte ou para<strong>da</strong> nupcial.<br />

8 Ave frequentando um local on<strong>de</strong> provavelmente existe um ninho.<br />

9 Comportamento agitado ou apelo ansioso <strong>de</strong> ave adulta.<br />

10 Placa térmica (ou pela<strong>da</strong> <strong>de</strong> incubação, só observável com a ave<br />

na mão).<br />

Confirma<strong>da</strong> 11 Ave construindo o ninho.<br />

12 Ave <strong>de</strong>sviando a atenção do observador.<br />

13 Ninho usado recentemente ou cascas <strong>de</strong> ovos do ano em que<br />

está a ser feita a observação.<br />

14 Juvenil que <strong>de</strong>ixou o ninho recentemente (com plumagem<br />

incompleta ou só com penugem).<br />

15 Ave adulta a sair <strong>de</strong> local on<strong>de</strong> existe um ninho (ninhos em sítios<br />

altos ou em buracos, <strong>de</strong> conteúdo <strong>de</strong> difícil observação), ou a<br />

incubar.<br />

16 Ave adulta transportando alimentos ou saco fecal.<br />

17 Ninho com ovos.<br />

18 Ninho com juvenis (vistos ou ouvidos)<br />

66<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Espécies Invernantes e migradoras<br />

Durante o inverno a área <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> também é utiliza<strong>da</strong> por algumas espécies não<br />

resi<strong>de</strong>ntes. Embora não haja um esforço sistemático <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> observações<br />

invernantes na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, foi possível compilar várias observações regulares<br />

<strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>sta <strong>albufeira</strong> por várias espécies <strong>de</strong> aves.<br />

Destas <strong>de</strong>stacam-se o Corvo-marinho Phalacrocorax carbo e a Águia-pesqueira Pandion<br />

Halieaetus. O corvo-marinho utiliza várias <strong>albufeira</strong>s do interior <strong>da</strong> Península Ibérica,<br />

principalmente <strong>de</strong>vido à disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alimento (e.g. peixe), condições climatéricas<br />

amenas e a reduzi<strong>da</strong> perturbação.<br />

O mesmo se passa com os vários indivíduos <strong>de</strong> Águia-pesqueira que po<strong>de</strong>m ser<br />

observados durante o Inverno e durante as passagens migratórias, como comprovado<br />

pelo trabalho <strong>de</strong> campo. O caso <strong>da</strong> Águia-pesqueira, <strong>de</strong>vido à sua importância<br />

conservacionista, requer um estudo mais <strong>de</strong>talhado, <strong>de</strong> modo a estimar a importância <strong>da</strong><br />

Albufeira <strong>da</strong> Aguieira no contexto nacional bem como a utilização do habitat por esta<br />

espécie durante a sua presença na <strong>albufeira</strong>.<br />

3.1.4.2.8 Mamíferos<br />

Várias espécies <strong>de</strong> mamíferos utilizam habitats aquáticos ou adjacentes, sendo<br />

importante nesta perspectiva a conservação <strong>de</strong>stes habitats <strong>de</strong> modo a permitir a<br />

ocorrência <strong>de</strong>stas espécies. Mesmo espécies com hábitos florestais utilizam este tipo <strong>de</strong><br />

habitats, como por exemplo, o Ouriço-cacheiro Erinaceus europaeus, que na Península<br />

Ibérica utiliza frequentemente os bosques ripícolas (Brito et al. 2002).<br />

⇒ Dados existentes<br />

Os <strong>da</strong>dos mais recentes <strong>da</strong> distribuição nacional <strong>de</strong> mamíferos referem-se à distribuição<br />

em quadrícula UTM 50x50 km (Mathias 1999). No entanto, os autores <strong>de</strong>sse trabalho<br />

salientam que há a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrerem mais espécies, as quais não terão ain<strong>da</strong><br />

sido observa<strong>da</strong>s por questões logísticas. Deste modo, esta distribuição <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>da</strong><br />

apenas como uma indicação geral <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s espécies.<br />

Para algumas espécies a informação actual foi complementa<strong>da</strong> por outros estudos mais<br />

recentes ou mais <strong>de</strong>talhados. Esta informação foi utiliza<strong>da</strong> para caracterização <strong>da</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> mamíferos na zona envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira (Quadro 7).<br />

Infelizmente, não é possível neste momento utilizar a informação recolhi<strong>da</strong> durante 2003-<br />

2004 no âmbito <strong>da</strong> revisão do Livro Vermelho dos Vertebrados, a qual será no futuro<br />

importante para a caracterização mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mamíferos que<br />

utilizam a zona envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

67


⇒ Trabalho <strong>de</strong> campo<br />

Durante o mês <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2004 foram prospecta<strong>da</strong>s as zonas selecciona<strong>da</strong>s como<br />

relevantes para conservação. Como a maioria dos mamíferos são animais com activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

muitas vezes crepuscular ou nocturna, ou relativamente discretos, a sua presença é<br />

muitas vezes confirma<strong>da</strong> indirectamente (e.g. trilhos, pega<strong>da</strong>s, tocas, fezes, etc.).<br />

Por esta razão, transectos foram efectuados para verificar a presença <strong>de</strong> indícios <strong>da</strong>s<br />

várias espécies <strong>de</strong> mamíferos que foram selecciona<strong>da</strong>s com importante valor<br />

conservacionista ou indicadoras <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental dos ecossistemas aquáticos<br />

(Brito et al. 2002).<br />

Destas espécies <strong>de</strong>stacam-se, pela sua relevância, a Toupeira-<strong>de</strong>-água e a Lontra.<br />

Outras espécies foram regista<strong>da</strong>s e assinala<strong>da</strong>s no Quadro 7.<br />

Quadro 7 – Lista <strong>de</strong> Espécies Referencia<strong>da</strong>s em Mathias et al. (1999)<br />

Registo<br />

Livro Vermelho<br />

Convenção<br />

<strong>de</strong> Berna<br />

Insectivora<br />

Erinacei<strong>da</strong>e<br />

Erinaceus europaeus Ouriço-cacheiro x<br />

Sorici<strong>da</strong>e<br />

Sorex granarius<br />

Musaranho-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ntes-vermelhos<br />

Sorex minutus<br />

Musaranho-anão-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ntes-vermelhos<br />

Neomys anomalus<br />

Musaranho-<strong>de</strong>-água<br />

Crocidura russula<br />

Musaranho-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ntes-brancos<br />

Talpi<strong>da</strong>e<br />

Galemys pyrenaicus Toupeira-<strong>de</strong>-água Vulnerável Anexo II<br />

Talpa occi<strong>de</strong>ntalis<br />

Toupeira<br />

Chiroptera<br />

Rhinolophi<strong>da</strong>e<br />

Rhinolophus hipposi<strong>de</strong>ros Morcego-<strong>de</strong>-ferradura-pequeno Em Perigo Anexo II<br />

Vespertillioni<strong>da</strong>e<br />

Pipistrellus kuhli<br />

Morcego <strong>de</strong> Kuhl<br />

Nyctalus lasiopterus Morcego-arborícola-gigante In<strong>de</strong>terminado Anexo II<br />

Eptesicus serotinus Morcego-hortelão<br />

Plecotus austriacus Morcego-orelhudo-cinzento In<strong>de</strong>terminado Anexo II<br />

Lagomorpha<br />

Lepori<strong>da</strong>e<br />

Oryctolagus cuniculus Coelho-bravo x Anexo III<br />

(Cont.)<br />

68<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


(Cont.)<br />

Ro<strong>de</strong>ntia<br />

Carnivora<br />

Arvicoli<strong>da</strong>e<br />

Cani<strong>da</strong>e<br />

Arvicola sapidus<br />

Microtus lusitanicus<br />

Microtus agrestis<br />

Apo<strong>de</strong>mus sylvaticus<br />

Rattus norvegicus<br />

Mus domesticus<br />

Mus spretus<br />

Rato-<strong>de</strong>-água<br />

Rato-cego<br />

Rato-do-campo-<strong>de</strong>-rabo-curto<br />

Ratinho-do-campo<br />

Ratazana-castanha<br />

Ratinho-caseiro<br />

Ratinho-ruivo<br />

Registo<br />

Vulpes vulpes Raposa x<br />

Musteli<strong>da</strong>e<br />

Livro Vermelho<br />

Convenção<br />

<strong>de</strong> Berna<br />

Mustela nivalis Doninha Anexo III<br />

Martes foina Fuinha Anexo III<br />

Martes martes Marta Anexo III<br />

Insuficiente/<br />

x<br />

Lutra lutra<br />

Lontra<br />

conheci<strong>da</strong> Anexo II<br />

Viverri<strong>da</strong>e<br />

Perisso<strong>da</strong>ctyla<br />

Sui<strong>da</strong>e<br />

Genetta genetta Geneta x Anexo III<br />

Sus scrofa Javali x<br />

⇒ Toupeira-<strong>de</strong>-água - Galemys pyrenaicus<br />

A ocorrência <strong>da</strong> espécie só foi assinala<strong>da</strong> no troço médio e superior <strong>da</strong> bacia do Rio<br />

Mon<strong>de</strong>go (Queiroz et al. 1998), incluindo as sub-bacias dos rios Ceira, Alva, Dão<br />

(FIG. 18). Nos tributários <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira a sua presença foi assinala<strong>da</strong> nos rios<br />

Dão, Mon<strong>de</strong>go e Criz, sendo a barragem <strong>da</strong> Aguieira consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> responsável pelo<br />

isolamento dos núcleos existentes nas respectivas sub-bacias do rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

Com efeito, a zona <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> não apresenta condições para a sua ocorrência mas nas<br />

zonas mais a montante <strong>da</strong> zona envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> é possível a sua ocorrência. Este<br />

facto foi confirmado pelas prospecções efectua<strong>da</strong>s, que não assinalaram a presença<br />

<strong>de</strong>sta espécie embora ocorram condições que permitem a sua possível ocorrência,<br />

nomea<strong>da</strong>mente a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>clives médios ou acentuados, a presença <strong>de</strong> pedras<br />

nas margens e <strong>de</strong> pedras emersas e blocos no leito.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

69


Por essa razão, as zonas a montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> que possuem estas condições são<br />

importantes áreas <strong>de</strong> conservação para a espécie (Queiroz et al. 1998) e <strong>de</strong>veria ser<br />

efectuado censos <strong>de</strong>talhados para estimar a abundância <strong>da</strong> espécie nos três principais<br />

tributários <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> (rios Dão, Mon<strong>de</strong>go e Criz).<br />

FIG. 18 – Locais <strong>de</strong> Ocorrência Confirma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Toupeira-<strong>de</strong>-água Galemys pyrenaicus na<br />

Bacia Superior do rio Mon<strong>de</strong>go<br />

70<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Lontra – Lutra lutra<br />

Em 1995 foi efectuado um levantamento nacional <strong>da</strong> situação <strong>da</strong> lontra em Portugal,<br />

tendo sido o território nacional dividido em quadrados 10 x 10 km e uma localização<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> quadrado foi prospecta<strong>da</strong> em busca <strong>de</strong> indícios <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> lontra.<br />

Na bacia hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go foram encontrados indícios <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> lontra<br />

em 67 <strong>da</strong>s 71 quadrículas existentes. As quadrículas sem registos situaram-se no vale do<br />

Baixo-Mon<strong>de</strong>go. Foram amostrados dois locais adjacentes à <strong>albufeira</strong>, no rio Dão e na<br />

ribeira <strong>de</strong> Pomares, com resultados positivos (FIG. 19).<br />

Entre Janeiro e Dezembro <strong>de</strong> 1999, outro censo foi efectuado para <strong>de</strong>terminar a<br />

distribuição <strong>da</strong> lontra na bacia do Rio Mon<strong>de</strong>go. A bacia foi dividi<strong>da</strong> em quadrados UTM<br />

<strong>de</strong> 10 x 10 km e a maior parte dos rios foram visitados em busca <strong>de</strong> pega<strong>da</strong>s e fezes<br />

(Martins et al. 2002). A selecção <strong>de</strong> locais amostrados não foi aleatória, tendo sido <strong>da</strong><strong>da</strong><br />

preferência à acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a esses locais e também foram amostra<strong>da</strong>s as principais<br />

<strong>albufeira</strong>s <strong>da</strong> região.<br />

Nesse censo foram visita<strong>da</strong>s 144 localizações, incluindo gran<strong>de</strong>s e pequenos rios bem<br />

como <strong>albufeira</strong>s. Em 85 localizações (59%) foram encontra<strong>da</strong>s evidências <strong>da</strong> presença<br />

<strong>de</strong> lontra.<br />

FIG. 19 – Locais <strong>de</strong> Ocorrência Confirma<strong>da</strong> <strong>de</strong> Lontra Lutra lutra na Bacia Superior do Rio<br />

Mon<strong>de</strong>go<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

71


Os locais sem presença <strong>de</strong> lontra (59 locais - 41%) foram principalmente referenciados<br />

na região N-NE e SW <strong>da</strong> bacia.<br />

Com efeito, foi nas zonas superiores <strong>da</strong> bacia, nos rios Múceres e Dão, que se verificou<br />

as menores frequências <strong>de</strong> ocorrência (


3.1.5 Zonas <strong>de</strong> Importância Conservacionista<br />

‣ Plano <strong>de</strong> água<br />

Os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> utilização do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água pelas diferentes comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas<br />

permitiram discriminar várias zonas do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água on<strong>de</strong> seria importante condicionar<br />

algumas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas (e.g. pesca, navegabili<strong>da</strong><strong>de</strong>), <strong>de</strong> modo a permitir<br />

<strong>de</strong>senvolver condições óptimas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova e <strong>de</strong> reprodução <strong>da</strong> ictiofauna e herpetofauna.<br />

Nesta categoria inclui-se to<strong>da</strong>s as zonas <strong>de</strong> menor profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com margens com<br />

vegetação ripícola e com menores flutuações do nível <strong>da</strong> água (ver Desenho 6):<br />

o Zona superior do Rio Criz e Rio Mau<br />

Localiza<strong>da</strong> no extremo norte <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, não possui vegetação ripícola<br />

consi<strong>de</strong>rável a não ser nos últimos dois quilómetros <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>. No entanto<br />

apresenta vários meandros com vegetação ripícola.<br />

o Zona superior do rio Dão<br />

Esta zona (embora a pressão humana condicione a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica <strong>da</strong> água)<br />

possui características muito atractivas para a reprodução <strong>de</strong> anfíbios e peixes, na<br />

medi<strong>da</strong> que possui vários charcos e zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive suave com macrófitas e<br />

zonas arenosas ou <strong>de</strong> pedras. Inclui zonas acessórias muito importantes na<br />

ribeira <strong>da</strong> Azenha e outros pequenos ribeiros que proporcionam charcos ou<br />

pequenos lagos.<br />

o Zona superior do rio Mon<strong>de</strong>go<br />

Nesta zona, embora o curso principal seja profundo, possui várias ribeiras<br />

nomea<strong>da</strong>mente a ribeira <strong>de</strong> São Paio, ribeira do Covelo, ribeira <strong>de</strong> São Simão e<br />

rio Cavalos, que apresentam uma profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> e vegetação ripícola<br />

mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>.<br />

o Zona inferior do rio Mon<strong>de</strong>go<br />

Embora to<strong>da</strong> zona esteja muito <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong> do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

biológicas, está presente uma <strong>da</strong>s únicas ilhas que existem na <strong>albufeira</strong>. É<br />

utiliza<strong>da</strong> por corvos-marinhos durante o inverno e po<strong>de</strong> proporcionar local <strong>de</strong><br />

repouso para águias-pesqueiras.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

73


‣ Zona envolvente<br />

Várias áreas <strong>da</strong> zona envolvente possuem interesse conservacionista <strong>de</strong>vido á sua<br />

diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> florística, funções no ecossistema e porque proporcionam habitat para muitas<br />

espécies <strong>de</strong> anfíbios, aves e mamíferos, principalmente. Foram assim selecciona<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>vido ao seu interesse <strong>de</strong> conservação, as seguintes zonas (Desenho 6):<br />

• Vegetação ripícola – Ribeira <strong>da</strong> Azenha, Ribeira <strong>da</strong> Tábua, Ribeira do Covelo,<br />

Ribeira <strong>de</strong> São Simão, Ribeira <strong>de</strong> São Paio, Ribeira <strong>da</strong> Azenha, Ribeira <strong>de</strong><br />

Bastos, Vale dos lobatos, Ribeira do Gaivato.<br />

• Carvalhais – Freixeiro, zona a Norte <strong>de</strong> Papízios e uma zona a Este <strong>de</strong><br />

Nagozela.<br />

3.2 Ocupação Actual do Solo<br />

3.2.1 Metodologia<br />

A classificação utiliza<strong>da</strong> teve por base a Carta <strong>de</strong> Ocupação Solo do Centro Nacional <strong>de</strong><br />

Informação Geográfica (CNIG) <strong>de</strong> 1995, actualiza<strong>da</strong> através <strong>de</strong> fotografia aérea e<br />

levantamentos <strong>de</strong> campo.<br />

Com base nesta classificação, elaborou-se a Carta <strong>de</strong> Ocupação Actual do Solo, que<br />

reflecte o uso dominante do solo na área em estudo (Desenho 5).<br />

3.2.2 Descrição <strong>da</strong> Ocupação do Solo na Área em Estudo<br />

De acordo com a metodologia explicita<strong>da</strong> anteriormente, as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s espaciais <strong>de</strong> uso<br />

foram <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s tendo em conta aspectos relacionados com a relativa homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

estrutural.<br />

Deste modo, <strong>de</strong>finiram-se seis classes <strong>de</strong> espaços:<br />

• Área Agrícola<br />

• Área Florestal<br />

• Área Social<br />

• Área Industrial<br />

• Equipamentos/Infraestruturas<br />

• Área Degra<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

74<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Tal como se po<strong>de</strong> observar no Desenho 5 (Ocupação Actual do Solo) a Área Florestal<br />

<strong>de</strong>staca-se pela sua expressão, ocupando gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> área em estudo.<br />

Correspon<strong>de</strong>m a áreas on<strong>de</strong> predomina a floresta e a exploração florestal.<br />

Predominam as monoculturas <strong>de</strong> Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e <strong>de</strong> Eucalipto<br />

(Eucaliptus sp.), observando-se na fotografia aérea e através dos levantamentos <strong>de</strong><br />

campo a presença <strong>de</strong> uma vasta área (ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Albufeira) <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à<br />

reflorestação.<br />

Da avaliação feita aos habitats ocorrentes constata-se (e tal como já referido no ponto<br />

anterior e i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no Desenho 6), a presença <strong>de</strong> algumas áreas com interesse para<br />

a conservação <strong>da</strong> natureza que se dispersam na área em estudo: nos talvegues<br />

(vegetação ripícola), em encostas <strong>de</strong>clivosas (geralmente carvalhais) e nas formações e<br />

afloramentos rochosos (estruturas rupícolas).<br />

Assim sendo, <strong>de</strong>stacaram-se as estruturas rupícolas e a vegetação ripícola com maior<br />

expressão. Ao nível <strong>da</strong>s espécies arbóreas predominam os salgueiros (Salix alba, ssp.<br />

alba), amieiros (Alnus glutinosa), choupos (Populus nigra), freixos (Fraxinus angustifolia<br />

ssp. Angustifolia) e ulmeiros (Ulmus minor). Do estrato arbustivo <strong>de</strong>staca-se o sabugueiro<br />

(Sambucus migra), o abrunheiro bravo (Prunus spinosa) e diversas trepa<strong>de</strong>iras como as<br />

silvas (Rubus ulmifolius) e as heras (He<strong>de</strong>ra helix).<br />

Destacaram-se ain<strong>da</strong>, os matos e matagais que surgem, normalmente, associados a<br />

zonas <strong>de</strong> serra (zona <strong>de</strong> incultos), on<strong>de</strong> a espessura dos solos é reduzi<strong>da</strong> e on<strong>de</strong> surgem<br />

afloramentos rochosos. Aparecem ain<strong>da</strong> intercalados com as áreas florestais,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo na maioria dos casos, a áreas on<strong>de</strong> ocorreram incêndios florestais. Têm<br />

uma composição florística bastante varia<strong>da</strong>, com <strong>de</strong>stacando-se as urzes (Eriça cinérea,<br />

E. umbellata, E. scoparia, Calluna vulgaris), a carqueja (Chamespartuns tri<strong>de</strong>ntatum),<br />

estevais (sobretudo Cistus la<strong>da</strong>fer), giestais (Cytisus sp. e Geniota sp.), os tojos (Ulex<br />

europaeus, U. minor), os tomilhos (Thymus caespititus, T. zygia), a giesta branca (Cytisus<br />

multiflorus) e o rosmaninho (Lavandula stoechas).<br />

A área agrícola correspon<strong>de</strong> a uma área com menor expressão, localizando-se esses<br />

campos, normalmente, próximo dos aglomerados, em plataformas <strong>de</strong> topo (culturas <strong>de</strong><br />

sequeiro), ou ao longo dos vales (culturas <strong>de</strong> regadio) reduzindo-se, nestes casos, a<br />

estreitas faixas que marginam a linha <strong>de</strong> água.<br />

No primeiro caso <strong>de</strong>stacam-se as culturas <strong>de</strong> sequeiro anuais e perenes, como os<br />

cereais pragamosos, o milho e o feijão e ain<strong>da</strong>, a oliveira, a vinha e árvores <strong>de</strong> fruto. No<br />

segundo predomina a cultura do milho frequentemente associa<strong>da</strong> ao feijão e à abóbora e<br />

prado durante o Inverno.<br />

As áreas sociais foram <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s em função <strong>da</strong>s áreas efectivamente urbaniza<strong>da</strong>s e do<br />

edificado em geral apresentando, por esse motivo, uma expressão diferente dos<br />

perímetros urbanos.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

75


A área industrial, com maior dimensão localiza-se no Concelho <strong>de</strong> Mortágua e<br />

correspon<strong>de</strong> à Central Termoeléctrica, existindo ain<strong>da</strong> próximo, um conjunto significativo<br />

<strong>de</strong> aviários (a Sul). Quanto aos equipamentos e infraestruturas, estes correspon<strong>de</strong>m às<br />

áreas afectas a <strong>de</strong>terminado equipamento (ex.: campo <strong>de</strong> futebol) ou infraestrutura (ex.:<br />

ETAR, Central Eléctrica)<br />

Tanto o edificado disperso, como as áreas industriais e os equipamentos/infraestruturas<br />

<strong>de</strong>limitados correspon<strong>de</strong>m apenas às estruturas que têm expressão à escala <strong>de</strong> trabalho<br />

(1:25 000).<br />

Ain<strong>da</strong>, as áreas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>de</strong>limita<strong>da</strong>s correspon<strong>de</strong>m a solos <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> vegetação<br />

e que não apresentam vestígios <strong>de</strong> futura ocupação. Destaca-se a presença <strong>de</strong> uma<br />

pedreira <strong>de</strong>sactiva<strong>da</strong> a NE <strong>de</strong> Pinheiro <strong>de</strong> Ázere e <strong>da</strong>s duas antigas áreas mineiras, a<br />

Oeste do aglomerado <strong>de</strong> Ázere: a Mina do Vale <strong>da</strong> Abrutiga e a Mina <strong>de</strong> Mon<strong>de</strong>go Sul.<br />

76<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.3 Análise Socioeconómica<br />

3.3.1 Introdução<br />

O Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira (POAA), correspon<strong>de</strong>ndo a um <strong>plano</strong><br />

especial <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território, está condicionado por diversos instrumentos <strong>de</strong><br />

planeamento existentes ou em fase <strong>de</strong> elaboração, quer <strong>de</strong> âmbito nacional (como é o<br />

caso do Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfico do Rio Mon<strong>de</strong>go), quer <strong>de</strong> âmbito regional (servindo<br />

<strong>de</strong> exemplo os Planos Regionais <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento Florestal), quer <strong>de</strong> âmbito local<br />

(realçando-se neste domínio os Planos Directores Municipais dos Concelhos com<br />

parcelas <strong>de</strong> território <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo).<br />

A elaboração do POAA sugere, por isso, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se realizar a integração <strong>da</strong>s<br />

linhas <strong>de</strong> estratégia <strong>da</strong>queles instrumentos <strong>de</strong> planeamento, sendo certo que, quanto<br />

maior for essa integração, maior será a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> intervenção que vier a ser<br />

proposta.<br />

Face à complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> situação, mas com o objectivo <strong>de</strong> ser criado um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

gestão territorial a<strong>de</strong>quado, torna-se necessário realçar os aspectos do Desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> área em estudo, baseando o posicionamento <strong>da</strong> investigação neste domínio em três<br />

eixos fun<strong>da</strong>mentais:<br />

- Distinção entre os sectores estratégicos e os sectores complementares, <strong>de</strong>finindose<br />

as localizações privilegia<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les;<br />

- Definição dos objectivos operacionais <strong>da</strong> estratégia traça<strong>da</strong> que <strong>de</strong>ve ficar<br />

associa<strong>da</strong> àqueles sectores;<br />

- Enquadramento <strong>da</strong>s proposições apresenta<strong>da</strong>s nos instrumentos <strong>de</strong> planeamento<br />

já existentes ou em fase <strong>de</strong> elaboração.<br />

A concepção <strong>de</strong>stes eixos estratégicos passa pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se efectuar uma<br />

caracterização socioeconómica <strong>da</strong> área em estudo e <strong>da</strong> sua envolvente, através do<br />

estudo <strong>da</strong> estrutura e dinâmica populacional e do próprio tecido económico,<br />

complementado pelos aspectos relacionados com as condições sociais e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s populações resi<strong>de</strong>ntes, incluindo as infraestruturas e as acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

No âmbito do POAA, o presente documento correspon<strong>de</strong> assim, ao diagnóstico <strong>da</strong><br />

situação <strong>de</strong> referência no domínio <strong>da</strong> socioeconomia, leva<strong>da</strong> a cabo numa perspectiva <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s linhas orientadoras <strong>da</strong> estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a adoptar.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

77


3.3.2 Enquadramento<br />

Tal como já referido no ponto 1.2.1 do presente relatório, a área <strong>de</strong> intervenção sobre a<br />

qual inci<strong>de</strong> o POAA correspon<strong>de</strong> a um território integrado por parcelas <strong>de</strong> seis Concelhos<br />

pertencentes a três NUT’s III, para efeito do presente trabalho eleitas como as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

territoriais <strong>de</strong> referência a nível regional:<br />

• NUT III – Dão-Lafões:<br />

- Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal<br />

- Concelho <strong>de</strong> Mortágua<br />

- Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

- Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

• NUT III – Baixo Mon<strong>de</strong>go:<br />

- Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

• NUT III – Pinhal Interior Norte:<br />

- Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

Trata-se, por isso, <strong>de</strong> uma área caracteriza<strong>da</strong> genericamente por uma certa<br />

heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> socioeconómica, <strong>da</strong>do abranger parcialmente seis concelhos agregados<br />

em três NUT’s III diferentes, a que correspon<strong>de</strong>m também estádios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

em princípio, diferentes.<br />

A esta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> acresce o facto <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses concelhos não serem representativos<br />

<strong>da</strong> NUT III em que estão integrados, não só por correspon<strong>de</strong>rem apenas a uma<br />

componente <strong>de</strong> entre várias, mas principalmente por não serem a principal componente<br />

<strong>da</strong> NUT a que pertencem em termos <strong>de</strong> motor do <strong>de</strong>senvolvimento do conjunto.<br />

Face a este enquadramento e ao carácter <strong>de</strong> heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> que apresenta, a<br />

metodologia adopta<strong>da</strong> para se efectuar a caracterização socioeconómica <strong>da</strong> situação <strong>de</strong><br />

referência tomou-se como base <strong>de</strong> estudo a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>nte ao Concelho,<br />

optando-se <strong>de</strong>pois por se fazer a integração <strong>da</strong>s conclusões para o conjunto dos seis<br />

concelhos, a que por isso se chamou “área em estudo”.<br />

Como base <strong>de</strong> referência e para efeitos <strong>de</strong> enquadramento regional, tomou-se o território<br />

correspon<strong>de</strong>nte às NUT’s III acima referi<strong>da</strong>s para comparação, conduzindo-se <strong>de</strong>pois a<br />

análise também ao nível <strong>da</strong> NUT II <strong>da</strong> Região Centro.<br />

No âmbito <strong>de</strong>sta metodologia, a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões, por ser aquela que possui a<br />

maior parte do território <strong>da</strong> área em estudo, integrando quatro dos seis concelhos acima<br />

referidos, constitui-se como uma referência privilegia<strong>da</strong>.<br />

78<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.3.3 Caracterização <strong>da</strong> Situação Actual<br />

3.3.3.1 Estrutura e Dinâmica Populacional<br />

Nos termos do Quadro 8, a seguir reproduzido, todos os concelhos <strong>da</strong> área em estudo<br />

per<strong>de</strong>ram população nos últimos cinquenta anos:<br />

Quadro 8 – População Resi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Área em Estudo<br />

NUT's / CONCELHOS 1960<br />

1970<br />

1981 1991 2001<br />

NUT II - Região Centro 1 880 764 1 665 818 1 763 119 1 721 650 2 348 397<br />

NUT III - Dão-Lafões 321 280 279 332 293 751 282 462 286 313<br />

Carregal do Sal 13 468 11 065 11 137 10 992 10 411<br />

Mortágua 12 210 10 840 10 693 10 662 10 379<br />

Santa Comba Dão 13 723 11 850 14 099 12 209 12 473<br />

Ton<strong>de</strong>la 36 715 33 735 34 129 32 049 31 152<br />

Sub-total 76 116 67 490 70 058 65 912 64 415<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 343 491 329 864 366 356 328 858 340 309<br />

Penacova 18 704 16 545 17 351 16 748 16 725<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 188 986 157 471 158 278 139 413 138 535<br />

Tábua 15 869 12 260 13 456 13 101 12 602<br />

ÁREA DE ESTUDO 110 689 96 295 100 865 95 761 93 742<br />

Fonte: INE<br />

O conjunto dos concelhos que integram a área em estudo, possuindo uma área total que<br />

ultrapassa os 1 250,0 km 2 , per<strong>de</strong>u nas últimas cinco déca<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong> 17 mil habitantes,<br />

o que correspon<strong>de</strong> a mais <strong>de</strong> 15% <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte em 1960, neste território.<br />

Em termos relativos, comparativamente com a NUT II e as NUT III analisa<strong>da</strong>s, esta per<strong>da</strong><br />

só é ultrapassa<strong>da</strong> pela situação verifica<strong>da</strong> no Pinhal Interior Norte, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>créscimo<br />

populacional atinge os 26,5%. O Baixo Mon<strong>de</strong>go apresenta mesmo um crescimento<br />

populacional <strong>de</strong> 2,5% entre 1960 e 2001, contra <strong>de</strong>créscimos <strong>de</strong> 4,7% em to<strong>da</strong> a Região<br />

Centro e <strong>de</strong> 10,5% na sub-região <strong>de</strong> Dão-Lafões.<br />

A per<strong>da</strong> é regista<strong>da</strong> em todos os concelhos, tendo sido os valores mais elevados<br />

i<strong>de</strong>ntificados nos Concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal e <strong>de</strong> Tábua e os menos gravosos nos<br />

Concelhos <strong>de</strong> Santa Comba Dão e Penacova, conforme po<strong>de</strong> ser visualizado através do<br />

FIG. 21.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

79


105,0<br />

N.º Índice<br />

95,0<br />

85,0<br />

75,0<br />

1960 1970 1981 1991 2001<br />

Carregal do Sal Mortágua SantaComba Dão<br />

Penacova Tábua ÁREA DE ESTUDO<br />

Ton<strong>de</strong>la<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 21 – Evolução Populacional nos Concelhos Integrados na Área em Estudo<br />

De assinalar a situação anómala regista<strong>da</strong> em 1981, principalmente no Concelho <strong>de</strong><br />

Santa Comba Dão, o que po<strong>de</strong> constituir um dos vários erros existentes no Censo <strong>de</strong>ste<br />

ano.<br />

Em termos <strong>da</strong> distribuição populacional verifica-se que em 2001, mais <strong>de</strong> dois terços dos<br />

resi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> área em estudo pertencem aos Concelhos integrados na NUT III <strong>de</strong> Dão-<br />

Lafões, embora o Concelho <strong>de</strong> Penacova seja o mais populoso dos seis (<strong>de</strong>tendo 18% <strong>da</strong><br />

população resi<strong>de</strong>nte naquele ano).<br />

Os concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal e Mortágua, ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les <strong>de</strong>tendo apenas cerca <strong>de</strong><br />

11% <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte, são os que <strong>de</strong>têm menos população. O Concelho <strong>de</strong> Santa<br />

Comba Dão, o mais abrangente em relação à Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, <strong>de</strong>tém apenas 13%<br />

<strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte em 2001 na área em estudo.<br />

Esta análise <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> ser observa<strong>da</strong> através do<br />

Quadro 9.<br />

80<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 9 – Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Populacionais (hab/km 2 )<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Área<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Populacional<br />

(km 2 ) 1960 1970 1981 1991 2001<br />

NUT II - Região Centro 23 675,0 79,4 70,4 74,5 72,7 99,2<br />

NUT III - Dão-Lafões 3 488,7 92,1 80,1 84,2 81,0 82,1<br />

Carregal do Sal 116,9 115,2 94,7 95,3 94,0 89,1<br />

Mortágua 251,2 48,6 43,2 42,6 42,4 41,4<br />

Santa Comba Dão 112,0 122,5 105,8 125,9 109,0 111,7<br />

Ton<strong>de</strong>la 371,2 98,9 90,9 91,9 86,3 83,9<br />

Sub-total 851,3 89,4 79,3 82,3 77,4 75,7<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 2 063,2 166,5 159,9 177,6 159,4 164,9<br />

Penacova 216,7 86,3 76,3 80,1 77,3 77,2<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 2 616,7 72,2 60,2 60,5 53,3 52,9<br />

Tábua 199,8 79,4 61,4 67,3 65,6 63,1<br />

ÁREA DE ESTUDO 1 267,8 87,3 76,0 79,6 75,5 73,9<br />

Fonte: INE<br />

Assiste-se também aqui, como seria natural, a uma quebra <strong>de</strong>ste indicador, muito embora<br />

em 2001 o território <strong>da</strong> área em estudo tenha uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional semelhante à<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Região Centro. Mas bastante inferior à regista<strong>da</strong> em Dão-Lafões e<br />

principalmente no Baixo Mon<strong>de</strong>go.<br />

Desta análise, ressalta a eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> regista<strong>da</strong> no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba<br />

Dão, a qual <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> experimentar <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>s em 1970 e 1991, se posiciona em 2001<br />

num movimento ascen<strong>de</strong>nte, como po<strong>de</strong> ser observado através <strong>da</strong> leitura <strong>da</strong> FIG. 22.<br />

2 )<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> Populacional<br />

(h b/k<br />

130,0<br />

120,0<br />

110,0<br />

100,0<br />

90,0<br />

80,0<br />

70,0<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

1960 1970 1981 1991 2001<br />

Anos<br />

Carregal do Sal Mortágua Santa Comba Dão Ton<strong>de</strong>la<br />

Penacova Tábua ÁREA DE ESTUDO<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 22 – Evolução <strong>da</strong>s Densi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Populacionais (hab/km 2 )<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

81


A população resi<strong>de</strong>nte temporariamente na área em estudo (constituí<strong>da</strong> pelos utilizadores<br />

<strong>de</strong> segun<strong>da</strong>s residências existentes na área e pelos turistas), segundo o “Plano <strong>de</strong> Bacia<br />

Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go”, não tem expressão, conforme po<strong>de</strong> ser analisado pela<br />

leitura do Quadro 10.<br />

Quadro 10 – População Resi<strong>de</strong>nte Temporariamente nos Concelhos em Estudo<br />

CONCELHOS<br />

Residênc.<br />

Secund.<br />

(1991)<br />

Capac.<br />

Alojam.<br />

Hotéis<br />

(1995/97)<br />

Capac.<br />

Alojam.<br />

Campismo<br />

(1997)<br />

Total <strong>de</strong><br />

Turistas<br />

(1995/97)<br />

População Resi<strong>de</strong>nte<br />

Temporar. (1991/95)<br />

% Pop.<br />

hab/ano<br />

2001<br />

Carregal do Sal 209 70 36 244 2,35<br />

Mortágua 139 104 40 179 1,72<br />

Santa Comba Dão 167 35 14 181 1,45<br />

Ton<strong>de</strong>la 485 195 124 662 2,13<br />

Penacova 425 37 250 17 442 2,63<br />

Tábua 323 97 35 358 2,84<br />

ÁREA EM ESTUDO 1748 538 250 266 2066 2,20<br />

Fonte: PBHRM<br />

O valor estimado para o período 1991/95 ron<strong>da</strong> o equivalente a 2 000 habitantes, o que<br />

representa cerca <strong>de</strong> 2% <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte em permanência em 2001, não havendo<br />

diferenças significativas entre os vários Concelhos <strong>da</strong> área em estudo.<br />

Na população resi<strong>de</strong>nte temporariamente, apenas 13% é representa<strong>da</strong> por turistas, o que<br />

faz supor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, a existência <strong>de</strong> fracos fluxos turísticos em to<strong>da</strong> a área em estudo.<br />

Os aspectos analisados até ao momento, neste domínio, para além <strong>de</strong> mostrarem uma<br />

evolução negativa <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte (seja para os resi<strong>de</strong>ntes permanentes seja<br />

para os resi<strong>de</strong>ntes temporários), traduz um fraco dinamismo populacional, conclusão que<br />

é reforça<strong>da</strong> através <strong>da</strong> análise dos Quadros 11 e 12.<br />

82<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 11 – Indicadores Demográficos em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Taxa<br />

Natali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Taxa<br />

Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Taxa<br />

Exce<strong>de</strong>nte<br />

Taxa<br />

Fecundi-<br />

Taxa<br />

Nupciali-<br />

Vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>de</strong><br />

NUT II - Região Centro 9,4 11,4 - 2,0 5,4 38,9<br />

NUT III - Dão-Lafões 9,7 11,4 - 1,7 6,4 40,6<br />

Carregal do Sal 8,1 14,5 - 6,4 7,1 33,8<br />

Mortágua 6,4 10,8 - 4,3 3,7 26,7<br />

Santa Comba Dão 9,6 14,3 - 4,6 5,9 38,7<br />

Ton<strong>de</strong>la 7,5 12,9 - 5,3 4,7 34,3<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 8,8 10,5 - 1,7 5,1 35,9<br />

Penacova 8,5 10,1 - 1,6 4,3 34,7<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 8,6 14,5 - 5,8 4,8 38,2<br />

Tábua 8,9 15,5 - 6,7 4,7 38,3<br />

Fonte: INE<br />

Em relação à situação <strong>da</strong> Região Centro, mas também em relação ao que suce<strong>de</strong> nas<br />

várias NUT’s III analisa<strong>da</strong>s, os Concelhos que integram a área em estudo <strong>de</strong>tém<br />

genericamente um posicionamento <strong>de</strong>sfavorável, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no que se refere à<br />

“Taxa <strong>de</strong> Exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong>”.<br />

Como resultado <strong>de</strong>sta situação, verifica-se que a população está ca<strong>da</strong> vez mais<br />

envelheci<strong>da</strong> e o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência total só não aumenta porque a diminuição dos<br />

jovens é maior do que o aumento dos idosos, como po<strong>de</strong> ser observado no Quadro 12.<br />

Quadro 12 – Evolução <strong>de</strong> Índices Demográficos<br />

CONCELHOS<br />

Índice Jovens (%) Índice Idosos (%) Depend. Total (%) Envelhecimento (%)<br />

1981 1991 2001 1981 1991 2001 1981 1991 2001 1981 1991 2001<br />

Carregal do Sal 24,15 21,05 14,98 15,62 17,39 19,82 66,05 62,46 53,38 64,68 82,63 132,35<br />

Mortágua 24,33 19,67 12,31 13,70 16,59 19,66 61,37 56,89 47,00 56,32 84,36 159,73<br />

Santa Comba Dão 25,39 20,45 14,59 14,30 17,20 18,77 65,81 60,39 50,05 56,31 84,10 128,66<br />

Ton<strong>de</strong>la 25,18 18,94 12,63 14,84 18,49 24,11 66,72 59,82 58,06 58,95 97,63 190,95<br />

Penacova 25,19 18,97 13,29 13,92 17,52 19,81 64,25 57,45 49,49 55,27 92,35 149,01<br />

Tábua 23,37 19,30 15,76 19,05 22,11 21,83 73,65 70,65 60,23 81,52 114,56 138,56<br />

Fonte: INE<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

83


Esta situação <strong>de</strong> envelhecimento populacional e falta <strong>de</strong> dinamismo fica traduzi<strong>da</strong> pelo<br />

an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s curvas <strong>da</strong> FIG. 23.<br />

Índice Jovens (%) Envelhecimento (%)<br />

2001<br />

1991<br />

1981<br />

2001<br />

1991<br />

1981<br />

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 180,00 200,00<br />

Índices<br />

Carregal do Sal Mortágua Santa Comba Dão Ton<strong>de</strong>la Penacova Tábua<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 23 – Envelhecimento Humano e Diminuição <strong>de</strong> Jovens<br />

Verifica-se um an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s duas curvas em sentido oposto, sendo preocupante o<br />

registo <strong>de</strong> alguns dos seis Concelhos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, Ton<strong>de</strong>la, Penacova e Tábua no<br />

que diz respeito ao envelhecimento, e Mortágua, Ton<strong>de</strong>la e Penacova, quanto à per<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

jovens.<br />

Está-se, assim, na presença <strong>de</strong> uma área territorial que experimenta uma forte per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

população resi<strong>de</strong>nte e uma dinâmica populacional muito fraca, apoia<strong>da</strong> numa estrutura<br />

com eleva<strong>da</strong> tendência para o envelhecimento, sendo certo que a população resi<strong>de</strong>nte<br />

temporariamente não tem expressão suficiente para ser o motor <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>sta<br />

situação.<br />

84<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.3.3.2 Qualificação dos Recursos Humanos<br />

A qualificação dos recursos humanos do conjunto dos Concelhos que formam a área em<br />

estudo é bastante baixa, muito embora não difira muito <strong>da</strong> situação regista<strong>da</strong> nas regiões<br />

utiliza<strong>da</strong>s para efeitos <strong>de</strong> comparação.<br />

Quadro 13 – População por Graus <strong>de</strong> Instrução em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Analfab.<br />

c/ + 10<br />

anos<br />

S/<br />

Nenhum<br />

Nível<br />

Ensino<br />

Ensino<br />

Básico<br />

Ensino<br />

Secundário<br />

Ensino<br />

Médio<br />

Ensino<br />

Superior<br />

Taxa<br />

Analfabetismo (%)<br />

1991 2001<br />

NUT II - Região Centro 231 406 363 302 1 430 392 324 136 13 510 217 057 14,0% 10,9%<br />

NUT III - Dão-Lafões 29 967 45 810 181 437 33 851 1 389 23 826 14,7% 11,6%<br />

Carregal do Sal 1 129 1 671 6 969 1 183 36 552 13,3% 12,0%<br />

Mortágua 1 063 1 508 6 932 1 142 16 760 13,2% 11,1%<br />

Santa Comba Dão 1 078 1 632 8 461 1 487 66 827 11,7% 9,5%<br />

Ton<strong>de</strong>la 2 955 4 353 21 216 3 457 127 1 999 12,6% 10,4%<br />

Sub-total 6 225 9 164 43 578 7 269 245 4 138 ------ ------<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 29 216 47 019 187 925 51 439 2 923 51 003 11,2% 9,4%<br />

Penacova 1 743 2 625 11 375 1 842 34 839 13,8% 11,4%<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 16 456 24 054 91 081 15 352 520 7 528 16,7% 13,1%<br />

Tábua 1 478 2 096 8 744 1 198 46 518 15,2% 13,0%<br />

ÁREA DE ESTUDO 9 446 13 885 63 697 10 309 325 5 495 ------ ------<br />

Fonte: INE<br />

A análise <strong>de</strong>ste quadro permite verificar que na área em estudo as taxas <strong>de</strong><br />

analfabetismo têm evoluído favoravelmente a um ritmo menor do que suce<strong>de</strong> na Região<br />

Centro ou nas NUT’s III em que os respectivos Concelhos estão integrados, mantendo-se<br />

ain<strong>da</strong> por valores muito altos.<br />

Ressalta ain<strong>da</strong> o facto <strong>de</strong>, apenas 5,3% <strong>da</strong> população possuir um grau <strong>de</strong> instrução<br />

superior, contra 8,4% na Região Centro ou 7,5% na sub-região <strong>de</strong> Dão-Lafões, bem<br />

como o facto <strong>de</strong> 15,6% possuir um grau <strong>de</strong> instrução igual ou superior ao secundário,<br />

contra 21,5% na Região Centro e 18,6% na sub-região <strong>de</strong> Dão-Lafões.<br />

Para esta situação continua a contribuir o facto <strong>de</strong> haver muito poucos alunos<br />

matriculados naqueles graus <strong>de</strong> ensino, como se po<strong>de</strong> verificar pela situação <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong><br />

para o ano lectivo <strong>de</strong> 2001/2002.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

85


Quadro 14 – Alunos Matriculados no Ano Lectivo 2001/2002 nos Vários Graus <strong>de</strong> Ensino<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

N.º Total<br />

Alunos<br />

Ensino<br />

Pré-<br />

Escolar<br />

Ensino Básico<br />

Ensino<br />

Secundário<br />

Escolas<br />

Profissionais<br />

Ensino<br />

Superior<br />

Total<br />

1º + 2º<br />

Ciclos<br />

3º Ciclo<br />

NUT II - Região Centro 381 855 43 418 188 146 121 207 66 939 64 626 7 472 78 193<br />

NUT III - Dão-Lafões 60 283 7 165 31 667 20 136 11 531 10 883 1 549 9 019<br />

Carregal do Sal 1 988 300 1 180 788 392 508<br />

Mortágua 1 507 185 857 519 338 368 97<br />

Santa Comba Dão 2 095 340 1 253 824 429 397 105<br />

Ton<strong>de</strong>la 5 009 669 3 259 2 068 1 191 873 208<br />

Sub-total 10 599 1 494 6 549 4 199 2 350 2 146 410 0<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 91 545 7 371 33 031 21 193 11 838 13 658 1 545 35 940<br />

Penacova 2 183 321 1 359 895 464 374 129<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 21 902 3 348 14 052 8 991 5 061 3 558 854 90<br />

Tábua 2 079 307 1 398 899 499 340 34<br />

ÁREA DE ESTUDO 14 861 2 122 9 306 5 993 3 313 2 860 573 0<br />

Fonte: INE<br />

Para esta situação indicativa <strong>de</strong> uma dinâmica socioeconómica muito fraca tem<br />

contribuído o facto <strong>de</strong> a área em estudo estar bastante mal apetrecha<strong>da</strong> com<br />

estabelecimentos <strong>de</strong> ensino:<br />

Quadro 15 – Estabelecimentos <strong>de</strong> Ensino no Ano Lectivo 2001/2002<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Total<br />

1º + 2º<br />

Ciclos<br />

3º Ciclo<br />

NUT II - Região Centro 4 754 1 529 2 983 2 704 279 133 50 59<br />

NUT III - Dão-Lafões 987 317 633 585 48 18 9 10<br />

Carregal do Sal 40 17 22 19 3 1<br />

Mortágua 44 12 30 28 2 1 1<br />

Santa Comba Dão 42 17 23 21 2 1 1<br />

Ton<strong>de</strong>la 94 29 63 62 1 1 1<br />

Sub-total 220 75 138 130 8 4 3 0<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 719 195 464 416 48 28 11 21<br />

Penacova 61 14 45 42 3 1 1<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 451 130 300 276 24 12 8 1<br />

Tábua 44 11 31 29 2 1 1<br />

Fonte: INE<br />

N.º Total<br />

Estabel.<br />

Ensino<br />

Pré-<br />

Escolar<br />

Ensino Básico<br />

Ensino<br />

Secundário<br />

Escolas<br />

Profissionais<br />

Ensino<br />

Superior<br />

ÁREA DE ESTUDO 325 100 214 201 13 6 5 0<br />

86<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a área em estudo possuindo 325 estabelecimentos <strong>de</strong> ensino (dos quais<br />

31% pertencem ao ensino pré-escolar e 62% ao 1º e 2º ciclos do ensino básico) <strong>de</strong>tém<br />

apenas cerca <strong>de</strong> 7% dos estabelecimentos <strong>de</strong> ensino <strong>da</strong> Região Centro ou apenas cerca<br />

<strong>de</strong> 33% <strong>da</strong> NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões.<br />

As fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>s encontra<strong>da</strong>s neste domínio, quer a nível <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte, quer <strong>da</strong><br />

dinâmica socioeconómica, mostram claramente uma região altamente <strong>de</strong>bilita<strong>da</strong>, sem<br />

meios humanos suficientes e qualificados para a requalificar e a necessitar <strong>de</strong> um apoio<br />

vindo do exterior para o fazer.<br />

3.3.3.3 Estrutura Económica<br />

Embora não esteja disponível informação a nível dos Concelhos sobre as principais<br />

gran<strong>de</strong>zas macroeconómicas, conhece-se a evolução do PIB – Produto Interno Bruto e<br />

do VAB – Valor Acrescentado Bruto para as várias NUT’s II e III.<br />

No que ao PIB diz respeito, a análise do Quadro 16 a seguir reproduzido permite retirar<br />

as seguintes conclusões mais relevantes:<br />

Quadro 16 – Evolução do PIB na Região<br />

PIB Total (milhões <strong>de</strong> euros)<br />

PIB per capita (milhares <strong>de</strong> euros)<br />

ANOS<br />

NUT II -<br />

R. Centro<br />

NUT III -<br />

Dão<br />

Lafões<br />

NUT III -<br />

B.<br />

Mon<strong>de</strong>go<br />

NUT III -<br />

P.I.Norte<br />

NUT II -<br />

R. Centro<br />

NUT III -<br />

Dão<br />

Lafões<br />

NUT III -<br />

B.<br />

Mon<strong>de</strong>go<br />

NUT III -<br />

P.I.Norte<br />

1995 11 338 1 290 2 659 617 6,5 4,5 8,0 5,3<br />

1996 12 059 1 424 2 737 659 6,9 5,0 8,2 5,7<br />

1997 12 826 1 510 2 908 692 7,3 5,3 8,7 6,0<br />

1998 13 821 1 640 3 099 743 7,9 5,8 9,2 6,4<br />

1999 14 887 1 809 3 282 794 8,4 6,3 9,7 6,9<br />

Fonte: INE<br />

- A NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões, sendo a mais representativa na área em estudo, <strong>de</strong>tinha<br />

em 1999 cerca <strong>de</strong> 12% do PIB <strong>da</strong> Região Centro, valor este que em 1995 era <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 11%;<br />

- Em termos do PIB per capita, aqueles valores eram <strong>de</strong> 75% e <strong>de</strong> 69%,<br />

respectivamente, para 1999 e 1995;<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

87


- Durante o período em análise, o PIB cresceu na Região Centro segundo uma taxa<br />

média anual <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos 7,1%, valor este que, para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões é<br />

<strong>de</strong> 8,8%;<br />

- As mesmas taxas <strong>de</strong> crescimento médio anual regista<strong>da</strong>s para o PIB per capita<br />

foram <strong>de</strong> 6,6% e <strong>de</strong> 8,8%, respectivamente, para 1999 e 1995.<br />

Po<strong>de</strong>r-se-á então concluir que o crescimento económico <strong>da</strong> NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões, quer<br />

em termos absolutos, quer em termos <strong>de</strong> valores per capita, é superior ao registado para<br />

to<strong>da</strong> a Região Centro.<br />

Embora se <strong>de</strong>sconheça se esta tendência é váli<strong>da</strong> para os Concelhos que integram a<br />

área em estudo, <strong>da</strong>do que nas análises anteriores, o dinamismo <strong>de</strong>stes Concelhos era<br />

sempre inferior ao verificado para a sub-região representa<strong>da</strong> por aquela NUT III, será <strong>de</strong><br />

presumir que a <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> económica <strong>da</strong> área em estudo é maior nestes Concelhos.<br />

Para o VAB, a situação regista<strong>da</strong> permite retirar também as seguintes conclusões mais<br />

relevantes:<br />

Quadro 17 – Evolução do VAB <strong>da</strong> Região<br />

ANOS<br />

NUT II -<br />

R. Centro<br />

VAB Total<br />

(milhões <strong>de</strong> euros)<br />

NUT III -<br />

Dão<br />

Lafões<br />

NUT III -<br />

B.<br />

Mon<strong>de</strong>go<br />

NUT III -<br />

P.I.Norte<br />

VAB per capita<br />

(milhares <strong>de</strong> euros por pessoa emprega<strong>da</strong>)<br />

NUT II -<br />

R. Centro<br />

NUT III -<br />

Dão<br />

Lafões<br />

NUT III -<br />

B.<br />

Mon<strong>de</strong>go<br />

NUT III -<br />

P.I.Norte<br />

1995 9 860 1 122 2 312 517 13,1 10,6 15,3 10,9<br />

1996 10 466 1 236 2 375 564 13,8 11,4 15,8 11,6<br />

1997 11 140 1 312 2 526 591 14,4 11,7 16,7 11,9<br />

1998 11 931 1 416 2 675 653 15,0 12,5 17,2 12,7<br />

1999 12 790 1 554 2 820 687 15,6 13,1 17,9 13,1<br />

Fonte: INE<br />

- Continuando a tomar por base a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões, verifica-se que esta<br />

<strong>de</strong>tinha, em 1999, cerca <strong>de</strong> 12% do VAB <strong>da</strong> Região Centro, valor este que em<br />

1995 era <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 11%, pelo que não há aqui qualquer diferença relativamente<br />

ao PIB;<br />

- Em termos do VAB per capita, referenciado ao número <strong>de</strong> pessoas emprega<strong>da</strong>s,<br />

aqueles valores eram <strong>de</strong> 84% e <strong>de</strong> 81%, respectivamente, para 1999 e 1995, o<br />

que representa uma melhoria em relação ao PIB;<br />

88<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


- Durante o período em análise, o VAB cresceu na Região Centro segundo uma<br />

taxa média anual <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos 6,7%, valor este que, para a NUT III <strong>de</strong> Dão-<br />

Lafões, é <strong>de</strong> 8,5%. Ou seja, a produção existente na NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões tem<br />

maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> geração riqueza do que a regista<strong>da</strong> na Região Centro;<br />

- As mesmas taxas <strong>de</strong> crescimento médio anual regista<strong>da</strong>s para o VAB per capita<br />

tomando como referência o número <strong>de</strong> pessoas emprega<strong>da</strong>s, foram <strong>de</strong> 4,5% e <strong>de</strong><br />

5,4%, respectivamente, para 1999 e 1995, mostrando por isso valores bastante<br />

inferiores aos do PIB, embora continuando a haver vantagem para a NUT III <strong>de</strong><br />

Dão-Lafões.<br />

Em termos <strong>da</strong> estrutura produtiva, analisa<strong>da</strong> com base no número <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />

se<strong>de</strong> na região e do pessoal que nelas está empregue (em ambos os casos com<br />

variáveis referencia<strong>da</strong>s a 2001), verifica-se a seguinte situação:<br />

Quadro 18 – Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

TOTAIS<br />

CAE<br />

A+B<br />

CAE<br />

C+D+E<br />

CAE<br />

F<br />

CAE<br />

G<br />

CAE<br />

H<br />

RESTO<br />

NUT II - Região Centro 45 150 1 326 8 108 6 165 14 552 3 520 11 479<br />

NUT III - Dão-Lafões 5 993 261 938 781 2 076 483 1 454<br />

Carregal do Sal 187 7 51 15 65 12 37<br />

Mortágua 234 31 45 25 66 12 55<br />

Santa Comba Dão 265 21 47 37 91 23 46<br />

Ton<strong>de</strong>la 544 45 96 63 172 39 129<br />

Sub-total 1 230 104 239 140 394 86 267<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 8 395 143 906 975 2 922 779 2 670<br />

Penacova 321 19 35 86 83 15 83<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 32 723 116 618 603 892 252 30 242<br />

Tábua 276 11 62 44 82 27 50<br />

ÁREA DE ESTUDO 1 827 134 336 270 559 128 400<br />

Legen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s "CAE": A + B Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pesca<br />

C + D + E Indústrias e Produção e Distribuição <strong>de</strong> Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, Gás, Água<br />

F Construção<br />

G Comércio por Grosso e a Retalho; Rep. <strong>de</strong> Veículos Automóveis,<br />

Motociclos e <strong>de</strong> Bens <strong>de</strong> Uso Pessoal e Doméstico<br />

H Alojamento e Restauração (Restaurantes e Similares)<br />

Fonte: INE<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

89


• Em termos <strong>de</strong> número <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, verifica-se que:<br />

- Cerca <strong>de</strong> 64% estão reparti<strong>da</strong>s pelo Comércio (30,6%), pelo sector<br />

industrial, incluindo neste a produção e distribuição <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, gás e<br />

água (18,4%) e pela construção (14,8%);<br />

- Esta situação não é muito diferente <strong>da</strong> regista<strong>da</strong>, quer para a Região Centro<br />

(64%), quer para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões (63%);<br />

- Em to<strong>da</strong>s estas áreas o sector predominante é o do Comércio, embora em<br />

termos <strong>de</strong> estrutura a área em estudo seja a que apresenta um valor mais<br />

baixo (32,2% para a Região Centro e 34,6% para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões);<br />

• Em termos do pessoal empregue por aquelas socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, verifica-se que:<br />

- Cerca <strong>de</strong> 81% do pessoal empregue está repartido pelo sector industrial<br />

(que passa a ocupar a primeira posição), incluindo neste a produção e<br />

distribuição <strong>de</strong> electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, gás e água (49,8%) pelo Comércio (18,7%), e<br />

pela construção (12,6%);<br />

- Esta situação também não é muito diferente <strong>da</strong> regista<strong>da</strong>, quer para a<br />

Região Centro (82%), quer para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões (79%);<br />

- Em to<strong>da</strong>s estas áreas o sector predominante é o do sector industrial,<br />

embora em termos <strong>de</strong> estrutura a área em estudo seja o que apresenta um<br />

valor mais intermédio entre os 50,2% <strong>da</strong> Região Centro e os 41,0% <strong>da</strong> NUT<br />

III <strong>de</strong> Dão-Lafões);<br />

Do confronto <strong>de</strong>stas análises ressalta a análise <strong>da</strong> dimensão <strong>da</strong>s várias socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />

se<strong>de</strong> na Região, verificando-se que:<br />

- A dimensão média <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com se<strong>de</strong> na área em estudo é<br />

genericamente menor do que a regista<strong>da</strong> em outras áreas;<br />

- O sector industrial é aquele que possui socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior dimensão, mas<br />

mesmo assim é um valor bastante mais baixo do que o registado, quer na<br />

Região Centro, quer na NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões;<br />

- A dimensão <strong>da</strong>s empresas agrícolas <strong>da</strong> área em estudo é superior à<br />

verifica<strong>da</strong> para a Região Centro e relativamente menor do que a regista<strong>da</strong><br />

para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões.<br />

90<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 19 – Pessoal Empregue pelas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

TOTAIS<br />

CAE<br />

A+B<br />

CAE<br />

C+D+E<br />

CAE<br />

F<br />

CAE<br />

G<br />

CAE<br />

H<br />

RESTO<br />

NUT II - Região Centro 316 340 6 755 158 682 33 742 67 183 13 114 36 864<br />

NUT III - Dão-Lafões 39 730 1 484 16 285 5 720 9 488 2 049 4 704<br />

Carregal do Sal 1 196 17 650 113 298 31 87<br />

Mortágua 1 304 189 571 122 271 36 115<br />

Santa Comba Dão 1 361 53 570 239 314 84 101<br />

Ton<strong>de</strong>la 4 297 357 2 245 355 777 159 404<br />

Sub-total 8 158 616 4 036 829 1 660 310 707<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 52 122 982 17 609 5 731 13 866 3 343 10 591<br />

Penacova 1 321 59 397 389 231 17 228<br />

NUT III - Pinhal Interior Nort 19 531 361 10 084 3 082 3 513 653 1 838<br />

Tábua 1 942 20 1 258 219 245 75 125<br />

ÁREA DE ESTUDO 11 421 695 5 691 1 437 2 136 402 1 060<br />

Legen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s "CAE": A + B Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pesca<br />

C + D + E Indústrias e Produção e Distribuição <strong>de</strong> Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, Gás, Água<br />

F Construção<br />

G Comércio por Grosso e a Retalho; Rep. <strong>de</strong> Veículos Automóveis,<br />

Fonte: INE<br />

H<br />

Motociclos e <strong>de</strong> Bens <strong>de</strong> Uso Pessoal e Doméstico<br />

Alojamento e Restauração (Restaurantes e Similares)<br />

Quadro 20 – Dimensão Média <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

TOTAIS<br />

CAE<br />

A+B<br />

CAE<br />

C+D+E<br />

CAE<br />

F<br />

CAE<br />

G<br />

CAE<br />

H<br />

RESTO<br />

NUT II - Região Centro 7,01 5,09 19,57 5,47 4,62 3,73 3,21<br />

NUT III - Dão-Lafões 6,63 5,69 17,36 7,32 4,57 4,24 3,24<br />

Carregal do Sal 6,40 2,43 12,75 7,53 4,58 2,58 2,35<br />

Mortágua 5,57 6,10 12,69 4,88 4,11 3,00 2,09<br />

Santa Comba Dão 5,14 2,52 12,13 6,46 3,45 3,65 2,20<br />

Ton<strong>de</strong>la 7,90 7,93 23,39 5,63 4,52 4,08 3,13<br />

Sub-total 6,63 5,92 16,89 5,92 4,21 3,60 2,65<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 6,21 6,87 19,44 5,88 4,75 4,29 3,97<br />

Penacova 4,12 3,11 11,34 4,52 2,78 1,13 2,75<br />

NUT III - Pinhal Interior Nort 0,60 3,11 16,32 5,11 3,94 2,59 0,06<br />

Tábua 7,04 1,82 20,29 4,98 2,99 2,78 2,50<br />

ÁREA DE ESTUDO 6,25 5,19 16,94 5,32 3,82 3,14 2,65<br />

Legen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s "CAE": A + B Agricultura, Produção Animal, Caça, Silvicultura e Pesca<br />

C + D + E Indústrias e Produção e Distribuição <strong>de</strong> Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, Gás, Água<br />

F Construção<br />

G Comércio por Grosso e a Retalho; Rep. <strong>de</strong> Veículos Automóveis,<br />

Motociclos e <strong>de</strong> Bens <strong>de</strong> Uso Pessoal e Doméstico<br />

H Alojamento e Restauração (Restaurantes e Similares)<br />

Fonte: INE<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

91


Quadro 21 – Situação <strong>da</strong> Indústria Transformadora em 2001<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Indústria Transformadora com Se<strong>de</strong> na Região<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

NUT II - Região Centro 7 808 1 343 726 1 282 903 1 321 2 233<br />

NUT III - Dão-Lafões 888 162 95 197 87 144 203<br />

Carregal do Sal 49 6 7 8 3 10 15<br />

Mortágua 44 4 4 12 8 6 10<br />

Santa Comba Dão 47 12 3 15 6 3 8<br />

Ton<strong>de</strong>la 93 21 2 24 6 18 22<br />

Sub-total 233 43 16 59 23 37 55<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 868 191 61 179 96 125 216<br />

Penacova 34 7 12 3 6 6<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 598 122 91 148 60 88 89<br />

Tábua 59 17 5 6 8 14 9<br />

ÁREA DE ESTUDO 326 67 21 77 34 57 70<br />

Pessoal Empregue nas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Indústria Transformadora com Se<strong>de</strong> na Região<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

TOTAIS<br />

CAE<br />

DA<br />

NUT II - Região Centro 155 745 15 168 32 812 15 868 26 873 17 554 47 470<br />

NUT III - Dão-Lafões 15 810 1 657 3 624 2 324 1 361 2 592 4 252<br />

Carregal do Sal 650 20 287 141 60 142<br />

Mortágua 571 27 17 118 246 37 126<br />

Santa Comba Dão 570 114 61 103 141 111 40<br />

Ton<strong>de</strong>la 2 245 414 141 35 1 159 496<br />

Sub-total 4 036 575 365 503 422 1 367 804<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 17 171 2 787 2 838 3 117 2 935 1 248 4 246<br />

Penacova 397 78 88 71 9 151<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 9 997 951 4 364 1 257 1 128 502 1 795<br />

Tábua 1 258 84 496 26 225 122 305<br />

ÁREA DE ESTUDO 5 691 737 861 617 718 1 498 1 260<br />

Dimensão Média <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com Se<strong>de</strong> na Região<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

TOTAIS<br />

TOTAIS<br />

CAE<br />

DA<br />

CAE<br />

DA<br />

NUT II - Região Centro 19,95 11,29 45,20 12,38 29,76 13,29 21,26<br />

NUT III - Dão-Lafões 17,80 10,23 38,15 11,80 15,64 18,00 20,95<br />

Carregal do Sal 13,27 3,33 41,00 17,63 0,00 6,00 9,47<br />

Mortágua 12,98 6,75 4,25 9,83 30,75 6,17 12,60<br />

Santa Comba Dão 12,13 9,50 20,33 6,87 23,50 37,00 5,00<br />

Ton<strong>de</strong>la 24,14 19,71 0,00 5,88 5,83 64,39 22,55<br />

Sub-total 17,32 13,37 22,81 8,53 18,35 36,95 14,62<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 19,78 14,59 46,52 17,41 30,57 9,98 19,66<br />

Penacova 11,68 11,14 #DIV/0! 7,33 23,67 1,50 25,17<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 16,72 7,80 47,96 8,49 18,80 5,70 20,17<br />

Tábua 21,32 4,94 99,20 4,33 28,13 8,71 33,89<br />

ÁREA DE ESTUDO 17,46 11,00 41,00 8,01 21,12 26,28 18,00<br />

Legen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s "CAE": DA Indústrias Alimentares, <strong>da</strong>s Bebi<strong>da</strong>s e do Tabaco<br />

DB Indústria Têxtil<br />

DD + DE Indústrias <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira e <strong>da</strong> Cortiça e suas Obras +<br />

Indústrias <strong>de</strong> Pasta, <strong>de</strong> Papel e Cartão e outros; Edição/Impressão<br />

DI Fabricação <strong>de</strong> Outros Produtos Minerais não Metálicos<br />

DJ Indústrias Metalúrgicas <strong>de</strong> Base e <strong>de</strong> Produtos Metálicos<br />

Fonte: INE<br />

CAE<br />

DB<br />

CAE<br />

DB<br />

CAE<br />

DB<br />

CAE<br />

DD + DE<br />

CAE<br />

DD + DE<br />

CAE<br />

DD + DE<br />

CAE<br />

DI<br />

CAE<br />

DI<br />

CAE<br />

DI<br />

CAE<br />

DJ<br />

CAE<br />

DJ<br />

CAE<br />

DJ<br />

RESTO<br />

RESTO<br />

RESTO<br />

92<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Das análises anteriores, ressalta a relevância assumi<strong>da</strong> pelo sector industrial, pelo que,<br />

nesta perspectiva, mostra-se imprescindível analisar a situação <strong>da</strong> Indústria<br />

Transformadora (Quadro 22).<br />

- A área em estudo possui cerca <strong>de</strong> 4,2% <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes na Região<br />

Centro e 13,9% do total <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes no conjunto <strong>da</strong>s três NUT’s III<br />

que a integram;<br />

- Em termos <strong>de</strong> pessoal empregue pelas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com se<strong>de</strong> na Região,<br />

aquelas percentagens, são respectivamente, <strong>de</strong> 3,7% e <strong>de</strong> 13,2%;<br />

- A dimensão <strong>de</strong>stas Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s é, genericamente, menor na área em estudo do<br />

que em qualquer outra área <strong>de</strong> comparação;<br />

- Como seria <strong>de</strong> esperar, <strong>da</strong>dos os recursos naturais existentes, as indústrias<br />

relaciona<strong>da</strong>s com a ma<strong>de</strong>ira predominam na área em estudo, em termos do<br />

número <strong>de</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Mas em termos <strong>de</strong> pessoal empregue, as Indústrias<br />

Metalúrgicas são as mais relevantes, seguindo-se a Indústria Têxtil e <strong>de</strong>pois as<br />

Indústrias Alimentares, vindo as indústrias relaciona<strong>da</strong>s com a ma<strong>de</strong>ira na quarta<br />

posição.<br />

Tendo em linha <strong>de</strong> conta que os principais recursos <strong>da</strong> área em estudo se centram em<br />

três domínios,<br />

- Floresta e sua fileira industrial<br />

- Espelho <strong>de</strong> água <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong><br />

- Paisagem e património natural<br />

a análise apresenta<strong>da</strong> faz supor a existência <strong>de</strong> uma situação on<strong>de</strong> não se está a fazer o<br />

melhor aproveitamento <strong>de</strong>sses recursos.<br />

No seguimento <strong>de</strong>sta conclusão e tendo em linha <strong>de</strong> conta, como se referiu, o espelho <strong>de</strong><br />

água <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> e o património natural <strong>da</strong> área em estudo, veja-se o que suce<strong>de</strong> com o<br />

Turismo.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

93


De acordo com os <strong>da</strong>dos existente no Anuário Estatístico Regional, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alojamento existente em 2001 (Quadro 22), ao nível <strong>da</strong>s várias tipologias <strong>de</strong><br />

estabelecimentos existentes, não tem expressão significativa, uma vez que havia naquele<br />

ano cerca <strong>de</strong> 660 camas disponíveis, entre a hotelaria tradicional e o TER, muito embora<br />

o IRT – Inventário dos Recursos Turísticos existentes na Direcção Geral do Turismo<br />

contabilize para o mesmo ano 992 camas (793 camas afectas a estabelecimentos<br />

hoteleiros e Meios Complementares <strong>de</strong> Alojamento Turístico e 199 camas no TER).<br />

Quadro 22 – Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Alojamento em 2001 (IRT)<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Total<br />

Estabel Quartos Camas Estabel Quartos Camas Estabel Quarto<br />

s<br />

Camas<br />

NUT II - Região Centro 386 10 318 21 329 254 9 684 20 099 132 634 1 230<br />

NUT III - Dão-Lafões 84 1 897 3 905 40 1 673 3 470 44 224 435<br />

Carregal do Sal 6 21 42 1 5 21 42<br />

Mortágua 2 40 64<br />

Santa Comba Dão 5 26 51 5 26 51<br />

Ton<strong>de</strong>la 10 210 409 6 188 367 4 22 42<br />

Sub-total 21 257 502 7 188 367 14 69 135<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 64 2 410 5 141 57 2 374 5 080 7 36 61<br />

Penacova 1 0 0 1<br />

Hotelaria Tradicional<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 25 291 592 8 217 448 17 74 144<br />

Tábua 3 74 163 1 74 163 2<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em TER<br />

ÁREA DE ESTUDO 25 331 665 9 262 530 16 69 135<br />

Fonte: INE – Anuário Estatístico Regional<br />

Predomina a hotelaria tradicional, representando cerca <strong>de</strong> 80% <strong>da</strong>s camas e dos quartos,<br />

sendo quase uma surpresa a fraca expressão <strong>da</strong> oferta traduzi<strong>da</strong> pelo TER – Turismo em<br />

Espaço Rural, embora os estabelecimentos existentes sejam cerca do dobro dos <strong>da</strong><br />

hotelaria tradicional.<br />

Refira-se, por outro lado, a escassez <strong>de</strong> alojamento em vários dos Concelhos que<br />

integram a área em estudo.<br />

94<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Igualmente <strong>de</strong> acordo com os <strong>da</strong>dos do Anuário Estatístico Regional, o panorama <strong>da</strong><br />

procura, não é mais animador (Quadro 23), embora nessa fonte estatística não esteja<br />

disponível a maior parte <strong>da</strong> informação respeitante a ca<strong>da</strong> um dos Concelhos que<br />

integram a área em estudo:<br />

- Apesar <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> informação, presume-se que a taxa média <strong>de</strong> ocupação cama<br />

anual está bastante abaixo dos 30%, valor que é substancialmente inferior ao<br />

encontrado normalmente nas zonas interiores do País;<br />

- As esta<strong>da</strong>s médias, por sua vez, <strong>de</strong>ver-se-ão situar num valor que ron<strong>da</strong>rá as 1,5<br />

a 1,8 noites, o que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar excessivamente baixo para o tipo <strong>de</strong><br />

Turismo que se <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>senvolver em to<strong>da</strong> a Região.<br />

Quadro 23 – Indicadores <strong>da</strong> Hotelaria Tradicional em 2001<br />

NUT's / CONCELHOS Dormi<strong>da</strong>s Hóspe<strong>de</strong>s<br />

Esta<strong>da</strong><br />

Média<br />

Taxa<br />

Ocupaç./C<br />

ama<br />

NUT II - Região Centro 1 956 615 1 038 895 1,9 27,3%<br />

NUT III - Dão-Lafões 368 977 182 414 2,0 30,7%<br />

Carregal do Sal<br />

Mortágua<br />

Santa Comba Dão<br />

Ton<strong>de</strong>la 51 818 29 014 1,8 38,7%<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 560 154 312 427 1,8 30,7%<br />

Penacova<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 35 945 30 147 1,2 22,1%<br />

Tábua 12 394 12 394 1,0 20,7%<br />

Fonte: INE – Anuário Estatístico Regional<br />

Apesar <strong>de</strong> a situação não ser brilhante, <strong>da</strong>dos os recursos turísticos existentes, quer em<br />

número quer em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Turismo é uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que merece ser encara<strong>da</strong> numa<br />

outra perspectiva, visando constituir-se num dos principais motores <strong>de</strong> dinamização<br />

social e económica <strong>da</strong> Região e <strong>da</strong> área em estudo, em particular.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

95


3.3.3.4 Emprego, Condições Sociais e Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong><br />

Não existindo <strong>da</strong>dos disponíveis sobre o emprego para os Concelhos que integram a<br />

área em estudo, a análise sobre esta variável macroeconómica foi conduzi<strong>da</strong> com base<br />

nas áreas geográficas mais vastas que estão relaciona<strong>da</strong>s com a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Quadro 24 – Emprego na Região entre 1995 e 1999<br />

Emprego Total (milhares <strong>de</strong> pessoas)<br />

ANOS<br />

NUT II - R. NUT III - NUT III - NUT III -<br />

Centro Dão Lafões B.Mon<strong>de</strong>go P.I.Norte<br />

1995 752,0 105,4 150,7 47,4<br />

1996 760,7 108,3 150,7 48,8<br />

1997 774,7 112,2 151,7 49,7<br />

1998 793,9 113,7 155,5 51,5<br />

1999 817,7 119,0 157,5 52,3<br />

Fonte: INE<br />

- A NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões, a mais relevante <strong>da</strong>s NUT’s III <strong>da</strong> área em estudo;<br />

absorvia em 1999, cerca <strong>de</strong> 14,6% do volume <strong>de</strong> emprego <strong>da</strong> Região Centro,<br />

valor este que em 1995 era <strong>de</strong> 14,0%, pelo que não houve <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista<br />

gran<strong>de</strong> evolução;<br />

- Nas outras duas NUT’s III <strong>de</strong>staca-se a relevância do Baixo Mon<strong>de</strong>go na estrutura<br />

do emprego <strong>da</strong> Região Centro.<br />

A esta situação correspon<strong>de</strong>u a uma evolução ao longo <strong>de</strong>stes anos traduzi<strong>da</strong> pela<br />

FIG. 24.<br />

115,0<br />

110,0<br />

N.º Índice<br />

105,0<br />

100,0<br />

1995 1996 1997 1998 1999<br />

95,0<br />

Anos<br />

NUT II - R. Centro NUT III - Dão Lafões NUT III - B.Mon<strong>de</strong>go NUT III - P.I.Norte<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 24 – Evolução do Volume <strong>de</strong> Emprego na Região entre 1995 e 1999<br />

96<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Da observação <strong>de</strong>ste gráfico ressalta um movimento ascen<strong>de</strong>nte a partir <strong>de</strong> 1997 para<br />

to<strong>da</strong>s as curvas apresenta<strong>da</strong>s, sendo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar o ritmo <strong>de</strong> crescimento verificado nos<br />

últimos anos para a NUT III <strong>de</strong> Dão-Lafões.<br />

Em termos <strong>de</strong> estrutura sectorial, a evolução para o mesmo período po<strong>de</strong> ser observa<strong>da</strong><br />

através <strong>da</strong> análise do Quadro 25 a seguir reproduzido:<br />

Quadro 25 – Evolução <strong>da</strong> Estrutura Sectorial do Emprego<br />

ANOS<br />

NUT II -<br />

Região Centro<br />

Estrutura do Emprego<br />

NUT III -<br />

Dão Lafões<br />

NUT III -<br />

Baixo Mon<strong>de</strong>go<br />

NUT III -<br />

Pinhal Interior Norte<br />

Sec. I Sec. II Sec. III Sec. I Sec. II Sec. III Sec. I Sec. II Sec. III Sec. I Sec. II Sec. III<br />

1995 19,4% 32,2% 48,4% 28,5% 25,8% 45,7% 14,1% 23,9% 62,0% 23,4% 36,3% 40,3%<br />

1996 19,7% 32,1% 48,1% 28,7% 26,5% 44,8% 14,5% 23,8% 61,7% 23,4% 35,7% 41,0%<br />

1997 19,3% 32,1% 48,5% 27,5% 27,6% 44,7% 14,3% 23,5% 62,2% 22,7% 35,0% 42,3%<br />

1998 18,0% 32,3% 49,6% 26,1% 27,3% 46,6% 13,3% 24,2% 62,4% 21,2% 35,9% 43,1%<br />

1999 16,9% 32,5% 50,6% 24,1% 27,1% 48,8% 12,7% 24,4% 62,9% 20,1% 35,8% 44,2%<br />

Fonte: INE<br />

Verifica-se existir na Região Centro, ao longo dos anos analisados, uma transferência do<br />

emprego do sector primário para o sector terciário, mantendo-se idêntico o peso do<br />

sector secundário, o que é aliás a situação normal do País.<br />

Nas NUT’s III analisa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no que se refere à <strong>de</strong> Dão-Lafões, esta<br />

transferência também existe, mas o peso do sector terciário é ain<strong>da</strong> pequeno, mantendose<br />

um sector primário muito forte e um sector secundário que cresceu.<br />

Nos anos mais recentes, tomando em linha <strong>de</strong> conta os trabalhadores por conta <strong>de</strong><br />

outrem, o emprego <strong>da</strong> área em estudo evoluiu nos termos do Quadro 26.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

97


Quadro 26 – Evolução do Emprego na Área em Estudo – 1999/2000<br />

NUT's / CONCELHOS<br />

Emprego<br />

Total<br />

Ano <strong>de</strong> 1999 Ano <strong>de</strong> 2000<br />

Estrutura (%)<br />

Emprego<br />

Estrutura (%)<br />

Total<br />

Sector<br />

Prim.<br />

Sector<br />

Secund.<br />

Sector<br />

Terciár.<br />

Sector<br />

Prim.<br />

Sector<br />

Secund.<br />

Sector<br />

Terciár.<br />

NUT II - Região Centro 304 810 1,8% 57,6% 40,6% 316 197 1,8% 56,0% 42,2%<br />

NUT III - Dão-Lafões 39 550 2,5% 53,7% 43,8% 42 131 2,3% 53,3% 44,3%<br />

Carregal do Sal 1 032 0,6% 65,8% 33,6% 1 172 1,7% 64,2% 34,1%<br />

Mortágua 1 147 9,6% 51,8% 38,6% 1 208 8,0% 55,0% 36,9%<br />

Santa Comba Dão 1 349 3,3% 56,3% 40,4% 1 319 3,3% 57,5% 39,2%<br />

Ton<strong>de</strong>la 4 216 7,3% 59,5% 33,3% 4 642 6,9% 56,3% 36,9%<br />

Sub-total 7 744 6,0% 58,6% 35,3% 8 341 5,7% 57,4% 36,9%<br />

NUT III - Baixo Mon<strong>de</strong>go 53 036 1,3% 43,6% 55,1% 55 215 1,3% 41,5% 57,2%<br />

Penacova 1 049 3,1% 52,8% 44,1% 1 207 2,7% 53,8% 43,5%<br />

NUT III - Pinhal Interior Norte 18 247 1,7% 62,4% 35,9% 19 673 2,0% 62,4% 35,7%<br />

Tábua 1 471 1,8% 61,9% 36,2% 1 694 2,0% 65,1% 32,9%<br />

ÁREA DE ESTUDO 10 264 5,1% 58,5% 36,4% 11 242 4,8% 58,2% 37,0%<br />

Fonte: INE<br />

Em termos <strong>de</strong> estrutura do emprego <strong>da</strong> área em estudo, regista-se uma evolução do<br />

sector primário para o sector terciário, mantendo-se o sector secundário como o maior<br />

gerador <strong>de</strong> emprego. Esta situação não é muito diferente do que suce<strong>de</strong> na Região<br />

Centro ou nas NUT’s III que integram os Concelhos <strong>da</strong> área em estudo.<br />

As condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população estão condiciona<strong>da</strong>s pelos rendimentos <strong>da</strong>s famílias<br />

que na Região Centro, em termos gerais e na área em estudo, em particular, não tem<br />

conhecido o ritmo <strong>de</strong> crescimento <strong>da</strong> média do País, po<strong>de</strong>ndo-se concluir que as<br />

condições sociais e económicas <strong>da</strong> Região não são <strong>da</strong>s melhores, o que condiciona <strong>de</strong><br />

forma significativa a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte.<br />

3.3.3.5 Diagnóstico Estratégico<br />

‣ Análise Global <strong>da</strong> Situação <strong>de</strong> Referência<br />

Da análise global <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> referência para a área em estudo ressaltam, como<br />

principais, as seguintes conclusões sobre o estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento socioeconómico<br />

<strong>da</strong> área em estudo:<br />

- A área em estudo – composta para este efeito pelos territórios dos Concelhos <strong>de</strong><br />

Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la integrados na NUT III <strong>de</strong><br />

Dão-Lafões; Concelho <strong>de</strong> Penacova, pertencente à NUT III do Baixo Mon<strong>de</strong>go;<br />

Concelho <strong>de</strong> Tábua, <strong>da</strong> NUT III do Pinhal Interior Norte – está enquadra<strong>da</strong> numa<br />

zona do País, em geral, e <strong>da</strong> Região Centro, em particular, que apresenta uma<br />

débil estrutura socioeconómica e um fraco dinamismo populacional e económico;<br />

98<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


- A população resi<strong>de</strong>nte tem vindo a <strong>de</strong>crescer, precisamente porque não há<br />

condições <strong>de</strong> atracção e fixação <strong>de</strong> populações, o que se pren<strong>de</strong> também com a<br />

falta <strong>de</strong> condições geradoras <strong>de</strong> iniciativas empresariais;<br />

- Esta população possui ca<strong>da</strong> vez menos jovens e o envelhecimento humano atinge<br />

valores preocupantes;<br />

- As activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas prevalecentes, on<strong>de</strong> o sector secundário permanece<br />

como o mais relevante, tem procurado assentar nos recursos naturais existentes,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no que se refere aos recursos florestais, ao património natural e<br />

cultural e às matérias primas que estão na base <strong>de</strong> indústrias metalúrgicas <strong>de</strong><br />

base;<br />

- A exploração <strong>de</strong>stes recursos está a ser operacionaliza<strong>da</strong> em muitos casos sem<br />

se racionalizar o correspon<strong>de</strong>nte aproveitamento, o que merece uma intervenção<br />

urgente para corrigir situações mal conduzi<strong>da</strong>s;<br />

- A falta <strong>de</strong> dinamismo <strong>da</strong> área em estudo e a correspon<strong>de</strong>nte incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

sair <strong>de</strong>sta situação <strong>da</strong> forma mais autónoma possível – <strong>de</strong>tectado a todos os<br />

níveis – está associa<strong>da</strong> a uma fraca qualificação dos recursos humanos;<br />

- Apesar <strong>de</strong> a área em estudo não estar menos ou pior apetrecha<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

infraestruturas e <strong>de</strong> equipamentos, seguindo as conclusões <strong>de</strong> outros estudos,<br />

conclui-se que tem existido muito pouca preocupação com a conservação do<br />

ambiente, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no que respeita no combate às fontes <strong>de</strong> poluição;<br />

- Segundo aqueles mesmos estudos, a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong> não permite, pelo menos para já, tomá-la como um dos pilares <strong>de</strong> um<br />

novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

‣ Conclusões sobre a Avaliação <strong>da</strong> Situação<br />

O Diagnóstico apresentado nos capítulos anteriores incluiu a i<strong>de</strong>ntificação, a<br />

caracterização e a avaliação <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> referência, visando a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>quilo que é<br />

necessário transformar, manter ou abandonar:<br />

- Ao nível <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, cruzando os pontos fortes com as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

- Ao nível <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça, cruzando os pontos fracos com as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

- Ao nível <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, cruzando os pontos<br />

fortes com as ameaças;<br />

- Ao nível <strong>da</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, cruzando os pontos fracos com as ameaças.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

99


Assim sendo, as conclusões a retirar <strong>de</strong> tudo quanto foi investigado, estu<strong>da</strong>do e exposto<br />

po<strong>de</strong>m ser resumi<strong>da</strong>s nos seguintes pontos fortes e fracos, oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ameaças<br />

mais relevantes do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong> formulação <strong>de</strong> uma estratégia para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento:<br />

‣ Pontos Fortes<br />

- O património natural existente com <strong>de</strong>staque para o <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água <strong>da</strong> Albufeira<br />

<strong>da</strong> Aguieira e para a riqueza florestal existente;<br />

- O património cultural existente;<br />

- A localização <strong>da</strong> área em estudo no contexto do País e as acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que<br />

possui.<br />

‣ Pontos Fracos<br />

- A <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> estrutura urbana, <strong>da</strong> estrutura económica e do tecido<br />

empresarial;<br />

- A insuficiente qualificação dos recursos humanos;<br />

- Poucas condições <strong>de</strong> atracção e fixação <strong>de</strong> populações;<br />

- A forma pouco racional como os recursos estão a ser utilizados.<br />

‣ Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

- O crescente <strong>de</strong>senvolvimento do turismo, lazer e activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s similares;<br />

- A tendência dos mercados para criarem produtos turísticos <strong>de</strong> baixo volume e<br />

alto valor, baseados no binómio ambiente – cultura;<br />

- As recentes intervenções governamentais no or<strong>de</strong>namento e aproveitamento <strong>da</strong><br />

floresta;<br />

- A concretização dos programas e <strong>plano</strong>s previstos e em curso para a Região<br />

(ex.: Programa Operacional <strong>da</strong> Região Centro).<br />

‣ Ameaças<br />

- A gestão dos níveis <strong>de</strong> água;<br />

- A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> Albufeira;<br />

- A <strong>de</strong>struição <strong>da</strong> floresta pelos incêndios;<br />

- O acelerar <strong>da</strong> <strong>de</strong>sertificação <strong>de</strong> certas zonas;<br />

- A pressão urbanística junto <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> feita sem regras;<br />

- O <strong>de</strong>sinteresse dos investidores pela área em estudo.<br />

100<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.4 Análise Urbanística<br />

3.4.1 Introdução Metodológica<br />

A metodologia adopta<strong>da</strong> teve por base duas orientações fun<strong>da</strong>mentais envolvendo, por<br />

um lado, um levantamento estatístico e documental <strong>de</strong> informação relativa aos concelhos,<br />

freguesias e lugares abrangidos pela área <strong>de</strong> intervenção do <strong>plano</strong> e, por outro lado,<br />

trabalho <strong>de</strong> campo.<br />

Esse trabalho <strong>de</strong> campo correspon<strong>de</strong>u ao levantamento e caracterização dos elementos<br />

urbanos <strong>de</strong>tectados na área em estudo e à recolha <strong>de</strong> informação, sobre os mesmos,<br />

junto <strong>da</strong> população local.<br />

Os aglomerados analisados foram seleccionados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> total ou parcial<br />

integração dos seus perímetros urbanos, na área em estudo. Os perímetros assim<br />

<strong>de</strong>finidos correspon<strong>de</strong>m aos que constam dos PDM’s em vigor.<br />

Da análise <strong>da</strong> informação recolhi<strong>da</strong>, resultou uma ficha <strong>de</strong> levantamento que foi<br />

apresenta<strong>da</strong> em Anexo ao relatório entregue em Maio <strong>de</strong> 2004, on<strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>u a uma<br />

análise urbanística dos conjuntos urbanos abrangidos e se apresentou um levantamento<br />

fotográfico.<br />

Para melhor compreensão <strong>da</strong> situação existente, agruparam-se esses elementos urbanos<br />

(aglomerados urbanos e edificações dispersas), em quatro categorias:<br />

- Aglomerados totalmente integrados na área em estudo<br />

- Aglomerados parcialmente integrados na área em estudo<br />

- Edificações isola<strong>da</strong>s<br />

- Alojamento Turístico<br />

3.4.2 Enquadramento<br />

Após uma análise dos concelhos abrangidos, importa fazer referência, às freguesias e<br />

lugares integrados na área em estudo.<br />

Assim, e tal como se po<strong>de</strong> verificar no Quadro 27, o Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, pela<br />

sua própria implantação (em que é atravessado pelo Rio Dão e la<strong>de</strong>ado pelos rios Criz e<br />

Mon<strong>de</strong>go), é o que apresenta maior expressão na área em estudo, estando integra<strong>da</strong>s<br />

to<strong>da</strong>s as (nove) freguesias do concelho e três dos seus aglomerados encontram-se<br />

totalmente integrados na área em estudo.<br />

O oposto observa-se no Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal, on<strong>de</strong> apesar <strong>de</strong> ter três freguesias<br />

abrangi<strong>da</strong>s, não possui aglomerados integrados na área em estudo.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

101


Deste modo, e tal como se po<strong>de</strong> observar no quadro seguinte, dos 17 aglomerados<br />

abrangidos pela área em estudo, apenas 5 se encontram totalmente integrados na área<br />

do POAA.<br />

Quadro 27 – Freguesias e Aglomerados Integrados na Área em Estudo<br />

Concelho<br />

Carregal do Sal<br />

Mortágua<br />

Penacova<br />

Tábua<br />

Santa<br />

Comba Dão<br />

Ton<strong>de</strong>la<br />

Freguesias<br />

Totalmente<br />

integrados na área em<br />

estudo<br />

Aglomerados<br />

Para<strong>da</strong><br />

Papízios<br />

Currelos<br />

Almaça<br />

Mortágua Falgaroso do Maio Almacinha<br />

Sobral<br />

Parcialmente<br />

integrados na área em<br />

estudo<br />

Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s<br />

Rio Milheiro<br />

S. Paio do Mon<strong>de</strong>go<br />

S. Pedro <strong>de</strong> Alva Vale do Barco<br />

Travanca do Mon<strong>de</strong>go<br />

Travanca do Mon<strong>de</strong>go<br />

Ázere<br />

Àzere<br />

Espa<strong>da</strong>nal<br />

Covelo<br />

Póvoa <strong>de</strong> Midões<br />

Tábua<br />

Couto do Mosteiro<br />

Nagozela<br />

Ovoa<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere<br />

Stª Comba Dão<br />

Granjal<br />

S. Joaninho S. Jorge<br />

S. João <strong>de</strong> Areias<br />

Treixedo<br />

Póvoa <strong>de</strong> João Dias<br />

Vimieiro<br />

Dar<strong>da</strong>vaz<br />

Póvoa do Lobo<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros<br />

Chamadouro<br />

Oveiro<br />

Coval<br />

Santa Comba Dão<br />

Vimieiro<br />

Uma breve análise <strong>da</strong>s freguesias abrangi<strong>da</strong>s (com aglomerados integrados na área em<br />

estudo), revela-nos que estas correspon<strong>de</strong>m, basicamente, a freguesias periféricas,<br />

integrando pequenos aglomerados rurais, <strong>de</strong> baixas <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s populacionais, com uma<br />

forte expressão <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agro-florestal.<br />

Correspon<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um modo geral, a áreas em per<strong>da</strong> dos seus efectivos populacionais<br />

com forte peso <strong>da</strong> população idosa e forte <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> população jovem/activa o que<br />

se traduz, no duplo envelhecimento populacional com repercussões negativas evi<strong>de</strong>ntes<br />

ao nível <strong>da</strong> estrutura <strong>de</strong>sta população nomea<strong>da</strong>mente ao nível dos índices <strong>de</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

natali<strong>da</strong><strong>de</strong>, vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> própria recuperação <strong>de</strong>sta população.<br />

102<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Apresentando alguns indícios <strong>de</strong> recuperação face a esse cenário, as se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concelho<br />

abrangi<strong>da</strong>s como Mortágua e Santa Comba Dão e ain<strong>da</strong> a Freguesia do Sobral (concelho<br />

<strong>de</strong> Mortágua) têm vindo a evi<strong>de</strong>nciar alguma atracção e recuperação populacional no<br />

último período inter-censitário (1991-2001).<br />

Mortágua<br />

Sobral<br />

S. Pedro <strong>de</strong> Alva<br />

Travanca do Mon<strong>de</strong>go<br />

(Freguesias)<br />

Ovoa<br />

Vimieiro<br />

Treixedo<br />

Stª Comba Dão<br />

S. Joaninho<br />

2001<br />

1991<br />

1981<br />

1960<br />

Azere<br />

Dar<strong>da</strong>vaz<br />

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500<br />

(Pop. Resi<strong>de</strong>nte)<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 25 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nas Freguesias com Aglomerados Integrados<br />

na Área em Estudo (1960-2001)<br />

Ao nível dos cinco aglomerados totalmente integrados na área em estudo, e tal como se<br />

po<strong>de</strong> observar na figura seguinte (FIG.26) o cenário agrava-se, excepto no caso <strong>de</strong><br />

Póvoa do Lobo on<strong>de</strong> se observa uma ligeira recuperação populacional resultante do<br />

regresso <strong>de</strong> população emigra<strong>da</strong>.<br />

Se analisarmos essa evolução em pormenor, verifica-se que correspon<strong>de</strong>m a<br />

aglomerados com pouca dinâmica populacional e habitacional e consequentemente,<br />

urbanística. Qualquer movimento populacional observado traduz-se, na prática, em<br />

quantitativos muito baixos.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

103


De facto, em Póvoa do Lobo, apesar <strong>de</strong> se observar uma evolução positiva dos seus<br />

quantitativos populacionais (FIG. 26) essa evolução traduz-se, na prática, e no espaço <strong>de</strong><br />

40 anos, num acréscimo <strong>de</strong> 13 pessoas (e <strong>de</strong> 9 alojamentos).<br />

No aglomerado <strong>de</strong> Granjal, a evolução populacional observado nesse mesmo período,<br />

traduz-se num <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> 22 pessoas e na Póvoa <strong>de</strong> João Dias, num <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong><br />

25 pessoas.<br />

Da expansão do parque habitacional resulta (e nesse mesmo período intercensitário) o<br />

surgimento <strong>de</strong> 9 alojamentos em Póvoa do Lobo e também em Granjal, passando a<br />

totalizar respectivamente, 23 e 53 alojamentos em 2001. Na Póvoa <strong>de</strong> João Dias<br />

observa-se um <strong>de</strong>créscimo: <strong>de</strong> 18 alojamentos existentes em 1960, passam a existir 15<br />

no ano 2001.<br />

O aglomerado <strong>de</strong> S. Jorge (pelo diminuto número <strong>de</strong> alojamentos e <strong>de</strong> população<br />

resi<strong>de</strong>nte) não consta dos <strong>da</strong>dos publicados pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística e<br />

Falgaroso do Maio <strong>de</strong>ixa, a partir <strong>de</strong> 1960, <strong>de</strong> ter também expressão. Póvoa <strong>de</strong> João<br />

Dias, em 1991, <strong>de</strong>ixa igualmente <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado nos Censos, passando estes três<br />

aglomerados a estar integrados num conjunto <strong>de</strong>signado por “isolados”.<br />

Falgaroso do Maio<br />

(Aglomerados)<br />

Póvoa João Dias<br />

Granjal<br />

S. Jorge<br />

2001<br />

1991<br />

1981<br />

1960<br />

Póvoa do Lobo<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

(Pop. Resi<strong>de</strong>nte)<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 26 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Totalmente Integrados na<br />

Área em Estudo (1960-2001)<br />

104<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


De facto, em Póvoa do Lobo, apesar <strong>de</strong> se observar uma evolução positiva dos seus<br />

quantitativos populacionais (FIG. 26) essa evolução traduz-se, na prática, e no espaço <strong>de</strong><br />

40 anos, num acréscimo <strong>de</strong> 13 pessoas (e <strong>de</strong> 9 alojamentos).<br />

No aglomerado <strong>de</strong> Granjal, a evolução populacional observado nesse mesmo período,<br />

traduz-se num <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> 22 pessoas e na Póvoa <strong>de</strong> João Dias, num <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong><br />

25 pessoas.<br />

Da expansão do parque habitacional resulta (e nesse mesmo período intercensitário) o<br />

surgimento <strong>de</strong> 9 alojamentos em Póvoa do Lobo e também em Granjal, passando a<br />

totalizar respectivamente, 23 e 53 alojamentos em 2001. Na Póvoa <strong>de</strong> João Dias<br />

observa-se um <strong>de</strong>créscimo: <strong>de</strong> 18 alojamentos existentes em 1960, passam a existir 15<br />

no ano 2001.<br />

O aglomerado <strong>de</strong> S. Jorge (pelo diminuto número <strong>de</strong> alojamentos e <strong>de</strong> população<br />

resi<strong>de</strong>nte) não consta dos <strong>da</strong>dos publicados pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística e<br />

Falgaroso do Maio <strong>de</strong>ixa, a partir <strong>de</strong> 1960, <strong>de</strong> ter também expressão. Póvoa <strong>de</strong> João<br />

Dias, em 1991, <strong>de</strong>ixa igualmente <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado nos Censos, passando estes três<br />

aglomerados a estar integrados num conjunto <strong>de</strong>signado por “isolados”.<br />

Falgaroso do Maio<br />

(Aglomerados)<br />

Póvoa João Dias<br />

Granjal<br />

S. Jorge<br />

2001<br />

1991<br />

1981<br />

1960<br />

Póvoa do Lobo<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

(Pop. Resi<strong>de</strong>nte)<br />

Fonte: INE<br />

FIG. 26 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Totalmente Integrados na<br />

Área em Estudo (1960-2001)<br />

104<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Deste modo, e aten<strong>de</strong>ndo à população resi<strong>de</strong>nte nos 5 aglomerados totalmente<br />

integrados na área em estudo, o POAA passa a abranger cerca <strong>de</strong> 200 pessoas<br />

(Quadro 28)<br />

Quadro 28 – Evolução <strong>da</strong> População Resi<strong>de</strong>nte nos Aglomerados Totalmente Integrados na<br />

Área em Estudo (1960-2001)<br />

Aglomerados<br />

População resi<strong>de</strong>nte<br />

1960 1981 1991 2001<br />

Falgaroso do Maio 27 (-) (-) (-)<br />

Póvoa João Dias 44 23 (-) 19<br />

Granjal 128 126 125 106<br />

S. Jorge (-) (-) (-) (-)<br />

Póvoa do Lobo 48 66 58 61<br />

Total Pop. Resi<strong>de</strong>nte 247 215 183 186<br />

Fonte: INE<br />

Nota: (-) “Isolados” – informação estatística não publica<strong>da</strong><br />

Esse quantitativo populacional correspon<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste modo, a um mínimo, ou a uma<br />

estimativa <strong>da</strong> população que se consi<strong>de</strong>ra que se encontra efectivamente a residir na<br />

área em estudo.<br />

Não contabiliza a população resi<strong>de</strong>nte nos aglomerados parcialmente integrados na área<br />

em estudo. De facto, a dispari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> situações <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s (ex.: a integração <strong>de</strong> parte<br />

<strong>da</strong>s áreas urbanas <strong>de</strong> Santa Comba Dão e Vimeiro ou a integração <strong>de</strong> parte do<br />

aglomerado <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s) leva a que, e em termos <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> população<br />

resi<strong>de</strong>nte para a área em estudo se opte por não quantificar essas situações.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

107


3.4.3 Caracterização Urbanística<br />

Os aglomerados integrados (total ou parcialmente) na área <strong>de</strong> estudo, caracterizam-se<br />

em termos urbanísticos, pelo predomínio <strong>de</strong> um tecido urbano irregular <strong>de</strong> carácter rural,<br />

constituído essencialmente por habitações unifamiliares isola<strong>da</strong>s, armazéns e edificado<br />

<strong>de</strong> apoio à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola, implantado ao longo <strong>da</strong> re<strong>de</strong> viária.<br />

A maioria <strong>de</strong>sses aglomerados concentra-se junto à re<strong>de</strong> viária principal <strong>de</strong>stes<br />

concelhos e não tem uma relação relevante com a Albufeira <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Este aspecto está em, muitos casos, relacionado com a própria orografia <strong>da</strong>s margens <strong>da</strong><br />

Albufeira. Tanto o Rio Mon<strong>de</strong>go como o Rio Criz apresentam, <strong>de</strong> um modo geral,<br />

condições adversas à construção e expansão urbana. No primeiro caso, salienta-se o<br />

<strong>de</strong>clive acentuado <strong>da</strong>s suas margens, enquanto que no segundo, salienta-se a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produção florestal e <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção provoca<strong>da</strong> pela activi<strong>da</strong><strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireira.<br />

O Rio Dão é dos três rios que constituem a Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, o que apresenta<br />

melhores condições físicas para a expansão urbana.<br />

3.4.3.1 Aglomerados Totalmente Integrados na Área em Estudo<br />

Quadro 29 – Aglomerados Totalmente Integrados na Área em Estudo<br />

Nome do Aglomerado Concelho Freguesia<br />

Falgaroso do Maio Mortágua Mortágua<br />

S. Jorge Santa Comba Dão S. Joaninho<br />

Granjal Santa Comba Dão Treixedo<br />

Póvoa <strong>de</strong> João Dias Santa Comba Dão Treixedo<br />

Póvoa do Lobo Ton<strong>de</strong>la Dar<strong>da</strong>vaz<br />

Os aglomerados totalmente integrados na área <strong>de</strong> estudo, localizam-se nos Concelhos<br />

<strong>de</strong> Mortágua, Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la, e caracterizam-se pela sua reduzi<strong>da</strong><br />

dimensão (Quadro 24)<br />

O aglomerado <strong>de</strong> Granjal integra 106 habitantes, correspon<strong>de</strong>ndo, em termos<br />

populacionais, ao maior aglomerado <strong>de</strong>ste conjunto (FIG. 27).<br />

Estes aglomerados têm um carácter essencialmente rural e a sua estrutura urbana<br />

evoluiu segundo um padrão comum muito simples, em que o edificado surge implantado<br />

ao longo <strong>de</strong> arruamentos irregulares cujo traçado resulta dos limites ca<strong>da</strong>strais <strong>da</strong>s<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas adjacentes.<br />

108<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Em termos <strong>de</strong> morfologia urbana, salienta-se a ausência <strong>de</strong> espaços públicos e um<br />

progressivo isolamento do edificado e consequente afastamento ao núcleo central.<br />

O edificado correspon<strong>de</strong>, essencialmente, a habitações unifamiliares isola<strong>da</strong>s e a anexos<br />

<strong>de</strong> apoio à prática agrícola, não existindo equipamentos ou espaços públicos, para além<br />

<strong>de</strong> algumas escolas primárias ou capelas <strong>de</strong> dimensões muito reduzi<strong>da</strong>s que estão, na<br />

sua maioria, <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s ou <strong>de</strong>volutas.<br />

Relativamente ao valor arquitectónico e estado <strong>de</strong> conservação geral do edificado<br />

presente nestes aglomerados, verifica-se uma acentua<strong>da</strong> discrepância entre o edificado<br />

mais antigo e o <strong>de</strong> construção recente. A ausência <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> reabilitação ou<br />

conservação dos imóveis mais antigos levou à sua <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e abandono, em<br />

contraste com as construções mais recentes que carecem <strong>de</strong> acabamentos finais e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> arquitectónica.<br />

Com a excepção <strong>de</strong> Falgaroso do Maio, o facto <strong>de</strong>stes aglomerados estarem muito<br />

próximos do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água não teve qualquer consequência ao nível <strong>da</strong> sua morfologia<br />

urbana, requalificação <strong>da</strong>s margens dos respectivos rios ou aproveitamento <strong>da</strong>s mesmas<br />

para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s turísticas ou recreativas.<br />

No caso <strong>de</strong> Falgaroso do Maio, é possível encontrar alguns indícios que pressupõem<br />

uma utilização esporádica <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> para fins recreativos. Aí encontram-se,<br />

nomea<strong>da</strong>mente, bons locais <strong>de</strong> abrigo para ancoragem <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> recreio<br />

(Desenho 11).<br />

3.4.3.2 Aglomerados Parcialmente Integrados na Área <strong>de</strong> Estudo<br />

Quanto a estes aglomerados, cabe distinguir os que se encontram quase na sua<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> integrados na área em estudo, e os que se encontram pontualmente integrados<br />

na mesma:<br />

Quadro 30 – Aglomerados Quase Totalmente Integrados na Área em Estudo<br />

Nome do Aglomerado Concelho Freguesia<br />

Almacinha Mortágua Mortágua<br />

Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s Mortágua Sobral<br />

Vale do Barco Penacova São Pedro <strong>de</strong> Alva<br />

Chamadouro Santa Comba Dão Óvoa<br />

Coval Santa Comba Dão Santa Comba Dão<br />

Oveiro Santa Comba Dão Óvoa<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

109


Deste conjunto <strong>de</strong> aglomerados parcialmente integrados na área em estudo <strong>de</strong>stacamse,<br />

pela sua dimensão, estrutura e carácter urbano, o aglomerado <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

e o Vimieiro.<br />

Quadro 31 – Aglomerados Pontualmente Integrados na Área em Estudo<br />

Nome do Aglomerado Concelho Freguesia<br />

Riomilheiro Mortágua Sobral<br />

Travanca do Mon<strong>de</strong>go Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go<br />

Santa Comba Dão Santa Comba Dão Stª Comba Dão<br />

Vimieiro Santa Comba Dão Vimieiro<br />

Fontaínhas Santa Comba Dão Santa Comba Dão<br />

Ázere Tábua Ázere<br />

Espa<strong>da</strong>nal Tábua Ázere<br />

A maioria dos restantes aglomerados são essencialmente rurais e <strong>de</strong> pequena dimensão<br />

e contam, com um número muito reduzido <strong>de</strong> imóveis localizados <strong>de</strong>ntro do limite <strong>da</strong> área<br />

<strong>de</strong> estudo. A maior parte do edificado fica localizado a mais <strong>de</strong> 500 metros do <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

água.<br />

Este afastamento e o <strong>de</strong>clive acentuado <strong>de</strong>tectado em alguns locais <strong>da</strong>s margens <strong>da</strong><br />

Albufeira <strong>da</strong> Aguieira inviabilizaram em muitos casos, qualquer tipo <strong>de</strong> relação <strong>de</strong>stes<br />

aglomerados com o <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água.<br />

De facto, a partir <strong>de</strong>sses aglomerados, não é perceptível a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> do <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

água. Não existem alinhamentos visuais ou pontos <strong>de</strong> referência com vista para os rios,<br />

nem acessos <strong>de</strong>marcados para lhes ace<strong>de</strong>r. Na maioria dos casos, o <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água é<br />

apenas acessível a pé, por caminhos florestais em terra bati<strong>da</strong>, muito irregulares.<br />

Exceptua-se o caso <strong>de</strong> Almacinha que se encontra muito próximo do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e<br />

com acessos ao mesmo. Nessas margens <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, encontramos indícios <strong>de</strong><br />

utilização recreativa <strong>de</strong>ste espaço por parte <strong>da</strong> população local, existindo aí,<br />

nomea<strong>da</strong>mente, uma prancha <strong>de</strong> mergulho (Desenho 11).<br />

Por se tratarem <strong>de</strong> aglomerados <strong>de</strong> carácter rural, a sua estrutura urbana evoluiu<br />

segundo o padrão anteriormente <strong>de</strong>scrito, notando-se novamente a ausência <strong>de</strong> espaços<br />

públicos ou áreas pedonais, bem como uma forte relação entre a sua morfologia urbana e<br />

o ca<strong>da</strong>stro <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas.<br />

110<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Salienta-se, no entanto, a forma como muitos <strong>de</strong>stes aglomerados per<strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>finição<br />

dos seus limites à medi<strong>da</strong> que se foram expandindo e fundindo numa única mancha<br />

contínua e indiferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong> habitações unifamiliares, anexos e pequenas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

agrícolas.<br />

No que diz respeito ao edificado, também neste conjunto <strong>de</strong> aglomerados, predominam<br />

as habitações unifamiliares isola<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> dois pisos, e é significativa a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção e ruína<br />

dos imóveis mais antigos e a falta <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> arquitectónica dos mais recentes.<br />

A única excepção a esta tendência dominante é a área urbana <strong>de</strong> Santa Comba Dão, que<br />

tem vindo a beneficiar <strong>de</strong> sucessivas intervenções <strong>de</strong> reabilitação e conservação do seu<br />

edificado e dos seus espaços públicos.<br />

Destaca-se ain<strong>da</strong> o aglomerado do Vimieiro, igualmente com características<br />

predominantemente urbanas e que veio a beneficiar <strong>da</strong> presença do caminho <strong>de</strong> ferro, o<br />

qual impulsionou o seu <strong>de</strong>senvolvimento urbano, acompanhado pela implantação <strong>de</strong><br />

diversas instalações industriais, actualmente <strong>de</strong>volutas, mas que provocaram um impacto<br />

significativo na sua morfologia urbana.<br />

3.4.3.3 Edificações Isola<strong>da</strong>s<br />

Embora se encontre este tipo <strong>de</strong> edificações dissemina<strong>da</strong>s por to<strong>da</strong> a Albufeira, os<br />

principais exemplos encontram-se localizados na margem esquer<strong>da</strong> do Rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

Estas edificações correspon<strong>de</strong>m a habitações unifamiliares, <strong>de</strong> construção recente,<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a habitação permanente e também sazonal. Integram normalmente dois<br />

pisos, e implantam-se em pontos privilegiados na margem do rio.<br />

Na sua maioria são imóveis <strong>de</strong> construção ou recuperação recente, com condições <strong>de</strong><br />

habitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e áreas <strong>de</strong> construção superiores à generali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s habitações<br />

encontra<strong>da</strong>s nos aglomerados <strong>da</strong> área <strong>de</strong> estudo.<br />

Março.2004<br />

Habitações unifamiliares na margem do Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

111


Uma <strong>da</strong>s principais características <strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> imóveis é a precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

respectivos acessos (o acesso é normalmente feito através <strong>de</strong> caminhos florestais em<br />

terra bati<strong>da</strong> irregular) e a ve<strong>da</strong>ção <strong>de</strong>ssas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s que impe<strong>de</strong>m a aproximação às<br />

mesmas. Algumas <strong>de</strong>ssas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s são apenas visíveis, quando observa<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

margem oposta do rio.<br />

Março.2004<br />

Habitações unifamiliares na margem do Rio Dão (próximo <strong>da</strong> antiga estação <strong>de</strong> Treixedo)<br />

Ain<strong>da</strong>, e quanto à presença <strong>de</strong> edificações isola<strong>da</strong>s na área em estudo, <strong>de</strong>stacam-se um<br />

conjunto <strong>de</strong> edificações associa<strong>da</strong>s à Praia fluvial <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira e outras duas<br />

edificações: a Central Termoeléctrica implanta<strong>da</strong> no Concelho <strong>de</strong> Mortágua junto à<br />

Estra<strong>da</strong> Nacional 228, e a Estação Ferroviária <strong>de</strong> Treixedo (abandona<strong>da</strong>) no Concelho <strong>de</strong><br />

Santa Comba Dão.<br />

A <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “Praia Fluvial <strong>da</strong> Sr.ª <strong>da</strong> Ribeira”, no Rio Mon<strong>de</strong>go, correspon<strong>de</strong> a uma<br />

excelente zona ribeirinha associa<strong>da</strong> a um pequeno conjunto <strong>de</strong> edificações e <strong>de</strong><br />

infraestruturas <strong>de</strong> apoio às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreio e lazer. É a única praia fluvial <strong>da</strong> área<br />

em estudo, classifica<strong>da</strong> pelo INAG.<br />

Além <strong>de</strong> uma capela e <strong>de</strong> um coreto, existe algum equipamento <strong>de</strong> apoio como um<br />

snack-bar, um restaurante, instalações sanitárias e algumas pequenas construções<br />

amovíveis como um quiosque <strong>de</strong> gelados e instalações <strong>de</strong> aluguer <strong>de</strong> barcos que se<br />

<strong>de</strong>stinam basicamente a uma utilização sazonal, estando apenas em funcionamento na<br />

época balnear (ver Anexo entregue com “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 - ficha <strong>de</strong><br />

levantamento 4.3).<br />

A Central Termoeléctrica, que entrou em funcionamento em 1999, correspon<strong>de</strong> à primeira<br />

central termoeléctrica a funcionar em Portugal, para produção <strong>de</strong> energia eléctrica<br />

através do aproveitamento <strong>de</strong> resíduos florestais.<br />

112<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Devido à <strong>de</strong>sactivação <strong>da</strong> linha ferroviária do Dão (que ligava Viseu ao Vimieiro), a<br />

Estação Ferroviária <strong>de</strong> Treixedo encontra-se abandona<strong>da</strong>. A localização <strong>de</strong>ste imóvel<br />

junto ao Rio Dão e a singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua arquitectura conferem-lhe características<br />

únicas. Contudo, o completo abandono <strong>de</strong>ste imóvel <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou um processo <strong>de</strong><br />

rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção encontrando-se, actualmente, perto <strong>da</strong> ruína que, não só, po<strong>de</strong>rá<br />

condicionar a sua reabilitação, como resultar, a médio prazo, na sua total <strong>de</strong>struição (ver<br />

Anexo entregue com “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 - ficha <strong>de</strong> levantamento 5.1).<br />

3.4.3.4 Aglomerados com Espaços Urbanizáveis, Não Edificados, Integrados na<br />

Área <strong>de</strong> Estudo<br />

Este conjunto <strong>de</strong> aglomerados caracteriza-se pelo facto dos respectivos perímetros<br />

urbanos interceptarem o limite <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção do POAA sem, no entanto, existir<br />

edificado implantado na área <strong>de</strong> estudo.<br />

Esses espaços interceptados correspon<strong>de</strong>m a “espaços urbanizáveis” <strong>de</strong>finidos no<br />

âmbito dos PDM’s.<br />

Quadro 32 – Aglomerados com Espaços Urbanizáveis, Não Edificados, Integrados na Área<br />

<strong>de</strong> Estudo<br />

Nome do Aglomerado Concelho Freguesia<br />

Papízios Carregal do Sal Papízios<br />

Colmeosa Santa Comba Dão Couto do Mosteiro<br />

Castelejo Santa Comba Dão S. João <strong>de</strong> Areias<br />

Óvoa Santa Comba Dão Óvoa<br />

Póvoa dos Mosqueiros Santa Comba Dão S. João <strong>de</strong> Areias<br />

S. João <strong>de</strong> Areias Santa Comba Dão S. João <strong>de</strong> Areias<br />

Dentro <strong>da</strong> área em estudo, apenas se encontram integra<strong>da</strong>s pequenas áreas, pelo que,<br />

não são representativas <strong>da</strong> tendência geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong><br />

aglomerados, que se direcciona, essencialmente, no sentido contrário ao Plano <strong>de</strong> Água.<br />

De facto, e tal como já referido, na maioria dos casos, esses aglomerados têm uma<br />

relação mais próxima com a re<strong>de</strong> viária do concelho, do que com a própria Albufeira.<br />

Correspon<strong>de</strong>m a aglomerados <strong>de</strong> características rurais. O pouco edificado implantado na<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção do POAA correspon<strong>de</strong> a habitações unifamiliares<br />

dispersas e a anexos <strong>de</strong> apoio à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

113


3.4.3.5 Alojamento Turístico<br />

‣ Alojamento Turístico Existente<br />

Na área em estudo, <strong>de</strong>tectou-se a presença <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> alojamento turístico:<br />

- Uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Turismo no Espaço Rural (TER): a “Quinta do Rio Dão”,<br />

localiza<strong>da</strong> no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão (Freguesia <strong>de</strong> S. João <strong>de</strong> Areias),<br />

que se localiza na margem do Rio Dão, a 2 Km do aglomerado <strong>de</strong> Santa Comba<br />

Dão e que integra as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> “agro-turismo” e “casas <strong>de</strong> campo”.<br />

- O Empreendimento Turístico <strong>da</strong> “Pedra <strong>da</strong> Sé”, localizado no Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

(Freguesia <strong>de</strong> Tábua), próximo <strong>da</strong> EN234-6 e na margem do Rio Mon<strong>de</strong>go e que<br />

se integra na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> “Apartamentos Turísticos” <strong>de</strong> 3 estrelas.<br />

A Quinta do Rio Dão, integra 5 casas isola<strong>da</strong>s, o que correspon<strong>de</strong>, e para a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> TER (e segundo informação forneci<strong>da</strong> pelo próprio proprietário), a uma<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para 34 pessoas (34 camas):<br />

- Casa <strong>da</strong>s Mimosas (casa <strong>de</strong> campo) - com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para um máximo <strong>de</strong> 9<br />

pessoas (9 camas);<br />

- Casa <strong>da</strong> Abelen<strong>da</strong> - capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para um máximo <strong>de</strong> 6 pessoas (6 camas);<br />

- Casa <strong>da</strong> Nogueira (a casa principal <strong>da</strong> Quinta do Rio Dão - Agro-turismo) – com<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para um máximo <strong>de</strong> 6 pessoas (6 camas);<br />

- Casa do Carvalho – com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para um máximo <strong>de</strong> 4 pessoas (4 camas);<br />

- Casa <strong>da</strong> Tília – com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para um máximo <strong>de</strong> 9 pessoas (9 camas).<br />

De acordo com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Direcção Geral do Turismo, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> total regista<strong>da</strong> é <strong>de</strong><br />

18 quartos e 35 camas.<br />

Excepto no caso <strong>da</strong> Casa <strong>da</strong> Abelen<strong>da</strong>, to<strong>da</strong>s estas casas se localizam próximo do <strong>plano</strong><br />

<strong>de</strong> água. Este conjunto integra ain<strong>da</strong> 2 piscinas, possui canoas, barco a remos e para a<br />

prática <strong>de</strong> windsurf e promove passeios a pé e <strong>de</strong> bicicleta (ver Anexo entregue com<br />

“Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 - ficha <strong>de</strong> levantamento 4.1).<br />

A “Pedra <strong>da</strong> Sé” integra 12 casas isola<strong>da</strong>s dispersas e integra<strong>da</strong>s em área florestal,<br />

possuindo uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> total para 48 camas. Possui ain<strong>da</strong> restaurante, piscina, court<br />

<strong>de</strong> ténis, um parque infantil e uma pista <strong>de</strong> Kartcross. Promove passeios <strong>de</strong> todo-oterreno,<br />

BTT e <strong>de</strong> canoas. (ver Anexo entregue com “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004<br />

- ficha <strong>de</strong> levantamento 4.2).<br />

114<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Estas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresentam características similares, correspon<strong>de</strong>ndo a pequenos<br />

imóveis isolados, implantados <strong>de</strong> forma dispersa, utilizando predominantemente materiais<br />

locais como a pedra (granito e xisto) e ma<strong>de</strong>ira. Encontram-se perfeitamente integrados<br />

na paisagem e têm, por esse motivo, um impacto visual muito reduzido.<br />

‣ Alojamento Turístico previsto (em fase <strong>de</strong> implementação)<br />

Em fase <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> obras encontra-se o “Empreendimento Turístico do Vale<br />

D’Aguieira” que se localiza no Concelho <strong>de</strong> Mortágua e no lugar <strong>de</strong> Crafuncho. Esse<br />

<strong>plano</strong> <strong>de</strong> pormenor correspon<strong>de</strong> a uma <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s “Zonas Preferenciais <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Turístico” (ZPDT) estabeleci<strong>da</strong>s no âmbito do PROZAG (ver ponto<br />

1.2.4.3).<br />

Esse empreendimento integra-se no “Plano <strong>de</strong> Pormenor do Crafuncho”, <strong>de</strong>senvolve-se<br />

numa área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50 hectares e integra dois conjuntos edificados distintos:<br />

- uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> hoteleira <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> <strong>de</strong> “Vila Nancy” e que se localiza junto ao IP3,<br />

na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> Oeste <strong>de</strong>sse terreno e afasta<strong>da</strong> do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água. Correspon<strong>de</strong> a<br />

um imóvel que iniciou as suas obras nos anos 70 e ficou, até então, abandonado,<br />

apresentando-se por esse motivo, muito <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>do. Actualmente encontram-se a<br />

<strong>de</strong>correr, obras <strong>de</strong> recuperação e ampliação <strong>de</strong>sse imóvel, estando previsto, um<br />

Hotel <strong>de</strong> três estrelas (agora <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> “Monte Rio Aguieira”) com uma<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 165 camas.<br />

- o <strong>de</strong>nominado “Empreendimento Turístico do Vale D’Aguieira” que se localiza<br />

próximo do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e que se encontra quase construído na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Esse empreendimento procura explorar o mercado <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> residência,<br />

integrando, por esse motivo, 291 fogos <strong>de</strong>stinados a habitação (1008 camas) e<br />

ain<strong>da</strong> uma Estalagem (80 camas), um Aparthotel (120 camas) e uma zona <strong>de</strong><br />

animação turística e equipamentos <strong>de</strong> recreio e lazer (ex.: ancoradouro e rampa <strong>de</strong><br />

acesso ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água)<br />

Para o total do Empreendimento está prevista uma oferta total <strong>de</strong> 1373 camas, o que<br />

correspon<strong>de</strong> a um máximo estimado <strong>de</strong> 1373 pessoas.<br />

Está ain<strong>da</strong> prevista a implementação do Plano <strong>de</strong> Pormenor <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

que foi aprovado recentemente (Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros n.º 44/2005,<br />

publicado no Diário <strong>da</strong> República, 1ª série-B, n.º 43, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2005). Esse <strong>plano</strong><br />

<strong>de</strong> pormenor correspon<strong>de</strong>, igualmente, a uma <strong>da</strong>s ZPDT <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s no PROZAG.<br />

O futuro Empreendimento <strong>da</strong> “Barragem <strong>da</strong> Aguieira” <strong>de</strong>verá localizar-se junto ao<br />

paredão <strong>da</strong> barragem, a SE, no local on<strong>de</strong> estiveram implantados os estaleiros afectos à<br />

construção <strong>da</strong> Barragem.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

115


Para essa área, com cerca <strong>de</strong> 38 hectares, está prevista a construção <strong>de</strong> habitação<br />

(unifamiliar isola<strong>da</strong> e gemina<strong>da</strong>), <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> hoteleira (60 camas) e uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

comercial (com comércio diário e ocasional). Integra ain<strong>da</strong>, equipamentos <strong>de</strong> recreio e<br />

lazer como ancoradouro e rampa <strong>de</strong> acesso ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, piscina fluvial, campo <strong>de</strong><br />

jogos infantis, campos <strong>de</strong> ténis.<br />

No total está prevista uma oferta total <strong>de</strong> 238 fogos e um afluxo máximo <strong>de</strong> 785 pessoas.<br />

Março 2004<br />

Empreendimento turístico do Vale D’ Aguieira<br />

Fev. 2004<br />

Local <strong>de</strong> implantação do Plano <strong>de</strong> Pormenor <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

116<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.4.4 Património Arquitectónico e Arqueológico<br />

Apesar <strong>de</strong>stes concelhos integrarem um vasto património arquitectónico e arqueológico,<br />

na área em estudo, apenas se <strong>de</strong>tecta a presença <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>sses exemplares, que por<br />

si só não reflectem a riqueza dos valores existentes.<br />

No volume Anexo aos “Estudos <strong>de</strong> Base” entregues em Maio <strong>de</strong> 2004 foi apresenta<strong>da</strong><br />

uma listagem completa do Património existente nos seis concelhos que integram o POAA<br />

que resultou, <strong>da</strong> compilação <strong>da</strong> informação cedi<strong>da</strong> pelo IPA e pelo IPPAR, e <strong>da</strong><br />

informação disponível nos respectivos sites na Internet, e nos respectivos Planos<br />

Directores Municipais.<br />

3.4.4.1 Património Arquitectónico<br />

Os únicos exemplos <strong>de</strong> Património Arquitectónico integrados na Área <strong>de</strong> Estudo<br />

localizam-se na Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Comba Dão e apresentam-se em bom estado <strong>de</strong><br />

conservação.<br />

Casa dos Arcos e Igreja Matriz em Santa Comba Dão<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

117


Correspon<strong>de</strong>m a:<br />

Património Arquitectónico classificado:<br />

• Pelourinho <strong>de</strong> Santa Comba Dão – Santa Comba Dão, IIP Decreto n.º 23122 <strong>de</strong><br />

11/10/1933<br />

Pelourinho em granito, localizado no Lago do Município. Correspon<strong>de</strong> a uma<br />

reconstrução do séc. XIX, “assenta em plataforma com três <strong>de</strong>graus. Tem fuste<br />

cilíndrico encordoado até ao anel e com <strong>de</strong>coração em losangos na parte<br />

superior. O remate constituído por dois troncos <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> sobrepostos,<br />

animados por esfera armilar em ferro.” (“Património Arquitectónico e Arqueológico<br />

classificado”, IPPAR,1993).<br />

• Casa dos Arcos – Santa Comba Dão, IIP Decreto n.º 32973 <strong>de</strong> 18/08/1943<br />

Correspon<strong>de</strong> a uma “casa senhorial caracteriza<strong>da</strong> pela estrutura em arcaria que<br />

suporta o primeiro piso com varan<strong>da</strong> coluna<strong>da</strong>, liga<strong>da</strong> a uma singular e<br />

monumental chaminé” (“Património Arquitectónico e Arqueológico classificado”,<br />

IPPAR,1993). No primeiro an<strong>da</strong>r encontra-se a funcionar a biblioteca municipal e<br />

no piso térreo, esta instalado um estabelecimento <strong>de</strong> restauração.<br />

Património Arquitectónico em Vias <strong>de</strong> Classificação<br />

Quanto ao Património em Vias <strong>de</strong> Classificação, temos:<br />

• Igreja Matriz – Santa Comba Dão<br />

• Moradia Solarenga – Santa Comba Dão<br />

3.4.4.2 Património Arqueológico<br />

Apesar <strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área em estudo, se i<strong>de</strong>ntificarem apenas, três sítios arqueológicos é<br />

<strong>de</strong> salientar, a riqueza do património arqueológico <strong>de</strong>tectado nos concelhos em causa e<br />

que se localiza próximo <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção do POAA.<br />

Carregal do Sal apresenta a NE <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção do POAA (e não muito longe<br />

<strong>de</strong>sta), inúmeros vestígios arqueológicos, com alguma concentração nas freguesias <strong>de</strong><br />

Para<strong>da</strong>, Papízios e Currelos. Para o total do concelho encontram-se inventariados 46<br />

sítios arqueológicos, correspon<strong>de</strong>ntes sobretudo, à ocupação pré-histórica, romana e ao<br />

período medieval.<br />

118<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Mortágua tem 13 sítios inventariados, localizando-se 5 na freguesia <strong>de</strong> Mortágua.<br />

Em Santa Comba Dão, há referências a vestígios <strong>de</strong> uma antiga ocupação mourisca na<br />

margem esquer<strong>da</strong> do Rio Criz (Freguesia <strong>de</strong> Couto do Mosteiro). Os 6 sítios<br />

inventariados distribuem-se pelas freguesias <strong>de</strong> Santa Comba Dão, Óvoa, São Joaninho,<br />

Treixedo e Vimieiro.<br />

Em Tábua, encontram-se i<strong>de</strong>ntificados 45 sítios, havendo registos <strong>de</strong> ocupação romana<br />

na Freguesia <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Midões.<br />

Em Ton<strong>de</strong>la, e para a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do concelho, encontram-se inventariados 74 sítios<br />

arqueológicos. Quanto à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> à área em estudo, a freguesia <strong>de</strong> Barreiro <strong>de</strong><br />

Besteiros integra um dos maiores centros <strong>de</strong> arte rupestre existentes, a Norte do Rio<br />

Tejo, do qual a estação arqueológica <strong>de</strong> Alagoa e a mais representativa.<br />

Apenas no caso do Concelho <strong>de</strong> Penacova, dos 4 sítios inventariados, nenhum se<br />

localiza nas freguesias próximas ou integra<strong>da</strong>s na área em estudo.<br />

Quanto ao Património Arqueológico integrado na área <strong>de</strong> estudo, verifica-se que este se<br />

localiza fora dos aglomerados urbanos e nos concelhos <strong>de</strong> Santa Comba Dão e <strong>de</strong><br />

Tábua.<br />

Correspon<strong>de</strong>m, <strong>de</strong> um modo geral, a locais <strong>de</strong> difícil acesso por não existirem referências<br />

ou indicações locais que evi<strong>de</strong>nciem a sua presença ou que informem <strong>da</strong> sua relevância<br />

como elemento patrimonial.<br />

Assim, temos:<br />

Património Arqueológico Classificado:<br />

• Via Romana <strong>da</strong> Pedra <strong>da</strong> Sé – Tábua, IIP Decreto n.º 29/90 <strong>de</strong> 17/07<br />

Correspon<strong>de</strong> a um troço <strong>de</strong> uma via romana que foi totalmente construído com<br />

blocos <strong>de</strong> granito. Possui cerca <strong>de</strong> 350 metros <strong>de</strong> extensão, com um gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>snível, e uma largura <strong>de</strong> 4,70 metros.<br />

Localiza-se no Concelho <strong>de</strong> Tábua (freguesia <strong>de</strong> Tábua), na margem do rio<br />

Mon<strong>de</strong>go.<br />

De acordo com informação do IPA, e à <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> sua <strong>de</strong>scoberta, encontrava-se em<br />

avançado estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção, tendo sido sujeito a obras <strong>de</strong> conservação e<br />

restauro em 1984. Trabalhos <strong>de</strong> prospecção efectuados, posteriormente, em<br />

1999, sugeriam que se efectuassem trabalhos <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong>sse troço.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

119


Património Arqueológico em vias <strong>de</strong> classificação:<br />

• Linhares (Habitat) – Vimieiro<br />

Correspon<strong>de</strong> a um habitat, provavelmente <strong>de</strong> ocupação sazonal do Período<br />

Calcolítico final ou Bronze inicial, encontrando-se em avançado estado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção.<br />

Localiza-se no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão (freguesia do Vimeiro), na margem<br />

do Rio Dão, em área isola<strong>da</strong>.<br />

• Castro <strong>da</strong> Picota (Povoado Fortificado) – Póvoa <strong>de</strong> Midões<br />

Correspon<strong>de</strong> a um povoado <strong>de</strong> pequenas dimensões, localizado numa elevação<br />

na margem do Rio Mon<strong>de</strong>go, o que levanta a hipótese <strong>de</strong> ter funcionado como um<br />

posto <strong>de</strong> vigia no Período <strong>da</strong> I<strong>da</strong><strong>de</strong> do Bronze.<br />

Localiza-se no Concelho <strong>de</strong> Tábua, na freguesia <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Midões.<br />

120<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.5 Infraestruturas Urbanas<br />

3.5.1 Infraestruturas Viárias<br />

3.5.1.1 Introdução Metodológica<br />

O diagnóstico <strong>da</strong>s infraestruturas viárias foi efectuado com base em levantamentos<br />

realizados no local, e que passaram, nas vias mais significativas para a elaboração <strong>de</strong>ste<br />

estudo, pela i<strong>de</strong>ntificação e medição do seu perfil transversal, bem como a sua<br />

constituição em termos <strong>de</strong> tipo e estado <strong>de</strong> pavimentos. Por outro lado, foram ain<strong>da</strong><br />

recolhidos <strong>da</strong>dos em várias publicações existentes, nomea<strong>da</strong>mente, no Plano Rodoviário<br />

Nacional (PRN 2000) <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do IEP.<br />

3.5.1.2 Caracterização<br />

A Albufeira <strong>da</strong> Aguieira em termos geográficos encontra-se no centro do país, entre o<br />

litoral e a Serra <strong>da</strong> Estrela, numa região que apresenta algumas condicionantes<br />

orográficas para a evolução <strong>da</strong>s vias <strong>de</strong> comunicação.<br />

No entanto, a Albufeira é atravessa<strong>da</strong> pelo importante corredor do IP3, que efectua a<br />

ligação entre o IP1 (principal via <strong>de</strong> conexão entre Lisboa e o Porto) e o IP 5 (Aveiro –<br />

Vilar Formoso/Espanha) e que permite a articulação entre Viseu e Coimbra, passando<br />

por Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la.<br />

É precisamente na zona <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira que o IP3 ain<strong>da</strong> efectua a intersecção<br />

com o IC12 (para ligar a Carregal do Sal e Nelas) e um pouco mais a Sul intersecta o IC6<br />

que é a principal via <strong>de</strong> ligação a Oliveira do Hospital. Outras vias importantes nas<br />

imediações são a EN234 (que efectua a ligação ao IP1 e à Mealha<strong>da</strong>) e a EN2 que<br />

per<strong>de</strong>u importância com a construção do IP3 uma vez que este itinerário usa um corredor<br />

similar.<br />

Por outro lado, regista-se o facto <strong>da</strong> Albufeira ser atravessa<strong>da</strong> também por uma linha <strong>de</strong><br />

caminho <strong>de</strong> ferro que faz parte <strong>da</strong> re<strong>de</strong> principal <strong>da</strong> REFER e que efectua a ligação<br />

internacional com os principais <strong>de</strong>stinos do país, sendo um dos ramos importantes <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> existente. A estação mais próxima <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> estudo é a <strong>de</strong> Santa Comba<br />

Dão.<br />

Embora a nível superior a re<strong>de</strong> rodoviária assegure boas ligações com o resto do país a<br />

re<strong>de</strong> distributiva e local já apresenta algumas restrições, quer entre os aglomerados que<br />

se situam junto <strong>da</strong> Albufeira como ain<strong>da</strong> nos acessos ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, que muitas<br />

vezes apresentam apenas como tipo <strong>de</strong> pavimento, a terra bati<strong>da</strong>.<br />

Como po<strong>de</strong>rá ser observado nos perfis transversais levantados (Desenho 7) estes<br />

apresentam muitas vezes restrições a veículos ligeiros (com um perfil sem condições<br />

para a passagem <strong>de</strong> tráfego nos dois sentidos) e mesmo quando tal situação é possível,<br />

é notório que a via apresenta as medi<strong>da</strong>s mínimas.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

121


O facto <strong>de</strong> existirem maiores restrições no que respeita à continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> re<strong>de</strong> viária<br />

quando a observação é feita ao nível <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> estudo pren<strong>de</strong>-se com as<br />

<strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong>s cria<strong>da</strong>s pela Albufeira e com a linha <strong>de</strong> caminho <strong>de</strong> ferro que forma<br />

também uma barreira, limitando os atravessamentos.<br />

No Desenho 1 (Planta <strong>de</strong> Enquadramento) é visível que algumas ligações entre<br />

aglomerados nas imediações <strong>da</strong> área em estudo são efectua<strong>da</strong>s com recurso ao IP3,<br />

notando-se que alguns troços <strong>de</strong> vias municipais se encontram limita<strong>da</strong>s pelas<br />

povoações que servem, não se registando uma hierarquia viária coerente quer ao nível<br />

<strong>da</strong> re<strong>de</strong> secundária como <strong>da</strong> re<strong>de</strong> local, existindo apenas uma articulação entre a re<strong>de</strong><br />

principal que segue o estipulado no Plano Rodoviário Nacional (PRN) 2000.<br />

3.5.2 Infraestruturas Hidráulicas e <strong>de</strong> Saneamento<br />

3.5.2.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais<br />

Proce<strong>de</strong>-se neste ponto, ao levantamento e caracterização <strong>da</strong>s principais infraestruturas<br />

hidráulicas existentes, em curso e programa<strong>da</strong>s, à i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong><br />

saneamento na área envolvente <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira e sua caracterização na zona<br />

<strong>de</strong> intervenção do POAA. Os trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos permitirão ain<strong>da</strong>, proce<strong>de</strong>r à<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s fontes poluidoras na bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira (ver<br />

ponto 8).<br />

Esses trabalhos integraram a recolha <strong>de</strong> informação existente, nomea<strong>da</strong>mente ao nível<br />

do Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go (PBHRM), Plano Estratégico <strong>de</strong><br />

Abastecimento <strong>de</strong> Água e <strong>de</strong> Saneamento <strong>de</strong> Águas Residuais (PEASAAR), e<br />

informação existente nas enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s competentes (INAG, CCDR-C) e nos municípios<br />

envolvidos, nomea<strong>da</strong>mente através <strong>de</strong> reuniões <strong>de</strong> trabalho com técnicos responsáveis<br />

pela área do saneamento.<br />

No caso do Concelho <strong>de</strong> Penacova, foi ain<strong>da</strong> consulta<strong>da</strong> a HIDRA, empresa <strong>de</strong> projecto<br />

responsável pelo Plano Geral <strong>de</strong> Drenagem e Tratamento <strong>da</strong>s Águas Residuais do<br />

concelho, <strong>de</strong> forma a se po<strong>de</strong>r proce<strong>de</strong>r a uma melhor caracterização <strong>da</strong> situação actual<br />

e prevista.<br />

Na zona <strong>de</strong> intervenção do POAA foi ain<strong>da</strong> efectuado trabalho <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> forma a<br />

verificar o estado <strong>de</strong> conservação <strong>da</strong>s infraestruturas existentes e confirmar a sua<br />

localização.<br />

A metodologia <strong>de</strong> caracterização e i<strong>de</strong>ntificação correspon<strong>de</strong> à actualização <strong>da</strong><br />

informação constante no PBHRM, tendo esta actualização sido efectua<strong>da</strong> na totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> área dos 6 concelhos abrangidos no POAA.<br />

Cruzando, posteriormente, o inventário <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> saneamento nos concelhos<br />

envolventes com a área <strong>de</strong> intervenção do <strong>plano</strong>, foram então i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s as<br />

infraestruturas na zona <strong>de</strong> protecção, nas quais se investiu maior esforço <strong>de</strong> análise,<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> à influência directa na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

122<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


A metodologia foi assim aplica<strong>da</strong> em três escalas distintas:<br />

• Bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira – localização <strong>da</strong>s estações <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> águas residuais (ETAR) e fossas sépticas colectivas (FS)<br />

existentes a montante, com o objectivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar potenciais fontes <strong>de</strong><br />

poluição doméstica.<br />

• Concelhos na envolvente directa <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira – actualização do<br />

inventário <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água (Estações <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> água – ETA, e captações) e <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> drenagem e<br />

tratamento <strong>de</strong> águas residuais (com especial atenção para a ETAR e FS).<br />

• Zona <strong>de</strong> Protecção – i<strong>de</strong>ntificação e caracterização <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong><br />

saneamento.<br />

Após a i<strong>de</strong>ntificação e caracterização <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> saneamento (ponto 3.5.2.3),<br />

<strong>de</strong>senvolver-se-á o diagnóstico <strong>da</strong> situação presente em relação às infraestruturas <strong>de</strong><br />

saneamento e às medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rectificação, no sentido <strong>de</strong> eliminar os “pontos negros”<br />

existentes.<br />

3.5.2.2 Infraestruturas Hidráulicas<br />

Descrevem-se <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, os aproveitamentos hidráulicos mais relevantes para o<br />

planeamento <strong>de</strong> recursos hídricos na bacia <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, em particular, nos<br />

concelhos <strong>da</strong> envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

‣ Empreendimento hidráulico <strong>de</strong> fins múltiplos <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Tal como já referido no ponto 1.2.1 do presente relatório, a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, situa-se<br />

no rio Mon<strong>de</strong>go, local <strong>da</strong> Aguieira, entre o concelho <strong>de</strong> Penacova e Mortágua.<br />

A Barragem entrou em funcionamento em 1981 e correspon<strong>de</strong> a um empreendimento<br />

hidráulico <strong>de</strong> fins múltiplos, cujas principais finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s são: controlo <strong>de</strong> cheias, a<br />

produção <strong>de</strong> energia eléctrica e o abastecimento <strong>de</strong> água para rega, indústria e para o<br />

sector doméstico e público.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma barragem <strong>de</strong> betão, do tipo <strong>de</strong> abóba<strong>da</strong>s múltiplas, forma<strong>da</strong> por três<br />

abóbo<strong>da</strong>s <strong>de</strong> dupla curvatura - a central com 90 m <strong>de</strong> vão - e dois contrafortes centrais<br />

on<strong>de</strong> se situam dois <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> cheias equipados, ca<strong>da</strong> um, com uma comporta<br />

sector. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão é <strong>de</strong> 2×1 000 m³/s. A espessura mínima <strong>da</strong> abóbo<strong>da</strong>, no<br />

fecho, é <strong>de</strong> 4,5 m e a máxima é <strong>de</strong> 8 m, na base.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

123


Para além <strong>da</strong>queles dois <strong>de</strong>scarregadores principais <strong>de</strong> superfície, existe ain<strong>da</strong> uma<br />

<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> fundo, equipa<strong>da</strong> com uma comporta sector, cuja capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão é <strong>de</strong><br />

180 m³/s.<br />

A barragem tem 89 m <strong>de</strong> altura e uma <strong>albufeira</strong> com 450 hm³ <strong>de</strong> armazenamento bruto, a<br />

qual permite realizar a principal parte <strong>da</strong>s funções <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>is e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa contra cheias. Na figura seguinte e no Quadro 33 apresentam-se as principais<br />

características <strong>da</strong> barragem e respectiva <strong>albufeira</strong>.<br />

FIG. 28 – Barragem <strong>da</strong> Aguieira – Planta, Alçado e Perfil Longitudinal<br />

124<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 33 – Características <strong>da</strong> Barragem e Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Utilizações - Energia / Defesa contra cheias / Abastecimento / Rega<br />

Localização<br />

Distrito - Coimbra<br />

Concelho – Penacova<br />

Freguesia – Travanca do Mon<strong>de</strong>go<br />

Local - Aguieira<br />

Bacia Hidrográfica - Mon<strong>de</strong>go<br />

Linha <strong>de</strong> Água - Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s:<br />

M - 193968.615 Latitu<strong>de</strong> - 40º 20' 34'' (N)<br />

P - 375087.062 Longitu<strong>de</strong> - 8º 12' 10''(W)<br />

Características Hidrológicas<br />

Área <strong>da</strong> Bacia Hidrográfica - 3100 km 2<br />

Cau<strong>da</strong>l <strong>de</strong> cheia - 3500 m 3 /s<br />

Período <strong>de</strong> retorno - 1000 anos<br />

Características <strong>da</strong> Barragem<br />

Betão - Arcos múltiplos<br />

Altura acima <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção - 89 m<br />

Cota do coroamento - 125 m<br />

Comprimento do coroamento - 400 m<br />

Fun<strong>da</strong>ção - Xistos e Grauvaques<br />

Volume <strong>de</strong> betão - 365 x 1000 m 3<br />

Descarregador <strong>de</strong> Cheias<br />

Localização - No corpo <strong>da</strong> barragem<br />

Tipo <strong>de</strong> controlo - Controlado<br />

Tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregador-Sobre a barragem<br />

Cota <strong>da</strong> crista <strong>da</strong> soleira - 111 m<br />

Desenvolvimento <strong>da</strong> soleira- 2x9,5= 19 m<br />

Comportas: 2 comportas segmento<br />

Cau<strong>da</strong>l máximo <strong>de</strong>scarregado- 2180 m 3 /s<br />

Dissipação <strong>de</strong> energia - Trampolim<br />

Fonte: site/INAG<br />

Dados Gerais<br />

Promotor - CPPE, Cª. Portuguesa <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, SA<br />

Dono <strong>de</strong> Obra (RSB) - CPPE<br />

Projectista - EDP<br />

Construtor - Construções Técnicas<br />

Ano <strong>de</strong> Projecto - 1972<br />

Ano <strong>de</strong> Conclusão – 1981<br />

Ano <strong>de</strong> Início <strong>de</strong> Exploração - 1981<br />

Características <strong>da</strong> Albufeira<br />

Área inun<strong>da</strong><strong>da</strong> ao NPA - 20000 ha<br />

Perímetro – 200 km<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> total - 423000 x 10 3 m 3<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> útil - 304030 x 10 3 m 3<br />

Volume morto - 207000 x 10 3 m 3<br />

Nível pleno armazenamento (NPA)- 124.7 m<br />

Nível máxima cheia (NMC) - 126 m<br />

Nível mínimo <strong>de</strong> exploração (NmE) - 110 m<br />

Central Hidroeléctrica<br />

Tipo <strong>de</strong> central - Pé <strong>de</strong> barragem<br />

N.º <strong>de</strong> grupos instalados - 3<br />

Tipo <strong>de</strong> grupos - Francis-Turbinas Bombas<br />

Potência total Instala<strong>da</strong> - 270 MW<br />

Energia produzi<strong>da</strong> em ano médio- 209,6GWh<br />

Descarga <strong>de</strong> Fundo<br />

Localização - Talvegue<br />

Tipo - Através <strong>da</strong> barragem<br />

Secção <strong>da</strong> conduta - 2,50 x 1,80m<br />

Cau<strong>da</strong>l máximo - 180 m 3 /s<br />

Controlo a jusante - Sim<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

125


Tal como se po<strong>de</strong> observar na FIG. 1 (ponto 1.2.1), a Barragem <strong>da</strong> Aguieira integra-se no<br />

esquema <strong>de</strong> Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mon<strong>de</strong>go, tendo nesse contexto, a<br />

jusante o açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Raiva e a montante a barragem <strong>de</strong> Fagil<strong>de</strong>, o açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pisões e a<br />

barragem <strong>de</strong> Rãs.<br />

Para além disso, constitui com o açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Raiva e a barragem <strong>de</strong> Fronhas, um dos<br />

sistemas <strong>de</strong> produção hidroeléctrica com maior importância no actual sistema<br />

electroprodutor <strong>da</strong> EDP: o Sistema Aguieira – Fronhas – Raiva.<br />

A barragem <strong>da</strong> Raiva situa-se também no rio Mon<strong>de</strong>go a jusante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira,<br />

local do Coiço, concelho <strong>de</strong> Penacova. Esta barragem funciona como contra-embalse <strong>da</strong><br />

Aguieira, permitindo a mo<strong>de</strong>lação dos cau<strong>da</strong>is <strong>de</strong>scarregados <strong>da</strong> Aguieira e a bombagem<br />

<strong>de</strong> água novamente para a <strong>albufeira</strong> <strong>de</strong> montante durante as horas mortas, para turbinar<br />

durante as horas <strong>de</strong> ponta, rentabilizando assim o aproveitamento.<br />

Os volumes <strong>de</strong> água transferidos <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>de</strong> Fronhas para a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Raiva<br />

justificam-se exclusivamente para o aumento <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> hidroeléctrica do sistema.<br />

Em termos estritamente <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> regularização para abastecimento público e<br />

industrial e para a rega do Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mon<strong>de</strong>go tais<br />

transferências não seriam essenciais.<br />

A <strong>albufeira</strong> <strong>de</strong> Fronhas situa-se no rio Alva no concelho <strong>de</strong> Arganil. Esta barragem, com<br />

uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento bruta <strong>de</strong> 89 hm 3 , não dispõe <strong>de</strong> central própria, pelo<br />

que as águas <strong>da</strong> sua <strong>albufeira</strong> são <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s para a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

através <strong>de</strong> um túnel com cerca <strong>de</strong> 8 km <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, sendo posteriormente<br />

turbina<strong>da</strong>s, primeiro na central <strong>de</strong>sta barragem e <strong>de</strong>pois na central <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong><br />

Raiva.<br />

FIG. 29 – Sistema Aguieira – Fronhas – Raiva<br />

126<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


No quadro seguinte apresentam-se as principais características <strong>da</strong>s barragens <strong>de</strong><br />

Fronhas e <strong>da</strong> Raiva.<br />

Quadro 34 – Principais Características <strong>da</strong>s Barragens <strong>de</strong> Raiva e Fronhas<br />

Nome Rio Objectivo<br />

Potência<br />

instala<strong>da</strong><br />

(MVA)<br />

Tipo<br />

Barragem<br />

Altura NPA<br />

(m) (m)<br />

Coroam.<br />

(m)<br />

Área<br />

(ha)<br />

Albufeira<br />

Raiva Mon<strong>de</strong>go PEE/CC 26 PG 36 61.5 200 300 24<br />

Fronhas Alva PEE/CC - A 62 134.0 250 535 62<br />

PEE – Produção <strong>de</strong> Energia Eléctrica<br />

A – Arco PG – Perfil Gravi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

CC – Controlo <strong>de</strong> Cheias<br />

Volume<br />

(10 6 m 3 )<br />

Prevê-se que a energia produtível pelo sistema Aguieira-Fronhas-Raiva, em ano médio,<br />

<strong>de</strong>ve ron<strong>da</strong>r os 360 GWh, não consi<strong>de</strong>rando a bombagem <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Raiva para a<br />

Aguieira.<br />

A barragem <strong>da</strong> Aguieira regulariza as afluências do rio Mon<strong>de</strong>go e os volumes<br />

transferidos <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>de</strong> Fronhas. A sua função no controlo <strong>de</strong> cheias em Coimbra e<br />

no Baixo Mon<strong>de</strong>go consiste em encaixar os cau<strong>da</strong>is <strong>de</strong> cheias <strong>de</strong> modo a que o cau<strong>da</strong>l<br />

<strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> cheia centenária em Coimbra seja inferior a 1 200 m 3 /s.<br />

Para tal, as regras <strong>de</strong> operação <strong>da</strong> barragem implicam que no período que <strong>de</strong>corre entre<br />

os princípios <strong>de</strong> Outubro e meados <strong>de</strong> Abril, o nível <strong>de</strong> água na <strong>albufeira</strong> <strong>de</strong>va ser<br />

mantido abaixo <strong>da</strong> cota 118 m o que correspon<strong>de</strong> (sendo o NPA à cota 125 m) a um<br />

volume <strong>de</strong> encaixe para cheias <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 120 hm 3 .<br />

Para apoio ao controlo <strong>de</strong> cheias existe em funcionamento, e sob exploração <strong>da</strong> EDP, um<br />

sistema <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> cheias em tempo real na bacia do Mon<strong>de</strong>go, que permite<br />

optimizar, em situação <strong>de</strong> cheia, a operação do sistema Aguieira-Fronhas.<br />

Na FIG.30, apresentam-se os volumes armazenados e sua variação temporal.<br />

O fornecimento <strong>de</strong> água ao açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra pelo sistema Aguieira-Fronhas-Raiva é<br />

feito através <strong>de</strong> turbinagem no açu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Raiva com cau<strong>da</strong>l mínimo <strong>de</strong> 80 m 3 /s. O açu<strong>de</strong>ponte<br />

<strong>de</strong> Coimbra tem por finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>rivar a água para o Canal Condutor Geral para<br />

abastecimento <strong>de</strong> água para a rega e algumas indústrias.<br />

A EDP efectua a sua operação <strong>de</strong> modo a satisfazer to<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega para<br />

jusante, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente para a rega do Baixo Mon<strong>de</strong>go, para a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial e<br />

para o sector doméstico e público, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no município <strong>da</strong> Figueira <strong>da</strong> Foz.<br />

Relativamente ao abastecimento municipal, para além do abastecimento <strong>de</strong> água a<br />

Coimbra e à Figueira <strong>da</strong> Foz, a <strong>albufeira</strong> cria<strong>da</strong> pela barragem serve algumas populações<br />

instala<strong>da</strong>s na área <strong>de</strong> influência <strong>da</strong> mesma.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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Volume Armazenado <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1990 a Setembro <strong>de</strong> 1999<br />

-- Média 1990/2000<br />

-- Volume Armazenado nos Anos Hidrológicos 2002/03 e 2003/04<br />

Fonte: INAG/SNIRH<br />

Nota: A percentagem <strong>de</strong> armazenamento <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> refere-se ao nível máximo <strong>de</strong> exploração (NME = 124,7 m<br />

e Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Total = 423 hm 3 )<br />

FIG. 30 – Evolução Temporal do Volume Armazenado na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira (%)<br />

Fonte: SNIRH<br />

FIG. 31 –Volumes Utilizados para Abastecimento Municipal e Produção <strong>de</strong> Energia<br />

em 1998 e 1999<br />

128<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


‣ Aproveitamento Hidroagrícola <strong>de</strong> Mortágua<br />

Este aproveitamento hidroagrícola é constituído por duas barragens (Lapão e Macieira) e<br />

por duas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega distintas.<br />

As características mais importantes <strong>de</strong>stas barragens e <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s respectivas são as<br />

seguintes:<br />

Quadro 35 – Principais Características <strong>da</strong>s Barragens e Albufeiras <strong>de</strong> Mortágua<br />

Barragem<br />

Altura<br />

máxima (m)<br />

Volume útil<br />

(x10 3 m 3 )<br />

Volume morto<br />

(x10 3 m 3 )<br />

Lapão 39,0 1.280 95<br />

Macieira 24,7 920 26<br />

Fonte: Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go, 1999<br />

No que respeita às re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega, uma tem origem na barragem <strong>de</strong> Macieira e serve um<br />

bloco <strong>de</strong> rega com a mesma <strong>de</strong>signação e a outra tem origem na barragem do Lapão e<br />

serve o bloco <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> Vila Moinhos.<br />

Ambas as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega são em condutas enterra<strong>da</strong>s: a do bloco <strong>de</strong> Macieira em baixa<br />

pressão e a do bloco <strong>de</strong> Vila Moinhos em média pressão. Aproveitando a maior carga<br />

natural disponível a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila Moinhos foi concebi<strong>da</strong> para a rega por aspersão. A re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> rega <strong>de</strong> Macieira está prevista em PVC e a <strong>de</strong> Vila Moinhos em PEAD.<br />

As principais características <strong>da</strong>s duas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega são apresenta<strong>da</strong>s no quadro<br />

seguinte.<br />

Quadro 36 – Principais Características <strong>da</strong>s Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rega <strong>de</strong> Mortágua<br />

Bloco <strong>de</strong><br />

rega<br />

Extensão<br />

Diâmetro (mm)<br />

(m) Maior Menor<br />

Q máx.<br />

(l/s)<br />

Área<br />

(ha)<br />

Método<br />

<strong>de</strong> rega<br />

Distribuição<br />

Vila Moinhos 21.500 630 140 367.8 315 aspersão a pedido<br />

Macieira 15.986 630 90 316.2 180 gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> a pedido<br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

129


‣ Sistema Intermunicipal do Planalto Beirão<br />

Da Associação <strong>de</strong> Municípios do Planalto Beirão, constituí<strong>da</strong> por 19 municípios,<br />

5 associaram-se para a resolução conjunta do abastecimento <strong>de</strong> água, através <strong>de</strong> um<br />

sistema integrado <strong>de</strong> captação e distribuição em alta.<br />

Os municípios que integram o sistema são: Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba<br />

Dão, Tábua e Ton<strong>de</strong>la. Nem to<strong>da</strong> a área geográfica dos concelhos é abrangi<strong>da</strong>, tendo-se<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a algumas zonas consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, na altura <strong>da</strong> elaboração do projecto,<br />

mais <strong>de</strong>ficientemente abasteci<strong>da</strong>s.<br />

De acordo com os <strong>da</strong>dos do PBHRM, prevê-se abastecer uma população <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 78<br />

000 habitantes (em 2025), distribuí<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

Quadro 37 – População a Servir pelo Sistema <strong>de</strong> Abastecimento e Distribuição <strong>de</strong> Águas do<br />

Planalto Beirão<br />

Municípios<br />

População<br />

(1995)<br />

População<br />

(2025)<br />

Consumo Anual (m 3 )<br />

(2025)<br />

Carregal do Sal 11 215 13 025 617 945<br />

Mortágua 7 420 8 610 408 800<br />

Santa Comba Dão 12 460 14 460 678 535<br />

Tábua 6 725 7 825 371 935<br />

Ton<strong>de</strong>la 29 000 33 677 1 586 655<br />

Totais 66 820 77 597 3 663 870<br />

Fonte: PBHRM, 1999<br />

São ain<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>rados coeficientes <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s e fugas (1.25) e consumos públicos<br />

(1.05), correspon<strong>de</strong>ndo assim a um consumo total anual <strong>de</strong> 4,8 hm 3 em 2025.<br />

A empresa “Águas do Planalto” (participa<strong>da</strong> <strong>da</strong> Luságua) foi constituí<strong>da</strong> em 1997,<br />

tendo-lhe sido adjudica<strong>da</strong> a concessão <strong>da</strong> exploração e gestão do Sistema Intermunicipal<br />

do Planalto Beirão, ou seja dos serviços municipais <strong>de</strong> abastecimento e <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> água dos municípios <strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tábua e<br />

Ton<strong>de</strong>la.<br />

O contrato abrange também a concepção e a construção <strong>de</strong> diversas obras,<br />

nomea<strong>da</strong>mente uma barragem <strong>de</strong> reserva e captação na ribeira <strong>de</strong> Paul, estações <strong>de</strong><br />

tratamento e bombagem, reservatórios, condutas adutoras e um sistema <strong>de</strong> controlo e<br />

comando.<br />

Está prevista uma intervenção na totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos sistemas municipais existentes tendo em<br />

vista, numa situação <strong>de</strong> curto prazo, o cumprimento dos requisitos <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água distribuí<strong>da</strong>. Consiste em ampliações e remo<strong>de</strong>lações <strong>de</strong><br />

infraestruturas existentes e procura-se que, para além <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> curto prazo,<br />

possam vir a integrar e complementar o sistema <strong>de</strong> abastecimento em alta.<br />

130<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Estão em curso pedidos <strong>de</strong> financiamento através <strong>de</strong> fundos comunitários para a<br />

intervenção nos sistemas actualmente existentes e para a construção <strong>de</strong> obras anexas<br />

(açu<strong>de</strong>, barragem, ETA e distribuição em alta).<br />

Interrompi<strong>da</strong> há um ano e meio por in<strong>de</strong>finição do financiamento comunitário, a<br />

construção do Sistema Integrado <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água ao Planalto Beirão foi<br />

recentemente retoma<strong>da</strong>, tendo sido aprova<strong>da</strong> a candi<strong>da</strong>tura, apresenta<strong>da</strong> em 1999, ao<br />

Fundo <strong>de</strong> Coesão do III Quadro Comunitário <strong>de</strong> Apoio. O equipamento, parcialmente<br />

construído (cerca <strong>de</strong> 50% no final <strong>de</strong> 2003), representa um investimento <strong>de</strong> 29,6 milhões<br />

<strong>de</strong> euros.<br />

Fonte: site <strong>da</strong> LUSÁGUA<br />

Açu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Levadinha<br />

Barragem <strong>da</strong> Ribeira do Paul<br />

A origem <strong>da</strong> água principal será a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> barragem <strong>de</strong> Ribeira do Paúl, e que<br />

contará com as afluências próprias <strong>da</strong> sua bacia e ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>is a <strong>de</strong>sviar do rio<br />

Dinha, on<strong>de</strong> se está a construir um açu<strong>de</strong> (o açu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Levadinha).<br />

A <strong>de</strong>rivação <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>is do açu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Levadinha para a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> ribeira do Paúl será<br />

efectua<strong>da</strong> através <strong>de</strong> um adutor gravítico com 3,5 km <strong>de</strong> extensão.<br />

Quadro 38 – Características <strong>da</strong>s Infraestruturas Hidráulicas do Sistema do Planalto Beirão<br />

Barragem <strong>da</strong> ribeira do Paúl<br />

NPA = 358,0 m<br />

NmE = 344,0 m<br />

Coroamento = 360,5 m<br />

Altura Máxima = 25 m<br />

Área inun<strong>da</strong><strong>da</strong> (NPA) = 25 ha<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> (NPA) = 2,0 hm 3<br />

Volume útil (NmE) = 1,9 hm 3<br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

Açu<strong>de</strong> <strong>da</strong> Levadinha<br />

NPA = 377,0 m<br />

Altura máxima = 7 m<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

131


3.5.2.3 Infraestruturas <strong>de</strong> Saneamento Básico<br />

‣ Introdução<br />

No seguimento do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste estudo, tal como expresso no ponto 7.2.1 do<br />

presente relatório, foi elaborado um inventário, referenciado a 2004, <strong>da</strong>s infraestruturas<br />

<strong>de</strong> saneamento básico.<br />

Este levantamento foi efectuado com o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe <strong>da</strong> carta 1/25 000, permitindo<br />

uma caracterização geral, mas bem <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> <strong>da</strong> situação, <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong><br />

saneamento básico nos seis concelhos abrangidos pelo POAA.<br />

To<strong>da</strong> esta informação foi regista<strong>da</strong> em SIG, po<strong>de</strong>ndo ser facilmente actualiza<strong>da</strong> e<br />

cruza<strong>da</strong> com outros tipos <strong>de</strong> informação.<br />

‣ Abastecimento <strong>de</strong> Água<br />

A título introdutório, apresenta-se no quadro seguinte uma caracterização sumária <strong>da</strong><br />

situação em termos <strong>da</strong> população atendi<strong>da</strong> por sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água bem<br />

como a estimativa dos efectivos populacionais a aten<strong>de</strong>r até 2006, no âmbito do terceiro<br />

Quadro <strong>de</strong> Apoio Comunitário (QCA III).<br />

Quadro 39 – Abastecimento <strong>de</strong> Água – População Servi<strong>da</strong> e Estimativa dos Efectivos<br />

Populacionais a Aten<strong>de</strong>r com o QCA III<br />

NUTS III CONCELHOS<br />

POPULAÇÃO POP. A ATENDER<br />

ABASTECIDA QCA III<br />

Dão-Lafões Carregal do Sal 11 030 -<br />

Dão-Lafões Mortágua 11 349 -<br />

Dão-Lafões Santa Comba Dão 13 103 -<br />

Dão-Lafões Ton<strong>de</strong>la 34 200 -<br />

Baixo Mon<strong>de</strong>go Penacova 16 424 -<br />

Pinhal Interior Norte Tábua 11 311 1558<br />

Fonte: PEAASAR 2000-2006<br />

Num cômputo geral o nível <strong>de</strong> atendimento em termos <strong>de</strong> população servi<strong>da</strong> por sistemas<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água é elevado, atingindo valores entre os 97% a 100% nos concelhos<br />

<strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Penacova, Santa Comba Dão, Tábua e Ton<strong>de</strong>la.<br />

Relativamente às infraestruturas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água existentes, foram<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s 147 captações e 6 estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água (ETA), nos seis<br />

concelhos em estudo.<br />

No Desenho 8 representam-se as infraestruturas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água<br />

inventaria<strong>da</strong>s para a área em estudo e envolvente imediata. Assim, <strong>da</strong>s infraestruturas<br />

atrás menciona<strong>da</strong>s foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s 6 captações e 3 ETA na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

132<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


É necessário, no entanto <strong>de</strong>stacar que, e durante o trabalho <strong>de</strong> levantamento <strong>da</strong>s<br />

infraestruturas existentes, se verificou em alguns concelhos incoerências entre as várias<br />

fontes disponíveis no que diz respeito ao número e localização <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong><br />

captação existentes e em funcionamento (PBHRM, CCDR-C e PDM's), optando-se por<br />

escolher os <strong>da</strong>dos mais recentes.<br />

Em Julho <strong>de</strong> 2004, a CCDR-C disponibilizou um levantamento <strong>de</strong> infraestruturas<br />

efectuado no âmbito <strong>de</strong> um estudo realizado para o Rio Dão, cuja bacia abrange os<br />

concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la; estes <strong>da</strong>dos<br />

foram os consi<strong>de</strong>rados na área <strong>de</strong> influência <strong>de</strong>sta bacia hidrográfica, actualizando-se<br />

assim a informação constante no inventário do PBHRM. No caso <strong>de</strong> Tábua e Penacova,<br />

os <strong>da</strong>dos que se apresentam baseiam-se no estudo “Caracterização dos sistemas <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água do Distrito <strong>de</strong> Coimbra” (DRAOT 2002).<br />

No que diz respeito às Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA) a principal fonte <strong>de</strong><br />

informação foi o Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go, aferido e actualizado com<br />

as informações provenientes dos Municípios e com os <strong>da</strong>dos mais recentes<br />

disponibilizados pela CCDR-C.<br />

O conhecimento <strong>da</strong>s principais origens <strong>de</strong> água apresenta interesse, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>da</strong><br />

sua protecção em termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água. Nos pontos seguintes apresentam-se as<br />

captações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, organiza<strong>da</strong>s por concelho.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Penacova serve actualmente, com<br />

re<strong>de</strong> domiciliária, cerca <strong>de</strong> 97% <strong>da</strong> população com uma capitação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

98 l/hab./dia. Assim, apenas cerca <strong>de</strong> 300 habitantes (3%) não tem ligação domiciliária à<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento pública <strong>de</strong> água, sendo abastecidos por fontanários públicos.<br />

O município dispõe, presentemente, <strong>de</strong> 39 captações <strong>de</strong> água subterrânea e <strong>de</strong> 1 toma<br />

<strong>de</strong> água <strong>de</strong> superfície, instala<strong>da</strong> na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira. As captações <strong>de</strong><br />

água subterrâneas são: 13 furos, 8 poços e 19 galerias <strong>de</strong> mina.<br />

Os volumes médios diários <strong>de</strong> água extraí<strong>da</strong> e consumi<strong>da</strong> são cerca <strong>de</strong> 1800 m 3 e<br />

1600 m 3 respectivamente, apresentando a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água per<strong>da</strong>s acima<br />

dos 10%.<br />

As principais captações são:<br />

• 1 poço na Ronqueira (encontrando-se os outros 3 <strong>de</strong> reserva);<br />

• 1 poço <strong>de</strong> Vale do Tronco (rio Alva);<br />

• 1 poço no Milheiral;<br />

• e a toma <strong>de</strong> água na barragem <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Esta última é a única captação <strong>de</strong>ste concelho localiza<strong>da</strong> na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong>.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

133


As galerias <strong>de</strong> mina, utiliza<strong>da</strong>s para o abastecimento <strong>de</strong> fontanários públicos que servem<br />

pequenos agregados populacionais, encontram-se dissemina<strong>da</strong>s por todo o concelho e a<br />

sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é extremamente reduzi<strong>da</strong>, especialmente na época seca.<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> Penacova recebe ain<strong>da</strong> água <strong>de</strong> Coimbra para<br />

abastecimento <strong>de</strong> Agrelo, Granja e Mata do Maxial. O município compra também água a<br />

Vila Nova <strong>de</strong> Poiares para abastecimento <strong>de</strong> Felgar e futuramente irá comprar água a<br />

Arganil para abastecimento <strong>de</strong> Soalhal, Vale <strong>de</strong> Ana Justa e Vale <strong>da</strong>s Éguas.<br />

Quadro 40 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

COORDENADAS PROF. CAUDAL<br />

Nº TIPO LOCALIZAÇÃO M<br />

P (m) (l/s) ANO AQUÍFEROS CAPTADOS<br />

1 Galeria <strong>de</strong> mina Ameal 184460 376500 1948 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

2 Galeria <strong>de</strong> mina Piodão 184670 373500 1938 Quartzitos (Ordovícico)<br />

3 Furo Carvalho 184830 373500 1986 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

4 Galeria <strong>de</strong> mina Coselho 186750 374250 1948 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

5 Galeria <strong>de</strong> mina Cerquedo 182150 377300 1938 Quartzitos (Ordovícico)<br />

6 Galeria <strong>de</strong> mina Gavião 186720 373520 1948 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

7 Galeria <strong>de</strong> mina Lourinhal 185800 375500 1968 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

8 Galeria <strong>de</strong> mina Ouraça 183560 374570 1938 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

9 Galeria <strong>de</strong> mina S. Paulo 165900 371360 1948 Quartzitos (Ordovícico)<br />

10 Galeria <strong>de</strong> mina Seixo 185550 374830 1968 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

11 Galeria <strong>de</strong> mina Soalhal 184400 375200 1968 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

12 Galeria <strong>de</strong> mina Vale <strong>de</strong> Ana Justa 188650 373240 1968 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

13 Furo Vale <strong>de</strong> Ana Justa 188500 373150 1981 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

14 Galeria <strong>de</strong> mina Vale <strong>de</strong> Carvalha 188900 373350 1973 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

15 Galeria <strong>de</strong> mina Vale <strong>da</strong>s Éguas 186550 375600 1965 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

16 Poço Ronqueira 187550 364940 1977 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

17 Poço Ronqueira 187500 364760 1977 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

18 Poço Ronqueira 187520 364580 1966 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

19 Poço Ronqueira 187520 364470 1966 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

20 Furo Belfeiro 189500 366880 1985 Conglomerados (Ordovícico)<br />

21 Poço Chã 186700 369750 1968 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

22 Galeria <strong>de</strong> mina Ferradosa 189250 366450 1958 Quartzitos (Ordovícico)<br />

23 Poço Coiço 189860 370700 1978 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

24 Furo Ribeira <strong>de</strong> Cima 190560 365240 1986 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

25 Furo Sanguinho 189000 365740 1986 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

26 Galeria <strong>de</strong> mina Vale <strong>de</strong> Intela 189170 369600 1943 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

27 Poço Caneira 183620 362230 7 7.0 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

28 Poço Rebordosa 187350 364050 1978 Aluviões-Rio Mon<strong>de</strong>go (Quaternário)<br />

29 Galeria <strong>de</strong> mina Azevinheiro 180500 372500 1938 Xistos (Silúrico)<br />

30 Furo Cácemes 181110 375000 1981 Xistos (Ordovícico)<br />

31 Furo Contenças 182140 373320 1978 Xistos (Ordovícico)<br />

32 Galeria <strong>de</strong> mina Covas 180950 372250 1945 Xistos (Silúrico)<br />

33 Galeria <strong>de</strong> mina Covelo 180320 373900 1966 Xistos (Ordovícico)<br />

34 Furo Midões 183270 371870 1984 Xistos (Silúrico)<br />

35 Furo Palheiros 181950 373240 1976 Xistos (Silúrico)<br />

36 Poço Palmares 184620 370560 1961 Quartzitos (Ordovícico)<br />

37 Galeria <strong>de</strong> mina Ponte <strong>da</strong> Mata 180300 373080 1965 Xistos (Silúrico)<br />

38 Poço Sazes 182540 371600 1964 Xistos (Silúrico)<br />

39 Toma <strong>de</strong> água Barragem <strong>da</strong> Aguieira 194760 374600 Rio Mon<strong>de</strong>go<br />

40 Poço Vale <strong>de</strong> Tronco 193700 365100 10 5.6 Rio Alva<br />

Fonte: “Caracterização dos sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do Distrito <strong>de</strong> Coimbra”, DRAOT 2002<br />

Não é por escassez <strong>de</strong> recursos hídricos disponíveis que a população não se encontra<br />

integralmente servi<strong>da</strong> com re<strong>de</strong> domiciliária <strong>de</strong> água, pois os furos e poços existentes<br />

<strong>de</strong>bitam cau<strong>da</strong>is que possibilitaria o abastecimento do dobro <strong>da</strong> população do concelho<br />

com uma capitação <strong>de</strong> 200l/hab./dia.<br />

134<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Do ponto <strong>de</strong> vista geológico, os principais aquíferos do concelho ocorrem em formações<br />

aluvionares dos rios Mon<strong>de</strong>go e Alva. As restantes formações geológicas existentes no<br />

concelho, essencialmente xistos, grauvaques e quartzitos, apresentam escassos<br />

recursos hídricos subterrâneos.<br />

O facto <strong>de</strong> os aquíferos existentes neste tipo <strong>de</strong> formações terem permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

secundária, associa<strong>da</strong>s à fissuração <strong>da</strong>s rochas, faz com que o escoamento subterrâneo<br />

seja muito rápido, o que, associado ao seu baixo armazenamento, origina gran<strong>de</strong>s<br />

diminuições do rendimento <strong>da</strong>s captações durante o período seco.<br />

De acordo com as recomen<strong>da</strong>ções do estudo <strong>da</strong> DRAOT, <strong>de</strong>verá ser evita<strong>da</strong> a<br />

exploração <strong>de</strong> captações com baixo rendimento, centralizando as origens <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />

todo o sistema na toma <strong>de</strong> água directamente <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong> Aguieira e nas captações<br />

implanta<strong>da</strong>s nos <strong>de</strong>pósitos aluvionares do Mon<strong>de</strong>go e Alva.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Tábua é explorado pela empresa<br />

“Águas do Planalto Beirão” e utiliza água capta<strong>da</strong> em:<br />

• 10 poços;<br />

• 4 furos;<br />

• 2 nascentes;<br />

• 1 poço com furo;<br />

• 1 poço com dreno no rio Alva;<br />

• e 2 tomas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> superfície (uma no rio Mon<strong>de</strong>go e outra, no rio Seia)<br />

A toma <strong>de</strong> água do rio Mon<strong>de</strong>go é a única captação <strong>de</strong>ste concelho que se localiza na<br />

área em estudo. A água aqui capta<strong>da</strong> é sujeita a tratamento a<strong>de</strong>quado na ETA <strong>de</strong> Tábua<br />

e só posteriormente distribuí<strong>da</strong> para consumo humano.<br />

Abril.2004<br />

Captação no rio Mon<strong>de</strong>go<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

135


As povoações <strong>de</strong> Ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> Esperança, Balocas, Valongo e Quinta do Montalto<br />

são abasteci<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> um sistema inter-camarário proveniente <strong>de</strong> Oliveira do<br />

Hospital.<br />

Apesar <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong> população dispor <strong>de</strong> ligações à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento<br />

domiciliário, na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o abastecimento é feito com bastante dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> quer do ponto<br />

<strong>de</strong> vista quantitativo, quer do ponto <strong>de</strong> vista qualitativo. A capitação actual é <strong>de</strong><br />

77 l/hab./dia.<br />

Apesar <strong>de</strong> a situação não ser a i<strong>de</strong>al, houve um melhoramento relativamente à gestão e<br />

controle do sistema <strong>de</strong> abastecimento, havendo já um conhecimento preciso <strong>da</strong>s<br />

captações e <strong>de</strong> outras infraestruturas como por exemplo a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

armazenamento dos reservatórios. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição apresenta per<strong>da</strong>s <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos<br />

25%.<br />

Um factor preocupante, é a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água distribuí<strong>da</strong>, visto o controle ser escasso,<br />

uma vez que se faz o controle bacteriológico <strong>de</strong> 2 em 2 meses em to<strong>da</strong>s as captações<br />

com excepção <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> Midões (rio Seia) e <strong>da</strong> captação do rio Mon<strong>de</strong>go, em que é<br />

feito mensalmente. Á excepção <strong>da</strong> captação <strong>de</strong> água superficial do rio Mon<strong>de</strong>go, o<br />

controle químico é feito <strong>de</strong> 6 em 6 meses, o que é francamente escasso. O tratamento <strong>da</strong><br />

água capta<strong>da</strong> nas origens subterrâneas consiste na adição <strong>de</strong> hipoclorito e óxido <strong>de</strong><br />

cloro.<br />

De uma maneira geral, do ponto <strong>de</strong> vista geológico, o concelho é constituído,<br />

essencialmente por granitos, em cuja cama<strong>da</strong> superficial <strong>de</strong> alteração (quando existe)<br />

ocorrem pequenos aquíferos, <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> extensão e espessura. Estes aquíferos pelas<br />

suas dimensões e características hidráulicas não possibilitam, <strong>de</strong> um modo geral, a<br />

captação <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>is que permitam assegurar o abastecimento <strong>de</strong> água a gran<strong>de</strong>s<br />

agregados populacionais.<br />

Sendo o concelho limitado a Norte pelo rio Mon<strong>de</strong>go e a Sul pelo rio Alva, este é um<br />

factor que possibilitou o melhoramento <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> abastecimento em especial<br />

quantitativamente, visto haver a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer à captação <strong>de</strong> águas <strong>de</strong><br />

superfície, quer a partir <strong>da</strong> toma directa quer através <strong>de</strong> poços com drenos, que captem<br />

<strong>de</strong>pósitos aluvionares <strong>de</strong> ambos os rios.<br />

O abastecimento actual é feito na sua maioria a partir <strong>da</strong>s captações dos rios Mon<strong>de</strong>go e<br />

Alva, estando mesmo previsto que no futuro, to<strong>da</strong> a população seja abasteci<strong>da</strong> pela<br />

barragem <strong>da</strong> Aguieira à excepção <strong>da</strong> povoação <strong>de</strong> Mouronhos que continuará a ser<br />

abasteci<strong>da</strong> pela <strong>da</strong> captação do rio Alva.<br />

136<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 41 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

COORDENADAS<br />

Nº TIPO LOCALIZAÇÃO M<br />

P<br />

AQUÍFEROS CAPTADOS<br />

1 Furo Ázere 203830 375460 Granito<br />

2 Poço com furo Covas 217600 375680 Granito<br />

3 Poço Espana<strong>da</strong>l 205740 376600 Arenitos (Cretácico)<br />

4 Poço Vila Seca 206220 375360 Arenitos (Cretácico)<br />

5 Nascente Várzea <strong>de</strong> Candosa 213220 376380 Granito<br />

6 Nascente Covelo 203940 371420 Xistos e grauvaques (Pré-Câmbrico)<br />

7 Poço Touriz - -<br />

8 Poço Qta. Da Ribeira 217650 378400 Granito<br />

9 Poço com dreno Mouronho 206940 366660 Aluviões (Quaternário)<br />

10 Furo Pereira 208650 369800 Arenitos (Cretácico)<br />

11 Poço Pereira 209140 369680 Arenitos (Cretácico)<br />

12 Poço Pereirinha 209170 370230 Arenitos (Cretácico)<br />

13 Poço Bogalhas 210760 369680 Arenitos (Cretácico)<br />

14 Poço Gualdim 205220 370270<br />

15 Poço Vale <strong>de</strong> Gaios 213500 378700 Aluviões (Quaternário)<br />

16 Toma <strong>de</strong> água Midões 213030 379530 Rio Seia<br />

17 Toma <strong>de</strong> água Tábua 207080 378480 Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

18 Poço V.N. Oliveirinha 218670 377270<br />

19 Furo (3) Me<strong>da</strong> <strong>de</strong> Mouros - -<br />

20 Furo Covelo <strong>de</strong> Cima - -<br />

Fonte: “Caracterização dos sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do Distrito <strong>de</strong> Coimbra”, DRAOT 2002<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal é explorado pela<br />

empresa “Águas do Planalto Beirão”.<br />

As principais origens locais <strong>de</strong> que este concelho dispõe são as quatro captações<br />

subterrâneas no lugar <strong>de</strong> Cabriz, freguesia <strong>de</strong> Oliveira do Con<strong>de</strong>.<br />

A água capta<strong>da</strong> nestes poços é sujeita a <strong>de</strong>sinfecção e filtração na Estação <strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA) do Cabriz, servindo a maior parte dos aglomerados<br />

populacionais do concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal (cerca <strong>de</strong> 8511 habitantes).<br />

Quadro 42 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Carregal <strong>de</strong> Sal<br />

Nº TIPO / NOME CAPTAÇÃO M P<br />

PROFUND.<br />

(m)<br />

VOLUME<br />

MENSAL (m3)<br />

1 subterrânea / Poço I Cabriz 211531 387078 10 5680<br />

2 subterrânea / Poço II Cabriz 211618 387092 10 5680<br />

3 subterrânea / Poço III Cabriz 211752 387136 10 5680<br />

4 subterrânea / Poço IV Cabriz 211893 387201 10 5680<br />

5 subterrânea / Furo <strong>de</strong> SOALAGOA 210444 384150 12 5<br />

Fonte: Estudo do Rio Dão/CCDR-C.2004<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

137


Incluiu-se no inventário <strong>da</strong>s origens <strong>de</strong>ste concelho uma captação priva<strong>da</strong> com pequena<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Nenhumas <strong>da</strong>s captações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s neste concelho se localizam na zona <strong>de</strong><br />

protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão é explorado pela<br />

empresa “Águas do Planalto Beirão”, apresentando um nível <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

97%.<br />

O município dispõe presentemente <strong>de</strong> 9 origens locais, sendo to<strong>da</strong>s as captações,<br />

subterrâneas, à excepção <strong>da</strong> Janga<strong>da</strong> <strong>de</strong> Franca. Esta última é a única captação <strong>de</strong>ste<br />

concelho localiza<strong>da</strong> na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>.<br />

Abril.2004<br />

Janga<strong>da</strong> <strong>de</strong> Franca<br />

Esta toma <strong>de</strong> água na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira constitui a principal origem <strong>de</strong> água no<br />

concelho, dispondo <strong>de</strong> uma Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA <strong>da</strong> Franca) e servindo<br />

a maior parte dos aglomerados do concelho (cerca <strong>de</strong> 6441 habitantes).<br />

Incluiu-se também no inventário <strong>da</strong>s origens <strong>de</strong>ste concelho uma captação priva<strong>da</strong>, <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Agropecuária <strong>de</strong> Anta, L<strong>da</strong>. (SAPEAL), com pequena produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Apresentam-se no quadro seguinte as captações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Santa<br />

Comba Dão.<br />

138<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 43 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

Nº TIPO / NOME CAPTAÇÃO M P<br />

PROFUND.<br />

(m)<br />

VOLUME<br />

MENSAL (m3)<br />

1 subterrânea / Poço <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Barba 198890 383320 8 685<br />

2 subterrânea / Furo <strong>de</strong> Nagozela 205219 387035 90 2340<br />

3<br />

subterrânea / Furos I, II, III em S.<br />

Joaninho 200355 387031 80 1220<br />

4 subterrânea / Furo <strong>de</strong> Vila Pouca 201110 385400 80 428<br />

5 superficial / Janga<strong>da</strong> <strong>da</strong> Franca 200730 380990 45790<br />

6<br />

7<br />

subterrânea / Furo I, II, III, IV do<br />

Sistema Público <strong>de</strong> Treixedo 202480 384590 80 2668<br />

subterrânea / Furo <strong>de</strong> Couto do<br />

Mosteiro 199310 382580 80 660<br />

8 subterrânea / SAPEAL 202453 378487<br />

9 subterrânea / Poço <strong>de</strong> Pregoinho 200175 382821 10 5536<br />

10 subterrânea / Poço <strong>de</strong> Vila Pouca 201110 385400 8 428<br />

Fonte: Estudo do Rio Dão / CCDR-C. 2004<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Mortágua<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Mortágua é igualmente explorado,<br />

pela empresa “Águas do Planalto Beirão”, apresentando um nível <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong><br />

99,8%.<br />

As principais captações do concelho são as associa<strong>da</strong>s ao Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong><br />

Aguieira, tendo-se como captações <strong>de</strong> reforço do sistema, duas tomas <strong>de</strong> água na ribeira<br />

<strong>de</strong> Mortágua, uma na ribeira <strong>de</strong> Fraga e ain<strong>da</strong> duas captações subterrâneas.<br />

O volume mensal <strong>de</strong> água capta<strong>da</strong> na Barragem <strong>da</strong> Aguieira é cerca <strong>de</strong> 44 300 m 3 . Esta<br />

água é trata<strong>da</strong> na ETA <strong>da</strong> Aguieira que, e <strong>de</strong> acordo com a informação disponibiliza<strong>da</strong><br />

pela CCDR-C está actualmente em funcionamento com um esquema <strong>de</strong> tratamento<br />

constituído por arejamento, pré-cloragem e coagulação/floculação.<br />

No total, o concelho <strong>de</strong> Mortágua dispõe <strong>de</strong> 40 origens locais: 24 captações subterrâneas<br />

e 16 captações superficiais. Destas infraestruturas, duas captações localizam-se na zona<br />

<strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, nomea<strong>da</strong>mente, a captação <strong>de</strong> Almacinha e a <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Apresentam-se no quadro seguinte, as captações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Mortágua.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

139


Quadro 44 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Mortágua<br />

Nº DESIGNAÇÃO LUGAR M P<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

TIPO<br />

OBSERVAÇÕES<br />

1 FERRADOSA FERRADOSA 190325 375001 46 SUBTERRÂNEA Sistema Ferradosa<br />

2 ALMAÇA ALMAÇA 193528 375796 92 SUBTERRÂNEA Sistema Almaça<br />

3 ALMACINHA ALMACINHA 195777 376552 263 SUBTERRÂNEA Sistema Almancinha<br />

4 FREIXO FREIXO 194229 378870 263 SUBTERRÂNEA Sistema Freixo<br />

5<br />

BARRAGEM DA<br />

AGUIEIRA<br />

AGUIEIRA - PARADA<br />

DA GONTA 196350 379980 3726 SUPERFICIAL<br />

Pop servi<strong>da</strong> pelas captacões na<br />

<strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira 16519<br />

6 CHÃO DO VENTO CHÃO DO VENTO 194448 381748 217 SUBTERRÂNEA Sistema Chão <strong>de</strong> Vento<br />

7 VALE DE AÇORES VALE DE AÇORES 190543 380610 3726 SUBTERRÂNEA<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

(Captação)<br />

8 CARAPINHAL CARAPINHAL 188371 380234 4600 SUBTERRÂNEA<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

(Captação <strong>de</strong> reforço)<br />

9 PEREIRA PEREIRA 187159 379461 54 SUPERFICIAL Sistema Pereira<br />

10 LOURINHA DE CIMA LOURINHA DE CIMA 186067 378878 65 SUBTERRÂNEA Sistema Lourinha <strong>de</strong> Cima<br />

11 CERDEIRA CERDEIRA 184539 377265 2246 SUBTERRÂNEA Sistema Ger<strong>de</strong>ira<br />

12 RIBEIRA DA POESIA MARMELEIRA 188852 375784 405 SUPERFICIAL Sistema Marmeleira<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

13 CASTANHEIRA CASTANHEIRA 184973 380297 302 SUBTERRÂNEA (Captação <strong>de</strong> reforço)<br />

14<br />

RIBEIRA DE<br />

MORTÁGUA PÓVOA 190594 381155 3726 SUPERFICIAL<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

(Captação <strong>de</strong> reforço)<br />

15<br />

RIBEIRA DE<br />

MORTÁGUA GANDARA 190145 381686 3726 SUPERFICIAL<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

(Captação <strong>de</strong> reforço)<br />

16 RIBEIRA DE FRAGA VILA MOINHOS 192363 385886 3726 SUPERFICIAL<br />

Sistema <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

(Captação <strong>de</strong> reforço)<br />

17 CHÃO MIUDO CHÃO MIUDO 194332 385792 109 SUBTERRÂNEA Sistema Chão Miudo<br />

18 FELGUEIRA FELGUEIRA 194681 387975 109 SUBTERRÂNEA Sistema Felgueira<br />

19 RIO MILHEIRO RIO MILHEIRO 196769 387317 217 SUPERFICIAL Sistema Rio Milheiro<br />

20 RIBEIRA DO ARINTO MORTAZER 191506 391876 434 SUPERFICIAL Sistema Mortazer<br />

21 PALHEIROS PALHEIROS DE BAIXO 190157 388661 64 SUBTERRÂNEA Sistema Palheiros <strong>de</strong> Baixo<br />

22 ORTIGOSA ORTIGOSA 189304 388598 64 SUBTERRÂNEA Sistema Ortigosa<br />

23 EIRIGO EIRIGO 187630 389592 64 SUBTERRÂNEA Sistema Eirigo<br />

24 PAREDES PAREDES 186403 390922 64 SUBTERRÂNEA Sistema Pare<strong>de</strong>s<br />

25 LACEIRAS LACEIRAS 185982 389363 140 SUPERFICIAL Sistema Vale <strong>de</strong> Carneiro<br />

26 VALE DE CARNEIRO VALE DE CARNEIRO 185128 388888 140 SUBTERRÂNEA Sistema Vale <strong>de</strong> Carneiro<br />

LINHA DE ÁGUA<br />

27 SEM DESIGNAÇÃO AVELEIRA 183857 389013 76 SUPERFICIAL Sistema Aveleira<br />

28<br />

RIBEIRA DO<br />

CARVALHAL CARVALHAL 186047 388344 64 SUPERFICIAL Sistema Carvalhal<br />

29 RIBEIRO DA FOZ PAINHAL 185211 387594 76 SUPERFICIAL Sistema Painhal<br />

30<br />

FALGAROSA DA<br />

SERRA<br />

FALGAROSA DA<br />

SERRA 187060 386873 140 SUBTERRÂNEA Sistema Fulgoroso <strong>da</strong> Serra<br />

31 LINHAR DE PALA SARDOAL 189664 386856 191 SUBTERRÂNEA Sistema Serna<strong>da</strong>s<br />

32<br />

RIBEIRA DE<br />

PALHEIRAS MACIEIRA 188758 384973 255 SUPERFICIAL Sistema Maceira<br />

33<br />

MORTÁGUA EM<br />

MONTE DE LOBOS MONTE DE LOBOS 188405 382848 406 SUPERFICIAL Sistema Monte <strong>de</strong> Lobos<br />

34 VILA BOA VILA BOA 187359 383996 76 SUBTERRÂNEA Sistema Vila Boa<br />

35 ESPINHO ESPINHO 185761 383258 151 SUBTERRÂNEA Sistema Espinho 1<br />

36 SOITO SOITO 185743 382399 76 SUBTERRÂNEA Sistema Soito<br />

37 SOBROSA SOBROSA 185361 383166 151 SUBTERRÂNEA Sistema Espinho 2<br />

SOBROSA<br />

38 (AQUIFERO) SOBROSA 183564 382305 151 SUBTERRÂNEA Sistema Espinho 2<br />

39 SANTA CRISTINA SANTA CRISTINA 186096 384535 227 SUBTERRÂNEA Sistema Santa Cristina<br />

40 VALE DE OVELHA VALE DE OVELHA 185465 379287 27 SUBTERRÂNEA Sistema Vale <strong>de</strong> Ovelha<br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

140<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

Verifica-se uma consi<strong>de</strong>rável dispersão <strong>de</strong> sistemas e captações, o que aumenta a<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong>stes sistemas e, consequentemente, <strong>de</strong> garantia<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água abasteci<strong>da</strong> às populações.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

O sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la é explorado pela empresa<br />

“Águas do Planalto Beirão”, apresentando um nível <strong>de</strong> atendimento elevado.<br />

O concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la dispõe presentemente <strong>de</strong> 32 origens locais, sendo estas<br />

captações subterrâneas e maioritariamente furos. As principais origens no que respeita<br />

ao volume mensal captado são as <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Besteiros, Ton<strong>de</strong>la, Santa Ovaia <strong>de</strong><br />

Cima e Castelões.<br />

Incluem-se no inventário <strong>da</strong>s origens <strong>de</strong>ste concelho cerca <strong>de</strong> 8 captações priva<strong>da</strong>s, 3 <strong>da</strong><br />

empresa Crizaves e 5 dos Laboratórios Almiro SA (Labesfal).<br />

Das infraestruturas <strong>de</strong> captação i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s neste concelho apenas as captações em<br />

Póvoa <strong>de</strong> Lobo se localizam na zona <strong>de</strong> protecção.<br />

Verifica-se a existência <strong>de</strong> uma consi<strong>de</strong>rável dispersão <strong>de</strong> sistemas e captações, o que<br />

aumenta a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong>stes sistemas, e consequentemente<br />

<strong>de</strong> garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água abasteci<strong>da</strong> às populações.<br />

Apresentam-se no quadro seguinte as captações i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

141


Quadro 45 – Captações Existentes no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

Nº TIPO / NOME CAPTAÇÃO M P<br />

PROFUND.<br />

(m)<br />

VOLUME<br />

MENSAL (m3)<br />

1 subterrânea / Ton<strong>de</strong>la 205228 395092 12 36357<br />

2 superficial / Bispos 199089 399497 1731<br />

3 subterrânea / Furo+Poço <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Besteiros 200800 397530 70 12450<br />

4 subterrânea / Poços I, II, III Canas <strong>de</strong> Sta. Maria 208124 399072 8 4178<br />

5 subterrânea / Poços I, II Santa Ovaia <strong>de</strong> Cima 206487 398652 8 3511<br />

6 superficial / Nascente <strong>de</strong> Castelões 197500 397430 3361<br />

7 subterrânea / Furo <strong>de</strong> Lageosa do Dão 212918 395991 80 1235<br />

8 subterrânea / Poço I, II Lobão <strong>da</strong> Beira 207311 396012 6 3913<br />

9 subterrânea / Tojal Mau 203271 397123 15 7424<br />

10 subterrânea / Para<strong>da</strong> <strong>de</strong> Gonta 212461 401598 10 2297<br />

11 subterrânea / Sabugosa 207970 400390 70 1150<br />

12 subterrânea / S. Miguel do Outeiro 207645 403210 80 2621<br />

13 superficial / Nascente <strong>de</strong> Pousa<strong>da</strong>s 194770 392200 3708<br />

14 subterrânea / Furo Crizaves 1 202700 400020 40 300<br />

15 subterrânea / Poço Crizaves 2 202480 399900 6 660<br />

16 subterrânea / Furo Crizaves 3 202750 400000 87 1600<br />

17 subterrânea / Furo Labesfal 1 201440 400460 140 570<br />

18 subterrânea / Furo Labesfal 2 199900 398700 50 8<br />

19 subterrânea / Furo Labesfal 3 199700 398750 63 125<br />

20 subterrânea / Furo Labesfal 4 199750 398700 120 8<br />

21 subterrânea / Furo Labesfal 5 199720 398800 90 8<br />

22 subterrânea / Furo I, II Cal<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Sangemil 213769 395611 80 266<br />

23 subterrânea / Poços I, II, III Póvoa do Lobo 198370 387390 20713<br />

24 subterrânea / Furo <strong>de</strong> Póvoa <strong>da</strong> Sta Catarina 209910 402880 80 274<br />

25 superficial / Nascente <strong>de</strong> Barreiro <strong>de</strong> Besteiros 194480 394690 4562<br />

26 superficial / Nascente <strong>de</strong> Muna 200300 402350 1360<br />

27 subterrânea / Poço <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Arcedigo 207310 399268 15 780<br />

28 subterrânea / Furo + Poço Vinhal 212038 395497 80 624<br />

29 superficial / Nascente <strong>de</strong> Caparrosa 202929 406905<br />

30 subterrânea / Poço Carvalhal 203817 393256 12 3100<br />

31 subterrânea / (Furo + 3 Poços) Lageosa do Dão 212918 395991 80<br />

32 subterrânea / (Furo + Mina) Freixe<strong>da</strong> 202661 398839 80 1309<br />

Fonte: Estudo do Rio Dão / CCDR-C. 2004<br />

142<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


‣ Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA)<br />

Nos quadros seguintes caracterizam-se as estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />

nos concelhos em estudo e na área <strong>de</strong> intervenção do POAA.<br />

Quadro 46 – Localização <strong>da</strong>s ETA<br />

Nº DESIGNAÇÃO DA ETA M P CONCELHO FREGUESIA CONCELHO ABASTECIDO<br />

1 CABRIZ 214189 384133 CARREGAL DO SAL OLIVEIRA DO CONDE CARREGAL DO SAL<br />

2 AGUIEIRA 194808 380701 MORTAGUA MORTAGUA<br />

MORTÁGUA E PENACOVA<br />

3 RETIRO DOS CACADORES 187560 365120 PENACOVA PENACOVA<br />

PENACOVA<br />

4 BARRAGEM DA AGUIEIRA 195000 374700 PENACOVA TRAVANCA DO MONDEGO PENACOVA<br />

5 FRANCA 200634 380913 STA COMBA DAO STA COMBA DAO<br />

STA. COMBA DÃO<br />

6 TABUA 207000 377400 TÁBUA TÁBUA<br />

TÁBUA<br />

Quadro 47 – Principais Características <strong>da</strong>s ETA<br />

Nº DESIGNAÇÃO DA ETA<br />

ANO DE<br />

INICIO<br />

CAPTACÕES<br />

CAUDAL<br />

NOMINAL HORAS / DIA ESQUEMA DE TRATAMENTO<br />

1 CABRIZ Poços I, II, III e IV <strong>de</strong> Cabriz<br />

64 24 DESINFECÇÃO E FILTRAÇÃO<br />

2 AGUIEIRA 1992 Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

18 16<br />

AREJAMENTO; PRE-<br />

CLORAGEM;<br />

COAGULACAO/FLOCULACAO<br />

3 RETIRO DOS CACADORES 1982 Retiro dos Cacadores (Nova)<br />

60 24 DESINFECCAO<br />

Captacao EDP; Captação <strong>da</strong> Camara<br />

4 BARRAGEM DA AGUIEIRA 1970 Municipal; Janga<strong>da</strong> Flutuante<br />

15 24 DESINFECCAO<br />

5 FRANCA Janga<strong>da</strong> <strong>da</strong> Franca<br />

49 24 PRE-CLORAGEM<br />

6 TABUA 1992 Captacao Superficial <strong>da</strong> Albufeira<br />

20 15 CORRECCAO DE pH<br />

Captação superficial e ETA <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

143


No que respeita à eficiência do tratamento <strong>da</strong>s ETA na envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira, recorre-se ao estudo “Caracterização <strong>de</strong> Algumas Origens <strong>de</strong> Água Superficiais<br />

e Avaliação do Funcionamento <strong>da</strong>s respectivas Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água – ETA”,<br />

elaborado em 2001 pela equipa do Prof. Fernando Santana do Departamento <strong>de</strong> Ciências<br />

e Engenharia do Ambiente <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências e Tecnologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Nova<br />

<strong>de</strong> Lisboa (DCEA/FCT/UNL) em colaboração com o INAG.<br />

Para este estudo foi selecciona<strong>da</strong> entre outras, a origem <strong>de</strong> água superficial <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong><br />

<strong>da</strong> Aguieira, responsável pelo abastecimento <strong>de</strong> um número significativo <strong>de</strong> habitantes e<br />

on<strong>de</strong> se verificam problemas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água. Desta origem <strong>de</strong> água <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

directamente as 3 Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> analisa<strong>da</strong>s, como se<br />

ilustra na figura seguinte:<br />

Fonte: SNIRH / INAG<br />

FIG. 32 – Estações <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água com Origem na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Após avaliação <strong>da</strong> eficiência <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s respectivas ETA’s e tendo em conta a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>de</strong> origem superficial, foram propostas as medi<strong>da</strong>s correctivas<br />

necessárias para a produção <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ntro dos valores normativos.<br />

De segui<strong>da</strong> apresentam-se os pontos mais relevantes <strong>de</strong>sse estudo no que concerne à<br />

<strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

⇒ ETA <strong>da</strong> Aguieira<br />

Na figura seguinte, apresenta-se o esquema geral <strong>da</strong> ETA em funcionamento:<br />

Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

144<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


O esquema <strong>de</strong> tratamento instalado não apresentava condições para fazer face quer à<br />

eventual presença <strong>de</strong> matéria orgânica quer <strong>de</strong> fitoplâncton, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente <strong>de</strong><br />

cianobactérias.<br />

Com efeito:<br />

Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

• o oxi<strong>da</strong>nte que estava a ser utilizado (hipoclorito <strong>de</strong> sódio), na presença <strong>de</strong><br />

matéria orgânica, implica a formação <strong>de</strong> compostos organoclorados;<br />

• o esquema instalado não contemplava nenhum processo para remoção <strong>de</strong><br />

toxinas que normalmente estão associa<strong>da</strong>s à presença <strong>de</strong> cianobactérias.<br />

Face ao exposto, e no relatório acima referido (“Caracterização <strong>de</strong> algumas Origens <strong>de</strong><br />

Água Superficiais (…)”) recomendou-se o estudo e implementação urgente <strong>de</strong> um novo<br />

sistema <strong>de</strong> tratamento, que <strong>de</strong>verá contemplar as seguintes etapas <strong>de</strong> tratamento:<br />

1. Pré-oxi<strong>da</strong>ção;<br />

2. Coagulação/floculação;<br />

3. Decantação;<br />

4. Filtração em areia;<br />

5. Filtração em carvão activado;<br />

6. Desinfecção.<br />

Na figura seguinte apresentam-se os esquemas possíveis <strong>de</strong> tratamento, face à<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> origem.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

145


Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

⇒ ETA <strong>de</strong> Franca<br />

Na figura seguinte apresenta-se o esquema geral <strong>da</strong> ETA.<br />

Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

146<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


(Abril.2004)<br />

ETA <strong>de</strong> Franca<br />

Da análise dos órgãos componentes do sistema, resultou a i<strong>de</strong>ntificação dos seguintes<br />

aspectos:<br />

• a repartição <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>is, é efectua<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma bastante grosseira, na medi<strong>da</strong> em<br />

que é por abertura parcial <strong>da</strong> válvula que está inseri<strong>da</strong> na tubagem <strong>de</strong><br />

alimentação ao <strong>de</strong>cantador circular/tronco-cónico;<br />

• o <strong>de</strong>scarregador periférico do <strong>de</strong>cantador circular não se encontra nivelado,<br />

apresentando um escoamento preferencial num quarto do perímetro. Esta<br />

situação po<strong>de</strong>rá induzir à formação <strong>de</strong> correntes in<strong>de</strong>sejáveis;<br />

• a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> água no <strong>de</strong>cantador quadrangular/ tronco pirami<strong>da</strong>l não possui<br />

<strong>de</strong>flector;<br />

• as tubagens perfura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> água clarifica<strong>da</strong> no <strong>de</strong>cantador referido<br />

não se encontram nivela<strong>da</strong>s;<br />

• a cobertura do <strong>de</strong>cantador tronco pirami<strong>da</strong>l está mal dimensiona<strong>da</strong>, implicando<br />

que as escorrências sejam <strong>de</strong>scarrega<strong>da</strong>s na caleira principal, o que <strong>de</strong>teriora a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>de</strong>canta<strong>da</strong>;<br />

• os filtros <strong>de</strong> carvão são lavados com água <strong>de</strong>canta<strong>da</strong>;<br />

• as lamas resultantes do sistema estão a ser lança<strong>da</strong>s na <strong>albufeira</strong>.<br />

Alerta-se para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s lamas produzi<strong>da</strong>s na <strong>de</strong>cantação e <strong>da</strong><br />

água <strong>de</strong> lavagem dos filtros.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

147


⇒ ETA <strong>de</strong> Tábua<br />

Na figura seguinte, apresenta-se o esquema geral <strong>da</strong> ETA.<br />

Fonte: DCEA/FCT/UNL em colaboração com o INAG/DSRH, 2001<br />

Face ao estado trófico actual <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, consi<strong>de</strong>rou-se que o sistema <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong><br />

ETA estava minimamente a<strong>de</strong>quado à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água na origem.<br />

No entanto, e no relatório acima referido (“Caracterização <strong>de</strong> algumas Origens <strong>de</strong> Água<br />

Superficiais (…)”) sugeriu-se a adopção <strong>da</strong>s seguintes medi<strong>da</strong>s:<br />

• substituição do reagente utilizado <strong>da</strong> pré-oxi<strong>da</strong>ção (substituição do hipoclorito <strong>de</strong><br />

sódio por dióxido <strong>de</strong> cloro);<br />

• revisão do sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong> lamas <strong>de</strong> forma a torná-lo mais funcional.<br />

(Março.2004)<br />

ETA <strong>de</strong> Tábua<br />

148<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.5.2.4 Drenagem e Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais<br />

A título introdutório, apresenta-se no quadro seguinte uma caracterização <strong>da</strong> situação em<br />

termos <strong>de</strong> população atendi<strong>da</strong> por sistemas <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas<br />

residuais, bem como a estimativa dos efectivos populacionais a aten<strong>de</strong>r até 2006, no<br />

âmbito do terceiro Quadro <strong>de</strong> Apoio Comunitário (QCA III).<br />

Quadro 48 – Drenagem e Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais – População Servi<strong>da</strong> e Estimativa<br />

dos Efectivos Populacionais a Aten<strong>de</strong>r com o QCA III<br />

NUTS III CONCELHOS<br />

POPULAÇÃO ABASTECIDA QCA II POP. A ATENDER QCA III<br />

DRENAGEM TRATAMENTO DRENAGEM TRATAMENTO<br />

Dão-Lafões Carregal do Sal 10 092 7 721 - 2 206<br />

Dão-Lafões Mortágua 5 031 5 031 5 499 5 499<br />

Dão-Lafões Santa Comba Dão 11 034 11 034 1 380 1 380<br />

Dão-Lafões Ton<strong>de</strong>la 36 000 30 600 - 1 800<br />

Baixo Mon<strong>de</strong>go Penacova 2 681 2 681 12 402 12 402<br />

Pinhal Interior Norte Tábua 13 546 5 418 - 6 773<br />

Fonte: PEASAAR .2000-2006<br />

De acordo com as informações recolhi<strong>da</strong>s, os concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal, Ton<strong>de</strong>la,<br />

Tábua e Santa Comba Dão, apresentam níveis <strong>de</strong> atendimento elevados ao nível <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas residuais (superiores a 80%).<br />

O Concelho <strong>de</strong> Mortágua apresenta um atendimento <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas<br />

residuais na or<strong>de</strong>m dos 68%, e o Concelho <strong>de</strong> Penacova, com um atendimento <strong>de</strong><br />

drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas residuais em 1999 <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> apenas 13%,<br />

correspon<strong>de</strong> ao município que apresenta maiores carências infraestruturais.<br />

Para além dos níveis <strong>de</strong> atendimento insuficientes, é também particularmente<br />

preocupante a situação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem sem os respectivos tratamentos, ou com<br />

tratamentos insuficientes. Este é um problema que terá <strong>de</strong> ser rapi<strong>da</strong>mente resolvido, até<br />

porque, com o aumento dos níveis <strong>de</strong> atendimento em termos <strong>de</strong> abastecimento público<br />

e consequentemente dos respectivos consumos, a situação <strong>de</strong> saneamento, ou <strong>de</strong><br />

insalubri<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> poluição, aumenta.<br />

Relativamente às infraestruturas <strong>de</strong> tratamento existentes, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s cerca <strong>de</strong><br />

150 infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivas <strong>de</strong> águas residuais. Dessas 124 foram georeferencia<strong>da</strong>s;<br />

para <strong>da</strong>r uma i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong>stas infraestruturas apresenta-se na<br />

FIG. 33, a sua localização.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

149


.<br />

Fonte: PEASAAR<br />

FIG. 33 – Infraestruturas <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais I<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />

No Desenho 7 representam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais<br />

inventaria<strong>da</strong>s. Assim, <strong>de</strong>ssas infraestruturas foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s 14 na zona <strong>de</strong> protecção<br />

<strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira:<br />

• 10 ETAR em Santa Comba Dão;<br />

• 2 em Tábua;<br />

• e 2 no concelho <strong>de</strong> Mortágua.<br />

São na maioria, zonas húmi<strong>da</strong>s artificiais (fossa séptica e leito <strong>de</strong> macrófitas).<br />

Note-se que, à semelhança <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, também para<br />

as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s águas residuais se verificaram incoerências entre as<br />

várias fontes disponíveis (PBHRM, CCDR-C, PDM's), no que diz respeito ao número e<br />

localização <strong>da</strong>s infraestruturas.<br />

A CCDR-C disponibilizou um levantamento <strong>de</strong> infraestruturas efectuado já no <strong>de</strong>correr<br />

<strong>de</strong>ste ano no âmbito <strong>de</strong> um estudo realizado para o Rio Dão, cuja bacia abrange os<br />

concelhos <strong>de</strong> Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Ton<strong>de</strong>la; estes <strong>da</strong>dos<br />

foram os consi<strong>de</strong>rados na área <strong>de</strong> influência <strong>de</strong>sta bacia hidrográfica, actualizando-se<br />

assim a informação constante no inventário do PBHRM.<br />

Para a restante área aten<strong>de</strong>u-se à informação do PBHRM, proce<strong>de</strong>ndo-se a algumas<br />

correcções <strong>de</strong> acordo com as localizações constantes nos PDM’s disponibilizados, como<br />

por exemplo no caso do concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal.<br />

150<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Também para Santa Comba Dão, foi complementa<strong>da</strong> a informação disponibiliza<strong>da</strong> pela<br />

CCDR-Centro no sentido <strong>de</strong> incluir mais algumas ETAR que constavam <strong>da</strong> listagem<br />

forneci<strong>da</strong> pela Câmara Municipal <strong>de</strong> Santa Comba Dão.<br />

No caso <strong>de</strong> Tábua os <strong>da</strong>dos que se apresentam baseiam-se no PBH do rio Mon<strong>de</strong>go,<br />

enquanto que para Penacova se recorreu aos projectos <strong>de</strong> saneamento <strong>da</strong> empresa<br />

HIDRA, realizados recentemente para o concelho (1999 a 2002).<br />

Numa fase mais avança<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste levantamento <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> saneamento foramnos<br />

forneci<strong>da</strong>s informações adicionais pela Divisão do Domínio Hídrico referentes às<br />

ETAR municipais e domésticas existentes. Estes <strong>da</strong>dos obtidos através dos<br />

licenciamentos foram usados para aferir o inventário efectuado.<br />

Nos pontos seguintes apresentam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s e a sua caracterização, organiza<strong>da</strong>s por concelho.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal<br />

De acordo com a Autarquia, to<strong>da</strong>s as freguesias do Concelho são abasteci<strong>da</strong>s com água<br />

<strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública e têm saneamento básico.<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s empreita<strong>da</strong>s que integraram a construção <strong>de</strong> várias ETAR, como por<br />

exemplo em Papízios, Pinheiro, Póvoa <strong>de</strong> Arnosa e Póvoa <strong>da</strong>s Forca<strong>da</strong>s num<br />

investimento que rondou um milhão <strong>de</strong> euros. Nos últimos anos, foram também<br />

construí<strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> tratamento em Fiais <strong>da</strong> Telha e Cabanas <strong>de</strong> Viriato. Foi<br />

ain<strong>da</strong> amplia<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> águas residuais em Albergaria, junto ao loteamento do Centro<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e zona envolvente.<br />

(Abril.2004)<br />

ETAR <strong>da</strong> Rua <strong>da</strong> Fonte – Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

No quadro seguinte apresentam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivo<br />

inventaria<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

151


Quadro 49 – ETAR existentes no concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal<br />

Nº NOME DA ETAR LUGAR M P<br />

POP.<br />

PROJECTO<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

OPERAÇÕES<br />

FUNCIONAM.<br />

1 Fossa Séptica <strong>de</strong> Pardieiros I Pardieiros 215180.52 396107.14 236 Fossa séptica razoável<br />

2 Fossa Séptica <strong>de</strong> Pardieiros II Pardieiros 215645.84 395394.5 236 Fossa séptica razoável<br />

3 Fossa Séptica <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Lisboa Póvoa <strong>de</strong> Lisboa 216268.17 393321.2 62 Fossa séptica razoável<br />

4 Fossa Séptica <strong>de</strong> Beijós Beijós 214599.9 392846.42 693 Fossa séptica razoável<br />

5 Fossa Séptica <strong>de</strong> Póvoa <strong>da</strong> Pega<strong>da</strong> Póvoa <strong>da</strong> Pega<strong>da</strong> 215311.35 391945.87 112 Fossa séptica razoável<br />

6 Fossa Séptica <strong>de</strong> Laceiras Laceiras 216305.22 390359 278 Fossa séptica <strong>de</strong>ficiente<br />

7 ETAR <strong>de</strong> Cabanas <strong>de</strong> Viriato Cabanas <strong>de</strong> Viriato 212635.65 390150.77 450 1819 Fossa séptica razoável<br />

8<br />

Fossa Séptica <strong>de</strong> Fiais <strong>de</strong> Telha -<br />

Bacia II<br />

Fiais <strong>da</strong> Telha 215298.85 388031.32 150 Fossa séptica bom<br />

9 ETAR <strong>de</strong> Fiais <strong>de</strong> Telha - Bacia I Fiais <strong>da</strong> Telha 215828.99 387412.56 1200 716<br />

10<br />

Fossa Séptica <strong>de</strong> Fiais <strong>de</strong> Telha -<br />

Bacia III<br />

Gra<strong>da</strong>gem; Tanque Imhoff; Leito<br />

Percolador; Decantação secundária,<br />

leitos <strong>de</strong> secagem<br />

Fiais <strong>da</strong> Telha 216344.41 387466.76 Fossa séptica razoável<br />

bom<br />

11 ETAR <strong>de</strong> Oliveirinha - Bacia I Oliveirinha 213455.26 387431.62 550 493<br />

Gra<strong>da</strong>gem; Tanque Imhoff; Leito<br />

Percolador; leitos <strong>de</strong> secagem<br />

bom<br />

12 ETAR <strong>de</strong> Sobral Sobral 208862.12 387193.86 450 338 Fossa septica + leito macrofitas <strong>de</strong>ficiente<br />

13 ETAR <strong>de</strong> Travanca<br />

Travanca <strong>de</strong> S. Tomé<br />

/ Cabris<br />

211141.61 386931.91 2000 2500<br />

Gra<strong>da</strong>gem, lamas activa<strong>da</strong>s; leitos <strong>de</strong><br />

secagem<br />

14 Fossa Séptica <strong>de</strong> Alvarelhos Alvarelhos 212334.28 386989.08 500 Fossa séptica com poço absorvente razoável<br />

15 ETAR <strong>de</strong> Oliveirinha - Bacia II<br />

Oliveirinha / Santo<br />

Amaro<br />

16 ETAR <strong>de</strong> Oliveira do Con<strong>de</strong> Oliveira do Con<strong>de</strong> 214019.53 385349.43<br />

17 ETAR <strong>da</strong> Azenha Azenha 214906.25 384897.63 200<br />

18 Fossa Séptica <strong>de</strong> Albergaria Albergaria 212762.02 385366.2 85<br />

19 Fossa Séptica do Bairro do Gaviăo<br />

20 ETAR <strong>da</strong> Rua <strong>da</strong> Fonte<br />

Carregal do Sal /<br />

Bairro do Gaviăo<br />

Carregal do Sal / Rua<br />

<strong>da</strong> Fonte<br />

214613.34 386587.87 Vala <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção; Decantação boa<br />

210929.33 385706.13<br />

210476.05 385288.22 840<br />

21 ETAR do Pinheiro Pinheiro 208222 385752.63 1200 261<br />

22 ETAR do Parque Industrial I Gan<strong>da</strong>ra 209521.05 384227.16 750 -<br />

Gra<strong>da</strong>gem, lamas activa<strong>da</strong>s,<br />

arejamento prolongado, leitos<br />

secagem<br />

Gra<strong>da</strong>gem; lamas activa<strong>da</strong>s<br />

(arejamento prolongado)<br />

Fossa séptica com lagoa <strong>de</strong><br />

macrófitas<br />

Fossa séptica com filtro <strong>de</strong> areia<br />

enterrado<br />

tanque Imhoff; fossa séptica e leito <strong>de</strong><br />

macrófitas<br />

Tanque Imhoff; leito percolador; leitos<br />

<strong>de</strong> secagem<br />

Gra<strong>da</strong>gem, Lamas activa<strong>da</strong>s<br />

(arejamento prolongado); <strong>de</strong>cantação<br />

secundária; leitos <strong>de</strong> secagem<br />

razoável<br />

razoável<br />

bom<br />

bom<br />

23 ETAR <strong>de</strong> Papízios Papízios 206265.99 384074.74 645 848<br />

Gra<strong>da</strong>gem, tanque Imhoff; leito<br />

percolador; leitos <strong>de</strong> secagem<br />

bom<br />

24<br />

Fossa Séptica <strong>de</strong> Póvoa <strong>da</strong>s<br />

Forca<strong>da</strong>s<br />

Póvoa <strong>da</strong>s Forca<strong>da</strong>s 208879.53 382587.7 160<br />

Gra<strong>da</strong>gem; Fossa séptica; leito <strong>de</strong><br />

macrófitas<br />

bom<br />

25<br />

Fossa Séptica <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Santo<br />

Amaro<br />

26 ETAR <strong>de</strong> Para<strong>da</strong> - Bacia I<br />

Póvoa <strong>de</strong> Santo<br />

Amaro<br />

Para<strong>da</strong> (Porto <strong>de</strong> Săo<br />

Joăo)<br />

208446.96 382419.89<br />

206838.56 380676.12 300<br />

27 Fossa Séptica <strong>de</strong> Para<strong>da</strong> - Bacia II Para<strong>da</strong> (Vale Gran<strong>de</strong>) 208038.63 381288.73 200<br />

28 ETAR do Parque Industrial II Francelheira 209973.43 383330 -<br />

29 ETAR <strong>de</strong> Vila Meã Vila Meă 213020.26 383613.37 470<br />

Gra<strong>da</strong>gem, tanque Imhoff; leito<br />

percolador; <strong>de</strong>cantação secundária,<br />

leitos <strong>de</strong> secagem<br />

Fossa séptica com filtros <strong>de</strong> areia<br />

enterrados<br />

Gra<strong>da</strong>gem, Lamas activa<strong>da</strong>s<br />

(arejamento prolongado - OMS); leitos<br />

<strong>de</strong> secagem<br />

Gra<strong>da</strong>gem; leito <strong>de</strong> fluxo ascen<strong>de</strong>nte,<br />

leitos <strong>de</strong> secagem<br />

bom<br />

bom<br />

bom<br />

bom<br />

30 ETAR <strong>de</strong> Casal <strong>da</strong> Torre<br />

Currelos / Casal <strong>da</strong><br />

Torre<br />

210927.42 383788.73 327<br />

Gra<strong>da</strong>gem; tanque Imhoff, leito <strong>de</strong><br />

fluxo ascen<strong>de</strong>nte, leitos <strong>de</strong> secagem<br />

bom<br />

31 ETAR <strong>de</strong> Casal Mendo Casal Mendo 211793.02 383543.83 344<br />

32 ETAR do Gorgulăo (Carregal do Sal) Carregal do Sal 211559.4 384564.1<br />

Gra<strong>da</strong>gem, tanque Imhoff; leito<br />

percolador; leitos <strong>de</strong> secagem<br />

Tanque Imhoff; leito percolador; leitos<br />

<strong>de</strong> secagem<br />

bom<br />

razoável<br />

Este concelho dispõe assim <strong>de</strong> 32 infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais.<br />

Nenhuma <strong>de</strong>stas infraestruturas se localiza na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira.<br />

152<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

De acordo com as informações recolhi<strong>da</strong>s na Câmara Municipal <strong>de</strong> Santa Comba Dão, o<br />

concelho dispõe actualmente, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 37 infraestruturas colectivas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong><br />

águas residuais, verificando-se um atendimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 92%.<br />

Em relação ao levantamento apresentado no PBHRM para este concelho (efectuado em<br />

1999), verifica-se agora a existência <strong>de</strong> mais 10 ETAR, o que traduz o esforço do<br />

município na melhoria dos sistemas <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas residuais ao<br />

longo dos últimos anos.<br />

Os únicos aglomerados que não dispõem <strong>de</strong> águas residuais trata<strong>da</strong>s são os lugares <strong>de</strong><br />

Chamadouro, Vale do Couço e Oveiro, junto às margens <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira. No<br />

entanto, está prevista a construção <strong>de</strong> uma ETAR para tratar as águas residuais dos três<br />

aglomerados, estando já parte <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem construí<strong>da</strong>.<br />

Drenando directamente para os rios Dão, Mon<strong>de</strong>go e Criz, i<strong>de</strong>ntificaram-se as ETAR <strong>de</strong><br />

Santa Comba Dão, Coval, Granjal e Sra. <strong>da</strong> Ribeira (Pinheiro <strong>de</strong> Ázere) e indirectamente,<br />

to<strong>da</strong>s as restantes ETAR do concelho tendo em conta que drenam para linhas <strong>de</strong> água<br />

afluentes à <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

(Abril.2004)<br />

Fito-ETAR <strong>de</strong> Pregoínho – Leito <strong>de</strong> Macrófitas e Fito-ETAR <strong>de</strong> Coval – Fossa séptica<br />

Neste concelho, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais<br />

são constituí<strong>da</strong>s por zonas húmi<strong>da</strong>s artificiais, i<strong>de</strong>ntificando-se 15 fossas sépticas com<br />

leito <strong>de</strong> macrófitas, também conheci<strong>da</strong>s por Fito-ETAR.<br />

No quadro seguinte apresentam-se as infraestruturas colectivas <strong>de</strong> tratamento<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s para o concelho.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

153


Quadro 50 – ETAR existentes no concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

Nº ETAR FREGUESIA<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

DESTINO<br />

FINAL<br />

TIPO<br />

TRATAMENTO<br />

ANO<br />

EXPLORAÇÃO<br />

M<br />

P<br />

1 Nagosela Nagosela 700 Ribeiro TI 1995 205355 386668<br />

Ribeira <strong>da</strong><br />

2 Treixedo Treixedo 1300 Pia TI + LP + DS 1998 203710 385023<br />

3 Granjal Treixedo 200 Rio Dão ETC 2001 202806 382210<br />

Fundo <strong>da</strong><br />

4 Vila Pouca São Joaninho 300 Al<strong>de</strong>ia TI + LP 1998 200754 385090<br />

5 Casal Maria Couto Mosteiro 150 Ribeiro FS + LM 1997 199713 384424<br />

6 Gestosa 1 Couto Mosteiro 250 Ribeiro FS + LM 1997 201364 383122<br />

7 Gestosa 2 Couto Mosteiro 150 Ribeiro FS + LP 1997 201093 383243<br />

8 Pregoínho Couto Mosteiro 150 Ribeiro FS + LM 2001 199614 382794<br />

9 Vila <strong>de</strong> Barba 1 Couto Mosteiro 250 Ribeiro FS + LM 1997 199205 383425<br />

10 Vila <strong>de</strong> Barba 2 Couto Mosteiro 150 Ribeiro FS + LM 1997 199338 383845<br />

11 Real São Joaninho 100 - FS + PA - 200100 386500<br />

12 Espinho São Joaninho 150 - FS + PA - 200100 387300<br />

13 Fundo <strong>da</strong> Vila São Joaninho 100 Ribeiro TA + DS - 200900 386100<br />

14 São Joaninho São Joaninho 150 - FS + PA - 200741 386177<br />

15 Casal Bom Couto Mosteiro 100 - FS + PA - 200200 385200<br />

16 Pedraires Couto Mosteiro 100 - FS + PA - 199600 384900<br />

17<br />

Santa Comba<br />

Dão<br />

Santa Comba<br />

Dão 4000 Rio Dão TI + LP + DS - 200241 380444<br />

18 Fontaínhas<br />

Santa Comba<br />

Dão 200<br />

Ribeiro <strong>da</strong>s<br />

Fontaínhas FS + LP - 199500 380072<br />

19 Coval<br />

Santa Comba<br />

Dão 300 Rio Dão FS + LM 1999 198037 379318<br />

20 Castelejo<br />

São João <strong>de</strong><br />

Areias 350<br />

Ribeira <strong>da</strong><br />

Riguira FS + LM 1999 204098 382589<br />

21 Cancela<br />

São João <strong>de</strong><br />

Areias 350 Ribeiro FS + LM 1999 202907 379981<br />

22 São Miguel<br />

São João <strong>de</strong><br />

Areias 250<br />

Ribeira do<br />

Vale FS + LM 1999 202557 380575<br />

23 Vila Dianteira<br />

São João <strong>de</strong><br />

Areias 250<br />

Ribeira do<br />

Lameirão FS + LM 1999 204321 379845<br />

24 Rojão Gran<strong>de</strong> Vimieiro 550 Ribeiro FS + LP 1999 201949 378701<br />

25 Lameiras 2 Pinheiro Ázere 150<br />

Ribeira do<br />

Salgueiral ETC 1999 200563 377283<br />

26 Lameiras 1 Pinheiro Ázere 300<br />

Ribeiro <strong>da</strong><br />

Figueira FS + LM 1999 201384 377600<br />

27<br />

Senhora <strong>da</strong><br />

Ribeira Pinheiro Ázere 50 Rio Mon<strong>de</strong>go ETC 1999 200900 374976<br />

28 Rojão Pequeno Pinheiro Ázere 150 Ribeiro FS + LM 1999 201951 378209<br />

29<br />

Póvoa dos<br />

Mosqueiros<br />

São João <strong>de</strong><br />

Areias 500<br />

Lugar <strong>da</strong><br />

Quinta FS + LP 1999 204183 377642<br />

São João <strong>de</strong><br />

Ribeira <strong>de</strong><br />

30 Silvares - Guarita Areias 200 Casas Novas FS + LM - 204601 381607<br />

31 Pinheiro 1 Pinheiro Ázere 150 - FS + PA - 200900 376200<br />

32 Pinheiro 2 Pinheiro Ázere 100 - FS + PA - 201369 376457<br />

33 Pinheirinho 1 Pinheiro Ázere 150 - FS + PA - 202400 377600<br />

34 Pinheirinho 2 Pinheiro Ázere 100 - FS + PA - 202700 377300<br />

35 Cagido 1 Óvoa 300 - FS + LM 1997 199835 377710<br />

36 Cagido 2 Óvoa 200 Ribeiro FS + LM 1997 199211 378250<br />

S. João <strong>da</strong>s São João <strong>de</strong><br />

37 Areias<br />

Areias 150 - FS + PA - 206500 379100<br />

Legen<strong>da</strong>:<br />

FS – Fossa Séptica<br />

TI – Tanque Imhoff<br />

LP – Leito Percolador<br />

LM – Lagoa <strong>de</strong> Macrófitas<br />

ETC - Estação <strong>de</strong> Tratamento Compacta<br />

DS – Decantador Secundário<br />

PA – Poços Absorventes<br />

TA – Tanque <strong>de</strong> Arejamento<br />

154<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Assim, servindo populações até 500 habitantes, i<strong>de</strong>ntificaram-se cerca <strong>de</strong> 15 Fito-ETAR,<br />

15 fossas sépticas colectivas com órgão complementar (poço absorvente ou leito<br />

percolador), 1 ETAR composta por um tanque <strong>de</strong> arejamento e <strong>de</strong>cantador e 3 estações<br />

<strong>de</strong> tratamento compactas.<br />

Com população servi<strong>da</strong> superior a 500 habitantes, existem 3 ETAR: Nagosela, Treixedo e<br />

Santa Comba Dão. Destas, a única que se localiza na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira é a ETAR <strong>de</strong> Santa Comba Dão.<br />

A ETAR <strong>de</strong> Santa Comba é a principal estação <strong>de</strong> tratamento do concelho servindo a<br />

se<strong>de</strong> <strong>de</strong> concelho e ain<strong>da</strong> lugares na envolvente (Mosteiro), tratando águas <strong>de</strong> residuais<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4000 habitantes. O seu esquema <strong>de</strong> tratamento é constituído por:<br />

• obra <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>: gra<strong>da</strong>gem, medidor <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>l e adição <strong>de</strong> reagente para efeitos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sodorização,<br />

• dois tanques Imhoff em funcionamento paralelo;<br />

• leito percolador com recirculação,<br />

• tanque <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação secundário,<br />

• leitos <strong>de</strong> secagem <strong>da</strong>s lamas.<br />

Nas fotografias seguintes, obti<strong>da</strong>s nos levantamentos <strong>de</strong> campo (Abril.2004),<br />

apresentam-se alguns dos órgãos acima <strong>de</strong>scritos:<br />

Tanques Imhoff<br />

Leito Percolador<br />

Tanque Secundário<br />

Leitos <strong>de</strong> Secagem <strong>da</strong>s lamas<br />

ETAR <strong>de</strong> Santa Comba Dão<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

155


Não estando disponíveis relatórios <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>sta ETAR, a análise do seu<br />

funcionamento baseia-se apenas na observação no local e informações disponibiliza<strong>da</strong>s<br />

pelo técnico <strong>da</strong> ETAR.<br />

O principal problema que a ETAR <strong>de</strong> Santa Comba Dão apresentava na altura <strong>da</strong> visita<br />

resultava essencialmente <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ficiente <strong>de</strong>sodorização – a bomba do doseador do<br />

reagente para efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sodorização não estava a funcionar correctamente, sendo<br />

adiciona<strong>da</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s insuficientes.<br />

Em relação às Fito-ETAR existentes no concelho, funcionam to<strong>da</strong>s como sistemas <strong>de</strong><br />

fluxo subsuperficial, na maioria com um único leito, servindo entre 100 a 350 habitantes.<br />

Em to<strong>da</strong>s se recorre a uma fossa séptica como tratamento primário, não existindo, na<br />

maioria, obra <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>.<br />

De acordo com o técnico <strong>da</strong> Câmara Municipal responsável pelo saneamento, salientamse<br />

como problemas mais comuns a existência <strong>de</strong> colmatação dos leitos, colmatação <strong>da</strong>s<br />

tubagens <strong>de</strong> distribuição e <strong>de</strong> colecta, e ain<strong>da</strong> problemas pontuais <strong>de</strong> infiltração no solo<br />

<strong>de</strong>vido à escolha <strong>de</strong> um material não a<strong>de</strong>quado para impermeabilização <strong>da</strong> lagoa ou<br />

<strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong> plantas infestantes cujas raízes são<br />

passíveis <strong>de</strong> romper a membrana impermeabilizante.<br />

Das infraestruturas inventaria<strong>da</strong>s neste concelho, i<strong>de</strong>ntificaram-se um total <strong>de</strong> <strong>de</strong>z ETAR<br />

localiza<strong>da</strong>s na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira:<br />

• ETAR <strong>de</strong> Santa Comba Dão,<br />

• Fito-ETAR <strong>de</strong> Coval,<br />

• Fito-ETAR <strong>de</strong> Castelejo,<br />

• Fito-ETAR <strong>de</strong> Cagido II,<br />

• ETAR compacta <strong>de</strong> Sra. <strong>da</strong> Ribeira,<br />

• ETAR compacta <strong>de</strong> Granjal,<br />

• Fossa séptica <strong>de</strong> Pinheiro I (com poço absorvente),<br />

• Fossa séptica <strong>de</strong> Póvoa dos Mosqueiros (com leito percolador),<br />

• Fossa séptica <strong>de</strong> S. João <strong>de</strong> Areias (com poço absorvente),<br />

• Fossa séptica <strong>da</strong>s Fontaínhas (com poço absorvente).<br />

De acordo com a informação disponível, o funcionamento actual <strong>de</strong>stas infraestruturas é<br />

satisfatório.<br />

Os aglomerados <strong>de</strong> Chamadouro, Vale do Couço e Oveiro que, como atrás foi referido,<br />

não dispõem <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s águas residuais, localizam-se na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong>, pelo que é urgente a construção <strong>da</strong> ETAR prevista.<br />

156<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Abril.2004<br />

ETAR Compacta do Granjal<br />

Fito-ETAR <strong>de</strong> Castelejo – Fossa séptica<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Mortágua<br />

No quadro seguinte apresentam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivo<br />

inventaria<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Mortágua.<br />

Quadro 51 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Mortágua<br />

Nº INFRA-ESTRUTURAS M P<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

TRATAMENTO<br />

1 ETAR <strong>de</strong> Mortágua 191000 380600 2506 Vala <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção<br />

2 ETAR do Freixo 193800 378900 235<br />

Duas Fossas Septicas com<br />

poço absorvente<br />

3<br />

ETAR <strong>da</strong> zona do Reguengo /<br />

Vila Gosendo 192600 383100 1100<br />

Três Fossas Septicas com<br />

lagoa <strong>de</strong> macrófitas<br />

4 ETAR do Parque Industrial 188970 379800 - Gra<strong>da</strong>gem, lagoas areja<strong>da</strong>s<br />

5 ETAR <strong>de</strong> Almacinha 195337 376175 250<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

6 ETAR <strong>de</strong> Almaça 192100 374933 250<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

7 ETAR <strong>de</strong> Cortegaça 189511 378978 200<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

8 ETAR <strong>de</strong> Barril 192484 380925 350<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

9 ETAR <strong>da</strong> Zona Desportiva 400<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

10 ETAR <strong>de</strong> Vila Meã 192024 383713 800<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

11 ETAR <strong>de</strong> Vila Nova 192731 382199 400<br />

Fossa Septica e Leito <strong>de</strong><br />

Macrófitas<br />

12 ETAR <strong>de</strong> Crafuncho 194419 375781<br />

13 Fossa séptica <strong>de</strong> Cercosa 188441 374253 Fossa séptica<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

157


Para além <strong>da</strong>s 4 ETAR menciona<strong>da</strong>s no PBHRM, e <strong>de</strong> acordo com as informações<br />

recolhi<strong>da</strong>s, o município dispõe <strong>de</strong> mais 9 infraestruturas <strong>de</strong> tratamento constituí<strong>da</strong>s por<br />

fossa séptica e leito <strong>de</strong> macrófitas, tendo estas entrado em funcionamento entre o final <strong>de</strong><br />

1998 e o ano 2000. Também a povoação <strong>de</strong> Crafuncho dispõe <strong>de</strong> uma ETAR, acerca <strong>da</strong><br />

qual não dispomos no entanto <strong>de</strong> elementos relativos a população <strong>de</strong> projecto e ao seu<br />

esquema <strong>de</strong> tratamento.<br />

De acordo com o site <strong>da</strong> empresa OMS, está em construção uma nova ETAR para<br />

Mortágua, cujo processo <strong>de</strong> tratamento passará a ser o seguinte: tratamento preliminar<br />

com gra<strong>da</strong>gem mecânica, estação elevatória com medição <strong>de</strong> cau<strong>da</strong>l, tratamento<br />

secundário por lamas activa<strong>da</strong>s em arejamento prolongado e tratamento <strong>de</strong> lamas por<br />

digestão anaeróbia e <strong>de</strong>sidratação mecânica.<br />

(Fonte: site <strong>da</strong> empresa OMS)<br />

ETAR <strong>de</strong> Mortágua<br />

Em relação à ETAR <strong>de</strong> Almaça, o <strong>de</strong>stino final do efluente tratado é a jusante <strong>da</strong><br />

barragem <strong>da</strong> Aguieira, fora <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> Protecção <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira.<br />

A ETAR municipal existente e em funcionamento <strong>de</strong> Almacinha localiza-se na zona <strong>de</strong><br />

protecção <strong>da</strong> Aguieira. Esta serve a povoação com o mesmo nome e recebe ain<strong>da</strong> os<br />

efluentes <strong>da</strong> zona <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Lagoa Azul (essencialmente efluentes <strong>de</strong> restaurantes<br />

que são conduzidos à ETAR por elevação).<br />

Para além <strong>de</strong>sta ETAR existem ain<strong>da</strong> duas estações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais a<br />

consi<strong>de</strong>rar na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente a ETAR <strong>da</strong><br />

Central Termoeléctrica (já referi<strong>da</strong>) e a ETAR que se prevê que venha a servir o<br />

Empreendimento Turístico do Vale D’ Aguieira (ETAR <strong>de</strong> Crafuncho).<br />

158<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


(Março.2004)<br />

Fito-ETAR <strong>de</strong> Almacinha<br />

Estação Elevatória <strong>de</strong> águas residuais <strong>de</strong><br />

Almacinha<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

De acordo com as informações recolhi<strong>da</strong>s, o concelho dispõe actualmente <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

22 infraestruturas colectivas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais, sendo a principal a ETAR<br />

que serve a se<strong>de</strong> <strong>de</strong> concelho. De acordo com o site <strong>da</strong> OMS, a ETAR <strong>de</strong> Tábua serve<br />

cerca <strong>de</strong> 2600 habitantes equivalentes, sendo o seu esquema <strong>de</strong> tratamento constituído<br />

por arejamento prolongado e leito <strong>de</strong> macrófitas.<br />

(Fonte: site <strong>da</strong> empresa OMS)<br />

ETAR <strong>de</strong> Tábua<br />

Destas infraestruturas foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s 2 ETAR na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira: fossas sépticas <strong>de</strong> Ázere I e II. Deste modo, o único lugar abrangido pela área<br />

<strong>de</strong> intervenção do POAA é já servido por infraestruturas <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong><br />

águas residuais.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

159


É no entanto <strong>de</strong> referir, que também o Empreendimento Turístico <strong>de</strong> Pedra <strong>da</strong> Sé<br />

(integrado na área em estudo), <strong>de</strong>verá dispor <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong>s águas residuais<br />

a<strong>de</strong>quado, uma vez que se localiza na Zona <strong>de</strong> Protecção <strong>da</strong> Albufeira.<br />

Note-se ain<strong>da</strong> que os aglomerados <strong>de</strong> Espa<strong>da</strong>nal e Lajeosa (na vizinhança <strong>da</strong> zona <strong>de</strong><br />

protecção <strong>da</strong> Albufeira) drenam para o rio Mon<strong>de</strong>go, segundo as informações<br />

disponíveis, não dispõem <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas, po<strong>de</strong>ndo constituir uma potencial fonte<br />

<strong>de</strong> poluição doméstica.<br />

No quadro seguinte, apresentam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivo<br />

inventaria<strong>da</strong>s no concelho <strong>de</strong> Tábua.<br />

Quadro 52 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

Nº INFRA-ESTRUTURAS M P<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

TRATAMENTO<br />

1 ETAR do Parque Industrial 210430 376790 - ETAR (trat Secun<strong>da</strong>rio)<br />

2 Fossa séptica <strong>de</strong> Mouronho I 207950 367850 85 Fossa Septica<br />

3 Fossa séptica <strong>de</strong> Mouronho I 207350 367500 86 Fossa Septica<br />

Fossa séptica <strong>de</strong> S. João <strong>da</strong><br />

4 Boavista 210300 374500 192 Fossa Septica<br />

5 Fossa séptica <strong>de</strong> Candosa I 214700 375300 267 Fossa Septica<br />

6 Fossa séptica <strong>de</strong> Candosa II 214350 374900 268 Fossa Septica<br />

7 Fossa séptica <strong>de</strong> Ázere I 203400 376000 158 Fossa Septica<br />

8 Fossa séptica <strong>de</strong> Ázere II 203300 375700 158 Fossa Septica<br />

9 Fossa séptica <strong>de</strong> Tábua I 208700 377600 268 Fossa Septica<br />

10 Fossa séptica <strong>de</strong> Tábua II 208200 377000 268 Fossa Septica<br />

11 Fossa séptica <strong>de</strong> Tábua III 209500 376800 268 Fossa Septica<br />

12 Fossa séptica <strong>de</strong> Tábua IV 208700 376700 268 Fossa Septica<br />

13 Fossa séptica <strong>de</strong> Midões I 215700 380400 142 Fossa Septica<br />

14 Fossa séptica <strong>de</strong> Midões II 215800 380100 142 Fossa Septica<br />

15 Fossa séptica <strong>de</strong> Midões III 215100 379900 142 Fossa Septica<br />

16 Fossa séptica <strong>de</strong> Midões IV 215800 379600 142 Fossa Septica<br />

Arejamento Prolongado e<br />

17 ETAR <strong>de</strong> Tábua - - 2600 Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

Numa fase mais avança<strong>da</strong> do levantamento <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> saneamento foramnos<br />

forneci<strong>da</strong>s informações adicionais pela Divisão do Domínio Hídrico <strong>da</strong> CCDR-C<br />

referentes às ETAR municipais existentes. Estes <strong>da</strong>dos foram usados para complementar<br />

o inventário efectuado neste concelho, apresentam-se no quadro seguinte, as 3 ETAR<br />

adicionais i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s através <strong>de</strong>sta fonte:<br />

160<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 53 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Tábua (CCDR-C)<br />

Nº DESIGNAÇÃO DA ETAR LUGAR OPERAÇÕES<br />

17 ETAR <strong>de</strong> Vila Chã Vila Chã Lamas Activa<strong>da</strong>s<br />

18 ETAR <strong>de</strong> Vila do Mato Vila do Mato Lamas Activa<strong>da</strong>s<br />

19 ETAR <strong>de</strong> Pinheiro <strong>de</strong> Coja Pinheiro <strong>de</strong> Coja Lamas Activa<strong>da</strong>s<br />

Fonte: CCDR-C<br />

Na listagem geral dos licenciamentos nas freguesias <strong>da</strong> envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira (coligi<strong>da</strong> pela Divisão do Domínio Hídrico) verifica-se ain<strong>da</strong> que existem<br />

actualmente mais 2 ETAR municipais a consi<strong>de</strong>rar neste concelho: as ETAR <strong>da</strong> Torre e<br />

<strong>de</strong> São Simão, ambas na freguesia <strong>de</strong> Tábua.<br />

⇒ Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

De acordo com o Plano Director Municipal (Vol. III, “Infraestruturas Urbanas e Factores<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do Ambiente”), cerca <strong>de</strong> 13% <strong>da</strong> população resi<strong>de</strong>nte no Concelho, em<br />

aglomerados, é servi<strong>da</strong> com re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas residuais. A<br />

restante população não se encontra ain<strong>da</strong> servi<strong>da</strong> por re<strong>de</strong>s públicas <strong>de</strong> drenagem e<br />

tratamento.<br />

Apenas as povoações <strong>de</strong> Penacova, Cheira, Lavatodos, Lorvão, São Pedro <strong>de</strong> Alva e,<br />

recentemente, Porto Raiva, dispõem <strong>de</strong> águas residuais trata<strong>da</strong>s.<br />

Assim, gran<strong>de</strong> parte dos aglomerados populacionais (mesmo os que dispõem <strong>de</strong> re<strong>de</strong><br />

pública <strong>de</strong> abastecimento) não apresenta re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saneamento e Estação <strong>de</strong><br />

Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais (ETAR).<br />

Em regra, apenas dispõem <strong>de</strong> fossas sépticas individuais, cujo efluente <strong>de</strong>scarrega para<br />

o solo ou para linhas <strong>de</strong> água afluentes do rio Mon<strong>de</strong>go. Nessa situação, o meio receptor<br />

ou é o aquífero local, ou são, em geral, linhas <strong>de</strong> água intermitentes ou efémeras, que em<br />

período estival apresentam um cau<strong>da</strong>l nulo ou muito reduzido.<br />

A ETAR do Lorvão trata os efluentes <strong>da</strong>s povoações <strong>de</strong> Lorvão e Lavatodos, dispondo <strong>de</strong><br />

discos biológicos (obra <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> com gra<strong>de</strong>s e câmara <strong>de</strong>sengorduradora, <strong>de</strong>cantação<br />

primária, discos biológicos, <strong>de</strong>cantador secundário e leitos <strong>de</strong> secagem) e entrou em<br />

serviço em 1992 (INTEROBRA, 1992).<br />

O seu funcionamento é <strong>de</strong>ficiente, em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> águas residuais<br />

brutas do Hospital local com eleva<strong>da</strong> carga orgânica. Des<strong>de</strong> <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1999 que os<br />

discos biológicos se encontram fora <strong>de</strong> serviço apenas se processando, assim, o<br />

tratamento primário do efluente. O efluente é <strong>de</strong>scarregado na Ribeira do Lorvão.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

161


A ETAR <strong>de</strong> Penacova serve os lugares <strong>de</strong> Penacova e Cheira e é constituí<strong>da</strong> pelos<br />

seguintes órgãos principais: tanque Imhoff, leito percolador, <strong>de</strong>cantador secundário e<br />

leitos <strong>de</strong> secagem. A ETAR <strong>de</strong>scarrega o efluente no rio Mon<strong>de</strong>go, a montante <strong>da</strong>s<br />

captações junto ao reservatório do Retiro dos Caçadores.<br />

Os principais problemas que a ETAR <strong>de</strong> Penacova tem apresentado resultam<br />

fun<strong>da</strong>mentalmente, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiente manutenção - a câmara <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>s não é limpa com a<br />

periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, o tanque Imhoff apresenta <strong>de</strong>tritos que <strong>de</strong>veriam ficar retidos nas<br />

gra<strong>de</strong>s e o leito percolador apresenta, por vezes, o distribuidor parado. No entanto, os<br />

resultados obtidos <strong>da</strong>s análises têm sido satisfatórios, face à legislação geral.<br />

Encontra-se também já construído o sistema <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas<br />

residuais <strong>da</strong> povoação <strong>de</strong> S. Pedro <strong>de</strong> Alva. A ETAR dispõe <strong>de</strong> gra<strong>da</strong>gem, tanque Imhoff,<br />

leito <strong>de</strong> Macrófitas e leitos <strong>de</strong> secagem e foi concebi<strong>da</strong>, pelo Gabinete <strong>de</strong> Apoio Técnico<br />

(GAT) <strong>de</strong> Coimbra para uma população equivalente <strong>de</strong> 600 habitantes.<br />

Mais recentemente, foi construí<strong>da</strong> a ETAR <strong>de</strong> Porto <strong>da</strong> Raiva que se <strong>de</strong>stina a servir<br />

povoações <strong>da</strong> freguesia <strong>de</strong> Oliveira do Mon<strong>de</strong>go: povoações <strong>de</strong> Porto <strong>da</strong> Raiva, Lavradio<br />

e Pare<strong>de</strong>s.<br />

Além <strong>da</strong>s obras já concluí<strong>da</strong>s ou em construção, o Município dispõe já <strong>de</strong> projectos <strong>de</strong><br />

execução <strong>de</strong> várias ETAR, bem como do “Estudo Prévio <strong>da</strong> Drenagem e Tratamento <strong>de</strong><br />

povoações do concelho <strong>de</strong> Penacova” (HIDRA, 1999) on<strong>de</strong> se propõe cerca <strong>de</strong> 49 ETAR<br />

<strong>de</strong> forma a servir todo o concelho.<br />

De acordo com a informação <strong>da</strong> Câmara Municipal <strong>de</strong> Penacova, está actualmente<br />

previsto o investimento em obras <strong>de</strong> saneamento básico <strong>da</strong> zona envolvente <strong>da</strong><br />

Barragem <strong>da</strong> Aguieira, nomea<strong>da</strong>mente nas freguesias <strong>de</strong> Travanca do Mon<strong>de</strong>go, São<br />

Paio do Mon<strong>de</strong>go e São Pedro <strong>de</strong> Alva.<br />

No quadro seguinte apresentam-se as infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivo existentes<br />

no concelho <strong>de</strong> Penacova.<br />

Quadro 54 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Penacova<br />

Nº INFRA-ESTRUTURAS M P<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

TRATAMENTO<br />

1 ETAR do Lorvão 185136 365498 1300 ETAR (trat Secun<strong>da</strong>rio)<br />

2 ETAR <strong>da</strong> Várzea (Penacova) 187431 365908 900 ETAR (trat Secun<strong>da</strong>rio)<br />

3 ETAR <strong>de</strong> S. Pedro Alva 196853 370110 500<br />

4 ETAR <strong>de</strong> Porto Raiva 191604 370236<br />

Fossa Septica + Leito<br />

Macrófitas<br />

Fossa Septica + Leito<br />

Macrófitas<br />

5 Fossa séptica <strong>da</strong> Zona Escolar 187800 367200 500 Fossa Séptica<br />

Nenhuma <strong>de</strong>stas infraestruturas se localiza na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira, estando to<strong>da</strong>s elas situa<strong>da</strong>s a jusante <strong>da</strong> barragem.<br />

162<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


⇒ Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

Este concelho dispõe <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 38 infraestruturas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas residuais,<br />

sendo as principais, em termos <strong>de</strong> população equivalente servi<strong>da</strong>, as que servem a se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concelho, ETAR <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la e <strong>da</strong> Zona sul <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la, a ETAR <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong><br />

Besteiros e a <strong>da</strong> Zona Industrial.<br />

Nenhuma <strong>da</strong>s infraestruturas municipais inventaria<strong>da</strong>s para o concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la se<br />

localiza na zona <strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira. Há no entanto a consi<strong>de</strong>rar a<br />

ETAR do Aterro Sanitário <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la que po<strong>de</strong>rá vir a constituir-se como potencial fonte<br />

<strong>de</strong> poluição.<br />

O aglomerado <strong>de</strong> Póvoa do Lobo é o único dos lugares do concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

integrados na zona <strong>de</strong> protecção. Este lugar, não dispõe <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> águas<br />

residuais.<br />

No Quadro 55 apresentam-se as 22 infraestruturas <strong>de</strong> tratamento colectivo i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s<br />

no concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la, tendo por base os inventários do PBHRM (INAG, 1999) e o<br />

efectuado no âmbito do Estudo relativo ao Rio Dão (CCDR-C, 2004).<br />

Quadro 55 – ETAR Existentes no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

Nº INFRA-ESTRUTURA M P<br />

POP.<br />

PROJECTO<br />

POP.<br />

SERVIDA<br />

1 ETAR <strong>de</strong> Caramulo 196955 399370 1500<br />

2 ETAR <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la 205103 394582 4465 2750<br />

3 ETAR <strong>de</strong> S. Miguel do Outeiro 209049 401352 850 633<br />

4 ETAR <strong>de</strong> Para<strong>da</strong> <strong>de</strong> Gonta 211777 400519 750 777<br />

5 ETAR <strong>de</strong> Lajeosa 211843 396571 1000 750<br />

6 ETAR <strong>da</strong> Ermi<strong>da</strong> 201978 393119 750<br />

7 ETAR <strong>de</strong> Ton<strong>da</strong> 206284 392181 850<br />

8 ETAR Zona Sul <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la 202100 393687 3000<br />

9 ETAR <strong>de</strong> Nandufe 205098 397002 1000<br />

10 ETAR <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Besteiros 200587 398183 3000<br />

11 ETAR <strong>da</strong> ZIM (industrial) 203431 390431 3000<br />

12 ETAR do Barreiro 196365 393716 500<br />

13 ETAR do Vale 196789 390747<br />

14 ETAR do Boralhal 198479 390688 500<br />

15 ETAR <strong>da</strong> Portela 200352 401063 500<br />

16 ETAR <strong>da</strong> Caparrosa 203159 405739 300<br />

17 ETAR <strong>de</strong> Mouraz 205669 389827 200<br />

18 ETAR <strong>de</strong> Povoa Catarina 210422 402465 200<br />

19 ETAR do Casal 1_Lobão 208740 396169 200<br />

20 ETAR <strong>da</strong> Várzea_Lobão 207359 394753 200<br />

21 ETAR <strong>de</strong> V.N.Ton<strong>da</strong> 205986 392571 100<br />

22 ETAR <strong>de</strong> Urfic - Indústria <strong>de</strong> Ferragens, S.A. - Pólo 203894 395079<br />

Numa fase mais avança<strong>da</strong> do levantamento <strong>da</strong>s infraestruturas <strong>de</strong> saneamento foramnos<br />

forneci<strong>da</strong>s informações adicionais pela Divisão do Domínio Hídrico <strong>da</strong> CCDR-C<br />

referentes às ETAR municipais existentes. Estes <strong>da</strong>dos obtidos através dos<br />

licenciamentos foram usados para complementar o inventário efectuado neste concelho,<br />

apresentam-se no quadro seguinte as 16 ETAR adicionais i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s através <strong>de</strong>sta<br />

fonte:<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

163


Quadro 56 – ETAR Licencia<strong>da</strong>s no Concelho <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la (CCDR-C)<br />

Nº DESIGNAÇÃO DA ETAR LUGAR OPERAÇÕES<br />

23 ETAR <strong>de</strong> Adiça Adiça Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

24 ETAR <strong>de</strong> Alcouce Alcouce Leitos Percoladores<br />

25 ETAR <strong>de</strong> Caparrozinha Caparrozinha Leitos Percoladores<br />

26 ETAR <strong>de</strong> Malha<strong>da</strong> Malha<strong>da</strong> Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

27 ETAR <strong>de</strong> Meieiras Meieiras Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

28 ETAR <strong>de</strong> Miusela Miusela Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

29 ETAR <strong>de</strong> Saldonas Saldonas Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

30 ETAR <strong>de</strong> Ferreirós do Dão Ferreirós do Dão Leitos Percoladores<br />

31 ETAR <strong>de</strong> Lobão I Lobão I Leitos Percoladores<br />

32 ETAR <strong>de</strong> Lobão II Lobão II Leitos Percoladores<br />

33 ETAR <strong>de</strong> Lobão III Lobão III Leitos Percoladores<br />

34 ETAR <strong>de</strong> Molelos Molelos Lamas Activa<strong>da</strong>s<br />

35 ETAR <strong>de</strong> Mouraz II Mouraz II Fossa Septica e Leito <strong>de</strong> Macrófitas<br />

36 ETAR <strong>de</strong> Póvoa Rodrigo Póvoa Rodrigo Fossa Séptica<br />

37 ETAR <strong>de</strong> Varzea II Varzea II Leitos Percoladores<br />

38 ETAR <strong>de</strong> Vinhal Vinhal Fossa Séptica<br />

3.5.2.5 Infraestruturas <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais Individuais<br />

Para além <strong>da</strong>s ETAR colectivas atrás <strong>de</strong>scritas por concelho, referem-se neste ponto as<br />

ETAR domésticas/individuais licencia<strong>da</strong>s as quais, sendo essencialmente fossas<br />

sépticas, visam assegurar o tratamento primário <strong>da</strong>s águas residuais <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

priva<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vido à impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> orográfica <strong>de</strong> se ligarem ao sistema <strong>de</strong> tratamento<br />

colectivo ou por este ain<strong>da</strong> não existir.<br />

Quadro 57 – ETAR Domésticas Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA<br />

Concelho Freguesia Local Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva S. Pedro <strong>de</strong> Alva 3<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Vale <strong>da</strong> Vinha 2<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Laborins 1<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Zarroeira 1<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Silveirinho 2<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Quintela 2<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Cruz do Soito 2<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Sobral 1<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Carvalhal 1<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Carvalhal - Laborins 2<br />

Penacova S. Pedro <strong>de</strong> Alva Jouradissa - Laborins 1<br />

Penacova São Paio <strong>de</strong> Mon<strong>de</strong>go São Paio <strong>de</strong> Mon<strong>de</strong>go 1<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Portela 1<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Marco 1<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Covais 1<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Silveirinha 2<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Travanca do Mon<strong>de</strong>go 2<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Raião-Pomar 1<br />

Carregal do Sal Currelos Currelos 1<br />

Tábua Ázere Ázere 1<br />

Tábua Ázere Vila Seca 1<br />

Tábua Tábua Varzielas 1<br />

Tábua Tábua Barras 1<br />

Tábua Tábua Fonte Arca<strong>da</strong> 1<br />

Tábua Tábua Quintela 1<br />

Tábua Tábua Sevilha 1<br />

Tábua Covelo Covelo 2<br />

Tábua Covelo Covelo <strong>de</strong> Cima 1<br />

Tábua Póvoa <strong>de</strong> Midões Felgar 1<br />

Tábua Póvoa <strong>de</strong> Midões Póvoa <strong>de</strong> Midões 1<br />

Tábua Póvoa <strong>de</strong> Midões Vale <strong>da</strong> Taipa 1<br />

Ton<strong>de</strong>la Dar<strong>da</strong>vaz "Porto Boase" - Chancela 1<br />

164<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


De acordo com os elementos coligidos na Divisão do Domínio Hídrico <strong>da</strong> CCDR-Centro<br />

relativamente às utilizações do domínio hídrico existentes, apresentam-se no quadro<br />

seguinte as 42 ETAR domésticas (individuais) i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s nas freguesias no âmbito do<br />

POAA ou seja, nas freguesias total ou parcialmente abrangi<strong>da</strong>s pela zona <strong>de</strong> protecção<br />

<strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

3.5.2.6 Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Apesar <strong>de</strong>, nos últimos anos, ter aumentado consi<strong>de</strong>ravelmente o número <strong>de</strong> habitantes<br />

na região com acesso a água no domicílio e servidos por re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong><br />

efluentes, não se assistiu à melhoria <strong>de</strong>sejável <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água nos meios hídricos,<br />

sobretudo pela construção <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ETAR ou pela construção <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> tratamento ina<strong>de</strong>quados.<br />

Os concelhos <strong>da</strong> área envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> estão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> muitas captações<br />

locais, algumas fornecendo pequenos cau<strong>da</strong>is e várias sem tratamento eficaz, não sendo<br />

possível garantir em muitos sistemas <strong>de</strong> abastecimento público a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

exigi<strong>da</strong> pelo Decreto-Lei n.º 236/98 <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Agosto e <strong>da</strong> Directiva Comunitária n.º<br />

79/440/CEE, do Conselho <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Junho. A dispersão <strong>de</strong> sistemas e captações<br />

aumenta a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação e <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong>stes sistemas, e consequentemente<br />

<strong>de</strong> garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água abasteci<strong>da</strong> às populações.<br />

Deverá assim ser evita<strong>da</strong> a exploração <strong>de</strong> captações com baixo rendimento e é<br />

importante que seja feito um controlo mais eficaz à água distribuí<strong>da</strong>, e para tal o<br />

tratamento bacteriológico <strong>da</strong> água <strong>de</strong>ve ser revisto, sendo a<strong>de</strong>quado à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

origem <strong>de</strong> água, passando a utilizar aparelhagem e metodologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção<br />

mo<strong>de</strong>rnas.<br />

No que respeita à drenagem <strong>de</strong> águas residuais, muitos dos sistemas <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong><br />

efluentes têm igualmente pequena dimensão em resultado <strong>de</strong> uma orografia muito<br />

aci<strong>de</strong>nta<strong>da</strong> e do afastamento dos aglomerados rurais, que dificultam ou mesmo<br />

impossibilitam a junção dos efluentes <strong>da</strong>s al<strong>de</strong>ias em ETAR colectivas.<br />

No concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, que é o concelho com maior área integra<strong>da</strong> na zona<br />

<strong>de</strong> protecção <strong>da</strong> Aguieira, verifica-se um elevado atendimento no que concerne à<br />

drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas residuais.<br />

No entanto, nos concelhos na envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, apesar dos esforços<br />

dos municípios nos últimos anos (é <strong>de</strong> notar um acréscimo consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong><br />

infraestruturas <strong>de</strong> drenagem e tratamento em relação às documenta<strong>da</strong>s pelo PBHRM, em<br />

1999), verificam-se ain<strong>da</strong> carências infraestruturais a colmatar, sendo o mais <strong>de</strong>ficitário o<br />

concelho <strong>de</strong> Penacova com um nível <strong>de</strong> atendimento francamente insuficiente.<br />

Para além dos seis concelhos envolventes <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, há ain<strong>da</strong> a consi<strong>de</strong>rar<br />

as águas residuais produzi<strong>da</strong>s a montante, na bacia drenante <strong>da</strong> Aguieira, cuja<br />

contribuição para o estado <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>albufeira</strong> é sem dúvi<strong>da</strong> relevante.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

165


A rejeição <strong>de</strong> águas residuais não a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente trata<strong>da</strong>s a montante po<strong>de</strong> levar a um<br />

agravamento do estado trófico <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, mesmo tendo em conta a <strong>de</strong>puração e<br />

diluição dos efluentes no seu percurso até à <strong>albufeira</strong>.<br />

Por exemplo, o concelho <strong>de</strong> Viseu, o mais populoso <strong>da</strong> bacia própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira, em 1999 apresentava apenas 62% dos efluentes domésticos tratados e a sua<br />

principal ETAR encontrava-se com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> funcionamento.<br />

É assim <strong>de</strong> salientar a gran<strong>de</strong> lacuna <strong>de</strong> tratamentos <strong>de</strong> águas residuais existentes na<br />

bacia própria <strong>da</strong> Aguieira, e que justificam a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água existente.<br />

Esta situação é tanto mais preocupante quanto, com o aumento <strong>da</strong> utilização do espelho<br />

<strong>de</strong> água para praias fluviais e outras utilizações <strong>de</strong> recreio e lazer, po<strong>de</strong>ndo-se estar a<br />

contribuir para um acréscimo <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> contaminação <strong>da</strong>s mesmas.<br />

Verifica-se assim a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> novas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> drenagem e<br />

infraestruturas <strong>de</strong> tratamento específicas a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s nos aglomerados ain<strong>da</strong> não<br />

servidos, <strong>de</strong>sviando sempre que possível, o ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>da</strong>s águas residuais <strong>da</strong>s<br />

zonas sensíveis para zonas menos problemáticas do ponto <strong>de</strong> vista ambiental e sanitário.<br />

Também é necessário remo<strong>de</strong>lar e/ou ampliar algumas ETAR's já existentes que por uma<br />

razão ou outra têm o seu funcionamento comprometido, não permitindo obter efluentes<br />

com o nível <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> mínimo exigido.<br />

Em termos <strong>de</strong> evolução futura no domínio do saneamento básico, importa mencionar o<br />

Programa Operacional <strong>da</strong> Região Centro (Procentro) 2000-2006, no qual, com base nas<br />

situações mais críticas, se estabeleceram priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento que prevêem<br />

melhorar as condições sanitárias <strong>da</strong>s populações, aumentando os níveis <strong>de</strong> atendimento<br />

com sistemas <strong>de</strong> drenagem e tratamento <strong>de</strong> águas residuais para valores próximos <strong>da</strong>s<br />

médias prioritárias (80% <strong>da</strong> população).<br />

Prevê-se também melhorar a cobertura populacional com sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água – <strong>de</strong>verão atingir-se taxas <strong>de</strong> atendimento <strong>da</strong> Região, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 97% em termos<br />

globais e, com o apoio do Fundo <strong>de</strong> Coesão, será possível promover a reconversão <strong>de</strong><br />

diversos <strong>de</strong>stes sistemas, por forma a melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço prestado às<br />

populações.<br />

Isto implicará a execução <strong>de</strong> novas captações e a construção <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> tratamento<br />

<strong>de</strong> água (ETA) a elas associa<strong>da</strong>s, em alguns concelhos (em substituição <strong>de</strong> outras que<br />

não fornecem água suficiente ou que a fornecem sem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária) e a<br />

consequente reconversão dos “sistemas em alta”.<br />

166<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.6 Fontes <strong>de</strong> Poluição<br />

3.6.1 Poluição Orgânica<br />

A água <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira foi nos últimos anos (1995-2001) classifica<strong>da</strong> na<br />

categoria C (Razoável) e em 1999 obteve mesmo a categoria D (Má) na classificação <strong>da</strong>s<br />

águas superficiais para usos múltiplos.<br />

Os coliformes totais, o pH, a carência química e bioquímica <strong>de</strong> oxigénio, entre outros, têm<br />

sido os principais parâmetros para a obtenção <strong>de</strong>stas categorias.<br />

A categoria C indica que a água <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> é apenas apta para irrigação, usos<br />

industriais e produção <strong>de</strong> água potável após tratamento rigoroso. Embora seja apta para<br />

recreio, o contacto directo <strong>de</strong>ve ser evitado. Em anos críticos, como em 1999, chegou a<br />

ser apenas apta para irrigação, arrefecimento e navegação.<br />

Para esta situação contribuem vários tipos <strong>de</strong> contaminação, provenientes <strong>de</strong> fontes<br />

pontuais ou difusas, que ocorrem na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira. Destas, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

mais relevantes pelo seu impacto nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas a contaminação<br />

microbiológica, por nutrientes e por matéria orgânica.<br />

3.6.1.1 Contaminação Microbiológica<br />

Este tipo <strong>de</strong> contaminação, pela sua potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infecção <strong>de</strong> muitos tipos <strong>de</strong><br />

animais, incluindo o homem, foi analisado pela interpretação dos valores dos parâmetros<br />

Coliformes totais e Coliformes fecais.<br />

Verifica-se que os valores mais elevados são frequentemente encontrados em Santa<br />

Comba Dão, embora os valores máximos tenham ocorrido na Barragem <strong>da</strong> Aguieira, mas<br />

somente em duas ocasiões.<br />

3.6.1.2 Contaminação por Nutrientes<br />

O teor em nutrientes, especialmente <strong>de</strong> fósforo e nitratos, <strong>de</strong>termina a produção primária<br />

nas <strong>albufeira</strong>s (Ferreira 2002). Deste modo é possível verificar uma correlação muito<br />

evi<strong>de</strong>nte entre a concentração <strong>de</strong> fósforo e a biomassa <strong>de</strong> clorofila a.<br />

A eutrofização po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como sendo um processo <strong>de</strong> enriquecimento em<br />

nutrientes do meio aquático, que tem como consequências o aumento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

biológica. Este processo causa a diminuição do valor biológico <strong>da</strong>s massas <strong>de</strong> água<br />

causando alterações na abundância dos produtores primários (fitoplâncton).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

169


Verifica-se em águas eutrofiza<strong>da</strong>s o crescimento <strong>de</strong> Cianofíceas (algas azuis,<br />

cianobactérias ou fotobactérias), que po<strong>de</strong>m esgotar o oxigénio dissolvido na água,<br />

provocando efeitos nefastos nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s superiores (e.g. peixes).<br />

Para avaliar o estado trófico actual <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, foram utilizados os <strong>da</strong>dos obtidos<br />

durante a última déca<strong>da</strong>, que permitem <strong>de</strong>screver a dinâmica <strong>de</strong> nutrientes em vários<br />

pontos <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Para além dos valores totais <strong>de</strong> clorofila a e fósforo, foi calculado o índice <strong>de</strong> Estado<br />

Trófico <strong>de</strong> Carlson (TSI), que foi actualizado pela Agência Americana do Meio Ambiente.<br />

Este índice varia entre 0 e 100, sendo a classificação <strong>da</strong>s massas <strong>de</strong> água feita <strong>de</strong><br />

acordo com a seguinte escala:<br />

• Oligotrofia < 40;<br />

• Mesotrofia 40-50;<br />

• Eutrofia > 50.<br />

O cálculo do TSI foi efectuado com a seguinte fórmula: TSI (Clorofila a) = 9,81 ln<br />

(Clorofila a) + 30,6.<br />

Os <strong>da</strong>dos publicados obtidos pela equipa que efectuou o PBH do Rio Mon<strong>de</strong>go (1992-<br />

1998), confirmam a situação <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> eutrofização medi<strong>da</strong> junto <strong>da</strong> barragem <strong>da</strong><br />

Aguieira.<br />

Os valores <strong>de</strong> TSI (Clorofila a) <strong>de</strong>sta equipa conjuntamente com os obtidos a partir do site<br />

do INAG, mostram que o valor médio foi <strong>de</strong> 49,2% com um coeficiente <strong>de</strong> variação <strong>de</strong><br />

15,7%, pelo que o local apresenta uma eutrofização eleva<strong>da</strong> e muito pouco variável ao<br />

longo do ano. Este valor situa-se no limiar entre o estado mesotrófico e o eutrófico, pelo<br />

que este local teria tendência para evoluir no sentido <strong>de</strong> uma maior eutrofização, se<br />

continuarem a ocorrer as fontes <strong>de</strong> nutrientes para a <strong>albufeira</strong>. Esta situação foi<br />

confirma<strong>da</strong> na avaliação que foi efectua<strong>da</strong> por Ferreira (2002), que classifica esta<br />

<strong>albufeira</strong> como sendo eutrófica.<br />

Os <strong>da</strong>dos mais actuais (FIG. 35), provenientes do Sistema Nacional <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong><br />

Recursos Hídricos (SNIRH), indicam a mesma tendência, sendo importante no futuro<br />

monitorizar as concentrações <strong>de</strong> clorofila a e dos nutrientes junto à barragem, mas<br />

também nos principais braços <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>.<br />

170<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Com efeito, existem neste momento, quatro pontos <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água na <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira:<br />

• Barragem <strong>da</strong> Aguieira,<br />

• Ponte <strong>de</strong> São Jorge,<br />

• Santa Comba Dão;<br />

• e Pinheiro <strong>de</strong> Ázere.<br />

FIG. 35 – Pontos <strong>de</strong> Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados<br />

Destes, somente o primeiro possui uma série temporal suficientemente gran<strong>de</strong> para<br />

po<strong>de</strong>r verificar que não existe nenhuma tendência do aumento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> trófica <strong>da</strong><br />

água. Verifica-se também que ca<strong>da</strong> tributário apresenta diferentes níveis <strong>de</strong> clorofila a<br />

(FIG. 36). Os pontos <strong>de</strong> amostragem que se localizam no rio Dão e no rio Mon<strong>de</strong>go<br />

apresentam valores <strong>de</strong> eutrofização elevados, enquanto que no rio Criz esta situação não<br />

é tão preocupante (pelo menos os poucos <strong>da</strong>dos existentes não o indicam).<br />

Tendo em conta que estas são as zonas com maior concentração <strong>de</strong> habitantes, neste<br />

momento a zona situa<strong>da</strong> a montante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong>, tanto no rio Dão como no rio Mon<strong>de</strong>go<br />

possuem várias ETAR.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

171


Clorofila a (µg/l)<br />

Fósforo (mg/l)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

1,50<br />

1,25<br />

1,00<br />

0,75<br />

0,50<br />

0,25<br />

0,00<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

Ponte <strong>de</strong> São Jorge<br />

Santa Comba Dão<br />

Clorofila a (µg/l)<br />

Fósforo (mg/l)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

1,50<br />

1,25<br />

1,00<br />

0,75<br />

0,50<br />

0,25<br />

0,00<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

Clorofila a (µg/l)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

Barragem d<br />

a<br />

Aguieira<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere<br />

Clorofila a (µg/l)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

1,50<br />

0<br />

1,50<br />

1,25<br />

1,25<br />

Fósforo (mg/l)<br />

1,00<br />

0,75<br />

0,50<br />

Fósforo (mg/l)<br />

1,00<br />

0,75<br />

0,50<br />

0,25<br />

0,25<br />

0,00<br />

88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

0,00<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

FIG. 36 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Clorofila a Total e Fósforo Total nos Pontos<br />

<strong>de</strong> Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados<br />

172<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


100<br />

Ponte <strong>de</strong> São Jorge<br />

100<br />

80<br />

80<br />

60<br />

60<br />

TSI<br />

40<br />

Santa Comba Dão<br />

TSI<br />

40<br />

20<br />

20<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Ano<br />

100<br />

100<br />

80<br />

80<br />

60<br />

TSI<br />

60<br />

TSI<br />

40<br />

40<br />

20<br />

20<br />

0<br />

88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

FIG. 37 – Séries Temporais do Índice <strong>de</strong> Estado Trófico <strong>de</strong> Carlson (TSI) nos Pontos <strong>de</strong><br />

Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados<br />

No que se refere á contaminação por nitratos e azoto amoniacal, verifica-se uma<br />

tendência <strong>de</strong> aumento dos dois parâmetros na barragem <strong>da</strong> Aguieira (FIG. 38). Nos<br />

outros locais, a série temporal é <strong>de</strong>masiado pequena para verificar essa tendência, mas<br />

os valores atingidos nesses locais são semelhantes, sendo as concentrações <strong>de</strong> nitrato<br />

maiores em Santa Comba Dão.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

173


5<br />

Azoto Amoniacal (mg/l)<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ponte <strong>de</strong> São Jorge<br />

Azoto Amoniacal (mg/l)<br />

Nitrato (mg/l)<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

Santa Comba Dão<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

5<br />

Azoto Amoniacal (mg/l)<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

20<br />

Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere<br />

Azoto Amoniacal (mg/l)<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

20<br />

15<br />

Nitrato (mg/l)<br />

10<br />

5<br />

Nitrato (mg/l)<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

FIG. 38 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Nitratos e Azoto Amoniacal nos Pontos <strong>de</strong><br />

Amostragem <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Água Analisados<br />

3.6.1.3 Contaminação com Matéria Orgânica<br />

Os esgotos domésticos, os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> lixo e os resíduos <strong>de</strong> suiniculturas e <strong>de</strong><br />

indústrias do ramo alimentar são importantes fontes <strong>de</strong> matéria orgânica, que também<br />

contribuem para a eutrofização.<br />

Como indicadores <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> matéria orgânica, analisámos a carência<br />

bioquímica <strong>de</strong> oxigénio e os sólidos suspensos totais. Desta análise salientamos a<br />

presença regular <strong>de</strong> valores mais elevados em Santa Comba Dão (FIG. 39).<br />

174<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Santa Comba Dão<br />

Carência bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (mg/l)<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

100<br />

Carência bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (mg/l)<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

100<br />

Sólidos suspensos totais (mg/l)<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ponte <strong>de</strong> São Jorge<br />

Sólidos suspensos totais (mg/l)<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

Ano<br />

Carência bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (mg/l)<br />

Sólidos suspensos totais (mg/l)<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

Barragem <strong>da</strong> Aguieira<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere<br />

Carência bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (mg/l)<br />

Sólidos suspensos totais (mg/l)<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

00 01 02 03 04<br />

Ano<br />

FIG. 39 – Séries Temporais <strong>da</strong> Concentração <strong>de</strong> Carência Bioquímica <strong>de</strong> Oxigénio (CQO) e<br />

Sólidos Suspensos Totais (SST)<br />

3.6.1.4 Outros Tipos <strong>de</strong> Poluição<br />

Para além dos tipos <strong>de</strong> poluição consi<strong>de</strong>rados, as <strong>albufeira</strong>s apresentam condições para<br />

a acumulação <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> substâncias poluentes nos sedimentos. Ao contrário dos<br />

rios, em que as concentrações <strong>de</strong> poluentes ten<strong>de</strong> a diminuir com a distância <strong>da</strong> sua<br />

fonte, nas <strong>albufeira</strong>s, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimento, que é muito mais eleva<strong>da</strong> nas<br />

<strong>albufeira</strong>s, estas substâncias po<strong>de</strong>m mais facilmente atingir valores tóxicos, promovendo<br />

a sua bioacumulação nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s biológicas, nomea<strong>da</strong>mente nos peixes.<br />

No entanto, este tipo <strong>de</strong> monitorização não se encontra implementa<strong>da</strong>, sendo necessário<br />

no futuro estimar os valores <strong>de</strong> substâncias poluentes nos sedimentos (e.g. metais<br />

pesados, minérios, organoclorados, etc.)<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

175


3.6.2 Poluição Doméstica e Industrial<br />

3.6.2.1 Consi<strong>de</strong>rações Gerais<br />

O represamento <strong>da</strong> água numa barragem provoca impactes na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />

<strong>de</strong>vidos à diminuição do oxigénio dissolvido e ao enriquecimento em nutrientes. Se bem<br />

que estes impactes na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água sejam provocados pelo ina<strong>de</strong>quado tratamento<br />

<strong>de</strong> efluentes domésticos e industriais e/ou por práticas agrícolas <strong>de</strong>sajusta<strong>da</strong>s, os seus<br />

efeitos são agravados pela existência <strong>da</strong> barragem.<br />

Segundo o critério OCDE (1982) a<strong>da</strong>ptando os limites para as características dos meios<br />

lênticos portugueses, e tendo por base os valores <strong>de</strong> fósforo total, o estado trófico <strong>da</strong><br />

<strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira é meso-eutrófico.<br />

Os sintomas <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> eutrofização são os aumentos dos níveis <strong>de</strong> nutrientes e<br />

<strong>da</strong> produção <strong>de</strong> algas, redução <strong>da</strong> transparência <strong>da</strong> água e o <strong>de</strong>saparecimento do<br />

oxigénio nas águas mais profun<strong>da</strong>s. A consequente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água<br />

inviabiliza a utilização <strong>de</strong>stas <strong>albufeira</strong>s para <strong>de</strong>terminados usos, nomea<strong>da</strong>mente para a<br />

produção <strong>de</strong> água para abastecimento <strong>da</strong>do os riscos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública inerentes.<br />

(Fonte: site SNIRH/INAG)<br />

FIG. 40 – Evolução do Estado Trófico <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

É assim relevante uma análise ao nível <strong>da</strong> bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, <strong>de</strong><br />

forma a i<strong>de</strong>ntificar e caracterizar as fontes <strong>de</strong> poluição pontuais e difusas passíveis <strong>de</strong><br />

influenciar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>albufeira</strong>.<br />

176<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Esta bacia integra 19 concelhos abrangidos pela Região Centro (NUT II), e pelas Sub-<br />

Regiões (NUT III) do Baixo Mon<strong>de</strong>go, Beira Interior Norte, Dão-Lafões, Pinhal Interior<br />

Norte e Serra <strong>da</strong> Estrela, sendo o concelho mais populoso <strong>da</strong> bacia o <strong>de</strong> Viseu, com uma<br />

população <strong>de</strong> 93 501 habitantes (em 2001), seguindo-se os concelhos <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la e Seia,<br />

respectivamente com 31 152 e 28 144 habitantes.<br />

A bacia hidrográfica <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira é parte integrante <strong>da</strong> bacia hidrográfica do<br />

rio Mon<strong>de</strong>go. Para efeitos <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s potenciais fontes <strong>de</strong> poluição doméstica e<br />

industrial foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a área <strong>da</strong> bacia própria <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, ou seja,<br />

excluem-se as áreas associa<strong>da</strong>s às bacias próprias <strong>da</strong>s <strong>albufeira</strong>s localiza<strong>da</strong>s a montante<br />

e fazendo parte <strong>da</strong> mesma bacia hidrográfica (barragens <strong>de</strong> Rãs, Fagil<strong>de</strong>, Cal<strong>de</strong>irão e<br />

Pateiro e o açu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pisões).<br />

A metodologia <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s potenciais fontes <strong>de</strong> poluição doméstica na bacia<br />

própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira consistiu em implantar as ETAR e fossas sépticas<br />

colectivas inventaria<strong>da</strong>s no âmbito do Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go,<br />

actualizando para os seis concelhos que se localizam na envolvente <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> (Santa<br />

Comba Dão, Carregal do Sal, Ton<strong>de</strong>la, Penacova, Mortágua e Tábua) as infraestruturas<br />

<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> acordo com o inventário agora realizado no âmbito do POAA.<br />

No Desenho 9, po<strong>de</strong>-se assim i<strong>de</strong>ntificar as fontes <strong>de</strong> poluição pontual, passíveis <strong>de</strong><br />

influenciar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água na <strong>albufeira</strong>.<br />

Nos pontos seguintes será abor<strong>da</strong><strong>da</strong> a poluição tópica gera<strong>da</strong> pelos sectores doméstico e<br />

industrial, incluindo neste último a pecuária. Neste contexto apenas se consi<strong>de</strong>ra a<br />

poluição que directamente afecta o meio hídrico, já que to<strong>da</strong> a restante poluição ain<strong>da</strong><br />

que origina<strong>da</strong> por fontes pontuais, como lixeiras, solos contaminados ou locais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> resíduos, por afectarem <strong>de</strong> uma forma indirecta os meios hídricos, não<br />

po<strong>de</strong>rão ser equacionados senão no âmbito <strong>da</strong> poluição difusa e ain<strong>da</strong> enquanto factores<br />

<strong>de</strong> risco potencial.<br />

Estando fora do âmbito <strong>de</strong>ste estudo uma inventariação exaustiva <strong>da</strong>s indústrias e a<br />

realização <strong>de</strong> inquéritos relativos ao consumo <strong>de</strong> água e efluentes produzidos, recorre-se<br />

aos resultados obtidos no âmbito do PBHRM para caracterizar a contribuição <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

dos concelhos abrangidos pela bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira.<br />

Descrevem-se também o Aterro Sanitário <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la e a Central Termoeléctrica <strong>de</strong><br />

Mortágua, que apesar <strong>de</strong> se correspon<strong>de</strong>rem a estruturas <strong>de</strong> construção recente dota<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> meios que minimizam o seu impacto no meio, po<strong>de</strong>rão eventualmente vir a constituirse<br />

como potenciais fontes <strong>de</strong> poluição quantificáveis, no entanto, apenas no âmbito <strong>da</strong><br />

poluição difusa.<br />

Pelos mesmos motivos, e pela sua proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> à área em estudo a zona industrial <strong>de</strong><br />

Mortágua, apesar <strong>de</strong> se constituir como um espaço <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente infraestruturado, é<br />

também aqui referencia<strong>da</strong>.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

177


3.6.2.2 Poluição Doméstica<br />

Preten<strong>de</strong>-se agora avaliar a carga poluente doméstica gera<strong>da</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

estar ou não a ser trata<strong>da</strong> em ETAR, sendo portanto <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “Carga Doméstica<br />

Potencial”. A avaliação <strong>de</strong>sta carga foi efectua<strong>da</strong> com base na população <strong>da</strong> bacia,<br />

utilizando-se capitações específicas <strong>de</strong> CBO 5 , CQO e SST, tendo-se adoptado<br />

respectivamente 60, 135 e 90 g/habitante/dia.<br />

É ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> salientar que dos 19 concelhos que integram a bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong><br />

Aguieira o maior produtor <strong>de</strong> carga doméstica é o concelho <strong>de</strong> Viseu, que no seu todo<br />

contribui com 21% <strong>da</strong> carga <strong>de</strong> CBO 5 .<br />

Verifica-se ain<strong>da</strong> que os 5 concelhos maiores produtores (Viseu, Ton<strong>de</strong>la, Seia,<br />

Mangual<strong>de</strong> e Oliveira do Hospital) contribuem no seu todo com cerca <strong>de</strong> 55% <strong>da</strong> carga<br />

total.<br />

Quadro 58 – Carga Poluente Total Potencialmente Gera<strong>da</strong> pelo Sector Doméstico<br />

CONCELHO<br />

EFLUENTE<br />

(m3/dia)<br />

CBO 5<br />

(kg/dia)<br />

CQO<br />

(kg/dia)<br />

SST<br />

(kg/dia)<br />

Penacova 1476 1005 2261 1507<br />

Tábua 1070 792 1782 1188<br />

Carregal do Sal 897 667 1500 1000<br />

Mortágua 845 598 1345 897<br />

Santa Comba Dão 924 713 1604 1069<br />

Ton<strong>de</strong>la 2540 1808 4069 2713<br />

Oliveira do Hospital 1763 1346 3027 2018<br />

Aguiar <strong>da</strong> Beira 389 327 735 490<br />

Celorico <strong>da</strong> Beira 620 251 1172 781<br />

Fornos <strong>de</strong> Algodres 439 368 828 552<br />

Gouveia 1279 1019 2294 1529<br />

Guar<strong>da</strong> 428 359 808 538<br />

Seia 2489 1813 4079 2719<br />

Trancoso 229 192 433 288<br />

Mangual<strong>de</strong> 1945 1350 3037 2025<br />

Nelas 1249 882 1985 1324<br />

Penalva do Castelo 695 533 1198 799<br />

Satão 808 607 1365 910<br />

Viseu 6348 4002 9004 6003<br />

Fonte: a<strong>da</strong>ptado do PBHRM.1999<br />

178<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.6.2.3 Poluição Industrial<br />

Preten<strong>de</strong>-se agora avaliar a carga poluente gera<strong>da</strong> pelas indústrias por ca<strong>da</strong> concelho<br />

abrangido pela bacia própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, apresentando-se no quadro<br />

seguinte, a carga poluente total gera<strong>da</strong> pelo sector industrial.<br />

Quadro 59 – Carga Poluente Total Gera<strong>da</strong> pelo Sector Industrial<br />

CONCELHO<br />

EFLUENTE<br />

(m3/dia)<br />

CBO 5<br />

(kg/dia)<br />

CQO<br />

(kg/dia)<br />

SST<br />

(kg/dia)<br />

Oliveira do Hospital 130 183 367 149<br />

Penacova 16 71 107 36<br />

Tábua 11 13 28<br />

Aguiar <strong>da</strong> Beira 224 447 670 134<br />

Celorico <strong>da</strong> Beira 63 125 190 40<br />

Fornos <strong>de</strong> Algor<strong>de</strong>s 140 257 418 109<br />

Gouveia 107 176 479 67<br />

Guar<strong>da</strong> 47 70 162 50<br />

Seia 209 308 781 266<br />

Carregal do Sal 18 30 50 10<br />

Mangual<strong>de</strong> 118 169 338 65<br />

Mortágua 25 7 18 6<br />

Nelas 51 60 120 47<br />

Penalva do Castelo 16 24 48 8<br />

Santa Comba Dão 15 17 33 12<br />

Satão 13 2 10 5<br />

Ton<strong>de</strong>la 212 237 480 204<br />

Viseu 663 990 1992 759<br />

Total 2078 3183 6291 1976<br />

Fonte: a<strong>da</strong>ptado do Plano <strong>de</strong> Bacia Hidrográfica do rio Mon<strong>de</strong>go, 1999<br />

11<br />

Verifica-se que (e à semelhança <strong>da</strong> carga doméstica), é Viseu o concelho que mais<br />

contribui com carga poluente <strong>de</strong> origem industrial, produzindo cerca <strong>de</strong> 31% <strong>da</strong> carga<br />

total <strong>de</strong> CBO e <strong>de</strong> CQO.<br />

Viseu, Seia, Aguiar <strong>da</strong> Beira e Ton<strong>de</strong>la são os quatro Concelhos que apresentam maior<br />

carga poluente correspon<strong>de</strong>ndo o seu somatório, a cerca <strong>de</strong> 62% <strong>da</strong> carga total gera<strong>da</strong><br />

na bacia própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira e com origem na indústria.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

179


Apresentam-se no quadro seguinte as principais indústrias inventaria<strong>da</strong>s no âmbito do<br />

Estudo <strong>da</strong> Bacia do Dão (CCDR-Centro, 2004) e localiza<strong>da</strong>s na bacia própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong><br />

<strong>da</strong> Aguieira. Note-se que, apesar <strong>de</strong>sta listagem não correspon<strong>de</strong>r à totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> área<br />

<strong>da</strong> bacia drenante <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira, é aqui apresenta<strong>da</strong> como indicadora dos tipos<br />

<strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais existentes e efluentes resultantes.<br />

Quadro 60 – Indústrias Inventaria<strong>da</strong>s no Âmbito do Estudo <strong>da</strong> Bacia do Dão<br />

NOME INDÚSTRIA CONCELHO SECTOR DE ACTIVIDADE<br />

Lacti-Pedros, L<strong>da</strong> Aguiar <strong>da</strong> Beira Indústria <strong>de</strong> leite e <strong>de</strong>rivados<br />

Avipronto, L<strong>da</strong> Viseu Matadouro<br />

Lacto-Serra, L<strong>da</strong> Aguiar <strong>da</strong> Beira Indústria <strong>de</strong> leite e <strong>de</strong>rivados<br />

CEREURO, SA Viseu Fabricação <strong>de</strong> cerveja<br />

Urfic<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Agrícola Quinta<br />

dos Buxeiros, L<strong>da</strong><br />

Riquitos - Lagar <strong>de</strong> Azeite,<br />

L<strong>da</strong><br />

Ton<strong>de</strong>la<br />

Viseu<br />

Viseu<br />

Fabricação <strong>de</strong> fechaduras,<br />

dobradiças e ferragens<br />

Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Zulmira <strong>de</strong> Jesus Aguiar <strong>da</strong> Beira Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Luis Santos & Monteiro,<br />

SA<br />

Viseu<br />

PSA PEUGEOT CITROEN Mangual<strong>de</strong><br />

Labesfal<br />

Ton<strong>de</strong>la<br />

Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> papel<br />

para uso doméstico e sanitário<br />

Fabricação <strong>de</strong> veículos<br />

automóveis<br />

Fabricação <strong>de</strong> produtos<br />

farmacêuticos <strong>de</strong> base<br />

Crizaves Ton<strong>de</strong>la Matadouro<br />

Fonte: Estudo do Dão (CCDR Centro, 2004)<br />

De acordo com os elementos coligidos na Divisão do Domínio Hídrico <strong>da</strong> CCDR-C<br />

relativamente às utilizações do domínio hídrico existentes, apresentam-se no<br />

quadro seguinte as 23 indústrias licencia<strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s nas freguesias abrangi<strong>da</strong>s pelo<br />

POAA.<br />

180<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 61 – Indústrias Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA<br />

Concelho Freguesia Local Tipo<br />

Penacova São Paio <strong>de</strong> Mon<strong>de</strong>go Esterela <strong>de</strong> Alva Cerâmica<br />

Penacova Travanca do Mon<strong>de</strong>go Silveirinho Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Carregal do Sal Currelos Casal Mendo Lacticínios<br />

Tábua Tábua Tábua Textil<br />

Tábua Tábua Vila Nova <strong>de</strong> Oliveirinha Lacticínios<br />

Tábua Tábua Zona Industrial <strong>de</strong> Tábua Alimentar<br />

Tábua Tábua Alaban<strong>de</strong>ira Cerâmica<br />

Tábua Tábua Fundo <strong>da</strong> Vila Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Tábua Póvoa <strong>de</strong> Midões Póvoa <strong>de</strong> Midões Lacticínios<br />

Santa Comba Dão Santa Comba Dão Santa Comba Dão Cerâmica<br />

Santa Comba Dão Óvoa Rojão Gran<strong>de</strong> Plásticos<br />

Santa Comba Dão Óvoa Zona Industrial <strong>de</strong> Lameira Metalomecânica<br />

Santa Comba Dão Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Lagar <strong>de</strong> Azeite<br />

Santa Comba Dão Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Zona Industrial <strong>da</strong>s Lameiras Cerâmica<br />

Santa Comba Dão S. João <strong>de</strong> Areias S. João <strong>de</strong> Areias Textil<br />

Santa Comba Dão S. João <strong>de</strong> Areias Guarita Cerâmica<br />

Mortágua Mortágua Parque Industrial Manuel Lourenço Transformação <strong>de</strong> Carnes<br />

Mortágua Mortágua Parque Industrial <strong>de</strong> Mortágua Cerâmica<br />

Mortágua Mortágua Parque Industrial <strong>de</strong> Mortágua Cerâmica<br />

Mortágua Mortágua Mortágua Central Termoeléctrica/captação<br />

Mortágua Mortágua Vale <strong>de</strong> Açores Construções<br />

Mortágua Sobral Chão <strong>de</strong> Vento Corte <strong>de</strong> Pedra<br />

Ton<strong>de</strong>la Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Vale <strong>da</strong> Margun<strong>da</strong> Aterro Sanitário - Compostagem<br />

Fonte: CCDR-Centro, 2004<br />

No que diz respeito apenas à área em estudo, <strong>de</strong>tecta-se a presença <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

industrial (Central Termoeléctrica – ver ponto 8.2.5), mas é necessário ain<strong>da</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

sobretudo, à proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s zonas industriais existentes no Concelho <strong>de</strong> Mortágua (a<br />

SW do aglomerado <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s) e no Concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão.<br />

3.6.2.4 Agropecuária<br />

Na bacia drenante <strong>da</strong> Aguieira tem algum significado a carga poluente gera<strong>da</strong> pelo sector<br />

<strong>da</strong> pecuária, integrando a produção avícola, suinicultura e a bovinicultura.<br />

Apresentam-se neste ponto os valores obtidos no PBH do Mon<strong>de</strong>go, on<strong>de</strong> foi<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma carga poluente por animal e por dia <strong>de</strong> acordo com o Quadro 62.<br />

Quadro 62– Carga Poluente por Animal<br />

PARÂMETROS<br />

PORCO DE ENGORDA<br />

(uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/animal.dia)<br />

VACARIAS<br />

(uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s/animal/dia)<br />

Cau<strong>da</strong>l 12 l 35 l<br />

SST 270 g 5000 g<br />

CBO5 180 g 405 g<br />

CQO 450 g 458 g<br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

181


Com estes valores foram calcula<strong>da</strong>s as cargas totais diárias por concelho, valores que se<br />

apresentam no quadro seguinte.<br />

Quadro 63 – Carga Poluente com Origem na Pecuária<br />

CONCELHO<br />

EFLUENTE<br />

(m3/dia)<br />

CBO 5<br />

(kg/dia)<br />

CQO<br />

(kg/dia)<br />

SST<br />

(kg/dia)<br />

Trancoso 0.7 8.1 9.2 100.0<br />

Oliveira do Hospital 0.6 8.6 21.6 13.0<br />

Guar<strong>da</strong> 2.6 39.6 99.0 59.4<br />

Tábua 8.5 119.2 258.0 495.0<br />

Carregal do Sal 12.5 187.2 468.0 280.8<br />

Mangual<strong>de</strong> 15.6 234.0 585.0 351.0<br />

Aguiar <strong>da</strong> Beira 38.5 577.8 1444.5 866.7<br />

Santa Comba Dão 80.0 1199.5 2998.8 1799.3<br />

Fonte: PBHRM.1999<br />

Como se po<strong>de</strong> verificar Santa Comba Dão e Aguiar <strong>da</strong> Beira são os dois concelhos que<br />

apresentam maior carga poluente correspon<strong>de</strong>ndo ao seu somatório cerca <strong>de</strong> 75% <strong>da</strong><br />

carga total <strong>de</strong> CBO gerado na bacia própria <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira e com origem na<br />

pecuária.<br />

De facto, <strong>de</strong> acordo com as informações que possuímos, as principais fontes poluidoras<br />

existentes no concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, são <strong>de</strong> origem suinícola/avícola.<br />

De acordo com os elementos coligidos na Divisão do Domínio Hídrico <strong>da</strong> CCDRC<br />

relativamente às utilizações do domínio hídrico existente, apresentam-se nos quadros<br />

seguintes as 85 pecuárias licencia<strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s nas freguesias abrangi<strong>da</strong>s pelo<br />

POAA.<br />

182<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Quadro 64 – Pecuárias Licencia<strong>da</strong>s nas Freguesias Abrangi<strong>da</strong>s pelo POAA<br />

Concelho Freguesia Local Tipo N.º Explorações<br />

Carregal do Sal Currelos Quinta <strong>da</strong> Alagoa Suinicultura 1<br />

Tábua Tábua Fonte Arca<strong>da</strong> Vacaria 1<br />

Santa Comba S. João <strong>de</strong> Areias Suinicultura 1<br />

Santa Comba Quinta do Forno Aviário 1<br />

Óvoa Cagido Suinicultura 1<br />

Óvoa Costódio Suinicultura e Ovil 1<br />

Óvoa Vale Couço Suinicultura 1<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Largo <strong>da</strong> Portela Suinicultura 1<br />

Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Pinheiro <strong>de</strong> Ázere Aviário 1<br />

S. João <strong>de</strong> Areias Vila Dianteira Suinicultura 1<br />

S. João <strong>de</strong> Areias Rua dos Quintais Ovil 1<br />

Vimieiro Anta Suinicultura 1<br />

Couto do Mosteiro Pedraires Aviário 1<br />

Treixedo Treixedo Aviário 6<br />

Treixedo Janica – Treixedo Aviário 1<br />

Treixedo Costa do Soito Aviário 1<br />

Treixedo Devesa – Treixedo Aviário 1<br />

Treixedo Lameiras – Amaínhos Aviário 1<br />

Treixedo Pia Aviário 1<br />

Santa Comba Treixedo Carreiros Aviário 1<br />

Nagosela Serrado – Portela do Ribeiro Aviário 1<br />

S. Joaninho “Espinho” Aviário 1<br />

S. Joaninho Abeleira Aviário 1<br />

S. Joaninho Capaçal – Pedraires Aviário 1<br />

S. Joaninho Relvas Aviário 1<br />

S. Joaninho Rua dos Baldios Aviário 1<br />

S. Joaninho São Domingo – Relavs Aviário 1<br />

S. Joaninho S. Joaninho Aviário 1<br />

S. Joaninho Carregais Aviário 1<br />

S. Joaninho Cruzinha Aviário 1<br />

S. Joaninho S. Joaninho Aviário 1<br />

S. Joaninho Eira do Vale – S. Joaninho Aviário 1<br />

S. Joaninho Eira do Vale Aviário 1<br />

S. Joaninho Zeiras Aviário 1<br />

S. Joaninho Quartas Aviário 1<br />

S. Joaninho Tentilhão – Pedraires Aviário 1<br />

S. Joaninho Gan<strong>da</strong>rilhas – Pedraires Aviário 1<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

183


Cont.<br />

Concelho Freguesia Local Tipo N.º Explorações<br />

Mortágua Almacinha Aviário 1<br />

Mortágua Freixo Cunicultura 1<br />

Mortágua Barril Aviário 2<br />

Mortágua Salguiral – Vale <strong>de</strong> Açores Aviário 1<br />

Mortágua<br />

Ton<strong>de</strong>la<br />

Mortágua Freixo Cunicultura 1<br />

Mortágua<br />

Quinta <strong>de</strong> Vale <strong>da</strong> Gontinha –<br />

Vale<br />

Aviário 1<br />

Mortágua Alto do Valeiro do Milho Cunicultura 1<br />

Mortágua Barril Vacaria 1<br />

Mortágua Vale <strong>de</strong> Carril – Coval Aviário 1<br />

Sobral Chão Miúdo Aviário 1<br />

Sobral Quinta do Vale Derra<strong>de</strong>iro – Vila Aviário 1<br />

Sobral Quinta <strong>de</strong> Porto d’ Égua – Vila Aviário 1<br />

Sobral Pegolongo Aviário 1<br />

Sobral Vale Figueira – Rio Milheiro Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Chancela Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Castanheiro – Outeiro <strong>de</strong> Cima Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Várzea do Homem Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Castanheira Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Carvalho, limite <strong>de</strong> Garrucha Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz “Cava<strong>da</strong>s” – Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Pereiro ou Mó – Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Várzea do Homem Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Couço – Alvarim Aviário 1<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Outeiro <strong>de</strong> Baixo Aviário 2<br />

Dar<strong>da</strong>vaz Couço – Alvarim Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros “Santa Areia” Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Vale do Pasto Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Almas do Salgueiro Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Corveira Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Vale do Porco Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Borralhal Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Leira <strong>de</strong> Estosa – Corveira Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Lamas Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Corga – Corveira Aviário 2<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Salgueiro – Corveira Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Vale <strong>da</strong> Víbora – Vale do Porco Aviário 1<br />

Barreiro <strong>de</strong> Besteiros Enchial - Tourigo Aviário 1<br />

184<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.6.2.5 Central Termoeléctrica <strong>de</strong> Mortágua<br />

A Central Termoeléctrica <strong>de</strong> Mortágua foi a primeira a operar em Portugal, para produção<br />

<strong>de</strong> energia eléctrica e aproveitamento dos resíduos florestais, situando-se na locali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do Freixo, tendo sido a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira (como uma fonte <strong>de</strong><br />

água fria) um dos factores que motivou a escolha <strong>de</strong>ste local.<br />

(Abril.2004)<br />

Central Termoeléctrica <strong>de</strong> Mortágua<br />

O projecto que representou um investimento <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> contos está em<br />

funcionamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999, estando previsto servir 29 concelhos <strong>da</strong> região num raio<br />

máximo <strong>de</strong> 60 quilómetros. Estes representam 27% <strong>da</strong> área floresta<strong>da</strong> do País,<br />

produzindo anualmente cerca <strong>de</strong> 480 mil tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> resíduos.<br />

A Central foi suporta<strong>da</strong> a 90% pela EDP, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável pela sua exploração, não<br />

estando excluí<strong>da</strong> a hipótese <strong>de</strong> no futuro a mesma ser explora<strong>da</strong> por uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

integra a EDP, o Centro <strong>de</strong> Biomassa e Energia (CBE) e as autarquias envolvi<strong>da</strong>s.<br />

A Central Termoeléctrica <strong>de</strong> Mortágua tem uma potência instala<strong>da</strong> <strong>de</strong> 10MVA e uma<br />

potencia eléctrica bruta <strong>de</strong> 9MW, produzindo por ano 63GWh <strong>de</strong> energia eléctrica, a qual<br />

é vendi<strong>da</strong> à Re<strong>de</strong> Eléctrica Nacional. Com uma disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> próxima dos 90%, a<br />

Central terá um rendimento bruto <strong>de</strong> 26,5%, consumindo 8,7 tonela<strong>da</strong>s/hora <strong>de</strong> resíduos<br />

florestais, para gerar a energia produzi<strong>da</strong>.<br />

A principal medi<strong>da</strong> para minimização dos impactes causados pela utilização <strong>de</strong> águas <strong>de</strong><br />

arrefecimento em centrais térmicas consiste na redução do consumo <strong>de</strong> água, através <strong>da</strong><br />

implementação <strong>de</strong> sistemas em circuito fechado, que têm no entanto a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong><br />

necessitarem <strong>de</strong> torres <strong>de</strong> arrefecimento, aumentando os impactes visuais. A<br />

minimização dos aditivos químicos adicionados po<strong>de</strong> contribuir para reduzir o risco <strong>de</strong><br />

contaminação.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

185


Os sistemas <strong>de</strong> arrefecimento <strong>da</strong>s centrais térmicas <strong>da</strong> EDP funcionam normalmente em<br />

circuito aberto, sendo o volume <strong>de</strong> água restituído ao meio igual ao volume extraído. A<br />

água do circuito <strong>de</strong> arrefecimento <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s centrais <strong>da</strong> EDP é clora<strong>da</strong> para prevenir<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> microrganismos. Apesar <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> cloro serem<br />

usualmente baixas (abaixo do limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção), não causando, em princípio, efeitos<br />

significativos no meio receptor, não se <strong>de</strong>verá negligenciar o gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> água<br />

produzido e <strong>de</strong>scarregado.<br />

3.6.2.6 Aterro Sanitário <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

De acordo com a Associação <strong>de</strong> Municípios do Planalto Beirão (AMPB), antes <strong>da</strong><br />

construção do Aterro Sanitário foram realizados estudos <strong>de</strong> aptidão do terreno e análise<br />

<strong>da</strong>s incidências ambientais na área <strong>de</strong> intervenção.<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

ETAR do Aterro – Vista Geral<br />

Com o objectivo <strong>de</strong> minimizar o risco <strong>de</strong> contaminação do solo e <strong>da</strong> água subterrânea<br />

to<strong>da</strong> a base e talu<strong>de</strong>s (pare<strong>de</strong>s laterais) foram impermeabiliza<strong>da</strong>s com diferentes<br />

cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> materiais.<br />

186<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Impermeabilização<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

Aterro Sanitário<br />

Drenagem <strong>de</strong> Lixiviados<br />

Os lixiviados são um líquido altamente poluente que se forma durante a <strong>de</strong>composição<br />

dos resíduos e normalmente são constituídos por matéria orgânica e ácidos<br />

inorgânicos. Para evitar que estes resíduos se acumulem no aterro foi instala<strong>da</strong> por to<strong>da</strong><br />

a base uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem que encaminha os lixiviados para a ETAR do Centro <strong>de</strong><br />

Tratamento.<br />

Por to<strong>da</strong> a área e principalmente nas áreas já encerra<strong>da</strong>s, a água <strong>da</strong> chuva é<br />

encaminha<strong>da</strong> por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas pluviais para fora do aterro. É uma<br />

medi<strong>da</strong> necessária uma vez que o volume <strong>da</strong>s águas lixiviantes que se acumula no<br />

interior <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> infiltração <strong>da</strong>s águas pluviais.<br />

A Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais (ETAR) do Centro <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong><br />

RSU’s é o local on<strong>de</strong> os lixiviados resultantes <strong>da</strong> <strong>de</strong>composição dos resíduos no Aterro<br />

são tratados. O processo é composto por várias etapas nomea<strong>da</strong>mente: preparação, prétratamento<br />

biológico, ultrafiltração / osmose inversa, armazenamento e <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong><br />

lamas.<br />

Os lixiviados drenados no aterro são misturados num Tanque <strong>de</strong><br />

Homogeneização/Equalização e crivados num Tamizador. De segui<strong>da</strong> são encaminhados<br />

para um Tanque <strong>de</strong> Pré-Tratamento Biológico.<br />

No canal existe um Medidor <strong>de</strong> Cau<strong>da</strong>l, para medição constante <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

efluente que chega ao tanque. Deste modo, em situações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> precipitação, isto é,<br />

quando a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> afluente é maior que a projecta<strong>da</strong> para o correcto funcionamento<br />

<strong>da</strong> ETAR, é realiza<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> emergência dos cau<strong>da</strong>is exce<strong>de</strong>ntes para o<br />

Aterro.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

187


O Pré-Tratamento Biológico tem como objectivo diminuir a carga poluente a tratar nos<br />

reactores biológicos e evitar situações anómalas <strong>de</strong> anoxia (ausência <strong>de</strong> oxigénio) nas<br />

etapas seguintes. No Tanque <strong>de</strong> Pré-Tratamento a matéria orgânica do efluente é<br />

oxi<strong>da</strong><strong>da</strong> por bactérias aérobias.<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

ETAR do Aterro – Tanque <strong>de</strong> Pré-Tratamento<br />

Imediatamente a seguir ao Pré-Tratamento está instalado um Decantador para<br />

remoção <strong>da</strong> biomassa e clarificação do efluente que é encaminhado para o Tratamento<br />

Biológico.<br />

O Tratamento Biológico é composto por duas etapas principais: processo <strong>de</strong><br />

nitrificação/<strong>de</strong>snitrificação no Tanque Anóxico (Tanque <strong>de</strong> Desnitrificação) e processo <strong>de</strong><br />

lamas activa<strong>da</strong>s com arejamento prolongado no Tanque <strong>de</strong> Arejamento (Tanque <strong>de</strong><br />

Nitrificação).<br />

No Tanque <strong>de</strong> Desnitrificação é realiza<strong>da</strong>, como o nome indica, a <strong>de</strong>snitrificação,<br />

<strong>de</strong> modo a remover o azoto até níveis exigidos por lei. s compostos a tratar estão<br />

presentes nos sólidos sedimentáveis ou provêm do tanque <strong>de</strong> arejamento, don<strong>de</strong> são<br />

bombeados.<br />

O Tanque <strong>de</strong> Arejamento Prolongado (Tanque <strong>de</strong> Nitrificação) <strong>de</strong>stina-se essencialmente<br />

a transformar a matéria orgânica transporta<strong>da</strong> pelo efluente em flocos biológicos e,<br />

promover a nitrificação necessária para o tratamento no Tanque <strong>de</strong> Desnitrificação.<br />

Os flocos biológicos (ou lamas activa<strong>da</strong>s) tem como objectivo facilitar a remoção <strong>da</strong><br />

matéria orgânica na fase <strong>de</strong> Ultrafiltração, a jusante. No tratamento biológico, a massa <strong>de</strong><br />

microorganismos permite ain<strong>da</strong> a remoção <strong>de</strong> metais através dum processo <strong>de</strong><br />

bio-absorção.<br />

188<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Tanque <strong>de</strong> Desnitrificação<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

Tanque <strong>de</strong> Nitrificação<br />

ETAR do Aterro –Tanque <strong>de</strong> Desnitrificação e Tanque <strong>de</strong> Nitrificação<br />

O efluente do Tratamento Biológico segue para um filtro com membranas <strong>de</strong><br />

ultrafiltração, cujo objectivo é filtrar o lixiviado <strong>de</strong> modo a obter água filtra<strong>da</strong> (permeado)<br />

com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária para a realização <strong>da</strong> Osmose Inversa.<br />

Na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Osmose Inversa o permeado entra nos tubos a uma gran<strong>de</strong> pressão e a<br />

água passa pelas membranas selectivas semi-permeáveis e as partículas ficam reti<strong>da</strong>s.<br />

Através <strong>de</strong>ste tratamento é optimiza<strong>da</strong> a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do efluente que sai <strong>da</strong> ETAR.<br />

Ultrafiltração<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

Osmose Inversa<br />

ETAR do Aterro – Ultrafiltração e Osmose Inversa<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

189


A água trata<strong>da</strong> é encaminhado para uma Lagoa <strong>de</strong> Armazenamento final, localiza<strong>da</strong> no<br />

exterior, e é reaproveita<strong>da</strong> na rega ou no combate a incêndios. O exce<strong>de</strong>nte é<br />

<strong>de</strong>scarregado numa linha <strong>de</strong> água próxima.<br />

Lagoa <strong>de</strong> Armazenamento<br />

(Fonte: site AMPB)<br />

Desidratação <strong>de</strong> lamas<br />

ETAR do Aterro – Lagoa <strong>de</strong> Armazenamento e Desidratação <strong>de</strong> Lamas<br />

As lamas provenientes do Pré-Tratamento e do Tratamento Biológico são trata<strong>da</strong>s num<br />

sistema constituído por um Tanque <strong>de</strong> Armazenamento (Espessador); um Sistema <strong>de</strong><br />

Doseamento <strong>de</strong> Polieletrólito; e uma Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Desidratação, on<strong>de</strong> as lamas são<br />

comprimi<strong>da</strong>s e ocorre a remoção <strong>da</strong> água que contêm.<br />

É essencial uma correcta manutenção e exploração <strong>de</strong>sta ETAR, uma vez que eventuais<br />

escorrências do aterro, para o rio Mau e <strong>da</strong>í para <strong>albufeira</strong>, po<strong>de</strong>m implicar águas com<br />

menos oxigenação e com problemas químicos em função dos mais diversos tipos <strong>de</strong><br />

materiais <strong>de</strong>positados no aterro, po<strong>de</strong>ndo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> <strong>da</strong> Aguieira<br />

ser consi<strong>de</strong>ravelmente afecta<strong>da</strong>.<br />

190<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.6.3 Antigas Áreas Mineiras <strong>de</strong> Urânio<br />

Tal como já referido nos pontos 1.2.4.4. e 3.1.2.5 do presente Relatório, na Região<br />

Centro, existe uma forte concentração <strong>de</strong> minas <strong>de</strong> urânio.<br />

A primeira concessão <strong>de</strong> urânio (a Mina <strong>da</strong> Rosmaneira) <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1907, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> Mina<br />

<strong>da</strong> Urgeiriça que iniciou a sua exploração em 1913. A exploração <strong>de</strong> urânio e tratamento<br />

<strong>de</strong> minérios cessou, em Portugal, em 2001, passando a existir vestígios <strong>de</strong> 59 locais <strong>de</strong><br />

extracção <strong>de</strong> minério.<br />

Dessas 59 minas <strong>de</strong> minérios radioactivos existentes em Portugal, as Minas <strong>da</strong> Urgeiriça<br />

(Concelho <strong>de</strong> Nelas), Quinta do Bispo e Cunha-Baixa (Concelho <strong>de</strong> Mangual<strong>de</strong>) e Bica<br />

(Concelho do Sabugal), são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as que apresentam os maiores impactes<br />

ambientais tendo em conta quatro factores fun<strong>da</strong>mentais:<br />

1 – os níveis radiológicos <strong>de</strong>tectáveis;<br />

2 – pela ocorrência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> lixiviação nas minas e a existência <strong>de</strong> águas<br />

áci<strong>da</strong>s;<br />

3 – pelo volume <strong>de</strong> resíduos acumulados (rejeitados, minérios pobres e estéreis);<br />

4 – a distância entre os locais consi<strong>de</strong>rados e os aglomerados existentes na<br />

envolvente.<br />

Este conjunto <strong>de</strong> minas integram-se no <strong>de</strong>nominado “Grupo 1”, correspon<strong>de</strong>ndo essa<br />

classificação a uma área <strong>de</strong> intervenção prioritária.<br />

Excepto no caso <strong>da</strong> Mina <strong>da</strong> Bica, to<strong>da</strong>s as restantes minas se localizam na Bacia<br />

Hidrográfica do Rio Mon<strong>de</strong>go.<br />

A este conjunto <strong>de</strong> minas, associam-se as minas do Vale <strong>da</strong> Abrutiga (Concelho <strong>de</strong><br />

Tábua), Castelejo (Concelho <strong>de</strong> Gouveia), Senhora <strong>da</strong>s Fontes (Concelho <strong>de</strong> Pinhel) e<br />

Barracão (Guar<strong>da</strong>), integra<strong>da</strong>s num “Grupo 2” <strong>de</strong> intervenção prioritária. Correspon<strong>de</strong>m a<br />

minas que apresentam gran<strong>de</strong> impacte no meio hídrico <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> efluentes<br />

mineiros ácidos e/ou <strong>de</strong> águas áci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> circulação superficial e sub-superficial.<br />

Assim, e para a área em estudo interessa consi<strong>de</strong>rar a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s Minas <strong>da</strong> Quinta<br />

do Bispo e Cunha-Baixa (concelho <strong>de</strong> Mangual<strong>de</strong>) e, especialmente, <strong>da</strong> Mina <strong>da</strong><br />

Urgeiriça (concelho <strong>de</strong> Nelas), localiza<strong>da</strong> a NE do concelho <strong>de</strong> Carregal do Sal.<br />

A Mina <strong>da</strong> Urgeiriça encerrou a sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> em 1999 e para a qual foi já realizado o<br />

“Estudo <strong>de</strong> Impacte Ambiental (EIA) do Plano Director <strong>de</strong> Intervenção e Projecto <strong>de</strong><br />

Selagem e Recuperação Ambiental <strong>da</strong> Barragem Velha <strong>da</strong> Área Mineira <strong>da</strong> Urgeiriça”.<br />

Este EIA encontra-se em fase <strong>de</strong> apreciação.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

191


No caso específico <strong>da</strong> área <strong>de</strong> intervenção do POAA <strong>de</strong>staca-se a Mina do Vale <strong>da</strong><br />

Abrutiga e a Mina do Mon<strong>de</strong>go Sul.<br />

A Mina do Vale <strong>da</strong> Abrutiga encerrou a sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> em 1989, apresentando ain<strong>da</strong><br />

vestígios <strong>da</strong> sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa antiga área mineira, que ocupa uma área total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 8 hectares, inclui uma<br />

mina a céu aberto, com as dimensões 350x90x40 metros <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a qual está<br />

normalmente coberta <strong>de</strong> água e uma escombreira composta por minério pobre recobrindo<br />

parcialmente uma escombreira principal <strong>de</strong> estéreis.<br />

Dado que as escombreiras se encontram <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>s a céu aberto, é susceptível que<br />

exista um potencial <strong>de</strong> contaminação:<br />

• ao nível dos solos pela presença <strong>de</strong> metais pesados e elementos radioactivos<br />

com origem nas escombreiras por lixiviação áci<strong>da</strong> a partir dos sulfuretos que aí<br />

existem;<br />

• ao nível do ar, por poeiras transporta<strong>da</strong>s pelo vento e escorrências;<br />

• ao nível <strong>da</strong>s águas subterrâneas por infiltração <strong>da</strong> água acumula<strong>da</strong> (áci<strong>da</strong> com<br />

elevados teores <strong>de</strong> urânio) e <strong>da</strong>s águas superficiais por escoamento superficial<br />

(escorrências áci<strong>da</strong>s) a partir <strong>da</strong> escombreira.<br />

A esta situação associam-se os potenciais impactes radiológicos que po<strong>de</strong>m ocorrer a<br />

partir dos materiais <strong>de</strong>positados nas escombreiras.<br />

Esta mina irá, a médio prazo, ser objecto <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> impacte ambiental para<br />

avaliação dos impactes ambientais associados ao projecto base para as obras <strong>de</strong><br />

enchimento, selagem e drenagem <strong>da</strong> mina.<br />

A Mina do Mon<strong>de</strong>go Sul, próxima <strong>da</strong> Mina do Vale <strong>da</strong> Abrutiga integra-se no “Grupo 3” <strong>de</strong><br />

intervenção prioritária, pois o seu impacto relaciona-se com a sua proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> (1,5 Km)<br />

ao aglomerado <strong>de</strong> Ázere (Concelho <strong>de</strong> Tábua).<br />

Tratando-se, no entanto, <strong>de</strong> uma antiga área mineira, a céu aberto, os impactes<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>da</strong> sua presença <strong>de</strong>verão assemelhar-se aos produzidos pelas restantes<br />

minas <strong>de</strong> urânio e, em particular, pela Mina do Vale <strong>da</strong> Abrutiga.<br />

192<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


3.7 Usos e Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

3.7.1 Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Turístico-Recreativas<br />

De acordo com os levantamentos realizados no local, Santa Comba Dão e Mortágua são<br />

os concelhos que mais parecem usufruir, <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água<br />

(Desenho 11).<br />

No concelho <strong>de</strong> Santa Comba Dão, encontramos tal como já referido, a única praia fluvial<br />

infraestrutura<strong>da</strong> (classifica<strong>da</strong> pelo INAG) existente na área em estudo. Correspon<strong>de</strong> ao<br />

lugar <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira e integra tal como já referido, uma capela, um coreto, um snackbar,<br />

um restaurante, instalações sanitárias e um quiosque <strong>de</strong> gelados e instalações <strong>de</strong><br />

aluguer <strong>de</strong> barcos (ver Anexo entregue com os “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 -<br />

ficha <strong>de</strong> levantamento 4.3).<br />

Março.2004<br />

Vista a partir <strong>da</strong> <strong>albufeira</strong> para a praia fluvial <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira<br />

A zona ribeirinha entre o aglomerado <strong>de</strong> Santa Comba Dão e o aglomerado <strong>de</strong> Granjal<br />

constitui-se como um local <strong>de</strong> passeio aos fins-<strong>de</strong>-semana, sobretudo para os resi<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong>sse primeiro aglomerado.<br />

Existe aí, um restaurante (a “Gaivota”) que possui algumas embarcações (a remos e a<br />

pe<strong>da</strong>is) o que introduz alguma atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> a este local e promove a utilização recreativa<br />

do <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

193


Fev.2004<br />

Zona Ribeirinha entre Santa Comba Dão e Granjal<br />

(vista para o aglomerado do Granjal)<br />

A utilização recreativa <strong>da</strong> margem oposta é <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> “Quinta do Rio Dão”,<br />

(ver Anexo entregue com os “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2004 - ficha <strong>de</strong> levantamento<br />

4.1) uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agro-turismo que possui igualmente algumas embarcações (canoas,<br />

barcos a remos e barcos para a pratica <strong>de</strong> windsurf) e promove passeios <strong>de</strong> bicicleta e a<br />

pé por vários trilhos existentes.<br />

Chamadouro, Alto dos Carrizes, Pessegueiro e Oveiro, além <strong>de</strong> serem locais<br />

tradicionalmente utilizados para a prática <strong>da</strong> pesca, tem vindo a constituir-se igualmente<br />

com locais preferenciais para recreio e lazer e para acesso <strong>de</strong> embarcações ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

água.<br />

Dado os locais <strong>de</strong> abrigo que propícia, e apesar dos acessos locais apresentarem<br />

algumas <strong>de</strong>ficiências, estas zonas constituiem-se ain<strong>da</strong>, como locais preferenciais para<br />

ancoragem <strong>de</strong> barcos.<br />

Mortágua integra nesta zona periférica do concelho, uma área <strong>de</strong>nsamente florestal. A<br />

existência <strong>de</strong> um caminho marginal, junto ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, facilita o acesso e o contacto<br />

e permite uma ocupação recreativa mais dissemina<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong> margem.<br />

194<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Destacam-se, no entanto, três zonas com maior tradição <strong>de</strong> uso:<br />

1. zona ribeirinha próxima do aglomerado <strong>de</strong> Almacinha – a boa acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

propicia o acesso <strong>da</strong>s embarcações ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e as situações <strong>de</strong> abrigo<br />

favorecem a ancoragem <strong>de</strong> embarcações. Esta zona é ain<strong>da</strong>, tradicionalmente,<br />

utiliza<strong>da</strong> para a pesca;<br />

2. zona ribeirinha próxima do aglomerado <strong>de</strong> Falgaroso do Maio – possui acessos<br />

naturais ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água sendo esta zona normalmente utiliza<strong>da</strong> para o acesso <strong>de</strong><br />

embarcações a esse <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água e também para ancoragem (ver fotografia<br />

seguinte). É igualmente por pescadores, como praia e para campismo selvagem<br />

3. zona ribeirinha <strong>de</strong> Valongo/Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s – possui acessos fáceis ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong><br />

água (embora alguns estejam em mau estado <strong>de</strong> conservação) sendo esta zona<br />

normalmente utiliza<strong>da</strong> por pescadores e para praia.<br />

Março 2004<br />

Zona Ribeirinha a Norte <strong>de</strong> Falgaroso do Maio<br />

Quanto ao concelho <strong>de</strong> Tábua, o principal ponto <strong>de</strong> contacto com o <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água<br />

relaciona-se com a existência do empreendimento turístico <strong>da</strong> “Pedra <strong>da</strong> Sé” e com a sua<br />

envolvente. Aí existem alguns acessos ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água sendo esta zona utiliza<strong>da</strong> como<br />

praia fluvial e zona <strong>de</strong> lazer (ver Anexo entregue com os “Estudos <strong>de</strong> Base” <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

2004 - ficha <strong>de</strong> levantamento 4.2).<br />

A zona ribeirinha próxima <strong>de</strong> Póvoa <strong>de</strong> Midões e <strong>da</strong> ponte do Rio Mon<strong>de</strong>go, tem vindo,<br />

nos últimos tempos, a revestir-se <strong>de</strong> alguma atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> para usos recreativos e <strong>de</strong><br />

lazer, correspon<strong>de</strong>ndo, quase sempre, a uma pratica isola<strong>da</strong> e esporádica, não existindo,<br />

por esse motivo, gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>de</strong> pessoas.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

195


É <strong>de</strong> realçar, neste local, a existência <strong>de</strong> obstáculos no <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, tal como se po<strong>de</strong><br />

verificar na FIG. 41.<br />

Para Carregal do Sal, e apesar <strong>de</strong> se registar alguma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se ace<strong>de</strong>r ao <strong>plano</strong><br />

<strong>de</strong> água, <strong>de</strong>stacam-se três zonas com alguma tradição <strong>de</strong> uso:<br />

- no Rio Mon<strong>de</strong>go, a NE, no local on<strong>de</strong> termina a área em estudo, e junto à<br />

ponte, essa zona é normalmente utiliza<strong>da</strong> aos fins <strong>de</strong> semana para passeios,<br />

recreio e lazer;<br />

- também no Rio Mon<strong>de</strong>go, e a SW <strong>de</strong>sse local, existe um local <strong>de</strong> romaria<br />

associado à capela <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira;<br />

- no Rio Dão, e no local on<strong>de</strong> termina a área em estudo (ver foto seguinte), essa<br />

zona é também utiliza<strong>da</strong> aos fins <strong>de</strong> semana para passeios, recreio e lazer.<br />

Zona ribeirinha a Norte do Aglomerado <strong>de</strong> Papízios – Rio Dão<br />

Ton<strong>de</strong>la, no local abrangido pela área em estudo, não possui gran<strong>de</strong> tradição <strong>de</strong> uso<br />

<strong>de</strong>ssa linha <strong>de</strong> água (Rio Criz), a qual é apenas utiliza<strong>da</strong> para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas,<br />

(sobretudo banhos e natação) esporadicamente, no Verão. Essa linha <strong>de</strong> água é ain<strong>da</strong><br />

utiliza<strong>da</strong> para rega dos campos agrícolas existentes nas margens.<br />

196<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


É <strong>de</strong> realçar, neste local, a existência <strong>de</strong> obstáculos no <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água, tal como se po<strong>de</strong><br />

verificar na FIG. 41.<br />

Para Carregal do Sal, e apesar <strong>de</strong> se registar alguma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se ace<strong>de</strong>r ao <strong>plano</strong><br />

<strong>de</strong> água, <strong>de</strong>stacam-se três zonas com alguma tradição <strong>de</strong> uso:<br />

- no Rio Mon<strong>de</strong>go, a NE, no local on<strong>de</strong> termina a área em estudo, e junto à<br />

ponte, essa zona é normalmente utiliza<strong>da</strong> aos fins <strong>de</strong> semana para passeios,<br />

recreio e lazer;<br />

- também no Rio Mon<strong>de</strong>go, e a SW <strong>de</strong>sse local, existe um local <strong>de</strong> romaria<br />

associado à capela <strong>da</strong> Srª <strong>da</strong> Ribeira;<br />

- no Rio Dão, e no local on<strong>de</strong> termina a área em estudo (ver foto seguinte), essa<br />

zona é também utiliza<strong>da</strong> aos fins <strong>de</strong> semana para passeios, recreio e lazer.<br />

Zona ribeirinha a Norte do Aglomerado <strong>de</strong> Papízios – Rio Dão<br />

Ton<strong>de</strong>la, no local abrangido pela área em estudo, não possui gran<strong>de</strong> tradição <strong>de</strong> uso<br />

<strong>de</strong>ssa linha <strong>de</strong> água (Rio Criz), a qual é apenas utiliza<strong>da</strong> para activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas,<br />

(sobretudo banhos e natação) esporadicamente, no Verão. Essa linha <strong>de</strong> água é ain<strong>da</strong><br />

utiliza<strong>da</strong> para rega dos campos agrícolas existentes nas margens.<br />

196<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Março.2004<br />

Zona Ribeirinha Próxima do Aglomerado <strong>de</strong> S. Jorge<br />

Penacova tem pouca relação com a Albufeira <strong>da</strong> Aguieira, sendo essa zona ribeirinha<br />

normalmente utiliza<strong>da</strong> durante os passeios organizados pelos vários clubes e<br />

associações do Concelho que integram a Albufeira nos seus percursos e circuitos<br />

turísticos.<br />

De facto, a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> paisagem e as inúmeras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximação ao<br />

<strong>plano</strong> <strong>de</strong> água ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Albufeira, tem ocasionado, nos últimos anos, o<br />

surgimento <strong>de</strong> associações e clubes que promovem todo o tipo <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s recreativas<br />

(tanto nas margens como no <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água), com <strong>de</strong>staque para os passeios, raids e<br />

expedições todo-o-terreno, BTT, passeios pe<strong>de</strong>stres e <strong>de</strong> bicicleta, e no <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água,<br />

circuitos <strong>de</strong> barco e kayak, e a pratica <strong>de</strong> windsurf, vela, remo, canoagem, motonáutica,<br />

jet ski e esqui aquático.<br />

Com a colaboração <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas empresas, <strong>de</strong>limitaram-se no Desenho 11, algumas<br />

zonas normalmente utiliza<strong>da</strong>s para a prática <strong>de</strong>sse tipo activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nomea<strong>da</strong>mente <strong>de</strong><br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s combina<strong>da</strong>s (ou multiactivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s) on<strong>de</strong> se associam vários tipos <strong>de</strong><br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s como por exemplo:<br />

- canoagem, escala<strong>da</strong> e rappel em rocha;<br />

- manobras com cor<strong>da</strong>s (sli<strong>de</strong>, rappel suspenso, paralelas);<br />

- percurso-aventura com orientação, bicicletas todo o terreno, tiro com arco e<br />

paint-ball.<br />

Em síntese, o local on<strong>de</strong> existe maior concentração <strong>de</strong>sses usos, é na zona próxima do<br />

paredão <strong>da</strong> Barragem on<strong>de</strong> a Albufeira atinge a sua maior dimensão (largura e<br />

profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>) e nos troços mais abertos dos rios Mon<strong>de</strong>go, Dão e Criz predominando as<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com embarcações a motor.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

199


Há medi<strong>da</strong> que avançamos para montante, e que se vai verificando um estreitamento<br />

<strong>de</strong>sses braços e o nível <strong>de</strong> agua vai baixando, esses usos vão-se disseminando,<br />

passando a prevalecer, outro tipo <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como os banhos e a natação e a<br />

navegação com embarcações sem motor (como a vela, canoagem e o windsurf).<br />

Aí começam igualmente, a surgir alguns obstáculos à navegação (FIG. 41) como<br />

afloramentos rochosos, zonas com pouca profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> e algumas ruínas <strong>de</strong> casas,<br />

azenhas, muros e estra<strong>da</strong>s que, e a montante <strong>da</strong> Albufeira, se encontram normalmente a<br />

<strong>de</strong>scoberto durante todo o ano. Detectaram-se ain<strong>da</strong>, algumas elevações <strong>de</strong> terreno que<br />

ficam submersas quando a Albufeira atinge o NPA ocasionando o aparecimento <strong>de</strong><br />

algumas “ilhas”.<br />

Em termos futuros, e em termos <strong>de</strong> apoio à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> turístico-recreativa, <strong>de</strong>stacam-se<br />

dois empreendimentos em curso, como o Empreendimento Turístico do Vale D’Aguieira e<br />

o <strong>da</strong> Barragem <strong>da</strong> Aguieira pela ocupação urbana que irá ocasionar, traduzi<strong>da</strong> num forte<br />

afluxo populacional com repercussões evi<strong>de</strong>ntes ao nível <strong>da</strong> utilização recreativa do<br />

<strong>plano</strong> <strong>de</strong> água.<br />

De facto, o que promove esses dois empreendimentos, é a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao <strong>plano</strong> <strong>de</strong> água<br />

e a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua utilização. Para ambos os empreendimentos está prevista a<br />

instalação <strong>de</strong> ancoradouros.<br />

‣ Pesca<br />

No caso <strong>da</strong> pesca (e tal como já referenciado no ponto 3.1.4.2.5), apesar <strong>de</strong>sta activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

se dispersar pela Albufeira, <strong>de</strong>tectam-se alguns locais preferenciais para a sua pratica<br />

(FIG. 15 e Desenho 11), nomea<strong>da</strong>mente:<br />

- próximo <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Pare<strong>de</strong>s;<br />

- próximo <strong>de</strong> Stª Comba Dão e, na margem oposta, do Vimeiro;<br />

- Falgaroso do Maio;<br />

- Almacinha;<br />

- lugar <strong>de</strong> Crafuncho;<br />

- Chamadouro;<br />

- Alto dos Carrizes/Pessegueiro;<br />

- Oveiro;<br />

- e Srª <strong>da</strong> Ribeira.<br />

Estes locais têm vindo a constituir-se como zonas <strong>de</strong> forte tradição <strong>de</strong> uso.<br />

200<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


‣ Caça<br />

Os seis concelhos em causa integram-se na 2ª Região Cinegética.<br />

Para a área em causa, torna-se importante <strong>de</strong>stacar a presença <strong>de</strong> 7 zonas <strong>de</strong> caça<br />

(Desenho 11), constituindo-se esta, como uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> com forte expressão nesta<br />

área.<br />

Assim temos:<br />

‣ 5 zonas <strong>de</strong> caça municipal, que correspon<strong>de</strong>m:<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Municipal <strong>de</strong> Carregal do Sal<br />

(Processo N.º 3267 (DGF); Área <strong>de</strong> 4 939,60 hectares)<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Municipal <strong>de</strong> Mortágua<br />

(Proc. N.º 3034 (DGF); Área <strong>de</strong> 24810,58 hectares)<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Municipal <strong>de</strong> Treixedo (Concelho <strong>de</strong> Stª Comba Dão)<br />

(Proc. N.º 2967 (DGF); Área <strong>de</strong> 1220,19 hectares)<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Municipal <strong>de</strong> Tábua<br />

(Proc. N.º 3267 (DGF); Área <strong>de</strong> 4939,60 hectares)<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Municipal <strong>de</strong> Ton<strong>de</strong>la<br />

(Proc. N.º 2997 (DGF); Área <strong>de</strong> 17696,26 hectares)<br />

‣ e, 2 zonas <strong>de</strong> caça associativa, que correspon<strong>de</strong>m:<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Associativa <strong>de</strong> Penacova<br />

(Proc. N.º 1484 (DGF); Área <strong>de</strong> 1778,95 hectares)<br />

• à Zona <strong>de</strong> Caça Associativa <strong>de</strong> Ázere, Carapinha, Covelo e Mouronho -<br />

Concelho <strong>de</strong> Tábua<br />

(Proc. N.º 926 (DGF); Área <strong>de</strong> 1401,61 hectares)<br />

Quanto às espécies mais caça<strong>da</strong>s, e ao nível <strong>da</strong> caça menor, <strong>de</strong>stacam-se o coelho e a<br />

perdiz-vermelha (consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s espécies se<strong>de</strong>ntárias) e os tordos, a galinhola, a<br />

rola-comum e os pombos (consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s espécies migradoras ou parcialmente<br />

migradoras).<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

201


Para essas espécies, a Portaria n.º 442/2003, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Maio com alteração pela Portaria<br />

n.º 706/2003, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Agosto, estabelece para o ano <strong>de</strong> 2003-2004, o seguinte calendário<br />

venatório:<br />

Quadro 65 – Calendário Venatório <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> caça menor (2003-2004)<br />

Espécies<br />

Meses<br />

Caça menor – espécies se<strong>de</strong>ntárias<br />

Agos. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev.<br />

coelho-bravo (<strong>de</strong> dia 4-5) (a dia 31)<br />

perdiz-vermelha (<strong>de</strong> dia 4-5) (a dia 31)<br />

Caça menor – espécies migradoras ou parcialmente migradoras<br />

tordos (<strong>de</strong> dia 2) (a dia 15)<br />

galinhola (<strong>de</strong> dia 2) (a dia 15)<br />

rola-comum (<strong>de</strong> dia 17) (a dia 21)<br />

pombos (<strong>de</strong> dia 17) (a dia 18)<br />

Fonte: DGF/2004<br />

Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com a informação forneci<strong>da</strong> pela Direcção Geral dos Recursos<br />

Florestais, e quanto à sua ocorrência, po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar-se que to<strong>da</strong>s essas espécies são<br />

comuns nestas zonas.<br />

Quanto às espécies <strong>de</strong> caça maior (ou caça grossa), apesar <strong>de</strong> estarmos perante<br />

concelhos com tradição na montaria aos javalis (ex.: como os concelhos <strong>de</strong> Mortágua e<br />

Ton<strong>de</strong>la) não há referências à sua presença na área em estudo.<br />

3.7.2 Região <strong>de</strong> Produção Vitivinícola<br />

A Região Demarca<strong>da</strong> dos vinhos do Dão, que se <strong>de</strong>senvolve por cerca <strong>de</strong> 376 000<br />

hectares, abrange 16 concelhos, entre os quais, 5 dos concelhos integrados na área em<br />

estudo: Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tábua e Ton<strong>de</strong>la.<br />

Essa Região integra 10 A<strong>de</strong>gas Cooperativas e diversos centros <strong>de</strong> vinificação, assim<br />

como muitas empresas que comercializam os seus próprios vinhos.<br />

Em Nelas, situa-se o Centro <strong>de</strong> Estudos Vitivinícolas do Dão, em Viseu encontra-se a<br />

se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Comissão Vitivinícola Regional do Dão e a União <strong>da</strong>s A<strong>de</strong>gas Cooperativas do<br />

Dão (UDACA) e pelos concelhos em redor dispersam-se as Quintas, Solares, A<strong>de</strong>gas<br />

Cooperativas e Casas Agrícolas.<br />

202<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005


Por proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> à área em estudo <strong>de</strong>staca-se a Quinta do Cabriz (em Carregal do Sal),<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> vitivinícola Dão Sul que tem vindo a promover fortemente os<br />

vinhos <strong>de</strong>sta região.<br />

Apesar <strong>de</strong>, na área em estudo, encontrarmos alguns terrenos afectos a essa activi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<br />

produção vitivinícola, é diminuta. Destaca-se a Quinta do Espa<strong>da</strong>nal, localiza<strong>da</strong> no<br />

Concelho <strong>de</strong> Tábua (freguesia <strong>de</strong> Ázere) que se <strong>de</strong>dica a essa produção, possuindo<br />

algumas <strong>da</strong>s suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s integra<strong>da</strong>s na área em estudo.<br />

Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>da</strong> Albufeira <strong>da</strong> Aguieira<br />

Estudos <strong>de</strong> Base (versão revista)<br />

Abril <strong>de</strong> 2005<br />

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