DOBRANDO E DESDOBRANDO A MATEMÃTICA - Proppi - UFF
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<strong>UFF</strong> – Universidade Federal Fluminense<br />
COLUNI – Colégio Universitário Geraldo Reis<br />
<strong>DOBRANDO</strong> E DES<strong>DOBRANDO</strong> A MATEMÁTICA<br />
Orientadores: Marcelo de Souza Brito, Regina de Cássia M. de Almeida, Rosana Gomes Bernardo<br />
Orientando: Laís Martins Rocha Vieira da Silva<br />
Local a ser desenvolvido: Colégio Universitário Geraldo Reis.<br />
Palavras-chave: Aprendizagem matemática, origami e geometria.<br />
2011<br />
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<strong>DOBRANDO</strong> E DES<strong>DOBRANDO</strong> A MATEMÁTICA<br />
Orientadores<br />
Marcelo de Souza Brito<br />
Regina de Cássia Manso de Almeida<br />
Rosana Gomes Bernardo<br />
Resumo<br />
O objetivo desse trabalho é mostrar que a matemática, apesar de ser uma disciplina que envolve<br />
cálculos e fórmulas, pode e deve ter um ensino prazeroso e interessante. Dessa forma, o projeto<br />
“Dobrando e Desdobrando a Matemática”, deve ser trabalhado com o aluno da Educação Básica<br />
como um recurso de investigação e de soluções de problemas no ensino-aprendizagem de<br />
matemática. A intenção é que o educando experimente e reflita, chegando às suas próprias<br />
conclusões através do origami e suas dobraduras características. Durante o projeto, o aluno realizará<br />
construções de origamis artísticos, educativos, tradicionais e modulares. Concomitantemente,<br />
faremos discussões sobre as construções e suas propriedades e conteúdos matemáticos que podem<br />
ser extraídos das mesmas.<br />
1. Introdução<br />
Com esse projeto abordaremos a utilização do origami no estudo da geometria plana e espacial,<br />
sendo destinado à alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.<br />
A Geometria é um assunto muito estudado nas escolas, e causa grandes preocupações com<br />
respeito ao seu ensino. Este trabalho propõe a utilização do origami como recurso didático nas aulas<br />
de matemática. O aluno terá a oportunidade de trabalhar com essa arte e através dela construir ou<br />
resgatar conceitos matemáticos de forma lúdica e criativa. Como dizem os Parâmetros Curriculares<br />
Nacionais (1996):<br />
O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem<br />
limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos<br />
objetos à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações<br />
musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da<br />
vida.(BRASIL, 1996)<br />
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Através da utilização do origami podem-se trabalhar vários conceitos, correlacionando as<br />
áreas arte e matemática. A começar pela forma do papel escolhido (círculo, quadrado, retângulo,<br />
triângulo, etc.) e suas dobras que levam a diferentes divisões de planos e ângulos, trabalhar formas<br />
geométricas, figuras planas, espaciais, frações, equivalências e semelhanças.<br />
A partir do contato com o papel, o aluno articula estratégias geométricas para efetuar as<br />
construções. Desse modo favorece associações entre conteúdos abstratos e problemáticos do seu<br />
cotidiano. Assim, o uso do origami, contribui para o desenvolvimento intelectual da criança, pois<br />
exige concentração, observação, persistência, atenção, autoconfiança, esforço pessoal, além de<br />
estimular a imaginação e desenvolver a destreza manual (FOELKER, 2003). Conseqüentemente, o<br />
aluno ampliará seus conhecimentos, interagindo com a matemática e a arte.<br />
2. Objetivos<br />
Ampliar os conhecimentos de geometria interagindo com a arte.<br />
Realizar experimentações e reflexões através do origami.<br />
Articular estratégias geométricas para efetuar as construções.<br />
3. Justificativa<br />
No Japão, nos dias de hoje, o Origami é bastante divulgado entre as crianças, jovens e<br />
idosos, seguindo as tradições de séculos passados. No entanto, está muito longe de ser uma arte<br />
exclusiva dos japoneses, pois atualmente há adeptos em quase todo o mundo. De acordo com<br />
Kanegae (1988), essa arte começou quando, na Era Heian (794-1192) passou-se a produzir sua<br />
matéria prima, que é o papel. O Período Muromachi (1338- 1392) difundiu as 70 primeiras<br />
dobraduras de papel. Com isso, ampliou o número das famílias que faziam Origami, porque cada<br />
criança aprendia com a sua mãe sendo esta uma arte que passa de geração para geração, e a partir de<br />
1876 começou a ser utilizada nos currículos escolares.<br />
Mas não foram apenas os japoneses a dobrar o papel, mas também os mouros, no Norte de<br />
África, que trouxeram a dobradura do papel para Espanha na seqüência da invasão árabe no século<br />
VIII. Os mouros usavam a dobradura para criar figuras geométricas, uma vez que sua religião<br />
proibia-os de criar formas animais. Da Espanha espalhar-se-ia para a América do Sul. Com as rotas<br />
comerciais marítimas, o Origami entra na Europa e, mais tarde, nos Estados Unidos.<br />
O origami, conforme Buske (2007) é a arte japonesa de confeccionar figuras fazendo dobras<br />
no papel com a finalidade artística (construção de figuras para ornamentação) ou educativa<br />
(construção de figuras para o ensino das propriedades geométricas, por exemplo). Ele pode ser<br />
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caracterizado por tradicional (utiliza apenas uma folha de papel) ou modular (construção de<br />
módulos ou unidades para formação de figuras, como poliedros, por meio de encaixes).<br />
Desde as primeiras séries do ensino fundamental há a recomendação, por parte dos PCN<br />
(1997) para se trabalhar com a geometria, por meio de atividades exploratórias, manipulação de<br />
figuras tridimensionais e bidimensionais e identificação de propriedades para estabelecer algumas<br />
classificações. Do ponto de vista educacional, o origami pode ser uma ferramenta para o ensino de<br />
geometria.<br />
Para os PCN (1997),<br />
Os conceitos geométricos constituem parte importante do currículo de<br />
Matemática no ensino fundamental, porque, por meio deles, o aluno<br />
desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permite compreender,<br />
descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive.<br />
(BRASIL, 1997, p. 39)<br />
O origami segue uma simetria de dobras a serem feitas em que podemos observar várias<br />
propriedades geométricas, muitas vezes, difíceis de serem analisadas em sala de aula por meio de<br />
desenhos. Um exemplo disso é a dificuldade de discutir a fórmula de Euler para poliedros de<br />
diversas naturezas.<br />
Trabalhos realizados por Almeida (2004), Nascimento, Alves e Hiratsuka (2009), entre<br />
outros, apontam que origami seduz, motiva, desenvolve a concentração e a coordenação motora.<br />
Adicionado a isso, em termos educacionais, o origami possibilita fazer experiências exploratórias,<br />
manipulação de formas, participação ativa do aluno na construção de modelos, constatação de<br />
elementos e propriedades geométricas.<br />
Além das vantagens didáticas mencionadas ao se tratar do uso do origami no ensino,<br />
podemos considerá-lo um recurso simples tendo em vista que o único material utilizado para a sua<br />
construção é o papel, podendo, preferencialmente, ser papel reciclado, jornais, panfletos, entre<br />
outros.<br />
4. Metodologia e forma de análise dos resultados<br />
Seguiremos os seguintes passos para organizar as atividades:<br />
4.1. Pesquisar a origem do origami e a difusão dessa arte pelo mundo.<br />
4.2. Construções iniciais de algumas figuras planas e suas propriedades<br />
4.3. Construções intermediárias.<br />
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4.4. Origami modular: poliedros e suas propriedades.<br />
4.5. Construções de níveis avançados: Kusudamas, origem, significado e suas propriedades.<br />
4.6. Apresentação do Projeto e seus resultados na Semana de Tecnologia do Coluni em<br />
2011.<br />
As atividades serão desenvolvidas no laboratório de jogos matemáticos do Coluni através de<br />
estudo dirigido com material e referencial teórico trazido pelos orientadores e pelo educando. Todas<br />
as atividades serão registradas em relatórios produzidos pelo aluno.<br />
5. Cronograma das atividades<br />
Atividade/Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12<br />
4.1<br />
4.2<br />
4.3<br />
4.4<br />
4.5<br />
4.6<br />
6. Referências Bibliográficas<br />
IMENES, Luiz Marcio. Geometria das dobraduras, coleção: Vivendo a Matemática. São<br />
Paulo: Scipione, 2004.<br />
KANEGAE, Mari. A arte dos mestres de Origami. Maringá: Ediouro, 1988.<br />
FOELKER, Rita. Objetos decorativos em Origami. Editora Global: São Paulo, 2003<br />
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria do Ensino Fundamental. Matemática. In:<br />
Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.<br />
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