comparação clÃnica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape
comparação clÃnica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape
comparação clÃnica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
R. Periodontia - Junho 2009 - Volume 19 - Número 02<br />
COMPARAÇÃO CLÍNICA ENTRE ENXERTO DE MATRIZ<br />
DÉRMICA ACELULAR E ENXERTO DE TECIDO<br />
CONJUNTIVO EM PROCEDIMENTOS DE RECOBRIMENTO<br />
RADICULAR<br />
Clinical comparison between acellular <strong>de</strong>rmal matrix graft and connective tissue graft in root<br />
coverage procedures<br />
Arthur Belém Novaes Júnior 1 , Raquel Resen<strong>de</strong> Martins <strong>de</strong> Barros 2 , Guilherme <strong>de</strong> Oliveira Macedo 2 , Adriana Corrêa <strong>de</strong><br />
Queiroz 2 , Márcio Fernando <strong>de</strong> Moraes Grisi 3 , Daniela Bazan Palioto 3 , Sérgio Luís Scombatti <strong>de</strong> Souza 3 , Mário Taba Júnior 3<br />
RESUMO<br />
O <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial (ETCS) é<br />
utilizado no tratamento <strong>de</strong> recessões gengivais com resultados<br />
previsíveis. A <strong>matriz</strong> dérmica acelular (MDA) tem sido<br />
utilizada nas cirurgias plásticas periodontais com algumas<br />
vantagens como menor morbida<strong>de</strong> e maior disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> material. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi comparar clinicamente<br />
a utilização da MDA e do ETCS associados à técnica<br />
<strong>de</strong> retalho estendido. Foram selecionados 12 pacientes<br />
com recessões gengivais bilaterais classe I ou II <strong>de</strong> Miller.<br />
Um grupo foi tratado com MDA e o outro, com ETCS, sendo<br />
em ambos realizada a técnica do retalho estendido. Os<br />
parâmetros clínicos - Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bolsa à Sondagem<br />
(PBS), Nível Clínico <strong>de</strong> Inserção (NCI), Recessão Gengival (RG)<br />
e Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gengiva Queratinizada (QGQ) - foram<br />
avaliados 2 semanas após a Terapia Periodontal Básica e 3<br />
meses após os procedimentos cirúrgicos. Os dois procedimentos<br />
apresentaram resultados favoráveis, com 80,68%<br />
<strong>de</strong> recobrimento radicular para ETCS e 71,17% para a MDA<br />
após 3 meses. Não houve diferenças estaticamente<br />
significantes <strong>entre</strong> os grupos. Conclui-se que o retalho estendido<br />
é uma técnica previsível quando associada tanto<br />
ao ECTS e a MDA com resultados semelhantes <strong>de</strong><br />
recobrimento radicular.<br />
UNITERMOS: recessão gengival, estética <strong>de</strong>ntária,<br />
<strong>enxerto</strong> autólogo, alo<strong>enxerto</strong>. R Periodontia 2009;<br />
19:93-99.<br />
1<br />
Professor Titular do Departamento <strong>de</strong> Periodontia da FORP-USP<br />
2<br />
Mestre e Doutorando(a) em Periodontia da FORP-USP<br />
3<br />
Professor(a) Associado(a) do Departamento <strong>de</strong> Periodontia da FORP-USP<br />
Recebimento: 10/03/09 - Correção: 26/05/09 - Aceite: 16/06/09<br />
INTRODUÇÃO<br />
A obtenção <strong>de</strong> resultados previsíveis e estéticos<br />
nos procedimentos <strong>de</strong> recobrimento radicular tem<br />
sido um dos objetivos da terapia periodontal plástica,<br />
uma vez que corrige áreas <strong>de</strong> recessões gengivais<br />
localizadas ou generalizadas com comprometimento<br />
estético, diminui a sensibilida<strong>de</strong> radicular e previne<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões cariosas em superfícies<br />
radiculares expostas.<br />
Diversas técnicas cirúrgicas têm sido utilizadas<br />
para o tratamento das recessões gengivais, tais<br />
como: <strong>enxerto</strong> gengival livre (Sullivan & Atkins, 1968a;<br />
Sullivan & Atkins, 1968b), retalhos posicionados lateralmente<br />
(Grupe & Warren, 1956; Cafesse &<br />
Guinard, 1978; Cefesse & Guinard, 1980) e<br />
coronalmente (Allen & Miller, 1989; Harris & Harris,<br />
1994), retalho <strong>de</strong> dupla papila (Cohen & Ross, 1968)<br />
e o <strong>enxerto</strong> subepitelial <strong>de</strong> tecido conjuntivo (Langer<br />
& Langer, 1985; Nelson, 1987). Langer & Langer<br />
(1985) propuseram a associação <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />
coronário do retalho com <strong>enxerto</strong> conjuntivo<br />
subepitelial com o intuito <strong>de</strong> aumentar o suprimento<br />
sanguíneo fornecido ao <strong>enxerto</strong>. Na técnica, além<br />
da nutrição proveniente dos vasos supraperiosteais,<br />
o retalho que recobre o tecido também participa da<br />
manutenção do <strong>enxerto</strong> durante a fase <strong>de</strong> cicatriza-<br />
93
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
ção. No entanto, essa técnica cirúrgica apresenta inconvenientes,<br />
já que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da mucosa mastigatória do palato<br />
como área doadora. A remoção do tecido autógeno aumenta<br />
o <strong>de</strong>sconforto do paciente e o risco <strong>de</strong> complicações pósoperatórias,<br />
como dor e ruptura dos vasos sanguíneos do<br />
palato. Além disso, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material necessário limita<br />
o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>m ser tratados em uma<br />
única cirurgia (Dodge et al., 1998).<br />
Para evitar uma segunda área cirúrgica e proporcionar<br />
um suprimento ilimitado <strong>de</strong> material, alguns autores têm<br />
pesquisado o uso da <strong>matriz</strong> dérmica acelular (MDA) como<br />
substituto do tecido conjuntivo nos procedimentos para<br />
recobrimento <strong>de</strong> superfícies radiculares (Dodge et al., 1998;<br />
Aichelmann-Reidy et al., 1999; Harris, 1998; Tal, 1999; Harris,<br />
2000; Novaes Jr. et al., 2001; Paolantonio et al., 2002; Barros<br />
et al., 2004; Barros et al., 2005). A MDA (AlloDerm®,<br />
LifeCell Inc., EUA) é um <strong>enxerto</strong> alógeno processado a partir<br />
<strong>de</strong> pele humana adquirida <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> tecido norte-americanos.<br />
Os tecidos, após tratamento para vetores bacterianos<br />
e virais, são acelularizados, preservando-se os componentes<br />
da <strong>matriz</strong> extracelular (composta basicamente por colágeno<br />
do tipo I, glicosaminoglicanas e glicoproteínas, como laminina<br />
e fibronectina). Finalmente, o material é liofilizado (seco e<br />
congelado), sem que tais procedimentos prejudiquem os<br />
componentes da <strong>matriz</strong>. A MDA é, portanto, um <strong>enxerto</strong><br />
não-vital que oferece uma estrutura arquitetônica capaz <strong>de</strong><br />
suportar e permitir a migração celular e nova vascularização<br />
provenientes do leito receptor, quando aplicada cirurgicamente<br />
(Batista et al., 2001).<br />
Como a MDA é uma estrutura não-vital, o processo <strong>de</strong><br />
cicatrização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente das células e vasos sanguíneos<br />
do leito receptor, sem participação <strong>de</strong> anastomoses<br />
<strong>entre</strong> os vasos do leito receptor e os já existentes no tecido<br />
enxertado, como acontece com tecidos autógenos. Assim,<br />
a técnica clássica (Langer & Langer, 1985), on<strong>de</strong> as incisões<br />
verticais são realizadas nas superfícies proximais do <strong>de</strong>nte a<br />
ser tratado, po<strong>de</strong> não ser a<strong>de</strong>quada para MDA. A proximida<strong>de</strong><br />
das incisões com o <strong>enxerto</strong> alógeno limita o suprimento<br />
sangüíneo e fonte <strong>de</strong> células e po<strong>de</strong>, ainda, permitir a<br />
invaginação epitelial, predispondo à exposição do <strong>enxerto</strong>,<br />
o que comprometeria o recobrimento radicular (Hen<strong>de</strong>rson<br />
et al., 2001). Dessa forma, Barros et al. (2004) propuseram<br />
uma modificação no <strong>de</strong>senho e na amplitu<strong>de</strong> do retalho,<br />
com o intuito <strong>de</strong> melhorar a previsibilida<strong>de</strong> e estabilida<strong>de</strong><br />
dos resultados. Nesse estudo, o recobrimento radicular com<br />
MDA utilizando a técnica clássica foram comparados com a<br />
nova técnica. Na modificação da técnica, foi aumentado o<br />
leito cirúrgico, <strong>de</strong>slocando as incisões verticais para as faces<br />
proximais dos <strong>de</strong>ntes adjacentes à recessão. A técnica do<br />
retalho estendido alcançou melhor taxa <strong>de</strong> recobrimento<br />
radicular (79%) quando comparada com aquela obtida com<br />
a técnica <strong>de</strong> Langer & Langer (63,95%). A ampliação do tamanho<br />
do retalho e <strong>de</strong> sua base, ao aumentar a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vasos sanguíneos e fonte <strong>de</strong> células, pareceu melhorar a<br />
nutrição do <strong>enxerto</strong>, além <strong>de</strong> permitir melhor manipulação<br />
tecidual e maior proteção ao <strong>enxerto</strong>. Contudo, o comportamento<br />
do retalho modificado proposto por Barros et al.<br />
(2004) quando associado a <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />
subepitelial, especialmente em comparação ao <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>matriz</strong> dérmica acelular, ainda não foi <strong>de</strong>monstrado na literatura.<br />
Estudos anteriores compararam os resultados <strong>de</strong><br />
recobrimento radicular obtidos <strong>entre</strong> a MDA e o <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong><br />
conjuntivo utilizando a técnica clássica (Aichelmann-Reidy et<br />
al., 2001; Novaes Jr et al., 2001; Tal et al., 2002). Nesses<br />
estudos as diferenças dos resultados obtidos não foram estatisticamente<br />
significantes, <strong>de</strong>monstrando uma similarida<strong>de</strong><br />
<strong>entre</strong> os dois <strong>enxerto</strong>s quanto ao recobrimento radicular.<br />
Diante dos bons resultados obtidos com o retalho estendido<br />
associado à MDA, surgiu um questionamento quanto<br />
à possibilida<strong>de</strong> dos benefícios <strong>de</strong>ssa modificação do retalho<br />
também proporcionarem melhores resultados quando<br />
associados ao <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial. O<br />
objetivo <strong>de</strong>sse estudo foi comparar clinicamente a utilização<br />
<strong>de</strong> <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA e <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> conjuntivo na técnica <strong>de</strong><br />
retalho estendido para recobrimento radicular.<br />
MATERIAL E MÉTODO<br />
Amostra populacional<br />
A metodologia foi aprovada pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em<br />
Pesquisa da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (processo nº 2007.1.312.58.2).<br />
Foram selecionados doze pacientes da Clínica <strong>de</strong> Periodontia<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto, adultos <strong>de</strong><br />
ambos os sexos, não fumantes, sem qualquer envolvimento<br />
sistêmico que contraindicasse o tratamento periodontal. Os<br />
pacientes apresentavam pelo menos um par <strong>de</strong> recessões<br />
gengivais, classe I ou II <strong>de</strong> Miller, localizadas em quadrantes<br />
diferentes, na mesma arcada <strong>de</strong>ntária. Um dos quadrantes<br />
recebeu o <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular (MDA) e o<br />
outro, <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial (ETCS), ambos<br />
através da técnica modificada (Barros et al., 2004). Todos<br />
os pacientes passaram por uma terapia pré-cirúrgica (instrução<br />
<strong>de</strong> higiene oral, controle <strong>de</strong> placa bacteriana e raspagem<br />
e alisamento radicular).<br />
Parâmetros clínicos<br />
Os parâmetros clínicos avaliados foram: Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
94
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
Bolsa à Sondagem (PBS), Nível Clínico <strong>de</strong> Inserção Relativo<br />
(NCIR), Recessão Gengival (RG) e Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gengiva<br />
Queratinizada (QGQ). Essas medidas foram tomadas duas<br />
semanas após a Terapia Periodontal Básica e 3 meses após<br />
os procedimentos cirúrgicos por um único examinador <strong>de</strong>vidamente<br />
calibrado. Para diminuir as variações inerentes ao<br />
procedimento <strong>de</strong> sondagem, uma placa-guia <strong>de</strong> acrílico foi<br />
utilizada para padronizar o posicionamento e angulação da<br />
sonda computadorizada (Florida Probe, Florida Probe<br />
Cooporation, Gainsvile, Florida, USA).<br />
Procedimentos cirúrgicos<br />
Os dois <strong>enxerto</strong>s foram realizados pelo mesmo cirurgião,<br />
em uma só sessão clínica. No grupo 1, escolhido aleatoriamente,<br />
foi realizado <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial<br />
(figura 1) e no grupo 2, <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular<br />
(figura 2), sendo aplicada, em ambos, a técnica do retalho<br />
estendido. Após a anestesia local da área receptora, foi feita<br />
uma incisão intrasulcular, permitindo uma dissecção das<br />
papilas adjacentes ao <strong>de</strong>feito, esten<strong>de</strong>ndo-se até os ângulos<br />
proximais dos <strong>de</strong>ntes adjacentes. Em seguida foram feitas<br />
duas incisões relaxantes verticais biseladas, uma na extremida<strong>de</strong><br />
distal do <strong>de</strong>nte localizado posteriormente ao <strong>de</strong>nte<br />
com recessão e a outra na extremida<strong>de</strong> mesial do <strong>de</strong>nte localizado<br />
anteriormente ao <strong>de</strong>nte com recessão (figuras 1B e<br />
2B). O preparo do leito receptor foi finalizado com elevação<br />
<strong>de</strong> um retalho <strong>de</strong> espessura parcial, permitindo o<br />
posicionamento coronal sobre o <strong>de</strong>feito original sem tensão.<br />
A superfície radicular foi, então, instrumentada com<br />
curetas periodontais tipo Gracey e condicionada com EDTA<br />
gel a 24% durante 2 minutos (Blomlöf et al., 1996). Em seguida,<br />
foi realizada abundante irrigação com soro fisiológico<br />
até completa remoção do gel. No grupo 1, após o preparo<br />
do leito receptor foi realizada a remoção do <strong>enxerto</strong> conjuntivo<br />
do palato (na altura da face palatina dos pré-molares<br />
superiores), utilizando-se a técnica <strong>de</strong> “porta <strong>de</strong> alçapão”,<br />
<strong>de</strong>scrita por Nelson (1987). O <strong>enxerto</strong> foi regularizado com<br />
o auxílio <strong>de</strong> uma tesoura Goldman-Fox e suturado sobre o<br />
leito receptor com fio absorvível 5.0 (figura 1C). No grupo 2,<br />
o <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular já reidratado em solução<br />
salina, conforme as recomendações do fabricante, foi<br />
recortado nas dimensões corretas e adaptado ao leito cirúrgico<br />
através <strong>de</strong> uma compressão leve com gaze estéril, por 3<br />
a 5 minutos. O material foi fixado através <strong>de</strong> sutura<br />
suspensória realizada com fio absorvível 5.0 (figura 2C). Em<br />
ambos os grupos, o retalho foi posicionado e suturado<br />
coronalmente através <strong>de</strong> sutura suspensória, a fim <strong>de</strong> recobrir<br />
todo o <strong>enxerto</strong>, enquanto as relaxantes foram suturadas com<br />
pontos simples (figuras 1D e 2D). As áreas foram protegidas<br />
Figura 1. A. Aspecto inicial da recessão gengival; B. Retalho dividido englobando o <strong>de</strong>nte a ser<br />
tratado e os dois <strong>de</strong>ntes adjacentes; C. Enxerto <strong>de</strong> tecido conjuntivo adaptado e suturado; D.<br />
Sutura coronal do retalho, recobrindo completamente o <strong>enxerto</strong>; E. Aspecto clínico do<br />
recobrimento radicular obtido após 3 meses.<br />
Figura 2. A. Aspecto inicial da recessão gengival; B. Retalho dividido englobando o <strong>de</strong>nte a ser<br />
tratado e os dois <strong>de</strong>ntes adjacentes; C. Enxerto <strong>de</strong> MDA adaptado e suturado; D. Sutura coronal<br />
do retalho, recobrindo completamente o <strong>enxerto</strong>; E. Aspecto clínico do recobrimento radicular<br />
obtido após 3 meses.<br />
com cimento cirúrgico, trocado após 7 dias e removido após<br />
14 dias.<br />
Os pacientes receberam instruções <strong>de</strong> higiene oral rotineiras<br />
<strong>de</strong> procedimentos pós-operatórios, além <strong>de</strong> instruções<br />
para prevenir traumatismo ao material enxertado por pelo<br />
95
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
menos 2 semanas. Para o controle da placa bacteriana, foram<br />
prescritos bochechos <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> digluconato <strong>de</strong><br />
clorexidina a 0,12%, duas vezes ao dia, por 15 dias. As suturas<br />
foram removidas após 15 dias <strong>de</strong> pós-operatório, sendo<br />
mantido o controle químico da placa bacteriana por mais 15<br />
dias. Após este período, foi instruído o retorno da escovação<br />
mecânica atraumática das áreas cirúrgicas. Foram realizadas<br />
instrução <strong>de</strong> higiene oral e profilaxia após 2 e 4 semanas dos<br />
procedimentos cirúrgicos, e mensalmente até completar 3<br />
meses <strong>de</strong> pós-operatório, sendo no terceiro mês realizados<br />
os exames <strong>de</strong> reavaliação, repetindo os exames iniciais.<br />
Análise estatística<br />
A estatística <strong>de</strong>scritiva foi realizada utilizando-se médias<br />
e <strong>de</strong>svio padrão. O teste <strong>de</strong> Mann-Whitney foi aplicado para<br />
<strong>de</strong>terminar se ambos os grupos tiveram recessões com tamanhos<br />
similares no pré-operatório e se houve diferença<br />
<strong>entre</strong> os grupos após 3 meses (análise <strong>entre</strong>-grupos). O teste<br />
<strong>de</strong> Wilcoxon foi utilizado para analisar se os parâmetros<br />
clínicos diferiram antes e após o tratamento (análise<br />
intragrupo). Para todas as análises estatísticas, o nível <strong>de</strong><br />
significância foi <strong>de</strong> 5 %.<br />
RESULTADOS<br />
Doze pacientes com 24 recessões gengivais classe I ou II<br />
<strong>de</strong> Miller foram tratados com <strong>enxerto</strong>s <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />
(grupo 1) e MDA (grupo 2) pela técnica do retalho estendido.<br />
Os grupos tinham <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> tamanhos semelhantes<br />
no exame inicial. Não houve diferenças estatisticamente<br />
significantes <strong>entre</strong> os grupos quanto à extensão da RG, PBS,<br />
NCIR e QGQ (tabela 1).<br />
A análise estatística intragrupos <strong>de</strong>monstrou uma redução<br />
significante da RG e aumento da QGQ <strong>entre</strong> o exame<br />
inicial e o pós-operatório <strong>de</strong> 3 meses, para os dois grupos. A<br />
PBS permaneceu inalterada durante o período <strong>de</strong> acompanhamento<br />
para os dois procedimentos (tabela 1). Não houve<br />
diferenças significantes <strong>entre</strong> os grupos quanto à média<br />
<strong>de</strong> redução da RG após 3 meses (tabela 2). Os procedimentos<br />
realizados resultaram num percentual <strong>de</strong> recobrimento<br />
radicular <strong>de</strong> 80,68% para o grupo 1 e 71,17% para o grupo<br />
2. Para as variações dos <strong>de</strong>mais parâmetros mostrados na<br />
tabela 2 também não houve diferenças significantes.<br />
Os <strong>de</strong>ntes adjacentes ao <strong>de</strong>nte tratado também foram<br />
avaliados (tabela 3). Não houve diferenças estatisticamente<br />
significantes <strong>entre</strong> os grupos em relação aos parâmetros préoperatórios<br />
e as medidas tomadas após 3 meses. Houve significativa<br />
redução na RG e aumento da QGQ tanto para o<br />
grupo 1 quanto para o grupo 2. A tabela 4 mostra que as<br />
variações dos parâmetros também não foram estatisticamente<br />
significantes para os <strong>de</strong>ntes adjacentes ao <strong>de</strong>nte tratado.<br />
DISCUSSÃO<br />
Nesse estudo, uma técnica modificada <strong>de</strong> retalho foi<br />
associada a <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial e <strong>enxerto</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular para tratamento <strong>de</strong> recessões<br />
gengivais localizadas. A técnica consiste na extensão do leito<br />
cirúrgico levando as incisões relaxantes para os <strong>de</strong>ntes<br />
adjacentes ao <strong>de</strong>nte a ser tratado, ampliando o retalho a fim<br />
<strong>de</strong> favorecer a nutrição do leito e a manipulação tecidual.<br />
Esta técnica foi previamente avaliada por Barros et al. (2004)<br />
e Barros et al. (2005) que mostraram melhores resultados<br />
clínicos que o retalho convencional, quando associada ao<br />
<strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA para recobrimento radicular. Segundo esses<br />
autores o maior leito cirúrgico promovido pela técnica<br />
modificada levou a uma maior nutrição da MDA, favorecendo<br />
sua incorporação. Estudos anteriores não avaliaram, no<br />
entanto, o comportamento do ETCS associado a esse retalho<br />
estendido. Já que a maior nutrição favoreceu a incorporação<br />
da MDA, talvez esses benefícios adicionais alcançados<br />
com a modificação do <strong>de</strong>senho do retalho pu<strong>de</strong>ssem também<br />
favorecer os resultados clínicos utilizando-se os <strong>enxerto</strong>s<br />
<strong>de</strong> tecido conjuntivo. O tecido autógeno apresenta células<br />
e vasos sanguíneos, enquanto a MDA é acelular e<br />
avascular, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da nutrição do leito receptor para<br />
cicatrização tecidual. Dessa forma, os resultados clínicos da<br />
associação do retalho modificado ao ETCS po<strong>de</strong>riam ser superiores<br />
àqueles da MDA, <strong>de</strong>vido à maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vascularização dos tecidos autógenos. Contudo, a ausência<br />
<strong>de</strong> diferenças estatisticamente significantes <strong>entre</strong> os grupos<br />
evi<strong>de</strong>nciou que os dois tipos <strong>de</strong> <strong>enxerto</strong>s tiveram comportamento<br />
clínico semelhante.<br />
O grupo 1, tratado com <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />
subepitelial, alcançou média <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> RG <strong>de</strong> 2,90 ±<br />
0,99 mm, enquanto o grupo 2, que recebeu <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA,<br />
obteve redução <strong>de</strong> RG <strong>de</strong> 2,55 ± 0,75 mm. Esses resultados<br />
<strong>de</strong>monstram que a MDA apresentou previsibilida<strong>de</strong> comparável<br />
ao <strong>enxerto</strong> autógeno, com as vantagens <strong>de</strong> dispensar<br />
uma segunda área cirúrgica.<br />
Estudos anteriores também não <strong>de</strong>monstraram diferenças<br />
no recobrimento radicular após utilização <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />
e MDA associados a técnicas clássicas <strong>de</strong> retalhos<br />
reposicionados coronalmente (Aichelmann-Reidy et al., 2001,<br />
Novaes Jr. et al., 2001, Paolantonio et al., 2002, Tal et al.,<br />
2002). Nesses estudos as taxas <strong>de</strong> recobrimento radicular<br />
variaram <strong>de</strong> 64,9% (Novaes Jr. et al., 2001) a 88,8%<br />
(Paolantonio et al., 2002) para ETCS e <strong>de</strong> 66,5% (Novaes Jr.<br />
96
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
Tabela 1<br />
MÉDIAS ± DP (MM) DOS PARÂMETROS CLÍNICOS NO EXAME INICIAL E APÓS 3 MESES.<br />
ETCS (G1) MDA (G2) Diferença<br />
<strong>entre</strong> grupos †<br />
Parâmetro Exame Inicial 3 meses Diferença* Exame Inicial 3 meses Diferença* Exame Inicial 3 meses<br />
RG 3,56 ± 0,45 0,66 ± 0,79 p= 0,005 3,52 ± 0,48 0,97 ± 0,46 p= 0,005 NS NS<br />
QGQ 1,65 ± 0,85 3,5 ± 1,78 p= 0,02 1,65 ± 0,71 2,75 ± 0,42 p= 0,012 NS NS<br />
PBS 1,16 ± 0,30 1,6 ± 0,98 NS 1,08 ± 0,23 1,61 ± 0,94 NS NS NS<br />
NCIR 10,12 ± 2,22 10,12 ± 1,17 NS 10,7 ± 2,21 9,46 ± 0,61 NS NS NS<br />
G1: grupo 1; G2: grupo 2<br />
RG: recessão gengival; QGQ: quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gengiva queratinizada; PBS: profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolsa à sondagem; NCIR: nível clínico <strong>de</strong> inserção relativo.<br />
*Teste <strong>de</strong> Wilcoxon<br />
†<br />
Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />
Tabela 2<br />
MÉDIAS DAS VARIAÇÕES ± DP (MM) NOS PARÂMETROS CLÍNICOS ENTRE O EXAME INICIAL E O CONTROLE DE 3 MESES<br />
Parâmetro<br />
RG QGQ PBS NCIR<br />
ETCS (G1) 2,90 ± 0,99 1,85 ± 2,17 0,44 ± 0,97 0,00 ± 2,78<br />
MDA (G2) 2,55 ± 0,75 1,1 ± 0,91 0,53 ± 0,91 -1,24 ± 2,55<br />
Diferença <strong>entre</strong> as técnicas* NS NS NS NS<br />
G1: grupo 1; G2: grupo 2<br />
RG: recessão gengival; QGQ: quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gengiva queratinizada; PBS: profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolsa à sondagem; NCIR: nível clínico <strong>de</strong> inserção relativo.<br />
*Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />
Tabela 3<br />
MÉDIAS ± DP (MM) DOS PARÂMETROS CLÍNICOS DOS DENTES ADJACENTES NO EXAME INICIAL E APÓS 3 MESES<br />
ETCS (G1) MDA (G2) Diferença<br />
<strong>entre</strong> grupos †<br />
Parâmetro Exame Inicial 3 meses Diferença* Exame Inicial 3 meses Diferença* Exame Inicial 3 meses<br />
RG 2,42 ± 1,20 1,07 ± 1,24 p= 0,005 1,89 ± 1,24 0,59 ± 0,87 p= 0,008 NS NS<br />
QGQ 2,10 ± 1,13 2,8 ± 1,09 p= 0,028 2 ± 0,86 2,84 ± 0,60 p= 0,016 NS NS<br />
PBS 1,31 ± 050 1,59 ± 0,65 NS 1,08 ± 0,45 1,61 ± 0,81 NS NS NS<br />
NCIR 10,52 ± 2,03 10,97 ± 1,23 NS 10,21 ± 1,76 10,60 ± 0,78 NS NS NS<br />
RG: recessão gengival; QGQ: quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gengiva queratinizada; PBS: profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolsa à sondagem; NCIR: nível clínico <strong>de</strong> inserção relativo.<br />
*Teste <strong>de</strong> Wilcoxon<br />
†<br />
Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />
Tabela 4<br />
MÉDIAS DAS VARIAÇÕES ± DP (MM) NOS PARÂMETROS CLÍNICOS DOS DENTES ADJACENTES ENTRE O EXAME INICIAL E O CONTROLE DE 3 MESES<br />
Parâmetro<br />
RG QGQ PBS NCIR<br />
ETCS (G1) 1,36 ± 0,66 0,71 ± 0,98 0,28 ± 0,41 0,45 ± 1,98<br />
MDA (G2) 1,3 ± 1,29 0,84 ± 0,81 0,53 ± 0,74 0,39 ± 1,68<br />
Diferença <strong>entre</strong> as técnicas* NS NS NS NS<br />
G1: grupo 1; G2: grupo 2<br />
RG: recessão gengival; QGQ: quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gengiva queratinizada; PBS: profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolsa à sondagem; NCIR: nível clínico <strong>de</strong> inserção relativo.<br />
*Teste <strong>de</strong> Mann-Whitney<br />
97
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
et al., 2001) a 89,1% (Tal et al., 2002) para MDA. Paolantonio<br />
et al.(2002) e Tal et al. (2002), contudo, não padronizaram o<br />
<strong>de</strong>senho do retalho, que variava <strong>de</strong> acordo com o caso, po<strong>de</strong>ndo<br />
se esten<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>ntes adjacentes e apresentar ou<br />
não incisões relaxantes, além <strong>de</strong> muitas vezes serem tratadas<br />
recessões contíguas. Essas variações influenciam a<br />
vascularização proveniente do retalho, o que dificulta uma<br />
comparação com os resultados do presente estudo. O estudo<br />
<strong>de</strong> Novaes Jr. et al. (2001) foi mais criterioso quanto à<br />
utilização da técnica <strong>de</strong> Langer & Langer apenas em recessões<br />
gengivais localizadas. O recobrimento radicular alcançado<br />
no presente estudo (80,68% para ETCS e 71,17% para MDA)<br />
foi maior que aquele obtido por Novaes Jr. et al. (64,9% para<br />
ETCS e 66,5% para MDA). Dessa forma, po<strong>de</strong>-se sugerir<br />
que a maior nutrição fornecida pela modificação do retalho<br />
beneficiou a cicatrização tecidual <strong>de</strong> ambos os <strong>enxerto</strong>s,<br />
levando a resultados clínicos mais favoráveis. Isso acontece,<br />
provavelmente, <strong>de</strong>vido à maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vasos<br />
sanguíneos, e, consequentemente, mais nutrientes e maior<br />
fonte <strong>de</strong> células. Um retalho mais extenso também favorece<br />
a manipulação tecidual, facilitando o posicionamento<br />
coronário do retalho sem tensão. Tais achados são<br />
suportados pelo estudo clínico <strong>de</strong> fluorescência angiográfica<br />
<strong>de</strong> Mörmann & Ciancio (1977) que investigou mudanças na<br />
microcirculação gengival após a realização <strong>de</strong> diferentes<br />
incisões e retalhos cirúrgicos. Os autores sugeriram que a<br />
base dos retalhos <strong>de</strong>ve ser mais larga para incluir uma maior<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vasos sanguíneos, já que a maior parte do<br />
suprimento sanguíneo da gengiva tem direção caudo-cranial,<br />
ou seja, do vestíbulo para a margem gengival (Baldi<br />
et al., 1999).<br />
Já que essa técnica envolve os <strong>de</strong>ntes adjacentes no<br />
<strong>de</strong>senho do retalho, os parâmetros clínicos <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>ntes<br />
também foram avaliados. Os dados mostraram um benefício<br />
adicional aos <strong>de</strong>ntes vizinhos, com redução da RG e aumento<br />
da QGQ. Diferenças estatisticamente significantes<br />
<strong>entre</strong> os grupos não foram observadas. Esses resultados<br />
corroboram os achados <strong>de</strong> Barros et al. (2004), que também<br />
relataram este benefício extra aos <strong>de</strong>ntes adjacentes.<br />
É importante ressaltar que, atualmente, a comercialização<br />
da <strong>matriz</strong> dérmica acelular não está regularizada<br />
no mercado nacional. Contudo, novos produtos similares,<br />
nacionais e internacionais, estão sendo preparados.<br />
CONCLUSÃO<br />
Segundo os resultados <strong>de</strong>ste estudo po<strong>de</strong>mos concluir<br />
que ambos os <strong>enxerto</strong>s avaliados (ETCS e MDA), associados<br />
à técnica <strong>de</strong> retalho estendido, proporcionaram resultados<br />
clínicos semelhantes <strong>de</strong> recobrimento radicular.<br />
ABSTRACT<br />
The subepithelial connective tissue graft (SCTG) is used<br />
in the treatment of gingival recessions, with predictable<br />
outcomes. The acellular <strong>de</strong>rmal matrix graft (ADMG) has been<br />
used in periodontal plastic surgery as a substitute for<br />
connective donor tissue, with some advantages, as less<br />
morbidity and greater availability of material. The purpose of<br />
this study was to clinically compare the use of SCTG and<br />
ADMG associated with the exten<strong>de</strong>d flap technique.<br />
12 patients with bilateral gingival recessions Class I or II Miller<br />
were selected. One group was treated with ADMG, while<br />
the other one was treated with SCTG, both associated with<br />
the exten<strong>de</strong>d flap technique. The clinical parameters – Probing<br />
<strong>de</strong>pth (PD), clinical attachment level (CAL), gingival recession<br />
(GR) and width of keratinized tissue (KT) - were measured 2<br />
weeks after basic periodontal therapy and 3 months<br />
post-surgery. Both procedures showed favorable results,<br />
with 80.68% of root coverage for SCTG and 71.17% for the<br />
ADMG after 3 months. There was no statistically<br />
significant differences between groups. We conclu<strong>de</strong> that<br />
the exten<strong>de</strong>d flap is a predictable technique when associated<br />
with ECTS and ADMG, with similar results regarding<br />
root coverage.<br />
UNITERMS: <strong>de</strong>ntal esthetics, gingival recession,<br />
autologous graft, allograft<br />
98
R. Periodontia - 19(2):93-99<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
1- Sullivan HC, Atkins JH. Free autogenous gingival grafts. I. Principles of<br />
successful grafting. Periodontics 1968a; 6: 121-129.<br />
2- Sullivan HC, Atkins JH. Free autogenous gingival grafts. III. Utilization<br />
of grafts in the treatment of gingival recessions. Periodontics 1968b;<br />
6: 152- 160.<br />
3- Grupe H, Warren R. Repair of gingival <strong>de</strong>fects by sliding flap operation.<br />
J Periodontol 1956; 27: 290-295.<br />
4- Caffesse RG, Guinard EA. Treatment of localized gingival recession.<br />
Part I. Lateral sliding flap. J Periodontol 1978; 49: 351- 356.<br />
5- Caffesse RG, Guinard EA. Treatment of localized gingival recession.<br />
Part IV. Results after three years. J Periodontol 1980; 51:167- 170.<br />
6- Allen EP, Miller PD. Coronal positioning of existing gingiva: Short term<br />
results in the treatment of shallow marginal tissue recession. J<br />
Periodontol 1989; 60: 316-319.<br />
7- Harris JR, Harris AW. The coronally positioned pedicle graft with inlaid<br />
margins: A predictable method of obtaining root coverage of shallow<br />
<strong>de</strong>fects. Int J Periodont Res Dent 1994; 14: 229-241.<br />
8- Cohen DW, Ross SE. The double papilla repositioned flap in periodontal<br />
therapy. J Periodontol 1968; 39: 65-70.<br />
9- Langer B, Langer L. Subepithelial connective tissue graft technique for<br />
root coverage. J Periodontol 1985; 56: 715-720.<br />
10- Nelson S. Subepithelial connective graft, a bilaminar reconstructive<br />
procedure for root coverage of <strong>de</strong>nu<strong>de</strong>d root surfaces. J Periodontol<br />
1987; 58: 94-102.<br />
11- Dodge JR, Hen<strong>de</strong>rson R, Greenwell H. Root coverage without a palatal<br />
donor site, using an acellular <strong>de</strong>rmal graft. Periodontal Insigths 1998;<br />
December, 5-9.<br />
12- Aichelmann-Reidy ME, Yukna RA, Nasr HF, Mayer ET. Allo<strong>de</strong>rm acellular<br />
<strong>de</strong>rmal matrix used for root coverage. J Dent Res 1999; 78(IADR<br />
Abstract), 119.<br />
13- Harris RJ. Root coverage with a connective tissue with parcial thickness<br />
double pedicle graft and an acellular <strong>de</strong>rmal matrix. A clinical and<br />
histological evaluation of a case report. J Periodontol 1998; 69:1305-<br />
1311.<br />
17- Paolantonio M, Dolci M, Esposito P, et al. Subpedicle acellular <strong>de</strong>rmal<br />
matrix graft and autogenous connective tissue graft in the treatment<br />
of gingival recessions: A comparative 1-year clinical study. J Periodontol<br />
2002;73:1299-1307.<br />
18- Barros RR, Novaes Jr. AB, Grisi MFM, Souza SL, Taba Jr. M, Palioto DB.<br />
A 6-month comparative clinical study of a conventional and a new<br />
surgical approach for root coverage with acellular <strong>de</strong>rmal matrix. Journal<br />
of Periodontology. 2004 Oct;75(10):1350-6.<br />
19- Barros RR, NovaesJr. AB, Grisi MF, Souza SL Taba Jr. M Palioto DB. New<br />
Surgical Approach for Root Coverage of Localized Gingival Recession<br />
with Acellular Dermal Matrix: A 12-Month Comparative Clinical Study.<br />
J Esthet Restor Dent 17:156–164, 2005.<br />
20- Batista EL, Jr., Batista FC, Novaes AB, Jr. Management of soft tissue<br />
ridge <strong>de</strong>formities with acellular <strong>de</strong>rmal matrix. Clinical approach and<br />
outcome after 6 months of treatment. Journal of periodontology. 2001<br />
Feb;72(2):265-73.<br />
21- Hen<strong>de</strong>rson RD, Greewell H, Drisko C, et al. Predictable multiple site<br />
root coverage using acellular <strong>de</strong>rmal matrix allograft. J Periodontol 2001;<br />
72:571–582.<br />
22- Tal H, Moses O, Zohar R, Meir H, Nemcovsky C. Root coverage of<br />
advanced gingival recession: a comparative study between acellular<br />
<strong>de</strong>rmal matrix allograft and subepithelial connective tissue grafts. J<br />
Periodontol 2002; 73:1405–1411.<br />
23- Blomlöf JPS, Blomlöf LB, Lindskog SF. Smear removal and collagen<br />
exposure after non-surgical root planning followed by etching with<br />
EDTA gel preparation. J Periodontol 1996;67:841-845.<br />
24- Mörmann W, Ciancio SG. Blood supply of human gingival following<br />
periodontal surgery. A fluorescein angiographic study. J Periodontol<br />
1977;48:681-692.<br />
25- Baldi C, Pini-Prato G, Pagliaro U, et al. Coronally advanced flap<br />
procedure for root coverage. Is flap thickness a relevant predictor to<br />
achieve root coverage? A 19-case series. J Periodontol 1999;70:1077-<br />
1084.<br />
14- Tal H. Subgingival acellular <strong>de</strong>rmal matrix allograft for the treatment<br />
of gingival recession. A case report. J Periodontol 1999; 7, 1118-1124.<br />
15- Harris RJ. A comparative study of root coverage obtained with an<br />
acellular <strong>de</strong>rmal matrix versus a connective tissue graft: Results of 107<br />
recession <strong>de</strong>fects in 50 consecutively treated patients. Int J Periodont<br />
Rest Dent 2000; 20: 51-59.<br />
16- Novaes Jr. AB, Grisi DC, Molina GO, Souza SL, Taba Jr. M, Grisi MF.<br />
Comparative 6-month clinical study of a subepithelial connective tissue<br />
graft and acellular <strong>de</strong>rmal matrix graft for the treatment of gingival<br />
recession. Journal of periodontology. 2001 Nov;72(11):1477-84.<br />
En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />
Arthur Belém Novaes Júnior<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />
Av. do Café, s/n<br />
CEP: 14040-904 - Ribeirão Preto - SP - Brasil<br />
Tel.: (16) 3602-4135<br />
E-mail: novaesjr@forp.usp.br<br />
99