10.06.2014 Views

comparação clínica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape

comparação clínica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape

comparação clínica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

R. Periodontia - 19(2):93-99<br />

menos 2 semanas. Para o controle da placa bacteriana, foram<br />

prescritos bochechos <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> digluconato <strong>de</strong><br />

clorexidina a 0,12%, duas vezes ao dia, por 15 dias. As suturas<br />

foram removidas após 15 dias <strong>de</strong> pós-operatório, sendo<br />

mantido o controle químico da placa bacteriana por mais 15<br />

dias. Após este período, foi instruído o retorno da escovação<br />

mecânica atraumática das áreas cirúrgicas. Foram realizadas<br />

instrução <strong>de</strong> higiene oral e profilaxia após 2 e 4 semanas dos<br />

procedimentos cirúrgicos, e mensalmente até completar 3<br />

meses <strong>de</strong> pós-operatório, sendo no terceiro mês realizados<br />

os exames <strong>de</strong> reavaliação, repetindo os exames iniciais.<br />

Análise estatística<br />

A estatística <strong>de</strong>scritiva foi realizada utilizando-se médias<br />

e <strong>de</strong>svio padrão. O teste <strong>de</strong> Mann-Whitney foi aplicado para<br />

<strong>de</strong>terminar se ambos os grupos tiveram recessões com tamanhos<br />

similares no pré-operatório e se houve diferença<br />

<strong>entre</strong> os grupos após 3 meses (análise <strong>entre</strong>-grupos). O teste<br />

<strong>de</strong> Wilcoxon foi utilizado para analisar se os parâmetros<br />

clínicos diferiram antes e após o tratamento (análise<br />

intragrupo). Para todas as análises estatísticas, o nível <strong>de</strong><br />

significância foi <strong>de</strong> 5 %.<br />

RESULTADOS<br />

Doze pacientes com 24 recessões gengivais classe I ou II<br />

<strong>de</strong> Miller foram tratados com <strong>enxerto</strong>s <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />

(grupo 1) e MDA (grupo 2) pela técnica do retalho estendido.<br />

Os grupos tinham <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> tamanhos semelhantes<br />

no exame inicial. Não houve diferenças estatisticamente<br />

significantes <strong>entre</strong> os grupos quanto à extensão da RG, PBS,<br />

NCIR e QGQ (tabela 1).<br />

A análise estatística intragrupos <strong>de</strong>monstrou uma redução<br />

significante da RG e aumento da QGQ <strong>entre</strong> o exame<br />

inicial e o pós-operatório <strong>de</strong> 3 meses, para os dois grupos. A<br />

PBS permaneceu inalterada durante o período <strong>de</strong> acompanhamento<br />

para os dois procedimentos (tabela 1). Não houve<br />

diferenças significantes <strong>entre</strong> os grupos quanto à média<br />

<strong>de</strong> redução da RG após 3 meses (tabela 2). Os procedimentos<br />

realizados resultaram num percentual <strong>de</strong> recobrimento<br />

radicular <strong>de</strong> 80,68% para o grupo 1 e 71,17% para o grupo<br />

2. Para as variações dos <strong>de</strong>mais parâmetros mostrados na<br />

tabela 2 também não houve diferenças significantes.<br />

Os <strong>de</strong>ntes adjacentes ao <strong>de</strong>nte tratado também foram<br />

avaliados (tabela 3). Não houve diferenças estatisticamente<br />

significantes <strong>entre</strong> os grupos em relação aos parâmetros préoperatórios<br />

e as medidas tomadas após 3 meses. Houve significativa<br />

redução na RG e aumento da QGQ tanto para o<br />

grupo 1 quanto para o grupo 2. A tabela 4 mostra que as<br />

variações dos parâmetros também não foram estatisticamente<br />

significantes para os <strong>de</strong>ntes adjacentes ao <strong>de</strong>nte tratado.<br />

DISCUSSÃO<br />

Nesse estudo, uma técnica modificada <strong>de</strong> retalho foi<br />

associada a <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial e <strong>enxerto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular para tratamento <strong>de</strong> recessões<br />

gengivais localizadas. A técnica consiste na extensão do leito<br />

cirúrgico levando as incisões relaxantes para os <strong>de</strong>ntes<br />

adjacentes ao <strong>de</strong>nte a ser tratado, ampliando o retalho a fim<br />

<strong>de</strong> favorecer a nutrição do leito e a manipulação tecidual.<br />

Esta técnica foi previamente avaliada por Barros et al. (2004)<br />

e Barros et al. (2005) que mostraram melhores resultados<br />

clínicos que o retalho convencional, quando associada ao<br />

<strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA para recobrimento radicular. Segundo esses<br />

autores o maior leito cirúrgico promovido pela técnica<br />

modificada levou a uma maior nutrição da MDA, favorecendo<br />

sua incorporação. Estudos anteriores não avaliaram, no<br />

entanto, o comportamento do ETCS associado a esse retalho<br />

estendido. Já que a maior nutrição favoreceu a incorporação<br />

da MDA, talvez esses benefícios adicionais alcançados<br />

com a modificação do <strong>de</strong>senho do retalho pu<strong>de</strong>ssem também<br />

favorecer os resultados clínicos utilizando-se os <strong>enxerto</strong>s<br />

<strong>de</strong> tecido conjuntivo. O tecido autógeno apresenta células<br />

e vasos sanguíneos, enquanto a MDA é acelular e<br />

avascular, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da nutrição do leito receptor para<br />

cicatrização tecidual. Dessa forma, os resultados clínicos da<br />

associação do retalho modificado ao ETCS po<strong>de</strong>riam ser superiores<br />

àqueles da MDA, <strong>de</strong>vido à maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vascularização dos tecidos autógenos. Contudo, a ausência<br />

<strong>de</strong> diferenças estatisticamente significantes <strong>entre</strong> os grupos<br />

evi<strong>de</strong>nciou que os dois tipos <strong>de</strong> <strong>enxerto</strong>s tiveram comportamento<br />

clínico semelhante.<br />

O grupo 1, tratado com <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />

subepitelial, alcançou média <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> RG <strong>de</strong> 2,90 ±<br />

0,99 mm, enquanto o grupo 2, que recebeu <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA,<br />

obteve redução <strong>de</strong> RG <strong>de</strong> 2,55 ± 0,75 mm. Esses resultados<br />

<strong>de</strong>monstram que a MDA apresentou previsibilida<strong>de</strong> comparável<br />

ao <strong>enxerto</strong> autógeno, com as vantagens <strong>de</strong> dispensar<br />

uma segunda área cirúrgica.<br />

Estudos anteriores também não <strong>de</strong>monstraram diferenças<br />

no recobrimento radicular após utilização <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />

e MDA associados a técnicas clássicas <strong>de</strong> retalhos<br />

reposicionados coronalmente (Aichelmann-Reidy et al., 2001,<br />

Novaes Jr. et al., 2001, Paolantonio et al., 2002, Tal et al.,<br />

2002). Nesses estudos as taxas <strong>de</strong> recobrimento radicular<br />

variaram <strong>de</strong> 64,9% (Novaes Jr. et al., 2001) a 88,8%<br />

(Paolantonio et al., 2002) para ETCS e <strong>de</strong> 66,5% (Novaes Jr.<br />

96

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!