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comparação clínica entre enxerto de matriz ... - Revista Sobrape

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R. Periodontia - 19(2):93-99<br />

ção. No entanto, essa técnica cirúrgica apresenta inconvenientes,<br />

já que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da mucosa mastigatória do palato<br />

como área doadora. A remoção do tecido autógeno aumenta<br />

o <strong>de</strong>sconforto do paciente e o risco <strong>de</strong> complicações pósoperatórias,<br />

como dor e ruptura dos vasos sanguíneos do<br />

palato. Além disso, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material necessário limita<br />

o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>m ser tratados em uma<br />

única cirurgia (Dodge et al., 1998).<br />

Para evitar uma segunda área cirúrgica e proporcionar<br />

um suprimento ilimitado <strong>de</strong> material, alguns autores têm<br />

pesquisado o uso da <strong>matriz</strong> dérmica acelular (MDA) como<br />

substituto do tecido conjuntivo nos procedimentos para<br />

recobrimento <strong>de</strong> superfícies radiculares (Dodge et al., 1998;<br />

Aichelmann-Reidy et al., 1999; Harris, 1998; Tal, 1999; Harris,<br />

2000; Novaes Jr. et al., 2001; Paolantonio et al., 2002; Barros<br />

et al., 2004; Barros et al., 2005). A MDA (AlloDerm®,<br />

LifeCell Inc., EUA) é um <strong>enxerto</strong> alógeno processado a partir<br />

<strong>de</strong> pele humana adquirida <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> tecido norte-americanos.<br />

Os tecidos, após tratamento para vetores bacterianos<br />

e virais, são acelularizados, preservando-se os componentes<br />

da <strong>matriz</strong> extracelular (composta basicamente por colágeno<br />

do tipo I, glicosaminoglicanas e glicoproteínas, como laminina<br />

e fibronectina). Finalmente, o material é liofilizado (seco e<br />

congelado), sem que tais procedimentos prejudiquem os<br />

componentes da <strong>matriz</strong>. A MDA é, portanto, um <strong>enxerto</strong><br />

não-vital que oferece uma estrutura arquitetônica capaz <strong>de</strong><br />

suportar e permitir a migração celular e nova vascularização<br />

provenientes do leito receptor, quando aplicada cirurgicamente<br />

(Batista et al., 2001).<br />

Como a MDA é uma estrutura não-vital, o processo <strong>de</strong><br />

cicatrização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente das células e vasos sanguíneos<br />

do leito receptor, sem participação <strong>de</strong> anastomoses<br />

<strong>entre</strong> os vasos do leito receptor e os já existentes no tecido<br />

enxertado, como acontece com tecidos autógenos. Assim,<br />

a técnica clássica (Langer & Langer, 1985), on<strong>de</strong> as incisões<br />

verticais são realizadas nas superfícies proximais do <strong>de</strong>nte a<br />

ser tratado, po<strong>de</strong> não ser a<strong>de</strong>quada para MDA. A proximida<strong>de</strong><br />

das incisões com o <strong>enxerto</strong> alógeno limita o suprimento<br />

sangüíneo e fonte <strong>de</strong> células e po<strong>de</strong>, ainda, permitir a<br />

invaginação epitelial, predispondo à exposição do <strong>enxerto</strong>,<br />

o que comprometeria o recobrimento radicular (Hen<strong>de</strong>rson<br />

et al., 2001). Dessa forma, Barros et al. (2004) propuseram<br />

uma modificação no <strong>de</strong>senho e na amplitu<strong>de</strong> do retalho,<br />

com o intuito <strong>de</strong> melhorar a previsibilida<strong>de</strong> e estabilida<strong>de</strong><br />

dos resultados. Nesse estudo, o recobrimento radicular com<br />

MDA utilizando a técnica clássica foram comparados com a<br />

nova técnica. Na modificação da técnica, foi aumentado o<br />

leito cirúrgico, <strong>de</strong>slocando as incisões verticais para as faces<br />

proximais dos <strong>de</strong>ntes adjacentes à recessão. A técnica do<br />

retalho estendido alcançou melhor taxa <strong>de</strong> recobrimento<br />

radicular (79%) quando comparada com aquela obtida com<br />

a técnica <strong>de</strong> Langer & Langer (63,95%). A ampliação do tamanho<br />

do retalho e <strong>de</strong> sua base, ao aumentar a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vasos sanguíneos e fonte <strong>de</strong> células, pareceu melhorar a<br />

nutrição do <strong>enxerto</strong>, além <strong>de</strong> permitir melhor manipulação<br />

tecidual e maior proteção ao <strong>enxerto</strong>. Contudo, o comportamento<br />

do retalho modificado proposto por Barros et al.<br />

(2004) quando associado a <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo<br />

subepitelial, especialmente em comparação ao <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>matriz</strong> dérmica acelular, ainda não foi <strong>de</strong>monstrado na literatura.<br />

Estudos anteriores compararam os resultados <strong>de</strong><br />

recobrimento radicular obtidos <strong>entre</strong> a MDA e o <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong><br />

conjuntivo utilizando a técnica clássica (Aichelmann-Reidy et<br />

al., 2001; Novaes Jr et al., 2001; Tal et al., 2002). Nesses<br />

estudos as diferenças dos resultados obtidos não foram estatisticamente<br />

significantes, <strong>de</strong>monstrando uma similarida<strong>de</strong><br />

<strong>entre</strong> os dois <strong>enxerto</strong>s quanto ao recobrimento radicular.<br />

Diante dos bons resultados obtidos com o retalho estendido<br />

associado à MDA, surgiu um questionamento quanto<br />

à possibilida<strong>de</strong> dos benefícios <strong>de</strong>ssa modificação do retalho<br />

também proporcionarem melhores resultados quando<br />

associados ao <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial. O<br />

objetivo <strong>de</strong>sse estudo foi comparar clinicamente a utilização<br />

<strong>de</strong> <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> MDA e <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> conjuntivo na técnica <strong>de</strong><br />

retalho estendido para recobrimento radicular.<br />

MATERIAL E MÉTODO<br />

Amostra populacional<br />

A metodologia foi aprovada pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em<br />

Pesquisa da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (processo nº 2007.1.312.58.2).<br />

Foram selecionados doze pacientes da Clínica <strong>de</strong> Periodontia<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia <strong>de</strong> Ribeirão Preto, adultos <strong>de</strong><br />

ambos os sexos, não fumantes, sem qualquer envolvimento<br />

sistêmico que contraindicasse o tratamento periodontal. Os<br />

pacientes apresentavam pelo menos um par <strong>de</strong> recessões<br />

gengivais, classe I ou II <strong>de</strong> Miller, localizadas em quadrantes<br />

diferentes, na mesma arcada <strong>de</strong>ntária. Um dos quadrantes<br />

recebeu o <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> <strong>matriz</strong> dérmica acelular (MDA) e o<br />

outro, <strong>enxerto</strong> <strong>de</strong> tecido conjuntivo subepitelial (ETCS), ambos<br />

através da técnica modificada (Barros et al., 2004). Todos<br />

os pacientes passaram por uma terapia pré-cirúrgica (instrução<br />

<strong>de</strong> higiene oral, controle <strong>de</strong> placa bacteriana e raspagem<br />

e alisamento radicular).<br />

Parâmetros clínicos<br />

Os parâmetros clínicos avaliados foram: Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

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