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de Pedro Américo - Association des Revues Plurielles

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BIBLIOGRAFIA<br />

• BAJAC, Q., L´image révélée -<br />

L´invention <strong>de</strong> la photographie -<br />

ed. Decouvertes Gallimard<br />

/Réunion <strong>de</strong>s Musées Nationaux.<br />

• DIDI-HUBERMAN, G. E<br />

MANNONI, L., Mouvements <strong>de</strong><br />

l´air- Étienne Jules-Marey, photographe<br />

<strong>de</strong>s fluids, Ed. Gallimard,<br />

Paris, 2004, 361pp.,il.<br />

• EVERDELL, William R., Os primeiros<br />

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inglês: The first mo<strong>de</strong>rns., RJ, Ed.<br />

Record, 2000, 571 p., trad. <strong>de</strong><br />

Cynthia Cortes e Paulo Soares.<br />

• FRIZOT, M., Étienne-Jules Marey,<br />

Ed. Centre National <strong>de</strong> Photographie,<br />

Paris, 1987, 140 pp. il.<br />

• GERNSHEIM, Helmuth (in colaboration<br />

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ed.1965, 2a ed. revisada 1971, 314<br />

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Muybridge - the father of the Motion<br />

Picture, Dover Publications, 2001,<br />

271p., iI.<br />

• LANEYRIE-DAGEN, N. (org.), Le<br />

Métier d’Artiste. Ed. Larousse-<br />

Bordas/HER, Paris, 1999, 239 p., il.<br />

• OLIVEIRA, Vladimir Machado <strong>de</strong>,<br />

Do Esboço pictórico às rotundas<br />

dos Dioramas: A fotografia na<br />

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Américo (1843-1905), Tese <strong>de</strong><br />

Doutorado, USP, 2002, 283 pp.,il.<br />

(arquivo digital e impresso).<br />

• RODIN, Auguste, L´Art, Entretiens<br />

réunis par Paul GSELL , Bernard<br />

Grasset, Paris,1912, 318 pp., il.<br />

• ROUILLÉ, André, La photographie<br />

en France : Textes et controverses -<br />

1816-1860, ed. Macula, Paris,<br />

1989.<br />

das figuras e da rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> execução<br />

da obra, realizada praticamente<br />

em um ano. As fotografias <strong>de</strong> retratos<br />

dos personagens da guerra no<br />

formato carte-<strong>de</strong>-visite (6 X 9cm)<br />

po<strong>de</strong>riam ser ampliados sem dificulda<strong>de</strong>,<br />

manualmente para uma<br />

tela, por um solitário pintor na<br />

pintura <strong>de</strong> cavalete. Mas em uma<br />

obra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões como a<br />

Batalha do Avahí, nada era espontâneo<br />

e necessitava <strong>de</strong> preparativos<br />

técnicos seguros para o bom resul-<br />

tado final da obra. O problema<br />

então, era resolver em um gran<strong>de</strong><br />

mural a exigência <strong>de</strong> “rapi<strong>de</strong>z” <strong>de</strong><br />

execução e “perfeição” realista dos<br />

fatos. Observe-se que a pintura<br />

contava com mais <strong>de</strong> 400 figuras e<br />

on<strong>de</strong> cada soldado estava retratado<br />

individualmente com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes. Nossa hipótese<br />

é arriscada, mas seguindo fortes<br />

indícios, é bem possível que tenham<br />

sido feitos clichês em vidro <strong>de</strong>stas<br />

fotografias para que fossem projetadas<br />

com a Lanterna Mágica, fazendo<br />

as ampliações dos retratos na tela.<br />

A nossa hipótese <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />

instrumentos óticos, é reforçada<br />

pelo fato <strong>de</strong> que <strong>Pedro</strong> Américo<br />

conhecia bem o campo fotográfico,<br />

sendo amigo <strong>de</strong> um dos mais<br />

importantes fotógrafos cariocas,<br />

Marc Ferrez, com quem se aconselhava.<br />

Ferrez com ajuda <strong>de</strong> óticos<br />

franceses, havia construído no final<br />

do séc. XIX, uma câmera que fotografava<br />

panoramas em clichê <strong>de</strong><br />

vidro <strong>de</strong> até 1m X 30 cm, um dos<br />

maiores da época.O mais notável é<br />

que Marc Ferrez era também um<br />

<strong>de</strong>voto das projeções luminosas <strong>de</strong><br />

fotografias com a Lanterna Mágica<br />

em locais públicos, e que certamente<br />

o pintor conhecia esses<br />

instrumentos.<br />

Essa hipótese em nada diminui<br />

a autoria criativa da obra. Essa era<br />

uma prática comum dos pintores<br />

murais da pintura <strong>de</strong> história e principalmente<br />

dos populares Panoramas,<br />

os quais <strong>Pedro</strong> Américo conhecia<br />

bem, tendo visitado o Panorama<br />

<strong>de</strong> Londres, na Inglaterra.<br />

O Impressionismo francês, que<br />

ditaria os rumos <strong>de</strong> um novo<br />

mo<strong>de</strong>rnismo nas artes, só seria<br />

conhecido amplamente a partir <strong>de</strong><br />

1880. Portanto, po<strong>de</strong>mos afirmar<br />

sem medo <strong>de</strong> errar, que <strong>Pedro</strong><br />

Américo entre 1860 e 1880 havia<br />

mo<strong>de</strong>rnizado a pintura <strong>de</strong> história<br />

no Brasil. Nesse ponto, a sua<br />

pintura <strong>de</strong> história ocupou um significativo<br />

espaço <strong>de</strong> representação na<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira. Além do resultado<br />

pictórico e além da recepção<br />

crítica <strong>de</strong> sua obra, ele interagiu<br />

com sua pintura dialogando com as<br />

transformações sócio-culturais <strong>de</strong><br />

seu tempo. Foi nesse período histórico<br />

da inauguração da chamada<br />

“era do espetáculo” que <strong>Pedro</strong><br />

Américo respon<strong>de</strong>u aos <strong>de</strong>safios<br />

buscando uma solução das mais<br />

avançadas e mo<strong>de</strong>rnas para a<br />

época. Combinando a imaginação e<br />

o rigor realista “verda<strong>de</strong>iro”, tendo<br />

as fotografias como mo<strong>de</strong>los na<br />

representação pictórica da história,<br />

e fazendo uma instalação da<br />

Batalha do Avahí em uma espetacular<br />

rotunda <strong>de</strong> Panorama, com<br />

cobrança <strong>de</strong> ingresso visando o<br />

gran<strong>de</strong> público não letrado, ele<br />

inseria a cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

“a Bizâncio comercial”, no cosmopolitismo<br />

do “espetáculo das artes”<br />

da civilização oci<strong>de</strong>ntal. A história<br />

posterior, <strong>de</strong> uma cultura, como a<br />

brasileira, marcada por altas taxas<br />

<strong>de</strong> analfabetismo, revelaria por<br />

certo, muito da eficácia, do alcance<br />

e do impacto coletivo <strong>de</strong>sta representação<br />

visual ●<br />

1 Wat, Pierre, “Salonard et refusés, XIX<br />

siècle”. In Laneyrie-Dagen, N. et al.,<br />

Le Métier d’Artiste, Larousse-<br />

Bordas/HER, 1999, p.162.<br />

2 Cf. Américo, <strong>Pedro</strong>, La Réforme <strong>de</strong><br />

l’École <strong>de</strong>s Beaux-Arts et l’opposition<br />

par un élève, A. Morel et Cie.<br />

Editeurs, Paris, 1863, 15 p., 15 X 10<br />

cm, p.11. As citações em francês a<br />

seguir, correspon<strong>de</strong>m a esse texto <strong>de</strong><br />

P. Américo. Agra<strong>de</strong>cemos imensamente<br />

ao Padre Ruy Vieira o acesso<br />

a esse raro e precioso opúsculo.<br />

Padre Vieira é fundador do Museu<br />

<strong>Pedro</strong> Américo em Areia, em<br />

Paraíba, terra natal do artista.<br />

3 RODIN, Auguste, L´Art, 1912, p.78.<br />

4 Étienne-Jules Marey publica em 1873<br />

em Paris, La machine animale, locomotion<br />

terrestre et aérienne com 117<br />

figuras. Em 1872-1873, jornais <strong>de</strong> S.<br />

Francisco, como o Bulletin, a<br />

Chronicle e o Post haviam tornado<br />

notável o fato das experiências fotográficas<br />

do movimento, feitas por<br />

Muybridge. Cf. Hendrick, G. op.cit.,<br />

p. 100. e FRIZOT, M. op.cit.<br />

5 Trata-se <strong>de</strong> uma foto <strong>de</strong> cavalo <strong>de</strong><br />

autoria <strong>de</strong> C. Famin - photographe,<br />

Paris, colada em cartão ver<strong>de</strong>, tendo<br />

no verso o carimbo da Photographie<br />

Artistique, A.Foucelle, Rue <strong>de</strong> Seine,<br />

6, Paris. Dim. 12 X 15 aprox. (pasta<br />

44, arquivo do MNBA-RJ).<br />

6 Nullius, Gazeta <strong>de</strong> Notícias, 29 set. e<br />

2 out. 1877, p. 2 e 3. Biblioteca<br />

Nacional - RJ.<br />

40 LATITUDES n° 23 - avril 2005

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