marca_da_cal - SAFERGS

MARCA DA CAL
www.safergs.com.br Edição: 013. Porto Alegre RS, fevereiro de 2008
DUPLA SE UNE
SINDICATO DOS ÁRBITROS
DE FUTEBOL DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
Fotos:Daniel Boucinha
NA CHORADEIRA
Tradição é tradição. O Campeonato Gaúcho não seria o que é se não existissem as críticas ao
trabalho na arbitragem. Assim, no final do primeiro turno da competição assistimos a reedição
de um velho filme. Dirigentes da dupla Gre-Nal, em especial, crônica esportiva e torcedores se
engalfinharam numa polêmica a respeito de eventuais erros dos árbitros
Odebate começou vários tons acima do que recomendam
as relações respeitosas no âmbito esportivo,
com a declaração do diretor de futebol
do Grêmio
Foot-ball Portoalegrense,
Paulo Pelaipe,
sobre o caráter
do árbitro
Márcio Chagas
da Silva.
Em 19 de
fevereiro, depois
do julgamento
onde
foi condenado
pelo Tribunal
Ciro Camargo, Sindicato em ação
de Justiça
Desportiva a 30 dias de suspensão por ofensas contra o
SAFERGS presta contas
No dia 29 de fevereiro acontece a assembléia
geral de prestação de contas relativas ao exercício
de 2007. Na ocasião, serão expostos à cate-
árbitro após jogo Caxias X Grêmio, no dia 2 de fevereiro,
Pelaipe voltou a atacar, qualificando Chagas de
“mal-intencionado, perigoso e mentiroso”.
O dirigente tricolor é reincidente neste tipo de comportamento,
já tendo sido condenado pela Justiça Desportiva
no ano passado pelo mesmo motivo.
Sua manifestação obrigou o SAFERGS a emitir uma
veemente nota de repúdio, no dia 20 de fevereiro. No
documento, o vice-presidente do Sindicato, Ciro Camargo,
observa: “Caso Paulo Pelaipe não saiba, para
fazer parte do quadro de árbitros da Federação Gaúcha
de Futebol, o profissional precisa ter uma vida pessoal e
pública ilibada, inclusive no âmbito do Judiciário. Nem
todos os dirigentes esportivos podem ostentar uma conduta
assim exemplar. O árbitro Márcio Chagas da Silva
pode”, ressalta o vice-presidente do Sindicato.
Ciro Camargo também rechaça a qualificação “árbitro
perigoso”. “Se existe alguém perigoso neste caso,
seguramente não é Márcio Chagas da Silva”, conclui .
Analistas criticam postura dos dirigentes
Na imprensa escrita, o comentarista Ilgo Winck
foi incisivo na defesa de Márcio Chagas. “Márcio
está sendo injustiçado por dirigentes afoitos e determinados
a condicionar a arbitragem”, escreveu Winck
no Correio do Povo do dia 23 de fevereiro. Na
mesma data, na Zero Hora, o analista Wianey Carlet
também bateu duro.
“Inaceitáveis são o tom e os termos das reclamações.
Parece que não basta destacar o equívoco
mas, imprescindível, atacar reputações, seja
do árbitro ou de quem o escala. O pecado da insinuação
maldosa é praticado sem qualquer constrangimento.
É a parte do comportamento que
em nada contribui com o futebol, pelo contrário”,
anotou Wianey.
E foi além. “Duvido que algum dirigente suportaria
ver e ouvir os seus erros sendo proclamados
o tempo inteiro. Ninguém agüentaria, por
exemplo, ser acusado de incompetente ou de estar
a serviço dos adversários. Seria tão abominável
quanto sugerir que o árbitro errou deliberadamente.
Ou assim agiu quem o escalou”, concluiu
o jornalista.
Na internet o Blog Tricolor, do Clic RBS, reproduziu
a nota do Sindicato no dia 21 e abriu
espaço para os comentários dos leitores. Apesar
de ser um reduto gremista, é interessante anotar
que dos 27 comentários, muitos teceram críticas
ácidas ao diretor de futebol tricolor, que chegou
até mesmo a ser qualificado de “fanfarrão”.
Matéria publicada no site Final Sports no dia
20 também recebeu comentários. De um total de
12, apenas 1 favorável a Paulo Pelaipe.
Pelo lado do Inter, os torcedores ouvidos pela Rádio
Guaíba antes do jogo entre Inter X São Luiz, no dia
23 de fevereiro, na abertura do segundo turno do Gauchão,
foram unânimes em considerar que a tarefa da
diretoria é fazer com que a equipe se dedique com mais
afinco nos jogos e reclamar menos da arbitragem.
Sem dúvida, um bom conselho tanto para o Inter
como para o Grêmio.
Mais na Palavra do Presidente e na página 3.
goria todos os gastos realizados no ano que passou,
bem como serão prestados todos os esclarecimentos
que os presentes julgarem necessários.
A assembléia começa à 19 horas, em segunda
e última chamada, na sede do SAFERGS, na avenida
Borges de Medeiros, nº 308, sala 141, no
Centro de Porto Alegre.
Confira o edital na página 3.
Márcio Chagas foi um dos destaques na
pré-temporada dos árbitros gaúchos para
as competições de 2008
Entrevista
A entrevista do mês é com José Luiz
Barreto, um dos nomes mais respeitáveis
da arbitragem gaúcha. Além de competente
dentro das quatro linhas, ele foi
o responsável, quando à frente da CEAF/
RS, pelo fortalecimento
da arbitragem
e o
lançamento de
vários nomes
que hoje se destacam
no cenário
nacional e
internacional,
entre os quais
Altemir Hausmann,
Leonardo Gaciba e Carlos Simon.
págs. 4 e 5

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MARCA DA CAL fevereiro de 2008
SINDICATO DOS ÁRBITROS DE
FUTEBOL DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
Av. Borges de Medeiros, 308, SL 141
Fone: (051) 3226-0150. Fax: 3227-9074.
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Executiva
Presidente: Carlos Eugênio Simon
1∫ Vice Presidente: Ciro M. Benck Camargo
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2 ∫ Tesoureiro: Alexandre Antônio P. Kleiniche
1∫ Secret·rio: José Javel Silveira
2∫ Secret·rio: Rafael dos S. Barbosa
Suplentes: Leandro P. Vuaden, Fabrício N.
Corrêa, Luiz R. Porto Guaranha, Ademir
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Luiz Pizolotto e Nairon Oberto da Silva
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Departamentos
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Airton Lima Fraga e Vilson Bagatini
Social: José Calza, Rinaldo Lopes da Silva
e José Otávio Dias Bitencourt
Interior: Cristiano Arlei Hening, Paulino
Flores Pinto e Vinicius Costa da Costa
Esportes: Adão Alípio Soares,
André Cieslak e João Hanna Kafrouni
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Escalas: Volnei Fagundes, Carlos Schuck
e João Roberto Scherer
Imprensa: Francisco de P. Neto, José Carlos
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Expediente
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Fotografia: Daniel Boucinha.
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Projeto Gráfico/Diagramação: MSS.
Distribuição: Paulo Gideão (9814-5737).
Impressão:VTPropaganda.
Tiragem:2.000
FEDERAÇÃO GAÚCHA
DE FUTEBOL
Companheiros
de arbitragem:
Um ditado
popular nos Estados
Unidos
reza que só existem
duas certezas
na vida, a morte
e o pagamento de impostos. Pois bem,
no Rio Grande do Sul existe mais uma:
as reclamações contra a arbitragem no
Campeonato Gaúcho. Tão certo como
o sol se põe, todo ano é garantido que
em algum momento do Gauchão vão
eclodir reclamações iradas contra a atuação
dos árbitros.
Assim, no final do primeiro turno do
campeonato deste ano mais uma vez
uma saraivada de críticas foi lançada
contra os homens do apito. É normal
que isto aconteça. Como já disse muitas
vezes aqui neste espaço, o futebol é
um jogo que desperta paixões extremas
e, em razão disto, é compreensível que
gere reações emocionadas quando os
fatos contrariam os desejos de torcedores
e dirigentes. Por exemplo, quando
um time perde ou empata uma partida
em que era o franco favorito, é comum
A palavra do Presidente
os aficionados buscarem explicações para
o insucesso a partir de fatores externos,
mais precisamente no comportamento da
arbitragem. Como as regras do futebol
não são uma ciência exata, são possíveis
diversas interpretações sobre uma decisão
do árbitro, surgindo daí a polêmica –
nem sempre assentada em argumentos
razoáveis. Mas a paixão é assim mesmo,
não se deixa guiar pela razão.
As críticas fazem parte do jogo. Quando
procedentes, devem ser objeto de reflexão
e servir para aprimorar o trabalho
do árbitro. Quando despropositadas, devem
ser relevadas e entendidas como uma
manifestação da paixão do torcedor. Na
verdade, se constituem num tempero
apimentado de um jogo de futebol.
Porém, há críticas que não podemos
aceitar calados. Foi o que aconteceu no
caso envolvendo o colega Márcio Chagas
da Silva e o diretor de futebol do
Grêmio Paulo Pelaipe. Na intenção de
pressionar a arbitragem, o dirigente tricolor
resvalou para o terreno sem nobreza
da ofensa da honra. O caso está
esmiuçado na matéria de capa desta edição.
O que quero ressaltar aqui é que
Blatter defende profissionalização
Dirigente ainda se manifestou contra a “bola inteligente”,
que na sua opinião tiraria o fascínio do futebol.
O presidente
da Federação
Internacional
de Futebol
(FIFA) Joseph
Blatter pediu a
criação de “árbitros
profissionais”,
e adiantou
a intenção do organismo de
experimentar o uso de dois árbitros
assistentes a mais no
Mundial Sub-20 feminino do
Chile. “O problema que temos é
a arbitragem, não a mudança
de regras do jogo”, afirmou
Blatter durante uma reunião no
mês de fevereiro com representantes
da imprensa no estádio
Santiago Bernabéu, em Madri.
“Nas ligas profissionais devemos
ter árbitros profissionais
porque um árbitro que
está em sua profissão não é
afetado, pelo menos não tão
afetado, como se fosse seu hobby,
porque ele seria um árbitro
que tem que pensar em retornar
à sua profissão”, disse
o presidente da FIFA.
“Devemos ter árbitros profissionais
e ajudar”, continuou
Blatter, garantindo que “as
regras do jogo são praticamente
perfeitas”. O presidente da
FIFA relatou que, na próxima
reunião da International
Board, prevista para o início
de março, o uso de dois árbitros
assistentes a mais será
considerado para ajudar na
grande área e na marcação de
faltas do jogo durante o Mundial
Sub-20 feminino no Chile.
Blatter se mostrou também
contrário ao uso da “bola inteligente”
para elucidar os
chamados “gols fantasmas”,
na dúvida se a bola entrou ou
não, por considerar o sistema
“muito caro e complicado”.
“Nos últimos 42 anos tivemos
40 casos (de gol fantasma), e
por menos de um caso por ano
não devemos mudar tudo”, disse
Blatter. O presidente da
FIFA concluiu dizendo que introduzir
tanta tecnologia
transformaria “o jogo em algo
científico e faria com que perdesse
seu fascínio”.
Montagem insere a máquina e o ser
humano dentro das quatro linhas
em hipótese alguma o SAFERGS vai se
calar diante de acontecimentos desta
natureza. Na sua legítima função de
defender os seus associados, a entidade
vai se manifestar sempre o que a situação
exigir, e com a mesma contundência
do ataque sofrido. Foi o que fizemos
agora e faremos amanhã, se for preciso.
Silenciar, neste caso, significa deixar
que a ignomínia humilhe a arbitragem
gaúcha. Isto é algo que nunca vamos
permitir.
***
O jornal Marca da Cal completou um
ano. Fruto de um dos nossos compromissos
de campanha – dinamizar a comunicação
da entidade – a publicação,
juntamente com o site
www.safergs.com.br, já se tornou ponto
de referência e informação para a categoria
e a comunidade esportiva em geral.
Em nome do SAFERGS, manifesto
minhas congratulações aos profissionais
de imprensa pelo bom trabalho que realizam.
***
A todos, o meu abraço fraterno. Até
a próxima.
Em 2020, o futuro
entra em campo
O estudo Orange Future of Footbal
Report 2008, conduzido pela consultoria
Future Laboratory, de Londres,
prevê que em 2020 alguns aspectos
da prática do futebol serão bem diferentes
dos que estamos acostumados a
ver. De acordo com reportagem publicada
no jornal britânico The Times, os
árbitros assistentes seriam substituídos
por robôs, programados para identificar
com precisão a posição dos jogadores.
Os árbitros principais, por sua
vez, receberiam o auxílio de sensores
de luz para sinalizar as saídas de bola
e posições das jogadas. As medidas, segundo
o estudo, erradicariam os erros.
Além da total informatização dos
estádios – que, no estudo, são chamados
de “estádios vivos” –, uma
grande mudança seria na forma como
os torcedores acompanham a partida,
com a diminuição das diferenças
entre a transmissão pela TV e a presença
no estádio, com as projeções dos
jogos em hologramas de três dimensões.
As arquibancadas contarão
em seus assentos com monitores
transmitindo em vários ângulos,
inclusive o replay das jogadas.
Com a terapia genética, jogadores
machucados passarão bem menos tempo
em recuperação. E a tecnologia
permitirá fabricar uniformes mais resistentes
– para prevenir ferimentos e
controlar a temperatura – e rentáveis,
já que sensores poderão alternar várias
logomarcas durante o jogo.

Nacional
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Críticas sim, ofensas não
Como era previsível, a investida de Grêmio e Inter repercutiu
intensamente.
não
fevereiro de 2008 MARCA DA CAL 3
A nota do Sindicato
SAFERGS repudia declarações de
Paulo Pelaipe contra o árbitro Márcio
Chagas da Silva
Amanifestação destemperada do
dirigente gremista foi o sinal
para que dirigentes do rival
Sport Clube Internacional também
entrassem na arena para desferir críticas
contra os árbitros, restringindo-se,
porém, a questões técnicas, sem ingressar
na perigosa seara dos ataques à honra
pessoal. O presidente do Inter Vitório
Piffero exigiu árbitros mais experientes
para apitar os jogos da sua equipe.
O vice-presidente do Inter, Giovanni
Luigi, convocou a imprensa no dia 22
Arbitragem nota 10
Na mídia radiofônica, os principais
programas esportivos, como, por exemplo,
o Terceiro Tempo, da Guaíba, o Sala
de Redação, da Gaúcha, e o Apito Final
da Bandeirantes, abordaram o
assunto. Na sua maioria, os debatedores
entenderam as razões da reação forte do
Sindicato e criticaram a intenção dos
dirigentes de condicionar a arbitragem.
O presidente da Federação Gaúcha
de Futebol, Francisco Novelletto, considerou
injustas as críticas a Chagas:
“A arbitragem do Márcio foi 10 em
Ijuí e a do Caxias x Grêmio também
foi ótima. O Márcio está no nível do
Simon, do Gaciba, do Vuaden”.
A palavra
do Márcio
Em entrevista concedida ao
repórter Luiz Henrique Benfica
e publicada no jornal Zero Hora
do dia 22 de fevereiro, o árbitro
Márcio Chagas da Silva
mostrou-se sereno diante das
críticas orquestradas pela dupla
Gre-Nal. Confira a seguir.
para apresentar um vídeo com supostos
erros de arbitragem no jogo São
Luiz X Inter, também apitado por
Márcio Chagas da Silva.
O tiro saiu pela culatra, pois os três
lances apresentados geraram mais
dúvidas do que certezas entre os analistas,
o que se constitui em um atestado
de acerto para o árbitro, que
tem que decidir sobre o lance num
átimo, sem a possibilidade de rever e
paralisar a jogada num aparelho de
televisão.
Novelleto definiu a arbitragem gaúcha
como a melhor do Brasil e avisou
que vai manter as escalas. “Mandei
uma mensagem para o Piffero. Até
brinquei: Vou contratar Jesus Cristo”,
contou Novelletto.
O presidente do São Luiz de Ijuí, Sadi
Pereira, também reagiu ao novo quadro
de pressão estabelecido no
Gauchão. “Vejo com preocupação e
acho essa situação lamentável. Eu
achei que a arbitragem de São Luiz
x Inter aqui em Ijuí foi boa, não influenciou
em nada. O Inter, como um
time grande, não precisava fazer esse
tipo de coisa”, disse o dirigente.
Daniel Boucinha
A motivação das críticas
É porque, de fato, começou o Gauchão, com emparelhamento de posições.
Às vezes, os resultados não são bons e é preciso procurar um alvo.
As acusações de Paulo Pelaipe
Não gostaria de ter me atritado com ele, mas não posso omitir fatos.
Há imagens dele proferindo as palavras que mencionei na súmula.
O pedido de Piffero
Não sei o que ele quer dizer com isso.(Nota da redação: o presidente
colorado pediu árbitros de primeira linha em seus jogos). No ranking gaúcho,
fui eleito o quarto melhor, atrás de Carlos Simon, Leonardo Gaciba
e Leandro Vuaden. Depois, tem Vinícius Costa e Fabrício Corrêa. Estou
com a cara a tapa.
Dupla Gre-Nal
Caso fosse escalado para apitar outros jogos da dupla Gre-Nal iria com
a maior naturalidade. Cada jogo é um jogo. Sei que o Gauchão é muito
acirrado e toda partida tem que ser encarada como se fosse uma final.
Agiria com a maior tranqüilidade. Não levaria nada dos jogos passados.
“Quem por acaso se atrever
a atacar, verbal ou fisicamente,
qualquer associado do
nosso Sindicato no exercício
da sua profissão, que tenha
em mente uma certeza: não
vai ficar sem resposta”.
Frase capturada
da coluna
“A palavra do
Presidente”,
assinada por
Carlos Simon,
edição de abril
de 2007.
EDITAL
CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA
O presidente do Sindicato aos Árbitros de Futebol do Estado do RS (SAFERGS),
no uso de suas atribuições legais estatutárias, vem, através do presente, convocar
todos os árbitros de futebol associados, a participar da ASSEMBLÉIA GE-
RAL ORDINÁRIA, a realizar-se no dia 29 de fevereiro de 2008, na sede deste
Sindicato, sito à Avenida Borges de Medeiros 308, sala 141, Centro, nesta Capital,
às 18h30, em primeira convocação e, ás 19h, em segunda e última convocação,
com quorum legal de votação, com a seguinte Ordem do Dia:
– prestação de contas do exercício anterior (artigo 23, § 1º do Estatuto) e;
– assuntos gerais.
Porto Alegre/RS . 7 de fevereiro de 2008.
Carlos Eugênio Simon / Presidente
Na terça-feira, 19, depois de ser suspenso
por 30 dias no Tribunal de Justiça
Desportiva o diretor de futebol do
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Paulo
Pelaipe voltou a ofender o árbitro
Márcio Chagas da Silva.
A suspensão do dirigente tricolor
aconteceu em razão de ofensas dirigidas
ao árbitro no jogo Caxias 2 X 2
Grêmio, realizada no dia 2 de fevereiro
pelo Campeonato Gaúcho.
Depois do julgamento, Paulo Pelaipe
declarou textualmente aos meios de comunicação:
“Tenho que me cuidar. Fiquei à mercê
de um árbitro mal-intencionado como
esse Márcio Chagas da Silva. Ele é um
árbitro perigoso que mente na súmula”.
Na defesa dos legítimos interesses de
um de seus associados, a diretoria do
Sindicato dos Árbitros de Futebol do Rio
Grande do Sul (SAFERGS) não pode
se calar diante da agressão de Paulo
Pelaipe.
Assim, o SAFERGS manifesta publicamente
o seu repúdio às declarações
caluniosas do dirigente tricolor – conhecido
por seu destempero contra a arbitragem
sempre que o resultado de uma
partida não favorece a sua equipe.
Sobre o lamentável episódio, assim se
manifestou o vice-presidente do SA-
FERGS, Ciro Camargo: “caso Paulo
Pelaipe não saiba, para fazer parte do
quadro de árbitros da Federação Gaúcha
de Futebol, o profissional precisa
ter uma vida pessoal e pública ilibada,
inclusive no âmbito do Judiciário”.
“Nem todos os dirigentes esportivos
podem ostentar uma conduta assim
exemplar. O árbitro Márcio Chagas da
Silva pode”, acrescentou o vice-presidente
do Sindicato.
Ele também rechaçou a qualificação
“árbitro perigoso”. “Se existe alguém
perigoso neste caso, seguramente não
é Márcio Chagas da Silva”, concluiu
Ciro Camargo.

4
MARCA DA CAL fevereiro de 2008
Um gaúcho deve estar lá
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○
Entrevista
Só 13 brasileiros foram árbitros em 30
dos 708 jogos de 18 Copas do Mundo:
Carlos Eugênio Simon (RS) 5 jogos
(2 em 2002 e 3 em 2006),
José Roberto Wright 4 (90),
Gilberto de Almeida Rêgo 3 (30),
Arnaldo César Coelho 3
(1 em 78 e 2 em 82, inclusive final),
Romualdo Arpi 3 (em 86, inclusive final)
Mário Vianna 2 (1 em 50 e 1 em 54),
Armando Marques 2 (1 em 66 e 1 em 74),
Renato Marsiglia (RS) 2 (94),
Márcio Rezende 2 (98),
Alberto Gama Malcher 1 (50),
Mário Gardelli 1 (50),
João Etzel Filho 1 (62),
Aírton Vieira de Moraes 1 (70).
Apenas 17 árbitros dirigiram jogos em três Copas do Mundo,
de 1930 a 2006. O que soma mais partidas é Joel Quiniou
(França) com oito, e quatro outros têm sete: Jan Langenus
(Bélgica), Juan Gardeazabal (Espanha), Merwyn Griffiths
(Gales) e Ali Bujsaim (Emirados Árabes). Mais sete aparecem
com seis jogos: Eklind (Suécia), Ellis (Inglaterra), Rainea (Romênia),
Al Sharif (Síria), Latyshev (União Soviética), Ghandour
(Egito) e Kamikawa (Japão).
Na Copa de 2006, 21 árbitros de 20 países dirigiram os 64
jogos (os dois do mesmo país, México, eram Benito Archundia
e Marco Rodriguez): com cinco – Elizondo (Argentina) e Archundia
(México); quatro – Michel (Eslováquia), Cantalejo (Espanha),
Rosetti (Itália), Bleeckere (Bélgica) e Larrionda (Uruguai);
três – Simon (Brasil), Merk (Alemanha), Ivanov (Rússia),
Poll (Inglaterra), Kamikawa (Japão), Maidin (Cingapura), Busacca
(Suíça) e Amarilla (Paraguai); dois – Codjia (Bênin), Shield
(Áustria), Rodriguez (México) e Poulat (França); um – Ruiz
(Colômbia) e El Fatah (Egito).
Copa do Mundo é o máximo no futebol. E após tanta estatística,
é momento de concluir esta coluna com opinião. Durante
três anos, trabalhei como setorista da CBD, no Rio de Janeiro,
no Jornal do Brasil e na sucursal da Caldas Júnior. Era um tal de
entra-e-sai de árbitros cariocas pelas salas de decisão do futebol
brasileiro que não podia dar outra: as melhores escalas nacionais
e jogos internacionais eram deles. Com a CBF, a centralização
terminou – até mesmo nas designações para Copas do
Mundo. Vale a capacidade. O Brasil pode até ter dois indicados
para 2010. Um gaúcho deve estar lá, outra vez.
*Claudio Dienstmann
Jornalista, historiador, seis Copas do Mundo, Olimpíadas,
dez livros publicados, dez prêmios ARI,
coberturas da seleção brasileira e de clubes em 40 países.
“O grande árbitro
não se faz sozinho”
Fotos:Daniel Boucinha
José Luiz Barreto é uma das lendas vivas do futebol gaúcho, em especial no
âmbito da arbitragem. Entre as décadas de 70 e 80, formou, junto com Agomar
Martins e José Cavalheiro de Morais, o famoso Trio ABC, o principal responsável,
na época, pela excelência da arbitragem dentro dos gramados gaúchos e
nacionais. Conhecido por sua seriedade e competência, Seu Barreto levou estas
qualidades também para fora das quatro linhas, quando integrou a diretoria da
Associação Gaúcha de Árbitros (AGA, embrião do SAFERGS) e a presidência
da Comissão de Árbitros da Federação Gaúcha de Futebol. Neste último posto,
que ocupou por um longo período, ele foi o responsável pelo definitivo salto de
qualidade na arbitragem do Rio Grande do Sul. Com o seu apoio e conselhos
despontaram e desenvolveram-se nomes que se consagraram na arbitragem
brasileira, como Renato Marsiglia, Carlos Simon e Leonardo Gaciba. Acompanhe
as opiniões fortes e histórias hilárias de José Luiz Barreto, o Seu Barreto,
nesta entrevista exclusiva ao Marca da Cal, concedida aos jornalistas José Edi,
Moacir Souza e Daniel Boucinha (fotos).
Como o senhor ingressou na arbitragem?
Inicialmente eu era um futebolista amador.
Jogava pelada nos fins de semana nos
clubes de várzea. Atuava como centro médio.
Joguei no Bambala, no Tricolor, no
Fluminense e no Primavera, que eram times
do Bom Fim, onde passei a infância.
Tinha 18 anos. Um dia pensei: já que estou
correndo todo fim de semana sem ganhar
nada, vou correr e ganhar alguma coisa. Foi
aí que surgiu o Jorge Pivetta, um ex-árbitro
assistente da Federação, que também
foi presidente do futebol de salão do Rio
Grande do Sul. Ele me estimulou para ingressar
no quadro de árbitros. Fiz um exame
teórico rápido e entrei no quadro amador.
Nos anos 60, a Federação Gaúcha de Futebol
era dirigida por Nestor Ludwig. Depois
de um ano muito bom no quadro amador eu
fui aprovado e fiz um curso interno no SESC.
Para passar para o quadro principal passei
por uma prova muito interessante. Apitei um
jogo amador que era decisivo entre Tamoio
X Barra do Ribeiro, realizado em Viamão.
O resultado foi 1 a 1 e fui muito bem no
jogo. Uns dias depois, tinha um jogo entre
Grêmio e Palmeiras, em Porto Alegre. Para
minha surpresa, fui escalado. O Palmeiras
era conhecido como a academia do futebol,
com jogadores como Djalma Santos, Valdemar
Carabina, Gildo, Leivinha, Ademir da
Guia, Dudu, Valdir... O Olímpico estava lotado.
Deu tudo certo e a partir daí assinei
contrato com a Federação.
Quais os requisitos para ser um
grande árbitro de futebol?
Um grande árbitro não se faz sozinho.
Ele precisa do apoio de alguém. Este
alguém tem que ser o diretor dele, que
também precisa ter a confiança e o apoio
da Federação. Porque se o diretor de arbitragem
não tem o apoio da Federação
ele não pode apoiar o árbitro. Uma
coisa depende da outra. Se ele tiver carta
branca para agir com o árbitro ele vai
agir com mais liberdade, apontando os
erros que o profissional eventualmente
cometer. Mas é preciso fazer um rodízio
para jogos importantes. Não convém
concentrar um único árbitro nos jogos
de mais destaque. Não é recomendável
expor um só árbitro em demasia.
Como é o jeito gaúcho de apitar
uma partida de futebol?
A nossa arbitragem pára o jogo por
qualquer toque mínimo que seja. Na
Europa não se vê isto, o jogo corre mais.
Isto ocorre porque a nossa maneira de
jogar futebol envolve muito contato físico.
O futebol europeu é jogado mais
na bola e o contato físico surge eventualmente.
Acompanhando alguns jogos
realizados no continente europeu vi vários
trancos que aqui seriam considerados
falta e lá não foram marcados.
Hoje a reclamação contra a arbitragem
é mais intensa do que
era no seu tempo?
Naquela época, nos chamavam de ladrão
pra fora e ficava tudo por isto mesmo.
Hoje não. Considero que atualmente
são poucas as reclamações, e elas não

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fevereiro de 2008 MARCA DA CAL 5
têm a agressividade de antes. Sempre serão
ouvidas reclamações de clubes durante um
campeonato. A pressão faz parte do jogo.
Qual sua posição em relação ao sorteio
da arbitragem?
Não sou favorável ao sorteio. Acho que a
escala deve ser feita de acordo com a capacidade
do árbitro e da importância da partida.
O sorteio reduz o número de participantes com
possibilidades de apitar um jogo.
A profissionalização da arbitragem
é viável?
Não tem como profissionalizar a arbitragem.
Quem é que vai pagar? Quem é que vai
assinar a carteira de trabalho? A CBF e a
Federação não assinam. E as obrigações sociais
– FGTS, férias - quem vai pagar? A FIFA
fala em profissionalizar a arbitragem, mas
não toma nenhuma providência executiva no
sentido de tornar realidade esta intenção,
nem mesmo para os árbitros FIFA.
Como o senhor renovou o quadro de
árbitros?
Eu assumi comando do quadro de árbitros
com um desfalque de 14 profissionais de primeira
linha. Num jogo realizado entre Brasil
X Alemanha em Porto Alegre o diretor de árbitros
da CBF entregou diplomas de despedida
para 14 árbitros nossos. Eles saíram por
causa da idade. Então, eu tive que remontar o
quadro de árbitros. Mas fiz isto não atrás de
uma mesa no gabinete. Fui a campo. Recebia
uma indicação e ia ver o desempenho do cara,
discretamente. Fui a muitos jogos. De Pelotas
trouxe o (Leonardo) Gaciba e o Vinicius (Costa).
De Estrela veio o (Leandro) Vuaden. O
(Renato) Marsiglia iniciou comigo. O Simon
também. Todos iniciaram nas categorias amadoras.
Eu fui burilando, mas foi o talento que
permitiu que chegassem onde estão.
O senhor ganhou muito dinheiro?
Não se ganha muito dinheiro. Evidentemente,
consegui ter uma vida melhor, mas ninguém
fica rico apitando futebol.
E a família é importante para o exercício
da arbitragem?
É fundamental. Se o familiar não participa,
se não der a mão desde casa, nada se justifica.
O cara se perde. Se não houver apoio
em casa, se a esposa for contra, é um problema
sério. Tive diversos amigos que enfrentaram
este problema. Alguns se separaram e
outros deixaram a arbitragem.
E a presença da mulher nos gramados,
apitando jogos?
Na minha opinião o futebol é um esporte
feito para homem. A mulher deve apitar jogos
de futebol feminino. Entendo que no RS, especialmente,
é inviável a participação da mulher
arbitrando jogos. Tem limites para tudo.
Como surgiu o Panelão (equipe de
futebol formada por árbitros)?
O Panelão surgiu de uma constatação simples.
No sindicato sempre foi difícil realizar
um jogo de futebol. Quando se programava
uma excursão apareciam poucas pessoas. Então
eu, através da minha posição, organizei a
equipe, sem impor obrigatoriedade de participação
a ninguém. Fazem 17 anos que o Panelão
existe, com diretoria eleita e tudo. A
cada 15 dias nós realizamos um joguinho
seguido de um assadinho.
Procuramos
sempre manter
uma relação
amistosa com o
sindicato, tanto
que após elaborarmos
o nosso calendário
nós o
apresentamos à
diretoria, a fim de
que não haja coincidência
nas
datas de realização
de eventos.
Nos anos 70/
80, a imprensa
falava muito
do homem
da mala preta,
suposto agente
para subornar
os árbitros.
Isto existiu?
Graças a Deus nunca presenciei, nunca passei
por esta experiência. Nunca estive na presença
de alguém que tivesse esta intenção.
Aliás, nem o receberia, pois a minha formação
moral não permite. Eu acho que as pessoas
sabem para quem podem apresentar a
mala preta. Para mim, não.
Existe alguma diferença na formação
dos árbitros gaúchos em relação aos de
outros estados?
Sim, muitas diferenças. A primeira é intelectual.
Segunda, a razão de vida. A vida no
RS é uma e no norte do país é outra. Nem
vou comparar Rio de Janeiro e São Paulo. O
Rio é uma bandalheira só. Em São Paulo, a
coisa é meio embrulhada. No Rio Grande do
Sul a vida é muito diferenciada dos outros
estados, a começar pelo convívio social. Aqui
temos melhor escolaridade, melhor educação
social, melhor nível de vida. Em muita coisa
somos melhores do que os outros. Por isto
alcançamos um nível melhor na arbitragem.
Quais árbitros brasileiros têm possibilidades
de ir à Copa de 2010?
O Simon continua no topo, e o
Altemir (Hausmann) é excelente,
acho que não tem nenhum
assistente melhor do que ele.
Sempre dei muita força para os
nossos árbitros quando participava
da Comissão Nacional de Arbitragem.
A nossa arbitragem é
melhor em tudo, intelectualmente,
moralmente e fisicamente.
Um conselho para os novos
árbitros.
Acho que devem se dedicar, estudar,
estar atualizados em relação
a tudo o que envolve a arbitragem,
acompanhar a evolução
do futebol. Não podem ficar parados
no tempo e no espaço.
Tem saudade do apito?
Tenho. Gosto muito de futebol.
Em casa acompanho atentamente
os jogos, principalmente
da Europa.
Foto
Boucinha
“A nossa arbitragem é melhor em tudo, intelectualmente,
moralmente e fisicamente”.
“Sempre serão ouvidas reclamações de clubes
durante um campeonato. Faz parte do jogo os
clubes tentarem levar vantagem pressionando a
comissão de árbitros e a arbitragem”.
“A FIFA fala em profissionalizar a arbitragem,
mas não toma nenhuma providência executiva no
sentido de tornar realidade esta intenção”.
“No futebol não se inventa. A International
Board dificilmente altera as regras do jogo. E
está certa em agir assim. Se tirar do futebol a
expectativa da possibilidade de um erro eventual
de arbitragem, o esporte perde a graça”.
“Na foto, o zagueiro Daison Pontes é expulso
por José Luiz Barreto na partida entre Gaúcho de
Passo Fundo X Internacional de Santa Maria, em
1974. Segundo a
revista Placar,
Pontes é o jogador
mais indisciplinado
do futebol brasileiro,
com 18 expulsões
ao longo
da carreira.
Nesta ocasião
ele pegou 18 meses
de suspensão
por agredir o árbitro.
Cumpriu 12
(foi anistiado dos
outros seis).
Fotos:
Adolfo Alves
Reprodução/ZH
*Obtidas no Site
Milton Neves.com.br

Nacional
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CBF proíbe declarações
da arbitragem
Orientações estabelecem a prática do silêncio.
Com o desenvolvimento dos cam
peonatos regionais, o início da
Copa do Brasil e da Copa Libertadores
da América, a Comissão de
Arbitragem da CBF considerou oportuno
divulgar, no dia 9 de fevereiro, as
determinações da Comissão de Árbitros
da CONMEBOL e da FIFA sobre as relações
dos árbitros com a imprensa.
Reunida em Assunção, no Paraguai,
de 18 a 20 de dezembro de 2007, a
Comissão de Árbitros divulgou na ocasião
o seguinte comunicado:
Esta estritamente proibido que os árbitros e os árbitros
assistentes concedam entrevistas sobre o desenvolvimento
de uma partida. O comissário se assegurará
que os meios de comunicação não se dirijam aos árbitros
e árbitros assistentes.
Nas competições estaduais, conclui o documento da
Comissão de Arbitragem da CBF, os árbitros seguem as
orientações de suas respectivas comissões de arbitragens,
todavia nas competições coordenadas pela CBF estas
regras serão observadas para os árbitros da RENAF 2008.
S√O LEOPOLDO - RS Fone: (51) 3589-9200
www.gedore.com.br gedore@gedore.com.br
“Ultimamente temos assistido o
recrudescimento de declarações de
árbitros aos meios de comunicação.
Parece que buscam conquistar o favor
da imprensa ou pretendem ser
simpáticos com declarações sobre
suas atuações, aceitando haver cometido
erros em suas partidas e pedindo
desculpas.
Definitivamente devemos impedir
e proibir estas declarações que na
maioria dos casos complicam as coisas
em vez de esclarecê-las.”
O que a FIFA determina?
Item 9.4 das diretrizes para árbitros
A história do SAFERGS
No dia 30 de setembro de 1996,
foi inaugurada a sede
própria do Sindicato. Na
foto, da esquerda para a
direita, Flavio Abreu,
Silvio Oliveira e Sergio
Fagundes, destacadas
figuras da arbitragem
gáucha, cortam a fita,
simbolizando a inauguração
e, ao mesmo tempo,
a concretização de
um sonho dos associados.
Antes do concorrido
evento, porém, uma
comissão de gabarito
havia sido eleita só para
cuidar da aquisição.
Carlos Simon, Alexandre
Fotos: Arquivo Safergs
Barreto e Cesar Pastro
faziam parte da comissão.
Jurídico
O erro do árbitro
Atlético e Grêmio disputavam partida
pelas semi-finais de uma importante
competição nacional. O Atlético precisava
apenas de um empate para classificar-se
à final da competição. O jogo
estava empatado e, aos quarenta e três
minutos do segundo tempo, o Grêmio
fez um gol (a bola foi cruzada para
a área e cabeçeada para o fundo da
rede). O árbitro, que estava colocado
na intermediária, anulou o gol, entendendo
que o jogador gremista teria utilizado
a mão para impulsionar a pelota
para o gol. Enquanto isso, o assistente
estava correndo para o “meio”, confirmando
o gol. Mesmo assim, e apesar
dos protestos dos jogadores, prevaleceu
a decisão do árbitro. O Atlético se
classificou para a final e foi o campeão
da competição, cujo prêmio em dinheiro
foi de R$ 500 mil.
A televisão mostrou que não houve
irregularidade no lance e que o árbitro
estava “mal colocado” naquele
momento. O próprio árbitro, vendo o
lance pela televisão, reconheceu publicamente
que tinha errado, mas que
decidiu de acordo com a sua visão
momentânea e interpertação, caracte-
fevereiro de 2008 MARCA DA CAL 6
A televisão mostrou que não houve irregularidade no lance
e que o árbitro estava “mal colocado” naquele momento.
Categoria
A equipe Dr.
Pé Unidos, foto
acima, venceu o
Mar Azul, por 2
a 0, no domingo,
25, levando
a taça do Campeonato
Praiano
de Torres/
2008, na categoria aberto.
No detalhe, no centro da foto, o prefeito
da cidade, João Alberto Machado,
ladeado pela arbitragem da decisão
e demais representantes da prefeitura
e do SAFERGS. “Hoje foi na
praia, depois a Serra ou outra re-
rizando, assim, o chamado “erro de fato”.
O Grêmio alega que foi prejudicado
e que seu prejuízo foi de R$
3.800 mil, não só pelo prêmio que
deixou de receber( pois tudo indicava
que seria campeão), mas também
pelos investimentos que fez para a
competição. Em razão disso, ameaça
processar judicialmente o árbitro e a
Confederação Brasileira de Futebol,
organizadora da competição, para
ressarcir-se do prejuízo que o “apitador”
teria causado. Além disso, diversos
torcedores do Grêmio também
pretendem ingressar em juízo para
pedir indenização para si, inclusive
por danos morais pelo sofrimento
injusto a que foram submetidos, e
para o seu time, invocando o Estatuto
do Torcedor, o qual prevê arbitragens
imparciais e isentas de pressão.
Diante das circunstâncias e dos fatos
narrados, é oportuno refletir sobre
questões que atualmente compôem
o cenário do Futebol, dentre as quais
a situação acima posta. Será que o árbitro
tem alguma responsabilidade pelo
prejuízo que o Grêmio e seus torcedores
estão alegando?
*Ademar Pedro Scheffler
Advogado, da Assessoria Jurídica do SAFERGS
Dr. Pé Unidos é o campeão do Praiano
gião. O importante é que o Sindicato
vá em frente, ampliando o mercado
de trabalho”, assinalou Paulo Conceição,
tesoureiro da entidade.
Ao todo, 25 profissionais do apito
trabalharam ao longo da competição.

Nacional
fevereiro de 2008 MARCA DA CAL 7
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○ ○ ○
Daniel Boucinha
A ANAF entra em campo
A organização da arbitragem brasileira terá um momento especial
com a realização do 27º Congresso Nacional das Entidades e
Árbitros de Futebol, nos dias 28, 29 e 30 de março no Hotel
Albert Internacional, em Porto Alegre.
Presidente da ANAF, Jorge Paulo, camisa branca, em jogo de confraternização
em Porto Alegre, dezembro de 2007
Campanha de divulgaÁ„o
Na opinião de Ciro Camargo, vice-presidente do SAFERGS, o 27º
Congresso vai gerar um benefício adicional. "Além da análise das regras
do jogo, sua interpretação e aplicabilidade, o evento vai propiciar
uma maior sociabilidade entre os colegas de arbitragem, criando
um clima de companheirismo entre a categoria", acredita.
Ciro adiantou que uma série de providências estão sendo tomadas
para organizar o
Congresso, entre
elas, a produção de
materiais de divulgação
e convocação.
“Serão confeccionados
cartazes,
folder, camisetas
e adesivos,
além da produção
de um boletim especial,
para difundir
o nosso
evento”, adiantou
o vice-presidente.
Reprodução
do cartaz
para
exposição
em murais
internos.
Organizado pela Associação
Nacional dos Árbitros de
Futebol e apoiado entusiasticamente
pelo SAFERGS, o evento
vai reunir as principais lideranças
nacionais da categoria. Estarão
presentes os presidentes de sindicatos
de árbitros de todo o país,
além de personalidades destacadas
do mundo futebol e da arbitragem
em particular.
No último dia 20, na sede do
Sindicato, o secretário geral da
Associação Nacional dos Árbitros
de Futebol (ANAF), José Pessi e
o vice-presidente do SAFERGS,
Ciro Camargo, reuniram-se para
tratar da organização do evento.
Eles explicaram que principal
objetivo do evento é discutir políticas
comuns à arbitragem brasileira,
além de definir questões ligadas
à reciclagem e atualização profissional
com vistas a aumentar o grau
de eficiência de árbitros e árbitros
Arquivo/ANAF
Hu
mor
BIER
assistentes na atuação nos campeonatos
organizados pela CBF e federações
estaduais.
Também será analisada, entre
outros aspectos, a profissionalização
da arbitragem de futebol,
dentro dos parâmetros estudados
pela CBF/FIFA.
Segundo o secretário geral da
ANAF, José Pessi, o Congresso
será uma oportunidade preciosa na
busca e na recuperação da credibilidade
perdida pela entidade nos
últimos anos. “É preciso que a
ANAF volte a ser vista pelo conjunto
da arbitragem como uma
entidade séria e capaz de responder
positivamente aos interesses
da arbitragem brasileira”, diz. “A
reconquista da credibilidade da
ANAF é fundamental para que os
árbitros brasileiros possam obter
mais respeito da comunidade esportiva
e melhores condições
para exercer a sua atividade”,
avalia Pessi.
Ao final, o secretário
lembrou:
“Para que nossa entidade
ser forte, é
imprescindível que
os árbitros mantenham-se
em dia
com as anuidades”.
José Pessi, quando da
eleição da atual
diretoria da ANAF,
na sede da entidade,
no Rio de Janeiro
MC Comunicação

Especial
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Altemir: determinação, trabalho
e companheirismo, dentro e fora
das quatro linhas
Fotos:Daniel Boucinha
Altemir Hausmann ganha
o Oscar da Arbitragem
Ele foi escolhido pelos internautas
como o melhor árbitro assistente de 2007.
Otradicional site Cartão
Vermelho, dedicado exclu
sivamente a assuntos relacionados
com a arbitragem, encerrou
no dia 6 de fevereiro a votação
realizada entre os internautas
destinada a escolher os
melhores árbitros de 2007.
De acordo com os responsáveis
pelo site, Christian Ducharme,
esta foi a eleição mais disputada
nos cinco anos de vida do Troféu,
conhecido como o Oscar da
Arbitragem Brasileira.
Também foram lembrados pelo
internautas os gaúchos Leonardo
Gaciba, Carlos Simon e Leandro
Vuaden - este ficou em
segundo lugar como árbitro revelação,
recebendo 28% dos votos.
Ao lado, os vencedores de 2007.
Melhor Árbitro
Sérgio da Silva Carvalho (DF)
Votos: 1619
Melhor Árbitro Assistente
Altemir Hausmann (FIFA-RS)
Votos: 1615
Melhor Árbitro Assistente
Quadro Feminino
Cleidy Mary Santos Ribeiro
(FIFA-SC). Votos: 847
Árbitro Revelação
Rogério Lima da Rocha (SE)
Votos: 1383
Assistente Revelação
Renison N. Freire (SE)
Votos: 1127.
Nos dias 22 e 23, de fevereiro,
na ESEF, em Porto Alegre, foram
realizados os testes físicos das séries
A, B e C, do quadro de árbitros,
da Capital e do Interior. De
acordo com Comissão Estadual de
Arbitragem (CEAF/RS), organizadora
dos testes, 190 profissionais , entre
árbitros e assistentes, participaram da
atividade. A aprovação chegou a 85%.
Os testes foram acompanhados por
Luiz Fernando Moreira (Presidente/
CEAF/RS) e pelos representantes do Sindicato,
Carlos Kruse, Carlos Schuck, Carlos
Castro e o sempre presente Senhor
Abraão. Também marcaram presença. o
fevereiro de 2008
MARCA DA CAL
Fifa prepara
árbitros para 2010
O presidente do SAFERGS,
Carlos Simon, e o árbitro
Sálvio Spínola Fagundes Filho,
participaram do curso
promovido pela FIFA, preparatório
a Copa do Mundo de
2010, na África do Sul. Ocorrido
na Espanha, entre os
dias 12 e 15 de fevereiro, o
curso reuniu um grupo de 54
árbitros de todo o mundo, dez
dos quais latino-americanos.
De acordo com Simon, a
participação dos arbitros sualmericanos
foi exemplar em
todo o seminário. “De fato,
participando desses cursos,
a gente percebe o quanto a
arbitragem latina-americana
está evoluindo e quanto
ainda temos que avançar
muito”, avaliou o presidente
do Sindicato.
Condicionamento físico a pleno
vice -presidente do SAFERGS, Ciro Carmargo
e os integrantes da Comissão
Leonel A.Pandolfo e Flávio P. de Abreu.
Ao final, o presidente do Sindicato,
Carlos Simon, reuniu rapidamente os
associados, foto abaixo, e manifestou
sua satisfação com o alto índice de
aprovação obtido nos testes, “comprovando
assim a seriedade com que o
quadro de árbitros encara a sua atividade”,
disse. Simon parabenizou todos
os participantes e também ao professor
Nascimento, convocado pelo SA-
FERGS para auxiliar na preparação física
da categoria, “pela excelente qualidade
do trabalho realizado”, enfatizou.