29.06.2014 Views

um modelo de compatibilização de projetos de edificações baseado ...

um modelo de compatibilização de projetos de edificações baseado ...

um modelo de compatibilização de projetos de edificações baseado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

VOLTAR<br />

UM MODELO DE COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS<br />

DE EDIFICAÇÕES BASEADO NA ENGENHARIA<br />

SIMULTÂNEA E FMEA<br />

Wan<strong>de</strong>mberg TAVARES JÚNIOR, M.Sc<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza – Departamento <strong>de</strong> Engenharia Civil<br />

Edson Queiroz CEP 60811-905 – Fortaleza – Ce E-mail: wan<strong>de</strong>mberg@unifor.br<br />

Osmar POSSAMAI, Dr.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina – Departamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Produção e Sistemas<br />

Cx. Postal 476 - Florianópolis – SC. CEP 88010-970 E-mail: possamai@eps.ufsc.br<br />

José <strong>de</strong> Paula BARROS NETO, Dr.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará – Departamento <strong>de</strong> Engenharia Estrutural<br />

e Construção Civil – Cx. Postal 573 – Fortaleza – Ce E-mail: jpbarros@ufc.br<br />

RESUMO<br />

Este trabalho apresenta <strong>um</strong> método para compatibilização das interfaces entre especialida<strong>de</strong>s<br />

do projeto <strong>de</strong> edificações em empresas construtoras <strong>de</strong> pequeno porte, fundamentado na visão<br />

sistêmica do projeto, nos princípios da engenharia simultânea, e na utilização <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> falhas, tendo como objetivo principal contribuir para a melhoria do processo <strong>de</strong> projeto<br />

na Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações.<br />

Palavras-chave: compatibilização <strong>de</strong> <strong>projetos</strong>, engenharia simultânea, análise <strong>de</strong> falhas.<br />

1 - INTRODUÇÃO<br />

Na construção <strong>de</strong> edificações no Brasil, apesar do avanço tecnológico que esse ramo industrial<br />

apresentou nos últimos anos, ainda é prática com<strong>um</strong> em empresas <strong>de</strong> pequeno porte o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> sem a utilização da compatibilização das disciplinas do projeto,<br />

gerando em conseqüência vários fatores negativos, tais como: má qualida<strong>de</strong> da edificação, maior<br />

índice <strong>de</strong> retrabalhos, acréscimo no custo da obra.<br />

As iniciativas para implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> melhoria da qualida<strong>de</strong> na fase <strong>de</strong> projeto, no<br />

entanto, são na sua gran<strong>de</strong> maioria, <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> porte médio ou gran<strong>de</strong>. Já as empresas <strong>de</strong><br />

pequeno porte, com raras exceções, ainda não a<strong>de</strong>riram a <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> garantia da qualida<strong>de</strong><br />

no processo <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong>vido a fatores, tais como: pequeno capital <strong>de</strong> giro, dificulda<strong>de</strong>s na<br />

obtenção <strong>de</strong> crédito, alta sensibilida<strong>de</strong> do mercado às crises e a questões culturais relacionadas<br />

com a gran<strong>de</strong> inércia às alterações <strong>de</strong> processos. Por essas razões a pequena empresa <strong>de</strong><br />

construção civil não investe em <strong>um</strong> sistema <strong>de</strong> Gestão da Qualida<strong>de</strong> para o Projeto, já que se<br />

trata <strong>de</strong> <strong>um</strong> investimento <strong>de</strong> retorno a longo prazo (MESEGUER, 1991; SCHMITT, 1998).<br />

Então este trabalho tem como objetivo principal contribuir para a melhoria do processo <strong>de</strong><br />

projeto <strong>de</strong> edificações em empresas construtoras <strong>de</strong> pequeno porte, <strong>de</strong>senvolvendo <strong>um</strong> método<br />

para compatibilização das interfaces entre especialida<strong>de</strong>s do projeto, fundamentado na visão<br />

sistêmica do projeto, nos princípios da engenharia simultânea, e na utilização <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> falhas.


VOLTAR<br />

2 – EMBASAMENTO TEÓRICO UTILIZADO NO MÉTODO<br />

Com a evolução do processo <strong>de</strong> globalização dos mercados, houve a inserção <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> que antes não existiam, tais como a Responsavida<strong>de</strong> e a Confiabilida<strong>de</strong>. Fatores<br />

esses que se tornaram estratégicos para a sobrevivência das empresas (JUNQUEIRA,1994;<br />

FREITAS & COLOSIMO, 1997).<br />

A Responsavida<strong>de</strong> é caracterizada como a resposta rápida apresentada pela empresa aos<br />

anseios do cliente, especialmente na introdução <strong>de</strong> novos produtos. Para atendimento <strong>de</strong>ste fator<br />

competitivo utilizou-se neste trabalho a Engenharia Simultânea, pois segundo KRUGLIANSKAS<br />

(1993), neste novo cenário a engenharia tradicional seqüencial já não consegue dar respostas em<br />

tempo hábil.<br />

Além do fator tempo, HUOVILA et al (1997), citados por TZORTZOPOULOS (1999), apontam<br />

alguns problemas que o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> seqüencial apresenta:<br />

- a existência <strong>de</strong> muitos requisitos que não são <strong>de</strong>finidos no início do processo;<br />

- erros <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> são <strong>de</strong>tectados em fases avançadas, causando retrabalho;<br />

- a existência <strong>de</strong> poucas interações entre os projetistas;<br />

- esperas para aprovações, instruções ou informações tomam a maior parte do tempo dos<br />

projetistas;<br />

- as ativida<strong>de</strong>s do processo são <strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> forma seqüencial, e muitas vezes ocorrem<br />

longos períodos <strong>de</strong> espera entre o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações subseqüentes;<br />

- longa duração, alto custo e baixa qualida<strong>de</strong> dos <strong>projetos</strong> em geral.<br />

Já a Confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre do a<strong>um</strong>ento da competitivida<strong>de</strong> no mercado, ocasionando a<br />

geração <strong>de</strong> maiores exigências quanto à qualida<strong>de</strong>, obrigando assim as empresas para<br />

sobreviverem buscarem <strong>um</strong>a melhoria contínua. Segundo HELMAN & ANDERY (1995, P.6), esta<br />

“busca da melhoria contínua na empresa requer ir além da garantia <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong>, atingir a<br />

<strong>de</strong>nominada Garantia da Qualida<strong>de</strong> em sentido amplo, ou seja, entendida como <strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong><br />

ações planejadas e sistemáticas visando a gerar no cliente a confiança <strong>de</strong> que <strong>um</strong> <strong>de</strong>terminado<br />

produto ou serviço po<strong>de</strong>rá satisfazer suas exigências <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.<br />

Esta busca da melhoria contínua também é <strong>de</strong>stacada pela Norma NBR ISO 9001: 2000<br />

(ABNT, 2000), que especifica requisitos <strong>de</strong> sistema da qualida<strong>de</strong> para uso on<strong>de</strong> há necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a capacida<strong>de</strong> da organização para projetar e fornecer produtos conformes. Os<br />

requisitos especificados <strong>de</strong>stinam-se primordialmente à obtenção da satisfação do cliente pela<br />

prevenção <strong>de</strong> não-conformida<strong>de</strong>s em todos os estágios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o projeto até os serviços<br />

associados.<br />

Como resposta ao fator confiabilida<strong>de</strong> foi utilizado neste trabalho a Análise dos Modos e<br />

Efeitos <strong>de</strong> Falhas – FMEA, pois possibilitará ações preventivas a falhas potenciais e corelacionadas,<br />

proporcionando assim melhorias ao processo <strong>de</strong> projeto.<br />

3 – DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE COMPATIBILIZAÇÀO DAS<br />

INTERFACES ENTRE DISCIPLINAS DO PROJETO<br />

Utilizando a Engenharia Simultânea e FMEA – Análise dos Modos e Efeitos <strong>de</strong> Falhas como<br />

embasamento teórico, conforme <strong>de</strong>scrito no item 2, a mo<strong>de</strong>lagem do processo <strong>de</strong><br />

compatibilização das interfaces entre disciplinas do projeto <strong>de</strong> edificações foi realizada em sete<br />

etapas, <strong>de</strong> acordo com o fluxograma ilustrado na figura 3.1.


VOLTAR<br />

FASE 1<br />

Diagnóstico do Processo<br />

<strong>de</strong> Projeto da Empresa<br />

FASE 2<br />

Definição da Equipe<br />

Multidisciplinar<br />

FASE 3<br />

Capacitação da Equipe<br />

Multidisciplinar<br />

FASE 4<br />

Apresentação dos Fluxos<br />

do Projeto e <strong>de</strong>finição<br />

das funções dos membros da<br />

Equipe Multidisciplinar<br />

FASE 5<br />

Hierarquização das<br />

correlações entre pares<br />

<strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> projeto<br />

FASE 6<br />

Análise das Correlações<br />

entre pares <strong>de</strong> Disciplinas<br />

selecionadas<br />

FASE 7<br />

Verificação da conformida<strong>de</strong><br />

do processo<br />

N<br />

S<br />

PRODUÇÃO<br />

(OBRA)<br />

Figura 3.1 – Fluxograma do <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> compatibilização <strong>de</strong> <strong>projetos</strong><br />

3.1 – Descrição das Fases do Mo<strong>de</strong>lo


VOLTAR<br />

A seguir serão <strong>de</strong>scritas as sete fases que compõem o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong>, conforme o fluxograma do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> ilustrado na figura 3.1.<br />

FASE 1 – Diagnóstico do Processo <strong>de</strong> Projeto da Empresa: nesta fase será realizado <strong>um</strong><br />

diagnóstico do processo <strong>de</strong> projeto utilizado pela empresa, <strong>de</strong>tectando <strong>de</strong>sta maneira a cultura da<br />

empresa na realização <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> edificações. Serão elaborados nesta fase o Organograma da<br />

Empresa e a Estrutura Analítica <strong>de</strong> Projeto – EAP utilizada pela empresa. O Organograma servirá<br />

para se conhecer a estrutura organizacional da empresa, com sua hierarquização, funções,<br />

<strong>de</strong>partamentos etc. Quanto à Estrutura Analítica <strong>de</strong> Projeto – EAP será útil para a visualização <strong>de</strong><br />

todos os elementos constituintes do tipo <strong>de</strong> projeto utilizado pela empresa, obtendo-se assim a<br />

vantagem apresentada por CASAROTTO FILHO et al (1999) <strong>de</strong> melhorias do processo <strong>de</strong> projeto.<br />

FASE 2 – Definição da Equipe Multidisciplinar: a seleção dos membros <strong>de</strong>sta equipe <strong>de</strong>verá ser<br />

feita com base nos critérios <strong>de</strong> competência técnica, interesse em trabalhos <strong>de</strong> equipe e<br />

disponibilida<strong>de</strong> para acompanhamento <strong>de</strong> obra. A estruturação da equipe multidisciplinar se<br />

embasará na visão sistêmica do projeto, para conter em sua formação todos os agentes<br />

envolvidos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> projeto <strong>de</strong> edificações. Como este trabalho é dirigido para<br />

pequenas empresas, po<strong>de</strong>-se sugerir <strong>um</strong>a estruturação da equipe <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> que está ilustrada<br />

na figura 3.2, adaptada <strong>de</strong> MELHADO (1994).<br />

EMPREENDEDOR<br />

DIRETOR<br />

TÉCNICO<br />

COORDENADOR<br />

DO PROJETO<br />

CONSULTORES<br />

- tecnologia<br />

- marketing<br />

- suprimento<br />

- assistência técnica<br />

ARQUITETO<br />

ENG. DE<br />

ESTRUTURAS<br />

ENG. DE INST.<br />

PREDIAIS<br />

ENG. DE SIST<br />

MECÂNICOS<br />

GRUPO PROJ.<br />

PRODUÇÃO<br />

ENG. DE<br />

CUSTOS<br />

Figura 3.2 – Organograma da Equipe Multidisciplinar<br />

FASE 3 – Capacitação da Equipe Multidisciplinar nos conceitos <strong>de</strong> Engenharia Simultânea e<br />

FMEA: nesta fase será feito <strong>um</strong> treinamento da equipe <strong>de</strong> projeto nos conceitos e ferramentas da<br />

Engenharia Simultânea e FMEA. Esse treinamento, com duração <strong>de</strong> 16 horas aula, po<strong>de</strong> ser feito<br />

na própria empresa com a contratação <strong>de</strong> <strong>um</strong> facilitador especialista nestes assuntos.<br />

Os tópicos a serem abordados no treinamento serão:<br />

- capacitação da equipe no uso <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong> projeto como: organograma,<br />

estrutura analítica <strong>de</strong> projeto e brainstorming;<br />

- explanação sobre o funcionamento <strong>de</strong> equipes multidisciplinares <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong>stacando<br />

as vantagens no uso <strong>de</strong>stas equipes;<br />

- treinamento da equipe na utilização <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> engenharia simultânea como:<br />

matriz tarefa x responsabilida<strong>de</strong> e matriz <strong>de</strong> correlação entre disciplinas <strong>de</strong> projeto;<br />

- treinamento da equipe para utilização do FMEA, com explicação sobre o preenchimento<br />

dos formulários FMEA, listas <strong>de</strong> verificação e quadro 5W-1H;<br />

- apresentação do <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> compatibilização das disciplinas <strong>de</strong> projeto.


VOLTAR<br />

FASE 4 – Definição das funções dos membros da equipe multidisciplinar: realizado o treinamento<br />

da equipe <strong>de</strong> projeto, nesta fase serão <strong>de</strong>finidas as funções <strong>de</strong> cada membro da equipe<br />

multidisciplinar, utilizando para isso <strong>um</strong>a Matriz Tarefa x Responsabilida<strong>de</strong>. A figura 3.3<br />

ilustra <strong>um</strong>a proposta <strong>de</strong> <strong>um</strong>a Matriz Tarefa x Responsabilida<strong>de</strong> para uso no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

projeto em ambiente <strong>de</strong> Engenharia Simultânea.<br />

MATRIZ TAREFA X RESPONSABILIDADE<br />

EMPREENDIMENTO:<br />

LOCAL:<br />

PROJETO DO PRODUTO<br />

FOLHA:<br />

DATA:<br />

DISCIPLINAS<br />

DO PROJETO<br />

COORD<br />

PROJ.<br />

ARQ.<br />

ENG.<br />

ESTRU<br />

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR<br />

ENG.<br />

INST.<br />

ENG.<br />

PROD.<br />

ENG.<br />

CUSTO<br />

CONS.<br />

TECN.<br />

CONS.<br />

MARK.<br />

CONS<br />

AS. TE<br />

PROJ. ARQUITETÔNICO<br />

PROJ. ESTRUTURAL<br />

PROJ. INST. ELÉTRICA<br />

PROJ. INST. TELEFÔNICA<br />

PROJ. INST. HIDRAÚLICA<br />

PROJ. INST. SANITÁRIA<br />

PROJ. INST. GÁS<br />

PROJ. PROD. FORMA<br />

PROJ. PROD. IMPERMEAB.<br />

PROJ. PROD. CANT. OBRA<br />

PROJ. PROD. VEDAÇÕES<br />

PROJ.PROD. REV. FACHAD<br />

CADERNO DE ENCARGOS<br />

ORÇAMENTO<br />

Χ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆ ∆<br />

Χ Ο ∆ ∆ ∆<br />

Χ ∆ ∆ ∆ ∆ Ο ∆ ∆ ∆<br />

LEGENDA: Ο - Responsável - Participa Χ - Deci<strong>de</strong> ∆ - Deve ser consultado<br />

Figura 3.3 – Matriz Tarefa x Responsabilida<strong>de</strong> para equipe multidisciplinar.<br />

Conforme se observa na Matriz Tarefa x Responsabilida<strong>de</strong> proposta (figura 3.3), existe a<br />

presença <strong>de</strong> profissionais que tradicionalmente não participam <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões na fase <strong>de</strong> projeto,<br />

como engenheiros <strong>de</strong> produção, engenheiro <strong>de</strong> custos, consultores <strong>de</strong> marketing, tecnologia e<br />

assistência técnica. A presença <strong>de</strong>stes profissionais na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, na fase <strong>de</strong> projeto,<br />

possibilitará a antecipação <strong>de</strong> soluções, a racionalização e a integração <strong>de</strong>stas soluções,<br />

caracterizando assim o <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> simultâneo.<br />

Então, com o preenchimento <strong>de</strong>sta Matriz ficam <strong>de</strong>finidas as tarefas e as responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

cada membro da equipe <strong>de</strong> projeto.<br />

FASE 5 – Hierarquização das correlações entre pares <strong>de</strong> disciplinas <strong>de</strong> projeto: nesta fase iniciase<br />

propriamente dito a compatibilização <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> com a realização da hierarquização das<br />

correlações entre pares <strong>de</strong> disciplinas, utilizando para isso a Matriz <strong>de</strong> Correlação entre<br />

Disciplinas do Projeto. A figura 3.4 ilustra <strong>um</strong>a Matriz <strong>de</strong> Correlação entre Disciplinas do Projeto.


VOLTAR<br />

MATRIZ DE CORRELAÇÃO ENTRE DISCIPLINAS DE PROJETO<br />

EMPREENDIMENTO:<br />

LOCAL :<br />

PROJETO DO PRODUTO<br />

FOLHA :<br />

DATA :<br />

DISCIPLINAS<br />

DO PROJETO<br />

DISCIPLINAS DO PROJETO<br />

PA PE PIE PIT PIH PIS PIG PF PI PC PV PR CE<br />

ORÇ<br />

PROJ. ARQUITETÔNICO (PA)<br />

PROJ. ESTRUTURAL (PE)<br />

PROJ. INST. ELETRICA (PIE)<br />

PROJ. INST. TELEFÔNICA (PIT)<br />

PROJ. INST. HIDRÁULICA (PIH)<br />

PROJ. INST. SANITÁRIA (PIS)<br />

PROJ. INST. DE GÁS (PIG)<br />

PROJ. PROD. DE FORMA (PF)<br />

PROJ. PROD. IMPERM. (PI)<br />

PROJ. PROD. CANT. OBRA (PC)<br />

PROJ. PROD. VEDAÇÕES (PV)<br />

PROJ. PROD. REVEST. FAC. (PR)<br />

CADERNO DE ENCARGOS (CE)<br />

ORÇAMENTO (ORÇ)<br />

3 3 2 3 3 2 0 2 2 3 3 3 3<br />

3 3 2 2 2 3 2 2 3 2 3 3<br />

3 2 2 3 1 1 1 2 0 3 3<br />

2 2 2 1 1 1 2 0 3 3<br />

3 2 1 1 1 2 0 3 3<br />

2 1 2 1 2 0 3 3<br />

1 1 1 2 0 3 3<br />

0 2 1 0 3 3<br />

1 2 3 3 3<br />

2 2 3 3<br />

3 3 3<br />

3 3<br />

3<br />

Figura 3.4 – Matriz <strong>de</strong> Correlação entre Disciplinas <strong>de</strong> Projeto.<br />

Para cada correlação entre <strong>um</strong> par <strong>de</strong> disciplinas é atribuído <strong>um</strong> peso caracterizando a<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta correlação. Neste trabalho será utilizada <strong>um</strong>a escala <strong>de</strong> pesos baseada em<br />

VANNI et al (1999), que tem a seguinte constituição: Peso 0 – correlação inexistente;<br />

Peso 1 – correlação fraca; Peso 2 – correlação média; Peso 3 – correlação forte. Os pares <strong>de</strong><br />

correlação que apresentarem intensida<strong>de</strong> com peso igual ou superior a 1 <strong>de</strong>vem ser analisados.<br />

FASE 6 – Análise das correlações entre pares <strong>de</strong> disciplinas selecionadas: para cada par <strong>de</strong><br />

correlação entre disciplinas <strong>de</strong> projeto que for selecionado na Fase 5, será feita <strong>um</strong>a lista <strong>de</strong><br />

verificação para po<strong>de</strong>r levantar os modos <strong>de</strong> falhas potenciais, <strong>de</strong>finidos a partir <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

brainstorming entre os profissionais participantes da correlação analisada. A figura 3.5 ilustra <strong>um</strong><br />

<strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> lista <strong>de</strong> verificação dos modos <strong>de</strong> falhas potenciais.<br />

EMPREENDIMENTO:<br />

LOCAL:<br />

LISTA DE VERIFICAÇÃO DOS MODOS DE FALHAS POTENCIAIS<br />

DISCIPLINAS CORRELACIONADAS<br />

PROJ. ESTRUT X PROJ. PROD. VEDAÇÕES<br />

FOLHA:<br />

DATA:<br />

MODOS DE FALHAS POTENCIAIS: 1 – Não-conformida<strong>de</strong>s das espessuras entre pare<strong>de</strong>s e vigas;<br />

2 – Falha nas junções entre pare<strong>de</strong>s e pilares;<br />

3 – Escolha do tipo <strong>de</strong> vedação não condizente com a estrutura.<br />

PROFISSIONAIS PARTICIPANTES: 1 – Eng o Lucius Silva (Projeto Estrutural)<br />

2 – Eng o Antônio Lucas (Projeto Produção <strong>de</strong> Vedações)<br />

3 – Eng o Armando Pontes (Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Projeto)<br />

DATA DA REALIZAÇÃO: / /


VOLTAR<br />

Figura 3.5 – Lista <strong>de</strong> verificação dos modos <strong>de</strong> falhas potenciais.<br />

De posse do levantamento dos Modos <strong>de</strong> Falhas Potenciais será feita a análise <strong>de</strong> cada modo<br />

<strong>de</strong> falha potencial, usando para isso <strong>um</strong> formulário FMEA. A figura 3.6 ilustra o preenchimento <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> formulário FMEA.<br />

FMEA – ANÁLISE DOS MODOS E EFEITOS DE FALHAS<br />

PROJETO DO PRODUTO<br />

PROJETO DO PROCESSO<br />

EMPREENDIMENTO :<br />

LOCAL :<br />

DISCIPLINAS CORRELACIONADAS<br />

PROJ. ESTRUT. X PROJ. PROD. VED.<br />

FOLHA :<br />

DATA :<br />

ITEM<br />

ETAPA<br />

FALHAS POSSÍVEIS<br />

MODO CAUSA EFEITO<br />

ÍNDICES<br />

O G D R<br />

CONTROLE<br />

AÇÃO<br />

CORRETIVA<br />

1.0 Estudo<br />

Preliminar<br />

Não-conformida<strong>de</strong><br />

das<br />

espessuras<br />

entre pare<strong>de</strong>s<br />

e vigas<br />

- Não existência<br />

<strong>de</strong> projeto<br />

<strong>de</strong> vedações.<br />

- Desconsi<strong>de</strong>ração<br />

pelo<br />

projetista <strong>de</strong><br />

estruturas da<br />

espessura<br />

das vedações<br />

- Visão estética<br />

<strong>de</strong> vigas<br />

salientes em<br />

relação às<br />

vedações.<br />

- Acréscimo no<br />

custo do serviço<br />

<strong>de</strong> revestimento.<br />

8 5 2 80 Nenh<strong>um</strong> De posse dos<br />

<strong>projetos</strong> estrutural<br />

e <strong>de</strong><br />

vedações fazer<br />

a compatibilização<br />

das espessuras<br />

das vigas<br />

e pare<strong>de</strong>s.<br />

Figura 3.6 – Exemplo <strong>de</strong> Formulário FMEA preenchido.<br />

Através do Índice <strong>de</strong> Risco (R) <strong>de</strong>terminado por esta planilha po<strong>de</strong> ser feita <strong>um</strong>a<br />

hierarquização das falhas com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> analisar prioritariamente as falhas com maior Índice<br />

<strong>de</strong> Risco. Também fica <strong>de</strong>finida a ação corretiva para prevenção da falha potencial, permitindo<br />

assim se estabelecer <strong>um</strong> plano <strong>de</strong> ação para <strong>de</strong>finir as contramedidas a serem adotadas. Este<br />

plano <strong>de</strong> ação será feito com a utilização <strong>de</strong> <strong>um</strong> quadro 5W-1H o qual está ilustrado na figura 3.7.<br />

QUADRO 5W – 1H<br />

PROJETO DO PRODUTO<br />

PROJETO DO PROCESSO<br />

EMPREENDIMENTO:<br />

LOCAL:<br />

DISCIPLINAS CORRELACIONADAS<br />

PROJ. ESTRUTURAL X PROJ. VEDAÇÕES<br />

FOLHA:<br />

DATA:<br />

WHAT<br />

(O QUE)<br />

WHO<br />

(QUEM)<br />

WHEN<br />

(QUANDO)<br />

WHERE<br />

(ONDE)<br />

WHY<br />

(POR QUE)<br />

HOW<br />

(COMO)<br />

Compatibilizar as<br />

espessuras das<br />

vigas à das pare<strong>de</strong>s<br />

(vedações)<br />

Eng o Lucius<br />

Silva (Estrutura)<br />

e o Eng o<br />

Antonio Lucas<br />

(Vedações)<br />

10/10/00 a<br />

20/10/00.<br />

Escritório do<br />

Eng o Lucius<br />

Silva.<br />

Solucionar as<br />

não-conformida<strong>de</strong>s<br />

(espessuras)<br />

entre as peças<br />

estruturais (vigas)<br />

e vedações<br />

(pare<strong>de</strong>s).<br />

Revisar os <strong>projetos</strong><br />

Estrutural e <strong>de</strong><br />

Vedações redimensionando<br />

as espessuras<br />

das vigas em<br />

conformida<strong>de</strong> com às<br />

espessuras das<br />

pare<strong>de</strong>s.<br />

Figura 3.7 – Exemplo <strong>de</strong> <strong>um</strong> Quadro 5W – 1H preenchido.


VOLTAR<br />

De posse do plano <strong>de</strong> ação apresentado pelo quadro 5W-1H, <strong>de</strong>vem ser feitas as correções<br />

<strong>de</strong>vidas nas disciplinas analisadas.<br />

FASE 7 – Verificação da conformida<strong>de</strong> do processo: nesta fase é feita <strong>um</strong>a análise crítica do<br />

processo, verificando se o projeto ainda apresenta não-conformida<strong>de</strong>s. Para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>stas nãoconformida<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong> ser feita <strong>um</strong>a superposição dos <strong>projetos</strong> com o uso <strong>de</strong> <strong>um</strong> software tipo<br />

Autocad. Caso o projeto esteja conforme ele será enviado para a etapa <strong>de</strong> produção (obra), no<br />

caso contrário, ou seja, o produto ainda apresenta não-conformida<strong>de</strong>s, ele retornará à Fase 5 do<br />

processo.<br />

4 - CONCLUSÃO<br />

Dada a importância que a Indústria da Construção Civil Subsetor Edificações tem na economia<br />

brasileira e dos índices in<strong>de</strong>sejáveis para o seu <strong>de</strong>senvolvimento qualitativo que esse ramo<br />

industrial apresenta, este trabalho teve como objetivo principal contribuir para redução <strong>de</strong>stes<br />

índices <strong>de</strong>sfavoráveis, propondo melhorias ao processo <strong>de</strong> projeto, visto que este tem <strong>um</strong>a<br />

participação fundamental na construção <strong>de</strong> edificações. Os resultados obtidos com a aplicação do<br />

<strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> em <strong>um</strong>a pequena empresa no estado do Ceará comprovou a eficiência do mesmo.<br />

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: 2000. Sistemas <strong>de</strong><br />

Gestão da Qualida<strong>de</strong> – Requisitos. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2000.<br />

CASARATTO FILHO, N.; FÁVERO, J. S.; CASTRO, J. E. E. Gerência <strong>de</strong> Projetos / Engenharia<br />

Simultânea. São Paulo: Atlas, 1999, 173p.<br />

FREITAS, M. A.; COLOSIMO, E. A. Confiabilida<strong>de</strong>: análise <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> falha e testes <strong>de</strong>vida<br />

acelerados. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1997, 309p.<br />

HELMAN, H.; ANDERY, P. R. P. Análise <strong>de</strong> Falhas – aplicação dos métodos <strong>de</strong> FMEA e FTA.<br />

Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1995, 156p.<br />

JUNQUEIRA, G. B. Da engenharia tradicional à engenharia simultânea no setor industrial<br />

nacional. 1994. 119p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo.<br />

KRUGLIANSKAS, I. Engenharia simultânea: organização e implantação em empresas<br />

brasileiras. Revista <strong>de</strong> Administração RAUSP. São Paulo, v. 28, n. 4, p.104-110, out./<strong>de</strong>z 1993.<br />

MELHADO, S.B. Qualida<strong>de</strong> do Projeto na Construção <strong>de</strong> Edifícios: aplicação ao caso das<br />

empresas <strong>de</strong> incorporação e construção. 1994. 295p. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola<br />

Politécnica da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo.<br />

MESEGUER, A. G. Controle e Garantia da Qualida<strong>de</strong> na Construção. São Paulo: SINDUSCON –<br />

SP, 1991, 179p.<br />

SCHMITT, C. M. Por <strong>um</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lo</strong> integrado <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> informações para a<br />

doc<strong>um</strong>entação <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> edificação da indústria da construção civil. 1998. 318p.<br />

Tese (Doutorado em Administração) - Escola <strong>de</strong> Administração, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre.<br />

TZORTZOPOULOS, P. Contribuições para o Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> Mo<strong>de</strong>lo do<br />

Processo <strong>de</strong> Projeto <strong>de</strong> Edificações em Empresas Construtoras Incorporadoras <strong>de</strong>


VOLTAR<br />

Pequeno Porte. 1999. 150p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola <strong>de</strong> Engenharia da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre.<br />

VANNI, C. M. K.; GOMES, A. M.; ANDERY, P. R. P. Análise <strong>de</strong> falhas aplicada à otimização<br />

<strong>de</strong> <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> edificações. In: ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 19.,<br />

1999, Rio <strong>de</strong> Janeiro. Anais... Rio <strong>de</strong> Janeiro: ABEPRO / UFRJ, 1999. 1 CD.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!