o papel do projeto em empreendimentos públicos - Escola de ...
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Responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>res: Os <strong>em</strong>preendimentos públicos têm seu ponto <strong>de</strong> partida geralmente da<strong>do</strong> por<br />
dirigentes que ocupam cargos por um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> (por rodízio <strong>de</strong> funções, indicação ou eleição) e, <strong>em</strong> geral,<br />
não estarão neste posto caso aconteçam probl<strong>em</strong>as com estas obras no futuro, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ssa forma, dificultar uma<br />
eventual apuração <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s. Isto dá uma característica aos <strong>em</strong>preendimentos públicos que os diferenciam<br />
da gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s <strong>em</strong>preendimentos priva<strong>do</strong>s e que requer um maior grau <strong>de</strong> ética e responsabilida<strong>de</strong> na sua<br />
i<strong>de</strong>alização e execução.<br />
PBQP-H: O Programa Brasileiro da Qualida<strong>de</strong> e Produtivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Habitat prevê a implantação <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gestão<br />
da Qualida<strong>de</strong> <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas construtoras, através <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> setorial. Ele t<strong>em</strong> começa<strong>do</strong> a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> como<br />
critério pré-seleciona<strong>do</strong>r por entida<strong>de</strong>s públicas contratantes <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> construção civil e, até mesmo, pela<br />
iniciativa privada. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se os impactos que este programa t<strong>em</strong> incita<strong>do</strong> no setor <strong>de</strong> construção, po<strong>de</strong>-se<br />
afirmar que ele figura como um novo fator que impacta e caracteriza, além <strong>do</strong> setor público, to<strong>do</strong> o novo cenário <strong>do</strong><br />
construbusiness.<br />
2 – O PAPEL DO PROJETO PARA OBTENÇÃO DA QUALIDADE EM<br />
EMPREENDIMENTOS PÚBLICOS<br />
Em tese, o <strong>projeto</strong> t<strong>em</strong> funções no po<strong>de</strong>r público similares ao <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha<strong>do</strong> na iniciativa privada: informar as<br />
características <strong>do</strong> produto (<strong>projeto</strong> básico e <strong>projeto</strong> executivo), sua forma <strong>de</strong> execução (<strong>projeto</strong> <strong>de</strong> produção e <strong>projeto</strong> <strong>de</strong><br />
canteiro), permitir a introdução <strong>de</strong> inovações tecnológicas, reduzir a existência <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as patológicos, garantir as<br />
características <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, racionalida<strong>de</strong> e construtibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>em</strong>preendimento com reflexos na a<strong>de</strong>quação ao uso,<br />
redução <strong>do</strong> lead time <strong>de</strong> execução da obra e redução <strong>do</strong>s custos totais (Oliveira, 2001 - b).<br />
Portanto, “as possibilida<strong>de</strong>s” para obtenção <strong>de</strong> benefícios liga<strong>do</strong>s à qualida<strong>de</strong>, advin<strong>do</strong>s da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> nos<br />
<strong>em</strong>preendimentos <strong>do</strong> setor público, não se diferenciam muito <strong>do</strong> que é verifica<strong>do</strong> na iniciativa privada. Porém,<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se as características legais <strong>de</strong> contratação e gerenciamento <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>s e obras pelos órgãos públicos,<br />
que vêm impon<strong>do</strong> um atraso no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s se compara<strong>do</strong>s com o que v<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> pratica<strong>do</strong><br />
pela iniciativa privada, po<strong>de</strong>-se vislumbrar um gran<strong>de</strong> potencial para avanço na aplicação <strong>do</strong>s mecanismos e<br />
ferramentas da qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> gerar conseqüências positivas sobre a produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />
<strong>em</strong>preendimentos.<br />
Muitos são os fatores que têm contribuí<strong>do</strong> para dificultar o amadurecimento da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> no setor público<br />
brasileiro. Não se preten<strong>de</strong> aqui esgotar a discussão sobre estes itens e, sim, citar àqueles consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s por nós mais<br />
importantes e, limitadamente, traçar uma pequena explanação sobre suas características e influências neste contexto.<br />
Seria muito difícil, dada a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> assunto e da proximida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s, não consi<strong>de</strong>rar nesta sucinta<br />
explanação a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construção propriamente dita, sob pena <strong>de</strong> analisar parcialmente e ten<strong>de</strong>nciosamente o<br />
cenário nacional <strong>de</strong> obras públicas - mesmo que enfocan<strong>do</strong> principalmente a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>, que certamente se<br />
comporta <strong>de</strong> forma sistêmica, com gran<strong>de</strong> interação <strong>em</strong> relação à etapa <strong>de</strong> execução e <strong>de</strong> uso.<br />
Em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> exposto, segue abaixo alguns <strong>do</strong>s itens que caracterizam as dificulda<strong>de</strong>s vividas pelo setor público <strong>em</strong><br />
relação a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>em</strong>preendimentos <strong>de</strong> construção civil, sob o enfoque principal da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>projeto</strong>.<br />
2<br />
2.1 – Dificulda<strong>de</strong>s para obtenção da qualida<strong>de</strong> no processo <strong>do</strong> <strong>projeto</strong> <strong>em</strong><br />
<strong>em</strong>preendimentos públicos<br />
Rigi<strong>de</strong>z da Lei 8.666: a Lei <strong>de</strong> Licitações e Contratos brasileira <strong>de</strong>fine a meto<strong>do</strong>logia para contratação <strong>de</strong> obras ou<br />
serviços relaciona<strong>do</strong>s, on<strong>de</strong> não se permite impl<strong>em</strong>entar novas formas <strong>de</strong> contratação que não àquelas nela<br />
especificadas (SPF, 1993). Este é um fator que dificulta a introdução <strong>de</strong> mecanismos mais inova<strong>do</strong>res na contratação e,<br />
conseqüent<strong>em</strong>ente, no gerenciamento <strong>de</strong> obras e <strong>projeto</strong>s nos órgãos públicos.<br />
Falta <strong>de</strong> comunicação <strong>projeto</strong> x obra: Nos <strong>em</strong>preendimentos públicos, <strong>em</strong> geral, a execução é contratada após a<br />
finalização da etapa <strong>de</strong> <strong>projeto</strong> (<strong>projeto</strong> básico + <strong>projeto</strong> executivo), salvo quan<strong>do</strong> o <strong>projeto</strong> executivo é contrata<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />
conjunto com a etapa <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> obras. Porém, <strong>em</strong> qualquer um <strong>do</strong>s casos não há a participação <strong>do</strong> construtor na<br />
etapa inicial <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alização e concepção genérica <strong>do</strong> produto; e é nesta etapa que se <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> as principais<br />
características <strong>do</strong> <strong>em</strong>preendimento, as tecnologias a ser<strong>em</strong> utilizadas (que <strong>de</strong>viam estar <strong>em</strong> consonância com as<br />
competências <strong>do</strong> construtor), as convergências <strong>do</strong>s <strong>projeto</strong>s <strong>de</strong> execução e <strong>de</strong> canteiro com os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong><br />
construtor, etc (Melha<strong>do</strong>, 2001).