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monografia [arquivo *.pdf 8,2 Mb] - Escola de Engenharia de São ...

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socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Kopp (1990) nos oferece uma afirmação importante para este<br />

entendimento:<br />

Quando uma pessoa vive em comunida<strong>de</strong>, esta <strong>de</strong>ve em<br />

certa medida limitar seus próprios <strong>de</strong>sejos em função <strong>de</strong>sta<br />

comunida<strong>de</strong> [...] Sua casa não <strong>de</strong>ve ficar separada da casa<br />

vizinha, mas, ao contrário, <strong>de</strong>ve unir-se a ela para dar uma<br />

impressão <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong>. (BOLLERY, F. e<br />

HARTMANN, K. In KOOP, A. 1990, p.36)<br />

Em contraposição aos gran<strong>de</strong>s blocos entremeados por espaços ver<strong>de</strong>s e<br />

livres <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong> propostos principalmente pelos arquitetos<br />

mo<strong>de</strong>rnistas alemães, o projeto do bairro resi<strong>de</strong>ncial Jardim Estoril I <strong>de</strong> Fernando<br />

Pinho organiza a implantação das habitações em lotes, refletindo uma idéia muito<br />

arraigada à cultura nacional, a do i<strong>de</strong>al da proprieda<strong>de</strong> privada, em que a os limites<br />

entre esta e o solo público tem <strong>de</strong> ser claramente <strong>de</strong>marcados, sendo a instância<br />

pública <strong>de</strong> competência exterior à moradia, e este um espaço <strong>de</strong> ninguém, enquanto<br />

na Europa este é um espaço coletivo. Ao lidar com este conceito, o projeto <strong>de</strong><br />

Pinho, embora <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma lógica mercadológica, distante das i<strong>de</strong>ologias<br />

socialistas que baseiam o projeto mo<strong>de</strong>rno da vanguarda e inserido no contexto<br />

nacional da arquitetura mo<strong>de</strong>rna das décadas <strong>de</strong> 1950-60 em que ocorre<br />

popularização e a moldagem do mo<strong>de</strong>rno aos valores tradicionais da socieda<strong>de</strong>, lida<br />

com este entrave diluindo, através <strong>de</strong> soluções já apontadas no tópico anterior, o<br />

limite entre o espaço privado, núcleo seguro da família e o espaço público, aberto a<br />

vida em comunida<strong>de</strong>.<br />

Quanto à disposição dos cômodos em planta, a manutenção da tripartição<br />

burguesa em espaços sociais ou representativos, espaços íntimos e espaços <strong>de</strong><br />

serviço reafirma a importação do mo<strong>de</strong>lo burguês europeu e, mesmo esta<br />

disposição sofrendo algumas alterações no <strong>de</strong>senho para as habitações menores,<br />

que fazem com que esta se assemelhe ao mo<strong>de</strong>lo da casa operária alemã, não<br />

po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificá-la <strong>de</strong>ntro do conceito i<strong>de</strong>ológico da casa proposta pelo<br />

Movimento Mo<strong>de</strong>rno, em que o espaço da habitação era entendido como um veículo<br />

<strong>de</strong> transformação social.<br />

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