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Habitação e modos de vida em vilas operárias - Escola de ...

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e do médico. Assim, “a vila operária, é um dos bens <strong>em</strong> que o capital privado investe para tornar<br />

possível armazenar a força <strong>de</strong> trabalho livre necessária à produção” (BLAY, 1985, p.40). E, segundo<br />

Marins (1998), essas <strong>vilas</strong> ainda submet<strong>em</strong> seus moradores às primeiras experiências <strong>de</strong> massificação<br />

<strong>de</strong> moradia, seja pela disposição rígida das plantas arquitetônicas, seja pela própria uniformida<strong>de</strong><br />

externa dos blocos <strong>de</strong> habitações.<br />

Por outro lado, o que ocorria <strong>em</strong> muitos casos era a companhia instalar-se <strong>em</strong> núcleos urbanos<br />

já existentes, <strong>de</strong> acordo com seu porte, po<strong>de</strong>ndo requerer alterações importantes na infra-estrutura<br />

local, <strong>de</strong>ixando nítida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma interface com o Estado. A este, cabia primeiramente<br />

institucionalizar tal forma <strong>de</strong> apropriação, e <strong>de</strong>pois, criar mecanismos que facilitass<strong>em</strong> a expansão do<br />

espaço construído. Conseqüent<strong>em</strong>ente, os projetos <strong>de</strong> arquitetura <strong>de</strong>stes <strong>em</strong>preendimentos tendiam<br />

a partir <strong>de</strong>ssa idéia - “mini-cida<strong>de</strong>” - cujo programa era <strong>de</strong>finido <strong>em</strong> função das características<br />

particulares do <strong>em</strong>preendimento, e contavam com vários equipamentos coletivos. Esse tipo <strong>de</strong> vilacida<strong>de</strong>la<br />

foi raro na capital paulista, com exceção da vila mo<strong>de</strong>lar Maria Zélia. No projeto quase<br />

s<strong>em</strong>pre estavam presentes influências da própria formação do projetista, que tendia a introduzir os<br />

valores culturais <strong>de</strong> sua região <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>, e que acabavam por coincidir com os valores <strong>de</strong> dirigentes<br />

da <strong>em</strong>presa.<br />

Em muitos casos, apesar <strong>de</strong> se observar<strong>em</strong> os <strong>de</strong>vidos cuidados <strong>em</strong> relação à adaptação das<br />

construções ao clima local, os projetos terminavam por diferenciar-se daquilo que se verificava na<br />

região, causando estranheza. No Brasil, o mecanismo se repetia, levando-se padrões característicos<br />

dos centros nacionais mais industrializados, para regiões que apresentavam características culturais<br />

peculiares e que acabavam por não ser<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>radas.<br />

Da mesma forma, poucos foram os industriais que tiveram uma intenção mais i<strong>de</strong>alista <strong>em</strong> seus<br />

<strong>em</strong>preendimentos imobiliários, <strong>de</strong>stacando-se como exceção, Jorge Street, que construiu <strong>em</strong> 1916 a<br />

Maria Zélia, como será tratado adiante. Ao construir uma vila operária, o industrial obtinha a posse<br />

Habitação e <strong>modos</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> <strong>em</strong> <strong>vilas</strong> operárias<br />

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Histórico

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