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Habitação e modos de vida em vilas operárias - Escola de ...

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A <strong>em</strong>ergência da gran<strong>de</strong> indústria trouxe consigo um forte esforço <strong>de</strong> reorganização do trabalho<br />

e principalmente do controle dos trabalhadores <strong>em</strong> certas circunstâncias <strong>de</strong> seu cotidiano. A partir<br />

das duas últimas décadas do século XIX até os anos quarenta do século XX, difundiu-se largamente<br />

pelo Brasil a prática <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> <strong>vilas</strong> operárias <strong>em</strong> cida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> núcleos fabris <strong>em</strong> localida<strong>de</strong>s<br />

rurais. Exist<strong>em</strong> duas modalida<strong>de</strong>s distintas <strong>de</strong> <strong>vilas</strong> operárias: a primeira, como assentamento<br />

habitacional, patrocinado por <strong>em</strong>presas e voltado a seus funcionários – vila operária <strong>de</strong> <strong>em</strong>presa – e<br />

a habitação promo<strong>vida</strong> por investidores privados e voltada ao mercado <strong>de</strong> locação – vila operária<br />

particular. Algumas vezes, essas habitações confundiam-se com o espaço urbano existente, já que<br />

possuíam as mesmas características físicas.<br />

Existiram também, casos nos quais as casas erguidas por <strong>em</strong>presas situavam-se fora das<br />

cida<strong>de</strong>s, configurando um núcleo resi<strong>de</strong>ncial isolado: “[...] muitas <strong>em</strong>presas criaram não só <strong>vilas</strong>, mas<br />

verda<strong>de</strong>iras cida<strong>de</strong>las, porque se estabeleciam <strong>em</strong> locais isolados, on<strong>de</strong> inexistia mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

ou cida<strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> concentrar trabalhadores e oferecer o mínimo <strong>de</strong> serviços e equipamentos<br />

urbanos” (BONDUKI, 1998, p.47).<br />

A construção <strong>de</strong> habitação operária por indústrias esteve relacionada com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> fábricas <strong>em</strong> localida<strong>de</strong>s rurais, junto às fontes <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> matéria-prima e esteve<br />

“inserida <strong>em</strong> estratégia <strong>de</strong> disciplina da mão-<strong>de</strong>-obra, fundamentada na se<strong>de</strong>ntarização, na moralização<br />

dos costumes e na difusão <strong>de</strong> novas noções <strong>de</strong> higiene” (CORREIA, 1997, p.2). A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, por ex<strong>em</strong>plo, passou da condição <strong>de</strong> vila provinciana à <strong>de</strong> metrópole industrial, muito<br />

rapidamente. Nesse processo percebeu-se claramente a influência estrangeira e as novas idéias<br />

vindas com a “era da máquina”, que passaram a fazer parte do cotidiano paulistano s<strong>em</strong> qualquer<br />

critério <strong>de</strong> avaliação. Com a riqueza do café que dinamizou as ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s comerciais na capital paulista,<br />

foram criadas condições propícias ao <strong>de</strong>senvolvimento industrial e à expansão da cida<strong>de</strong>. Assim, o<br />

mercado consumidor urbano sofreu gran<strong>de</strong> crescimento, b<strong>em</strong> como a <strong>de</strong>manda pelas no<strong>vida</strong><strong>de</strong>s, <strong>em</strong><br />

Habitação e <strong>modos</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> <strong>em</strong> <strong>vilas</strong> operárias<br />

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Histórico

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