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Wolfgang Amadeus Mozart
Salzburgo, 27 de Janeiro de 1756
Viena, 5 de Dezembro de 1791
3
Concerto para Piano e Orquestra Nº. 25, em Dó maior, K.503
(c. 30 min.)
O Concerto para Piano em Dó maior, K. 503, foi composto em 1786,
no mesmo ano em que foi igualmente composta a Sinfonia em Ré
maior, K.504, Praga, e a ópera As bodas de Fígaro. Nessa altura, Mozart
tinha-se fixado na cidade de Viena, após a sua saída de Salzburgo (em
1781) e, não tendo uma colocação profissional estável, dependia de
rendimentos provenientes de aulas e das suas apresentações enquanto
pianista. Paralelamente, a constitui ção de uma família num período
de incerteza económica é um importante factor a ter em conta
na abordagem da obra do compositor no seu período vienense. Tendo
uma elevada reputação enquanto pianista nessa cidade, a sua apresentação
em concertos públicos de benefício (nos quais os lucros revertiam
para o compositor) determinou a actividade do compositor.
A notoriedade de Mozart enquanto instrumentista afirmou-se desde
cedo, mas tendo em conta os constrangimentos inerentes à sua sobrevivência,
é possível associar uma maior produção de concertos para
piano e orquestra entre 1782 e 1786, período de intensa actividade
enquanto pianista. Tendo em conta a sua apurada formação musical
desde a infância e a instituição de um pequeno circuito de concertos
públicos em Viena, grande parte desses concertos foram executados
pelo compositor nesses eventos.
Tal como a tipologia mais recorrente do concerto do Classicismo,
o Concerto para Piano K.503 encontra-se dividido em três andamentos
e apresenta-se como uma obra que emprega uma quantidade assinalável
de elementos estilísticos, por vezes heterogéneos, característica
inerente à obra do compositor. A abrangência da produção de
Mozart até então, que abarcava os principais géneros codificados no
Classicismo, entre os quais a sinfonia, o concerto, a ópera, o quarteto
para cordas e as obras para piano solo, aponta para uma síntese das
diversas práticas musicais desse período no estilo pessoal do compositor.
O primeiro andamento do concerto, Allegro maestoso, principia
com uma atmosfera solene, recorrente de elementos rítmicos da chamada
abertura francesa. Paralelamente, integra tipologias de danças
sociais vigentes na época ou elementos associados ao universo militar
(em especial no tratamento de instrumentos como o trompete ou os
tímpanos). Neste andamento é de destacar a interacção entre os diferentes
intervenientes, do piano aos naipes instrumentais, e uma abordagem
fluida dos materiais temáticos e das relações tonais, característica
recorrente na produção mozartiana deste período. O segundo