01.09.2014 Views

PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto

PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto

PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>PRAXIS</strong><br />

experiências<br />

europeias<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

Marinela Chimanha<br />

oDEBREChT<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

IMPERIAL / RAR<br />

Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa<br />

À CONVERSA COM...<br />

JoSé MARTInS CARvALho<br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos


02 ÍnDice<br />

03<br />

04<br />

eDiToriaL<br />

a reTer<br />

» Selos <strong>de</strong> Competência<br />

» Concurso nacional <strong>de</strong> Ingresso no Ensino <strong>Superior</strong> 2011<br />

» ISEP lança Primeira Formação em Reporte <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />

» Cida<strong>de</strong>s Inteligentes/Cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Futuro<br />

06<br />

evenTos<br />

» 7 as Jornadas Técnicas Internacionais <strong>de</strong> Resíduos<br />

» Green Campus<br />

» 5 th TF – Media Task Force Meeting and Workshop<br />

» Dias Abertos 2011-2012<br />

» Laboratório Automóvel Desven<strong>do</strong>u o Smart Elétrico<br />

» Perspetivas <strong>de</strong> Evolução Económica e os Impactos na <strong>Engenharia</strong><br />

10<br />

» 1 as Jornadas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação Médica<br />

À conversa com...<br />

06<br />

evenTos<br />

» Martins <strong>de</strong> Carvalho – Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

14<br />

De fora cá DenTro<br />

» IMPERIAL / RAR – Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa<br />

16<br />

DesTaQue<br />

» <strong>PRAXIS</strong> – European Centre for Project / Internship Excellence<br />

18<br />

invesTigação À Lupa<br />

» A <strong>Engenharia</strong> Química ao Serviço <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />

10<br />

À conversa com<br />

20<br />

Depois Do isep<br />

» Marinela Chimanha – oDEBREChT<br />

22<br />

a nossa TecnoLogia<br />

» E-Maintenance Solutions<br />

24<br />

breves<br />

» Laboratório Automóvel Recebe nova viatura Toyota<br />

» MyListBox na Final <strong>do</strong> 8º Poliempreen<strong>de</strong><br />

» viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Centrais <strong>de</strong> Micro-geração no Setor da Agropecuária<br />

» Barchetta Acelerou em Braga<br />

» Impacto das águas Pluviais na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saneamento<br />

» Estu<strong>do</strong> LABCARGA Alerta para Erosão Costeira na Galiza<br />

» Avaliar a Segurança Alimentar <strong>do</strong>s Cefalópo<strong>de</strong>s<br />

» CISTER Inicia Quatro novos Projetos <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong> Ponta<br />

» Mobilida<strong>de</strong> Inteligente<br />

» Apresentação <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto PultrEficaz<br />

» ISEP Race Engineering Mostra a Sua Garra no Estoril<br />

» Mestranda em <strong>Engenharia</strong> Civil Recebe Prémio Sika<br />

» A <strong>Engenharia</strong> que Torna os Ambientes Mais Seguros<br />

» Sistemas <strong>de</strong> Recomendação e Personalização da Tv<br />

» Saber Aplica<strong>do</strong> leva ISEP ao Júri <strong>do</strong> EEPA 2012<br />

16<br />

DesTaQue<br />

28<br />

provas De DouToramenTo<br />

20<br />

invesTigação À Lupa


eDiToriaL<br />

03<br />

EDITORIAL<br />

As instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> têm um papel ativo na inovação <strong>de</strong> soluções para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável <strong>do</strong> país. Acreditamos que este compromisso começa na formação <strong>de</strong> cidadãos<br />

competentes e ambiciosos e, por isso, procuramos incutir nos estudantes e diploma<strong>do</strong>s<br />

uma visão global <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Contan<strong>do</strong> com mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> parcerias <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Espaço Europeu <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>,<br />

o ISEP tem aproveita<strong>do</strong> estes laços para promover a mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudantes e colabora<strong>do</strong>res,<br />

mas também para criar e partilhar conhecimento através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> investigação conjuntos.<br />

Agora, o ISEP lança-se num projeto pioneiro que preten<strong>de</strong> apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />

e a empregabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenheiros no espaço comunitário. no <strong>de</strong>staque <strong>do</strong> isep.<br />

BI 15, apresentamos o <strong>PRAXIS</strong> – European Center for Project/Internship Excellence, um projeto<br />

europeu lança<strong>do</strong> no <strong>Porto</strong> e que vem reforçar a participação <strong>do</strong> ISEP em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> excelência.<br />

Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo ISEP, o <strong>PRAXIS</strong> reúne 44 instituições <strong>do</strong>s 27 esta<strong>do</strong>s-membros e preten<strong>de</strong> criar um<br />

merca<strong>do</strong> virtual, que centralize propostas e recursos educativos a nível europeu para a unida<strong>de</strong><br />

curricular <strong>de</strong> projeto/estágio. Enquadra<strong>do</strong> na estratégia Europa 2020 e cofinancia<strong>do</strong> pela União<br />

Europeia com mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> euros, o <strong>PRAXIS</strong> procura <strong>de</strong>finir o melhor mo<strong>de</strong>lo para<br />

esta unida<strong>de</strong> curricular, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> igualmente ao <strong>de</strong>safio da sua padronização no espaço<br />

comunitário. nuno Escu<strong>de</strong>iro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática, confessa a<br />

ambição <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>ste projeto «uma referência mundial».<br />

Como é hábito, o isep.BI dá também a conhecer o que <strong>de</strong> melhor se faz na investigação aplicada<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>. A “Investigação à Lupa” inci<strong>de</strong> num projeto <strong>de</strong> engenharia química para remediação<br />

<strong>de</strong> águas contaminadas com pesticidas, que promete mais-valias económicas e ambientais.<br />

Já a “nossa Tecnologia” centra-se num projeto que propõe novas ferramentas <strong>de</strong> suporte<br />

à gestão e manutenção industriais. E-Maintenance Solutions releva o potencial <strong>do</strong>s projetos<br />

transversais. Ambos os projetos ilustram mais-valias da associação entre os cursos mestra<strong>do</strong>s e<br />

os grupos <strong>de</strong> investigação.<br />

Manten<strong>do</strong> o compromisso <strong>de</strong> mostrar o ISEP como um parceiro local e um ator aberto ao mun<strong>do</strong>,<br />

vamos também à Imperial <strong>de</strong>scobrir a <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> chocolates; apresentamos<br />

Marinela Chimanha, diplomada em <strong>Engenharia</strong> Informática, que se encontra a trabalhar em<br />

Angola e conversamos com o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, Martins <strong>de</strong><br />

Carvalho, sobre a sua nomeação para a Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos.<br />

isep.BI 15<br />

_<br />

FICHA TÉCNICA<br />

PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIREÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />

EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDAÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2012<br />

IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07<br />

CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt


04 a reTer<br />

SELoS DE CoMPETÊnCIA<br />

o ISEP obteve o certifica<strong>do</strong> que atesta a conformida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong> com a norma UnE-En ISo<br />

9001:2008. o processo inicia<strong>do</strong> este ano recupera uma certificação<br />

que ce<strong>de</strong> o direito <strong>do</strong> uso da marca AEnoR.<br />

ConCURSo nACIonAL<br />

DE InGRESSo no EnSIno<br />

SUPERIoR 2011<br />

Em 2008, investiu na eficiência energética e foi distingui<strong>do</strong><br />

com o Prémio Greenlight da Comissão Europeia. Em 2010, o<br />

ISEP apostou na simplificação e <strong>de</strong>sburocratização <strong>de</strong> processos<br />

e esse esforço foi reconheci<strong>do</strong> com o Prémio Boas Práticas<br />

no Setor Público: Serviço ao Cidadão – Ensino. Já em 2011, a<br />

internacionalização da investigação valeu ao ISEP a nomeação<br />

para os Prémios novo norte, na categoria <strong>de</strong> inovação. Esta<br />

estratégia <strong>de</strong> afirmação <strong>de</strong> boas práticas atinge agora mais um<br />

marco com o processo <strong>de</strong> certificação da qualida<strong>de</strong>.<br />

Se o processo <strong>de</strong> certificação foi visto como uma oportunida<strong>de</strong><br />

para validar procedimentos e reforçar o compromisso <strong>de</strong><br />

melhoria contínua, nomeadamente ao nível <strong>do</strong>s processos<br />

formais <strong>de</strong> planeamento, organização e controlo da comunicação<br />

interna, o resulta<strong>do</strong> final assinala, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, uma significativa<br />

imagem <strong>de</strong> eficiência.<br />

Foi com sucesso que o ISEP viu externamente reconheci<strong>do</strong> o<br />

esforço <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que trabalharam para implementar a nova<br />

estrutura <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong>.<br />

Esta certificação revela uma cultura institucional interna <strong>de</strong><br />

gestão da qualida<strong>de</strong>, ambição e compromisso com a melhoria<br />

contínua <strong>do</strong>s processos. Atesta também o posicionamento <strong>do</strong><br />

<strong>Instituto</strong> entre o restrito grupo <strong>de</strong> prestigiadas instituições <strong>de</strong><br />

ensino superior certificadas a nível mundial.<br />

A certificação ISo 9001:2008, além <strong>de</strong> reconhecer a conformida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong>, acaba também por<br />

servir <strong>de</strong> estímulo ao trabalho <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s<br />

criativas, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras e competentes.<br />

HONRAS ISEP<br />

160 AnoS A EnSInAR, InvESTIGAR E InovAR<br />

MAIS DE 6.750 ESTUDAnTES<br />

MEMBRo Do ConSÓRCIo CDIo<br />

FInALISTA DoS PRéMIoS novo noRTE 2011<br />

PRéMIo BoAS PRáTICAS no SEToR PÚBLICo 2010<br />

PRéMIo GREEnLIGhT 2008<br />

CERTIFICAÇÃo ISo 9001:2008<br />

o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> acolheu 855 novos estudantes<br />

em 2011. Pelo quarto ano consecutivo, o <strong>Instituto</strong> preencheu<br />

a totalida<strong>de</strong> das vagas diurnas na 1ª fase <strong>do</strong> Concurso nacional <strong>de</strong> Ingresso<br />

no Ensino <strong>Superior</strong>.<br />

A média <strong>do</strong>s primeiros coloca<strong>do</strong>s com o ISEP como primeira opção é<br />

177,9 (varia entre os 189,4-144,4), sen<strong>do</strong> que 638 candidatos procuraram<br />

o ISEP como primeira opção (66%). Pelo segun<strong>do</strong> ano consecutivo,<br />

cerca <strong>de</strong> um quinto <strong>do</strong>s novos estudantes são <strong>do</strong> sexo feminino.<br />

Estes da<strong>do</strong>s ajudam a <strong>de</strong>smistificar algumas i<strong>de</strong>ias vulgarmente associadas<br />

à oferta formativa em <strong>Engenharia</strong>. Acresce que os números ISEP,<br />

não só contrariam o <strong>de</strong>clínio na procura <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> a nível<br />

europeu (e norte-americano), como a própria quebra sentida nas colocações<br />

a nível nacional e especialmente no subsistema politécnico.<br />

Existem inúmeros fatores que po<strong>de</strong>m ajudar a perceber o sucesso <strong>de</strong>sta<br />

marca nacional: o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma<br />

instituição centenária, que celebra o 160º aniversário em 2012 e tem<br />

consolida<strong>do</strong> a sua reputação e prestígio entre as principais escolas <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> portuguesas. o ISEP é a maior escola <strong>do</strong> maior politécnico<br />

<strong>do</strong> país, apostan<strong>do</strong> num ensino <strong>de</strong> orientação prática (hands on) e<br />

orienta<strong>do</strong> para os <strong>de</strong>safios das empresas e soluções para o mun<strong>do</strong> real.<br />

Este é um perfil que agrada a muitos emprega<strong>do</strong>res, mas também a<br />

muitos aspirantes a engenheiros.<br />

Também o facto <strong>de</strong> a formação inicial ao nível da licenciatura abrir<br />

caminho ao reconhecimento por ambas as or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> ou<br />

mesmo a opção por horários pós-laborais, que possibilitam conciliar<br />

uma ativida<strong>de</strong> profissional com os estu<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m ser fatores em jogo.<br />

As médias <strong>de</strong> entrada no ISEP (nota <strong>do</strong> último coloca<strong>do</strong>) em 2011 variaram<br />

entre os 147,2-119,5. novamente, o <strong>de</strong>staque vai para a ligeira<br />

subida comparativamente a 2010. o prestígio da marca ISEP contribui<br />

ainda para colocar o Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no top 5 nacional.<br />

De realçar ainda que o <strong>Instituto</strong> recebeu 49 novos estudantes estrangeiros<br />

no primeiro semestre. os alunos “internacionais”, que chegam<br />

ao ISEP em mobilida<strong>de</strong> Erasmus, são provenientes <strong>de</strong> Espanha, Grécia,<br />

Polónia, Bélgica, Itália, hungria e Roménia. «A lista <strong>do</strong>s países <strong>de</strong> origem<br />

<strong>do</strong>s alunos tem aumenta<strong>do</strong>, o que espelha o resulta<strong>do</strong> das ações <strong>de</strong><br />

internacionalização feitas por toda a Instituição», refere o Gabinete <strong>de</strong><br />

Relações Externas.


a reTer<br />

05<br />

ISEP LAnÇA PRIMEIRA<br />

FoRMAÇÃo EM REPoRTE DE<br />

SUSTEnTABILIDADE<br />

Em linha com o compromisso social <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> uma cultura sustentável,<br />

o ISEP associou-se à Global Reporting Initiative (GRI). o ISEP é<br />

a primeira instituição <strong>de</strong> ensino superior em Portugal a ser reconhecida<br />

como parceiro-forma<strong>do</strong>r oficial da GRI e promoveu com o primeiro curso<br />

em reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, em janeiro <strong>de</strong> 2012.<br />

A GRI é uma organização pioneira a nível mundial, em termos <strong>de</strong> relatórios<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>. A arquitetura <strong>do</strong>s seus relatórios é <strong>de</strong>senvolvida<br />

através <strong>do</strong> consenso entre as partes interessadas – incluin<strong>do</strong> elementos<br />

da socieda<strong>de</strong> civil, empresários, agentes laborais e académicos<br />

– e procura a melhoria contínua das grelhas <strong>de</strong> avaliação. os objetivos<br />

da GRI incluem também a promoção <strong>de</strong> boas práticas ambientais, sociais<br />

e <strong>de</strong> governança, além da disseminação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo a nível global.<br />

Consi<strong>de</strong>rada uma referência mundial em termos <strong>de</strong> reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,<br />

a GRI foi, assim, i<strong>de</strong>ntificada pelo ISEP como o parceiro indica<strong>do</strong><br />

para avançar com formações nesta área. o processo conduzi<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Ação para a Sustentabilida<strong>de</strong> (PASUS) culminou<br />

com o anúncio oficial da parceria em julho.<br />

«Depois <strong>de</strong> um árduo trabalho, o ISEP é agora a única instituição <strong>do</strong><br />

ensino superior, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, que é oficial training partner <strong>do</strong><br />

GRI», afirmou Luís Castanheira, <strong>do</strong>cente responsável pela candidatura.<br />

A primeira formação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> em reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>correu<br />

nos dias 4 e 5 <strong>de</strong> janeiro. Destinada a quadros superiores com<br />

responsabilida<strong>de</strong>s ao nível das estratégias <strong>de</strong> gestão, sustentabilida<strong>de</strong>,<br />

ambiente e qualida<strong>de</strong>, é organizada em parceria com a Lipor – Serviço<br />

Intermunicipaliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Resíduos <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> e a BioRumo<br />

– Consultoria em Ambiente e Sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

o curso introduz o conceito <strong>de</strong> reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> da GRI;<br />

inci<strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> planeamento e elaboração <strong>de</strong> um relatório;<br />

i<strong>de</strong>ntificação e envolvimento <strong>de</strong> partes interessadas; focalização <strong>de</strong> esforços;<br />

recolha e análise <strong>de</strong> informação; preparação e comunicação <strong>do</strong><br />

relatório final.<br />

«Mais <strong>do</strong> que uma forma <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> todas as políticas empresariais,<br />

no que toca aos três pilares <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, os<br />

relatórios <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> refletem a estratégia <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> cada<br />

empresa, tornan<strong>do</strong>, por isso, incontornável a sua crescente importância,<br />

enquanto instrumento <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> apoio à respetiva gestão»,<br />

afirma a organização.<br />

CIDADES InTELIGEnTES/<br />

CIDADES Do FUTURo<br />

o Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />

(CISTER) tem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> investigação <strong>de</strong> ponta, que ajuda a <strong>de</strong>svendar<br />

as cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> futuro. A re<strong>de</strong>finição da nossa socieda<strong>de</strong> passa<br />

por ambientes inteligentes, cooperantes e sustentáveis. Três exemplos<br />

<strong>de</strong>ste trabalho são os projetos EMMon, SEnoDs e EnCoURAGE.<br />

EMbed<strong>de</strong>d Monitoring (EMMon) é apoia<strong>do</strong> pela Fundação para a<br />

Ciência e a Tecnologia (FCT), e pelo programa estratégico europeu<br />

Artemis e preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a monitorização fina e em tempo-<br />

-real <strong>de</strong> extensas áreas geográficos. o projeto propõe uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sensores embebi<strong>do</strong>s sem fios (wireless sensor network – WSn),<br />

inteligentes, cooperantes e <strong>de</strong> baixo custo.<br />

Esta re<strong>de</strong> – cujo protótipo funcional apresenta<strong>do</strong> no ISEP representa<br />

a maior WSn europeia – vai permitir uma monitorização contínua<br />

<strong>de</strong> ambientes, sen<strong>do</strong> capaz <strong>de</strong> sinalizar o percurso <strong>de</strong> emergência<br />

<strong>de</strong> uma ambulância aos condutores que se encontrem no<br />

seu trajeto; garantir a iluminação <strong>de</strong> ruas somente à passagem <strong>de</strong><br />

transeuntes; ou adaptar, automaticamente, os sistemas <strong>de</strong> rega às<br />

variações climatéricas. As aplicações são inúmeras, mas garantem<br />

maior segurança, sustentabilida<strong>de</strong> e conforto.<br />

Sustainable Energy-optimized Datacenters (SEnoDs) é um projeto<br />

<strong>do</strong> ISEP, Portugal Telecom e Carnegie-Mellon University, que<br />

inci<strong>de</strong> na área da eficiência e racionalização energética. Esta parceria,<br />

que se esten<strong>de</strong> ainda à Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e ao MIT, está a<br />

<strong>de</strong>senvolver tecnologia para ultrapassar <strong>de</strong>safios computacionais<br />

e físicos associa<strong>do</strong>s à gestão operacional, consumos energéticos<br />

e refrigeração <strong>de</strong> um data centre <strong>de</strong> larga escala – um crescente<br />

<strong>de</strong>safio ambiental e económico.<br />

o CISTER é responsável pelos sistemas <strong>de</strong> comunicação, software<br />

e middleware <strong>de</strong> monitorização fina e garante que o saber aplica<strong>do</strong><br />

ISEP representa a vanguarda a nível mundial. os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> SEnoDs contribuem para a imagem <strong>de</strong> um Portugal criativo,<br />

inova<strong>do</strong>r e tecnológico, estan<strong>do</strong> já a ser aplica<strong>do</strong>s na Covilhã, no<br />

recentemente apresenta<strong>do</strong> data centre da PT.<br />

Embed<strong>de</strong>d intelligent Controls for bUildings with Renewable generAtion<br />

and storaGE (EnCoURAGE) foi lança<strong>do</strong> este verão no ISEP.<br />

Este projeto europeu procura alavancar a emergência <strong>de</strong> edifícios<br />

inteligentes. Propõe a incorporação <strong>de</strong> tecnologias inteligentes e<br />

o recurso a fontes renováveis, para otimizar automaticamente os<br />

consumos energéticos e exportar eventuais exce<strong>de</strong>ntes para a<br />

re<strong>de</strong> urbana. o EnCoURAGE propõe-se a eliminar <strong>de</strong>sperdícios e<br />

a reduzir a pegada <strong>de</strong> carbono.


06 evenTos<br />

7 as JORNADAS<br />

TéCnICAS<br />

InTERnACIonAIS<br />

DE RESÍDUoS<br />

o ISEP foi palco das 7 as Jornadas Técnicas Internacionais <strong>de</strong> Resíduos<br />

(JTIR), em outubro. Coorganiza<strong>do</strong> com a Associação Portuguesa <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> Sanitária e Ambiental (APESB), a International Solid Waste<br />

Association (ISWA) e a Lipor, este encontro assume-se como o melhor<br />

evento técnico sobre a temática, realiza<strong>do</strong> em Portugal.<br />

Subordinadas ao tema “A Energia <strong>do</strong>s Resíduos”, as 7 as JTIR serviram<br />

para abordar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio na gestão <strong>de</strong> resíduos. Aproveitan<strong>do</strong><br />

a experiência <strong>do</strong> ISEP na área da sustentabilida<strong>de</strong>, nomeadamente<br />

ao nível <strong>do</strong>s resíduos, as jornadas apontaram evoluções<br />

tecnológicas que sustentam melhores respostas ao nível <strong>de</strong> custos/benefícios<br />

económicos e ambientais para o tratamento e valorização <strong>de</strong><br />

resíduos. Acrescente-se que os resíduos são cada vez mais aponta<strong>do</strong>s<br />

como um recurso com crescente valor e potencial energético.<br />

As 7 as JTIR arrancaram com uma masterclass subordinada ao tema<br />

“Waste-to-Energy around Europe”, seguida <strong>de</strong> 12 sessões temáticas,<br />

várias comunicações e a apresentação <strong>de</strong> 16 cartazes.<br />

Contan<strong>do</strong> com a participação <strong>de</strong> ora<strong>do</strong>res portugueses, espanhóis,<br />

dinamarqueses, franceses, alemães, britânicos, angolanos e brasileiros,<br />

este encontro promoveu um fórum <strong>de</strong> excelência para o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> contactos e parcerias com especialistas <strong>do</strong> setor.<br />

Entre as várias organizações presentes, <strong>de</strong>staque para as universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> Minho, Aveiro, Beira Interior, Técnica <strong>de</strong> Lisboa, congéneres<br />

espanholas e brasileiras, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s da administração central e local, as<br />

comissões <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional <strong>do</strong> norte e<br />

<strong>do</strong> Centro, as empresas águas <strong>de</strong> Portugal, GRAPESB e Sotkon, entre<br />

outras entida<strong>de</strong>s gestoras <strong>de</strong> resíduos.<br />

o sucesso das 7 as JTIR, e o reconhecimento da competência <strong>do</strong> ISEP<br />

nesta área valeram, entretanto, o convite para o <strong>Instituto</strong> integrar a<br />

comissão organiza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> International Africa Sustainable Waste Management<br />

Congress, que <strong>de</strong>correrá em junho <strong>de</strong> 2012, em Angola.


ten<strong>do</strong> igualmente lança<strong>do</strong> novas áreas <strong>de</strong> atuação. os novos subgruevenTos<br />

07<br />

GREEn CAMPUS<br />

A promoção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nomeadamente<br />

através da eficiência energética e racionalização <strong>do</strong>s consumos, é uma<br />

ambição <strong>do</strong> ISEP. neste senti<strong>do</strong>, o <strong>Instituto</strong> a<strong>de</strong>riu à iniciativa Green<br />

Campus – Desafio <strong>de</strong> Eficiência Energética no Ensino <strong>Superior</strong>, cuja<br />

sessão <strong>de</strong> divulgação foi promovida no início <strong>de</strong> novembro.<br />

o projeto Green Campus é promovi<strong>do</strong> pelo programa MIT-Portugal e<br />

tem como principal objetivo promover a divulgação e a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas<br />

<strong>de</strong> eficiência energética nos campus <strong>de</strong> ensino superior. Inscreveram-se<br />

neste projeto 44 instituições académicas, entre elas o ISEP,<br />

que submeteu para avaliação os edifícios F e h.<br />

Florinda Martins, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química<br />

(DEQ), incidiu nos benefícios diretos e indiretos da iniciativa e <strong>de</strong>screveu<br />

os edifícios propostos pelo ISEP ao concurso.<br />

«A a<strong>de</strong>são a este tipo <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong>monstra a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar o<br />

<strong>de</strong>sempenho energético e sensibilizar toda a comunida<strong>de</strong> académica<br />

para a questão. Existe um especial cuida<strong>do</strong> em envolver to<strong>do</strong>s, com<br />

particular <strong>de</strong>staque para os estudantes, na procura ativa <strong>de</strong> respostas<br />

aos atuais <strong>de</strong>safios», comentou Florinda Martins. A <strong>do</strong>cente anunciou<br />

ainda que, no seguimento da sessão, foram já formalizadas as candidaturas<br />

<strong>de</strong> oito equipas.<br />

A sessão teve início com uma apresentação <strong>de</strong> Miguel Carvalho, diretor<br />

executivo <strong>do</strong> programa MIT-Portugal. o representante <strong>do</strong> Green Campus<br />

expôs objetivos e condições <strong>de</strong> participação no concurso, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong><br />

a possibilida<strong>de</strong> das equipas serem compostas por estudantes<br />

ou colabora<strong>do</strong>res, ou serem mistas. Seguidamente, a apresentação <strong>de</strong><br />

Com a implementação <strong>de</strong> medidas que garantam um campus mais<br />

“ver<strong>de</strong>”, reduz-se a <strong>de</strong>pendência energética e a pegada <strong>de</strong> carbono <strong>do</strong><br />

ISEP. Relembra-se que o <strong>Instituto</strong> foi distingui<strong>do</strong> com o Prémio Greenlight<br />

2008, atribuí<strong>do</strong> pela Comissão Europeia, em reconhecimento das<br />

boas práticas <strong>de</strong> eficiência energética.<br />

5 th TF-MEDIA TASK FoRCE MEETInG AnD WoRKShoP<br />

Entre 26 e 28 <strong>de</strong> outubro, o ISEP acolheu vários peritos em tecnologias<br />

multimédia, no <strong>de</strong>curso da 5 th TF-Media Task Force Meeting and<br />

Workshop. Este fórum inova<strong>do</strong>r e colaborativo lançou cinco novos<br />

subgrupos <strong>de</strong> trabalho, com <strong>de</strong>staque para o task force em multimédia<br />

e objetos <strong>de</strong> aprendizagem, li<strong>de</strong>rada por António Castro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) e investiga<strong>do</strong>r no Graphics<br />

Interaction and Learning Technologies (GILT).<br />

pos <strong>de</strong> trabalho são: 1) Meta-da<strong>do</strong>s e Repositórios; 2) Multimédia e objetos<br />

<strong>de</strong> Aprendizagem; 3) Sistemas Back-end; 4) Palestra <strong>de</strong> Gravação<br />

e <strong>de</strong> Enriquecimento; 5) Promoção e Relações Públicas.<br />

António vieira <strong>de</strong> Castro é corresponsável pelo subgrupo Multimédia e<br />

objetos <strong>de</strong> Aprendizagem. o investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> GILT serve como ponto<br />

<strong>de</strong> contacto nacional.<br />

nos últimos anos, as instituições <strong>de</strong> ensino superior têm vin<strong>do</strong> a produzir<br />

inúmeros conteú<strong>do</strong>s multimédia com fins académicos, embora<br />

normalmente circunscritos para distribuição interna. na tentativa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver novas tecnologias, infraestruturas e serviços <strong>de</strong> internet<br />

orientadas para o ensino e investigação foi constituída a Task Force Media<br />

(TF-Media). Este grupo <strong>de</strong> trabalho reúne peritos <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o globo e<br />

trabalha em estreita colaboração com as re<strong>de</strong>s nacionais responsáveis<br />

pela partilha <strong>de</strong> saberes e conteú<strong>do</strong>s – papel assumi<strong>do</strong> em Portugal<br />

pela Fundação para a Computação Científica nacional (FCCn).<br />

o objetivo é potenciar os fluxos <strong>de</strong> produção, gestão, armazenamento<br />

e distribuição <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s, caben<strong>do</strong> à TF-Media <strong>de</strong>finir boas práticas<br />

para os conteú<strong>do</strong>s e interação entre as aca<strong>de</strong>mias e re<strong>de</strong>s.<br />

Aberta a profissionais e comunida<strong>de</strong>s académicas, a 5 th TF-Media Task<br />

Force Meeting and Workshop acor<strong>do</strong>u continuar o projeto até 2013,


08 evenTos<br />

DIAS ABERTOS 2011/2012<br />

A abertura à socieda<strong>de</strong> e a ligação a parceiros empresariais e académicos<br />

sempre foram apanágios <strong>do</strong> ISEP. no seguimento da iniciativa<br />

“Conhecer Mais para Melhor orientar”, o <strong>Instituto</strong> promoveu o primeiro<br />

Dia Aberto 2011-2012, a 17 <strong>de</strong> novembro. Ultrapassan<strong>do</strong> as expetativas,<br />

o ISEP acolheu sete visitas e 289 alunos.<br />

o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> acolhe, regularmente, visitas<br />

<strong>de</strong> escolas secundárias e profissionais para <strong>de</strong>svendar um pouco<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da <strong>Engenharia</strong> a potenciais candidatos ao ensino superior.<br />

Em 2010 lançou também a iniciativa “Conhecer Mais para Melhor<br />

orientar”.<br />

Este evento, especialmente direciona<strong>do</strong> a agentes educativos – técnicos<br />

<strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> psicologia e orientação e professores que apoiam<br />

a orientação vocacional <strong>do</strong>s alunos –, teve a segunda edição em outubro<br />

<strong>de</strong> 2011. Para <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> às associações <strong>de</strong> pais, a iniciativa<br />

serviu ainda para anunciar os Dias Abertos 2011-2012.<br />

os Dias Abertos apresentam a filosofia <strong>de</strong> ensino, oferta formativa e<br />

saídas profissionais <strong>do</strong> ISEP. Possibilitam ainda a visita a laboratórios,<br />

o contacto com o campus e comunida<strong>de</strong> académica. Em suma, são<br />

o primeiro dia no ensino superior para muitos <strong>do</strong>s visitantes. o objetivo<br />

é simples; pessoas melhor informadas po<strong>de</strong>m tomar melhores<br />

<strong>de</strong>cisões e o <strong>Instituto</strong> tem investi<strong>do</strong> na divulgação das mais-valias<br />

associadas a uma opção pela área da <strong>Engenharia</strong>, <strong>do</strong>s elementos diferencia<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> ensino politécnico e das vantagens <strong>do</strong> ISEP.<br />

Para 2011-2012, o ISEP concentrou os Dias Abertos em cinco datas: 17<br />

<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2011, 15 <strong>de</strong> março, 19 <strong>de</strong> abril, 17 <strong>de</strong> maio e 21 <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2012 e recebeu perto <strong>de</strong> 300 alunos na primeira.<br />

Escola Secundária da Maia (com duas visitas), EB2,3/S <strong>de</strong> Mondim <strong>de</strong><br />

Basto, Escola Secundária/3 <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, Colégio <strong>de</strong> Gaia, Escola<br />

Secundária <strong>de</strong> José Régio (vila <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>) e Escola Secundária António<br />

nobre (<strong>Porto</strong>) foram as escolas que visitaram ao ISEP.


evenTos<br />

09<br />

LABORATÓRIO AUTOMÓVEL<br />

DESvEnDoU o SMART ELéTRICo<br />

Acreditan<strong>do</strong> que a ligação às empresas ajuda a promover um ensino<br />

mais ciente <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

(DEM) convi<strong>do</strong>u a Socieda<strong>de</strong> Comercial C. Santos para apresentar<br />

o novo SMART elétrico. A sessão com a representante das marcas<br />

Merce<strong>de</strong>s-Benz e SMART serviu para <strong>de</strong>bater contributos <strong>do</strong>s veículos<br />

elétricos para ultrapassar <strong>de</strong>safios da mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />

A mobilida<strong>de</strong> representa um <strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong>safios da gestão urbana,<br />

pressiona a <strong>de</strong>pendência energética da maioria <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e coloca várias<br />

interrogações sobre os seus impactos ambientais. Contu<strong>do</strong>, a indústria<br />

automóvel tornou-se indissociável <strong>de</strong> qualquer ativida<strong>de</strong> humana.<br />

é neste contexto que os automóveis elétricos surgem como uma possível<br />

resposta ao <strong>de</strong>safio da mobilida<strong>de</strong> urbana. A sua a<strong>do</strong>ção é apresentada<br />

como uma alternativa mais barata e amiga <strong>do</strong> ambiente.<br />

no dia 15 <strong>de</strong> outubro, o Laboratório Automóvel <strong>de</strong>sven<strong>do</strong>u oficialmente<br />

os SMART elétricos. A apresentação técnica <strong>de</strong>ste veículo abor<strong>do</strong>u a<br />

tecnologia Smart Electric Drive e foi complementada com um seminário<br />

sobre os <strong>de</strong>safios associa<strong>do</strong>s à mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />

num segun<strong>do</strong> momento, os participantes pu<strong>de</strong>ram realizar testes <strong>de</strong><br />

estrada em veículos da gama SMART, ten<strong>do</strong>-se ainda habilita<strong>do</strong> a um<br />

test-drive <strong>de</strong> um fim-<strong>de</strong>-semana com um SMART elétrico.<br />

os eventos <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s ao público automobilístico continuaram, já em<br />

novembro, com o workshop Motorsport ISEP/PRMiniracing. Para esta<br />

sessão prática, o Laboratório Automóvel trouxe ao ISEP o JUno SSE da<br />

Team PRMiniracing, equipa vence<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Campeonato <strong>de</strong> Portugal <strong>de</strong><br />

Montanha 2011.<br />

PERSPETIvAS DE EvoLUÇÃo EConÓMICA E oS<br />

IMPACToS nA ENGENHARIA<br />

o Departamento <strong>de</strong> organização e Gestão (DoG) promoveu um seminário<br />

sobre as perspetivas <strong>de</strong> evolução da economia portuguesa e<br />

europeia e respetivos impactos na ativida<strong>de</strong> empresarial e profissional<br />

<strong>do</strong>s engenheiros, no dia 23 <strong>de</strong> novembro. Este encontro preten<strong>de</strong>u<br />

<strong>de</strong>svendar realida<strong>de</strong>s que se avizinham, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> preparar a integração<br />

<strong>do</strong>s futuros diploma<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. o administra<strong>do</strong>r<br />

da onebiz, Pedro Santos, e o gestor da Dzcount, António José,<br />

foram os ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s.<br />

Pedro Santos começou por fazer uma análise da situação atual da economia<br />

portuguesa e perspetivou a sua previsível evolução. o principal<br />

enfoque da intervenção incidiu no tema <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, que<br />

tem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> juntamente com o jornalista Camilo Lourenço, na<br />

rúbrica “A Cor <strong>do</strong> Dinheiro”, da RTP Informação, entre outros fóruns.<br />

«o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo é a principal solução para os estudantes aqui<br />

presentes e para o país. Existem inúmeras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio e<br />

apoio ao investimento. o conceito <strong>de</strong> emprego para a vida terminou,<br />

sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>safio das próximas décadas o autoemprego e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo»,<br />

referiu o administra<strong>do</strong>r da onebiz, que insistiu na necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se promover uma cultura <strong>do</strong> risco e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra.<br />

o seminário Perspetivas <strong>de</strong> Evolução Económica e os Impactos na <strong>Engenharia</strong><br />

contou ainda com a intervenção <strong>de</strong> António José, gestor da<br />

Dzcount, que apresentou um caso prático <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo.<br />

Este evento, aberto ao público interessa<strong>do</strong>, contou com ampla participação.


10<br />

evenTos<br />

I JORNADAS DE EnGEnhARIA DE<br />

CoMPUTAÇÃo E InSTRUMEnTAÇÃo MéDICA<br />

o ISEP promoveu as 1 as Jornadas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />

Médica, em <strong>de</strong>zembro. As Jornadas tiveram como principais<br />

objetivos divulgar valências associadas à licenciatura (LECIM) e<br />

mestra<strong>do</strong> (MCIM) <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />

Médica, assim como as competências <strong>do</strong>s seus diploma<strong>do</strong>s. o <strong>de</strong>bate<br />

<strong>de</strong> temas da atualida<strong>de</strong> científica e técnica <strong>de</strong>sta área foi outro <strong>do</strong>s<br />

objetivos alcança<strong>do</strong>s.<br />

o programa das Jornadas contou com palestrantes convida<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

algumas das empresas e instituições com as quais os cursos LECIM e<br />

MCIM têm vin<strong>do</strong> a colaborar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação, <strong>de</strong>signadamente EFA-<br />

CEC, Intelligent Life Solutions, Efficientia, ULSM-hospital Pedro hispano<br />

e hospital <strong>de</strong> São João, entre outras.<br />

Da parte académica, registo para a apresentação <strong>de</strong> vários trabalhos<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> ISEP, no âmbito das suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

investigação e <strong>do</strong>cência <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>do</strong>s cursos. o programa<br />

<strong>do</strong> evento incluiu, igualmente, uma sessão <strong>de</strong>dicada a diploma<strong>do</strong>s<br />

já integra<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho e que serviu para a partilha <strong>de</strong><br />

experiências relativas ao seu percurso académico e profissional. Paralelamente,<br />

as Jornadas promoveram ainda uma sessão <strong>de</strong> posters, que<br />

serviu para divulgar projetos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por atuais alunos ao abrigo<br />

<strong>de</strong> estágios curriculares e dissertações <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>.<br />

Uma nota <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque para a ampla audiência registada, que se aproximou<br />

das duas centenas <strong>de</strong> participantes, entre estudantes e <strong>do</strong>centes<br />

<strong>de</strong> várias instituições <strong>de</strong> ensino superior, e representantes <strong>de</strong> organizações<br />

públicas e privadas <strong>do</strong> ramo da Saú<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r<br />

largamente as expectativas, este número veio confirmar o interesse e<br />

potencial <strong>de</strong> uma oferta formativa ímpar e inova<strong>do</strong>ra, que combina a<br />

<strong>Engenharia</strong> com as Ciências da Saú<strong>de</strong>.<br />

Face ao sucesso <strong>do</strong> evento, ficou a promessa <strong>de</strong> se organizarem as 2 as Jornadas<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação Médica em 2012.


À CONVERSA COM...<br />

11<br />

JOSÉ<br />

MARTINS<br />

CARVALHO<br />

José Martins Carvalho assume-se como um geólogo “<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>” e acredita que a<br />

<strong>do</strong>cência o torna um profissional mais completo. Gosta <strong>de</strong> contar histórias <strong>do</strong> seu<br />

dia-a-dia para que os alunos conheçam a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> campo e admite<br />

apren<strong>de</strong>r, continuamente, com a troca <strong>de</strong> experiências na sala <strong>de</strong> aula. Na secção<br />

nobre <strong>do</strong> ISEP.BI, o professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

fala-nos da sua experiência na Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos – para a qual foi<br />

nomea<strong>do</strong>, recentemente, como representante da comissão <strong>de</strong> especialistas em hidrogeologia<br />

– da realida<strong>de</strong> da engenharia geotécnica em Portugal e no mun<strong>do</strong>, e da<br />

importância <strong>do</strong> nosso recurso mais precioso, a água e a sua preservação.<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA<br />

FEDERAÇÃO EUROPEIA DE GEÓLOGOS


12 À conversa com...<br />

isep.BI Qual a importância da sua nomeação para a Fe<strong>de</strong>ração Europeia<br />

<strong>de</strong> Geólogos?<br />

José Martins Carvalho (J.M.C.) Julgo que esta nomeação é a consequência<br />

da ligação estreita que venho <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muitos<br />

anos, com a Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos (FEG) e com os seus<br />

momentos mais marcantes. Estes anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> levaram-me a pensar<br />

que teria perfil para, agora, participar nesta comissão <strong>de</strong> especialistas<br />

em hidrogeologia. A FEG é uma associação europeia que representa<br />

as associações profissionais <strong>de</strong> geólogos <strong>de</strong> toda a Europa, fundada<br />

em 1980. o papel da FEG é mostrar à socieda<strong>de</strong>, à Comissão Europeia<br />

e ao Conselho Europeu, que os geólogos existem e querem ter uma<br />

palavra na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas europeias relacionadas com a água<br />

ou, <strong>de</strong> uma forma mais ampla, com o or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> espaço aéreo<br />

e subterrâneo. Portanto, a gran<strong>de</strong> preocupação <strong>de</strong>sta fe<strong>de</strong>ração é ter<br />

voto nas políticas europeias, através <strong>do</strong> estabelecimento <strong>de</strong> pareceres,<br />

que procuram influenciar as <strong>de</strong>cisões técnicas e, sobretu<strong>do</strong>, políticas<br />

<strong>de</strong> Bruxelas. A FEG tem se<strong>de</strong> em Bruxelas e reúne várias vezes por ano,<br />

em diversos locais da Europa, com o objetivo <strong>de</strong> sensibilizar, mais uma<br />

vez, as autorida<strong>de</strong>s competentes. neste momento, agrega 25 países.<br />

isep.BI É a primeira vez que existe um representante português na<br />

Comissão Europeia?<br />

J.M.C. no painel <strong>de</strong> especialistas em hidrogeologia é a primeira vez que<br />

existe um português.<br />

isep.BI Consi<strong>de</strong>ra-se um embaixa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ISEP em Portugal e no estrangeiro?<br />

J.M.C. Sim, como representante informal. Eu gosto <strong>de</strong> dizer que sou <strong>do</strong><br />

ISEP. Aliás, o ISEP fez o favor <strong>de</strong> me aceitar como <strong>do</strong>cente e investiga<strong>do</strong>r.<br />

é com prazer que digo que estou no ISEP e associo as ativida<strong>de</strong>s<br />

que faço, sempre que posso, à escola. nem sempre é fácil, mas penso<br />

que é esse o meu papel. Tentar abrir portas.<br />

isep.BI Quais serão os <strong>de</strong>safios para o futuro próximo, em termos europeus,<br />

nesta área?<br />

J.M.C. Existem três vertentes: água a mais, água a menos e conservação.<br />

A nível europeu, o problema da conservação é o mais grave. é uma<br />

região <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> com muita ativida<strong>de</strong> humana, muita população, com<br />

megacida<strong>de</strong>s, tu<strong>do</strong> caraterísticas que levam à existência <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> ambiente. Eu julgo que os problemas <strong>de</strong> conservação<br />

da água talvez sejam os mais importantes. Temos <strong>de</strong> saber formar<br />

elites para atuar <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong>sse espaço. Esse é um <strong>do</strong>s aspetos<br />

que eu gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver: formar engenheiros geotécnicos e<br />

outros geo-profissionais capazes <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r a tecnologia europeia no<br />

espaço mundial. outra vertente importante a nível da Comissão <strong>de</strong> hidrogeologia<br />

da FEG é enfatizar o papel da água na gestão <strong>do</strong> espaço<br />

superficial e subterrâneo, ten<strong>do</strong> em conta os megaprojetos que se preveem<br />

num futuro próximo, particularmente a nível energético, como a<br />

geotermia e a armazenamento <strong>de</strong> Co 2<br />

no subsolo. há ainda um outro<br />

caminho que passa pela rentabilização energética e que, em Portugal<br />

e Espanha, tem si<strong>do</strong> pouco dinamiza<strong>do</strong>: o aproveitamento <strong>do</strong> próprio<br />

calor da água <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong> subsolo para aquecimento e climatização<br />

(hidrogeologia energética ou geotermia <strong>de</strong> baixa temperatura). Trata-<br />

-se <strong>de</strong> um <strong>do</strong>mínio que, na Europa, tem cresci<strong>do</strong> muito e que <strong>de</strong>ve ser<br />

dinamiza<strong>do</strong> nas periferias.<br />

isep.BI A água é, sem dúvida, um tema <strong>de</strong>ste século. Para dar alguns<br />

exemplos práticos: gestão <strong>de</strong> aquíferos costeiros; geoengenharia urbana<br />

da frente ribeirinha <strong>do</strong> Douro; estu<strong>do</strong> das águas subterrâneas<br />

para rega <strong>de</strong> jardins municipais, poupan<strong>do</strong> água canalizada; valorização<br />

<strong>de</strong> águas termais... São exemplos <strong>de</strong> aplicações que ajudam à<br />

preservação e sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste recurso?<br />

J.M.C. no Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA),<br />

trabalhamos bastante na área da prospeção <strong>de</strong> água subterrânea,<br />

indústria <strong>de</strong> engarrafamento, termas e recursos geotérmicos. Por<br />

exemplo, a nível <strong>de</strong> águas para engarrafamento, neste momento, o<br />

LABCARGA está a apoiar estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> prospeção hidrogeológica em<br />

Moçambique. nos <strong>do</strong>is últimos anos, colaborámos num projeto europeu<br />

(InTERREG) liga<strong>do</strong> a novos recursos termais no norte <strong>de</strong> Portugal, Galiza<br />

e sul <strong>de</strong> França. Como consultor, estou liga<strong>do</strong> ao projeto geotérmico<br />

<strong>do</strong>s Açores e em várias ativida<strong>de</strong>s relacionadas com o termalismo.<br />

isep.BI O LABCARGA é um <strong>do</strong>s grupos que se <strong>de</strong>staca na investigação<br />

da área da geoengenharia em Portugal?<br />

J.M.C. o LABCARGA está na vanguarda e tem vários artigos publica<strong>do</strong>s,<br />

sen<strong>do</strong> mesmo uma referência a nível nacional, com publicações


À conversa com...<br />

13<br />

em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, nas principais revistas <strong>de</strong> impacto da especialida<strong>de</strong>.<br />

Portanto, para além da nossa tarefa básica <strong>de</strong> preparar geo-profissionais,<br />

neste caso engenheiros geotécnicos, é preciso investigar porque<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser competitivo a nível nacional e internacional, privilegian<strong>do</strong><br />

projetos em ambiente empresarial. Além disso, articula-se<br />

em re<strong>de</strong> com as principais unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> país, centros<br />

internacionais <strong>de</strong> geoengenharia e geociências e empresas que apostam<br />

no papel da investigação aplicada para resolver problemas.<br />

isep.BI Num país em crise é difícil valorizar profissionais forma<strong>do</strong>s<br />

nesta área?<br />

J.M.C. Como todas as profissões novas, é um pouco difícil. Por exemplo,<br />

no ISEP temos a <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente. Trata-se<br />

<strong>de</strong> uma profissão relativamente jovem em Portugal. Aliás, a <strong>Engenharia</strong><br />

Geotécnica e a Geologia estão muito próximas. Todas estas profissões<br />

novas têm dificulda<strong>de</strong> em impor-se. Um engenheiro geotécnico tem<br />

dificulda<strong>de</strong>, por vezes, em <strong>de</strong>marcar-se <strong>de</strong> um engenheiro civil, <strong>de</strong> um<br />

engenheiro geólogo ou <strong>de</strong> um engenheiro <strong>de</strong> minas. o geólogo, durante<br />

muitos anos, tinha dificulda<strong>de</strong> em distinguir-se <strong>de</strong> um engenheiro<br />

civil e <strong>de</strong> um engenheiro <strong>de</strong> minas. hoje, a confusão ainda é gran<strong>de</strong>.<br />

Todas estas profissões muito próximas pertencem ao gran<strong>de</strong> grupo<br />

<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>ríamos chamar geoengenharia, ou talvez engenharia <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais. Trabalhamos to<strong>do</strong>s muito próximos e, no fun<strong>do</strong>, o<br />

nosso objetivo é comum: valorizar os recursos naturais liga<strong>do</strong>s à Terra e<br />

investigar o comportamento <strong>do</strong>s terrenos para fins <strong>de</strong> engenharia; mas<br />

há uma luta permanente <strong>de</strong> afirmação. na FEG, interessa-nos intervir<br />

nos <strong>do</strong>mínios que achamos úteis para a socieda<strong>de</strong>, e nos quais temos<br />

competências reconhecidas, seja na regulamentação da profissão, nos<br />

problemas <strong>de</strong> ética profissional, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ontologia ou na relação com outras<br />

profissões.<br />

geotécnicos têm acesso à or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros Técnicos e à or<strong>de</strong>m<br />

<strong>do</strong>s Engenheiros, logo, são engenheiros. Um geólogo não é um engenheiro;<br />

é um cientista, um técnico e o seu órgão representativo <strong>de</strong><br />

classe em Portugal é a Associação Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos. Eu sou geólogo,<br />

ensino numa escola <strong>de</strong> engenharia, mas a minha formação básica<br />

não é a engenharia. no caso <strong>do</strong>s geólogos, verifica-se algum <strong>de</strong>semprego<br />

e algum subemprego, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das épocas e da procura.<br />

isep.BI Este pensamento vai ao encontro <strong>do</strong> que se faz na FEG?<br />

J.M.C. Sim. na FEG, nós tentamos valorizar as ativida<strong>de</strong>s que os geólogos<br />

sabem fazer. Um licencia<strong>do</strong> em Geologia não é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, só pela<br />

sua formação académica, um geólogo. o título profissional <strong>de</strong> geólogo<br />

não é conferi<strong>do</strong> pela aca<strong>de</strong>mia, mas sim pelas associações profissionais,<br />

no caso português pela FEG.<br />

“ISEP NOS CORREDORES EUROPEUS”<br />

isep.BI Angola e Moçambique são merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> excelência para projetos<br />

nesta área e para os diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP?<br />

J.M.C. Penso que sim. E acrescentaria no Brasil e noutros países africanos,<br />

especialmente áfrica <strong>do</strong> Sul e Malawi. Aliás, os nossos diploma<strong>do</strong>s<br />

que eu tenho visto a trabalhar por lá, estão como peixe na água.<br />

nas unida<strong>de</strong>s curriculares que leciono, tenho alunos moçambicanos e<br />

angolanos e procuro incorporar, nas aulas, exemplos que vivo nesses<br />

países para lhes dar uma visão global da prática da profissão <strong>de</strong> um<br />

engenheiro geotécnico.<br />

isep.BI O que valoriza positivamente um engenheiro geotécnico português?<br />

J.M.C. Este engenheiro geotécnico, tal como nós o “fazemos” aqui, só<br />

existe, <strong>de</strong> facto, no ISEP. Mas há licenciaturas próximas, por exemplo,<br />

em évora, Aveiro e Lisboa, mas em engenharia geológica, engenharia<br />

mineira e geologia aplicada. A nossa é uma licenciatura <strong>de</strong> banda larga,<br />

muito virada para a exploração e gestão <strong>de</strong> recursos naturais, com uma<br />

forte componente, direcionada para a área das pedreiras e <strong>do</strong>s minerais<br />

industriais, bem como das escavações e fundações em solos e rochas.<br />

Muitos alunos saem daqui e vão trabalhar para indústria extrativa<br />

e obras públicas. ou seja, é um curso muito específico pela sua aposta<br />

ao nível das geociências aplicadas à engenharia e com competências<br />

particulares que o merca<strong>do</strong> tem aceita<strong>do</strong> muito bem.<br />

isep.BI Conclui-se, então, que Portugal é um país com futuro para os<br />

geo-profissionais.<br />

J.M.C. Temos <strong>de</strong> fazer uma distinção. Um engenheiro geotécnico,<br />

como o ISEP forma, não é um geólogo puro. os nossos engenheiros<br />

Nota biográfica<br />

JOSÉ MARTINS CARvALHO<br />

Doutora<strong>do</strong> em Geociências (hidrogeologia) pela Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Aveiro e licencia<strong>do</strong> em Ciências Geológicas pela Universida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. José Martins Carvalho é professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />

no Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. Foi o primeiro<br />

português a quem foi atribuí<strong>do</strong> o título profissional <strong>de</strong> Euro-<br />

Geólogo pela Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos. é membro<br />

correspon<strong>de</strong>nte da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros e da Associação<br />

Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos. Tem mais <strong>de</strong> 45 anos <strong>de</strong> experiência<br />

profissional ativa (engenharia militar e empresas <strong>de</strong> geologia<br />

<strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> prospeção, captação e gestão <strong>de</strong> águas subterrâneas)<br />

em projetos interdisciplinares nas áreas <strong>de</strong> hidrogeologia,<br />

geotermia, hidrogeotecnia, captações e gestão ambiental<br />

<strong>de</strong> recursos hídricos subterrâneos. Coautor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem<br />

publicações em revistas internacionais e nacionais. é investiga<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> LABCARGA|ISEP e <strong>do</strong> Centro GeoBioTec|UA. Membro da<br />

Comissão <strong>de</strong> Especialistas em hidrogeologia da FEG.


14<br />

De fora cá DenTro<br />

MANUELA TAvARES DE SOUSA<br />

IMPERIAL / RAR<br />

“QUALIDADE DO<br />

TRAbALHO ATESTOU<br />

A COMPETêNCIA DOS<br />

DIPLOMADOS DO ISEP”<br />

Fundada em 1932, a Imperial tem vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>stacar-se como o<br />

maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates e <strong>de</strong>tém um conjunto <strong>de</strong><br />

marcas <strong>de</strong> referência no merca<strong>do</strong> português, como Regina, Jubileu,<br />

Pintarolas, Pantagruel, Allegro e Fantasias. Recentemente, a<br />

empresa abraçou um projeto <strong>de</strong> colaboração com o ISEP, na área<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química. Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, CEo da Imperial,<br />

está satisfeita com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e admite, no futuro, a<br />

existência <strong>de</strong> novos projetos em comum.<br />

o primeiro projeto <strong>de</strong> colaboração entre o ISEP e a Imperial já surtiu<br />

efeitos. o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por uma aluna <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em ambiente<br />

empresarial “permitiu avançar em termos <strong>de</strong> know-how, relativamente<br />

ao esta<strong>do</strong> da arte,” e <strong>do</strong>tou a Imperial <strong>de</strong> ferramentas importantes<br />

que permitirão, sempre como objetivo último, “a melhoria<br />

contínua da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto final, à disposição <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r”,<br />

<strong>de</strong>screve a CEo da empresa. Segun<strong>do</strong> Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, “a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> veio atestar a competência <strong>do</strong>s<br />

diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP”, revelan<strong>do</strong>-se “muito positivo, quer para a aluna,<br />

quer para a Imperial”. Por isso, acrescenta, “é natural que surja vonta<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> ambas as partes, em encetar novos projetos que constituam oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>senvolvimento e troca <strong>de</strong> experiências<br />

entre os alunos <strong>do</strong> ISEP e os profissionais da Imperial”.<br />

o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP em <strong>Engenharia</strong><br />

Química consistiu em avaliar parâmetros reológicos <strong>do</strong> chocolate,<br />

com impacto direto na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto final e fatores que influenciam<br />

esses mesmos parâmetros. Um projeto que permitiu, assim,<br />

aproximar a mestranda <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real <strong>de</strong> trabalho. Este tipo <strong>de</strong> cooperação,<br />

salienta Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, “é essencial para possibilitar<br />

aos estudantes um contacto real com as empresas e outras instituições,<br />

que lhes permitam conhecer e compreen<strong>de</strong>r os contornos das ativida<strong>de</strong>s<br />

profissionais, sobre as quais adquiriram noções e conhecimentos<br />

teóricos”. “A formação completa <strong>do</strong>s estudantes passa por esta interação<br />

em ambiente <strong>de</strong> trabalho empresarial, dan<strong>do</strong>-lhes uma visão mais<br />

integrada <strong>do</strong> funcionamento das empresas e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />

em geral”, alu<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que “a partilha <strong>de</strong> experiências e as sinergias<br />

que resultam <strong>de</strong>stas colaborações, assumem-se enquanto vetores<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com excelentes resulta<strong>do</strong>s e, <strong>de</strong> facto, com<br />

custos pouco significativos, o que justifica a importância crescente das<br />

parcerias entre empresas e instituições académicas”.<br />

Ten<strong>do</strong> em conta que as instituições académicas são, por excelência,<br />

pólos <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento e que, por isso, o espaço<br />

académico constitui-se como local privilegia<strong>do</strong> <strong>de</strong> experimentação<br />

e procura <strong>de</strong> novos saberes, base <strong>de</strong> progresso e inovação, a CEo da


De fora cá DenTro<br />

15<br />

Imperial realça que “aliar o know-how das empresas aos projetos <strong>de</strong><br />

investigação <strong>do</strong> ensino superior, permite a convergência <strong>de</strong> conhecimentos<br />

em prol <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, social e económico<br />

<strong>do</strong> país”. Mais, reforça, “a partilha <strong>de</strong> conhecimento entre o meio científico<br />

e as empresas reveste-se <strong>de</strong> uma importância capital para reforçar<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e a competitivida<strong>de</strong> das empresas. Des<strong>de</strong> o surgimento<br />

<strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> negócio, ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas<br />

e meto<strong>do</strong>logias mais eficientes e promotoras <strong>de</strong> melhores resulta<strong>do</strong>s, a<br />

associação entre instituições <strong>de</strong> ensino e empresas traduz-se em novas<br />

dinâmicas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, indutoras <strong>de</strong> mais conhecimento para ambas<br />

as partes e, espera-se, com reflexo muito positivo em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

e crescimento económico”.<br />

no âmbito da engenharia e <strong>do</strong>s seus futuros profissionais, Manuela Tavares<br />

<strong>de</strong> Sousa consi<strong>de</strong>ra que “a agilida<strong>de</strong> intelectual e a criativida<strong>de</strong>”<br />

são competências a ter em conta para o bom <strong>de</strong>sempenho profissional.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, “a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação para abordar os problemas<br />

ou <strong>de</strong>safios com que se vão <strong>de</strong>parar, neste ambiente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

mudança, é uma qualida<strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>ro fundamental para quem vai<br />

entrar na vida profissional”. Finalmente, remata, “para se ter sucesso é<br />

vital que, a par da aquisição contínua <strong>de</strong> conhecimento, se <strong>de</strong>senvolva<br />

o pensamento crítico, um espírito <strong>de</strong> permanente abertura à mudança<br />

e habilida<strong>de</strong> para lidar com novas situações”.<br />

80 ANOS DE HISTÓRIA<br />

A Imperial foi fundada em 1932 e tem pauta<strong>do</strong> a sua ativida<strong>de</strong> pela<br />

aposta permanente na inovação, na otimização das suas operações e<br />

na expansão <strong>do</strong> seu negócio para novas geografias. A empresa posiciona-se<br />

como o maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates, comercializan<strong>do</strong><br />

hoje as suas marcas em mais <strong>de</strong> 35 merca<strong>do</strong>s, distribuí<strong>do</strong>s pelos<br />

diversos continentes. outro <strong>do</strong>s fatores que permitiu reforçar a competitivida<strong>de</strong><br />

da Imperial, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, foi o<br />

recente investimento numa nova unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, que <strong>do</strong>tou a<br />

fábrica <strong>de</strong> uma maior capacida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> maior eficiência. “A utilização <strong>de</strong><br />

tecnologia <strong>de</strong> nova geração permitiu o aumento da produtivida<strong>de</strong> e da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta da fábrica, assim como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produtos inova<strong>do</strong>res”, garante.<br />

o trabalho <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> produtos, processos e <strong>de</strong> marketing, por outro<br />

la<strong>do</strong>, tem permiti<strong>do</strong> à empresa um posicionamento diferencia<strong>do</strong>r<br />

no merca<strong>do</strong> que é a base <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s. Aliás, enfatiza a<br />

CEo, “apesar da forte concorrência <strong>de</strong> multinacionais no merca<strong>do</strong> português,<br />

a Imperial ocupa posições cimeiras em diferentes segmentos. A<br />

marca Regina, por exemplo, é lí<strong>de</strong>r no segmento <strong>de</strong> frutos secos cobertos<br />

com chocolate. Pantagruel é a marca número um no segmento <strong>de</strong><br />

chocolates <strong>de</strong> culinária, com uma quota <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> 33 por cento.<br />

Já a marca Pintarolas, dirigida a um target infantil, ocupa a posição <strong>de</strong><br />

marca lí<strong>de</strong>r no formato tubo. As Sombrinhas da Regina <strong>de</strong>têm já a segunda<br />

posição no canal impulso, na categoria <strong>de</strong> Figuras <strong>de</strong> Chocolate,<br />

e as tabletes Regina registam a terceira posição nesse canal”.<br />

A procura permanente pelo lançamento <strong>de</strong> produtos inova<strong>do</strong>res que<br />

respondam às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e que, simultaneamente,<br />

os surpreendam é, <strong>de</strong> facto, um <strong>do</strong>s fatores que têm conduzi<strong>do</strong> ao<br />

crescimento sustenta<strong>do</strong> da Imperial. As marcas da Imperial são dirigidas<br />

para diferentes públicos-alvo e para diferentes segmentos, contemplan<strong>do</strong><br />

tabletes, bombons, drageias, figuras <strong>de</strong> chocolate, toffees,<br />

entre outros.<br />

10 NOVOS PRODUTOS EM 2011<br />

De acor<strong>do</strong> com Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, só em 2011 foram lança<strong>do</strong>s<br />

10 novos produtos, sen<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s eles se <strong>de</strong>stacam pela “qualida<strong>de</strong><br />

e sofisticação”. “Quan<strong>do</strong> a Imperial pon<strong>de</strong>ra avançar para uma nova<br />

geografia é <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> análise profunda das características<br />

culturais, económicas e sociais <strong>de</strong> cada merca<strong>do</strong> e <strong>de</strong>finida<br />

uma estratégia <strong>de</strong> comunicação e marketing também adaptada a cada<br />

contexto”, explica.<br />

o merca<strong>do</strong> brasileiro é disso exemplo, on<strong>de</strong> foram introduzidas pela<br />

Imperial as amên<strong>do</strong>as cobertas com chocolate. Em 2010, recorda a<br />

CEo da Imperial, “foram lança<strong>do</strong>s no Brasil <strong>do</strong>is produtos exclusivos.<br />

Recorren<strong>do</strong> a um conceito uni<strong>do</strong>se inova<strong>do</strong>r, o Jubileu Carré permite<br />

monitorizar o consumo diário <strong>de</strong> chocolate <strong>de</strong> uma forma funcional.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um produto alinha<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s da população<br />

brasileira, preocupada com o impacto da nutrição na saú<strong>de</strong> e na manutenção<br />

da linha”.<br />

nas últimas décadas, tem-se assisti<strong>do</strong> a uma evolução constante e<br />

crescente ao nível das novas tecnologias, nas mais diversas áreas. Por<br />

isso, aponta Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, a resposta eficiente e competitiva<br />

das empresas aos <strong>de</strong>safios e padrões da socieda<strong>de</strong> atual “implica<br />

o reforço da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> forma eficaz, às<br />

preferências <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res”. neste senti<strong>do</strong>, “a engenharia, nas suas<br />

várias áreas <strong>de</strong> especialização, é a base da criação <strong>de</strong> novas estruturas<br />

e processos, que fomentam o potencial criativo das empresas e lhes<br />

conferem valor acrescenta<strong>do</strong>”.<br />

no caso da Imperial, a consciência <strong>de</strong> que a inovação e mo<strong>de</strong>rnização<br />

são vetores prepon<strong>de</strong>rantes para um crescimento sustenta<strong>do</strong> e competitivo,<br />

“tem permiti<strong>do</strong> a manutenção <strong>de</strong> uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque,<br />

enquanto maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates”. “A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> novas<br />

tecnologias, como as implementadas na nova unida<strong>de</strong> industrial,<br />

assim como a introdução <strong>de</strong> processos, meto<strong>do</strong>logias e técnicas inova<strong>do</strong>ras,<br />

possibilitou à Imperial aumentar a sua notorieda<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>,<br />

quer ao nível interno quer externo”, conclui Manuela Tavares<br />

<strong>de</strong> Sousa.


16<br />

DesTaQue<br />

<strong>PRAXIS</strong><br />

NA LINHA DA FRENTE PARA A<br />

CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES<br />

POR TODA A EUROPA<br />

no final <strong>de</strong> 2011, o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> <strong>de</strong>u o primeiro passo para a criação da primeira re<strong>de</strong><br />

Europeia <strong>de</strong> estágios e projetos académicos, o <strong>PRAXIS</strong> (European<br />

Center for Project/Internship Excellence). numa<br />

reunião realizada no <strong>Instituto</strong>, que juntou 77 especialistas<br />

oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 27 países europeus, foram apresenta<strong>do</strong>s<br />

os contornos da re<strong>de</strong> que tem como objetivo primordial<br />

aumentar o leque <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> trabalho aos estudantes,<br />

após o final <strong>do</strong> curso. Para além <strong>de</strong> proporcionar uma “bolsa”<br />

<strong>de</strong> projetos e estágios para os alunos <strong>de</strong> toda a Europa<br />

(numa primeira fase da área da engenharia), o <strong>PRAXIS</strong> vai<br />

ainda promover o contacto direto entre os estudantes e os<br />

emprega<strong>do</strong>res, potencian<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s internacionais.<br />

num merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho cada vez mais competitivo, os emprega<strong>do</strong>res<br />

consi<strong>de</strong>ram a experiência profissional e curricular como fator chave<br />

para a escolha <strong>de</strong> um candidato. Ao nível europeu, e porque, nos dias<br />

<strong>de</strong> hoje, a carreira profissional <strong>do</strong>s jovens licencia<strong>do</strong>s não se <strong>de</strong>ve limitar<br />

às fronteiras <strong>do</strong> seu país, a obtenção <strong>de</strong> conhecimentos transversais<br />

a várias áreas <strong>do</strong> saber é fundamental para o êxito. nesta perspetiva,<br />

o <strong>PRAXIS</strong> assume-se como um instrumento facilita<strong>do</strong>r entre os alunos<br />

das mais prestigiadas instituições <strong>de</strong> ensino da Europa e as instituições<br />

que procuram jovens licencia<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos<br />

e/ou integração em estágios.<br />

numa primeira fase, o <strong>PRAXIS</strong> será apenas centra<strong>do</strong> na área da <strong>Engenharia</strong><br />

e contará com 44 instituições <strong>de</strong> ensino superior europeias.<br />

Fundamentalmente, este projeto europeu li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por nuno Escu<strong>de</strong>iro,<br />

<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), tem por<br />

objetivo criar um centro europeu <strong>de</strong> excelência que centralize as propostas<br />

<strong>de</strong> estágio e os recursos técnicos e educativos, para os alunos.<br />

Com um orçamento superior a um milhão <strong>de</strong> euros, a re<strong>de</strong> europeia<br />

estará em funcionamento já em 2013.<br />

Ten<strong>do</strong> sempre presente o Quadro <strong>de</strong> Referência Educativo (QRE),<br />

preten<strong>de</strong>-se que os alunos participantes neste projeto adquiram as<br />

competências fundamentais para atuação num espaço profissional<br />

europeu e que imprimam mais-valias na sua área <strong>de</strong> trabalho. o<br />

QRE, emiti<strong>do</strong> pelo Parlamento Europeu, <strong>de</strong>fine como competências<br />

essenciais para a aprendizagem ao longo da vida, a comunicação em<br />

língua materna e estrangeira; conhecimentos básicos em ciências e<br />

tecnologias; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r; espírito <strong>de</strong> iniciativa<br />

e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r, ou mesmo, sensibilida<strong>de</strong> e expressão culturais. Foi<br />

ainda preconiza<strong>do</strong> pelo Parlamento Europeu que “os conhecimentos,<br />

as competências e as aptidões da mão-<strong>de</strong>-obra europeia são um fator<br />

importante para a inovação, produtivida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong> da União<br />

Europeia”. Assim, e perante uma realida<strong>de</strong> europeia cada vez mais <strong>de</strong>finida,<br />

cabe às instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> preparar, da melhor forma,<br />

os seus alunos para um percurso globaliza<strong>do</strong>. Projetos europeus como<br />

o <strong>PRAXIS</strong> são, porventura, o caminho certo para apoiar os alunos na<br />

construção <strong>do</strong> seu caminho europeu.<br />

na génese <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> está a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitar as mais-valias que<br />

o Processo <strong>de</strong> Bolonha trouxe ao unificar o ensino superior europeu,<br />

usan<strong>do</strong> os recursos <strong>do</strong> programa ERASMUS. nuno Escu<strong>de</strong>iro explica que<br />

“as unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong> projeto/estágio são particularmente relevantes<br />

para os cursos <strong>de</strong> engenharia. Através <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s,<br />

os alunos têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicar as suas capacida<strong>de</strong>s técnicas<br />

num ambiente próximo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, o que lhes permite <strong>de</strong>senvolver<br />

competências sociais como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação,<br />

autoconfiança e <strong>de</strong> trabalhar em equipa, que constituem fatores chave<br />

para a empregabilida<strong>de</strong>”. o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> ISEP adianta que “por toda a<br />

Europa, as instituições académicas sugerem aos alunos várias hipóteses<br />

<strong>de</strong> projeto e estágio já a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao Processo <strong>de</strong> Bolonha”. no entanto,<br />

acrescenta, “nunca houve um esforço para que estas propostas fossem<br />

centralizadas num espaço europeu”.


DesTaQue 17<br />

UMA PORTA ABERTA<br />

PARA O EMPREgO<br />

Para além <strong>do</strong>s proveitos académicos, nuno Escu<strong>de</strong>iro acredita que<br />

o <strong>PRAXIS</strong> trará benefícios para os alunos no momento <strong>de</strong> entrada<br />

para o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. “os projetos disponíveis serão acompanha<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> toda a informação necessária para que os alunos<br />

possam selecionar aqueles que <strong>de</strong>senvolvam as competências<br />

que procuram, ten<strong>do</strong> em vista os seus objetivos e o emprego que<br />

ambicionam”.<br />

Mas, para que o <strong>PRAXIS</strong> se constitua, efetivamente, como um<br />

centro dinamiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> estágios, nuno Escu<strong>de</strong>iro salienta que “os<br />

possíveis emprega<strong>do</strong>res serão também membros ativos <strong>do</strong> Centro<br />

<strong>de</strong> Excelência que o <strong>PRAXIS</strong> cria e promove, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> colocar<br />

no merca<strong>do</strong> virtual as suas próprias propostas”. “o contacto entre<br />

alunos e emprega<strong>do</strong>res será também facilita<strong>do</strong>”, remata. Todavia,<br />

as vantagens não se esgotam nos alunos. De acor<strong>do</strong> com nuno<br />

Escu<strong>de</strong>iro, o facto <strong>de</strong> o <strong>PRAXIS</strong> permitir melhorar a empregabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s alunos é uma vantagem competitiva para o ISEP, relativamente<br />

a outras instituições que não pertençam ao consórcio: “é<br />

um conceito inova<strong>do</strong>r a que preten<strong>de</strong>mos dar visibilida<strong>de</strong> a nível<br />

mundial, e o facto <strong>de</strong> ser a instituição coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> projeto é,<br />

por si só, uma vantagem”. De acor<strong>do</strong> com as previsões, o <strong>PRAXIS</strong><br />

estará disponível para os alunos em 2013. Até lá, fica a promessa<br />

<strong>de</strong> um trabalho constante no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> abrir as portas da Europa<br />

aos engenheiros <strong>do</strong> ISEP.<br />

A missão <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> é, precisamente, “ser reconheci<strong>do</strong> como a autorida<strong>de</strong><br />

mundial no campo <strong>do</strong> ensino basea<strong>do</strong> em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto/<br />

estágio, através da criação e manutenção <strong>de</strong> um ambiente que promova<br />

e apoie a inovação na área, com vista à melhoria da empregabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s alunos”, explica nuno Escu<strong>de</strong>iro. na prática, os alunos, em<br />

vez <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem o seu projeto <strong>de</strong> investigação/estágio na sua<br />

instituição <strong>de</strong> ensino, po<strong>de</strong>m escolher um projeto <strong>de</strong> qualquer instituição<br />

europeia <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, em regime<br />

Erasmus ou através <strong>de</strong> outros formatos que, eventualmente, possam<br />

ser ofereci<strong>do</strong>s aos alunos.<br />

Para os alunos envolvi<strong>do</strong>s, as mais-valias <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> passam, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com nuno Escu<strong>de</strong>iro, pela “possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> beneficiar <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong><br />

virtual, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m escolher o projeto que querem <strong>de</strong>senvolver, em<br />

qualquer ponto da Europa, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os seus interesses particulares”.<br />

outra das vantagens, explica, é “a disponibilização <strong>de</strong> recursos<br />

técnicos e educativos relaciona<strong>do</strong>s com o trabalho a <strong>de</strong>senvolver e a<br />

existência <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> encontro centraliza<strong>do</strong> para que, to<strong>do</strong>s os<br />

alunos que estejam a <strong>de</strong>senvolver projetos a nível europeu, possam<br />

explorar e discutir dúvidas que tenham com os seus pares”. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, esclarece o <strong>do</strong>cente, “o <strong>PRAXIS</strong> dá a oportunida<strong>de</strong> única aos<br />

alunos <strong>de</strong> melhorarem as competências e os conhecimentos que lhes<br />

parecem mais úteis, sem estarem condiciona<strong>do</strong>s às fronteiras da sua<br />

própria instituição ou <strong>de</strong>partamento”.<br />

A CONSTRUçãO DE<br />

UM FUTURO EUROPEU<br />

no dia-a-dia <strong>de</strong> trabalho, os <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP<br />

esforçam-se por imprimir aos alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> um espírito competitivo<br />

saudável, que os possa conduzir à aquisição <strong>de</strong> competências<br />

académicas e pessoais, permitin<strong>do</strong>-lhes distinguir-se na<br />

sua área <strong>de</strong> trabalho, em Portugal e no estrangeiro. Para além <strong>do</strong><br />

<strong>PRAXIS</strong>, muitos têm si<strong>do</strong> os projetos académicos e <strong>de</strong> investigação<br />

que promovem a troca <strong>de</strong> experiências entre os alunos <strong>do</strong> ISEP e<br />

outras congéneres europeias. Recordamos, por exemplo, o projeto<br />

MUTW - Multinational Un<strong>de</strong>rgraduate Team Work, que terminou,<br />

enquanto projeto co-financia<strong>do</strong> pela UE, no ano passa<strong>do</strong>. Trata-<br />

-se <strong>de</strong> um projeto curricular, envolven<strong>do</strong>, num mesmo grupo <strong>de</strong><br />

trabalho, alunos <strong>de</strong> países diferentes, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

trabalhos relevantes para a comunida<strong>de</strong>. Preten<strong>de</strong>u-se estimular<br />

as competências <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> trabalho em equipa. os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> MUTW foram <strong>de</strong> tal forma positivos que a continuida<strong>de</strong><br />

da oferta <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> projeto/estágio foi assegurada já para o<br />

corrente ano letivo. De facto, <strong>de</strong>corre durante o segun<strong>do</strong> semestre<br />

<strong>de</strong> 2011/12 a 3ª edição <strong>do</strong> MUTW que oferece a <strong>do</strong>is alunos <strong>do</strong> ISEP<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizarem o seu projeto/estágio inseri<strong>do</strong>s numa<br />

equipa internacional constituída por 14 alunos <strong>de</strong> sete instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior europeu. Mais informações po<strong>de</strong>m ser obtidas<br />

em www.mutw.eu.


18 invesTigação À Lupa<br />

CÁTIA COSTA<br />

A ENGENHARIA QUÍMICA AO<br />

SERVIÇO DO MEIO AMBIENTE<br />

Portugal é um <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> agroquímicos a nível europeu. Do ponto <strong>de</strong> vista ambiental, a crescente utilização <strong>de</strong> herbicidas<br />

e pesticidas po<strong>de</strong>rá acarretar consequências negativas para o meio ambiente, entre elas a contaminação <strong>de</strong> água potável. Muitos<br />

têm si<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s que procuram uma solução para purificar as águas e os solos contamina<strong>do</strong>s com pesticidas, <strong>de</strong> forma a evitar que os<br />

produtos tóxicos cheguem às águas públicas, ou permaneçam no meio ambiente. Cátia Costa, aluna <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />

ramo das Tecnologias <strong>de</strong> Proteção Ambiental, foi mais além: verificou que podia fazer com que os pesticidas permanecessem mais tempo<br />

nas plantas, permitin<strong>do</strong> melhorar significativamente a sua eficácia. os benefícios: menor poluição ambiental e maior poupança económica.<br />

o avanço tecnológico regista<strong>do</strong> nas últimas décadas resultou no enorme<br />

aumento da produção industrial e impulsionou a economia e a ciência.<br />

os efeitos <strong>de</strong>stes avanços foram também observa<strong>do</strong>s na agricultura.<br />

Muitos produtos químicos, a maioria <strong>de</strong>les sintéticos, conheci<strong>do</strong>s<br />

como pesticidas, foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e aplica<strong>do</strong>s na agricultura para<br />

controlar as pragas e <strong>do</strong>enças que diminuíam a produção e aumentavam<br />

os seus custos. no entanto, o meio ambiente tem sofri<strong>do</strong> sérias<br />

consequências <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes agroquímicos. os<br />

organismos aquáticos próximos das áreas <strong>de</strong> plantação são contamina<strong>do</strong>s<br />

através <strong>do</strong> escoamento superficial. A percolação <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong><br />

pesticidas no solo tem atingi<strong>do</strong> também os lençóis freáticos, diminuin<strong>do</strong><br />

a qualida<strong>de</strong> das águas. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o impacto que<br />

estes compostos causam no meio ambiente tem motiva<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s eficazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s agroquímicos,<br />

nomeadamente basea<strong>do</strong>s na utilização <strong>de</strong> processos oxidativos avança<strong>do</strong>s<br />

(PoA).


invesTigação À Lupa<br />

19<br />

UMA ALIADA PARA PROMOVER O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

Para se tornar um alia<strong>do</strong> para o ISEP na promoção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável, o trabalho <strong>de</strong> Cátia foi metódico e orienta<strong>do</strong><br />

sempre para o objetivo final. A aplicação em empresas vai<br />

levar ainda o seu tempo, tal como nos explica Cátia Costa: “Para já,<br />

vou continuar com os ensaios à toxicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s compostos para<br />

que, no final, fiquem to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s bem fundamenta<strong>do</strong>s”.<br />

Em relação à aplicabilida<strong>de</strong> industrial, Cátia acredita que este<br />

projeto é extremamente viável. A começar pelos custos, da<strong>do</strong><br />

que “as substâncias naturais usadas para encapsular os pesticidas<br />

são muito baratas a nível industrial”. Assim que o projeto<br />

estiver <strong>de</strong>finitivamente concluí<strong>do</strong>, o passo seguinte será apresentá-lo<br />

ao teci<strong>do</strong> empresarial. Até porque, segun<strong>do</strong> a própria<br />

autora, “a engenharia química <strong>de</strong>ve ter um papel fundamental,<br />

porque está presente em vários ramos da indústria, além<br />

<strong>de</strong> ser, ao mesmo tempo, uma das principais responsáveis pela<br />

resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> poluição”. Cátia acredita ainda que<br />

a engenharia química proporciona o engenho para “encontrar<br />

formas rápidas, económicas e eficazes <strong>de</strong> alcançar objetivos”<br />

em várias indústrias.<br />

o projeto <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> Cátia Costa <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nos laboratórios<br />

<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Inovação em <strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial (CIETI),<br />

no âmbito <strong>do</strong> projeto PTDC/AGR-AAM/105044/2008 financia<strong>do</strong> pela<br />

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), teve como objetivo inicial<br />

analisar a eficiência <strong>do</strong>s PoA no tratamento <strong>de</strong> efluentes conten<strong>do</strong><br />

resíduos <strong>de</strong> pesticidas. no entanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> trabalho que a<br />

aluna <strong>do</strong> ISEP se apercebeu que a utilização <strong>de</strong>stes processos originava,<br />

em alguns casos, a obtenção <strong>de</strong> “compostos químicos, por vezes ainda<br />

mais tóxicos <strong>do</strong> que os iniciais”. Assim, Cátia Costa concluiu que “mais<br />

importante <strong>do</strong> que <strong>de</strong>gradar os pesticidas, seria conveniente arranjar<br />

uma forma <strong>de</strong> potenciar a sua utilização aumentan<strong>do</strong> a sua eficácia e<br />

diminuin<strong>do</strong>, simultaneamente, as quantida<strong>de</strong>s aplicadas”.<br />

Desviada <strong>do</strong> seu intuito inicial, e com a ajuda <strong>do</strong>s orienta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> projeto<br />

os <strong>do</strong>centes Jorge Garri<strong>do</strong> e Manuela Garri<strong>do</strong>, Cátia <strong>de</strong>cidiu então<br />

preparar e testar formulações <strong>de</strong> libertação controlada <strong>de</strong> pesticidas<br />

recorren<strong>do</strong> a técnicas <strong>de</strong> microencapsulação. A microencapsulação <strong>de</strong><br />

pesticidas torna o produto mais eficaz, pois minimiza as perdas <strong>do</strong> agrotóxico<br />

por <strong>de</strong>gradação, evaporação e lixiviação, além <strong>de</strong> diminuir a sua<br />

retenção no solo. Desta forma, explica Cátia Costa, “como o pesticida<br />

persiste mais tempo na planta, é mais eficaz, diminuin<strong>do</strong> a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pesticidas utiliza<strong>do</strong>s nas plantações e a frequência na aplicação”.<br />

Apesar <strong>de</strong>, no início, o enfoque <strong>do</strong> trabalho se centrar, fundamentalmente,<br />

na resolução <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> poluição ambiental, Cátia<br />

Costa mostrou ser possível minimizar esta contaminação, centran<strong>do</strong><br />

a atenção no início <strong>do</strong> processo. “A microencapsulação <strong>do</strong>s pesticidas<br />

permite, em geral, obter melhorias significativas nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

físico-químicas <strong>do</strong>s agroquímicos, tais como o aumento da solubilida<strong>de</strong><br />

e da biodisponibilida<strong>de</strong>, o aumento da estabilida<strong>de</strong> no caso <strong>de</strong><br />

compostos instáveis ou foto<strong>de</strong>gradáveis, a redução <strong>do</strong> aroma <strong>de</strong>sagradável<br />

e a redução da toxicida<strong>de</strong> em sistemas vivos. De facto, os<br />

ensaios realiza<strong>do</strong>s possibilitaram observar uma melhoria muito significativa<br />

da estabilida<strong>de</strong> fotoquímica <strong>do</strong>s pesticidas em estu<strong>do</strong>. Para<br />

tempos <strong>de</strong> exposição semelhantes verificou-se em alguns casos uma<br />

diminuição em 50% da taxa <strong>de</strong> foto<strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> pesticida microencapsula<strong>do</strong><br />

relativamente ao livre.”<br />

ora, tal como analisa Cátia, “tornan<strong>do</strong> os pesticidas mais resistentes à<br />

foto<strong>de</strong>gradação, estes po<strong>de</strong>m permanecer mais tempo nas plantas,<br />

permitin<strong>do</strong> um controlo mais eficaz e possibilitan<strong>do</strong> uma redução das<br />

quantida<strong>de</strong>s aplicadas”.<br />

numa apreciação global <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Cátia Costa,<br />

Jorge Garri<strong>do</strong>, co-orienta<strong>do</strong>r da dissertação, acredita que “sen<strong>do</strong> a nanotecnologia<br />

uma das gran<strong>de</strong>s inovações tecnológicas <strong>de</strong>ste século,<br />

a sua aplicação na agricultura perspectiva, como verificamos neste<br />

projeto, gran<strong>de</strong>s avanços na área <strong>do</strong>s agroquímicos, que permitirão,<br />

não só reduzir significativamente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesticidas a utilizar,<br />

mas também melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e ajudar a preservar o ambiente”.<br />

os potenciais impactos ao nível da redução <strong>de</strong> consumos <strong>de</strong><br />

pesticidas representam, ainda, um contributo váli<strong>do</strong> para a redução<br />

<strong>de</strong> custos das explorações agrícolas.<br />

no final <strong>do</strong> projeto está prevista a partilha <strong>de</strong>sta tecnologia para a indústria<br />

que envolve, como parceiros, o CIETI – Centro <strong>de</strong> Inovação em<br />

<strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial <strong>do</strong> ISEP, a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />

a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela.


20 Depois Do isep<br />

MARINELA CHIMANHA<br />

“ISEP É bEM ACEITE NO<br />

MERCADO DE TRAbALHO”<br />

Marinela Chimanha é engenheira informática, tem 38 anos e está<br />

a trabalhar em Angola. De Portugal, guarda na memória os conhecimentos<br />

práticos que foi adquirin<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> curso, mas também<br />

o apoio e a atenção que recebeu <strong>do</strong>s professores <strong>do</strong> ISEP. Por<br />

isso, quan<strong>do</strong> quis voltar ao seu país <strong>de</strong> origem, não foi com surpresa<br />

que, facilmente, encontrou emprego. “o ISEP é bem aceite no<br />

merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho”, explica.<br />

Chegou a Portugal, em 2001, com o objetivo <strong>de</strong> estudar e obter um<br />

curso superior. Para trás, Marinela Chimanha <strong>de</strong>ixou Lobito, cida<strong>de</strong> da<br />

província <strong>de</strong> Benguela, em Angola, on<strong>de</strong> nasceu. Antes, porém, ainda<br />

arriscou uma breve passagem pelo Zimbabué, on<strong>de</strong> iniciou o curso<br />

superior na área da informática, mas, da<strong>do</strong> trata-se <strong>de</strong> um país <strong>de</strong> expressão<br />

inglesa e alemã, teve dificulda<strong>de</strong>s na adaptação. “Acabei por<br />

escolher Portugal por causa da língua e por causa da cultura. Temos<br />

muito em comum”, justifica.<br />

A primeira «escala» foi em Lisboa. Mas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> visitar o <strong>Porto</strong>, <strong>de</strong><br />

conhecer a cida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> se informar sobre as várias hipóteses na área<br />

<strong>do</strong> ensino superior, soube o queria fazer. “Após as minhas pesquisas”<br />

– revela –, “<strong>de</strong>cidi que queria ser engenheira informática. Era o único<br />

motivo que me prendia a Portugal. Caso não conseguisse entrar, voltaria<br />

para Angola”.<br />

o ISEP foi a primeira opção na lista da candidatura e, apesar das dúvidas levantadas<br />

por amigos e conheci<strong>do</strong>s, Marinela Chimanha concorreu. “Toda<br />

a gente me dizia que era difícil entrar, pois tratava-se <strong>de</strong> um curso muito<br />

concorri<strong>do</strong>. não baixei os braços, até porque não tinha outra opção”.<br />

Assim, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um ano a completar algumas disciplinas <strong>do</strong> 12º ano,<br />

na Escola Secundária Rodrigues <strong>de</strong> Freitas, Marinela Chimanha realizou<br />

os exames nacionais e conseguiu entrar. “Coloquei tu<strong>do</strong> o que estivesse<br />

relaciona<strong>do</strong> com informática nas escolhas <strong>do</strong> curso. A primeira opção<br />

foi <strong>Engenharia</strong> Informática no ISEP e entrei. Fiquei muito feliz”, recorda.


Depois Do isep<br />

21<br />

CURSO ExIgENTE<br />

ACADEMIA CISCO<br />

o processo <strong>de</strong> adaptação foi gradual. Primeiro, pelo grau <strong>de</strong> exigência;<br />

<strong>de</strong>pois, pelos obstáculos senti<strong>do</strong>s em algumas disciplinas. “Tive muitas<br />

dificulda<strong>de</strong>s na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> matemática <strong>do</strong> tronco comum e confesso<br />

que me passou pela cabeça <strong>de</strong>sistir”, assume. valeram os amigos e os<br />

professores. “Procurei um amigo angolano que estava no terceiro ano<br />

<strong>de</strong> engenharia informática <strong>do</strong> ISEP. Aju<strong>do</strong>u-me bastante e aconselhou-<br />

-me a ser persistente. Falei também com os professores, principalmente<br />

com o <strong>de</strong> matemática. Como não fiz o secundário em Portugal, tinha<br />

algumas lacunas na minha aprendizagem”.<br />

Para além <strong>de</strong> trabalhar e ter como preocupação a conclusão <strong>do</strong> curso,<br />

Marinela ainda encontrou tempo, durante a formação, para frequentar<br />

a Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP. Tu<strong>do</strong> começou com a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

computa<strong>do</strong>res. na busca <strong>de</strong> uma vertente mais prática, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir o gosto pela programação, Marinela <strong>de</strong>cidiu inscrever-se na<br />

Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP. “é uma experiência ótima, pela vertente prática<br />

que tem associada, nomeadamente através <strong>de</strong> um laboratório muito<br />

bem equipa<strong>do</strong> que existe <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> ISEP. Foi uma mais-valia para mim<br />

ter associa<strong>do</strong> a disciplina <strong>de</strong> re<strong>de</strong> à aca<strong>de</strong>mia Cisco”, assegura.<br />

Agora, à distância, Marinela Chimanha agra<strong>de</strong>ce o apoio <strong>do</strong>s professores.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser uma escola pública, refere, “é muito personalizada”.<br />

“Senti muito apoio e, volto a referir, em especial <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> matemática,<br />

que não se mostrou indiferente às minhas dificulda<strong>de</strong>s”.<br />

A par da exigência <strong>do</strong> curso, a angolana teve, ainda, <strong>de</strong> se adaptar à<br />

cida<strong>de</strong>: “nunca me arrependi <strong>de</strong> vir para Portugal. Mas o <strong>Porto</strong> é muito<br />

frio. Pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter chega<strong>do</strong>, estive um mês <strong>de</strong> cama”.<br />

Após ter transita<strong>do</strong> para o segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> curso, houve novas mudanças<br />

na vida <strong>de</strong> Marinela Chimanha. o filho, menor, veio viver com ela<br />

e, simultaneamente, começou a trabalhar. Durante <strong>do</strong>is anos, foi funcionária<br />

<strong>de</strong> um estabelecimento <strong>de</strong> restauração, no campus <strong>de</strong> S. João.<br />

“Escolhi o horário pós-laboral para conseguir estudar. Por isso, saía <strong>do</strong><br />

trabalho e ia logo para o ISEP”, lembra.<br />

Em 2008, Marinela concluiu o curso, com um estágio académico <strong>de</strong><br />

seis meses na empresa portuguesa I2S. “Motivou-me. Foi o primeiro<br />

impacto com o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Tinha um horário, como qualquer<br />

outro colabora<strong>do</strong>r, e pu<strong>de</strong> acompanhar e participar em algumas<br />

ativida<strong>de</strong>s”. Fin<strong>do</strong> esse perío<strong>do</strong>, continuou em Portugal, a realizar um<br />

estágio profissional na Inforlí<strong>de</strong>r. Mas, após cinco meses, <strong>de</strong>spediu-se.<br />

“Tinha chega<strong>do</strong> a altura <strong>de</strong> partir. o meu objetivo sempre foi vir estudar<br />

para Portugal e voltar para Angola”, afirma.<br />

A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP funciona por módulos e a certificação <strong>de</strong>sses<br />

módulos - feita através <strong>de</strong> um exame global <strong>do</strong> curso - é reconhecida<br />

internacionalmente. De acor<strong>do</strong> com a engenheira informática, trata-se<br />

<strong>de</strong> uma certificação importante no mun<strong>do</strong> laboral. “A minha passagem<br />

pela aca<strong>de</strong>mia foi muito importante, porque, inclusivamente, muitas<br />

das coisas que ali aprendi, aplico, hoje, no meu trabalho diário”, garante.<br />

Atualmente, Marinela Chimanha está em Angola, mas visita Portugal as<br />

vezes que po<strong>de</strong>. o filho, Arão Salomão, <strong>de</strong>cidiu seguir os passos da mãe<br />

e está a frequentar o curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong> ISEP. “o Arão<br />

já estava adapta<strong>do</strong> ao sistema <strong>de</strong> ensino português e, por isso, não fazia<br />

senti<strong>do</strong> levá-lo novamente para Angola. Ele também queria ficar<br />

e fazer a sua formação em Portugal, por isso, achei por bem <strong>de</strong>ixá-lo<br />

ficar”. De qualquer das formas, acrescenta, “quan<strong>do</strong> terminar o curso, a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>le é regressar a Angola”. Por enquanto, a sua vida também<br />

passa pelo ISEP.<br />

Com a formação superior em <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong> ISEP, não<br />

foi difícil encontrar emprego, ten<strong>do</strong> em conta a vertente prática que<br />

encontrou no sistema <strong>de</strong> ensino promovi<strong>do</strong> pelo <strong>Instituto</strong>. “não é só<br />

fama. Pu<strong>de</strong> comprovar isso mesmo quan<strong>do</strong> fiz o estágio académico e,<br />

<strong>de</strong> seguida, o estágio profissional. ou seja, não estranhei ter entra<strong>do</strong> no<br />

mun<strong>do</strong> profissional”, garante.<br />

Além disso, acrescenta, “a partir <strong>de</strong>ssas empresas, principalmente daquela<br />

on<strong>de</strong> fiz o estágio profissional, fiquei a saber que o ISEP era bem<br />

aceite no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Encontrei outros colegas nessa empresa<br />

que já tinham passa<strong>do</strong> pelo ISEP, na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática”.<br />

Marinela garante que voltou para Angola com três propostas, duas a<br />

partir <strong>de</strong> uma feira <strong>de</strong> recrutamento e outra a partir da Internet. Só teve<br />

<strong>de</strong> escolher: “Reconheço que sou proativa. Fui pesquisan<strong>do</strong>, mandan<strong>do</strong><br />

currículos. Relacionava muito as empresas portuguesas <strong>do</strong> ramo da<br />

informática que já estavam a trabalhar em Angola. Uma <strong>de</strong>las ace<strong>de</strong>u.<br />

Ficaram à minha espera. Quan<strong>do</strong> fui para lá, ainda fiz um exame prático”.<br />

Das três propostas, Marinela escolheu a empresa on<strong>de</strong> hoje continua<br />

a trabalhar, a multinacional brasileira o<strong>de</strong>rbrescht.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> engenharia e construção, presente em<br />

Angola há 26 anos. hoje, nas funções que <strong>de</strong>sempenha, sente que consegue<br />

pôr em prática “tu<strong>do</strong>” o que apren<strong>de</strong>u no ISEP.


22 A NOSSA TECNOLOGIA<br />

Rui Abreu<br />

E-maintenance<br />

solutions<br />

“minimiza quebras<br />

na produção”


a nossa TecnoLogia 23<br />

10 anos <strong>de</strong>pois da entrada no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, Rui Abreu<br />

<strong>de</strong>cidiu solidificar a sua formação académica e alargar horizontes.<br />

A i<strong>de</strong>ia foi lançar-se no mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica -<br />

Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia, no <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEP). Juntou os interesses <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> empresarial com<br />

o know-how <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> académico e criou o “e-maintenance solutions”,<br />

um projeto inova<strong>do</strong>r que serviu <strong>de</strong> base dissertação <strong>de</strong><br />

mestra<strong>do</strong>, que mereceu a nota final <strong>de</strong> 17 valores. Dos seus orienta<strong>do</strong>res<br />

ficou a admiração pela perseverança e coragem <strong>de</strong> conciliar<br />

um projeto <strong>de</strong>sta envergadura, com uma vida profissional e<br />

familiar já consolidada.<br />

Rui Abreu licenciou-se em engenharia eletrónica e industrial pela Universida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Minho. há três anos, <strong>de</strong>cidiu aventurar-se num mestra<strong>do</strong><br />

no ISEP, mas o seu objetivo primordial era que o projeto <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong><br />

servisse para criar inovação na indústria. E foi bem-sucedi<strong>do</strong>. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

um projeto para implementação <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> e-maintenance na<br />

indústria cimenteira foi bem recebida pelo parceiro empresarial escolhi<strong>do</strong>:<br />

a Cachapuz, uma empresa se<strong>de</strong>ada em Braga, com gran<strong>de</strong> abertura<br />

a projetos académico-empresariais e cujo core-business se centra<br />

nos sistemas <strong>de</strong> pesagem industriais. Rui Abreu explica-nos que o objetivo<br />

principal <strong>do</strong> seu projeto é “minimizar os impactos negativos das<br />

falhas no processo industrial, reduzin<strong>do</strong>, assim, custos <strong>de</strong> manutenção<br />

e aumentan<strong>do</strong> a produtivida<strong>de</strong>”.<br />

o projeto-piloto foi implementa<strong>do</strong> numa unida<strong>de</strong> fabril <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> cimento, cliente da Cachapuz, com várias unida<strong>de</strong>s “irmãs” localizadas<br />

um pouco por to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. ou seja, o objetivo seria a criação e<br />

implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manutenção na indústria cimenteira,<br />

não só para a unida<strong>de</strong> mãe, mas também para todas as outras unida<strong>de</strong>s<br />

espalhadas em Portugal e no estrangeiro. o aluno <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

ISEP explica que uma fábrica típica <strong>de</strong> cimento, em qualquer parte <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, tem vários componentes e po<strong>de</strong> ser “dividida” em diferentes<br />

partes: a entrada e chegada <strong>do</strong>s materiais em bruto, a gestão, o embalamento<br />

<strong>de</strong> produto, o carregamento <strong>de</strong> camiões com o produto final...<br />

“Imaginemos uma área enorme com camiões em constante entrada e<br />

saída. Aquilo que procuramos é minorar alguns problemas que po<strong>de</strong>m<br />

surgir num circuito fabril, principalmente quan<strong>do</strong> há unida<strong>de</strong>s espalhadas<br />

por vários países”, explica Rui Abreu.<br />

SOLUçõES IMEDIATAS PARA MAIOR<br />

PRODUTIVIDADE<br />

Com o intuito <strong>de</strong> maximizar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços, a i<strong>de</strong>ia foi <strong>de</strong>senvolver<br />

uma aplicação, para monitorizar peças críticas da manutenção<br />

<strong>do</strong> sistema industrial que emite alertas e faz uma gestão <strong>do</strong>s recursos<br />

e seus componentes, antes que o problema aconteça. Por exemplo,<br />

aponta Rui Abreu, “se uma simples guilhotina <strong>de</strong> papel <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> funcionar,<br />

po<strong>de</strong> criar congestionamento no processo, uma vez que o<br />

cliente teria <strong>de</strong> pegar no papel, sair <strong>do</strong> camião e ir avisar alguém da<br />

situação ocorrida. Com este sistema <strong>de</strong> monitorização permanente, a<br />

falha na guilhotina vai gerar um alerta que, por sua vez, dá origem a<br />

um relatório <strong>de</strong> erros e a uma solução imediata para o problema. Essa<br />

informação é transmitida ao funcionário <strong>de</strong> serviço, sem que o mesmo<br />

tenha, necessariamente, formação especializada para a sua resolução”.<br />

Assim, o que o projeto elabora<strong>do</strong> por Rui Abreu faz, é conjugar to<strong>do</strong>s os<br />

da<strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong>s sistemas autónomos instala<strong>do</strong>s numa fábrica<br />

e conjugá-los numa análise, em que são <strong>de</strong>teta<strong>do</strong>s os erros e os pontos<br />

críticos. Quan<strong>do</strong> instala<strong>do</strong>s, estes sistemas estão programa<strong>do</strong>s para dar<br />

informações periódicas <strong>do</strong>s parâmetros normais <strong>de</strong> funcionamento e<br />

<strong>de</strong> alterações ao normal funcionamento <strong>do</strong>s sistemas.<br />

A tecnologia utilizada já existia. o projeto <strong>de</strong> Rui Abreu aproveitou-a,<br />

complementan<strong>do</strong>-a: “é como um puzzle que se vai compon<strong>do</strong> e cada<br />

peça ajuda a próxima a ser <strong>de</strong>senvolvida”. A componente específica<br />

<strong>do</strong> projeto “E-maintenance” centrou-se na parte da manutenção, na<br />

análise das <strong>de</strong>gradações e na criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s capaz <strong>de</strong><br />

automatizar o processo <strong>de</strong> resposta antecipada, aos problemas na área<br />

da manutenção.<br />

Zita vale, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> ISEP que orientou o trabalho <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em<br />

conjunto com Adriano Santos, explica que o problema é que em locais<br />

inóspitos não há massa humana qualificada. Acaba por ser impossível<br />

ter este tipo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong> forma sustentada, porque não<br />

há técnicos qualifica<strong>do</strong>s para resolver os problemas na hora, paran<strong>do</strong><br />

a produção”. Com este sistema <strong>de</strong> manutenção, as unida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m<br />

funcionar e resolver automaticamente as suas falhas, sem quebras na<br />

produção. Para além disso, ao automatizar to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> manutenção,<br />

é possível reduzir os tempos <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> entrada e saída <strong>de</strong><br />

veículos e aumentar a produtivida<strong>de</strong>. Zita vale remata, “a manutenção<br />

é um <strong>do</strong>s fatores que contribui para a produtivida<strong>de</strong>. o facto <strong>de</strong> haver<br />

um sistema <strong>de</strong> manutenção remota, através <strong>do</strong> qual é possível ace<strong>de</strong>r<br />

a qualquer fábrica no mun<strong>do</strong> e verificar o que se está a passar, resolven<strong>do</strong><br />

o problema na hora, é, <strong>de</strong> facto, uma gran<strong>de</strong> vantagem”.<br />

no que respeita ao investimento <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>ste projeto, Rui<br />

Abreu confessa que, para uma empresa, se trata <strong>de</strong> um investimento<br />

avulta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> início, mas cujo retorno é rápi<strong>do</strong>. “o facto <strong>de</strong> existir hipótese<br />

<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e disponibilização <strong>de</strong> informação<br />

já sistematizada acerca <strong>do</strong> processo industrial compensa, por si só, o<br />

eleva<strong>do</strong> investimento”. Zita vale reforça esta i<strong>de</strong>ia: “Cada problema que<br />

surja, mesmo que se verifique apenas num curto espaço <strong>de</strong> tempo,<br />

po<strong>de</strong> significar gran<strong>de</strong>s perdas em termos económicos. ou seja, ter um<br />

sistema que minimiza falhas é muito mais vantajoso e, por esta perspetiva,<br />

o retorno acaba por ser muito rápi<strong>do</strong>”.


24<br />

a nossa TecnoLogia<br />

A PERSEVERANçA E AMBIçãO COMO<br />

FORçA DE ARRANqUE<br />

Rui Abreu explica-nos que, muitas vezes, “as empresas não têm disponibilida<strong>de</strong><br />

nem meios para produzir investigação e encontrar novos<br />

méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> funcionamento”. E é aí, alu<strong>de</strong>, “que <strong>de</strong>vem entrar<br />

as instituições <strong>de</strong> ensino superior, dispostas a colmatar essas falhas”.<br />

Acrescenta ainda que “o facto <strong>de</strong> haver canais <strong>de</strong> comunicação abertos<br />

ajuda a que se consiga evoluir e estar sempre atento a novas abordagens<br />

e novos projetos que vão surgin<strong>do</strong>”. Se, por um la<strong>do</strong>, as empresas<br />

beneficiam <strong>do</strong> conhecimento importa<strong>do</strong> da aca<strong>de</strong>mia, por outro, as<br />

escolas <strong>de</strong> ensino superior beneficiam <strong>do</strong> conhecimento adquiri<strong>do</strong> nas<br />

experiências da vida industrial real e <strong>do</strong> trabalho no terreno.<br />

Rui Abreu foi o primeiro aluno no ISEP a terminar a dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong><br />

em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica - Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia. “o<br />

Rui é um exemplo <strong>de</strong> aluno que nós gostávamos <strong>de</strong> ter muitas vezes,<br />

e temos”, congratulam-se os orienta<strong>do</strong>res, Zita vale e Adriano Santos.<br />

De acor<strong>do</strong> com os <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> ISEP, o facto <strong>de</strong> Rui Abreu ter “uma<br />

ativida<strong>de</strong> profissional há vários anos, e ter já uma maturida<strong>de</strong> ao nível<br />

<strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> engenharia e aplicação real no dia-a-dia da indústria é<br />

muito importante para iniciar um projeto como este”.<br />

A IMPORTâNCIA DA<br />

MULTIDISCIPLINARIDADE<br />

o projeto <strong>de</strong> Rui Abreu envolve o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />

o Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica (CIDEM) e o Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e Apoio à Decisão (GECAD). E esta “mistura” <strong>de</strong> saberes é,<br />

segun<strong>do</strong> o próprio, fundamental para o sucesso <strong>do</strong> projeto. “Quan<strong>do</strong><br />

entramos no terreno e na indústria <strong>de</strong>ve haver uma distância da tendência<br />

académica que leva a centralizarmo-nos num conhecimento<br />

muito específico. A realida<strong>de</strong> acaba por ser pluridisciplinar”. ou seja,<br />

um sistema po<strong>de</strong> estar em perfeitas condições ao nível eletrotécnico,<br />

mas se houver uma falha mecânica, acaba por não funcionar. Para Rui<br />

Abreu, a ajuda <strong>de</strong> <strong>do</strong>is professores - Zita vale e Adriano Santos - com<br />

conhecimentos distintos, mas complementares, foi “fundamental” e<br />

acabou por “tornar o projeto mais rico, mais sustenta<strong>do</strong> e sóli<strong>do</strong>”. Para<br />

os professores que orientaram o trabalho, “a experiência <strong>do</strong> Rui foi importantíssima.<br />

os anos que ele tem <strong>de</strong> trabalho na indústria <strong>de</strong>ram-lhe<br />

consciência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementar os saberes”.<br />

outro mérito <strong>de</strong> Rui Abreu foi, segun<strong>do</strong> os seus orienta<strong>do</strong>res, uma vez<br />

avança<strong>do</strong> o projeto, “ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantê-lo vivo ao longo <strong>do</strong><br />

tempo. é um problema que existe com os alunos, porque a vida profissional<br />

e familiar po<strong>de</strong> absorver muito tempo. o Rui sabia que o trabalho<br />

<strong>de</strong> tese era para ir fazen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias e conseguiu terminá-lo<br />

com sucesso”.<br />

Adriano Santos não poupa elogios e conclui, “ o Rui superou tu<strong>do</strong> aquilo<br />

que estávamos à espera. Ele veio valorizar a i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong>s nossos mestra<strong>do</strong>s.<br />

é a prova <strong>de</strong> que os nossos alunos <strong>de</strong>vem entrar no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

trabalho, e só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>cidir o tipo <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> que querem fazer para<br />

virem com uma postura diferente. o Rui veio <strong>de</strong>monstrar as potencialida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s nossos mestra<strong>do</strong>s”.<br />

UM VERDADEIRO TRABALHO gLOBAL<br />

o projeto está a ser implementa<strong>do</strong> em Portugal e, num futuro próximo,<br />

será instala<strong>do</strong> em unida<strong>de</strong>s industriais em Angola, Moçambique, áfrica<br />

<strong>do</strong> Sul e Índia. De acor<strong>do</strong> com Rui Abreu, “em cada cliente surgem<br />

novas dificulda<strong>de</strong>s”. Rui Abreu cita o caso específico <strong>do</strong> Egito, on<strong>de</strong> o<br />

gran<strong>de</strong> problema “residiu na programação das consolas, porque foi necessário<br />

usar símbolos iconográficos, em vez <strong>do</strong> alfabeto tradicional.<br />

Por isso, foi necessário arranjar um tradutor”. Assim, “programar um<br />

simples equipamento em laboratório, que em Portugal seria feito na<br />

hora, no Egito tornou-se uma dificulda<strong>de</strong> enorme”, acrescenta. De acor<strong>do</strong><br />

com o autor <strong>do</strong> trabalho, o sistema <strong>de</strong> e-maintenace po<strong>de</strong> ser adapta<strong>do</strong><br />

a “qualquer tipo <strong>de</strong> indústria, como por exemplo, a da ma<strong>de</strong>ira.”


eves<br />

25<br />

LABORATÓRIO<br />

AUTOMÓVEL RECEBE<br />

NOVA VIATURA TOYOTA<br />

Fruto <strong>do</strong> protocolo entre o ISEP e a Toyota<br />

Caetano Portugal, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica (DEM) recebeu mais uma<br />

viatura da marca nipónica para ser usada para<br />

fins educativos.<br />

o ISEP é a única instituição <strong>de</strong> ensino superior<br />

em Portugal parceira <strong>do</strong> Toyota Educational<br />

Program (TEP). Este programa disponibiliza<br />

viaturas para que os estudantes possam apreen<strong>de</strong>r<br />

processos, através <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia<br />

prática hands-on.<br />

empresas. Esta iniciativa incentiva a apresentação<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócios, propon<strong>do</strong>-se a<br />

servir <strong>de</strong> “tubo <strong>de</strong> ensaio” para a validação <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo ou conceito <strong>de</strong> negócio.<br />

o projeto <strong>do</strong> engenheiro informático forma<strong>do</strong><br />

no ISEP consiste numa re<strong>de</strong> social <strong>de</strong><br />

criação e partilha <strong>de</strong> wishlists. «Em 2009, para<br />

terminar a licenciatura, <strong>de</strong>cidi materializar<br />

esta i<strong>de</strong>ia na disciplina <strong>de</strong> projeto/estágio»,<br />

comentou Luís Rocha.<br />

o agora mestran<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP em <strong>Engenharia</strong><br />

Informática – Arquiteturas, Sistemas e Re<strong>de</strong>s<br />

aproveitou conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s no<br />

mestra<strong>do</strong>, «ao nível <strong>de</strong> tecnologias móveis e<br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo» para aprimorar esta ferramenta<br />

digital.<br />

A MyListBox está já «a ganhar uma dimensão<br />

tal, que está a atrair parceiros bem conheci<strong>do</strong>s<br />

no merca<strong>do</strong>», acrescentou.<br />

As instalações agropecuárias necessitam<br />

<strong>de</strong> energia elétrica para o funcionamento e<br />

aquecimento das instalações, contu<strong>do</strong> toda a<br />

energia consumida costuma ser contratada à<br />

re<strong>de</strong> pública. o projeto <strong>de</strong> Bruno Teixeira vem<br />

agora analisar o potencial <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

estabilização anaeróbia para valorização <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>jetos animais na produção <strong>de</strong> biogás.<br />

o estu<strong>do</strong> propõe que as agropecuárias po<strong>de</strong>m<br />

produzir a própria energia, chegan<strong>do</strong>,<br />

em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s casos, à autossuficiência ou<br />

mesmo a exportação <strong>de</strong> energia para a re<strong>de</strong><br />

pública. Esta solução permitiria garantir a segurança<br />

energética das instalações, reduzir<br />

emissões <strong>de</strong> gases nocivos e obter um retorno<br />

financeiro consi<strong>de</strong>rável.<br />

o objetivo é possibilitar a execução <strong>de</strong> operações<br />

em viaturas reais, <strong>de</strong>signadamente<br />

operações <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontagem e montagem e<br />

o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os componentes técnicos.<br />

A ligação entre o ISEP e a Toyota Caetano Portugal<br />

iniciou-se em 1995 e espelha a confiança<br />

<strong>de</strong>positada pela representante das marcas<br />

Toyota e Lexus na qualida<strong>de</strong> da formação oferecida<br />

pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Se, por um la<strong>do</strong>, o ISEP recebe equipamento<br />

<strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> valor didático e a Toyota promove<br />

a prospeção <strong>de</strong> jovens talentos, e quem mais<br />

beneficia são os futuros diploma<strong>do</strong>s, que usufruem<br />

<strong>de</strong> uma formação com condições ímpares<br />

<strong>de</strong> aprendizagem.<br />

MYLISTBOx NA FINAL DO<br />

8º POLIEMPREENDE<br />

o projeto MyListBox, <strong>de</strong> Luís Rocha, venceu<br />

a fase regional norte e é finalista <strong>do</strong> 8º Concurso<br />

Poliempreen<strong>de</strong> – Projetos <strong>de</strong> vocação<br />

Empresarial. o estudante vítor Soares e o<br />

professor José Santos, ambos da área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Eletrotécnica, classificaram-se em 3º<br />

lugar da fase regional com o projeto Transformação<br />

<strong>de</strong> viaturas.<br />

o Poliempreen<strong>de</strong> é um concurso <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />

promovi<strong>do</strong> pelos institutos<br />

politécnicos, com vista a apoiar a criação <strong>de</strong><br />

VIABILIDADE DE<br />

CENTRAIS DE MICROgERAçãO<br />

NO SETOR DA<br />

AgROPECUÁRIA<br />

o ISEP é uma escola <strong>de</strong> saber aplica<strong>do</strong>, que<br />

tem procura<strong>do</strong> parcerias para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em ambiente<br />

académico-empresarial. Um exemplo é a<br />

dissertação <strong>de</strong> Bruno Teixeira, <strong>de</strong>senvolvida<br />

com a Magnetic Fields para o mestra<strong>do</strong> em<br />

<strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica – Sistemas Elétricos<br />

<strong>de</strong> Energia.<br />

“Análise da viabilida<strong>de</strong> Económica da Implementação<br />

<strong>de</strong> uma Central <strong>de</strong> Micro-geração<br />

no Sector da Agropecuária” estuda a valorização<br />

energética <strong>do</strong> biogás produzi<strong>do</strong> por<br />

afluentes agropecuários.<br />

BARCHETTA ACELEROU<br />

EM BRAgA<br />

A Barchetta 00 esteve em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

no circuito vasco Sameiro, durante to<strong>do</strong> o<br />

mês <strong>de</strong> agosto. Contan<strong>do</strong> com o apoio <strong>do</strong> KIB/<br />

CAM e com o piloto Pedro Matos ao volante,<br />

a equipa aproveitou bem as características da<br />

pista bracarense.<br />

o primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> teste esteve, este verão,<br />

em exposição no Circuito da Boavista, seguin<strong>do</strong>-se<br />

os primeiros testes dinâmicos em Braga.<br />

«Apesar das exigentes condições climatéricas,<br />

foi possível rodar sem problemas mecânicos e<br />

recolher informações úteis para a evolução dinâmica<br />

<strong>do</strong> carro», apontou o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> DEM,<br />

Luís Miranda Torres.<br />

Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mentor <strong>do</strong> projeto,<br />

«foram testa<strong>do</strong>s alguns setups, que permitiram<br />

melhorar o comportamento <strong>do</strong> carro e registar<br />

tempos muito próximos <strong>de</strong> 1 minuto e<br />

40 segun<strong>do</strong>s por volta». Atualmente o tempo<br />

por volta é inferior a 1 minuto e 34 segun<strong>do</strong>s.<br />

os resulta<strong>do</strong>s verifica<strong>do</strong>s e a boa margem <strong>de</strong><br />

progressão <strong>de</strong>ixaram a equipa satisfeita e otimista<br />

quanto à fase da sua homologação para<br />

provas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />

o responsável pelo projeto espera inaugurar<br />

um troféu, já a partir da próxima temporada.


26<br />

breves<br />

IMPACTO DAS ÁgUAS<br />

PLUVIAIS NA REDE DE<br />

SANEAMENTO<br />

Susana Barreto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u recentemente o<br />

projeto “Impacto da Infiltração e Afluência <strong>de</strong><br />

águas Pluviais na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saneamento”. o<br />

estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong><br />

em Tecnologia e Gestão das Construção foi<br />

<strong>de</strong>staca<strong>do</strong> pela empresa águas <strong>de</strong> Gon<strong>do</strong>mar,<br />

dada a sua orientação prática, aplicabilida<strong>de</strong> e<br />

forte componente ambiental.<br />

A afluência <strong>de</strong> caudais exce<strong>de</strong>ntes aos sistemas<br />

<strong>de</strong> saneamento provoca a redução da<br />

eficiência nas ETAR, inundações urbanas, o aumento<br />

<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> manutenção<br />

das infraestruturas e respetiva <strong>de</strong>terioração,<br />

aumentan<strong>do</strong> ainda os riscos ambientais.<br />

<strong>do</strong> litoral galego, analisou os riscos costeiros<br />

<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da possível subida <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar<br />

e apontou para um potencial agravamento<br />

<strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> erosão. o estu<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificou<br />

ainda a movimentação <strong>de</strong> blocos que<br />

estavam estabiliza<strong>do</strong>s, revelan<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong><br />

dinamismo na costa galega.<br />

Como instrumento-chave os investiga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> LABCARGA concetualizaram uma área<br />

<strong>de</strong> Dinâmica Litoral, que <strong>de</strong>limita zonas <strong>de</strong><br />

risco a médio e longo prazo e constitui um<br />

elemento crucial para preservar a segurança<br />

das populações.<br />

o projeto foi coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por hel<strong>de</strong>r Chaminé<br />

(LABCARGA) e pelo geógrafo Augusto<br />

Pérez Alberti (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong><br />

Compostela). A participação <strong>do</strong> ISEP contou<br />

ainda com os contributos das investiga<strong>do</strong>ras<br />

Ana Pires, Catarina Rodrigues e Liliana Freitas.<br />

os resulta<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> financia<strong>do</strong> pelo<br />

Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, Território e Infraestruturas<br />

espanhol foram apresenta<strong>do</strong>s na<br />

britânica ICE’s 7 th Conference on Coastal Management,<br />

ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> o prémio <strong>de</strong> melhor<br />

comunicação.<br />

o projeto aborda esferas da saú<strong>de</strong> pública –<br />

informação das características nutricionais e<br />

<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> contaminação por poluentes<br />

aos consumi<strong>do</strong>res –, analíticas – <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> biossensores – e ambientais<br />

– monitorização <strong>do</strong> ambiente marinho.<br />

Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo GRAQ, o estu<strong>do</strong> conta com a<br />

participação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação Marinha<br />

e Ambiental (CIIMAR), universida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> e <strong>de</strong> Coimbra e da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Química e<br />

Tecnologia – Laboratório Associa<strong>do</strong> para a<br />

Química ver<strong>de</strong> (REQUIMTE), sen<strong>do</strong> financia<strong>do</strong><br />

pela Fundação para a Ciência e Tecnologia<br />

(FCT).<br />

o projeto <strong>de</strong> Susana Barreto preten<strong>de</strong>u avaliar<br />

os impactos das águas pluviais na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saneamento<br />

e sistematizar potenciais soluções.<br />

A mestre ISEP quantificou caudais exce<strong>de</strong>ntes,<br />

i<strong>de</strong>ntificou subsistemas críticos e apresentou<br />

técnicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>teção e reparação, abrin<strong>do</strong> caminho<br />

à implementação das ações <strong>de</strong> acompanhamento<br />

e controlo <strong>do</strong>s caudais.<br />

A engenheira civil tornou-se na primeira mestre<br />

<strong>do</strong> curso <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

<strong>do</strong> Civil (DEC), ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> avaliada com a classificação<br />

final <strong>de</strong> 17 valores. «Um trabalho brilhante»,<br />

segun<strong>do</strong> Rui Camposinhos, <strong>do</strong>cente<br />

<strong>do</strong> DEC e presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> júri da prova.<br />

ESTUDO LABCARgA<br />

ALERTA PARA EROSãO<br />

COSTEIRA NA gALIZA<br />

“Estu<strong>do</strong> da Erosão Costeira na Costa da Galícia”,<br />

elabora<strong>do</strong> pelo Laboratório <strong>de</strong> Cartografia<br />

e Geologia Aplicada em parceria com a Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela, alerta<br />

para os níveis <strong>de</strong> erosão <strong>de</strong>teta<strong>do</strong>s e insta uma<br />

maior pon<strong>de</strong>ração na planificação urbanística<br />

para evitar problemas futuros.<br />

o projeto CartGalicia, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito<br />

da elaboração <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />

AVALIAR A<br />

SEgURANçA<br />

ALIMENTAR DOS<br />

CEFALÓPODES<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a importância das espécies<br />

marinhas na dieta humana e o facto <strong>de</strong> os<br />

cefalópo<strong>de</strong>s (polvo, lula, choco,...) serem das<br />

espécies mais apreciadas pelos consumi<strong>do</strong>res<br />

portugueses, o Grupo <strong>de</strong> Reação e Análises<br />

Químicas (GRAQ) <strong>de</strong>cidiu estudar os benefícios<br />

e potenciais riscos <strong>do</strong> seu consumo.<br />

Este projeto na área da segurança alimentar –<br />

uma das especialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> GRAQ –, preten<strong>de</strong><br />

analisar os potenciais impactos <strong>do</strong> aumento<br />

<strong>de</strong> metais pesa<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> hidrocarbonetos<br />

aromáticos policíclicos (PAh) – compostos<br />

poluentes com proprieda<strong>de</strong>s mutagénicas e<br />

carcinogénicas – na água <strong>do</strong> mar e nos cefalópo<strong>de</strong>s.<br />

CISTER INICIA qUATRO<br />

NOVOS PROJETOS DE<br />

INVESTIgAçãO DE<br />

PONTA<br />

o CISTER submeteu seis candidaturas <strong>de</strong><br />

projetos <strong>de</strong> investigação à FCT. Três foram<br />

classificadas com “excelente” e serão alvo <strong>de</strong><br />

financiamento. To<strong>do</strong>s os novos projetos <strong>do</strong><br />

CISTER inci<strong>de</strong>m nas competitivas áreas da<br />

Computação e <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e <strong>de</strong><br />

Computa<strong>do</strong>res.<br />

os projetos REGAIn (Real-time scheduling on<br />

general purpose graphics processor units);<br />

SMARTS (Slack Management in hierarchical<br />

Real-Time Systems) e SMARTSKIn (Densely<br />

Instrumented Physical Infrastructures) representam<br />

um total <strong>de</strong> financiamento próximo<br />

<strong>do</strong>s 450 mil euros para o ISEP e serão orienta<strong>do</strong>s<br />

por Björn An<strong>de</strong>rsson, Stefan Petters e<br />

Eduar<strong>do</strong> Tovar, respetivamente.<br />

o CISTER participará igualmente num projeto<br />

aprova<strong>do</strong> em parceria com as universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e <strong>do</strong> Minho: o AvIACC (Analysis


eves<br />

27<br />

and verification of Critical Concurrent Programs).<br />

Miguel Pinho coor<strong>de</strong>na os pacotes <strong>de</strong><br />

trabalho a cargo <strong>do</strong> ISEP.<br />

Esta é uma taxa <strong>de</strong> aceitação notável por parte<br />

<strong>do</strong> centro <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP, igualan<strong>do</strong><br />

as classificações alcançadas nos últimos<br />

<strong>do</strong>is anos.<br />

APRESENTAçãO DE<br />

RESULTADOS DO<br />

PROJETO PULTREFICAZ<br />

o ISEP apresentou os resulta<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> PultrEficaz.<br />

o principal <strong>de</strong>staque vai para o sucesso<br />

<strong>do</strong> projeto, já que os principais objetivos<br />

foram amplamente consegui<strong>do</strong>s.<br />

Financia<strong>do</strong> pela Agência <strong>de</strong> Inovação (Adi), o<br />

PultrEficaz – Projeto <strong>de</strong> otimização da Eficiência<br />

<strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Pultrusão assentou numa<br />

parceria entre o ISEP, a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

e a empresa ALTo, Perfis Pultrudi<strong>do</strong>s, com<br />

vista a aumentar a eficiência energética e ambiental<br />

<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> pultrusão.<br />

na prova <strong>do</strong> Estoril, a ISEP Race Engineering<br />

partiu da quinta posição na primeira manga,<br />

ten<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong> recuperar um lugar. Feito<br />

o aquecimento, a equipa <strong>do</strong> ISEP impôs-se na<br />

segunda manga sen<strong>do</strong> a primeira a cruzar a<br />

meta. Contu<strong>do</strong>, uma penalização <strong>de</strong> 30 segun<strong>do</strong>s<br />

traduziu-se na <strong>de</strong>scida para 14º lugar.<br />

na terceira e <strong>de</strong>cisiva manga, os estudantes<br />

<strong>do</strong> DEM <strong>de</strong>ram estão mostras da sua competência<br />

e resiliência, arrancan<strong>do</strong> da sétima<br />

posição para fazer a volta mais rápida <strong>do</strong> fim-<br />

-<strong>de</strong>-semana e vencer com uma boa margem.<br />

no geral, a ISEP Race Engineering alcançou o<br />

segun<strong>do</strong> lugar geral no Estoril, estan<strong>do</strong> agora<br />

<strong>de</strong> olhos postos no pódio <strong>do</strong> campeonato.<br />

Para tal, <strong>de</strong>finiu indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> eco-eficiência,<br />

que permitissem aumentar a flexibilida<strong>de</strong><br />

produtiva industrial, com vista à valorização<br />

material <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s pelo processo<br />

e à redução <strong>do</strong>s consumos energéticos.<br />

A cerimónia <strong>de</strong> apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

finais <strong>de</strong>correu na EXPonoR e incluiu <strong>do</strong>is seminários<br />

e um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate.<br />

MOBILIDADE<br />

INTELIgENTE<br />

o Departamento <strong>de</strong> Matemática (DMA) está a<br />

trabalhar num projeto que procura respon<strong>de</strong>r<br />

ao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>do</strong>tar os robôs <strong>de</strong> uma mobilida<strong>de</strong><br />

inteligente e adaptativa. Uma potencial<br />

aplicação passa pelas tecnologias usadas em<br />

membros artificiais, contribuin<strong>do</strong> para a mobilida<strong>de</strong>,<br />

autonomia e reabilitação <strong>de</strong> pessoas<br />

com membros amputa<strong>do</strong>s.<br />

Lançada em 2010, “Geração <strong>de</strong> Trajetórias em<br />

Tempo Real <strong>de</strong> Robôs Quadrúpe<strong>de</strong>s Usan<strong>do</strong><br />

Sistemas Dinâmicos”, preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

um mo<strong>de</strong>lo gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> locomoção<br />

para robôs quadrúpe<strong>de</strong>s. o objetivo é<br />

permitir que robôs li<strong>de</strong>m com ambientes <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s,<br />

sen<strong>do</strong> capazes <strong>de</strong> gerar, adaptar<br />

e controlar autonomamente o complexo<br />

comportamento locomotor.<br />

«Aborda-se o problema <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma arquitetura <strong>de</strong> controla<strong>do</strong>r <strong>de</strong> malha<br />

fechada, inspirada no mo<strong>de</strong>lo funcional <strong>de</strong><br />

sistemas motores biológicos, que po<strong>de</strong>m gerar<br />

e adaptar, em tempo real, os movimentos<br />

locomotores», <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />

DMA, Carla Pinto.<br />

o sistema <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, em parceria com a<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, será implementa<strong>do</strong> e<br />

testa<strong>do</strong> em robôs reais (como um AIBo) e em<br />

ambiente simula<strong>do</strong>.<br />

Ana Meira Castro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Matemática, foi a responsável pelos trabalhos<br />

no ISEP.<br />

ISEP RACE ENgINEERINg<br />

MOSTRA A SUA gARRA<br />

NO ESTORIL<br />

A ISEP Race Engineering aproximou-se <strong>do</strong> pódio<br />

<strong>do</strong> Troféu Challenge Desafio Único, após<br />

a prova no Autódromo <strong>do</strong> Estoril. Esta competição<br />

entre equipas <strong>do</strong> ensino superior é<br />

aberta a estudantes com um gosto especial<br />

pelo automobilismo.<br />

A equipa <strong>do</strong> ISEP – ISEP Race Engineering –<br />

é composta por estudantes <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica Automóvel, com ida<strong>de</strong>s entre os<br />

18 e 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A equipa orientada<br />

pelo professor Luís Miranda Torres, aproveita<br />

valências <strong>do</strong> Laboratório Automóvel e conta<br />

com o patrocínio da empresa Gianfranco.<br />

MESTRANDA EM<br />

ENgENHARIA CIVIL<br />

RECEBE PRÉMIO SIKA<br />

Joana Almeida, licenciada pelo ISEP on<strong>de</strong> se<br />

encontra a frequentar o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />

Civil, conquistou a primeira edição <strong>do</strong><br />

Prémio Sika: Soluções Técnicas e Responsabilida<strong>de</strong><br />

Social. Destina<strong>do</strong> a finalistas e recém-<br />

-licencia<strong>do</strong>s em engenharia civil e Arquitetura,<br />

o concurso da SIKA Portugal pretendia<br />

alavancar a reabilitação <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> instituições<br />

particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social.<br />

Competin<strong>do</strong> contra 36 concorrentes oriun<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s institutos politécnicos <strong>de</strong> Coimbra e Leiria<br />

e das universida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Minho, Técnica<br />

<strong>de</strong> Lisboa, Fernan<strong>do</strong> Pessoa e Lusófona, o<br />

projeto <strong>de</strong> Joana Almeida incidiu na reabilitação<br />

<strong>do</strong> edifício da Associação nun’álvares <strong>de</strong><br />

Campanhã.<br />

A proposta surgiu na sequência da unida<strong>de</strong><br />

curricular <strong>de</strong> Conservação e Reabilitação <strong>de</strong> Edi-


28<br />

breves<br />

fícios, lecionada por Rui Pessanha Taborda, sen<strong>do</strong><br />

eleito como a melhor solução <strong>do</strong> concurso.<br />

o júri constituí<strong>do</strong> por personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevo<br />

na área da reabilitação, incluin<strong>do</strong> vasco<br />

Freitas (Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>), Grandão Lopes<br />

(Laboratório nacional <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil)<br />

e Cristina Macha<strong>do</strong> (or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros),<br />

<strong>de</strong>stacou mesmo a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />

Além da atribuição <strong>de</strong> um estágio remunera<strong>do</strong><br />

na SIKA, Joana Almeida terá agora a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhar <strong>de</strong> perto a execução<br />

<strong>do</strong> seu projeto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização das<br />

instalações da IPSS <strong>de</strong> Campanhã.<br />

Este prémio é mais um contributo que atesta<br />

a qualida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> social da formação<br />

ISEP.<br />

Para ultrapassar este fenómeno, o trabalho da<br />

mestre Tânia Zhu analisou técnicas termográficas<br />

avançadas para a classificação automática<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e propõe o recurso a este tipo<br />

<strong>de</strong> sistemas.<br />

«Ao aplicar os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imagens termográficas,<br />

abrem-se novas perspetivas para os<br />

sistemas <strong>de</strong> vigilância em ambientes on<strong>de</strong> as<br />

câmaras tradicionais não apresentam o <strong>de</strong>sempenho<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>», aponta Paula viana,<br />

que coorientou a dissertação, juntamente<br />

com Pedro Carvalho.<br />

As câmaras termográficas são capazes <strong>de</strong> garantir<br />

a distinção <strong>de</strong> objetos (como uma pessoa<br />

e um carro); diferenciam sujeitos (pessoas distintas);<br />

e asseguram a monitorização contínua<br />

<strong>do</strong> sujeito pretendi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma automática.<br />

o projeto, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em parceria com a<br />

empresa Strong Segurança e o InESC <strong>Porto</strong>,<br />

<strong>de</strong>verá agora ser implementa<strong>do</strong> num sistema<br />

móvel <strong>de</strong> vigilância.<br />

o perfil <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r. o estu<strong>do</strong> analisou soluções<br />

existentes ao nível <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> recomendação<br />

<strong>de</strong> televisão e <strong>de</strong>senvolveu <strong>do</strong>is<br />

algoritmos basea<strong>do</strong>s em técnicas <strong>de</strong> filtragem<br />

colaborativa e <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s, para operacionalizar<br />

uma classificação personalizada.<br />

o conjunto <strong>de</strong> recomendações obtidas é<br />

apresenta<strong>do</strong> através da interação com uma<br />

aplicação web, o que vem permitir a integração<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os componentes <strong>do</strong> sistema.<br />

Este trabalho enquadra-se numa área <strong>de</strong> investigação<br />

que tem <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> o interesse<br />

da comunida<strong>de</strong> científica, da<strong>do</strong> o potencial<br />

<strong>de</strong> aplicação ao nível <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s audiovisuais.<br />

A ENgENHARIA<br />

qUE TORNA OS<br />

AMBIENTES MAIS<br />

SEgUROS<br />

Dissertação <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica<br />

e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res propõe a utilização<br />

<strong>de</strong> câmaras termográficas nos sistemas<br />

<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ovigilância. Esta solução, <strong>de</strong>senvolvida<br />

em ambiente académico-empresarial, reforça<br />

a eficácia <strong>do</strong>s sistemas e contribui para garantir<br />

ambientes mais seguros.<br />

Tem cresci<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ovigilância,<br />

mas o registo <strong>de</strong> imagens é vulnerável<br />

às condições ambientais, como o nível <strong>de</strong><br />

luminosida<strong>de</strong>, chuva, nevoeiro ou mesmo o<br />

fumo a po<strong>de</strong>rem dificultar uma monitorização<br />

contínua.<br />

SISTEMAS DE<br />

RECOMENDAçãO E<br />

PERSONALIZAçãO<br />

DA TV<br />

outro projeto <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />

Eletrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res avança uma<br />

proposta que permite aos opera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> televisão<br />

orientar o leque <strong>de</strong> programação para o<br />

perfil <strong>do</strong>s clientes. o trabalho <strong>de</strong> Márcio Soares<br />

propõe uma solução que melhora a personalização<br />

<strong>do</strong> serviço, aumentan<strong>do</strong> a sua qualida<strong>de</strong><br />

para o cliente e rentabiliza as grelhas <strong>de</strong><br />

programas, fortalecen<strong>do</strong> a fi<strong>de</strong>lização.<br />

Com a expansão da televisão digital o espeta<strong>do</strong>r<br />

é confronta<strong>do</strong> com um maior número<br />

<strong>de</strong> opções disponíveis, o que po<strong>de</strong> dificultar<br />

a escolha <strong>do</strong> programa a visionar. Sobrecarrega<strong>do</strong>s<br />

com informação, muitos espeta<strong>do</strong>res<br />

ten<strong>de</strong>m a efetuar zapping entre diversos<br />

canais ou resignam-se a assistir sempre aos<br />

mesmos programas.<br />

o projeto agora <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no DEE <strong>de</strong>senvolveu<br />

uma aplicação que melhora a recomendação<br />

<strong>de</strong> programas orienta<strong>do</strong>s para<br />

SABER APLICADO<br />

LEVA ISEP AO JÚRI<br />

DO EEPA 2012<br />

Ana viana, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Eletrotécnica, integra o júri internacional<br />

<strong>do</strong> Euro Excellence in Practice Award<br />

2012 (EEPA 2012). o convite vem reconhecer<br />

a experiência e elevada competência técnica<br />

em investigação aplicada <strong>de</strong> Ana viana – perfil<br />

que é imagem <strong>de</strong> marca <strong>do</strong> ISEP.<br />

«A investigação aplicada é, sem dúvida, o motor<br />

para a inovação na indústria e serviços e<br />

um fator <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> para as empresas<br />

que incorporam resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta investigação»,<br />

refere Ana viana.<br />

Este prémio científico distingue trabalhos <strong>de</strong><br />

investigação aplicada <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong>.<br />

Além <strong>do</strong> reconhecimento <strong>de</strong> excelência na<br />

área <strong>de</strong> investigação operacional, os trabalhos<br />

<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>monstrar ainda um forte impacto<br />

na área para que foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />

o júri <strong>do</strong> EEPA 2012 é composto pela professora<br />

<strong>do</strong> DEE, juntamente com Michel Bierlaire<br />

(école Polytechnique Fédérale <strong>de</strong> Lausanne,<br />

Suiça), Luca Maria Gambar<strong>de</strong>lla (IDSIA Lugano,<br />

Suiça), Gautier Stauffer (Université Bor<strong>de</strong>aux,<br />

França) e Richard hartl (Universität Wien,<br />

áustria)


provas De DouToramenTo<br />

29<br />

FENOMENOLOgIA E MODELAçãO<br />

DA AçãO DE BARREIRAS REATIVAS<br />

PERMEÁVEIS DE FERRO ELEMENTAR<br />

MICROgRANULADO SOBRE A ÁgUA<br />

CONTAMINADA COM CRÓMIO (VI)<br />

As barreiras reativas permeáveis são uma solução tecnológica à remediação<br />

<strong>de</strong> aquíferos contamina<strong>do</strong>s com poluentes <strong>de</strong> diferente origem e natureza.<br />

Embora o ferro elementar seja o material mais utiliza<strong>do</strong> para enchimento<br />

das barreiras como agente remedia<strong>do</strong>r, e o Cr(vI) esteja entre os contaminantes<br />

mais relevantes nos que se aplica esta técnica, ainda existem algumas<br />

lacunas referentes ao processo químico e suas implicações. neste<br />

trabalho foi estuda<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> remediação <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> Cr(vI) com<br />

FE(0) com o objetivo <strong>de</strong> cobrir algumas <strong>de</strong>ssas lacunas e, <strong>de</strong>sta forma, dar<br />

indicações das suas implicações no dimensionamento das barreiras.<br />

Foram ensaia<strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> ferro para <strong>de</strong>terminar a sua eficácia<br />

na remoção <strong>do</strong> Cr(vI) em função <strong>de</strong> parâmetros como a temperatura,<br />

a concentração inicial, o ph, etc..., e verificou-se a existência <strong>de</strong><br />

camadas <strong>de</strong> passivação na superfície <strong>de</strong> algumas partículas <strong>de</strong> ferro,<br />

que afetavam substancialmente a cinética <strong>do</strong> processo.<br />

A aproximação homogénea clássica à cinética <strong>do</strong> processo foi contrastada<br />

com uma aproximação heterogénea, que foi consi<strong>de</strong>rada como<br />

mais a<strong>de</strong>quada e ajustada. Foi, assim, proposto o valor <strong>de</strong> 2/3 como a<br />

or<strong>de</strong>m da reação.<br />

Foram conduzi<strong>do</strong>s ensaios para a <strong>de</strong>terminação da evolução temporal<br />

da granulometria <strong>do</strong> ferro em contacto com soluções aquosas <strong>de</strong><br />

CR(vI) <strong>de</strong> forma a obter da<strong>do</strong>s que serviram <strong>de</strong> base para ajustar mo<strong>de</strong>los<br />

cinéticos heterogéneos. os mo<strong>de</strong>los propostos são o “shrinking<br />

particle” e o “shrinking core”.<br />

Foi estabeleci<strong>do</strong> que a existência <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> camadas superficiais<br />

<strong>de</strong> alteração provoca diferentes comportamentos nas partículas<br />

e, em consequência, seguem <strong>de</strong> forma mais acentuada apenas um <strong>do</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los cinéticos propostos: para partículas sem camada <strong>de</strong> alteração,<br />

um mo<strong>de</strong>lo “shrinking particle” ajusta-se melhor; para partículas com camada<br />

<strong>de</strong> alteração, ajustam-se melhor a mo<strong>de</strong>los tipo “shrinking core”.<br />

Foram também analisa<strong>do</strong>s os precipita<strong>do</strong>s, comprovan<strong>do</strong>-se que existem<br />

vários tipos, o que indica que para além da formação <strong>de</strong> precipita<strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong> existir outros processos como co-precipitação, e que estes<br />

estão liga<strong>do</strong>s também à existência da camada <strong>de</strong> passivação.<br />

Por último, foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s parâmetros cinéticos para diferentes<br />

cenários que po<strong>de</strong>m dar indicações no dimensionamento das barreiras.<br />

Nome<br />

António vega y <strong>de</strong> La Fuente<br />

Área Científica<br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Ambiente<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor <strong>do</strong>utor António Manuel Antunes Fiúza (UP)<br />

Professora <strong>do</strong>utora Cristina Delerue Matos (ISEP)<br />

Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

Dezembro 2011


30 provas De DouToramenTo<br />

CAPACIDADE ANTIOxIDANTE DE<br />

BEBIDAS AROMATIZADAS:<br />

ÁgUAS E CHÁS<br />

HIDROgEOMORFOLOgIA E<br />

SUSTENTABILIDADE DE RECURSOS<br />

HÍDRICOS SUBTERRâNEOS<br />

A produção contínua <strong>de</strong> radicais livres, durante os processos metabólicos,<br />

é compensada pelos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antioxidante. Estes<br />

visam eliminar ou reduzir os níveis <strong>de</strong>stes radicais nas células e, assim,<br />

proteger o organismo <strong>do</strong>s seus efeitos pejorativos.<br />

os alimentos (fruta, chá, legumes) são uma boa fonte exógena <strong>de</strong> antioxidantes.<br />

Aproveitan<strong>do</strong> o facto <strong>de</strong> estes alimentos representarem<br />

uma boa fonte exógena <strong>de</strong> antioxidantes, são constantemente lança<strong>do</strong>s<br />

no merca<strong>do</strong> novos produtos, sen<strong>do</strong> a água com sabores um<br />

exemplo. As águas com sabores são baseadas na adição <strong>de</strong> aromas e<br />

<strong>de</strong> sumos <strong>de</strong> fruta à água natural.<br />

A água subterrânea <strong>de</strong> rochas duras é uma fonte importante para fins<br />

<strong>do</strong>mésticos, industriais e agrícolas e mesmo para o consumo humano.<br />

A hidrogeomorfologia é um <strong>do</strong>mínio interdisciplinar emergente, que<br />

estuda as relações entre as unida<strong>de</strong>s geomorfológicas, as unida<strong>de</strong>s hidrogeológicas<br />

e o regime das águas subterrâneas <strong>de</strong> uma dada região.<br />

A compreensão <strong>do</strong> papel da geomorfologia aplicada é essencial para<br />

avaliar <strong>de</strong> forma rigorosa os sistemas hidrogeológicos e os recursos hídricos<br />

subterrâneos.<br />

Foi criada, em ambiente SIG, uma base <strong>de</strong> geoda<strong>do</strong>s, essencialmente<br />

<strong>de</strong>rivada da <strong>de</strong>teção remota, da cartografia e <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> campo.<br />

Esta base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, organizada em diferentes níveis <strong>de</strong> informação,<br />

inclui uma avaliação principalmente focalizada no uso <strong>do</strong> solo, climatologia,<br />

<strong>de</strong>clives, geologia, geomorfologia e hidrogeologia.<br />

os setores em estu<strong>do</strong> (Caldas da Cavaca, Termas <strong>de</strong> Entre-os-Rios,<br />

águas <strong>de</strong> Arouca e águas <strong>do</strong> Alar<strong>do</strong>) estão localiza<strong>do</strong>s em sistemas hidrogeológicos<br />

pre<strong>do</strong>minantemente constituí<strong>do</strong>s por rochas graníticas.<br />

A interligação entre os parâmetros geomorfológicos, hidrológicos e<br />

hidrogeológicos <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> água subterrânea “normal” e hidromineral,<br />

<strong>de</strong>staca a importância <strong>de</strong> uma cartografia aplicada e duma<br />

mo<strong>de</strong>lação conceptual hidrogeomorfológica.<br />

o trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, intitula<strong>do</strong> “Capacida<strong>de</strong> antioxidante <strong>de</strong><br />

bebidas aromatizadas: águas e chás”, <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2011,<br />

na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmácia da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, especialida<strong>de</strong> em<br />

Química Analítica, e realiza<strong>do</strong> no Grupo <strong>de</strong> Reação e Análises Químicas<br />

(GRAQ) <strong>do</strong> ISEP, em parceria com a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmácia da UP sob<br />

orientação da professora Maria Beatriz Prior Pinto oliveira, visou, essencialmente,<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s analíticos alternativos,<br />

basea<strong>do</strong>s em biossensores <strong>de</strong> ADn para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong><br />

antioxidante <strong>de</strong>stas bebidas.<br />

Além disso, contribuirá para um melhor apoio à <strong>de</strong>cisão na gestão<br />

sustentável <strong>do</strong>s recursos hídricos, com implicações no or<strong>de</strong>namento<br />

territorial e engenharia.<br />

Preten<strong>de</strong>u-se assim melhorar o conhecimento acerca da composição<br />

química e antioxidante e fazer uma valorização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebida,<br />

<strong>do</strong> qual o consumi<strong>do</strong>r não tem nenhum tipo <strong>de</strong> conhecimento sobre<br />

o seu efeito na saú<strong>de</strong>.<br />

Nome<br />

Maria <strong>de</strong> Fátima <strong>de</strong> Sá Barroso<br />

Área Científica<br />

Ciências Farmacêuticas, especialida<strong>de</strong> em Química Analítica<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professora <strong>do</strong>utora Maria Beatriz Prior Pinto oliveira (UP)<br />

Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

Julho 2011<br />

Nome<br />

José Augusto Alves Teixeira<br />

Área Científica<br />

Geociências (hidrogeologia, Cartografia e Geomorfologia Aplicada)<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor <strong>do</strong>utor Fernan<strong>do</strong> Rocha (UA)<br />

Professor <strong>do</strong>utor hel<strong>de</strong>r I. Chaminé (ISEP)<br />

Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro | Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

Dezembro 2011


provas De DouToramenTo<br />

31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!