PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto
PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto
PRAXIS - Instituto Superior de Engenharia do Porto
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>PRAXIS</strong><br />
experiências<br />
europeias<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
Marinela Chimanha<br />
oDEBREChT<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
IMPERIAL / RAR<br />
Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa<br />
À CONVERSA COM...<br />
JoSé MARTInS CARvALho<br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos
02 ÍnDice<br />
03<br />
04<br />
eDiToriaL<br />
a reTer<br />
» Selos <strong>de</strong> Competência<br />
» Concurso nacional <strong>de</strong> Ingresso no Ensino <strong>Superior</strong> 2011<br />
» ISEP lança Primeira Formação em Reporte <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />
» Cida<strong>de</strong>s Inteligentes/Cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Futuro<br />
06<br />
evenTos<br />
» 7 as Jornadas Técnicas Internacionais <strong>de</strong> Resíduos<br />
» Green Campus<br />
» 5 th TF – Media Task Force Meeting and Workshop<br />
» Dias Abertos 2011-2012<br />
» Laboratório Automóvel Desven<strong>do</strong>u o Smart Elétrico<br />
» Perspetivas <strong>de</strong> Evolução Económica e os Impactos na <strong>Engenharia</strong><br />
10<br />
» 1 as Jornadas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação Médica<br />
À conversa com...<br />
06<br />
evenTos<br />
» Martins <strong>de</strong> Carvalho – Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
14<br />
De fora cá DenTro<br />
» IMPERIAL / RAR – Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa<br />
16<br />
DesTaQue<br />
» <strong>PRAXIS</strong> – European Centre for Project / Internship Excellence<br />
18<br />
invesTigação À Lupa<br />
» A <strong>Engenharia</strong> Química ao Serviço <strong>do</strong> Meio Ambiente<br />
10<br />
À conversa com<br />
20<br />
Depois Do isep<br />
» Marinela Chimanha – oDEBREChT<br />
22<br />
a nossa TecnoLogia<br />
» E-Maintenance Solutions<br />
24<br />
breves<br />
» Laboratório Automóvel Recebe nova viatura Toyota<br />
» MyListBox na Final <strong>do</strong> 8º Poliempreen<strong>de</strong><br />
» viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Centrais <strong>de</strong> Micro-geração no Setor da Agropecuária<br />
» Barchetta Acelerou em Braga<br />
» Impacto das águas Pluviais na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saneamento<br />
» Estu<strong>do</strong> LABCARGA Alerta para Erosão Costeira na Galiza<br />
» Avaliar a Segurança Alimentar <strong>do</strong>s Cefalópo<strong>de</strong>s<br />
» CISTER Inicia Quatro novos Projetos <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong> Ponta<br />
» Mobilida<strong>de</strong> Inteligente<br />
» Apresentação <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto PultrEficaz<br />
» ISEP Race Engineering Mostra a Sua Garra no Estoril<br />
» Mestranda em <strong>Engenharia</strong> Civil Recebe Prémio Sika<br />
» A <strong>Engenharia</strong> que Torna os Ambientes Mais Seguros<br />
» Sistemas <strong>de</strong> Recomendação e Personalização da Tv<br />
» Saber Aplica<strong>do</strong> leva ISEP ao Júri <strong>do</strong> EEPA 2012<br />
16<br />
DesTaQue<br />
28<br />
provas De DouToramenTo<br />
20<br />
invesTigação À Lupa
eDiToriaL<br />
03<br />
EDITORIAL<br />
As instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> têm um papel ativo na inovação <strong>de</strong> soluções para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável <strong>do</strong> país. Acreditamos que este compromisso começa na formação <strong>de</strong> cidadãos<br />
competentes e ambiciosos e, por isso, procuramos incutir nos estudantes e diploma<strong>do</strong>s<br />
uma visão global <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Contan<strong>do</strong> com mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> parcerias <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Espaço Europeu <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>,<br />
o ISEP tem aproveita<strong>do</strong> estes laços para promover a mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudantes e colabora<strong>do</strong>res,<br />
mas também para criar e partilhar conhecimento através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> investigação conjuntos.<br />
Agora, o ISEP lança-se num projeto pioneiro que preten<strong>de</strong> apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />
e a empregabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenheiros no espaço comunitário. no <strong>de</strong>staque <strong>do</strong> isep.<br />
BI 15, apresentamos o <strong>PRAXIS</strong> – European Center for Project/Internship Excellence, um projeto<br />
europeu lança<strong>do</strong> no <strong>Porto</strong> e que vem reforçar a participação <strong>do</strong> ISEP em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> excelência.<br />
Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo ISEP, o <strong>PRAXIS</strong> reúne 44 instituições <strong>do</strong>s 27 esta<strong>do</strong>s-membros e preten<strong>de</strong> criar um<br />
merca<strong>do</strong> virtual, que centralize propostas e recursos educativos a nível europeu para a unida<strong>de</strong><br />
curricular <strong>de</strong> projeto/estágio. Enquadra<strong>do</strong> na estratégia Europa 2020 e cofinancia<strong>do</strong> pela União<br />
Europeia com mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> euros, o <strong>PRAXIS</strong> procura <strong>de</strong>finir o melhor mo<strong>de</strong>lo para<br />
esta unida<strong>de</strong> curricular, respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> igualmente ao <strong>de</strong>safio da sua padronização no espaço<br />
comunitário. nuno Escu<strong>de</strong>iro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática, confessa a<br />
ambição <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong>ste projeto «uma referência mundial».<br />
Como é hábito, o isep.BI dá também a conhecer o que <strong>de</strong> melhor se faz na investigação aplicada<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>. A “Investigação à Lupa” inci<strong>de</strong> num projeto <strong>de</strong> engenharia química para remediação<br />
<strong>de</strong> águas contaminadas com pesticidas, que promete mais-valias económicas e ambientais.<br />
Já a “nossa Tecnologia” centra-se num projeto que propõe novas ferramentas <strong>de</strong> suporte<br />
à gestão e manutenção industriais. E-Maintenance Solutions releva o potencial <strong>do</strong>s projetos<br />
transversais. Ambos os projetos ilustram mais-valias da associação entre os cursos mestra<strong>do</strong>s e<br />
os grupos <strong>de</strong> investigação.<br />
Manten<strong>do</strong> o compromisso <strong>de</strong> mostrar o ISEP como um parceiro local e um ator aberto ao mun<strong>do</strong>,<br />
vamos também à Imperial <strong>de</strong>scobrir a <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> chocolates; apresentamos<br />
Marinela Chimanha, diplomada em <strong>Engenharia</strong> Informática, que se encontra a trabalhar em<br />
Angola e conversamos com o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, Martins <strong>de</strong><br />
Carvalho, sobre a sua nomeação para a Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos.<br />
isep.BI 15<br />
_<br />
FICHA TÉCNICA<br />
PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIREÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />
EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDAÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2012<br />
IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07<br />
CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt
04 a reTer<br />
SELoS DE CoMPETÊnCIA<br />
o ISEP obteve o certifica<strong>do</strong> que atesta a conformida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong> com a norma UnE-En ISo<br />
9001:2008. o processo inicia<strong>do</strong> este ano recupera uma certificação<br />
que ce<strong>de</strong> o direito <strong>do</strong> uso da marca AEnoR.<br />
ConCURSo nACIonAL<br />
DE InGRESSo no EnSIno<br />
SUPERIoR 2011<br />
Em 2008, investiu na eficiência energética e foi distingui<strong>do</strong><br />
com o Prémio Greenlight da Comissão Europeia. Em 2010, o<br />
ISEP apostou na simplificação e <strong>de</strong>sburocratização <strong>de</strong> processos<br />
e esse esforço foi reconheci<strong>do</strong> com o Prémio Boas Práticas<br />
no Setor Público: Serviço ao Cidadão – Ensino. Já em 2011, a<br />
internacionalização da investigação valeu ao ISEP a nomeação<br />
para os Prémios novo norte, na categoria <strong>de</strong> inovação. Esta<br />
estratégia <strong>de</strong> afirmação <strong>de</strong> boas práticas atinge agora mais um<br />
marco com o processo <strong>de</strong> certificação da qualida<strong>de</strong>.<br />
Se o processo <strong>de</strong> certificação foi visto como uma oportunida<strong>de</strong><br />
para validar procedimentos e reforçar o compromisso <strong>de</strong><br />
melhoria contínua, nomeadamente ao nível <strong>do</strong>s processos<br />
formais <strong>de</strong> planeamento, organização e controlo da comunicação<br />
interna, o resulta<strong>do</strong> final assinala, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, uma significativa<br />
imagem <strong>de</strong> eficiência.<br />
Foi com sucesso que o ISEP viu externamente reconheci<strong>do</strong> o<br />
esforço <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que trabalharam para implementar a nova<br />
estrutura <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong>.<br />
Esta certificação revela uma cultura institucional interna <strong>de</strong><br />
gestão da qualida<strong>de</strong>, ambição e compromisso com a melhoria<br />
contínua <strong>do</strong>s processos. Atesta também o posicionamento <strong>do</strong><br />
<strong>Instituto</strong> entre o restrito grupo <strong>de</strong> prestigiadas instituições <strong>de</strong><br />
ensino superior certificadas a nível mundial.<br />
A certificação ISo 9001:2008, além <strong>de</strong> reconhecer a conformida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> gestão da qualida<strong>de</strong>, acaba também por<br />
servir <strong>de</strong> estímulo ao trabalho <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s<br />
criativas, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras e competentes.<br />
HONRAS ISEP<br />
160 AnoS A EnSInAR, InvESTIGAR E InovAR<br />
MAIS DE 6.750 ESTUDAnTES<br />
MEMBRo Do ConSÓRCIo CDIo<br />
FInALISTA DoS PRéMIoS novo noRTE 2011<br />
PRéMIo BoAS PRáTICAS no SEToR PÚBLICo 2010<br />
PRéMIo GREEnLIGhT 2008<br />
CERTIFICAÇÃo ISo 9001:2008<br />
o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> acolheu 855 novos estudantes<br />
em 2011. Pelo quarto ano consecutivo, o <strong>Instituto</strong> preencheu<br />
a totalida<strong>de</strong> das vagas diurnas na 1ª fase <strong>do</strong> Concurso nacional <strong>de</strong> Ingresso<br />
no Ensino <strong>Superior</strong>.<br />
A média <strong>do</strong>s primeiros coloca<strong>do</strong>s com o ISEP como primeira opção é<br />
177,9 (varia entre os 189,4-144,4), sen<strong>do</strong> que 638 candidatos procuraram<br />
o ISEP como primeira opção (66%). Pelo segun<strong>do</strong> ano consecutivo,<br />
cerca <strong>de</strong> um quinto <strong>do</strong>s novos estudantes são <strong>do</strong> sexo feminino.<br />
Estes da<strong>do</strong>s ajudam a <strong>de</strong>smistificar algumas i<strong>de</strong>ias vulgarmente associadas<br />
à oferta formativa em <strong>Engenharia</strong>. Acresce que os números ISEP,<br />
não só contrariam o <strong>de</strong>clínio na procura <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> a nível<br />
europeu (e norte-americano), como a própria quebra sentida nas colocações<br />
a nível nacional e especialmente no subsistema politécnico.<br />
Existem inúmeros fatores que po<strong>de</strong>m ajudar a perceber o sucesso <strong>de</strong>sta<br />
marca nacional: o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> é uma<br />
instituição centenária, que celebra o 160º aniversário em 2012 e tem<br />
consolida<strong>do</strong> a sua reputação e prestígio entre as principais escolas <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> portuguesas. o ISEP é a maior escola <strong>do</strong> maior politécnico<br />
<strong>do</strong> país, apostan<strong>do</strong> num ensino <strong>de</strong> orientação prática (hands on) e<br />
orienta<strong>do</strong> para os <strong>de</strong>safios das empresas e soluções para o mun<strong>do</strong> real.<br />
Este é um perfil que agrada a muitos emprega<strong>do</strong>res, mas também a<br />
muitos aspirantes a engenheiros.<br />
Também o facto <strong>de</strong> a formação inicial ao nível da licenciatura abrir<br />
caminho ao reconhecimento por ambas as or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> ou<br />
mesmo a opção por horários pós-laborais, que possibilitam conciliar<br />
uma ativida<strong>de</strong> profissional com os estu<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>m ser fatores em jogo.<br />
As médias <strong>de</strong> entrada no ISEP (nota <strong>do</strong> último coloca<strong>do</strong>) em 2011 variaram<br />
entre os 147,2-119,5. novamente, o <strong>de</strong>staque vai para a ligeira<br />
subida comparativamente a 2010. o prestígio da marca ISEP contribui<br />
ainda para colocar o Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no top 5 nacional.<br />
De realçar ainda que o <strong>Instituto</strong> recebeu 49 novos estudantes estrangeiros<br />
no primeiro semestre. os alunos “internacionais”, que chegam<br />
ao ISEP em mobilida<strong>de</strong> Erasmus, são provenientes <strong>de</strong> Espanha, Grécia,<br />
Polónia, Bélgica, Itália, hungria e Roménia. «A lista <strong>do</strong>s países <strong>de</strong> origem<br />
<strong>do</strong>s alunos tem aumenta<strong>do</strong>, o que espelha o resulta<strong>do</strong> das ações <strong>de</strong><br />
internacionalização feitas por toda a Instituição», refere o Gabinete <strong>de</strong><br />
Relações Externas.
a reTer<br />
05<br />
ISEP LAnÇA PRIMEIRA<br />
FoRMAÇÃo EM REPoRTE DE<br />
SUSTEnTABILIDADE<br />
Em linha com o compromisso social <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> uma cultura sustentável,<br />
o ISEP associou-se à Global Reporting Initiative (GRI). o ISEP é<br />
a primeira instituição <strong>de</strong> ensino superior em Portugal a ser reconhecida<br />
como parceiro-forma<strong>do</strong>r oficial da GRI e promoveu com o primeiro curso<br />
em reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>, em janeiro <strong>de</strong> 2012.<br />
A GRI é uma organização pioneira a nível mundial, em termos <strong>de</strong> relatórios<br />
<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>. A arquitetura <strong>do</strong>s seus relatórios é <strong>de</strong>senvolvida<br />
através <strong>do</strong> consenso entre as partes interessadas – incluin<strong>do</strong> elementos<br />
da socieda<strong>de</strong> civil, empresários, agentes laborais e académicos<br />
– e procura a melhoria contínua das grelhas <strong>de</strong> avaliação. os objetivos<br />
da GRI incluem também a promoção <strong>de</strong> boas práticas ambientais, sociais<br />
e <strong>de</strong> governança, além da disseminação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo a nível global.<br />
Consi<strong>de</strong>rada uma referência mundial em termos <strong>de</strong> reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
a GRI foi, assim, i<strong>de</strong>ntificada pelo ISEP como o parceiro indica<strong>do</strong><br />
para avançar com formações nesta área. o processo conduzi<strong>do</strong><br />
através <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Ação para a Sustentabilida<strong>de</strong> (PASUS) culminou<br />
com o anúncio oficial da parceria em julho.<br />
«Depois <strong>de</strong> um árduo trabalho, o ISEP é agora a única instituição <strong>do</strong><br />
ensino superior, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, que é oficial training partner <strong>do</strong><br />
GRI», afirmou Luís Castanheira, <strong>do</strong>cente responsável pela candidatura.<br />
A primeira formação <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> em reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>correu<br />
nos dias 4 e 5 <strong>de</strong> janeiro. Destinada a quadros superiores com<br />
responsabilida<strong>de</strong>s ao nível das estratégias <strong>de</strong> gestão, sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
ambiente e qualida<strong>de</strong>, é organizada em parceria com a Lipor – Serviço<br />
Intermunicipaliza<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Resíduos <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> e a BioRumo<br />
– Consultoria em Ambiente e Sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
o curso introduz o conceito <strong>de</strong> reporte <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> da GRI;<br />
inci<strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> planeamento e elaboração <strong>de</strong> um relatório;<br />
i<strong>de</strong>ntificação e envolvimento <strong>de</strong> partes interessadas; focalização <strong>de</strong> esforços;<br />
recolha e análise <strong>de</strong> informação; preparação e comunicação <strong>do</strong><br />
relatório final.<br />
«Mais <strong>do</strong> que uma forma <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong> todas as políticas empresariais,<br />
no que toca aos três pilares <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, os<br />
relatórios <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> refletem a estratégia <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> cada<br />
empresa, tornan<strong>do</strong>, por isso, incontornável a sua crescente importância,<br />
enquanto instrumento <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> apoio à respetiva gestão»,<br />
afirma a organização.<br />
CIDADES InTELIGEnTES/<br />
CIDADES Do FUTURo<br />
o Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />
(CISTER) tem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> investigação <strong>de</strong> ponta, que ajuda a <strong>de</strong>svendar<br />
as cida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> futuro. A re<strong>de</strong>finição da nossa socieda<strong>de</strong> passa<br />
por ambientes inteligentes, cooperantes e sustentáveis. Três exemplos<br />
<strong>de</strong>ste trabalho são os projetos EMMon, SEnoDs e EnCoURAGE.<br />
EMbed<strong>de</strong>d Monitoring (EMMon) é apoia<strong>do</strong> pela Fundação para a<br />
Ciência e a Tecnologia (FCT), e pelo programa estratégico europeu<br />
Artemis e preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a monitorização fina e em tempo-<br />
-real <strong>de</strong> extensas áreas geográficos. o projeto propõe uma re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sensores embebi<strong>do</strong>s sem fios (wireless sensor network – WSn),<br />
inteligentes, cooperantes e <strong>de</strong> baixo custo.<br />
Esta re<strong>de</strong> – cujo protótipo funcional apresenta<strong>do</strong> no ISEP representa<br />
a maior WSn europeia – vai permitir uma monitorização contínua<br />
<strong>de</strong> ambientes, sen<strong>do</strong> capaz <strong>de</strong> sinalizar o percurso <strong>de</strong> emergência<br />
<strong>de</strong> uma ambulância aos condutores que se encontrem no<br />
seu trajeto; garantir a iluminação <strong>de</strong> ruas somente à passagem <strong>de</strong><br />
transeuntes; ou adaptar, automaticamente, os sistemas <strong>de</strong> rega às<br />
variações climatéricas. As aplicações são inúmeras, mas garantem<br />
maior segurança, sustentabilida<strong>de</strong> e conforto.<br />
Sustainable Energy-optimized Datacenters (SEnoDs) é um projeto<br />
<strong>do</strong> ISEP, Portugal Telecom e Carnegie-Mellon University, que<br />
inci<strong>de</strong> na área da eficiência e racionalização energética. Esta parceria,<br />
que se esten<strong>de</strong> ainda à Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e ao MIT, está a<br />
<strong>de</strong>senvolver tecnologia para ultrapassar <strong>de</strong>safios computacionais<br />
e físicos associa<strong>do</strong>s à gestão operacional, consumos energéticos<br />
e refrigeração <strong>de</strong> um data centre <strong>de</strong> larga escala – um crescente<br />
<strong>de</strong>safio ambiental e económico.<br />
o CISTER é responsável pelos sistemas <strong>de</strong> comunicação, software<br />
e middleware <strong>de</strong> monitorização fina e garante que o saber aplica<strong>do</strong><br />
ISEP representa a vanguarda a nível mundial. os resulta<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> SEnoDs contribuem para a imagem <strong>de</strong> um Portugal criativo,<br />
inova<strong>do</strong>r e tecnológico, estan<strong>do</strong> já a ser aplica<strong>do</strong>s na Covilhã, no<br />
recentemente apresenta<strong>do</strong> data centre da PT.<br />
Embed<strong>de</strong>d intelligent Controls for bUildings with Renewable generAtion<br />
and storaGE (EnCoURAGE) foi lança<strong>do</strong> este verão no ISEP.<br />
Este projeto europeu procura alavancar a emergência <strong>de</strong> edifícios<br />
inteligentes. Propõe a incorporação <strong>de</strong> tecnologias inteligentes e<br />
o recurso a fontes renováveis, para otimizar automaticamente os<br />
consumos energéticos e exportar eventuais exce<strong>de</strong>ntes para a<br />
re<strong>de</strong> urbana. o EnCoURAGE propõe-se a eliminar <strong>de</strong>sperdícios e<br />
a reduzir a pegada <strong>de</strong> carbono.
06 evenTos<br />
7 as JORNADAS<br />
TéCnICAS<br />
InTERnACIonAIS<br />
DE RESÍDUoS<br />
o ISEP foi palco das 7 as Jornadas Técnicas Internacionais <strong>de</strong> Resíduos<br />
(JTIR), em outubro. Coorganiza<strong>do</strong> com a Associação Portuguesa <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> Sanitária e Ambiental (APESB), a International Solid Waste<br />
Association (ISWA) e a Lipor, este encontro assume-se como o melhor<br />
evento técnico sobre a temática, realiza<strong>do</strong> em Portugal.<br />
Subordinadas ao tema “A Energia <strong>do</strong>s Resíduos”, as 7 as JTIR serviram<br />
para abordar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio na gestão <strong>de</strong> resíduos. Aproveitan<strong>do</strong><br />
a experiência <strong>do</strong> ISEP na área da sustentabilida<strong>de</strong>, nomeadamente<br />
ao nível <strong>do</strong>s resíduos, as jornadas apontaram evoluções<br />
tecnológicas que sustentam melhores respostas ao nível <strong>de</strong> custos/benefícios<br />
económicos e ambientais para o tratamento e valorização <strong>de</strong><br />
resíduos. Acrescente-se que os resíduos são cada vez mais aponta<strong>do</strong>s<br />
como um recurso com crescente valor e potencial energético.<br />
As 7 as JTIR arrancaram com uma masterclass subordinada ao tema<br />
“Waste-to-Energy around Europe”, seguida <strong>de</strong> 12 sessões temáticas,<br />
várias comunicações e a apresentação <strong>de</strong> 16 cartazes.<br />
Contan<strong>do</strong> com a participação <strong>de</strong> ora<strong>do</strong>res portugueses, espanhóis,<br />
dinamarqueses, franceses, alemães, britânicos, angolanos e brasileiros,<br />
este encontro promoveu um fórum <strong>de</strong> excelência para o estabelecimento<br />
<strong>de</strong> contactos e parcerias com especialistas <strong>do</strong> setor.<br />
Entre as várias organizações presentes, <strong>de</strong>staque para as universida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> Minho, Aveiro, Beira Interior, Técnica <strong>de</strong> Lisboa, congéneres<br />
espanholas e brasileiras, <strong>de</strong>lega<strong>do</strong>s da administração central e local, as<br />
comissões <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação e Desenvolvimento Regional <strong>do</strong> norte e<br />
<strong>do</strong> Centro, as empresas águas <strong>de</strong> Portugal, GRAPESB e Sotkon, entre<br />
outras entida<strong>de</strong>s gestoras <strong>de</strong> resíduos.<br />
o sucesso das 7 as JTIR, e o reconhecimento da competência <strong>do</strong> ISEP<br />
nesta área valeram, entretanto, o convite para o <strong>Instituto</strong> integrar a<br />
comissão organiza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> International Africa Sustainable Waste Management<br />
Congress, que <strong>de</strong>correrá em junho <strong>de</strong> 2012, em Angola.
ten<strong>do</strong> igualmente lança<strong>do</strong> novas áreas <strong>de</strong> atuação. os novos subgruevenTos<br />
07<br />
GREEn CAMPUS<br />
A promoção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nomeadamente<br />
através da eficiência energética e racionalização <strong>do</strong>s consumos, é uma<br />
ambição <strong>do</strong> ISEP. neste senti<strong>do</strong>, o <strong>Instituto</strong> a<strong>de</strong>riu à iniciativa Green<br />
Campus – Desafio <strong>de</strong> Eficiência Energética no Ensino <strong>Superior</strong>, cuja<br />
sessão <strong>de</strong> divulgação foi promovida no início <strong>de</strong> novembro.<br />
o projeto Green Campus é promovi<strong>do</strong> pelo programa MIT-Portugal e<br />
tem como principal objetivo promover a divulgação e a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas<br />
<strong>de</strong> eficiência energética nos campus <strong>de</strong> ensino superior. Inscreveram-se<br />
neste projeto 44 instituições académicas, entre elas o ISEP,<br />
que submeteu para avaliação os edifícios F e h.<br />
Florinda Martins, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química<br />
(DEQ), incidiu nos benefícios diretos e indiretos da iniciativa e <strong>de</strong>screveu<br />
os edifícios propostos pelo ISEP ao concurso.<br />
«A a<strong>de</strong>são a este tipo <strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong>monstra a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar o<br />
<strong>de</strong>sempenho energético e sensibilizar toda a comunida<strong>de</strong> académica<br />
para a questão. Existe um especial cuida<strong>do</strong> em envolver to<strong>do</strong>s, com<br />
particular <strong>de</strong>staque para os estudantes, na procura ativa <strong>de</strong> respostas<br />
aos atuais <strong>de</strong>safios», comentou Florinda Martins. A <strong>do</strong>cente anunciou<br />
ainda que, no seguimento da sessão, foram já formalizadas as candidaturas<br />
<strong>de</strong> oito equipas.<br />
A sessão teve início com uma apresentação <strong>de</strong> Miguel Carvalho, diretor<br />
executivo <strong>do</strong> programa MIT-Portugal. o representante <strong>do</strong> Green Campus<br />
expôs objetivos e condições <strong>de</strong> participação no concurso, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong><br />
a possibilida<strong>de</strong> das equipas serem compostas por estudantes<br />
ou colabora<strong>do</strong>res, ou serem mistas. Seguidamente, a apresentação <strong>de</strong><br />
Com a implementação <strong>de</strong> medidas que garantam um campus mais<br />
“ver<strong>de</strong>”, reduz-se a <strong>de</strong>pendência energética e a pegada <strong>de</strong> carbono <strong>do</strong><br />
ISEP. Relembra-se que o <strong>Instituto</strong> foi distingui<strong>do</strong> com o Prémio Greenlight<br />
2008, atribuí<strong>do</strong> pela Comissão Europeia, em reconhecimento das<br />
boas práticas <strong>de</strong> eficiência energética.<br />
5 th TF-MEDIA TASK FoRCE MEETInG AnD WoRKShoP<br />
Entre 26 e 28 <strong>de</strong> outubro, o ISEP acolheu vários peritos em tecnologias<br />
multimédia, no <strong>de</strong>curso da 5 th TF-Media Task Force Meeting and<br />
Workshop. Este fórum inova<strong>do</strong>r e colaborativo lançou cinco novos<br />
subgrupos <strong>de</strong> trabalho, com <strong>de</strong>staque para o task force em multimédia<br />
e objetos <strong>de</strong> aprendizagem, li<strong>de</strong>rada por António Castro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) e investiga<strong>do</strong>r no Graphics<br />
Interaction and Learning Technologies (GILT).<br />
pos <strong>de</strong> trabalho são: 1) Meta-da<strong>do</strong>s e Repositórios; 2) Multimédia e objetos<br />
<strong>de</strong> Aprendizagem; 3) Sistemas Back-end; 4) Palestra <strong>de</strong> Gravação<br />
e <strong>de</strong> Enriquecimento; 5) Promoção e Relações Públicas.<br />
António vieira <strong>de</strong> Castro é corresponsável pelo subgrupo Multimédia e<br />
objetos <strong>de</strong> Aprendizagem. o investiga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> GILT serve como ponto<br />
<strong>de</strong> contacto nacional.<br />
nos últimos anos, as instituições <strong>de</strong> ensino superior têm vin<strong>do</strong> a produzir<br />
inúmeros conteú<strong>do</strong>s multimédia com fins académicos, embora<br />
normalmente circunscritos para distribuição interna. na tentativa <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver novas tecnologias, infraestruturas e serviços <strong>de</strong> internet<br />
orientadas para o ensino e investigação foi constituída a Task Force Media<br />
(TF-Media). Este grupo <strong>de</strong> trabalho reúne peritos <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o globo e<br />
trabalha em estreita colaboração com as re<strong>de</strong>s nacionais responsáveis<br />
pela partilha <strong>de</strong> saberes e conteú<strong>do</strong>s – papel assumi<strong>do</strong> em Portugal<br />
pela Fundação para a Computação Científica nacional (FCCn).<br />
o objetivo é potenciar os fluxos <strong>de</strong> produção, gestão, armazenamento<br />
e distribuição <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s, caben<strong>do</strong> à TF-Media <strong>de</strong>finir boas práticas<br />
para os conteú<strong>do</strong>s e interação entre as aca<strong>de</strong>mias e re<strong>de</strong>s.<br />
Aberta a profissionais e comunida<strong>de</strong>s académicas, a 5 th TF-Media Task<br />
Force Meeting and Workshop acor<strong>do</strong>u continuar o projeto até 2013,
08 evenTos<br />
DIAS ABERTOS 2011/2012<br />
A abertura à socieda<strong>de</strong> e a ligação a parceiros empresariais e académicos<br />
sempre foram apanágios <strong>do</strong> ISEP. no seguimento da iniciativa<br />
“Conhecer Mais para Melhor orientar”, o <strong>Instituto</strong> promoveu o primeiro<br />
Dia Aberto 2011-2012, a 17 <strong>de</strong> novembro. Ultrapassan<strong>do</strong> as expetativas,<br />
o ISEP acolheu sete visitas e 289 alunos.<br />
o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> acolhe, regularmente, visitas<br />
<strong>de</strong> escolas secundárias e profissionais para <strong>de</strong>svendar um pouco<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da <strong>Engenharia</strong> a potenciais candidatos ao ensino superior.<br />
Em 2010 lançou também a iniciativa “Conhecer Mais para Melhor<br />
orientar”.<br />
Este evento, especialmente direciona<strong>do</strong> a agentes educativos – técnicos<br />
<strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> psicologia e orientação e professores que apoiam<br />
a orientação vocacional <strong>do</strong>s alunos –, teve a segunda edição em outubro<br />
<strong>de</strong> 2011. Para <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> às associações <strong>de</strong> pais, a iniciativa<br />
serviu ainda para anunciar os Dias Abertos 2011-2012.<br />
os Dias Abertos apresentam a filosofia <strong>de</strong> ensino, oferta formativa e<br />
saídas profissionais <strong>do</strong> ISEP. Possibilitam ainda a visita a laboratórios,<br />
o contacto com o campus e comunida<strong>de</strong> académica. Em suma, são<br />
o primeiro dia no ensino superior para muitos <strong>do</strong>s visitantes. o objetivo<br />
é simples; pessoas melhor informadas po<strong>de</strong>m tomar melhores<br />
<strong>de</strong>cisões e o <strong>Instituto</strong> tem investi<strong>do</strong> na divulgação das mais-valias<br />
associadas a uma opção pela área da <strong>Engenharia</strong>, <strong>do</strong>s elementos diferencia<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> ensino politécnico e das vantagens <strong>do</strong> ISEP.<br />
Para 2011-2012, o ISEP concentrou os Dias Abertos em cinco datas: 17<br />
<strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2011, 15 <strong>de</strong> março, 19 <strong>de</strong> abril, 17 <strong>de</strong> maio e 21 <strong>de</strong><br />
junho <strong>de</strong> 2012 e recebeu perto <strong>de</strong> 300 alunos na primeira.<br />
Escola Secundária da Maia (com duas visitas), EB2,3/S <strong>de</strong> Mondim <strong>de</strong><br />
Basto, Escola Secundária/3 <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, Colégio <strong>de</strong> Gaia, Escola<br />
Secundária <strong>de</strong> José Régio (vila <strong>do</strong> Con<strong>de</strong>) e Escola Secundária António<br />
nobre (<strong>Porto</strong>) foram as escolas que visitaram ao ISEP.
evenTos<br />
09<br />
LABORATÓRIO AUTOMÓVEL<br />
DESvEnDoU o SMART ELéTRICo<br />
Acreditan<strong>do</strong> que a ligação às empresas ajuda a promover um ensino<br />
mais ciente <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
(DEM) convi<strong>do</strong>u a Socieda<strong>de</strong> Comercial C. Santos para apresentar<br />
o novo SMART elétrico. A sessão com a representante das marcas<br />
Merce<strong>de</strong>s-Benz e SMART serviu para <strong>de</strong>bater contributos <strong>do</strong>s veículos<br />
elétricos para ultrapassar <strong>de</strong>safios da mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />
A mobilida<strong>de</strong> representa um <strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong>safios da gestão urbana,<br />
pressiona a <strong>de</strong>pendência energética da maioria <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e coloca várias<br />
interrogações sobre os seus impactos ambientais. Contu<strong>do</strong>, a indústria<br />
automóvel tornou-se indissociável <strong>de</strong> qualquer ativida<strong>de</strong> humana.<br />
é neste contexto que os automóveis elétricos surgem como uma possível<br />
resposta ao <strong>de</strong>safio da mobilida<strong>de</strong> urbana. A sua a<strong>do</strong>ção é apresentada<br />
como uma alternativa mais barata e amiga <strong>do</strong> ambiente.<br />
no dia 15 <strong>de</strong> outubro, o Laboratório Automóvel <strong>de</strong>sven<strong>do</strong>u oficialmente<br />
os SMART elétricos. A apresentação técnica <strong>de</strong>ste veículo abor<strong>do</strong>u a<br />
tecnologia Smart Electric Drive e foi complementada com um seminário<br />
sobre os <strong>de</strong>safios associa<strong>do</strong>s à mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />
num segun<strong>do</strong> momento, os participantes pu<strong>de</strong>ram realizar testes <strong>de</strong><br />
estrada em veículos da gama SMART, ten<strong>do</strong>-se ainda habilita<strong>do</strong> a um<br />
test-drive <strong>de</strong> um fim-<strong>de</strong>-semana com um SMART elétrico.<br />
os eventos <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s ao público automobilístico continuaram, já em<br />
novembro, com o workshop Motorsport ISEP/PRMiniracing. Para esta<br />
sessão prática, o Laboratório Automóvel trouxe ao ISEP o JUno SSE da<br />
Team PRMiniracing, equipa vence<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Campeonato <strong>de</strong> Portugal <strong>de</strong><br />
Montanha 2011.<br />
PERSPETIvAS DE EvoLUÇÃo EConÓMICA E oS<br />
IMPACToS nA ENGENHARIA<br />
o Departamento <strong>de</strong> organização e Gestão (DoG) promoveu um seminário<br />
sobre as perspetivas <strong>de</strong> evolução da economia portuguesa e<br />
europeia e respetivos impactos na ativida<strong>de</strong> empresarial e profissional<br />
<strong>do</strong>s engenheiros, no dia 23 <strong>de</strong> novembro. Este encontro preten<strong>de</strong>u<br />
<strong>de</strong>svendar realida<strong>de</strong>s que se avizinham, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> preparar a integração<br />
<strong>do</strong>s futuros diploma<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. o administra<strong>do</strong>r<br />
da onebiz, Pedro Santos, e o gestor da Dzcount, António José,<br />
foram os ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s.<br />
Pedro Santos começou por fazer uma análise da situação atual da economia<br />
portuguesa e perspetivou a sua previsível evolução. o principal<br />
enfoque da intervenção incidiu no tema <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, que<br />
tem <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> juntamente com o jornalista Camilo Lourenço, na<br />
rúbrica “A Cor <strong>do</strong> Dinheiro”, da RTP Informação, entre outros fóruns.<br />
«o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo é a principal solução para os estudantes aqui<br />
presentes e para o país. Existem inúmeras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio e<br />
apoio ao investimento. o conceito <strong>de</strong> emprego para a vida terminou,<br />
sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>safio das próximas décadas o autoemprego e o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo»,<br />
referiu o administra<strong>do</strong>r da onebiz, que insistiu na necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se promover uma cultura <strong>do</strong> risco e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra.<br />
o seminário Perspetivas <strong>de</strong> Evolução Económica e os Impactos na <strong>Engenharia</strong><br />
contou ainda com a intervenção <strong>de</strong> António José, gestor da<br />
Dzcount, que apresentou um caso prático <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo.<br />
Este evento, aberto ao público interessa<strong>do</strong>, contou com ampla participação.
10<br />
evenTos<br />
I JORNADAS DE EnGEnhARIA DE<br />
CoMPUTAÇÃo E InSTRUMEnTAÇÃo MéDICA<br />
o ISEP promoveu as 1 as Jornadas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />
Médica, em <strong>de</strong>zembro. As Jornadas tiveram como principais<br />
objetivos divulgar valências associadas à licenciatura (LECIM) e<br />
mestra<strong>do</strong> (MCIM) <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />
Médica, assim como as competências <strong>do</strong>s seus diploma<strong>do</strong>s. o <strong>de</strong>bate<br />
<strong>de</strong> temas da atualida<strong>de</strong> científica e técnica <strong>de</strong>sta área foi outro <strong>do</strong>s<br />
objetivos alcança<strong>do</strong>s.<br />
o programa das Jornadas contou com palestrantes convida<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
algumas das empresas e instituições com as quais os cursos LECIM e<br />
MCIM têm vin<strong>do</strong> a colaborar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua criação, <strong>de</strong>signadamente EFA-<br />
CEC, Intelligent Life Solutions, Efficientia, ULSM-hospital Pedro hispano<br />
e hospital <strong>de</strong> São João, entre outras.<br />
Da parte académica, registo para a apresentação <strong>de</strong> vários trabalhos<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> ISEP, no âmbito das suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
investigação e <strong>do</strong>cência <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>do</strong>s cursos. o programa<br />
<strong>do</strong> evento incluiu, igualmente, uma sessão <strong>de</strong>dicada a diploma<strong>do</strong>s<br />
já integra<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho e que serviu para a partilha <strong>de</strong><br />
experiências relativas ao seu percurso académico e profissional. Paralelamente,<br />
as Jornadas promoveram ainda uma sessão <strong>de</strong> posters, que<br />
serviu para divulgar projetos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por atuais alunos ao abrigo<br />
<strong>de</strong> estágios curriculares e dissertações <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>.<br />
Uma nota <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque para a ampla audiência registada, que se aproximou<br />
das duas centenas <strong>de</strong> participantes, entre estudantes e <strong>do</strong>centes<br />
<strong>de</strong> várias instituições <strong>de</strong> ensino superior, e representantes <strong>de</strong> organizações<br />
públicas e privadas <strong>do</strong> ramo da Saú<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r<br />
largamente as expectativas, este número veio confirmar o interesse e<br />
potencial <strong>de</strong> uma oferta formativa ímpar e inova<strong>do</strong>ra, que combina a<br />
<strong>Engenharia</strong> com as Ciências da Saú<strong>de</strong>.<br />
Face ao sucesso <strong>do</strong> evento, ficou a promessa <strong>de</strong> se organizarem as 2 as Jornadas<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação Médica em 2012.
À CONVERSA COM...<br />
11<br />
JOSÉ<br />
MARTINS<br />
CARVALHO<br />
José Martins Carvalho assume-se como um geólogo “<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>” e acredita que a<br />
<strong>do</strong>cência o torna um profissional mais completo. Gosta <strong>de</strong> contar histórias <strong>do</strong> seu<br />
dia-a-dia para que os alunos conheçam a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> campo e admite<br />
apren<strong>de</strong>r, continuamente, com a troca <strong>de</strong> experiências na sala <strong>de</strong> aula. Na secção<br />
nobre <strong>do</strong> ISEP.BI, o professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
fala-nos da sua experiência na Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos – para a qual foi<br />
nomea<strong>do</strong>, recentemente, como representante da comissão <strong>de</strong> especialistas em hidrogeologia<br />
– da realida<strong>de</strong> da engenharia geotécnica em Portugal e no mun<strong>do</strong>, e da<br />
importância <strong>do</strong> nosso recurso mais precioso, a água e a sua preservação.<br />
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA<br />
FEDERAÇÃO EUROPEIA DE GEÓLOGOS
12 À conversa com...<br />
isep.BI Qual a importância da sua nomeação para a Fe<strong>de</strong>ração Europeia<br />
<strong>de</strong> Geólogos?<br />
José Martins Carvalho (J.M.C.) Julgo que esta nomeação é a consequência<br />
da ligação estreita que venho <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muitos<br />
anos, com a Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos (FEG) e com os seus<br />
momentos mais marcantes. Estes anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> levaram-me a pensar<br />
que teria perfil para, agora, participar nesta comissão <strong>de</strong> especialistas<br />
em hidrogeologia. A FEG é uma associação europeia que representa<br />
as associações profissionais <strong>de</strong> geólogos <strong>de</strong> toda a Europa, fundada<br />
em 1980. o papel da FEG é mostrar à socieda<strong>de</strong>, à Comissão Europeia<br />
e ao Conselho Europeu, que os geólogos existem e querem ter uma<br />
palavra na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas europeias relacionadas com a água<br />
ou, <strong>de</strong> uma forma mais ampla, com o or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> espaço aéreo<br />
e subterrâneo. Portanto, a gran<strong>de</strong> preocupação <strong>de</strong>sta fe<strong>de</strong>ração é ter<br />
voto nas políticas europeias, através <strong>do</strong> estabelecimento <strong>de</strong> pareceres,<br />
que procuram influenciar as <strong>de</strong>cisões técnicas e, sobretu<strong>do</strong>, políticas<br />
<strong>de</strong> Bruxelas. A FEG tem se<strong>de</strong> em Bruxelas e reúne várias vezes por ano,<br />
em diversos locais da Europa, com o objetivo <strong>de</strong> sensibilizar, mais uma<br />
vez, as autorida<strong>de</strong>s competentes. neste momento, agrega 25 países.<br />
isep.BI É a primeira vez que existe um representante português na<br />
Comissão Europeia?<br />
J.M.C. no painel <strong>de</strong> especialistas em hidrogeologia é a primeira vez que<br />
existe um português.<br />
isep.BI Consi<strong>de</strong>ra-se um embaixa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ISEP em Portugal e no estrangeiro?<br />
J.M.C. Sim, como representante informal. Eu gosto <strong>de</strong> dizer que sou <strong>do</strong><br />
ISEP. Aliás, o ISEP fez o favor <strong>de</strong> me aceitar como <strong>do</strong>cente e investiga<strong>do</strong>r.<br />
é com prazer que digo que estou no ISEP e associo as ativida<strong>de</strong>s<br />
que faço, sempre que posso, à escola. nem sempre é fácil, mas penso<br />
que é esse o meu papel. Tentar abrir portas.<br />
isep.BI Quais serão os <strong>de</strong>safios para o futuro próximo, em termos europeus,<br />
nesta área?<br />
J.M.C. Existem três vertentes: água a mais, água a menos e conservação.<br />
A nível europeu, o problema da conservação é o mais grave. é uma<br />
região <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> com muita ativida<strong>de</strong> humana, muita população, com<br />
megacida<strong>de</strong>s, tu<strong>do</strong> caraterísticas que levam à existência <strong>de</strong> problemas<br />
<strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> ambiente. Eu julgo que os problemas <strong>de</strong> conservação<br />
da água talvez sejam os mais importantes. Temos <strong>de</strong> saber formar<br />
elites para atuar <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong>sse espaço. Esse é um <strong>do</strong>s aspetos<br />
que eu gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver: formar engenheiros geotécnicos e<br />
outros geo-profissionais capazes <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r a tecnologia europeia no<br />
espaço mundial. outra vertente importante a nível da Comissão <strong>de</strong> hidrogeologia<br />
da FEG é enfatizar o papel da água na gestão <strong>do</strong> espaço<br />
superficial e subterrâneo, ten<strong>do</strong> em conta os megaprojetos que se preveem<br />
num futuro próximo, particularmente a nível energético, como a<br />
geotermia e a armazenamento <strong>de</strong> Co 2<br />
no subsolo. há ainda um outro<br />
caminho que passa pela rentabilização energética e que, em Portugal<br />
e Espanha, tem si<strong>do</strong> pouco dinamiza<strong>do</strong>: o aproveitamento <strong>do</strong> próprio<br />
calor da água <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong> subsolo para aquecimento e climatização<br />
(hidrogeologia energética ou geotermia <strong>de</strong> baixa temperatura). Trata-<br />
-se <strong>de</strong> um <strong>do</strong>mínio que, na Europa, tem cresci<strong>do</strong> muito e que <strong>de</strong>ve ser<br />
dinamiza<strong>do</strong> nas periferias.<br />
isep.BI A água é, sem dúvida, um tema <strong>de</strong>ste século. Para dar alguns<br />
exemplos práticos: gestão <strong>de</strong> aquíferos costeiros; geoengenharia urbana<br />
da frente ribeirinha <strong>do</strong> Douro; estu<strong>do</strong> das águas subterrâneas<br />
para rega <strong>de</strong> jardins municipais, poupan<strong>do</strong> água canalizada; valorização<br />
<strong>de</strong> águas termais... São exemplos <strong>de</strong> aplicações que ajudam à<br />
preservação e sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste recurso?<br />
J.M.C. no Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA),<br />
trabalhamos bastante na área da prospeção <strong>de</strong> água subterrânea,<br />
indústria <strong>de</strong> engarrafamento, termas e recursos geotérmicos. Por<br />
exemplo, a nível <strong>de</strong> águas para engarrafamento, neste momento, o<br />
LABCARGA está a apoiar estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> prospeção hidrogeológica em<br />
Moçambique. nos <strong>do</strong>is últimos anos, colaborámos num projeto europeu<br />
(InTERREG) liga<strong>do</strong> a novos recursos termais no norte <strong>de</strong> Portugal, Galiza<br />
e sul <strong>de</strong> França. Como consultor, estou liga<strong>do</strong> ao projeto geotérmico<br />
<strong>do</strong>s Açores e em várias ativida<strong>de</strong>s relacionadas com o termalismo.<br />
isep.BI O LABCARGA é um <strong>do</strong>s grupos que se <strong>de</strong>staca na investigação<br />
da área da geoengenharia em Portugal?<br />
J.M.C. o LABCARGA está na vanguarda e tem vários artigos publica<strong>do</strong>s,<br />
sen<strong>do</strong> mesmo uma referência a nível nacional, com publicações
À conversa com...<br />
13<br />
em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, nas principais revistas <strong>de</strong> impacto da especialida<strong>de</strong>.<br />
Portanto, para além da nossa tarefa básica <strong>de</strong> preparar geo-profissionais,<br />
neste caso engenheiros geotécnicos, é preciso investigar porque<br />
há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser competitivo a nível nacional e internacional, privilegian<strong>do</strong><br />
projetos em ambiente empresarial. Além disso, articula-se<br />
em re<strong>de</strong> com as principais unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> país, centros<br />
internacionais <strong>de</strong> geoengenharia e geociências e empresas que apostam<br />
no papel da investigação aplicada para resolver problemas.<br />
isep.BI Num país em crise é difícil valorizar profissionais forma<strong>do</strong>s<br />
nesta área?<br />
J.M.C. Como todas as profissões novas, é um pouco difícil. Por exemplo,<br />
no ISEP temos a <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente. Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma profissão relativamente jovem em Portugal. Aliás, a <strong>Engenharia</strong><br />
Geotécnica e a Geologia estão muito próximas. Todas estas profissões<br />
novas têm dificulda<strong>de</strong> em impor-se. Um engenheiro geotécnico tem<br />
dificulda<strong>de</strong>, por vezes, em <strong>de</strong>marcar-se <strong>de</strong> um engenheiro civil, <strong>de</strong> um<br />
engenheiro geólogo ou <strong>de</strong> um engenheiro <strong>de</strong> minas. o geólogo, durante<br />
muitos anos, tinha dificulda<strong>de</strong> em distinguir-se <strong>de</strong> um engenheiro<br />
civil e <strong>de</strong> um engenheiro <strong>de</strong> minas. hoje, a confusão ainda é gran<strong>de</strong>.<br />
Todas estas profissões muito próximas pertencem ao gran<strong>de</strong> grupo<br />
<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>ríamos chamar geoengenharia, ou talvez engenharia <strong>do</strong>s<br />
recursos naturais. Trabalhamos to<strong>do</strong>s muito próximos e, no fun<strong>do</strong>, o<br />
nosso objetivo é comum: valorizar os recursos naturais liga<strong>do</strong>s à Terra e<br />
investigar o comportamento <strong>do</strong>s terrenos para fins <strong>de</strong> engenharia; mas<br />
há uma luta permanente <strong>de</strong> afirmação. na FEG, interessa-nos intervir<br />
nos <strong>do</strong>mínios que achamos úteis para a socieda<strong>de</strong>, e nos quais temos<br />
competências reconhecidas, seja na regulamentação da profissão, nos<br />
problemas <strong>de</strong> ética profissional, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ontologia ou na relação com outras<br />
profissões.<br />
geotécnicos têm acesso à or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros Técnicos e à or<strong>de</strong>m<br />
<strong>do</strong>s Engenheiros, logo, são engenheiros. Um geólogo não é um engenheiro;<br />
é um cientista, um técnico e o seu órgão representativo <strong>de</strong><br />
classe em Portugal é a Associação Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos. Eu sou geólogo,<br />
ensino numa escola <strong>de</strong> engenharia, mas a minha formação básica<br />
não é a engenharia. no caso <strong>do</strong>s geólogos, verifica-se algum <strong>de</strong>semprego<br />
e algum subemprego, mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das épocas e da procura.<br />
isep.BI Este pensamento vai ao encontro <strong>do</strong> que se faz na FEG?<br />
J.M.C. Sim. na FEG, nós tentamos valorizar as ativida<strong>de</strong>s que os geólogos<br />
sabem fazer. Um licencia<strong>do</strong> em Geologia não é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, só pela<br />
sua formação académica, um geólogo. o título profissional <strong>de</strong> geólogo<br />
não é conferi<strong>do</strong> pela aca<strong>de</strong>mia, mas sim pelas associações profissionais,<br />
no caso português pela FEG.<br />
“ISEP NOS CORREDORES EUROPEUS”<br />
isep.BI Angola e Moçambique são merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> excelência para projetos<br />
nesta área e para os diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP?<br />
J.M.C. Penso que sim. E acrescentaria no Brasil e noutros países africanos,<br />
especialmente áfrica <strong>do</strong> Sul e Malawi. Aliás, os nossos diploma<strong>do</strong>s<br />
que eu tenho visto a trabalhar por lá, estão como peixe na água.<br />
nas unida<strong>de</strong>s curriculares que leciono, tenho alunos moçambicanos e<br />
angolanos e procuro incorporar, nas aulas, exemplos que vivo nesses<br />
países para lhes dar uma visão global da prática da profissão <strong>de</strong> um<br />
engenheiro geotécnico.<br />
isep.BI O que valoriza positivamente um engenheiro geotécnico português?<br />
J.M.C. Este engenheiro geotécnico, tal como nós o “fazemos” aqui, só<br />
existe, <strong>de</strong> facto, no ISEP. Mas há licenciaturas próximas, por exemplo,<br />
em évora, Aveiro e Lisboa, mas em engenharia geológica, engenharia<br />
mineira e geologia aplicada. A nossa é uma licenciatura <strong>de</strong> banda larga,<br />
muito virada para a exploração e gestão <strong>de</strong> recursos naturais, com uma<br />
forte componente, direcionada para a área das pedreiras e <strong>do</strong>s minerais<br />
industriais, bem como das escavações e fundações em solos e rochas.<br />
Muitos alunos saem daqui e vão trabalhar para indústria extrativa<br />
e obras públicas. ou seja, é um curso muito específico pela sua aposta<br />
ao nível das geociências aplicadas à engenharia e com competências<br />
particulares que o merca<strong>do</strong> tem aceita<strong>do</strong> muito bem.<br />
isep.BI Conclui-se, então, que Portugal é um país com futuro para os<br />
geo-profissionais.<br />
J.M.C. Temos <strong>de</strong> fazer uma distinção. Um engenheiro geotécnico,<br />
como o ISEP forma, não é um geólogo puro. os nossos engenheiros<br />
Nota biográfica<br />
JOSÉ MARTINS CARvALHO<br />
Doutora<strong>do</strong> em Geociências (hidrogeologia) pela Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Aveiro e licencia<strong>do</strong> em Ciências Geológicas pela Universida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. José Martins Carvalho é professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />
no Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. Foi o primeiro<br />
português a quem foi atribuí<strong>do</strong> o título profissional <strong>de</strong> Euro-<br />
Geólogo pela Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Geólogos. é membro<br />
correspon<strong>de</strong>nte da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros e da Associação<br />
Portuguesa <strong>de</strong> Geólogos. Tem mais <strong>de</strong> 45 anos <strong>de</strong> experiência<br />
profissional ativa (engenharia militar e empresas <strong>de</strong> geologia<br />
<strong>de</strong> engenharia, <strong>de</strong> prospeção, captação e gestão <strong>de</strong> águas subterrâneas)<br />
em projetos interdisciplinares nas áreas <strong>de</strong> hidrogeologia,<br />
geotermia, hidrogeotecnia, captações e gestão ambiental<br />
<strong>de</strong> recursos hídricos subterrâneos. Coautor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem<br />
publicações em revistas internacionais e nacionais. é investiga<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> LABCARGA|ISEP e <strong>do</strong> Centro GeoBioTec|UA. Membro da<br />
Comissão <strong>de</strong> Especialistas em hidrogeologia da FEG.
14<br />
De fora cá DenTro<br />
MANUELA TAvARES DE SOUSA<br />
IMPERIAL / RAR<br />
“QUALIDADE DO<br />
TRAbALHO ATESTOU<br />
A COMPETêNCIA DOS<br />
DIPLOMADOS DO ISEP”<br />
Fundada em 1932, a Imperial tem vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>stacar-se como o<br />
maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates e <strong>de</strong>tém um conjunto <strong>de</strong><br />
marcas <strong>de</strong> referência no merca<strong>do</strong> português, como Regina, Jubileu,<br />
Pintarolas, Pantagruel, Allegro e Fantasias. Recentemente, a<br />
empresa abraçou um projeto <strong>de</strong> colaboração com o ISEP, na área<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química. Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, CEo da Imperial,<br />
está satisfeita com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e admite, no futuro, a<br />
existência <strong>de</strong> novos projetos em comum.<br />
o primeiro projeto <strong>de</strong> colaboração entre o ISEP e a Imperial já surtiu<br />
efeitos. o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por uma aluna <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em ambiente<br />
empresarial “permitiu avançar em termos <strong>de</strong> know-how, relativamente<br />
ao esta<strong>do</strong> da arte,” e <strong>do</strong>tou a Imperial <strong>de</strong> ferramentas importantes<br />
que permitirão, sempre como objetivo último, “a melhoria<br />
contínua da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto final, à disposição <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r”,<br />
<strong>de</strong>screve a CEo da empresa. Segun<strong>do</strong> Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, “a<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> veio atestar a competência <strong>do</strong>s<br />
diploma<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ISEP”, revelan<strong>do</strong>-se “muito positivo, quer para a aluna,<br />
quer para a Imperial”. Por isso, acrescenta, “é natural que surja vonta<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> ambas as partes, em encetar novos projetos que constituam oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>senvolvimento e troca <strong>de</strong> experiências<br />
entre os alunos <strong>do</strong> ISEP e os profissionais da Imperial”.<br />
o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP em <strong>Engenharia</strong><br />
Química consistiu em avaliar parâmetros reológicos <strong>do</strong> chocolate,<br />
com impacto direto na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto final e fatores que influenciam<br />
esses mesmos parâmetros. Um projeto que permitiu, assim,<br />
aproximar a mestranda <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real <strong>de</strong> trabalho. Este tipo <strong>de</strong> cooperação,<br />
salienta Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, “é essencial para possibilitar<br />
aos estudantes um contacto real com as empresas e outras instituições,<br />
que lhes permitam conhecer e compreen<strong>de</strong>r os contornos das ativida<strong>de</strong>s<br />
profissionais, sobre as quais adquiriram noções e conhecimentos<br />
teóricos”. “A formação completa <strong>do</strong>s estudantes passa por esta interação<br />
em ambiente <strong>de</strong> trabalho empresarial, dan<strong>do</strong>-lhes uma visão mais<br />
integrada <strong>do</strong> funcionamento das empresas e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho<br />
em geral”, alu<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que “a partilha <strong>de</strong> experiências e as sinergias<br />
que resultam <strong>de</strong>stas colaborações, assumem-se enquanto vetores<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com excelentes resulta<strong>do</strong>s e, <strong>de</strong> facto, com<br />
custos pouco significativos, o que justifica a importância crescente das<br />
parcerias entre empresas e instituições académicas”.<br />
Ten<strong>do</strong> em conta que as instituições académicas são, por excelência,<br />
pólos <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento e que, por isso, o espaço<br />
académico constitui-se como local privilegia<strong>do</strong> <strong>de</strong> experimentação<br />
e procura <strong>de</strong> novos saberes, base <strong>de</strong> progresso e inovação, a CEo da
De fora cá DenTro<br />
15<br />
Imperial realça que “aliar o know-how das empresas aos projetos <strong>de</strong><br />
investigação <strong>do</strong> ensino superior, permite a convergência <strong>de</strong> conhecimentos<br />
em prol <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, social e económico<br />
<strong>do</strong> país”. Mais, reforça, “a partilha <strong>de</strong> conhecimento entre o meio científico<br />
e as empresas reveste-se <strong>de</strong> uma importância capital para reforçar<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e a competitivida<strong>de</strong> das empresas. Des<strong>de</strong> o surgimento<br />
<strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> negócio, ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> técnicas<br />
e meto<strong>do</strong>logias mais eficientes e promotoras <strong>de</strong> melhores resulta<strong>do</strong>s, a<br />
associação entre instituições <strong>de</strong> ensino e empresas traduz-se em novas<br />
dinâmicas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, indutoras <strong>de</strong> mais conhecimento para ambas<br />
as partes e, espera-se, com reflexo muito positivo em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
e crescimento económico”.<br />
no âmbito da engenharia e <strong>do</strong>s seus futuros profissionais, Manuela Tavares<br />
<strong>de</strong> Sousa consi<strong>de</strong>ra que “a agilida<strong>de</strong> intelectual e a criativida<strong>de</strong>”<br />
são competências a ter em conta para o bom <strong>de</strong>sempenho profissional.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, “a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação para abordar os problemas<br />
ou <strong>de</strong>safios com que se vão <strong>de</strong>parar, neste ambiente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
mudança, é uma qualida<strong>de</strong> que consi<strong>de</strong>ro fundamental para quem vai<br />
entrar na vida profissional”. Finalmente, remata, “para se ter sucesso é<br />
vital que, a par da aquisição contínua <strong>de</strong> conhecimento, se <strong>de</strong>senvolva<br />
o pensamento crítico, um espírito <strong>de</strong> permanente abertura à mudança<br />
e habilida<strong>de</strong> para lidar com novas situações”.<br />
80 ANOS DE HISTÓRIA<br />
A Imperial foi fundada em 1932 e tem pauta<strong>do</strong> a sua ativida<strong>de</strong> pela<br />
aposta permanente na inovação, na otimização das suas operações e<br />
na expansão <strong>do</strong> seu negócio para novas geografias. A empresa posiciona-se<br />
como o maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates, comercializan<strong>do</strong><br />
hoje as suas marcas em mais <strong>de</strong> 35 merca<strong>do</strong>s, distribuí<strong>do</strong>s pelos<br />
diversos continentes. outro <strong>do</strong>s fatores que permitiu reforçar a competitivida<strong>de</strong><br />
da Imperial, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, foi o<br />
recente investimento numa nova unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, que <strong>do</strong>tou a<br />
fábrica <strong>de</strong> uma maior capacida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> maior eficiência. “A utilização <strong>de</strong><br />
tecnologia <strong>de</strong> nova geração permitiu o aumento da produtivida<strong>de</strong> e da<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta da fábrica, assim como o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
produtos inova<strong>do</strong>res”, garante.<br />
o trabalho <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> produtos, processos e <strong>de</strong> marketing, por outro<br />
la<strong>do</strong>, tem permiti<strong>do</strong> à empresa um posicionamento diferencia<strong>do</strong>r<br />
no merca<strong>do</strong> que é a base <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s. Aliás, enfatiza a<br />
CEo, “apesar da forte concorrência <strong>de</strong> multinacionais no merca<strong>do</strong> português,<br />
a Imperial ocupa posições cimeiras em diferentes segmentos. A<br />
marca Regina, por exemplo, é lí<strong>de</strong>r no segmento <strong>de</strong> frutos secos cobertos<br />
com chocolate. Pantagruel é a marca número um no segmento <strong>de</strong><br />
chocolates <strong>de</strong> culinária, com uma quota <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> 33 por cento.<br />
Já a marca Pintarolas, dirigida a um target infantil, ocupa a posição <strong>de</strong><br />
marca lí<strong>de</strong>r no formato tubo. As Sombrinhas da Regina <strong>de</strong>têm já a segunda<br />
posição no canal impulso, na categoria <strong>de</strong> Figuras <strong>de</strong> Chocolate,<br />
e as tabletes Regina registam a terceira posição nesse canal”.<br />
A procura permanente pelo lançamento <strong>de</strong> produtos inova<strong>do</strong>res que<br />
respondam às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e que, simultaneamente,<br />
os surpreendam é, <strong>de</strong> facto, um <strong>do</strong>s fatores que têm conduzi<strong>do</strong> ao<br />
crescimento sustenta<strong>do</strong> da Imperial. As marcas da Imperial são dirigidas<br />
para diferentes públicos-alvo e para diferentes segmentos, contemplan<strong>do</strong><br />
tabletes, bombons, drageias, figuras <strong>de</strong> chocolate, toffees,<br />
entre outros.<br />
10 NOVOS PRODUTOS EM 2011<br />
De acor<strong>do</strong> com Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, só em 2011 foram lança<strong>do</strong>s<br />
10 novos produtos, sen<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s eles se <strong>de</strong>stacam pela “qualida<strong>de</strong><br />
e sofisticação”. “Quan<strong>do</strong> a Imperial pon<strong>de</strong>ra avançar para uma nova<br />
geografia é <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> análise profunda das características<br />
culturais, económicas e sociais <strong>de</strong> cada merca<strong>do</strong> e <strong>de</strong>finida<br />
uma estratégia <strong>de</strong> comunicação e marketing também adaptada a cada<br />
contexto”, explica.<br />
o merca<strong>do</strong> brasileiro é disso exemplo, on<strong>de</strong> foram introduzidas pela<br />
Imperial as amên<strong>do</strong>as cobertas com chocolate. Em 2010, recorda a<br />
CEo da Imperial, “foram lança<strong>do</strong>s no Brasil <strong>do</strong>is produtos exclusivos.<br />
Recorren<strong>do</strong> a um conceito uni<strong>do</strong>se inova<strong>do</strong>r, o Jubileu Carré permite<br />
monitorizar o consumo diário <strong>de</strong> chocolate <strong>de</strong> uma forma funcional.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um produto alinha<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s da população<br />
brasileira, preocupada com o impacto da nutrição na saú<strong>de</strong> e na manutenção<br />
da linha”.<br />
nas últimas décadas, tem-se assisti<strong>do</strong> a uma evolução constante e<br />
crescente ao nível das novas tecnologias, nas mais diversas áreas. Por<br />
isso, aponta Manuela Tavares <strong>de</strong> Sousa, a resposta eficiente e competitiva<br />
das empresas aos <strong>de</strong>safios e padrões da socieda<strong>de</strong> atual “implica<br />
o reforço da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> forma eficaz, às<br />
preferências <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res”. neste senti<strong>do</strong>, “a engenharia, nas suas<br />
várias áreas <strong>de</strong> especialização, é a base da criação <strong>de</strong> novas estruturas<br />
e processos, que fomentam o potencial criativo das empresas e lhes<br />
conferem valor acrescenta<strong>do</strong>”.<br />
no caso da Imperial, a consciência <strong>de</strong> que a inovação e mo<strong>de</strong>rnização<br />
são vetores prepon<strong>de</strong>rantes para um crescimento sustenta<strong>do</strong> e competitivo,<br />
“tem permiti<strong>do</strong> a manutenção <strong>de</strong> uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque,<br />
enquanto maior fabricante nacional <strong>de</strong> chocolates”. “A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> novas<br />
tecnologias, como as implementadas na nova unida<strong>de</strong> industrial,<br />
assim como a introdução <strong>de</strong> processos, meto<strong>do</strong>logias e técnicas inova<strong>do</strong>ras,<br />
possibilitou à Imperial aumentar a sua notorieda<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>,<br />
quer ao nível interno quer externo”, conclui Manuela Tavares<br />
<strong>de</strong> Sousa.
16<br />
DesTaQue<br />
<strong>PRAXIS</strong><br />
NA LINHA DA FRENTE PARA A<br />
CRIAÇÃO DE OPORTUNIDADES<br />
POR TODA A EUROPA<br />
no final <strong>de</strong> 2011, o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> <strong>de</strong>u o primeiro passo para a criação da primeira re<strong>de</strong><br />
Europeia <strong>de</strong> estágios e projetos académicos, o <strong>PRAXIS</strong> (European<br />
Center for Project/Internship Excellence). numa<br />
reunião realizada no <strong>Instituto</strong>, que juntou 77 especialistas<br />
oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 27 países europeus, foram apresenta<strong>do</strong>s<br />
os contornos da re<strong>de</strong> que tem como objetivo primordial<br />
aumentar o leque <strong>de</strong> opções <strong>de</strong> trabalho aos estudantes,<br />
após o final <strong>do</strong> curso. Para além <strong>de</strong> proporcionar uma “bolsa”<br />
<strong>de</strong> projetos e estágios para os alunos <strong>de</strong> toda a Europa<br />
(numa primeira fase da área da engenharia), o <strong>PRAXIS</strong> vai<br />
ainda promover o contacto direto entre os estudantes e os<br />
emprega<strong>do</strong>res, potencian<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s internacionais.<br />
num merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho cada vez mais competitivo, os emprega<strong>do</strong>res<br />
consi<strong>de</strong>ram a experiência profissional e curricular como fator chave<br />
para a escolha <strong>de</strong> um candidato. Ao nível europeu, e porque, nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje, a carreira profissional <strong>do</strong>s jovens licencia<strong>do</strong>s não se <strong>de</strong>ve limitar<br />
às fronteiras <strong>do</strong> seu país, a obtenção <strong>de</strong> conhecimentos transversais<br />
a várias áreas <strong>do</strong> saber é fundamental para o êxito. nesta perspetiva,<br />
o <strong>PRAXIS</strong> assume-se como um instrumento facilita<strong>do</strong>r entre os alunos<br />
das mais prestigiadas instituições <strong>de</strong> ensino da Europa e as instituições<br />
que procuram jovens licencia<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos<br />
e/ou integração em estágios.<br />
numa primeira fase, o <strong>PRAXIS</strong> será apenas centra<strong>do</strong> na área da <strong>Engenharia</strong><br />
e contará com 44 instituições <strong>de</strong> ensino superior europeias.<br />
Fundamentalmente, este projeto europeu li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por nuno Escu<strong>de</strong>iro,<br />
<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), tem por<br />
objetivo criar um centro europeu <strong>de</strong> excelência que centralize as propostas<br />
<strong>de</strong> estágio e os recursos técnicos e educativos, para os alunos.<br />
Com um orçamento superior a um milhão <strong>de</strong> euros, a re<strong>de</strong> europeia<br />
estará em funcionamento já em 2013.<br />
Ten<strong>do</strong> sempre presente o Quadro <strong>de</strong> Referência Educativo (QRE),<br />
preten<strong>de</strong>-se que os alunos participantes neste projeto adquiram as<br />
competências fundamentais para atuação num espaço profissional<br />
europeu e que imprimam mais-valias na sua área <strong>de</strong> trabalho. o<br />
QRE, emiti<strong>do</strong> pelo Parlamento Europeu, <strong>de</strong>fine como competências<br />
essenciais para a aprendizagem ao longo da vida, a comunicação em<br />
língua materna e estrangeira; conhecimentos básicos em ciências e<br />
tecnologias; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r; espírito <strong>de</strong> iniciativa<br />
e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r, ou mesmo, sensibilida<strong>de</strong> e expressão culturais. Foi<br />
ainda preconiza<strong>do</strong> pelo Parlamento Europeu que “os conhecimentos,<br />
as competências e as aptidões da mão-<strong>de</strong>-obra europeia são um fator<br />
importante para a inovação, produtivida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong> da União<br />
Europeia”. Assim, e perante uma realida<strong>de</strong> europeia cada vez mais <strong>de</strong>finida,<br />
cabe às instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> preparar, da melhor forma,<br />
os seus alunos para um percurso globaliza<strong>do</strong>. Projetos europeus como<br />
o <strong>PRAXIS</strong> são, porventura, o caminho certo para apoiar os alunos na<br />
construção <strong>do</strong> seu caminho europeu.<br />
na génese <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> está a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproveitar as mais-valias que<br />
o Processo <strong>de</strong> Bolonha trouxe ao unificar o ensino superior europeu,<br />
usan<strong>do</strong> os recursos <strong>do</strong> programa ERASMUS. nuno Escu<strong>de</strong>iro explica que<br />
“as unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong> projeto/estágio são particularmente relevantes<br />
para os cursos <strong>de</strong> engenharia. Através <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s,<br />
os alunos têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicar as suas capacida<strong>de</strong>s técnicas<br />
num ambiente próximo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, o que lhes permite <strong>de</strong>senvolver<br />
competências sociais como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação,<br />
autoconfiança e <strong>de</strong> trabalhar em equipa, que constituem fatores chave<br />
para a empregabilida<strong>de</strong>”. o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> ISEP adianta que “por toda a<br />
Europa, as instituições académicas sugerem aos alunos várias hipóteses<br />
<strong>de</strong> projeto e estágio já a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao Processo <strong>de</strong> Bolonha”. no entanto,<br />
acrescenta, “nunca houve um esforço para que estas propostas fossem<br />
centralizadas num espaço europeu”.
DesTaQue 17<br />
UMA PORTA ABERTA<br />
PARA O EMPREgO<br />
Para além <strong>do</strong>s proveitos académicos, nuno Escu<strong>de</strong>iro acredita que<br />
o <strong>PRAXIS</strong> trará benefícios para os alunos no momento <strong>de</strong> entrada<br />
para o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. “os projetos disponíveis serão acompanha<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> toda a informação necessária para que os alunos<br />
possam selecionar aqueles que <strong>de</strong>senvolvam as competências<br />
que procuram, ten<strong>do</strong> em vista os seus objetivos e o emprego que<br />
ambicionam”.<br />
Mas, para que o <strong>PRAXIS</strong> se constitua, efetivamente, como um<br />
centro dinamiza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> estágios, nuno Escu<strong>de</strong>iro salienta que “os<br />
possíveis emprega<strong>do</strong>res serão também membros ativos <strong>do</strong> Centro<br />
<strong>de</strong> Excelência que o <strong>PRAXIS</strong> cria e promove, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> colocar<br />
no merca<strong>do</strong> virtual as suas próprias propostas”. “o contacto entre<br />
alunos e emprega<strong>do</strong>res será também facilita<strong>do</strong>”, remata. Todavia,<br />
as vantagens não se esgotam nos alunos. De acor<strong>do</strong> com nuno<br />
Escu<strong>de</strong>iro, o facto <strong>de</strong> o <strong>PRAXIS</strong> permitir melhorar a empregabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s alunos é uma vantagem competitiva para o ISEP, relativamente<br />
a outras instituições que não pertençam ao consórcio: “é<br />
um conceito inova<strong>do</strong>r a que preten<strong>de</strong>mos dar visibilida<strong>de</strong> a nível<br />
mundial, e o facto <strong>de</strong> ser a instituição coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> projeto é,<br />
por si só, uma vantagem”. De acor<strong>do</strong> com as previsões, o <strong>PRAXIS</strong><br />
estará disponível para os alunos em 2013. Até lá, fica a promessa<br />
<strong>de</strong> um trabalho constante no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> abrir as portas da Europa<br />
aos engenheiros <strong>do</strong> ISEP.<br />
A missão <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> é, precisamente, “ser reconheci<strong>do</strong> como a autorida<strong>de</strong><br />
mundial no campo <strong>do</strong> ensino basea<strong>do</strong> em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projeto/<br />
estágio, através da criação e manutenção <strong>de</strong> um ambiente que promova<br />
e apoie a inovação na área, com vista à melhoria da empregabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s alunos”, explica nuno Escu<strong>de</strong>iro. na prática, os alunos, em<br />
vez <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverem o seu projeto <strong>de</strong> investigação/estágio na sua<br />
instituição <strong>de</strong> ensino, po<strong>de</strong>m escolher um projeto <strong>de</strong> qualquer instituição<br />
europeia <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, em regime<br />
Erasmus ou através <strong>de</strong> outros formatos que, eventualmente, possam<br />
ser ofereci<strong>do</strong>s aos alunos.<br />
Para os alunos envolvi<strong>do</strong>s, as mais-valias <strong>do</strong> <strong>PRAXIS</strong> passam, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com nuno Escu<strong>de</strong>iro, pela “possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> beneficiar <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong><br />
virtual, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m escolher o projeto que querem <strong>de</strong>senvolver, em<br />
qualquer ponto da Europa, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os seus interesses particulares”.<br />
outra das vantagens, explica, é “a disponibilização <strong>de</strong> recursos<br />
técnicos e educativos relaciona<strong>do</strong>s com o trabalho a <strong>de</strong>senvolver e a<br />
existência <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> encontro centraliza<strong>do</strong> para que, to<strong>do</strong>s os<br />
alunos que estejam a <strong>de</strong>senvolver projetos a nível europeu, possam<br />
explorar e discutir dúvidas que tenham com os seus pares”. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, esclarece o <strong>do</strong>cente, “o <strong>PRAXIS</strong> dá a oportunida<strong>de</strong> única aos<br />
alunos <strong>de</strong> melhorarem as competências e os conhecimentos que lhes<br />
parecem mais úteis, sem estarem condiciona<strong>do</strong>s às fronteiras da sua<br />
própria instituição ou <strong>de</strong>partamento”.<br />
A CONSTRUçãO DE<br />
UM FUTURO EUROPEU<br />
no dia-a-dia <strong>de</strong> trabalho, os <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP<br />
esforçam-se por imprimir aos alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> um espírito competitivo<br />
saudável, que os possa conduzir à aquisição <strong>de</strong> competências<br />
académicas e pessoais, permitin<strong>do</strong>-lhes distinguir-se na<br />
sua área <strong>de</strong> trabalho, em Portugal e no estrangeiro. Para além <strong>do</strong><br />
<strong>PRAXIS</strong>, muitos têm si<strong>do</strong> os projetos académicos e <strong>de</strong> investigação<br />
que promovem a troca <strong>de</strong> experiências entre os alunos <strong>do</strong> ISEP e<br />
outras congéneres europeias. Recordamos, por exemplo, o projeto<br />
MUTW - Multinational Un<strong>de</strong>rgraduate Team Work, que terminou,<br />
enquanto projeto co-financia<strong>do</strong> pela UE, no ano passa<strong>do</strong>. Trata-<br />
-se <strong>de</strong> um projeto curricular, envolven<strong>do</strong>, num mesmo grupo <strong>de</strong><br />
trabalho, alunos <strong>de</strong> países diferentes, com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
trabalhos relevantes para a comunida<strong>de</strong>. Preten<strong>de</strong>u-se estimular<br />
as competências <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> trabalho em equipa. os resulta<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> MUTW foram <strong>de</strong> tal forma positivos que a continuida<strong>de</strong><br />
da oferta <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> projeto/estágio foi assegurada já para o<br />
corrente ano letivo. De facto, <strong>de</strong>corre durante o segun<strong>do</strong> semestre<br />
<strong>de</strong> 2011/12 a 3ª edição <strong>do</strong> MUTW que oferece a <strong>do</strong>is alunos <strong>do</strong> ISEP<br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizarem o seu projeto/estágio inseri<strong>do</strong>s numa<br />
equipa internacional constituída por 14 alunos <strong>de</strong> sete instituições<br />
<strong>de</strong> ensino superior europeu. Mais informações po<strong>de</strong>m ser obtidas<br />
em www.mutw.eu.
18 invesTigação À Lupa<br />
CÁTIA COSTA<br />
A ENGENHARIA QUÍMICA AO<br />
SERVIÇO DO MEIO AMBIENTE<br />
Portugal é um <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s consumi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> agroquímicos a nível europeu. Do ponto <strong>de</strong> vista ambiental, a crescente utilização <strong>de</strong> herbicidas<br />
e pesticidas po<strong>de</strong>rá acarretar consequências negativas para o meio ambiente, entre elas a contaminação <strong>de</strong> água potável. Muitos<br />
têm si<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s que procuram uma solução para purificar as águas e os solos contamina<strong>do</strong>s com pesticidas, <strong>de</strong> forma a evitar que os<br />
produtos tóxicos cheguem às águas públicas, ou permaneçam no meio ambiente. Cátia Costa, aluna <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />
ramo das Tecnologias <strong>de</strong> Proteção Ambiental, foi mais além: verificou que podia fazer com que os pesticidas permanecessem mais tempo<br />
nas plantas, permitin<strong>do</strong> melhorar significativamente a sua eficácia. os benefícios: menor poluição ambiental e maior poupança económica.<br />
o avanço tecnológico regista<strong>do</strong> nas últimas décadas resultou no enorme<br />
aumento da produção industrial e impulsionou a economia e a ciência.<br />
os efeitos <strong>de</strong>stes avanços foram também observa<strong>do</strong>s na agricultura.<br />
Muitos produtos químicos, a maioria <strong>de</strong>les sintéticos, conheci<strong>do</strong>s<br />
como pesticidas, foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e aplica<strong>do</strong>s na agricultura para<br />
controlar as pragas e <strong>do</strong>enças que diminuíam a produção e aumentavam<br />
os seus custos. no entanto, o meio ambiente tem sofri<strong>do</strong> sérias<br />
consequências <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>de</strong>stes agroquímicos. os<br />
organismos aquáticos próximos das áreas <strong>de</strong> plantação são contamina<strong>do</strong>s<br />
através <strong>do</strong> escoamento superficial. A percolação <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong><br />
pesticidas no solo tem atingi<strong>do</strong> também os lençóis freáticos, diminuin<strong>do</strong><br />
a qualida<strong>de</strong> das águas. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o impacto que<br />
estes compostos causam no meio ambiente tem motiva<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s eficazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s agroquímicos,<br />
nomeadamente basea<strong>do</strong>s na utilização <strong>de</strong> processos oxidativos avança<strong>do</strong>s<br />
(PoA).
invesTigação À Lupa<br />
19<br />
UMA ALIADA PARA PROMOVER O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
Para se tornar um alia<strong>do</strong> para o ISEP na promoção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável, o trabalho <strong>de</strong> Cátia foi metódico e orienta<strong>do</strong><br />
sempre para o objetivo final. A aplicação em empresas vai<br />
levar ainda o seu tempo, tal como nos explica Cátia Costa: “Para já,<br />
vou continuar com os ensaios à toxicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s compostos para<br />
que, no final, fiquem to<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s bem fundamenta<strong>do</strong>s”.<br />
Em relação à aplicabilida<strong>de</strong> industrial, Cátia acredita que este<br />
projeto é extremamente viável. A começar pelos custos, da<strong>do</strong><br />
que “as substâncias naturais usadas para encapsular os pesticidas<br />
são muito baratas a nível industrial”. Assim que o projeto<br />
estiver <strong>de</strong>finitivamente concluí<strong>do</strong>, o passo seguinte será apresentá-lo<br />
ao teci<strong>do</strong> empresarial. Até porque, segun<strong>do</strong> a própria<br />
autora, “a engenharia química <strong>de</strong>ve ter um papel fundamental,<br />
porque está presente em vários ramos da indústria, além<br />
<strong>de</strong> ser, ao mesmo tempo, uma das principais responsáveis pela<br />
resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> poluição”. Cátia acredita ainda que<br />
a engenharia química proporciona o engenho para “encontrar<br />
formas rápidas, económicas e eficazes <strong>de</strong> alcançar objetivos”<br />
em várias indústrias.<br />
o projeto <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> Cátia Costa <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nos laboratórios<br />
<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Inovação em <strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial (CIETI),<br />
no âmbito <strong>do</strong> projeto PTDC/AGR-AAM/105044/2008 financia<strong>do</strong> pela<br />
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), teve como objetivo inicial<br />
analisar a eficiência <strong>do</strong>s PoA no tratamento <strong>de</strong> efluentes conten<strong>do</strong><br />
resíduos <strong>de</strong> pesticidas. no entanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> trabalho que a<br />
aluna <strong>do</strong> ISEP se apercebeu que a utilização <strong>de</strong>stes processos originava,<br />
em alguns casos, a obtenção <strong>de</strong> “compostos químicos, por vezes ainda<br />
mais tóxicos <strong>do</strong> que os iniciais”. Assim, Cátia Costa concluiu que “mais<br />
importante <strong>do</strong> que <strong>de</strong>gradar os pesticidas, seria conveniente arranjar<br />
uma forma <strong>de</strong> potenciar a sua utilização aumentan<strong>do</strong> a sua eficácia e<br />
diminuin<strong>do</strong>, simultaneamente, as quantida<strong>de</strong>s aplicadas”.<br />
Desviada <strong>do</strong> seu intuito inicial, e com a ajuda <strong>do</strong>s orienta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> projeto<br />
os <strong>do</strong>centes Jorge Garri<strong>do</strong> e Manuela Garri<strong>do</strong>, Cátia <strong>de</strong>cidiu então<br />
preparar e testar formulações <strong>de</strong> libertação controlada <strong>de</strong> pesticidas<br />
recorren<strong>do</strong> a técnicas <strong>de</strong> microencapsulação. A microencapsulação <strong>de</strong><br />
pesticidas torna o produto mais eficaz, pois minimiza as perdas <strong>do</strong> agrotóxico<br />
por <strong>de</strong>gradação, evaporação e lixiviação, além <strong>de</strong> diminuir a sua<br />
retenção no solo. Desta forma, explica Cátia Costa, “como o pesticida<br />
persiste mais tempo na planta, é mais eficaz, diminuin<strong>do</strong> a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pesticidas utiliza<strong>do</strong>s nas plantações e a frequência na aplicação”.<br />
Apesar <strong>de</strong>, no início, o enfoque <strong>do</strong> trabalho se centrar, fundamentalmente,<br />
na resolução <strong>do</strong> problema <strong>de</strong> poluição ambiental, Cátia<br />
Costa mostrou ser possível minimizar esta contaminação, centran<strong>do</strong><br />
a atenção no início <strong>do</strong> processo. “A microencapsulação <strong>do</strong>s pesticidas<br />
permite, em geral, obter melhorias significativas nas proprieda<strong>de</strong>s<br />
físico-químicas <strong>do</strong>s agroquímicos, tais como o aumento da solubilida<strong>de</strong><br />
e da biodisponibilida<strong>de</strong>, o aumento da estabilida<strong>de</strong> no caso <strong>de</strong><br />
compostos instáveis ou foto<strong>de</strong>gradáveis, a redução <strong>do</strong> aroma <strong>de</strong>sagradável<br />
e a redução da toxicida<strong>de</strong> em sistemas vivos. De facto, os<br />
ensaios realiza<strong>do</strong>s possibilitaram observar uma melhoria muito significativa<br />
da estabilida<strong>de</strong> fotoquímica <strong>do</strong>s pesticidas em estu<strong>do</strong>. Para<br />
tempos <strong>de</strong> exposição semelhantes verificou-se em alguns casos uma<br />
diminuição em 50% da taxa <strong>de</strong> foto<strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> pesticida microencapsula<strong>do</strong><br />
relativamente ao livre.”<br />
ora, tal como analisa Cátia, “tornan<strong>do</strong> os pesticidas mais resistentes à<br />
foto<strong>de</strong>gradação, estes po<strong>de</strong>m permanecer mais tempo nas plantas,<br />
permitin<strong>do</strong> um controlo mais eficaz e possibilitan<strong>do</strong> uma redução das<br />
quantida<strong>de</strong>s aplicadas”.<br />
numa apreciação global <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Cátia Costa,<br />
Jorge Garri<strong>do</strong>, co-orienta<strong>do</strong>r da dissertação, acredita que “sen<strong>do</strong> a nanotecnologia<br />
uma das gran<strong>de</strong>s inovações tecnológicas <strong>de</strong>ste século,<br />
a sua aplicação na agricultura perspectiva, como verificamos neste<br />
projeto, gran<strong>de</strong>s avanços na área <strong>do</strong>s agroquímicos, que permitirão,<br />
não só reduzir significativamente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesticidas a utilizar,<br />
mas também melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e ajudar a preservar o ambiente”.<br />
os potenciais impactos ao nível da redução <strong>de</strong> consumos <strong>de</strong><br />
pesticidas representam, ainda, um contributo váli<strong>do</strong> para a redução<br />
<strong>de</strong> custos das explorações agrícolas.<br />
no final <strong>do</strong> projeto está prevista a partilha <strong>de</strong>sta tecnologia para a indústria<br />
que envolve, como parceiros, o CIETI – Centro <strong>de</strong> Inovação em<br />
<strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial <strong>do</strong> ISEP, a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e<br />
a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela.
20 Depois Do isep<br />
MARINELA CHIMANHA<br />
“ISEP É bEM ACEITE NO<br />
MERCADO DE TRAbALHO”<br />
Marinela Chimanha é engenheira informática, tem 38 anos e está<br />
a trabalhar em Angola. De Portugal, guarda na memória os conhecimentos<br />
práticos que foi adquirin<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> curso, mas também<br />
o apoio e a atenção que recebeu <strong>do</strong>s professores <strong>do</strong> ISEP. Por<br />
isso, quan<strong>do</strong> quis voltar ao seu país <strong>de</strong> origem, não foi com surpresa<br />
que, facilmente, encontrou emprego. “o ISEP é bem aceite no<br />
merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho”, explica.<br />
Chegou a Portugal, em 2001, com o objetivo <strong>de</strong> estudar e obter um<br />
curso superior. Para trás, Marinela Chimanha <strong>de</strong>ixou Lobito, cida<strong>de</strong> da<br />
província <strong>de</strong> Benguela, em Angola, on<strong>de</strong> nasceu. Antes, porém, ainda<br />
arriscou uma breve passagem pelo Zimbabué, on<strong>de</strong> iniciou o curso<br />
superior na área da informática, mas, da<strong>do</strong> trata-se <strong>de</strong> um país <strong>de</strong> expressão<br />
inglesa e alemã, teve dificulda<strong>de</strong>s na adaptação. “Acabei por<br />
escolher Portugal por causa da língua e por causa da cultura. Temos<br />
muito em comum”, justifica.<br />
A primeira «escala» foi em Lisboa. Mas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> visitar o <strong>Porto</strong>, <strong>de</strong><br />
conhecer a cida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> se informar sobre as várias hipóteses na área<br />
<strong>do</strong> ensino superior, soube o queria fazer. “Após as minhas pesquisas”<br />
– revela –, “<strong>de</strong>cidi que queria ser engenheira informática. Era o único<br />
motivo que me prendia a Portugal. Caso não conseguisse entrar, voltaria<br />
para Angola”.<br />
o ISEP foi a primeira opção na lista da candidatura e, apesar das dúvidas levantadas<br />
por amigos e conheci<strong>do</strong>s, Marinela Chimanha concorreu. “Toda<br />
a gente me dizia que era difícil entrar, pois tratava-se <strong>de</strong> um curso muito<br />
concorri<strong>do</strong>. não baixei os braços, até porque não tinha outra opção”.<br />
Assim, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um ano a completar algumas disciplinas <strong>do</strong> 12º ano,<br />
na Escola Secundária Rodrigues <strong>de</strong> Freitas, Marinela Chimanha realizou<br />
os exames nacionais e conseguiu entrar. “Coloquei tu<strong>do</strong> o que estivesse<br />
relaciona<strong>do</strong> com informática nas escolhas <strong>do</strong> curso. A primeira opção<br />
foi <strong>Engenharia</strong> Informática no ISEP e entrei. Fiquei muito feliz”, recorda.
Depois Do isep<br />
21<br />
CURSO ExIgENTE<br />
ACADEMIA CISCO<br />
o processo <strong>de</strong> adaptação foi gradual. Primeiro, pelo grau <strong>de</strong> exigência;<br />
<strong>de</strong>pois, pelos obstáculos senti<strong>do</strong>s em algumas disciplinas. “Tive muitas<br />
dificulda<strong>de</strong>s na ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> matemática <strong>do</strong> tronco comum e confesso<br />
que me passou pela cabeça <strong>de</strong>sistir”, assume. valeram os amigos e os<br />
professores. “Procurei um amigo angolano que estava no terceiro ano<br />
<strong>de</strong> engenharia informática <strong>do</strong> ISEP. Aju<strong>do</strong>u-me bastante e aconselhou-<br />
-me a ser persistente. Falei também com os professores, principalmente<br />
com o <strong>de</strong> matemática. Como não fiz o secundário em Portugal, tinha<br />
algumas lacunas na minha aprendizagem”.<br />
Para além <strong>de</strong> trabalhar e ter como preocupação a conclusão <strong>do</strong> curso,<br />
Marinela ainda encontrou tempo, durante a formação, para frequentar<br />
a Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP. Tu<strong>do</strong> começou com a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
computa<strong>do</strong>res. na busca <strong>de</strong> uma vertente mais prática, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scobrir o gosto pela programação, Marinela <strong>de</strong>cidiu inscrever-se na<br />
Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP. “é uma experiência ótima, pela vertente prática<br />
que tem associada, nomeadamente através <strong>de</strong> um laboratório muito<br />
bem equipa<strong>do</strong> que existe <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> ISEP. Foi uma mais-valia para mim<br />
ter associa<strong>do</strong> a disciplina <strong>de</strong> re<strong>de</strong> à aca<strong>de</strong>mia Cisco”, assegura.<br />
Agora, à distância, Marinela Chimanha agra<strong>de</strong>ce o apoio <strong>do</strong>s professores.<br />
Apesar <strong>de</strong> ser uma escola pública, refere, “é muito personalizada”.<br />
“Senti muito apoio e, volto a referir, em especial <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> matemática,<br />
que não se mostrou indiferente às minhas dificulda<strong>de</strong>s”.<br />
A par da exigência <strong>do</strong> curso, a angolana teve, ainda, <strong>de</strong> se adaptar à<br />
cida<strong>de</strong>: “nunca me arrependi <strong>de</strong> vir para Portugal. Mas o <strong>Porto</strong> é muito<br />
frio. Pouco tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter chega<strong>do</strong>, estive um mês <strong>de</strong> cama”.<br />
Após ter transita<strong>do</strong> para o segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> curso, houve novas mudanças<br />
na vida <strong>de</strong> Marinela Chimanha. o filho, menor, veio viver com ela<br />
e, simultaneamente, começou a trabalhar. Durante <strong>do</strong>is anos, foi funcionária<br />
<strong>de</strong> um estabelecimento <strong>de</strong> restauração, no campus <strong>de</strong> S. João.<br />
“Escolhi o horário pós-laboral para conseguir estudar. Por isso, saía <strong>do</strong><br />
trabalho e ia logo para o ISEP”, lembra.<br />
Em 2008, Marinela concluiu o curso, com um estágio académico <strong>de</strong><br />
seis meses na empresa portuguesa I2S. “Motivou-me. Foi o primeiro<br />
impacto com o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Tinha um horário, como qualquer<br />
outro colabora<strong>do</strong>r, e pu<strong>de</strong> acompanhar e participar em algumas<br />
ativida<strong>de</strong>s”. Fin<strong>do</strong> esse perío<strong>do</strong>, continuou em Portugal, a realizar um<br />
estágio profissional na Inforlí<strong>de</strong>r. Mas, após cinco meses, <strong>de</strong>spediu-se.<br />
“Tinha chega<strong>do</strong> a altura <strong>de</strong> partir. o meu objetivo sempre foi vir estudar<br />
para Portugal e voltar para Angola”, afirma.<br />
A Aca<strong>de</strong>miaCisco.ISEP funciona por módulos e a certificação <strong>de</strong>sses<br />
módulos - feita através <strong>de</strong> um exame global <strong>do</strong> curso - é reconhecida<br />
internacionalmente. De acor<strong>do</strong> com a engenheira informática, trata-se<br />
<strong>de</strong> uma certificação importante no mun<strong>do</strong> laboral. “A minha passagem<br />
pela aca<strong>de</strong>mia foi muito importante, porque, inclusivamente, muitas<br />
das coisas que ali aprendi, aplico, hoje, no meu trabalho diário”, garante.<br />
Atualmente, Marinela Chimanha está em Angola, mas visita Portugal as<br />
vezes que po<strong>de</strong>. o filho, Arão Salomão, <strong>de</strong>cidiu seguir os passos da mãe<br />
e está a frequentar o curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong> ISEP. “o Arão<br />
já estava adapta<strong>do</strong> ao sistema <strong>de</strong> ensino português e, por isso, não fazia<br />
senti<strong>do</strong> levá-lo novamente para Angola. Ele também queria ficar<br />
e fazer a sua formação em Portugal, por isso, achei por bem <strong>de</strong>ixá-lo<br />
ficar”. De qualquer das formas, acrescenta, “quan<strong>do</strong> terminar o curso, a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>le é regressar a Angola”. Por enquanto, a sua vida também<br />
passa pelo ISEP.<br />
Com a formação superior em <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong> ISEP, não<br />
foi difícil encontrar emprego, ten<strong>do</strong> em conta a vertente prática que<br />
encontrou no sistema <strong>de</strong> ensino promovi<strong>do</strong> pelo <strong>Instituto</strong>. “não é só<br />
fama. Pu<strong>de</strong> comprovar isso mesmo quan<strong>do</strong> fiz o estágio académico e,<br />
<strong>de</strong> seguida, o estágio profissional. ou seja, não estranhei ter entra<strong>do</strong> no<br />
mun<strong>do</strong> profissional”, garante.<br />
Além disso, acrescenta, “a partir <strong>de</strong>ssas empresas, principalmente daquela<br />
on<strong>de</strong> fiz o estágio profissional, fiquei a saber que o ISEP era bem<br />
aceite no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho. Encontrei outros colegas nessa empresa<br />
que já tinham passa<strong>do</strong> pelo ISEP, na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática”.<br />
Marinela garante que voltou para Angola com três propostas, duas a<br />
partir <strong>de</strong> uma feira <strong>de</strong> recrutamento e outra a partir da Internet. Só teve<br />
<strong>de</strong> escolher: “Reconheço que sou proativa. Fui pesquisan<strong>do</strong>, mandan<strong>do</strong><br />
currículos. Relacionava muito as empresas portuguesas <strong>do</strong> ramo da<br />
informática que já estavam a trabalhar em Angola. Uma <strong>de</strong>las ace<strong>de</strong>u.<br />
Ficaram à minha espera. Quan<strong>do</strong> fui para lá, ainda fiz um exame prático”.<br />
Das três propostas, Marinela escolheu a empresa on<strong>de</strong> hoje continua<br />
a trabalhar, a multinacional brasileira o<strong>de</strong>rbrescht.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> engenharia e construção, presente em<br />
Angola há 26 anos. hoje, nas funções que <strong>de</strong>sempenha, sente que consegue<br />
pôr em prática “tu<strong>do</strong>” o que apren<strong>de</strong>u no ISEP.
22 A NOSSA TECNOLOGIA<br />
Rui Abreu<br />
E-maintenance<br />
solutions<br />
“minimiza quebras<br />
na produção”
a nossa TecnoLogia 23<br />
10 anos <strong>de</strong>pois da entrada no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, Rui Abreu<br />
<strong>de</strong>cidiu solidificar a sua formação académica e alargar horizontes.<br />
A i<strong>de</strong>ia foi lançar-se no mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica -<br />
Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia, no <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEP). Juntou os interesses <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> empresarial com<br />
o know-how <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> académico e criou o “e-maintenance solutions”,<br />
um projeto inova<strong>do</strong>r que serviu <strong>de</strong> base dissertação <strong>de</strong><br />
mestra<strong>do</strong>, que mereceu a nota final <strong>de</strong> 17 valores. Dos seus orienta<strong>do</strong>res<br />
ficou a admiração pela perseverança e coragem <strong>de</strong> conciliar<br />
um projeto <strong>de</strong>sta envergadura, com uma vida profissional e<br />
familiar já consolidada.<br />
Rui Abreu licenciou-se em engenharia eletrónica e industrial pela Universida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> Minho. há três anos, <strong>de</strong>cidiu aventurar-se num mestra<strong>do</strong><br />
no ISEP, mas o seu objetivo primordial era que o projeto <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong><br />
servisse para criar inovação na indústria. E foi bem-sucedi<strong>do</strong>. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
um projeto para implementação <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> e-maintenance na<br />
indústria cimenteira foi bem recebida pelo parceiro empresarial escolhi<strong>do</strong>:<br />
a Cachapuz, uma empresa se<strong>de</strong>ada em Braga, com gran<strong>de</strong> abertura<br />
a projetos académico-empresariais e cujo core-business se centra<br />
nos sistemas <strong>de</strong> pesagem industriais. Rui Abreu explica-nos que o objetivo<br />
principal <strong>do</strong> seu projeto é “minimizar os impactos negativos das<br />
falhas no processo industrial, reduzin<strong>do</strong>, assim, custos <strong>de</strong> manutenção<br />
e aumentan<strong>do</strong> a produtivida<strong>de</strong>”.<br />
o projeto-piloto foi implementa<strong>do</strong> numa unida<strong>de</strong> fabril <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> cimento, cliente da Cachapuz, com várias unida<strong>de</strong>s “irmãs” localizadas<br />
um pouco por to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. ou seja, o objetivo seria a criação e<br />
implementação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> manutenção na indústria cimenteira,<br />
não só para a unida<strong>de</strong> mãe, mas também para todas as outras unida<strong>de</strong>s<br />
espalhadas em Portugal e no estrangeiro. o aluno <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
ISEP explica que uma fábrica típica <strong>de</strong> cimento, em qualquer parte <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong>, tem vários componentes e po<strong>de</strong> ser “dividida” em diferentes<br />
partes: a entrada e chegada <strong>do</strong>s materiais em bruto, a gestão, o embalamento<br />
<strong>de</strong> produto, o carregamento <strong>de</strong> camiões com o produto final...<br />
“Imaginemos uma área enorme com camiões em constante entrada e<br />
saída. Aquilo que procuramos é minorar alguns problemas que po<strong>de</strong>m<br />
surgir num circuito fabril, principalmente quan<strong>do</strong> há unida<strong>de</strong>s espalhadas<br />
por vários países”, explica Rui Abreu.<br />
SOLUçõES IMEDIATAS PARA MAIOR<br />
PRODUTIVIDADE<br />
Com o intuito <strong>de</strong> maximizar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços, a i<strong>de</strong>ia foi <strong>de</strong>senvolver<br />
uma aplicação, para monitorizar peças críticas da manutenção<br />
<strong>do</strong> sistema industrial que emite alertas e faz uma gestão <strong>do</strong>s recursos<br />
e seus componentes, antes que o problema aconteça. Por exemplo,<br />
aponta Rui Abreu, “se uma simples guilhotina <strong>de</strong> papel <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> funcionar,<br />
po<strong>de</strong> criar congestionamento no processo, uma vez que o<br />
cliente teria <strong>de</strong> pegar no papel, sair <strong>do</strong> camião e ir avisar alguém da<br />
situação ocorrida. Com este sistema <strong>de</strong> monitorização permanente, a<br />
falha na guilhotina vai gerar um alerta que, por sua vez, dá origem a<br />
um relatório <strong>de</strong> erros e a uma solução imediata para o problema. Essa<br />
informação é transmitida ao funcionário <strong>de</strong> serviço, sem que o mesmo<br />
tenha, necessariamente, formação especializada para a sua resolução”.<br />
Assim, o que o projeto elabora<strong>do</strong> por Rui Abreu faz, é conjugar to<strong>do</strong>s os<br />
da<strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong>s sistemas autónomos instala<strong>do</strong>s numa fábrica<br />
e conjugá-los numa análise, em que são <strong>de</strong>teta<strong>do</strong>s os erros e os pontos<br />
críticos. Quan<strong>do</strong> instala<strong>do</strong>s, estes sistemas estão programa<strong>do</strong>s para dar<br />
informações periódicas <strong>do</strong>s parâmetros normais <strong>de</strong> funcionamento e<br />
<strong>de</strong> alterações ao normal funcionamento <strong>do</strong>s sistemas.<br />
A tecnologia utilizada já existia. o projeto <strong>de</strong> Rui Abreu aproveitou-a,<br />
complementan<strong>do</strong>-a: “é como um puzzle que se vai compon<strong>do</strong> e cada<br />
peça ajuda a próxima a ser <strong>de</strong>senvolvida”. A componente específica<br />
<strong>do</strong> projeto “E-maintenance” centrou-se na parte da manutenção, na<br />
análise das <strong>de</strong>gradações e na criação <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s capaz <strong>de</strong><br />
automatizar o processo <strong>de</strong> resposta antecipada, aos problemas na área<br />
da manutenção.<br />
Zita vale, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> ISEP que orientou o trabalho <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em<br />
conjunto com Adriano Santos, explica que o problema é que em locais<br />
inóspitos não há massa humana qualificada. Acaba por ser impossível<br />
ter este tipo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong> forma sustentada, porque não<br />
há técnicos qualifica<strong>do</strong>s para resolver os problemas na hora, paran<strong>do</strong><br />
a produção”. Com este sistema <strong>de</strong> manutenção, as unida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m<br />
funcionar e resolver automaticamente as suas falhas, sem quebras na<br />
produção. Para além disso, ao automatizar to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> manutenção,<br />
é possível reduzir os tempos <strong>de</strong> espera <strong>de</strong> entrada e saída <strong>de</strong><br />
veículos e aumentar a produtivida<strong>de</strong>. Zita vale remata, “a manutenção<br />
é um <strong>do</strong>s fatores que contribui para a produtivida<strong>de</strong>. o facto <strong>de</strong> haver<br />
um sistema <strong>de</strong> manutenção remota, através <strong>do</strong> qual é possível ace<strong>de</strong>r<br />
a qualquer fábrica no mun<strong>do</strong> e verificar o que se está a passar, resolven<strong>do</strong><br />
o problema na hora, é, <strong>de</strong> facto, uma gran<strong>de</strong> vantagem”.<br />
no que respeita ao investimento <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong>ste projeto, Rui<br />
Abreu confessa que, para uma empresa, se trata <strong>de</strong> um investimento<br />
avulta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> início, mas cujo retorno é rápi<strong>do</strong>. “o facto <strong>de</strong> existir hipótese<br />
<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e disponibilização <strong>de</strong> informação<br />
já sistematizada acerca <strong>do</strong> processo industrial compensa, por si só, o<br />
eleva<strong>do</strong> investimento”. Zita vale reforça esta i<strong>de</strong>ia: “Cada problema que<br />
surja, mesmo que se verifique apenas num curto espaço <strong>de</strong> tempo,<br />
po<strong>de</strong> significar gran<strong>de</strong>s perdas em termos económicos. ou seja, ter um<br />
sistema que minimiza falhas é muito mais vantajoso e, por esta perspetiva,<br />
o retorno acaba por ser muito rápi<strong>do</strong>”.
24<br />
a nossa TecnoLogia<br />
A PERSEVERANçA E AMBIçãO COMO<br />
FORçA DE ARRANqUE<br />
Rui Abreu explica-nos que, muitas vezes, “as empresas não têm disponibilida<strong>de</strong><br />
nem meios para produzir investigação e encontrar novos<br />
méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> funcionamento”. E é aí, alu<strong>de</strong>, “que <strong>de</strong>vem entrar<br />
as instituições <strong>de</strong> ensino superior, dispostas a colmatar essas falhas”.<br />
Acrescenta ainda que “o facto <strong>de</strong> haver canais <strong>de</strong> comunicação abertos<br />
ajuda a que se consiga evoluir e estar sempre atento a novas abordagens<br />
e novos projetos que vão surgin<strong>do</strong>”. Se, por um la<strong>do</strong>, as empresas<br />
beneficiam <strong>do</strong> conhecimento importa<strong>do</strong> da aca<strong>de</strong>mia, por outro, as<br />
escolas <strong>de</strong> ensino superior beneficiam <strong>do</strong> conhecimento adquiri<strong>do</strong> nas<br />
experiências da vida industrial real e <strong>do</strong> trabalho no terreno.<br />
Rui Abreu foi o primeiro aluno no ISEP a terminar a dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong><br />
em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica - Sistemas Elétricos <strong>de</strong> Energia. “o<br />
Rui é um exemplo <strong>de</strong> aluno que nós gostávamos <strong>de</strong> ter muitas vezes,<br />
e temos”, congratulam-se os orienta<strong>do</strong>res, Zita vale e Adriano Santos.<br />
De acor<strong>do</strong> com os <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> ISEP, o facto <strong>de</strong> Rui Abreu ter “uma<br />
ativida<strong>de</strong> profissional há vários anos, e ter já uma maturida<strong>de</strong> ao nível<br />
<strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> engenharia e aplicação real no dia-a-dia da indústria é<br />
muito importante para iniciar um projeto como este”.<br />
A IMPORTâNCIA DA<br />
MULTIDISCIPLINARIDADE<br />
o projeto <strong>de</strong> Rui Abreu envolve o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica,<br />
o Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica (CIDEM) e o Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento<br />
e Apoio à Decisão (GECAD). E esta “mistura” <strong>de</strong> saberes é,<br />
segun<strong>do</strong> o próprio, fundamental para o sucesso <strong>do</strong> projeto. “Quan<strong>do</strong><br />
entramos no terreno e na indústria <strong>de</strong>ve haver uma distância da tendência<br />
académica que leva a centralizarmo-nos num conhecimento<br />
muito específico. A realida<strong>de</strong> acaba por ser pluridisciplinar”. ou seja,<br />
um sistema po<strong>de</strong> estar em perfeitas condições ao nível eletrotécnico,<br />
mas se houver uma falha mecânica, acaba por não funcionar. Para Rui<br />
Abreu, a ajuda <strong>de</strong> <strong>do</strong>is professores - Zita vale e Adriano Santos - com<br />
conhecimentos distintos, mas complementares, foi “fundamental” e<br />
acabou por “tornar o projeto mais rico, mais sustenta<strong>do</strong> e sóli<strong>do</strong>”. Para<br />
os professores que orientaram o trabalho, “a experiência <strong>do</strong> Rui foi importantíssima.<br />
os anos que ele tem <strong>de</strong> trabalho na indústria <strong>de</strong>ram-lhe<br />
consciência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementar os saberes”.<br />
outro mérito <strong>de</strong> Rui Abreu foi, segun<strong>do</strong> os seus orienta<strong>do</strong>res, uma vez<br />
avança<strong>do</strong> o projeto, “ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantê-lo vivo ao longo <strong>do</strong><br />
tempo. é um problema que existe com os alunos, porque a vida profissional<br />
e familiar po<strong>de</strong> absorver muito tempo. o Rui sabia que o trabalho<br />
<strong>de</strong> tese era para ir fazen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias e conseguiu terminá-lo<br />
com sucesso”.<br />
Adriano Santos não poupa elogios e conclui, “ o Rui superou tu<strong>do</strong> aquilo<br />
que estávamos à espera. Ele veio valorizar a i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong>s nossos mestra<strong>do</strong>s.<br />
é a prova <strong>de</strong> que os nossos alunos <strong>de</strong>vem entrar no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho, e só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>cidir o tipo <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> que querem fazer para<br />
virem com uma postura diferente. o Rui veio <strong>de</strong>monstrar as potencialida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong>s nossos mestra<strong>do</strong>s”.<br />
UM VERDADEIRO TRABALHO gLOBAL<br />
o projeto está a ser implementa<strong>do</strong> em Portugal e, num futuro próximo,<br />
será instala<strong>do</strong> em unida<strong>de</strong>s industriais em Angola, Moçambique, áfrica<br />
<strong>do</strong> Sul e Índia. De acor<strong>do</strong> com Rui Abreu, “em cada cliente surgem<br />
novas dificulda<strong>de</strong>s”. Rui Abreu cita o caso específico <strong>do</strong> Egito, on<strong>de</strong> o<br />
gran<strong>de</strong> problema “residiu na programação das consolas, porque foi necessário<br />
usar símbolos iconográficos, em vez <strong>do</strong> alfabeto tradicional.<br />
Por isso, foi necessário arranjar um tradutor”. Assim, “programar um<br />
simples equipamento em laboratório, que em Portugal seria feito na<br />
hora, no Egito tornou-se uma dificulda<strong>de</strong> enorme”, acrescenta. De acor<strong>do</strong><br />
com o autor <strong>do</strong> trabalho, o sistema <strong>de</strong> e-maintenace po<strong>de</strong> ser adapta<strong>do</strong><br />
a “qualquer tipo <strong>de</strong> indústria, como por exemplo, a da ma<strong>de</strong>ira.”
eves<br />
25<br />
LABORATÓRIO<br />
AUTOMÓVEL RECEBE<br />
NOVA VIATURA TOYOTA<br />
Fruto <strong>do</strong> protocolo entre o ISEP e a Toyota<br />
Caetano Portugal, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica (DEM) recebeu mais uma<br />
viatura da marca nipónica para ser usada para<br />
fins educativos.<br />
o ISEP é a única instituição <strong>de</strong> ensino superior<br />
em Portugal parceira <strong>do</strong> Toyota Educational<br />
Program (TEP). Este programa disponibiliza<br />
viaturas para que os estudantes possam apreen<strong>de</strong>r<br />
processos, através <strong>de</strong> uma meto<strong>do</strong>logia<br />
prática hands-on.<br />
empresas. Esta iniciativa incentiva a apresentação<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócios, propon<strong>do</strong>-se a<br />
servir <strong>de</strong> “tubo <strong>de</strong> ensaio” para a validação <strong>do</strong><br />
mo<strong>de</strong>lo ou conceito <strong>de</strong> negócio.<br />
o projeto <strong>do</strong> engenheiro informático forma<strong>do</strong><br />
no ISEP consiste numa re<strong>de</strong> social <strong>de</strong><br />
criação e partilha <strong>de</strong> wishlists. «Em 2009, para<br />
terminar a licenciatura, <strong>de</strong>cidi materializar<br />
esta i<strong>de</strong>ia na disciplina <strong>de</strong> projeto/estágio»,<br />
comentou Luís Rocha.<br />
o agora mestran<strong>do</strong> <strong>do</strong> ISEP em <strong>Engenharia</strong><br />
Informática – Arquiteturas, Sistemas e Re<strong>de</strong>s<br />
aproveitou conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s no<br />
mestra<strong>do</strong>, «ao nível <strong>de</strong> tecnologias móveis e<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo» para aprimorar esta ferramenta<br />
digital.<br />
A MyListBox está já «a ganhar uma dimensão<br />
tal, que está a atrair parceiros bem conheci<strong>do</strong>s<br />
no merca<strong>do</strong>», acrescentou.<br />
As instalações agropecuárias necessitam<br />
<strong>de</strong> energia elétrica para o funcionamento e<br />
aquecimento das instalações, contu<strong>do</strong> toda a<br />
energia consumida costuma ser contratada à<br />
re<strong>de</strong> pública. o projeto <strong>de</strong> Bruno Teixeira vem<br />
agora analisar o potencial <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />
estabilização anaeróbia para valorização <strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>jetos animais na produção <strong>de</strong> biogás.<br />
o estu<strong>do</strong> propõe que as agropecuárias po<strong>de</strong>m<br />
produzir a própria energia, chegan<strong>do</strong>,<br />
em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s casos, à autossuficiência ou<br />
mesmo a exportação <strong>de</strong> energia para a re<strong>de</strong><br />
pública. Esta solução permitiria garantir a segurança<br />
energética das instalações, reduzir<br />
emissões <strong>de</strong> gases nocivos e obter um retorno<br />
financeiro consi<strong>de</strong>rável.<br />
o objetivo é possibilitar a execução <strong>de</strong> operações<br />
em viaturas reais, <strong>de</strong>signadamente<br />
operações <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontagem e montagem e<br />
o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os componentes técnicos.<br />
A ligação entre o ISEP e a Toyota Caetano Portugal<br />
iniciou-se em 1995 e espelha a confiança<br />
<strong>de</strong>positada pela representante das marcas<br />
Toyota e Lexus na qualida<strong>de</strong> da formação oferecida<br />
pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Se, por um la<strong>do</strong>, o ISEP recebe equipamento<br />
<strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> valor didático e a Toyota promove<br />
a prospeção <strong>de</strong> jovens talentos, e quem mais<br />
beneficia são os futuros diploma<strong>do</strong>s, que usufruem<br />
<strong>de</strong> uma formação com condições ímpares<br />
<strong>de</strong> aprendizagem.<br />
MYLISTBOx NA FINAL DO<br />
8º POLIEMPREENDE<br />
o projeto MyListBox, <strong>de</strong> Luís Rocha, venceu<br />
a fase regional norte e é finalista <strong>do</strong> 8º Concurso<br />
Poliempreen<strong>de</strong> – Projetos <strong>de</strong> vocação<br />
Empresarial. o estudante vítor Soares e o<br />
professor José Santos, ambos da área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Eletrotécnica, classificaram-se em 3º<br />
lugar da fase regional com o projeto Transformação<br />
<strong>de</strong> viaturas.<br />
o Poliempreen<strong>de</strong> é um concurso <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />
promovi<strong>do</strong> pelos institutos<br />
politécnicos, com vista a apoiar a criação <strong>de</strong><br />
VIABILIDADE DE<br />
CENTRAIS DE MICROgERAçãO<br />
NO SETOR DA<br />
AgROPECUÁRIA<br />
o ISEP é uma escola <strong>de</strong> saber aplica<strong>do</strong>, que<br />
tem procura<strong>do</strong> parcerias para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> em ambiente<br />
académico-empresarial. Um exemplo é a<br />
dissertação <strong>de</strong> Bruno Teixeira, <strong>de</strong>senvolvida<br />
com a Magnetic Fields para o mestra<strong>do</strong> em<br />
<strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica – Sistemas Elétricos<br />
<strong>de</strong> Energia.<br />
“Análise da viabilida<strong>de</strong> Económica da Implementação<br />
<strong>de</strong> uma Central <strong>de</strong> Micro-geração<br />
no Sector da Agropecuária” estuda a valorização<br />
energética <strong>do</strong> biogás produzi<strong>do</strong> por<br />
afluentes agropecuários.<br />
BARCHETTA ACELEROU<br />
EM BRAgA<br />
A Barchetta 00 esteve em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
no circuito vasco Sameiro, durante to<strong>do</strong> o<br />
mês <strong>de</strong> agosto. Contan<strong>do</strong> com o apoio <strong>do</strong> KIB/<br />
CAM e com o piloto Pedro Matos ao volante,<br />
a equipa aproveitou bem as características da<br />
pista bracarense.<br />
o primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> teste esteve, este verão,<br />
em exposição no Circuito da Boavista, seguin<strong>do</strong>-se<br />
os primeiros testes dinâmicos em Braga.<br />
«Apesar das exigentes condições climatéricas,<br />
foi possível rodar sem problemas mecânicos e<br />
recolher informações úteis para a evolução dinâmica<br />
<strong>do</strong> carro», apontou o <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> DEM,<br />
Luís Miranda Torres.<br />
Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mentor <strong>do</strong> projeto,<br />
«foram testa<strong>do</strong>s alguns setups, que permitiram<br />
melhorar o comportamento <strong>do</strong> carro e registar<br />
tempos muito próximos <strong>de</strong> 1 minuto e<br />
40 segun<strong>do</strong>s por volta». Atualmente o tempo<br />
por volta é inferior a 1 minuto e 34 segun<strong>do</strong>s.<br />
os resulta<strong>do</strong>s verifica<strong>do</strong>s e a boa margem <strong>de</strong><br />
progressão <strong>de</strong>ixaram a equipa satisfeita e otimista<br />
quanto à fase da sua homologação para<br />
provas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>.<br />
o responsável pelo projeto espera inaugurar<br />
um troféu, já a partir da próxima temporada.
26<br />
breves<br />
IMPACTO DAS ÁgUAS<br />
PLUVIAIS NA REDE DE<br />
SANEAMENTO<br />
Susana Barreto <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u recentemente o<br />
projeto “Impacto da Infiltração e Afluência <strong>de</strong><br />
águas Pluviais na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saneamento”. o<br />
estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong><br />
em Tecnologia e Gestão das Construção foi<br />
<strong>de</strong>staca<strong>do</strong> pela empresa águas <strong>de</strong> Gon<strong>do</strong>mar,<br />
dada a sua orientação prática, aplicabilida<strong>de</strong> e<br />
forte componente ambiental.<br />
A afluência <strong>de</strong> caudais exce<strong>de</strong>ntes aos sistemas<br />
<strong>de</strong> saneamento provoca a redução da<br />
eficiência nas ETAR, inundações urbanas, o aumento<br />
<strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> manutenção<br />
das infraestruturas e respetiva <strong>de</strong>terioração,<br />
aumentan<strong>do</strong> ainda os riscos ambientais.<br />
<strong>do</strong> litoral galego, analisou os riscos costeiros<br />
<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da possível subida <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar<br />
e apontou para um potencial agravamento<br />
<strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> erosão. o estu<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificou<br />
ainda a movimentação <strong>de</strong> blocos que<br />
estavam estabiliza<strong>do</strong>s, revelan<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong><br />
dinamismo na costa galega.<br />
Como instrumento-chave os investiga<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> LABCARGA concetualizaram uma área<br />
<strong>de</strong> Dinâmica Litoral, que <strong>de</strong>limita zonas <strong>de</strong><br />
risco a médio e longo prazo e constitui um<br />
elemento crucial para preservar a segurança<br />
das populações.<br />
o projeto foi coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por hel<strong>de</strong>r Chaminé<br />
(LABCARGA) e pelo geógrafo Augusto<br />
Pérez Alberti (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong><br />
Compostela). A participação <strong>do</strong> ISEP contou<br />
ainda com os contributos das investiga<strong>do</strong>ras<br />
Ana Pires, Catarina Rodrigues e Liliana Freitas.<br />
os resulta<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> financia<strong>do</strong> pelo<br />
Ministério <strong>do</strong> Meio Ambiente, Território e Infraestruturas<br />
espanhol foram apresenta<strong>do</strong>s na<br />
britânica ICE’s 7 th Conference on Coastal Management,<br />
ten<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> o prémio <strong>de</strong> melhor<br />
comunicação.<br />
o projeto aborda esferas da saú<strong>de</strong> pública –<br />
informação das características nutricionais e<br />
<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> contaminação por poluentes<br />
aos consumi<strong>do</strong>res –, analíticas – <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> biossensores – e ambientais<br />
– monitorização <strong>do</strong> ambiente marinho.<br />
Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo GRAQ, o estu<strong>do</strong> conta com a<br />
participação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação Marinha<br />
e Ambiental (CIIMAR), universida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />
<strong>Porto</strong> e <strong>de</strong> Coimbra e da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Química e<br />
Tecnologia – Laboratório Associa<strong>do</strong> para a<br />
Química ver<strong>de</strong> (REQUIMTE), sen<strong>do</strong> financia<strong>do</strong><br />
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia<br />
(FCT).<br />
o projeto <strong>de</strong> Susana Barreto preten<strong>de</strong>u avaliar<br />
os impactos das águas pluviais na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saneamento<br />
e sistematizar potenciais soluções.<br />
A mestre ISEP quantificou caudais exce<strong>de</strong>ntes,<br />
i<strong>de</strong>ntificou subsistemas críticos e apresentou<br />
técnicas <strong>de</strong> <strong>de</strong>teção e reparação, abrin<strong>do</strong> caminho<br />
à implementação das ações <strong>de</strong> acompanhamento<br />
e controlo <strong>do</strong>s caudais.<br />
A engenheira civil tornou-se na primeira mestre<br />
<strong>do</strong> curso <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
<strong>do</strong> Civil (DEC), ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> avaliada com a classificação<br />
final <strong>de</strong> 17 valores. «Um trabalho brilhante»,<br />
segun<strong>do</strong> Rui Camposinhos, <strong>do</strong>cente<br />
<strong>do</strong> DEC e presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> júri da prova.<br />
ESTUDO LABCARgA<br />
ALERTA PARA EROSãO<br />
COSTEIRA NA gALIZA<br />
“Estu<strong>do</strong> da Erosão Costeira na Costa da Galícia”,<br />
elabora<strong>do</strong> pelo Laboratório <strong>de</strong> Cartografia<br />
e Geologia Aplicada em parceria com a Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela, alerta<br />
para os níveis <strong>de</strong> erosão <strong>de</strong>teta<strong>do</strong>s e insta uma<br />
maior pon<strong>de</strong>ração na planificação urbanística<br />
para evitar problemas futuros.<br />
o projeto CartGalicia, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no âmbito<br />
da elaboração <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />
AVALIAR A<br />
SEgURANçA<br />
ALIMENTAR DOS<br />
CEFALÓPODES<br />
Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a importância das espécies<br />
marinhas na dieta humana e o facto <strong>de</strong> os<br />
cefalópo<strong>de</strong>s (polvo, lula, choco,...) serem das<br />
espécies mais apreciadas pelos consumi<strong>do</strong>res<br />
portugueses, o Grupo <strong>de</strong> Reação e Análises<br />
Químicas (GRAQ) <strong>de</strong>cidiu estudar os benefícios<br />
e potenciais riscos <strong>do</strong> seu consumo.<br />
Este projeto na área da segurança alimentar –<br />
uma das especialida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> GRAQ –, preten<strong>de</strong><br />
analisar os potenciais impactos <strong>do</strong> aumento<br />
<strong>de</strong> metais pesa<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> hidrocarbonetos<br />
aromáticos policíclicos (PAh) – compostos<br />
poluentes com proprieda<strong>de</strong>s mutagénicas e<br />
carcinogénicas – na água <strong>do</strong> mar e nos cefalópo<strong>de</strong>s.<br />
CISTER INICIA qUATRO<br />
NOVOS PROJETOS DE<br />
INVESTIgAçãO DE<br />
PONTA<br />
o CISTER submeteu seis candidaturas <strong>de</strong><br />
projetos <strong>de</strong> investigação à FCT. Três foram<br />
classificadas com “excelente” e serão alvo <strong>de</strong><br />
financiamento. To<strong>do</strong>s os novos projetos <strong>do</strong><br />
CISTER inci<strong>de</strong>m nas competitivas áreas da<br />
Computação e <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica e <strong>de</strong><br />
Computa<strong>do</strong>res.<br />
os projetos REGAIn (Real-time scheduling on<br />
general purpose graphics processor units);<br />
SMARTS (Slack Management in hierarchical<br />
Real-Time Systems) e SMARTSKIn (Densely<br />
Instrumented Physical Infrastructures) representam<br />
um total <strong>de</strong> financiamento próximo<br />
<strong>do</strong>s 450 mil euros para o ISEP e serão orienta<strong>do</strong>s<br />
por Björn An<strong>de</strong>rsson, Stefan Petters e<br />
Eduar<strong>do</strong> Tovar, respetivamente.<br />
o CISTER participará igualmente num projeto<br />
aprova<strong>do</strong> em parceria com as universida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e <strong>do</strong> Minho: o AvIACC (Analysis
eves<br />
27<br />
and verification of Critical Concurrent Programs).<br />
Miguel Pinho coor<strong>de</strong>na os pacotes <strong>de</strong><br />
trabalho a cargo <strong>do</strong> ISEP.<br />
Esta é uma taxa <strong>de</strong> aceitação notável por parte<br />
<strong>do</strong> centro <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong> ISEP, igualan<strong>do</strong><br />
as classificações alcançadas nos últimos<br />
<strong>do</strong>is anos.<br />
APRESENTAçãO DE<br />
RESULTADOS DO<br />
PROJETO PULTREFICAZ<br />
o ISEP apresentou os resulta<strong>do</strong>s finais <strong>do</strong> PultrEficaz.<br />
o principal <strong>de</strong>staque vai para o sucesso<br />
<strong>do</strong> projeto, já que os principais objetivos<br />
foram amplamente consegui<strong>do</strong>s.<br />
Financia<strong>do</strong> pela Agência <strong>de</strong> Inovação (Adi), o<br />
PultrEficaz – Projeto <strong>de</strong> otimização da Eficiência<br />
<strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> Pultrusão assentou numa<br />
parceria entre o ISEP, a Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
e a empresa ALTo, Perfis Pultrudi<strong>do</strong>s, com<br />
vista a aumentar a eficiência energética e ambiental<br />
<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> pultrusão.<br />
na prova <strong>do</strong> Estoril, a ISEP Race Engineering<br />
partiu da quinta posição na primeira manga,<br />
ten<strong>do</strong> consegui<strong>do</strong> recuperar um lugar. Feito<br />
o aquecimento, a equipa <strong>do</strong> ISEP impôs-se na<br />
segunda manga sen<strong>do</strong> a primeira a cruzar a<br />
meta. Contu<strong>do</strong>, uma penalização <strong>de</strong> 30 segun<strong>do</strong>s<br />
traduziu-se na <strong>de</strong>scida para 14º lugar.<br />
na terceira e <strong>de</strong>cisiva manga, os estudantes<br />
<strong>do</strong> DEM <strong>de</strong>ram estão mostras da sua competência<br />
e resiliência, arrancan<strong>do</strong> da sétima<br />
posição para fazer a volta mais rápida <strong>do</strong> fim-<br />
-<strong>de</strong>-semana e vencer com uma boa margem.<br />
no geral, a ISEP Race Engineering alcançou o<br />
segun<strong>do</strong> lugar geral no Estoril, estan<strong>do</strong> agora<br />
<strong>de</strong> olhos postos no pódio <strong>do</strong> campeonato.<br />
Para tal, <strong>de</strong>finiu indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> eco-eficiência,<br />
que permitissem aumentar a flexibilida<strong>de</strong><br />
produtiva industrial, com vista à valorização<br />
material <strong>do</strong>s resíduos gera<strong>do</strong>s pelo processo<br />
e à redução <strong>do</strong>s consumos energéticos.<br />
A cerimónia <strong>de</strong> apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />
finais <strong>de</strong>correu na EXPonoR e incluiu <strong>do</strong>is seminários<br />
e um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate.<br />
MOBILIDADE<br />
INTELIgENTE<br />
o Departamento <strong>de</strong> Matemática (DMA) está a<br />
trabalhar num projeto que procura respon<strong>de</strong>r<br />
ao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>do</strong>tar os robôs <strong>de</strong> uma mobilida<strong>de</strong><br />
inteligente e adaptativa. Uma potencial<br />
aplicação passa pelas tecnologias usadas em<br />
membros artificiais, contribuin<strong>do</strong> para a mobilida<strong>de</strong>,<br />
autonomia e reabilitação <strong>de</strong> pessoas<br />
com membros amputa<strong>do</strong>s.<br />
Lançada em 2010, “Geração <strong>de</strong> Trajetórias em<br />
Tempo Real <strong>de</strong> Robôs Quadrúpe<strong>de</strong>s Usan<strong>do</strong><br />
Sistemas Dinâmicos”, preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
um mo<strong>de</strong>lo gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> locomoção<br />
para robôs quadrúpe<strong>de</strong>s. o objetivo é<br />
permitir que robôs li<strong>de</strong>m com ambientes <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s,<br />
sen<strong>do</strong> capazes <strong>de</strong> gerar, adaptar<br />
e controlar autonomamente o complexo<br />
comportamento locomotor.<br />
«Aborda-se o problema <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma arquitetura <strong>de</strong> controla<strong>do</strong>r <strong>de</strong> malha<br />
fechada, inspirada no mo<strong>de</strong>lo funcional <strong>de</strong><br />
sistemas motores biológicos, que po<strong>de</strong>m gerar<br />
e adaptar, em tempo real, os movimentos<br />
locomotores», <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />
DMA, Carla Pinto.<br />
o sistema <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, em parceria com a<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, será implementa<strong>do</strong> e<br />
testa<strong>do</strong> em robôs reais (como um AIBo) e em<br />
ambiente simula<strong>do</strong>.<br />
Ana Meira Castro, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Matemática, foi a responsável pelos trabalhos<br />
no ISEP.<br />
ISEP RACE ENgINEERINg<br />
MOSTRA A SUA gARRA<br />
NO ESTORIL<br />
A ISEP Race Engineering aproximou-se <strong>do</strong> pódio<br />
<strong>do</strong> Troféu Challenge Desafio Único, após<br />
a prova no Autódromo <strong>do</strong> Estoril. Esta competição<br />
entre equipas <strong>do</strong> ensino superior é<br />
aberta a estudantes com um gosto especial<br />
pelo automobilismo.<br />
A equipa <strong>do</strong> ISEP – ISEP Race Engineering –<br />
é composta por estudantes <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica Automóvel, com ida<strong>de</strong>s entre os<br />
18 e 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A equipa orientada<br />
pelo professor Luís Miranda Torres, aproveita<br />
valências <strong>do</strong> Laboratório Automóvel e conta<br />
com o patrocínio da empresa Gianfranco.<br />
MESTRANDA EM<br />
ENgENHARIA CIVIL<br />
RECEBE PRÉMIO SIKA<br />
Joana Almeida, licenciada pelo ISEP on<strong>de</strong> se<br />
encontra a frequentar o mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />
Civil, conquistou a primeira edição <strong>do</strong><br />
Prémio Sika: Soluções Técnicas e Responsabilida<strong>de</strong><br />
Social. Destina<strong>do</strong> a finalistas e recém-<br />
-licencia<strong>do</strong>s em engenharia civil e Arquitetura,<br />
o concurso da SIKA Portugal pretendia<br />
alavancar a reabilitação <strong>de</strong> edifícios <strong>de</strong> instituições<br />
particulares <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> social.<br />
Competin<strong>do</strong> contra 36 concorrentes oriun<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong>s institutos politécnicos <strong>de</strong> Coimbra e Leiria<br />
e das universida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Minho, Técnica<br />
<strong>de</strong> Lisboa, Fernan<strong>do</strong> Pessoa e Lusófona, o<br />
projeto <strong>de</strong> Joana Almeida incidiu na reabilitação<br />
<strong>do</strong> edifício da Associação nun’álvares <strong>de</strong><br />
Campanhã.<br />
A proposta surgiu na sequência da unida<strong>de</strong><br />
curricular <strong>de</strong> Conservação e Reabilitação <strong>de</strong> Edi-
28<br />
breves<br />
fícios, lecionada por Rui Pessanha Taborda, sen<strong>do</strong><br />
eleito como a melhor solução <strong>do</strong> concurso.<br />
o júri constituí<strong>do</strong> por personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevo<br />
na área da reabilitação, incluin<strong>do</strong> vasco<br />
Freitas (Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>), Grandão Lopes<br />
(Laboratório nacional <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil)<br />
e Cristina Macha<strong>do</strong> (or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros),<br />
<strong>de</strong>stacou mesmo a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> projeto.<br />
Além da atribuição <strong>de</strong> um estágio remunera<strong>do</strong><br />
na SIKA, Joana Almeida terá agora a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhar <strong>de</strong> perto a execução<br />
<strong>do</strong> seu projeto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização das<br />
instalações da IPSS <strong>de</strong> Campanhã.<br />
Este prémio é mais um contributo que atesta<br />
a qualida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> social da formação<br />
ISEP.<br />
Para ultrapassar este fenómeno, o trabalho da<br />
mestre Tânia Zhu analisou técnicas termográficas<br />
avançadas para a classificação automática<br />
<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e propõe o recurso a este tipo<br />
<strong>de</strong> sistemas.<br />
«Ao aplicar os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imagens termográficas,<br />
abrem-se novas perspetivas para os<br />
sistemas <strong>de</strong> vigilância em ambientes on<strong>de</strong> as<br />
câmaras tradicionais não apresentam o <strong>de</strong>sempenho<br />
a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>», aponta Paula viana,<br />
que coorientou a dissertação, juntamente<br />
com Pedro Carvalho.<br />
As câmaras termográficas são capazes <strong>de</strong> garantir<br />
a distinção <strong>de</strong> objetos (como uma pessoa<br />
e um carro); diferenciam sujeitos (pessoas distintas);<br />
e asseguram a monitorização contínua<br />
<strong>do</strong> sujeito pretendi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma automática.<br />
o projeto, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em parceria com a<br />
empresa Strong Segurança e o InESC <strong>Porto</strong>,<br />
<strong>de</strong>verá agora ser implementa<strong>do</strong> num sistema<br />
móvel <strong>de</strong> vigilância.<br />
o perfil <strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>r. o estu<strong>do</strong> analisou soluções<br />
existentes ao nível <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> recomendação<br />
<strong>de</strong> televisão e <strong>de</strong>senvolveu <strong>do</strong>is<br />
algoritmos basea<strong>do</strong>s em técnicas <strong>de</strong> filtragem<br />
colaborativa e <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s, para operacionalizar<br />
uma classificação personalizada.<br />
o conjunto <strong>de</strong> recomendações obtidas é<br />
apresenta<strong>do</strong> através da interação com uma<br />
aplicação web, o que vem permitir a integração<br />
<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os componentes <strong>do</strong> sistema.<br />
Este trabalho enquadra-se numa área <strong>de</strong> investigação<br />
que tem <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> o interesse<br />
da comunida<strong>de</strong> científica, da<strong>do</strong> o potencial<br />
<strong>de</strong> aplicação ao nível <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> distribuição<br />
<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s audiovisuais.<br />
A ENgENHARIA<br />
qUE TORNA OS<br />
AMBIENTES MAIS<br />
SEgUROS<br />
Dissertação <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Eletrotécnica<br />
e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res propõe a utilização<br />
<strong>de</strong> câmaras termográficas nos sistemas<br />
<strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ovigilância. Esta solução, <strong>de</strong>senvolvida<br />
em ambiente académico-empresarial, reforça<br />
a eficácia <strong>do</strong>s sistemas e contribui para garantir<br />
ambientes mais seguros.<br />
Tem cresci<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ovigilância,<br />
mas o registo <strong>de</strong> imagens é vulnerável<br />
às condições ambientais, como o nível <strong>de</strong><br />
luminosida<strong>de</strong>, chuva, nevoeiro ou mesmo o<br />
fumo a po<strong>de</strong>rem dificultar uma monitorização<br />
contínua.<br />
SISTEMAS DE<br />
RECOMENDAçãO E<br />
PERSONALIZAçãO<br />
DA TV<br />
outro projeto <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong><br />
Eletrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res avança uma<br />
proposta que permite aos opera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> televisão<br />
orientar o leque <strong>de</strong> programação para o<br />
perfil <strong>do</strong>s clientes. o trabalho <strong>de</strong> Márcio Soares<br />
propõe uma solução que melhora a personalização<br />
<strong>do</strong> serviço, aumentan<strong>do</strong> a sua qualida<strong>de</strong><br />
para o cliente e rentabiliza as grelhas <strong>de</strong><br />
programas, fortalecen<strong>do</strong> a fi<strong>de</strong>lização.<br />
Com a expansão da televisão digital o espeta<strong>do</strong>r<br />
é confronta<strong>do</strong> com um maior número<br />
<strong>de</strong> opções disponíveis, o que po<strong>de</strong> dificultar<br />
a escolha <strong>do</strong> programa a visionar. Sobrecarrega<strong>do</strong>s<br />
com informação, muitos espeta<strong>do</strong>res<br />
ten<strong>de</strong>m a efetuar zapping entre diversos<br />
canais ou resignam-se a assistir sempre aos<br />
mesmos programas.<br />
o projeto agora <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no DEE <strong>de</strong>senvolveu<br />
uma aplicação que melhora a recomendação<br />
<strong>de</strong> programas orienta<strong>do</strong>s para<br />
SABER APLICADO<br />
LEVA ISEP AO JÚRI<br />
DO EEPA 2012<br />
Ana viana, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Eletrotécnica, integra o júri internacional<br />
<strong>do</strong> Euro Excellence in Practice Award<br />
2012 (EEPA 2012). o convite vem reconhecer<br />
a experiência e elevada competência técnica<br />
em investigação aplicada <strong>de</strong> Ana viana – perfil<br />
que é imagem <strong>de</strong> marca <strong>do</strong> ISEP.<br />
«A investigação aplicada é, sem dúvida, o motor<br />
para a inovação na indústria e serviços e<br />
um fator <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> para as empresas<br />
que incorporam resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta investigação»,<br />
refere Ana viana.<br />
Este prémio científico distingue trabalhos <strong>de</strong><br />
investigação aplicada <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong>.<br />
Além <strong>do</strong> reconhecimento <strong>de</strong> excelência na<br />
área <strong>de</strong> investigação operacional, os trabalhos<br />
<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>monstrar ainda um forte impacto<br />
na área para que foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />
o júri <strong>do</strong> EEPA 2012 é composto pela professora<br />
<strong>do</strong> DEE, juntamente com Michel Bierlaire<br />
(école Polytechnique Fédérale <strong>de</strong> Lausanne,<br />
Suiça), Luca Maria Gambar<strong>de</strong>lla (IDSIA Lugano,<br />
Suiça), Gautier Stauffer (Université Bor<strong>de</strong>aux,<br />
França) e Richard hartl (Universität Wien,<br />
áustria)
provas De DouToramenTo<br />
29<br />
FENOMENOLOgIA E MODELAçãO<br />
DA AçãO DE BARREIRAS REATIVAS<br />
PERMEÁVEIS DE FERRO ELEMENTAR<br />
MICROgRANULADO SOBRE A ÁgUA<br />
CONTAMINADA COM CRÓMIO (VI)<br />
As barreiras reativas permeáveis são uma solução tecnológica à remediação<br />
<strong>de</strong> aquíferos contamina<strong>do</strong>s com poluentes <strong>de</strong> diferente origem e natureza.<br />
Embora o ferro elementar seja o material mais utiliza<strong>do</strong> para enchimento<br />
das barreiras como agente remedia<strong>do</strong>r, e o Cr(vI) esteja entre os contaminantes<br />
mais relevantes nos que se aplica esta técnica, ainda existem algumas<br />
lacunas referentes ao processo químico e suas implicações. neste<br />
trabalho foi estuda<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> remediação <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> Cr(vI) com<br />
FE(0) com o objetivo <strong>de</strong> cobrir algumas <strong>de</strong>ssas lacunas e, <strong>de</strong>sta forma, dar<br />
indicações das suas implicações no dimensionamento das barreiras.<br />
Foram ensaia<strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> ferro para <strong>de</strong>terminar a sua eficácia<br />
na remoção <strong>do</strong> Cr(vI) em função <strong>de</strong> parâmetros como a temperatura,<br />
a concentração inicial, o ph, etc..., e verificou-se a existência <strong>de</strong><br />
camadas <strong>de</strong> passivação na superfície <strong>de</strong> algumas partículas <strong>de</strong> ferro,<br />
que afetavam substancialmente a cinética <strong>do</strong> processo.<br />
A aproximação homogénea clássica à cinética <strong>do</strong> processo foi contrastada<br />
com uma aproximação heterogénea, que foi consi<strong>de</strong>rada como<br />
mais a<strong>de</strong>quada e ajustada. Foi, assim, proposto o valor <strong>de</strong> 2/3 como a<br />
or<strong>de</strong>m da reação.<br />
Foram conduzi<strong>do</strong>s ensaios para a <strong>de</strong>terminação da evolução temporal<br />
da granulometria <strong>do</strong> ferro em contacto com soluções aquosas <strong>de</strong><br />
CR(vI) <strong>de</strong> forma a obter da<strong>do</strong>s que serviram <strong>de</strong> base para ajustar mo<strong>de</strong>los<br />
cinéticos heterogéneos. os mo<strong>de</strong>los propostos são o “shrinking<br />
particle” e o “shrinking core”.<br />
Foi estabeleci<strong>do</strong> que a existência <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> camadas superficiais<br />
<strong>de</strong> alteração provoca diferentes comportamentos nas partículas<br />
e, em consequência, seguem <strong>de</strong> forma mais acentuada apenas um <strong>do</strong>s<br />
mo<strong>de</strong>los cinéticos propostos: para partículas sem camada <strong>de</strong> alteração,<br />
um mo<strong>de</strong>lo “shrinking particle” ajusta-se melhor; para partículas com camada<br />
<strong>de</strong> alteração, ajustam-se melhor a mo<strong>de</strong>los tipo “shrinking core”.<br />
Foram também analisa<strong>do</strong>s os precipita<strong>do</strong>s, comprovan<strong>do</strong>-se que existem<br />
vários tipos, o que indica que para além da formação <strong>de</strong> precipita<strong>do</strong>s<br />
po<strong>de</strong> existir outros processos como co-precipitação, e que estes<br />
estão liga<strong>do</strong>s também à existência da camada <strong>de</strong> passivação.<br />
Por último, foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s parâmetros cinéticos para diferentes<br />
cenários que po<strong>de</strong>m dar indicações no dimensionamento das barreiras.<br />
Nome<br />
António vega y <strong>de</strong> La Fuente<br />
Área Científica<br />
<strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Ambiente<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor <strong>do</strong>utor António Manuel Antunes Fiúza (UP)<br />
Professora <strong>do</strong>utora Cristina Delerue Matos (ISEP)<br />
Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
Dezembro 2011
30 provas De DouToramenTo<br />
CAPACIDADE ANTIOxIDANTE DE<br />
BEBIDAS AROMATIZADAS:<br />
ÁgUAS E CHÁS<br />
HIDROgEOMORFOLOgIA E<br />
SUSTENTABILIDADE DE RECURSOS<br />
HÍDRICOS SUBTERRâNEOS<br />
A produção contínua <strong>de</strong> radicais livres, durante os processos metabólicos,<br />
é compensada pelos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antioxidante. Estes<br />
visam eliminar ou reduzir os níveis <strong>de</strong>stes radicais nas células e, assim,<br />
proteger o organismo <strong>do</strong>s seus efeitos pejorativos.<br />
os alimentos (fruta, chá, legumes) são uma boa fonte exógena <strong>de</strong> antioxidantes.<br />
Aproveitan<strong>do</strong> o facto <strong>de</strong> estes alimentos representarem<br />
uma boa fonte exógena <strong>de</strong> antioxidantes, são constantemente lança<strong>do</strong>s<br />
no merca<strong>do</strong> novos produtos, sen<strong>do</strong> a água com sabores um<br />
exemplo. As águas com sabores são baseadas na adição <strong>de</strong> aromas e<br />
<strong>de</strong> sumos <strong>de</strong> fruta à água natural.<br />
A água subterrânea <strong>de</strong> rochas duras é uma fonte importante para fins<br />
<strong>do</strong>mésticos, industriais e agrícolas e mesmo para o consumo humano.<br />
A hidrogeomorfologia é um <strong>do</strong>mínio interdisciplinar emergente, que<br />
estuda as relações entre as unida<strong>de</strong>s geomorfológicas, as unida<strong>de</strong>s hidrogeológicas<br />
e o regime das águas subterrâneas <strong>de</strong> uma dada região.<br />
A compreensão <strong>do</strong> papel da geomorfologia aplicada é essencial para<br />
avaliar <strong>de</strong> forma rigorosa os sistemas hidrogeológicos e os recursos hídricos<br />
subterrâneos.<br />
Foi criada, em ambiente SIG, uma base <strong>de</strong> geoda<strong>do</strong>s, essencialmente<br />
<strong>de</strong>rivada da <strong>de</strong>teção remota, da cartografia e <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> campo.<br />
Esta base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, organizada em diferentes níveis <strong>de</strong> informação,<br />
inclui uma avaliação principalmente focalizada no uso <strong>do</strong> solo, climatologia,<br />
<strong>de</strong>clives, geologia, geomorfologia e hidrogeologia.<br />
os setores em estu<strong>do</strong> (Caldas da Cavaca, Termas <strong>de</strong> Entre-os-Rios,<br />
águas <strong>de</strong> Arouca e águas <strong>do</strong> Alar<strong>do</strong>) estão localiza<strong>do</strong>s em sistemas hidrogeológicos<br />
pre<strong>do</strong>minantemente constituí<strong>do</strong>s por rochas graníticas.<br />
A interligação entre os parâmetros geomorfológicos, hidrológicos e<br />
hidrogeológicos <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> água subterrânea “normal” e hidromineral,<br />
<strong>de</strong>staca a importância <strong>de</strong> uma cartografia aplicada e duma<br />
mo<strong>de</strong>lação conceptual hidrogeomorfológica.<br />
o trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento, intitula<strong>do</strong> “Capacida<strong>de</strong> antioxidante <strong>de</strong><br />
bebidas aromatizadas: águas e chás”, <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> a 25 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2011,<br />
na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmácia da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, especialida<strong>de</strong> em<br />
Química Analítica, e realiza<strong>do</strong> no Grupo <strong>de</strong> Reação e Análises Químicas<br />
(GRAQ) <strong>do</strong> ISEP, em parceria com a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Farmácia da UP sob<br />
orientação da professora Maria Beatriz Prior Pinto oliveira, visou, essencialmente,<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s analíticos alternativos,<br />
basea<strong>do</strong>s em biossensores <strong>de</strong> ADn para a <strong>de</strong>terminação da capacida<strong>de</strong><br />
antioxidante <strong>de</strong>stas bebidas.<br />
Além disso, contribuirá para um melhor apoio à <strong>de</strong>cisão na gestão<br />
sustentável <strong>do</strong>s recursos hídricos, com implicações no or<strong>de</strong>namento<br />
territorial e engenharia.<br />
Preten<strong>de</strong>u-se assim melhorar o conhecimento acerca da composição<br />
química e antioxidante e fazer uma valorização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bebida,<br />
<strong>do</strong> qual o consumi<strong>do</strong>r não tem nenhum tipo <strong>de</strong> conhecimento sobre<br />
o seu efeito na saú<strong>de</strong>.<br />
Nome<br />
Maria <strong>de</strong> Fátima <strong>de</strong> Sá Barroso<br />
Área Científica<br />
Ciências Farmacêuticas, especialida<strong>de</strong> em Química Analítica<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professora <strong>do</strong>utora Maria Beatriz Prior Pinto oliveira (UP)<br />
Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
Julho 2011<br />
Nome<br />
José Augusto Alves Teixeira<br />
Área Científica<br />
Geociências (hidrogeologia, Cartografia e Geomorfologia Aplicada)<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor <strong>do</strong>utor Fernan<strong>do</strong> Rocha (UA)<br />
Professor <strong>do</strong>utor hel<strong>de</strong>r I. Chaminé (ISEP)<br />
Instituição <strong>de</strong> Ensino<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro | Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
Dezembro 2011
provas De DouToramenTo<br />
31