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FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES<br />
Por meio de signos verbais e/ou não-verbais o sujeito é capaz<br />
de significar o mun<strong>do</strong> para o outro. Isso significa dizer que a comunicação<br />
parte de um processo de semiotização de mun<strong>do</strong>, elabora<strong>do</strong><br />
através de um processo de transformação entre o mun<strong>do</strong> a ser significa<strong>do</strong><br />
e o mun<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> e um processo de transação (b<strong>as</strong>e da<br />
construção <strong>do</strong> contr<strong>ato</strong> de comunicação) entre o sujeito comunicante<br />
e o sujeito interpretante-destinatário (CHARAUDEAU, 1995: 101).<br />
Processo de semiotização <strong>do</strong> mun<strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> < sujeito > mun<strong>do</strong> < sujeito<br />
a significar comunicante significa<strong>do</strong> interpretante<br />
processo de transformação<br />
processo de transação<br />
(CHARAUDEAU, 1995: 101)<br />
Enquanto o processo de transformação compreende <strong>as</strong> operações<br />
de identificação (identidades nominais), qualificação (identidades<br />
descritiv<strong>as</strong>), ação (identidades narrativ<strong>as</strong>) e causação (os seres<br />
agem em razão de certos motivos), o processo de transação realiz<strong>as</strong>e<br />
segun<strong>do</strong> quatro princípios: de alteridade, de pertinência, de influência<br />
e de regulação.<br />
Pode-se concluir que to<strong>do</strong> processo de comunicação se constrói<br />
através de uma interação real ou suposta entre <strong>do</strong>is parceiros<br />
(princípio da alteridade), em que cada um desses parceiros procura<br />
modificar, ou seja, influenciar os comportamentos ou pensamentos<br />
<strong>do</strong> outro (princípio da influência). Nesse processo de comunicação,<br />
cada um <strong>do</strong>s parceiros deve administrar a troca de maneira a torná-la<br />
possível (princípio da regulação) e tornar o processo váli<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong><br />
um saber em comum (princípio da pertinência).<br />
Assim, não existe <strong>ato</strong> de comunicação em si mesmo. Durante<br />
a construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong>, os sujeitos estão em franco processo de interlocução,<br />
compartilham saberes e des<strong>do</strong>bram-se em <strong>do</strong>is "eus" e<br />
<strong>do</strong>is "tus".<br />
Como afirma Charaudeau (2001: 31-2), to<strong>do</strong> <strong>ato</strong> de linguagem<br />
é uma encenação que comporta quatro protagonist<strong>as</strong>, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>is situacionais,<br />
externos e <strong>do</strong>is discursivos, internos. Os sujeitos “externos”<br />
são o EUc (eu-comunicante) e o TUi (tu-interpretante) e os sujeitos<br />
“internos”, o EUe (eu-enuncia<strong>do</strong>r) e o TUd (tu-destinatário).<br />
SOLETRAS, Ano VI, N° 11. São Gonçalo: UERJ, jan./jun.2006 75