Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário
Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário
Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
4| 11 ABRIL 2005<br />
[ flash ]<br />
Voluntariado Jovem<br />
<strong>Missão</strong>:<br />
“Muitas coisas pequenas, em muitos<br />
lugares pequenos, feitas por muita gente pequena,<br />
podem transformar o <strong>Mundo</strong>” é o lema de<br />
muitos que fazem voluntariado. Nesse grupo contam-se<br />
muitos jovens universitários. Aceitaram o<br />
desafio e usam a sua liberdade para ajudar os “esquecidos”<br />
da sociedade. Testemunhos, um em<br />
Portugal outro mais internacional, a que o MU não<br />
ficou indiferente. | por Patrícia Salvador<br />
O lema da última campanha do<br />
Banco Alimentar contra a Fome (BA) dizia:<br />
«Muita gente ignora que há milhares de portugueses<br />
que continuam a passar fome.»<br />
Ana Branco, com 22 anos e no segundo do<br />
curso de Serviço Social, na Católica, não é<br />
uma dessas pessoas. Foi nessa campanha<br />
que colaborou pela primeira vez com o BA,<br />
mas antes já tinha feito «voluntariado de<br />
sem-abrigo durante 6 anos» e apenas não<br />
se compromete mais porque, afirma: «não<br />
tenho tempo.» De qualquer forma, vai voltar<br />
a participar em mais uma campanha nos<br />
próximos dias 7 e 8 de Maio e acha que «o<br />
sonho de toda a gente que faz voluntariado<br />
é que o <strong>Mundo</strong> seja um bocadinho melhor».<br />
Acredita, no entanto, que aqueles que não<br />
fazem, «estão sensibilizados, mas talvez o<br />
dia-a-dia, a falta de tempo e o stress os impeça<br />
de colaborar. Se calhar até acham que<br />
já não há nada a fazer».<br />
Em Portugal, uma forma simples de combater<br />
a fome tem sido levada a cabo pelo<br />
Banco Alimentar Contra a Fome. Simples,<br />
mas difícil. A Federação conta com 10 mil<br />
voluntários, sem os quais não conseguiria<br />
alimentar as mais de 200 mil pessoas que<br />
recebem a preciosa ajuda. O processo consiste<br />
em, duas vezes por ano, reunir o número<br />
de voluntários suficientes para cobrir<br />
500 estabelecimentos comerciais do país.<br />
Cada pessoa que vai às compras recebe<br />
um saco destes voluntários, onde é convidado<br />
a colocar bens alimentares para entregar<br />
à saída. Apenas um fim-de-semana<br />
faz a diferença para as famílias pobres que<br />
recebem depois aquilo que é, muitas vezes,<br />
a sua única forma de sustento.<br />
É claro que o trabalho dos voluntários não<br />
acaba ali. Há a recolha, o transporte, a organização<br />
nos armazéns do BA e a posterior<br />
entrega das toneladas de alimentos recolhidos.<br />
A instituição funciona diariamente,<br />
entre as 9hs e as 18hs.<br />
O chefe dos voluntários, Delfim Domingos,<br />
esclarece: «só se podem inscrever para voluntariado,<br />
jovens com mais de 14 anos e a<br />
<strong>Mudar</strong> o <strong>Mundo</strong>!<br />
faixa etária que predomina nas campanhas<br />
vai dos 18 aos 24 anos». Destes, «cerca de<br />
1500 são estudantes universitários». É que<br />
o BA «envia convites para as associações<br />
de estudantes, universidades e faculdades»<br />
e a partir daí «algumas organizam-se em<br />
grupos».<br />
| Viajar para ajudar |<br />
O Instituto Português da Juventude (IPJ),<br />
em estreita colaboração com a União Europeia,<br />
são os primeiros a fomentar a participação<br />
de jovens no voluntariado. O programa<br />
Juventude foi criado em 1996 para<br />
permitir que jovens entre os 18 e os 25<br />
anos, com residência na UE, prestem o seu<br />
contributo social, ao mesmo tempo que se<br />
auto-valorizam, através de uma vivência<br />
temporária em serviço comunitário noutro<br />
país. É uma oportunidade sem quaisquer<br />
custos para o voluntário, já que é totalmente<br />
financiada pela União Europeia. De acordo<br />
com Luís Mouta, responsável pelo acolhimento<br />
de jovens estrangeiros em<br />
Portugal, «é preciso é não confundir isto<br />
com estágio, mas hoje em dia a experiência<br />
internacional pesa muito. Neste caso, tratam-se<br />
de experiências interculturais, de solidariedade<br />
para uma comunidade diferente».<br />
Para participar é necessário estabelecer<br />
contacto com uma associação com fins não<br />
lucrativos e com o IPJ. Por isso, escolhe-se<br />
a organização de destino através de uma<br />
base de dados na Internet que está aprovada<br />
pela Comissão Europeia, pois apenas<br />
as organizações certificadas podem receber<br />
voluntários de outros países. E apresenta-se<br />
depois o projecto ao IPJ. No fundo,<br />
trata-se de uma relação entre duas<br />
associações (uma nacional outra internacional)<br />
e um jovem, mediada pelo IPJ.<br />
Raquel Gadarês, responsável pelo envio de<br />
jovens para o estrangeiro, afirma que «há<br />
jovens com visão que tentam negociar com<br />
as universidades para fazerem a monografia<br />
sobre algo do país para onde vão, mas<br />
há quem faça o voluntariado por uma op-