Entendendo o Oriente Médio
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SOLUÇÃO PARA A PAZ<br />
Em 1950, foi permitido aos judeus iraquianos deixarem o país em um ano caso desistissem<br />
de sua cidadania. Um ano mais tarde, no entanto, as propriedades dos judeus que<br />
emigraram foram congeladas e restrições econômicas foram impostas aos que permaneceram<br />
no país. De 1949 a 1951, 104 mil judeus foram expulsos do Iraque na Operação Ezra<br />
e Nehemiah e 20 mil retirados clandestinamente pelo Irã. Assim, uma comunidade que<br />
chegara a 150 mil pessoas em 1947 rapidamente se reduziu a 6 mil depois de 1951.<br />
Em 1952, o governo do Iraque proibiu a imigração de judeus. Com a ascensão de facções<br />
rivais do partido Ba’ath em 1963, restrições adicionais foram impostas aos judeus iraquianos<br />
remanescentes. A venda de propriedades foi proibida e todos os judeus foram forçados<br />
a carregar cartões de identidade amarelos. As perseguições continuaram, especialmente após<br />
a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando muitos dos 3 mil judeus restantes foram presos<br />
e demitidos de seus empregos. Nessa época, medidas mais repressoras surgiram: propriedades<br />
judaicas foram tomadas; contas bancárias foram congeladas; judeus perderam cargos<br />
públicos; lojas foram fechadas; licenças comerciais foram canceladas; telefones foram desligados.<br />
Os judeus passaram a viver em prisão domiciliar por longos períodos ou restritos às<br />
próprias cidades.<br />
As perseguições chegaram ao limite máximo no final de 1968. Grupos de judeus eram<br />
presos sob a alegação de descobertas de “grupos de espiões” compostos por empresários<br />
judeus. Catorze homens, onze deles judeus, foram sentenciados à morte em julgamentos<br />
encenados e, em 27 de janeiro de 1969, enforcados em praças públicas de Bagdá; outros<br />
morreram sob tortura.<br />
Em resposta às pressões internacionais, o governo de Bagdá silenciosamente permitiu<br />
que a maior parte dos judeus restantes emigrasse no início da década de 1970, mesmo enquanto<br />
outras restrições eram mantidas. Em 1973, os judeus iraquianos estavam, na maioria,<br />
velhos demais para sair do país e foram pressionados pelo governo a entregar títulos,<br />
sem compensações, de propriedades judaicas no valor de mais de 200 milhões de dólares<br />
(The New York Times, 18/2/1973).<br />
Atualmente, cerca de 60 judeus permanecem em Bagdá. O que fora um dia uma comunidade<br />
crescente de judeus no Iraque hoje encontra-se extinta (Associated Press, 28/3/1998).<br />
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PAZ - Book AF.indb 64 01.06.09 15:02:03